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UNIÃO EUROPEIA REGULAMENTO DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO RELATIVO AO SISTEMA EUROPEU DE CONTAS NACIONAIS E REGIONAIS NA UNIÃO EUROPEIA

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PE-CONS 77/12 ADD 16 REV 1

PT

UNIÃO EUROPEIA

PARLAMENTO EUROPEU CONSELHO

Estrasburgo, 21 de maio de 2013 (OR. en)

2010/0374 (COD)

LEX 1338 PE-CONS 77/12 ADD 16 REV 1

STATIS 106 ECOFIN 1090 UEM 345 CODEC 3081

REGULAMENTO DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO RELATIVO AO SISTEMA EUROPEU DE CONTAS NACIONAIS

E REGIONAIS NA UNIÃO EUROPEIA (SEC 2010) – (ANEXO A – CAPÍTULO 16)

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CAPÍTULO 16

SEGUROS

INTRODUÇÃO

16.01 Os seguros são uma atividade em que unidades ou grupos de unidades institucionais se protegem contra as consequências financeiras negativas de eventos incertos e específicos. Podem distinguir-se dois tipos de seguros: seguros sociais e outros seguros.

16.02 O seguro social é um regime que cobre riscos e necessidades sociais. É frequentemente organizado de forma coletiva para um grupo; a participação no regime é em geral obrigatória ou incentivada por um terceiro. Os seguros sociais incluem: regimes de segurança social impostos, controlados e financiados pelas administrações públicas; e regimes associados ao emprego oferecidos ou administrados pelos empregadores por conta dos seus empregados. Os seguros sociais são descritos no capítulo 17.

16.03 Os seguros que não os sociais dão cobertura contra eventos como morte, sobrevivência, incêndio, catástrofes naturais, inundações, acidentes rodoviários, etc. Os seguros de morte e de sobrevivência são conhecidos por seguros de vida e os seguros contra todos os restantes eventos são conhecidos por seguros não vida.

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16.04 O presente capítulo diz respeito aos seguros de vida e não vida e descreve o modo como as atividades de seguro são registadas nas contas.

16.05 Os direitos e as obrigações em matéria de seguros são definidos por uma apólice de seguro. A apólice é um acordo entre o segurador e outra unidade institucional, denominada o tomador de seguro. Ao abrigo desse acordo, o tomador de seguro efetua um pagamento, denominado prémio, ao segurador e, se ocorrer um evento específico, o segurador efetua um pagamento, denominado indemnização, ao tomador de seguro ou a uma pessoa designada. Desta forma, o tomador de seguro protege-se contra determinadas formas de risco; através do englobamento partilhado dos riscos, o segurador visa receber mais em prémios do que no pagamento de indemnizações.

16.06 A apólice de seguro define as funções das partes envolvidas, que são as seguintes: a) O segurador, que oferece cobertura;

b) O tomador de seguro, que é responsável pelo pagamento dos prémios; c) O beneficiário, que recebe a indemnização;

d) A pessoa ou o objeto segurado que é sujeito ao risco.

Na prática, o tomador de seguro, o beneficiário e o segurado podem ser a mesma pessoa. A apólice enumera estas funções e especifica a pessoa que corresponde a cada uma das funções.

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16.07 A forma mais comum de seguro é o chamado seguro direto, no qual as unidades

institucionais se seguram junto de um segurador contra as consequências financeiras de riscos específicos. Mas os seguradores diretos podem, por sua vez, segurar-se a si próprios, segurando junto de outros seguradores uma parte dos riscos que eles seguram diretamente. Chama-se a esta atividade resseguro e as entidades que o oferecem são chamadas

resseguradores. Seguro direto

16.08 Distingue-se dois tipos de seguros: seguros de vida e seguros não vida.

16.09 Definição: os seguros de vida são uma atividade em que o tomador de seguro efetua pagamentos regulares a um segurador, que, em contrapartida, se compromete a conceder ao beneficiário um montante acordado, ou uma anuidade, numa determinada data ou antecipadamente, se o segurado falecer antes. Uma apólice de seguro de vida pode conceder prestações decorrentes de uma série de riscos. Por exemplo, uma apólice de seguro de vida de velhice pode conceder uma prestação no momento em que o segurado perfaz 65 anos de idade, podendo, após a morte deste, ser concedida uma prestação ao cônjuge sobrevivente até à sua morte.

16.10 O seguro de vida abrange igualmente os seguros complementares contra danos pessoais, incluindo a incapacidade para o trabalho, seguro em caso de morte por acidente e seguro em caso de invalidez por acidente ou doença.

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16.11 Alguns ramos de seguros de vida proporcionam uma indemnização caso ocorra o evento coberto pelo seguro: por exemplo, um seguro que esteja ligado a um empréstimo

hipotecário paga uma prestação única para amortizar a hipoteca se o titular do rendimento falecer antes do vencimento do empréstimo correspondente. Muitos destes ramos contêm um importante elemento de poupança combinado com uma componente de cobertura de riscos, pelo que o seguro de vida é visto como uma forma de poupança e as

correspondentes operações são registadas na conta financeira.

16.12 Definição: os seguros não vida são uma atividade em que o tomador de seguro efetua pagamentos regulares a um segurador, que, em contrapartida, se compromete a conceder ao beneficiário um montante acordado na ocorrência de um evento exceto a morte da pessoa. São exemplos deste tipo de eventos: acidente, doença, incêndio, etc. O seguro de acidentes que cobre os riscos relacionados com a vida é classificado como seguro não vida na maior parte dos países europeus.

