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ANTROPOLOGIA MÉDICO-LEGAL Resumo do Capítulo 6 França 11º edição

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Academic year: 2021

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MedUni - Resumos

Resumo feito pela sua amiga MedUniversitária @leticiayabushita

ANTROPOLOGIA MÉDICO-LEGAL

Resumo do Capítulo 6 – França 11º edição

Identidade

• Definição: conjunto de caracteres que individualiza uma pessoa ou coisa, tornando-a distinta das demais. É um elenco de atributos que torna alguém ou alguma coisa igual apenas a si próprio. É o conjunto de sinais ou propriedades que caracterizam um indivíduo entre todos, ou entre muitos, sendo sinais específicos e individuais, originários ou adquiridos (Afrânio Peixoto).

• Na Medicina Legal o que importa é a identidade objetiva, ou seja, aquela que permite afirmar tecnicamente que determinada pessoa é ela mesma, pois apresenta elementos mais ou menos perenes que a torna distinta das demais. É diferente da identidade subjetiva, em que cada indivíduo tem a sensação de que foi, é e será ele mesmo (relação com a personalidade).

Identificação

• Definição: é o processo pelo qual se determina a identidade de uma pessoa ou coisa. Assim, identificar uma pessoa é determinar a individualidade e estabelecer caracteres ou qualidades que tornam essa pessoa diferente de todas as outras, e igual somente a ela mesma.

• A identificação é importante em relações sociais e exigências civis, administrativas, comerciais e penais. • “O cadáver é a testemunha mais importante de um crime” – Lacassagne.

o Significa que informações sobre o cadáver, obtidas pela observação e necropsia completa, são capazes de mostrar características do cadáver e identificá-lo.

• Processos de identificação podem ser feitos:

o Em vivos (desaparecidos, pacientes mentais com perda de memória, menores de idade, recusa de identidade);

o Em mortos (desastres em massa, cadáveres sem identificação, mutilados, estado avançado de putrefação e restos cadavéricos);

o No esqueleto (no cadáver em decomposição já na fase de esqueletização, no esqueleto e em ossos isolados). É mais difícil do que no vivo ou no cadáver, pois precisa de ampla busca de raça, idade, sexo, estatura e características individuais, como os dentes (entretanto, é necessário que já exista previamente uma ficha dentária completa).

• Qualquer perícia que vise identificação tem três fases

o Primeiro registro → dispõe caracteres imutáveis do indivíduo e que possa distingui-lo dos outros; o Segundo registro → dos mesmos caracteres, feito posteriormente, comparando;

o Identificação propriamente dita → comparação dos dois primeiros registros, negando ou afirmando a identidade procurada.

• Fundamentos biológicos ou técnicos (são necessários para que o método de identificação seja considerado aceitável):

o Unicidade (individualidade) → que determinados elementos sejam específicos daquele indivíduo e diferente dos demais;

o Imutabilidade → características que não mudam e não se alteram com o tempo;

o Perenidade → capacidade dos elementos resistirem à ação do tempo, permanecendo durante toda a vida e após a morte (ex. esqueleto);

o Praticabilidade → processo que não seja complexo;

o Classificabilidade → existência de metodologia no arquivamento, rapidez e facilidade para buscar registros.

• Reconhecimento X identificação: reconhecimento é o ato de se certificar, admitir como correto ou afirmar conhecer alguém ou alguma coisa – sendo feita por um parente ou conhecido, que assina um “termo de reconhecimento”. Já identificação são meios e técnicas científicos específicos empregados para obtenção da identidade – por meio de elementos antropológicos ou antropométricos. A identificação divide-se em médico legal e jurídica/policial.

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• Sempre feita por legistas, e pode ser efetuada quanto aos seguintes aspectos: espécie, raça, sexo, idade, estatura, sinais individuais, malformações, sinais profissionais, biotipo, tatuagem, cicatrizes, dentes, palatoscopia, queiloscopia, superposição de imagens, pavilhão auricular, radiografias, superposição craniofacial por vídeo, cadastro de artropatias, identificação pelo registro da voz, impressão digital genética do DNA e bancos de dados com DNA.

