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LUCENA, Glawber Vitor 1 ; BORGES, Maria Helena Jayme 2. Palavras-chave: educação musical; percussão marcial; inclusão social.

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Academic year: 2021

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A PRÁTICA PEDAGÓGICA DO EDUCADOR MUSICAL EM UMA

PERSPECTIVA SOCIAL: UMA PROPOSTA DE COMPROMETIMENTO SOCIAL COM A MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA DA COMUNIDADE.

LUCENA, Glawber Vitor1; BORGES, Maria Helena Jayme2

Palavras-chave: educação musical; percussão marcial; inclusão social.

Introdução

A banda marcial é uma das inúmeras formações de grupos musicais. É formada por instrumentos de sopro e percussão (Corpo Musical) e Linha de frente ( Corpo coreográfico). Além da música uma banda marcial incorpora movimentos corporais em suas apresentações que geralmente acontecem em desfiles tradicionais, eventos especiais ou competições de bandas marciais. As bandas marciais têm se apresentado, cada vez mais frequentemente, em ambientes cobertos, com novos tipos de música e performances, aplicando-se então não apenas a bandas de marcha, mas também bandas de show.

A história das bandas de música remonta ao período do Brasil Colônia. Nas bandas das irmandades os músicos tocavam em troca do aprendizado de leitura e escrita, e especificamente em busca do aprendizado musical. As bandas organizadas pelos senhores de engenho, conhecidas como bandas de fazenda, eram compostas por músicos-escravos que tocavam em troca de sustento (Cajazeira, 2004).

Resumo revisado por: Maria Helena Jayme Borges. A prática pedagógica do educador musical em uma perspectiva social: uma proposta de comprometimento com a melhoria da qualidade de vida da comunidade. EMAC 86.

1 Universidade Federal de Goiás - e-mail: glawberlucena@hotmail.com 2 Universidade Federal de Goiás - e-mail: mhelenajb@terra.com.br

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No século XVIII, era costume dos fazendeiros medirem poder e riqueza por meio da banda de música. Segundo Cajazeira (2004), as bandas nos grandes centros urbanos representavam uma contribuição dos senhores de engenho que, posteriormente, passam a cobrar pelas apresentações, transformando a banda em fonte de renda. No século XIX as bandas já se apresentavam nos coretos das cidades, arrebanhando um grande número de pessoas. Tinhorão (1998, p. 182) justifica esse prestígio, alegando ser uma forma de divulgação da música

instrumental e entretenimento para a população.

Assim, conscientes da importante função mediadora da música e da banda marcial no processo de desenvolvimento social integrado do individuo, acreditamos poder concretizar uma meta de trabalho voltada ao bem estar do ser humano, pois como afirma Garmendia (1981), a experiência musical, em sua totalidade, está consubstanciada com a vida afetivo-emocional. Assim, buscamos viabilizar nossa contribuição por meio de um plano de ação e trabalho que se caracteriza como uma proposta musical de ação conjunta entre a UFG e o Colégio Militar CPMG Ayrton Senna.

O objetivo principal do projeto é proporcionar, por meio da Banda de Percussão Marcial, uma melhor qualidade de vida no quesito sócio cultural aos alunos.

Os objetivos específicos são os que se seguem:

Oferecer aos alunos possibilidades de melhoria na qualidade de vida dentro de um contexto que premia o lúdico, a interação social, o prazer e o trabalho conjunto.

Reconhecer, valorizar e incentivar jovens talentos.

Fortalecer o processo de ensino-aprendizagem mediante a interação Universidade/Sociedade.

Este trabalho se justifica em primeira instância, por sua relevância social e desenvolvimento do indivíduo devido à interação social e resgate dos valores pessoais. Justifica-se também por contribuir com o processo de consolidação da

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política de extensão na UFG e assim, promover a interação da Universidade com a sociedade.

Ao aluno, colaborador/discente do projeto, é oportunizado um enriquecimento pedagógico mediante a possibilidade de vivenciar teoria e pratica agregando assim, à sua formação acadêmica, melhores condições para capacitação na realização de tarefas profissionais. Como fator derivado e complementar, todos os envolvidos passam a ter uma melhor visão de mundo, de sociedade e de si mesmos.