16.13 Um seguro de vida que providencie o pagamento de uma prestação no caso de morte somente num determinado período, mas nunca noutras circunstâncias, geralmente designado por seguro temporário, é considerado nas contas nacionais como seguro não vida, porque só é paga uma indemnização se ocorrer uma eventualidade especificada. Na prática, devido à forma como as unidades de seguros organizam as suas contas, pode nem sempre ser possível separar os seguros temporários dos seguros de vida. Nestas

circunstâncias, os seguros temporários podem ser tratados da mesma forma que os seguros de vida.

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16.14 Tanto os seguros de vida como os não vida envolvem a repartição dos riscos. Regra geral, os seguradores recebem regularmente dos tomadores de seguros pequenos pagamentos em prémios e pagam maiores montantes aos indemnizados aquando da ocorrência dos eventos cobertos pela apólice. Relativamente aos seguros não vida, os riscos são repartidos pelo conjunto da população que subscreve as apólices de seguro. Um segurador determina os prémios cobrados pela prestação de um serviço de seguro num ano de acordo com o montante das indemnizações que prevê pagar no mesmo ano. Via de regra, o número de indemnizados é largamente inferior ao dos tomadores de seguros. Para cada tomador de seguro não vida não há relação, mesmo a longo prazo, entre os prémios pagos e as indemnizações recebidas, mas o segurador estabelece essa relação para cada ramo de seguro não vida numa base anual. No caso dos seguros de vida, é importante uma relação entre os prémios e as indemnizações ao longo do tempo tanto para os tomadores de seguros como para os seguradores. Alguém que subscreve uma apólice de seguro de vida espera que as prestações a receber sejam, no mínimo, tão elevadas quanto o montante dos prémios pagos até a prestação ser devida, representando assim uma forma de poupança. O

segurador deve combinar este aspeto de uma apólice com os cálculos atuariais em relação à população segurada em matéria de esperança de vida, incluindo o risco de acidentes

mortais, para determinar a relação entre os níveis dos prémios e as prestações. Além disso, no intervalo de tempo entre o recebimento dos prémios e o pagamento das prestações, o segurador obtém rendimentos ao investir uma parte dos prémios recebidos. Estes rendimentos também afetam os níveis dos prémios e das prestações estabelecidos pelos seguradores.

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16.15 Existem diferenças significativas entre os seguros de vida e não vida que levam a

diferentes tipos de registos nas contas. Os seguros não vida consistem na redistribuição no período em curso entre todos os tomadores de seguros e alguns indemnizados. Os seguros de vida redistribuem essencialmente prémios pagos ao longo de um período de tempo sob a forma de prestações pagas posteriormente ao mesmo tomador de seguro.

Resseguro

16.16 Definição: um segurador pode proteger-se contra um número inesperadamente elevado de indemnizações, ou de indemnizações excecionalmente elevadas, através da subscrição de uma apólice de resseguro com um ressegurador. As sociedades de resseguro estão

concentradas num número limitado de centros financeiros e, por isso, muitos dos fluxos de resseguro são operações com o resto do mundo. É frequente os resseguradores

subscreverem apólices de resseguro junto de outros resseguradores para repartirem mais os seus riscos; a esta forma de resseguro alargado chama-se retrocessão.

16.17 A limitação de riscos pode também ser obtida quando um grupo de seguradores chamados subscritores aceita conjuntamente os riscos associados a uma apólice única. Cada

segurador só é responsável pela sua própria parte da apólice, recebe a parte correspondente do prémio e paga a mesma parte no caso de pagamento de indemnização ou prestação. A gestão da apólice é efetuada pelo líder do grupo (lead-manager) ou por um corretor de seguros. A Lloyds de Londres é um exemplo de um mercado de seguros em que os riscos diretos e indiretos são repartidos por um número elevado de subscritores.

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16.18 Existem várias opções para o segurador direto organizar uma cobertura indireta contra os riscos que o segurador tenha aceitado. Podem distinguir-se os seguintes ramos de

resseguro:

a) Resseguro proporcional, em que o tomador de seguro cede a um ressegurador uma percentagem acordada de todos os riscos, ou de todos os riscos de uma determinada carteira de apólices de seguro direto. Isto significa que o segurador direto transfere as percentagens correspondentes dos prémios para o ressegurador, que, por seu turno, suporta a mesma proporção das eventuais indemnizações quando ocorram. Em tais casos, qualquer comissão de resseguro paga pelo ressegurador ao tomador de seguro é tratada como uma redução dos prémios de resseguro emitidos;

b) Resseguro não proporcional, conhecido por resseguro de excesso de sinistralidade, quando o ressegurador só está exposto ao risco se o montante da indemnização direta for superior a um limiar acordado. Se existirem poucas ou nenhumas indemnizações diretas acima do limiar, o ressegurador pode passar uma parte dos seus lucros ao segurador direto. A partilha de lucros é tratada nas contas como transferências

correntes do ressegurador para o segurador direto, de forma análoga ao pagamento de indemnizações.

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As unidades envolvidas

16.19 As unidades institucionais envolvidas no seguro direto e no resseguro são essencialmente seguradores. É possível a outro tipo de empresas exercer a atividade de seguros como atividade não principal, mas, de um modo geral, as disposições legais que regem a

atividade seguradora obrigam a manter um conjunto de contas separado que abranja todos os aspetos da atividade seguradora; por isso, são identificáveis as unidades institucionais distintas, classificadas nos subsetores das sociedades de seguros (S.128) e dos fundos de pensões (S.129). As administrações públicas podem exercer outras atividades de seguros, mas, mais uma vez, é provável que possa ser identificada uma unidade distinta. Estando assente que podem estar envolvidos outros setores, parte-se a seguir do princípio de que os seguradores, residentes ou não residentes, exercem toda a atividade seguradora.