Espécie → Em animal vivo ou morto de configuração normal, a identificação é fácil, mas caso encontre somente fragmentos do corpo, deve atentar mais para a distinção. Pode usar para fazer identificação os seguintes elementos:

• Ossos: identificação morfológica pelas dimensões dos ossos e por características que diferem homem das demais espécies. Microscopicamente, analisa-se disposição e tamanho de canais de Havers (são menos numerosos e mais estreitos nos humanos do que em animais; animais tem canais circulares, enquanto homens tem canais elípticos ou irregulares). Pode também fazer reações como provas de anafilaxia, fixação de complemento e soroprecipitação.

• Sangue: primeiro, para comprovar que a amostra realmente é sangue, busca-se cristais de Teichmann (são cristais de hemina, presente somente no sangue humano; é feita colocação da amostra, junto com ácido acético, e depois aquece para evaporação, e em casos positivos aparecem cristais rômbicos cor de chocolate). Com a confirmação de que é sangue, busca-se avaliar dimensão de glóbulos sanguíneos e a presença ou não de núcleos.

o Mamíferos em geral → hemácias anucleadas e circulares.

o Outros vertebrados → hemácias nucleadas e de formato elíptico. o Humanos → 7 micra de diâmetro.

O método mais seguro é a albuminorreação – coloca o sangue pesquisado em contato com soro de diversos animais. A formação de precipitação para antígeno humano mostra que é sangue humano recente – exemplo: coloca soro de cobaias diversas (cavalos, bois, carneiros) em contato com a amostra, e esses soros tem o anticorpo “anti-homem”, então caso a hemácia da amostra seja de humano, há precipitação.

• Etnia (“raça”): os tipos étnicos fundamentais estão na tabela. Os elementos de caracterização racial são: o Forma do crânio (sendo que o formato é avaliado olhando de cima para baixo) → dolicocrânio

(longo), braquicrânio (curto), mesocrânio (médio). Olhando de frente para trás, o crânio pode ser esternocrânio (alto e estreito), tapinocrânio (baixo e largo) ou metriocrânio (intermediário). Olhando-se lateralmente, divide em hipsicrânio (crânio alto), platicrânio (crânio baixo) e mediocrânio (intermediário).

o Índice cefálico (largura/comprimento do crânio) – separa em dolicocéfalos (índice de até 75),

mesaticéfalo (índice de 75 a 80) e braquicéfalo (índice de 80 ou mais).

o Índice tibiofemoral – (tíbia x 100) / fêmur. Nos brancos é inferior a 83, e em negros é superior.

o Índice radioumeral – (rádio x 100) / úmero. Em negros é maior que 80, e em brancos é menor que

75.

o Ângulo facial – usado para determinação de prognatismo. O ângulo é uma linha que vai do ponto

mais saliente da fronte e pela linha nasal anterior, e outra linha que vai da espinha nasal anterior ao meio da linha medioaudicular. É de 76,5º pra brancos, 72º pra amarelos e 70,3º pra negros, geralmente. Há outras variações desse ângulo que usam outras linhas como referência, sendo os ângulos de Curvier e Cloquet.

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o Anatomia dentária – quanto à cúspide do primeiro molar inferior, nos brancos o formato é

mamelonado, em negros é estrelado e na raça amarela é intermediário.

Tipo caucásico Pele branca ou trigueira, cabelos lisos/crespos, louros/castanhos. Íris azuis/castanhas. Contorno craniofacial anterior ovoide ou ovoide-poligonal. Perfil facial ortognato e ligeiramente prógnato.

Tipo mongólico Pele amarela, cabelos lisos, face achatada de frente para trás. Fronte larga e baixa, espaço interorbital largo. Maxilares pequenos e mento saliente.

Tipo negroide Pele negra. Cabelos crespos em tufos. Crânio pequeno. Perfil facial prognata, fronte alta e saliente. Íris castanhas. Mariz pequeno, largo e achatado, de perfil côncavo e curto, com narinas espessas e afastadas, visíveis de frente e circulares.