A concretização dos objetivos propostos está concebida sob a égide de uma metodologia de trabalho derivada de ações integradas. Como Irene Tourinho menciona: […] o ensino de música na escola, assim como toda atividade social,

‘serve’ a várias funções e pode ser diversamente interpretada (1993a, p.92); a

autora reconhece que esse tipo de atividade não é desprovido de pressões sociais e condicionamentos institucionais.

Metodologia

Convite aos alunos da banda marcial e também aos demais alunos do colégio para participarem da banda de percussão;

Organização do grupo para desenvolver atividades de alongamento, postura, exercícios rítmicos, exercícios corporais, percepção auditiva, conhecimento musical e socialização, uma vez por semana, com a duração de 3 horas;

Participação dos alunos nas atividades ligadas diretamente à Educação Musical, e, também, nos ensaios para apresentações culturais;

Foram utilizados os seguintes instrumentos de percussão: bumbo, caixa, prato se choque e quadritom. Nesses encontros foram dadas noções básicas de teoria musical e história da música visando não apenas o desenvolvimento da leitura musical, mas também a formação do espectador e apreciador musical.

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Grande destaque foi dado aos relatos de debates ou conversas informais, enfim, depoimentos colhidos em situação cotidiana e sempre dentro de um contexto que premia aprendizado com o lúdico, a interação social, o prazer e o trabalho conjunto.

Resultados e discussão

A escolha de um repertório musical adequado foi essencial para que se chegasse aos positivos resultados; estes permitiram resgatar a cultura e o conhecimento que o aluno traz consigo e fazer aflorar suas emoções e sensações. Outro aspecto importante foi que alguns alunos tiveram a oportunidade de externalizar sensações havendo assim não apenas uma troca de conhecimento, mas também melhor socialização e comunicação.

A banda marcial do CPMG - Ayrton Senna participa de concursos, festivais e outros tipos de apresentações, o grupo de percussão representa destaque especial nas apresentações feitas pela banda.

Duarte (2002, p. 127) infere que ao elaborar e comunicar suas

representações, o sujeito recorre às suas próprias experiências cognitivas e afetivas, mas se serve de significados socialmente constituídos no âmbito dos grupos nos quais está inserido. Portanto, esses significados não podem ser

compreendidos como algo essencialmente intencional, pois vão depender dos princípios que os impulsionam e de como os componentes do grupo incorporam os valores e comportamentos determinados pela sociedade. E é esse contexto social que deve ser considerado na análise do trabalho desenvolvido, onde o aprendizado musical acontece concomitante a outros tipos de experiências.

Conclusões

Considerar a forma e a cultura escolar significa compreender as relações estabelecidas pelos sujeitos na escola, tomando como fundamentais os processos de produção e adequação dos saberes e as formas de socialização.

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As motivações parecem convergir para os mesmos pontos, como o vínculo afetivo, o amor à música e o prazer de projeção que o trabalho traz, justificando assim o interesse e a permanência dos alunos nesses grupos. O aprendizado musical torna-se apenas um dos aprendizados e possíveis vínculos são formados a partir da relação que os participantes estabelecem uns com os outros e com a música – vínculos baseados na amizade, no reconhecimento, na disciplina e no prazer proporcionado pela prática musical. É importante considerar não apenas os aspectos ligados à prática musical, mas aos conhecimentos resultantes das relações de socialização, inclusive aqueles produzidos na escola – lugar onde as relações sociais e as práticas musicais se configuram de forma particular.

Referências Bibliográficas

BARBIER, René. A pesquisa-ação. Brasília: Líber Editora, 2007.

CAJAZEIRA, Regina Célia de Souza. Educação continuada a distância para músicos da Filarmônica Minerva – Gestão e Curso Batuta. Tese (Doutorado em Educação Musical)–Programa de Pós-Graduação em Música, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2004.

DUARTE, Mônica de Almeida. Objetos musicais como objetos de representação social: produtos e processos da construção do significado de música. Em pauta, v. 13, n. 20, p. 123-141, 2002.

GARMENDIA, Emma. Educacion Audioperceptiva: bases intuitivas en el proceso de formación musical. Buenos Aires: Ricordi, 1981.

TINHORÃO, José Ramos. História Social da Música Popular Brasileira. São Paulo: Ed. 34, 1998.

TOURINHO, Irene. Usos e funções da música na escola pública de 1o grau.

Referências

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