16.20 As unidades que exercem principalmente atividades estreitamente relacionadas com os seguros, mas sem que elas próprias incorram em qualquer risco, são os auxiliares de seguros. Estas unidades são classificadas no subsetor dos auxiliares financeiros (S.126) e incluem, por exemplo:

a) Corretores de seguros;

b) Instituições privadas sem fim lucrativo ao serviço das empresas de seguros e dos fundos de pensões;

c) Unidades cuja atividade principal consiste em desempenhar o papel de autoridade de supervisão das empresas de seguros, dos fundos de pensões e dos mercados de seguros.

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PRODUÇÃO DE SEGURO DIRETO

16.21 A seguradora aceita um prémio de um cliente e detém-no até que seja requerida uma indemnização ou expire o prazo do seguro. Entretanto, a seguradora investe o prémio e o rendimento do investimento é uma fonte adicional de fundos a partir dos quais poderá satisfazer qualquer indemnização devida. A seguradora estabelece o nível dos prémios de tal forma que a soma dos prémios mais o rendimento do investimento por eles gerado menos as indemnizações previstas deixe uma margem que ela possa reter; esta margem representa a produção da seguradora. A produção do setor dos seguros é medida refletindo as políticas dos seguradores para a fixação dos prémios. Para o efeito, é necessário definir quatro rubricas distintas. Elas são:

a) Prémios adquiridos; b) Suplementos de prémios;

c) Indemnizações incorridas ou prestações devidas; d) Provisões técnicas de seguros.

Cada uma destas rubricas é analisada separadamente antes de se passar à medição da produção dos seguros diretos não vida, dos seguros diretos vida e dos resseguros, respetivamente.

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Prémios adquiridos

16.22 Definição: os prémios adquiridos são a parte dos prémios emitidos que foram adquiridos durante o período contabilístico. Os prémios emitidos cobrem o período contratado na apólice de seguro. A diferença entre os prémios emitidos e os prémios adquiridos constitui montantes que são reservados e incluídos nas provisões para prémios não adquiridos. Estes montantes são tratados como ativos dos tomadores de seguros. O conceito de prémio adquirido na contabilidade dos seguros é coerente com o princípio da especialização económica das contas nacionais.

16.23 O prémio de seguro ou é um prémio regular a pagar mensal ou anualmente ou um prémio único pago normalmente no início do período de seguro. Os prémios únicos são habituais no seguro de riscos associados a grandes eventos, como a construção de grandes edifícios ou equipamentos e o transporte rodoviário, ferroviário, marítimo ou aéreo de mercadorias. 16.24 Os prémios adquiridos no ano em causa assumem as seguintes fórmulas:

prémios emitidos

mais as provisões para prémios não adquiridos no início do exercício contabilístico menos as provisões para prémios não adquiridos no final do exercício contabilístico.

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Ou, numa apresentação diferente, assumem a fórmula de: prémios emitidos

menos a variação (menos o aumento ou mais a diminuição) das provisões para prémios não

adquiridos.

16.25 As provisões para prémios não adquiridos e outras provisões são incluídas nas provisões técnicas de seguros não vida (AF.61) e provisões técnicas de seguros de vida (AF.62). Nos pontos 16.43 a 16.45, são descritas as provisões técnicas de seguros.

16.26 Os tomadores de seguros têm frequentemente de pagar um imposto específico sobre o valor do prémio de seguro. Os prémios de seguro de vida são excluídos deste imposto sobre o seguro em muitos países. Como os seguradores têm de transferir este imposto para as administrações públicas, os montantes respetivos não entram nas contas anuais dos seguradores. Apenas um montante relativamente pequeno – o montante residual relativo ao ano e que ainda tem de ser transferido para as administrações públicas – pode ser lançado na conta de património dos seguradores na rubrica créditos comerciais. Os pagamentos de impostos não são registados como tal nas contas dos seguradores, sendo tratados como impostos sobre os produtos nas contas nacionais. Pressupõe-se que os tomadores de seguros pagam esses montantes diretamente nas contas das autoridades fiscais.

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Suplementos de prémios

16.27 Definição: os suplementos de prémios são os rendimentos provenientes do investimento das provisões técnicas de seguros dos seguradores, que representam um passivo para com os tomadores de seguros.

16.28 No caso especial dos seguros de vida, mas também, em menor escala, no caso dos seguros não vida, o montante total das prestações devidas ou das indemnizações incorridas durante um dado período excedem frequentemente os prémios adquiridos. Os prémios são, por regra, pagos periodicamente, em geral no início de um período de seguro, ao passo que as indemnizações ocorrem mais tarde e, no caso dos seguros de vida, as prestações são frequentemente devidas muitos anos depois. No tempo que medeia entre o pagamento do prémio e a indemnização ser devida, o montante em causa está à disposição do segurador para o investir e dele obter rendimentos. A estes montantes chama-se provisões técnicas de seguros. O rendimento auferido sobre estas provisões permite aos seguradores cobrar prémios menos elevados do que aconteceria se não existisse esse rendimento. A medição do serviço prestado tem em conta a dimensão desse rendimento, bem como a dimensão relativa dos prémios e das indemnizações.

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16.29 No caso dos seguros não vida, ainda que o prémio possa ter de ser pago no início do período de cobertura, os prémios apenas são adquiridos numa base contínua à medida que o período passa. Em qualquer momento antes do termo da cobertura, o segurador detém um montante em dívida para com o tomador de seguro relativo a serviços e a possíveis indemnizações a pagar no futuro. Trata-se de uma forma de crédito concedido pelo tomador de seguro ao segurador descrito como prémios não adquiridos. Do mesmo modo, embora as indemnizações sejam exigíveis para pagamento por parte do segurador quando ocorre a eventualidade mencionada na apólice, poderão apenas ser pagas passado algum tempo, frequentemente devido às negociações sobre os montantes devidos. Esta é outra forma semelhante de crédito, descrita como provisões para sinistros.