Tipo indiano Não é um tipo racial definido. Estatura alta, de pele amarelo-trigueira tendendo ao avermelhado. Cabelos lisos, pretos, espessos e luzidios. Íris castanhas. Crânio mesocéfalo, supercílios espessos, orelhas pequenas. Nariz saliente, estreito e longo. Barba escassa. Fronte vertical, zigomas salientes e largos.

Tipo australoide Estatura alta, pele trigueira. Nariz curto e largo. Arcadas zigomáticas largas e volumosas.

Prognatismo maxilar e alveolar. Cintura escapular larga e pélvica estreita. Dentes fortes. Mento retraído, arcadas superciliares salientes e crânio dolicocéfalo.

Sexo

• O sexo somático é o “geral”, mas atualmente identifica-se vários tipos de sexo o Morfológico → fenótipo do indivíduo

o Cromossomial → presença ou não de corpos fluorescentes. 46 XY com corpo fluorescente é masculino, e 46 XX sem corpos fluorescentes é feminino.

o Gonadal → masculino quando há testículos, e feminino quando há ovários.

o Cromatínico → presença de corpúsculo de Barr é feminino (sendo que o corpúsculo são corpos de cromatina presente no nucléolo das células femininas).

o Sexo da genitália interna → masculino quando há ductos de Wolff (ducto mesonéfrico, presente em ambos os sexos), e feminino quando há ductos de Müller (ductos paramesonéfricos, são os que dão origem aos genitais internos femininos, mas que ficam somente vestigiais quando é embrião masculino).

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o Jurídico → e o registrado no registro civil.

o Sexo de identificação/psíquico/comportamental → aquele com o qual o indivíduo se identifica e que reflete no seu comportamento.

o Médico-legal → aquele constatado por meio de perícia, nos portadores de genitália dúbia ou sexo duvidoso.

• Identificação do sexo geralmente é um processo simples, a menos que haja destruição da genitália externa, pseudo-hermafroditismo, estado intersexual, etc. Em cadáver mutilado ou putrefação avançada, o mais comum é abrir a cavidade abdominal para avaliar presença de útero e ovários ou de próstata. No esqueleto, é feita discriminação dos ossos (especialmente crânio, mandíbula, tórax e pelve). Índices craniométricos são considerados seguros para avaliar se o crânio é masculino ou feminino.

o Homens: esqueleto no geral é maior, mais resistente e com extremidades articulares maiores. O crânio tem ossos mais espessos, rebordos superorbitários mais rombos, processo mastoideo mais saliente e mais separados uns dos outros, fronte mais inclinada pra trás, glabela e arcos superciliares mais salientes, mandíbula mais robusta, etc. Tórax semelhante a cone invertido, com cintura escapular mais larga. Ossos pélvicos mais fortes, com dimensão vertical > horizontal

o Mulheres: fronte mais vertical, glabela e arcos superciliares menos pronunciados, rebordos superorbitários mais cortantes, mandíbula menos robusta. Tórax mais ovoide, com predominância da cintura pélvica. Pelve com dimensões horizontais > vertical. Ângulo sacrovertebral mais fechado. Inserções musculares menos rugosas e proeminentes quando comparada às masculinas.

• Identificação do sexo do feto: é feito por avaliação do sangue da mãe, buscando o cromossomo Y. Se não há cromossomo Y, pode-se dizer com quase 100% de certeza que é menina. Se forem gêmeos e não houver Y, são duas meninas, mas se houver Y há pelo menos um menino.

Idade → in útero é feito pelo aspecto morfológico do feto/embrião, pela sua estatura e pelos raios X. Do 1º ao 3º mês, há crescimento de 6 cm/mês, e do 4º em diante é 5,5 cm/mês. Em crianças a termo, há na extremidade distal do fêmur, o ponto de ossificação de Blecard sobre a cartilagem com diâmetro de 4 a 5 mm – visível macroscopicamente na grande maioria. Após o nascimento, o problema deve ser visto no vivo, morto ou esqueleto, conforme os elementos disponíveis. Considera-se os elementos:

• Aparência → a aparência não oferece precisão. Embora seja possível distinguir uma criança, um jovem e um ancião, as idades “intermediárias” são mais difíceis.

• Pele → a importância desse elemento pra determinar idade é pequena, pois se apoia somente em rugas. Estas geralmente começam a surgir a partir dos 25-30 anos, nas comissuras externas das pálpebras, e depois aparecem em regiões nasolabiais, pescoço e fronte. Após os 30 anos aparecem verticais, anteriores ao trágus, e dos 40 em diante aparecem em número de duas.

• Pelos → em mulheres, pelos pubianos surgem dos 12 aos 13 anos, e os axilares 2 anos após os pubianos. No sexo masculino, ambos surgem dos 13 aos 15 anos. Calvície e encanecimento (esbranquiçar cabelos) são irregulares.

• Globo ocular → o mais importante é o arco senil, que é uma faixa periférica acinzentada da córnea. Aparece em 20% dos quadragenários e 100% dos octogenários. É composto por colesterol, triglicerídeos e fosfolipídeos, mais presente em homens e em patologias como DM e HAS.

• Dentes → a partir de 5 meses de nascimento ocorre a erupção dentária. Após, a partir da quantidade de dentes e o nível de desenvolvimento destes, pode-se aferir a idade.

• Radiografia dos ossos → permite observar pontos de ossificação e soldadura das epífises e diáfises. Núcleo de ossificação da epífise radial surge do 18º ao 24º mês de vida. Da ulna, dos 5 aos 8 anos. Escafoide surge de 8 a 9 anos, entre outras observações para ossos de crianças. Observando a mineralização dos ossos do carpo pode-se estimar a idade óssea. A soldadura das epífises ocorre em mulheres dos 18 aos 19 anos, e em homens de 20 a 21 anos. A ulna feminina solda em 17 a 18 anos, e do homem de 19 a 20.

• Suturas cranianas → em idosos as suturas já estão ossificadas, e há redução do tamanho das maxilas e mandíbulas devido à perda dos dentes, reabsorção óssea e alteração dos ângulos da mandíbula. A principal sutura analisada nesses casos é a sagital.

• Ângulo mandibular → 150º no feto, 135º no RN, 130º de 0 a 10 anos, 125º de 10 a 20 anos, 123º de 20 a 30 anos, 125º de 30 a 50 anos e 130º acima de 70 anos.

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Estatura → pode ser aferida no cadáver por meio de haste que vai do ponto mais alto da cabeça até a face inferior do calcanhar. Quando só tem ossos longos dos membros, pode calcular pela tábua osteométrica de Broca, ou pelas tabelas de Étienne-Rollet, de Trotter e Gleser, de Mendonça ou de Lacassagne e Martin. Multiplica-se o comprimento dos ossos longos pelo índice, para aproximar da altura quando vivo. Os valores de algumas dessas tabelas levam em consideração também a idade e a etnia do indivíduo (branco ou negro). Os ossos mais significativos no cálculo da estatura são o fêmur e a tíbia. Outros estudos apontam que a tíbia é a mais importante na raça negra, e o fêmur nas raças branca e amarela.

• É importante considerar que a medida do cadáver e do vivo são diferentes em média 2,5 cm, devido ao achatamento dos discos vertebrais na posição bípede do vivo. Em relação às ossadas, os ossos secos são menores que os ossos frescos em torno de 3 mm. Além disso, ao examinar o esqueleto, o perito deve somar 4 a 6 cm na estatura, devido à espessura do couro cabeludo, discos intervertebrais, cartilagens e sola dos pés.

Sinais individuais → sinais que podem não identificar uma pessoa, mas pelo menos excluí-la. Exemplos são nevos, manchas, verrugas, etc.

Malformações → lábio leporino, genus valgus, genus varus, pé torto, consolidação viciosa de fratura, mama supranumerária, desvio de coluna, polidactilia (mais dedos que o normal), sindactilia (união entre 2+ dedos), etc. são meios acessórios de identificação.