16.30 Existem provisões semelhantes para os seguros de vida, a que acrescem dois outros elementos das provisões de seguros: provisões matemáticas para os seguros de vida e provisões para os seguros com participação nos lucros. Representam montantes reservados ao pagamento de prestações futuras. As provisões são geralmente investidas em ativos financeiros e o rendimento reveste a forma de rendimento de investimento. Podem ser utilizadas para financiar a atividade económica, como, por exemplo, a atividade imobiliária, para gerar um excedente de exploração líquido quer num estabelecimento distinto, quer como atividade secundária.

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16.31 Todo o rendimento de investimento atribuído aos tomadores de seguros é registado como a pagar aos tomadores de seguros na conta de distribuição primária do rendimento.

Relativamente ao seguro não vida, o mesmo montante é, em seguida, reembolsado ao segurador sob a forma de suplementos de prémios na conta de distribuição secundária do rendimento. No caso do seguro de vida, os prémios e os suplementos de prémios aparecem na conta financeira.

Indemnizações incorridas ajustadas e prestações devidas

16.32 Definição: indemnizações incorridas e prestações devidas são as obrigações financeiras dos seguradores para com os beneficiários em relação aos riscos de que os eventos ocorram no período em causa, tal como definido na apólice.

16.33 Os conceitos de indemnizações incorridas nos seguros não vida e de prestações devidas nos seguros de vida são coerentes com o princípio da especialização económica utilizado nas medições em contas nacionais.

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Indemnizações incorridas ajustadas dos seguros não vida

16.34 As indemnizações podem subdividir-se em indemnizações pagas e indemnizações incorridas. As indemnizações incorridas referem-se aos montantes devidos pelos riscos segurados que tenham tido lugar durante o ano. É irrelevante o tomador de seguro ter ou não ter comunicado o evento. Uma parte das indemnizações será paga no ano seguinte ou mesmo mais tarde. Por outro lado, haverá indemnizações que resultam de eventos

ocorridos em anos anteriores e que são pagas no ano em curso. A parte não paga das indemnizações incorridas é acrescentada à provisão para sinistros.

16.35 As indemnizações do seguro não vida incorridas durante o ano civil assumem a seguinte fórmula:

indemnizações pagas

menos a provisão para sinistros no início do exercício contabilístico mais a provisão para sinistros no final do exercício contabilístico.

Ou, numa apresentação diferente, assumem a fórmula de: indemnizações pagas

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16.36 Eventuais custos associados a indemnizações assumidos pelo segurador, internos ou externos, não são incluídos nas indemnizações incorridas. Esses custos podem consistir em custos de aquisição, gestão das apólices, gestão dos investimentos e processamento das indemnizações. Alguns custos podem não ser identificáveis separadamente nos dados contabilísticos de origem. Os custos externos incluem as despesas com trabalhos que o segurador tenha encomendado a outra unidade, sendo, por isso, registados nas contas como consumo intermédio. Os custos internos incluem as despesas com trabalhos efetuados pelos empregados dos próprios seguradores, sendo, por isso, registados na contabilidade como custos com pessoal.

16.37 Em caso de catástrofes, os prejuízos incorridos não devem afetar o valor das

indemnizações. As perdas resultantes de catástrofes devem ser registadas como uma transferência de capital do segurador para o tomador de seguro. A vantagem deste método de registo é que o rendimento disponível do tomador de seguro não aumenta

paradoxalmente como seria o caso se as indemnizações fossem registadas de outra forma (ver pontos 16.92 e 16.93).

16.38 A produção de serviços de seguros é um processo contínuo, e não exclusivamente quando o risco ocorre. Contudo, o nível das indemnizações incorridas para com os tomadores de seguros não vida varia de ano para ano e poderá haver eventos que provoquem um nível particularmente elevado de indemnizações. Nem o volume nem o preço dos serviços de seguros são diretamente afetados pela volatilidade das indemnizações. Os seguradores fixam o nível dos prémios com base na sua própria estimação da probabilidade de ocorrência das indemnizações. Por este motivo, a fórmula do cálculo da produção utiliza indemnizações ajustadas incorridas, que é uma estimativa corrigida da volatilidade das indemnizações.

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16.39 As estimativas das indemnizações ajustadas incorridas podem ser calculadas numa

abordagem das expectativas a partir das estatísticas com base na experiência anterior sobre o nível de indemnizações. Porém, ao considerar o historial das indemnizações a pagar, deve ter-se em conta a parte destas indemnizações que é satisfeita pelo segurador direto nos termos da apólice de resseguro. Por exemplo, quando o segurador direto possui um resseguro de excesso de sinistralidade, conhecido por resseguro não proporcional, fixa o nível dos prémios para cobrir as perdas até ao limite máximo dos sinistros cobertos pela sua apólice de resseguro mais o prémio de resseguro que tem de pagar. Com uma apólice de resseguro proporcional, o segurador fixa os seus prémios de molde a cobrir a proporção das indemnizações que tem de pagar mais o prémio de resseguro.

16.40 Um método alternativo para ajustar as indemnizações incorridas para ter em conta a volatilidade consiste em utilizar dados contabilísticos sobre a variação dos fundos próprios e as provisões para desvios de sinistralidade. As provisões para desvios de sinistralidade são os montantes que os seguradores reservam em conformidade com as disposições legais ou administrativas para cobrir futuras indemnizações avultadas e irregulares ou

imprevisíveis. Estes montantes são incluídos nas provisões técnicas de seguros não vida (AF.61).

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Prestações devidas dos seguros de vida

16.41 As prestações devidas dos seguros de vida são montantes a pagar nos termos da apólice no período contabilístico em questão. No caso dos seguros de vida, não é necessário qualquer ajustamento para ter em conta a volatilidade imprevista.

16.42 Quaisquer custos associados às prestações não são incluídos nas prestações devidas, antes são registados como consumo intermédio e custos com pessoal.

Provisões técnicas de seguros

16.43 Definição: as provisões técnicas de seguros são os montantes que os seguradores colocam em reserva. As provisões são ativos para os tomadores de seguros e passivos para os seguradores. As provisões técnicas podem subdividir-se em seguros não vida e vida e anuidades.

16.44 Nos termos da Diretiva 91/674/CEE do Conselho1, há que distinguir sete tipos de

provisões técnicas. Em cada caso, o montante bruto do resseguro, o montante cedido aos resseguradores e o montante líquido são registados em balanço. São as seguintes as sete categorias:

a) Provisão para prémios não adquiridos – a diferença entre os prémios emitidos e os prémios adquiridos. Esta provisão pode, dependendo da legislação nacional, incluir um elemento distinto relativo aos riscos em curso;

1 Diretiva 91/674/CEE do Conselho, de 19 de dezembro de 1991, relativa às contas anuais e às contas consolidadas das empresas de seguros (JO L 374 de 31.12.1991, p. 7).

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b) Provisão matemática para os seguros de vida – esta provisão reflete o valor atual das prestações futuras esperadas (incluindo as bonificações declaradas, mas não

exclusivamente) menos o valor atual dos prémios futuros. As autoridades de supervisão podem fixar um limite à taxa de desconto utilizada no cálculo do valor atual;

c) Provisão para sinistros – a diferença entre as indemnizações incorridas e pagas. Para uma companhia de seguros, é igual ao custo estimado, total e final, para fazer face ao pagamento de todas as indemnizações resultantes de eventos que ocorreram até ao final do exercício contabilístico, declaradas ou não, menos os montantes já pagos relativos a essas indemnizações;

d) Provisão para bonificações e abatimentos (desde que não figurem na

categoria referida na alínea b)) – compreende os montantes destinados aos tomadores de seguros ou aos beneficiários dos contratos sob a forma de bonificações e

abatimentos na medida em que tais montantes não tenham sido já creditados aos tomadores de seguros ou aos beneficiários dos contratos;

e) A provisão para desvios de sinistralidade compreende os montantes reservados em conformidade com as disposições legais ou administrativas para compensar as flutuações das taxas de sinistralidade nos anos seguintes ou para ter em conta riscos especiais. As autoridades nacionais podem não autorizar esta provisão;

f) Outras provisões técnicas compreendem, designadamente, a provisão para riscos em curso, caso não esteja incluída na categoria referida na alínea a). Esta rubrica pode incluir igualmente a provisão para envelhecimento tendo em conta o efeito do envelhecimento sobre o montante das indemnizações; por exemplo, nos seguros de saúde;

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g) Provisões técnicas para as apólices de seguros de vida em que o risco de

investimento é suportado pelos tomadores de seguros. Nesta rubrica inscrevem-se as provisões técnicas constituídas para cobrir as obrigações para com os tomadores de seguros no âmbito de apólices de seguro de vida em que o valor do rendimento é determinado em função de investimentos cujo risco é suportado pelo tomador de seguro, ou em função de um índice, como na hipótese dos seguros de vida indexados. Esta rubrica inclui igualmente as provisões técnicas relativas às tontinas.

16.45 Ao calcular as variações das provisões técnicas de seguros (F.61 e F.62) utilizadas no cálculo da produção, não são incluídos os ganhos e perdas de detenção realizados e não realizados.

Definição de produção de seguros

16.46 Os seguradores prestam um serviço de seguro aos seus clientes mas não cobram explicitamente pelo serviço.

16.47 O segurador recebe prémios e paga indemnizações ou prestações quando ocorre um evento objeto de seguro. As indemnizações ou prestações compensam o beneficiário das

consequências financeiras do evento objeto do seguro.

16.48 As provisões técnicas de seguros são fundos que os seguradores utilizam para investir e obter rendimento. Estes fundos e os correspondentes rendimentos dos investimentos (suplementos de prémios) são um passivo para com os beneficiários.

16.49 A presente secção descreve as informações necessárias para o cálculo da produção de serviços de seguros diretos e de resseguros.

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Seguro não vida

16.50 A produção do segurador é o serviço prestado aos beneficiários.

16.51 Se se utilizar uma abordagem das expectativas, a fórmula para calcular a produção é: prémios adquiridos

mais suplementos de prémios

menos indemnizações incorridas ajustadas,

em que as indemnizações incorridas ajustadas são corrigidas da volatilidade das

indemnizações usando dados históricos ou dados contabilísticos relativos às variações das provisões para desvios de sinistralidade e dos fundos próprios. Os suplementos de prémios são menos voláteis do que as indemnizações, não sendo necessários quaisquer

ajustamentos por razões de volatilidade. Ao estimar as indemnizações ajustadas, a informação é repartida por produto, por exemplo, seguro automóvel, seguro imobiliário, etc.

Se os dados contabilísticos necessários não se encontrarem disponíveis e os dados

estatísticos históricos não forem suficientes para permitir estimativas médias razoáveis da produção, a produção dos seguros não vida pode ser estimada como a soma dos custos (incluindo custos intermédios, com pessoal e de capital) mais um montante para "lucro normal".

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PE-CONS 77/12 ADD 16 REV 1 22

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Seguro de vida

16.52 A produção do seguro de vida direto é calculada separadamente da seguinte forma: prémios adquiridos

mais suplementos de prémios menos prestações devidas

menos aumentos (mais diminuições) das provisões técnicas e das participações nos lucros

de seguros.