Sinais profissionais → estigmas deixados por tipos de trabalho, como calosidades, alterações de unhas, calo nos lábios.

Biotipo

Tatuagem → feitas com agulhas, escarificação ou incisão com objetivo de infiltrar corante na pele. Consideradas importantes pois “é encontrada naqueles que levam vida ociosa e marginalizada e nos criminosos reincidentes, embora, em nosso meio, a fina flor da sociedade já pratique a tatuagem por charme ou modismo”. Motivação da escolha do desenho é classificada em: amorosas, políticas, profissionais, históricas, afetivas, religiosas, patrióticas, belicosas, imorais, atípicas e acidentais.

Cicatrizes → importante não só pra identificação quanto pra entender fatos ocorridos anteriormente. Podem ser traumáticas (agentes mecânicos, queimaduras ou cáusticos), patológicas (vacina, varíola) ou cirúrgicas.

Identificação pelos dentes → identificação pela arcada dentária é importante principalmente em carbonizados ou esqueletizados. É preciso que haja uma ficha dentária fornecida pelo dentista da vítima.

• O que se analisa? Posição e características de cada dente, localização de cáries, ausência ou presença de peças, restos radiculares, colocação de prótese ou aparelho ortodôntico, detalhes de restaurações, condições dos dentes (cor, erosão, limpeza, malformações). Também se consideram alterações adquiridas por agentes mecânicos, químicos, físicos e biológicos (desgastes dos dentes em fumadores de cachimbo, rangedores de dentes, escurecimento de dentes em fumantes, etc.).

• Há sistemas específicos para anotar as alterações do paciente, padronizadas pela Federação Dentária Internacional.

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• Problemas: difícil classificar ou arquivar fichas, mutabilidade de peças dentárias (por processos naturais, patologias ou desgastes), dificuldade de manter rotina obrigatória de registros, etc.).

• Em lesões com dentadas, é importante conhecer o conjunto dos dentes (arcos dentários superior e inferior). Em geral o arco dentário tem forma de elipse (ou então parabólica ou alongada, mas raramente em U ou em V). O formato e medidas do arco dependem do formato da face do indivíduo, e também formato dos dentes e maxilas.

Palatoscopia → também chamada rugoscopia palatina, é o processo de identificação humana pela inspeção das pregas palatinas transversas (impressão das saliências do palato). A impressão é feita por meio de um material que faz o “molde” da mucosa palatina, e é registrado em uma ficha palatoscópica. Conforme a disposição das rugas, elas recebem denominação em números e letras, e isso fica registrado.

Queiloscopia → em situações especiais, pode usar sulcos dos lábios para identificação das impressões. Esse sistema classifica os sulcos labiais em simples (linhas retas, curvas, angulares e sinuosas) ou sulcos labiais compostos (linhas bifurcadas, trifurcadas, anômalas). Não é comum e prático (pois os lábios sofrem grandes diferenças com o passar do tempo e com a idade das pessoas), mas pode ser útil para impressões em copos, taças, vasos, pontas de cigarro, guardanapos de papel, almofadas (sufocação). No material das impressões queiloscópicas, pode-se colher células epiteliais para exame de DNA. Ainda falta muito para que o uso da queiloscopia seja difundido – precisa padronizar a classificação dos sulcos, ou criar um banco de dados.

Identificação por superposição de imagens → também chamado método de Piacentino ou craniofotocomparativo, é a superposição de negativos de fotos do indivíduo tiradas em vida sobre as do esqueleto do crânio. Nõa é um método de grande segurança, então só se usa quando os outros métodos não derem certo. Os pontos mais importantes a se observar na superposição é arcadas orbitárias, espinha nasal, meato acústico externo, ângulo nasofrontal, incisivos, prognatismo, forma do nariz e bordas alveolares.