16.53 Caso não se encontrem disponíveis dados adequados para o cálculo do seguro de vida de acordo com esta fórmula, utiliza-se uma aproximação com base na soma dos custos, semelhante à descrita relativamente ao seguro não vida. No que respeita ao seguro não vida, é incluído um montante para lucros normais.

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Resseguro

16.55 A fórmula para o cálculo da produção dos serviços de resseguro é análoga à utilizada para os seguros diretos. No entanto, dado que a motivação primordial dos resseguros é limitar a exposição do segurador direto ao risco, o ressegurador lida, na sua atividade normal, com indemnizações excecionalmente elevadas. Por este motivo, e uma vez que o mercado dos resseguros está concentrado num número reduzido de grandes empresas em todo o mundo, é menos provável que o ressegurador sofra uma elevada perda inesperada do que um segurador direto, especialmente no caso dos resseguros de excesso de sinistralidade. 16.56 A produção do resseguro é medida da mesma forma que a produção do seguro direto não

vida. No entanto, existem alguns pagamentos que são específicos do resseguro. Esses pagamentos são as comissões a pagar ao segurador direto no âmbito do resseguro

proporcional e da partilha de lucros no resseguro de excesso de sinistralidade. Tendo em conta estes aspetos, a produção do resseguro é calculada da seguinte forma:

prémios adquiridos líquidos de comissões a pagar

mais suplementos de prémios

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PE-CONS 77/12 ADD 16 REV 1 24

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OPERAÇÕES ASSOCIADAS AO SEGURO NÃO VIDA

16.57 A presente secção descreve o conjunto de registos que uma apólice de seguro não vida implica. As apólices podem ser subscritas por empresas, famílias, indivíduos e unidades no resto do mundo. No entanto, quando a apólice subscrita por um membro de uma família é considerada como seguro social, as entradas exigidas são descritas no capítulo 17.

Afetação da produção do seguro pelos utilizadores

16.58 A produção dos seguradores não vida é descrita no ponto 16.51. O valor da produção dos seguradores é registado como uma utilização da maneira que segue:

a) Consumo intermédio das empresas, incluindo os seguintes setores: sociedades não financeiras (S.11), sociedades financeiras (S.12); administrações públicas (S.13), famílias como empregadores (S.141) e trabalhadores por conta própria (S.142), ou instituições sem fim lucrativo ao serviço das famílias (S.15);

b) Despesa de consumo final das famílias a título individual (S.143 e S.144); ou c) Exportações para tomadores de seguros não residentes (S.2).

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PE-CONS 77/12 ADD 16 REV 1 25

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16.60 Em alternativa, o valor da produção é afetado como utilizações aos tomadores de seguros proporcionalmente aos prémios efetivos a pagar.

16.61 A distribuição da produção pelo consumo intermédio é repartida por ramo de atividade. Serviços de seguro prestados ao/pelo resto do mundo

16.62 Os seguradores residentes podem prestar cobertura de seguro às famílias e empresas no resto do mundo, e as famílias e empresas residentes podem adquirir cobertura a

seguradores domiciliados no resto do mundo. O rendimento do investimento atribuído pelos seguradores residentes aos tomadores de seguros inclui um montante para os tomadores de seguros no resto do mundo. Assim, estes tomadores de seguros não residentes também pagam suplementos de prémios aos seguradores residentes.

16.63 O mesmo é aplicável ao tratamento das empresas e famílias residentes que subscrevem apólices junto de seguradores não residentes. Os tomadores de seguros residentes recebem rendimentos de investimento imputados do estrangeiro e pagam prémios e suplementos ao estrangeiro. É difícil estimar a dimensão destes fluxos, especialmente quando não existe qualquer segurador residente com o qual estabelecer comparações. Podem ser utilizados dados de contrapartida para fazer estimativas para a economia nacional. O nível das operações efetuadas pelos residentes tem de ser conhecido e o rácio entre os suplementos de prémios e os prémios efetivos na economia que presta os serviços pode ser usado para estimar o rendimento do investimento a receber e os suplementos de prémios a pagar.

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PE-CONS 77/12 ADD 16 REV 1 26

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Os registos contabilísticos

16.64 Ao todo, são registados seis pares de operações no que respeita aos seguros não vida que não fazem parte dos seguros sociais; dois pares relativos à medição da produção e do consumo do serviço de seguro, três pares relativos à distribuição e um par na conta financeira. Em circunstâncias excecionais, pode ser registada na conta de capital uma sétima operação relativa à distribuição. O valor da produção da atividade, os rendimentos do investimento a atribuir aos tomadores de seguros e o valor do encargo de serviço são calculados especificamente para os seguros não vida da forma descrita a seguir.

16.65 As operações de produção e consumo são as seguintes:

a) Uma vez que toda esta atividade desenvolvida pelas unidades institucionais residentes é realizada por seguradores, a produção (P.1) é registada na conta de produção dos seguradores;

b) O serviço pode ser consumido por qualquer dos setores da economia ou pelo resto do mundo; o valor do serviço é considerado a pagar aos seguradores. Os pagamentos feitos pelas empresas constituem consumo intermédio (P.2), registado na respetiva conta de produção. Os pagamentos de seguros efetuados pelas famílias a título individual são considerados despesa de consumo final (P.3), a qual é registada na conta de utilização do rendimento. Os pagamentos efetuados pelo resto do mundo são registados como exportação de serviços (P.62) na conta externa de bens e serviços.

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PE-CONS 77/12 ADD 16 REV 1 27

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16.66 As operações de distribuição são rendimentos de investimento atribuídos aos tomadores de seguros a título de seguros não vida, prémios líquidos de seguros não vida e indemnizações de seguros:

a) Os rendimentos de investimentos provenientes do investimento das provisões

técnicas de seguros não vida são atribuídos aos tomadores de seguros (D.441), sendo, assim, registados como a pagar pelos seguradores e a receber por todos os setores e pelo resto do mundo. Os rendimentos de investimentos são afetados aos tomadores de seguros na proporção das respetivas provisões técnicas não vida ou,

alternativamente, na proporção do prémio efetivamente emitido (a pagar). Tanto os débitos como os créditos são registados na conta de afetação do rendimento primário; b) Os prémios líquidos de seguros diretos não vida (D.711) são os montantes dos

prémios e dos rendimentos de investimentos utilizados para financiar as despesas dos seguradores. Esses prémios são calculados como prémios adquiridos mais os

suplementos de prémios menos o valor da produção dos seguradores. Esses prémios líquidos são registados como a pagar por todos os setores da economia ou pelo resto do mundo e a receber pelos seguradores. A afetação de prémios líquidos entre os setores é feita de acordo com a afetação da produção;

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PE-CONS 77/12 ADD 16 REV 1 28

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c) As indemnizações de seguros diretos não vida (D.721) são os montantes pelos quais os seguradores são responsáveis perante o tomador de seguro quando ocorre um evento. Estas indemnizações de seguros são registadas como a receber por todos os setores da economia e pelo resto do mundo e a pagar pelos seguradores. Tanto os prémios líquidos como as indemnizações são registados na conta de distribuição secundária do rendimento. Algumas indemnizações resultam de danos ou lesões causados pelos tomadores de seguros a terceiros. Nestes casos, as indemnizações acordadas são registadas como montantes a pagar diretamente pelo segurador às partes lesadas e não indiretamente através do tomador de seguro;

d) As indemnizações de perdas resultantes de catástrofes são outras transferências de capital (D.99), e não transferências correntes, sendo registadas na conta de capital como a pagar aos tomadores de seguros pelos seguradores;

e) A conta de património financeiro regista as provisões técnicas de seguros não vida (AF.61). Estas provisões são registadas como passivos dos seguradores e ativos de todos os setores e do resto do mundo. As provisões consistem em pagamentos antecipados dos prémios e pagamentos de indemnizações. Não é necessária uma discriminação desta categoria, embora ambas as componentes sejam necessárias para o cálculo dos prémios adquiridos e das indemnizações incorridas.

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PE-CONS 77/12 ADD 16 REV 1 29

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O õ ld

Quadro 16.1 Seguro não vida

Empregos Recursos

S.1 S.15 S.14 S.13 S.12 S.11 S.11 S.12 S.13 S.14 S.15 S.1

Entradas Entradas

correspondentes a Socie- Socie- correspondentes a

Conta de Conta do Socie- dades dades Socie- Conta do Conta de

bens resto Total Adminis- dades não não dades Adminis- Total resto bens

e do da trações finan- finan- finan- finan- trações da do e

Total serviços mundo economia ISFLSF Famílias públicas ceiras ceiras Operações e contas de património ceiras ceiras públicas Famílias ISFLSFeconomia mundo serviços Total Conta externa 0 0 P.62 Exportação de serviços 0 0 0 0 P.72 Importação de serviços 0 0 Conta de produção 6 6 P.1 Produção 6 6 6 4 0 4 0 3 0 0 1 P.2 Consumo intermédio 4 4

Conta de afetação do rendimento primário

6 6 6 D.441 Rendimentos de propriedade atribuíveis aos 5 0 0 1 0 6 0 6

detentores de apólices de seguros

Conta de distribuição secundária do rendimento

44 1 43 0 31 4 0 8 D.711 Prémios líquidos de seguros não vida 44 44 44

45 0 45 45 D.721 Indemnizações de seguros não vida 6 0 1 35 0 42 3 45

Conta de utilização do rendimento disponível

2 2 2 P.3 Despesa de consumo final 2 2

Conta de património financeiro (início do exercício)

74 0 74 0 40 0 9 25 AF.61 Provisões técnicas de 74 74 74

seguros não vida

Conta de património financeiro (final do exercício)

81 0 81 0 44 0 11 26 AF.61 Provisões técnicas de 81 81 81

seguros não vida Operações financeiras 7 0 7 0 4 0 2 1 F.61 Provisões técnicas de

7 7 7

seguros não vida Conta de revalorização

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PE-CONS 77/12 ADD 16 REV 1 30

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OPERAÇÕES DO SEGURO DE VIDA

16.68 A presente secção descreve a forma como os registos dos seguros de vida diferem dos registos dos seguros não vida. No caso de uma apólice de seguro de vida, as prestações da apólice são tratadas como variações de património, registadas na conta financeira. No caso de uma apólice considerada como seguro social, as prestações sob a forma de pensões são registadas como rendimento na conta de distribuição secundária do rendimento. A razão para a diferença de tratamento deriva do facto de uma apólice que não seja de seguro social ser subscrita por iniciativa exclusiva do tomador de seguro. As apólices que são

consideradas como seguros sociais refletem a intervenção de um terceiro, normalmente as administrações públicas ou o empregador, que incita ou obriga o tomador de seguro a constituir uma reserva de rendimento para a sua reforma. Os seguros sociais são descritos no capítulo 17.

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PE-CONS 77/12 ADD 16 REV 1 31

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16.69 O titular de uma apólice de seguro de vida é um indivíduo classificado no setor das famílias (em S.143 ou S.144). Se uma empresa subscrever uma apólice de seguro de vida de um empregado, trata-se de um seguro temporário e não de um seguro de vida. Assim, as operações de seguro de vida ocorrem apenas entre seguradores (classificados no subsetor das sociedades de seguros, S.128) e famílias residentes a título individual (S.143 e S.144), salvo se exportadas para famílias não residentes (classificadas no setor do resto do mundo, S.2). O valor da produção do seguro de vida corresponde ao valor da despesa de consumo final das famílias e da exportação de serviços, seguindo o mesmo método utilizado para o seguro não vida. Os rendimentos de investimento atribuídos aos tomadores de seguros são tratados como suplementos de prémios. No entanto, os prémios e as indemnizações não são apresentados separadamente no caso dos seguros de vida e não são tratados como

transferências correntes. Constituem, antes, componentes de uma operação líquida

registada na conta financeira, sendo o ativo financeiro envolvido o dos direitos associados a seguros de vida e anuidades.