Identificação pelo pavilhão auricular → o pavilhão auricular apresenta características individuais que persistem a vida inteira, então pode ser usado na identificação. Os principais elementos observados são formato da concha, contorno posterior e superior do pavilhão, a separação em relação ao plano lateral da cabeça, dimensões, alterações e deformações. Esse método pode ser usado na ausência de outro mais específicos. Lembrar que as impressões da orelha direita é diferente da orelha esquerda.

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Identificação por radiografias → pode ser feito comparando radiografia antiga com as obtidas do indivíduo. Principalmente nos dentes, permite identificar alterações (restaurações, obturações, formato das raízes). No crânio também é importante ver as marcas vasculares correspondentes à ramificação da artéria meníngea média. Superposição craniofacial por vídeo → superposição de fotografias e radiografias. É um método ainda recente. Cadastro de registro de artroplastias → a cirurgia de artroplastia é feita para substituição de articulação lesada por um espaçador articulado. Com a presença de registro identificador das peças, é possível ver quem é o cadáver. É importante pois alguns dos componentes das próteses (titânios e ligas de aço) são muito resistentes a alta temperatura. A padronização desses registros em base de dados seria importante, iniciando-se pela elaboração de uma lei que tornasse compulsório o cadastro nacional do número de série e do paciente que porta aquela peça. Identificação pelo registro de voz → sonógrafos são capazes de registrar vibrações da voz da pessoa (fonética forense). O registro da frequência da voz (vibrações por segundo, excursão máxima e mínima da onda) identificam o indivíduo – isso porque cada pessoa tem vibrações de cordas vocais próprias e idênticas, mesmo quando tenta dissimular sua voz ou a voz alheia.

Impressão digital genética do DNA → uso de avanços em estudos genômicos para identificação civil e criminal. Análise de marcadores genéticos e polimorfismos do DNA em manchas de sangue, sêmen, pelos, saliva e partes cadavéricas podem ser usados para identificação. Mesmo que haja uma taxa de segurança na comprovação dos resultados em que se empregou a técnica em DNA, essas provas devem ser analisadas e avaliadas no conjunto de outros elementos probantes. Ainda hoje o DNA não é considerado cientificamente validado ou de inquestionável valor probatório. Um dilema que se tem hoje é sobre possíveis bancos de dados de DNA – alguns defendem que amostras obtidas nos locais de crime ou retiradas de indivíduos suspeitos podem permanecer um tempo de guarda para análise, e depois devem ser descartadas, ou seja, embora ainda não haja lei para tal, esses dados de DNA devem ser destruídos após um tempo. Manter um banco de dados com essas informações seria invasão à privacidade do indivíduo. Para muitos, o projeto de se criar um banco de dados é inconstitucional, pois haveria coerção para obtenção das amostras orgânicas (pois ninguém é obrigado a criar provas contra si mesmo). Outras pessoas propõem a criação de banco de dados de DNA para todos os cidadãos brasileiros e estrangeiros naturalizados ou com visto de permanência (mesmo que para que isso seja possível, tenham que alterar a constituição), pois isso traria soluções para crimes ou outros tipos de problema. De qualquer modo, com a lei, há autorização de coleta do perfil genético para identificação criminal, e devem ser armazenados em bancos de dados sigiloso, e que esses dados são excluídos conforme a lei do delito.

Identificação judiciária

• Baseada principalmente em dados antropométricos e antropológicos para a identidade civil e caracterização dos criminosos primários e reincidentes. Esses processos são realizados por peritos.

1) Processos antigos → ferrete (ferro em brasa) foi o primeiro usado por humanos, como forma de punir e identificar. Usava-se também mutilação (amputação de partes do corpo como orelhas, narinas, mãos, dedo, língua e castração).

2) Assinalamento sucinto → ainda é usado, sendo feita anotação de estatura, raça, compleição física, idade, cor dos olhos e cabelos.

3) Fotografia simples → usado nas cédulas de identificação, mas apresenta várias limitações, como a dificuldade de classificação, alteração de traços fisionômicos com o tempo e o problema de sósias. Ainda assim é importante no reconhecimento de pessoas procuradas.

4) Retrato falado → coleta de informações com uma pessoa, que informa detalhes mais importantes da fisionomia, especialmente rosto. É feita por testemunhas, e em algumas ocasiões coincide quase precisamente com o real. As informações coletadas são de ordem cromática (cor de íris, pele e cabelos), morfológica (altura, fronte, formato e dimensões do nariz, orelhas, etc.) e complementar (formato dos lábios e queixo, cabelo e penteado, barba, lábios, bigode, sobrancelhas). Não é usado como meio de prova, mas pode apontar ao conjunto de elementos investigados de indivíduos suspeitos. Recomenda-se fazer isso logo após a testemunha ter visto a pessoa, pois o processo se baseia na memória humana.

5) Sistema antropométrico de Bertillon → é o primeiro método científico de identificação, baseado em dados antropométricos, descrição e sinais individuais. As medidas preconizadas pelo autor são diâmetros da cabeça, comprimento da orelha direita, diâmetro bizigomático, comprimento do pé esquerdo, do dedo médio esquerdo, do dedo mínimo e do antebraço, a estatura, envergadura e altura do busto. Anotava-se também caracteres morfológicos (altura e largura da fronte, forma e dimensão da boca e nariz, etc.), caracteres cromáticos e complementares (particularidades de cada pessoa). Após, sinais individuais como marcas, cicatrizes, manchas, tatuagens, etc.

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6) Sistema dactiloscópico de Vucetich → é o método mais eficiente da identidade, disputando a excelência com a impressão digital genética do DNA.

• Desenho digital = é o conjunto de cristas e sulcos existentes nas polpas dos dedos, sendo que há muitas variedades (é a configuração da impressão no próprio dedo).

• Impressão digital = é o reverso do desenho, sendo o ajuntamento de linhas brancas e pretas sobre determinado suporte (é a impressão do desenho).

• A impressão digital do polegar direito é chamada de impressão fundamental e é a base do sistema de classificação.

• Elementos importantes do desenho digital

o Delta – pequeno ângulo ou triângulo formado pelo encontro dos três sistemas de linhas.

o Sistemas lineares – são três os sistemas lineares: nuclear, basilar e marginal. A união dos três é o delta.

▪ Sistema nuclear – entre as basilares e marginais

▪ Sistema marginal – linhas superiores (acima do núcleo) ▪ Sistema basilar – linhas da base (abaixo do núcleo)

• A presença de um, dois ou nenhum delta estabelece os quatro tipos fundamentais do Sistema Dactiloscópico de Vucetich:

o Verticilo – dois deltas e um núcleo central

o Presilha externa – um delta à esquerda do observador e um núcleo voltado em sentido contrário ao delta

o Presilha interna – um delta à direita do observador e um núcleo voltado à esquerda. o Arco – sem delta, somente sistemas de linhas basilares e marginais. Não tem núcleo.

• Os tipos essenciais são representados em letras maiúsculas para polegares e por algarismos no restante dos dedos. A partir da identificação de cada dedo, forma-se a fórmula dactiloscópica, uma sucessão de letras e algarismos, configurando o tipo fundamental de uma pessoa a partir do polegar direito até o mínimo esquerdo, na forma de fração que tem como numerador a mão direita e denominador a mão esquerda.

o Verticilo → V (polegar) ou 4 (outros dedos) o Presilha externa → E – 3

o Presilha interna → I – 2 o Arco → A – 1

o X (desenhos com defeito) o 0 (amputação)

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Exemplo de fórmula dactiloscópica ↑

• A ficha dactiloscópica representa as impressões fundamentais e tem função de tornar mais fácil o arquivamento das fichas, mas é feita uma análise mais aprofundada para identificação pelas impressões digitais. Para identificação das impressões digitais é feito estudo dos pontos característicos, que são acidentes nas cristas papilares. Se é encontrado 12 pontos característicos idênticos em uma e em outra impressão digital, na mesma localização (sendo essa localização feita em quadrantes) e sem nenhuma discrepância, é estabelecida identidade. Os pontos característicos principais são:

o Ponto o Cortada o Bifurcação o Forquilha

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Referências

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