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PE-CONS 77/12 ADD 16 REV 1 32

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16.70 São registados quatro pares de operações nas contas; dois pares dizem respeito à produção e ao consumo do serviço de seguro, um par mostra a afetação dos rendimentos de

investimento aos tomadores de seguros e outro par indica a variação dos direitos associados a seguros de vida e anuidades:

a) A produção (P.1) do seguro de vida é registada na conta de produção para os seguradores;

b) O valor dos serviços consumidos é registado como despesa de consumo final (P.3) das famílias na conta de utilização do rendimento disponível, ou como a pagar pelo resto do mundo, sendo tratado então como exportação de serviços (P.62) a famílias não residentes. Os pagamentos efetuados pelas famílias a seguradores não residentes são considerados importação de serviços (P.72);

c) Os rendimentos de investimentos provenientes do investimento das provisões técnicas de seguros de vida atribuídos aos tomadores de seguros (D.441) são

registados na conta de afetação do rendimento primário. As bonificações declaradas relacionadas com apólices de seguro de vida são consideradas como sendo

distribuídas aos tomadores de seguros, ainda que sejam superiores aos rendimentos de investimentos gerados pela instituição que declara essas bonificações. Os rendimentos de investimentos são registados como a pagar pelos seguradores e a receber pelas famílias residentes ou as famílias não residentes no resto do mundo. Os rendimentos dos investimentos são repartidos pelos tomadores de seguros

proporcionalmente às respetivas provisões técnicas de seguros de vida ou, caso essa informação não esteja disponível, proporcionalmente aos prémios emitidos;

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PE-CONS 77/12 ADD 16 REV 1 33

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d) A conta de património financeiro contém entradas relativas a provisões técnicas de seguros de vida e a direitos associados a seguros de vida e anuidades (AF.62). Estas provisões são registadas como passivos dos seguradores e ativos das famílias e do resto do mundo. Estes montantes refletem o caráter de poupança das apólices de seguros de vida. Estão aí incluídos o pagamento antecipado de prémios e o pagamento de prestações. Não é necessária uma discriminação desta categoria, embora ambas as componentes sejam necessárias para o cálculo dos prémios adquiridos e das prestações devidas.

16.71 As provisões técnicas de seguros de vida e os direitos associados a seguros de vida e anuidades refletem as apólices que geram um montante único numa determinada data. O montante único pode ser utilizado para comprar uma anuidade que, por sua vez, converte um montante único numa série de pagamentos. Os direitos condicionais dos tomadores de seguros – em que se verifica um montante a receber, aquando ou após o vencimento de um pagamento de montante único ou de uma anuidade — não devem ser agregados ao valor das obrigações do segurador. A diferença decorre da condicionalidade e do cálculo do valor atual. O montante a declarar em direitos associados a seguros de vida e anuidades é definido em conformidade com os princípios de contabilidade dos seguradores.

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PE-CONS 77/12 ADD 16 REV 1 34

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Quadro 16.2 Seguro de vida

Utilizações ou ativos Recursos ou responsabilidades

S.1 S.15 S.14 S.13 S.12 S.11 S.11 S.12 S.13 S.14 S.15 S.1 Entradas correspondentes a Entradas correspondentes a Conta

de bens Conta Total Sociedades Sociedades Total Conta Conta

e resto do

do da Administrações Sociedades não não Sociedades Administrações da- do resto de bens e Total serviços mundo economia ISFLSF Famílias públicas financeiras financeiras Operações e saldos financeiras financeiras públicas Famílias ISFLSF economia mundo serviços Total do

Conta externa

0 0 P.62 Exportação de serviços 0 0

0 0 P.72 Importação de serviços 0 0

Conta de produção

4 4 P.1 Produção 4 4 4

Conta de afetação do rendimento primário

7 7 7 D.441 Rendimento de propriedade atribuíveis 7 7 0 7

aos tomadores de seguros

Conta de utilização do rendimento disponível

4 0 4 4 P.3 final Despesa de consumo 4 4

Contas de património financeiro (início do exercício)

221 0 221 221 AF.62 Provisões técnicas 221 221 221

de seguros de vida

Contas de património financeiro (final do exercício)

243 0 243 243 AF.62 Provisões técnicas 243 243 243

de seguros de vida

Operações financeiras

22 0 22 22 F.62 Provisões técnicas 22 22 22

de seguro de vida

Conta de reavaliação

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PE-CONS 77/12 ADD 16 REV 1 35

PT

OPERAÇÕES ASSOCIADAS AO RESSEGURO

16.73 As contas dos resseguradores são em grande medida idênticas às contas dos seguradores diretos. A única diferença é que as operações de seguros diretos com os tomadores de seguros que não sejam, por sua vez, fornecedores de seguros são substituídas por operações de seguro entre os resseguradores e os seguradores diretos.

16.74 As operações de seguro são registadas sem dedução do resseguro. Os prémios são considerados a pagar em primeiro lugar ao segurador direto, que pode, então, pagar uma parte do prémio ao ressegurador (cessão), que poderá, em seguida, pagar um montante menor a outro ressegurador, e assim por diante (retrocessão). De forma análoga, o mesmo se aplica às indemnizações ou prestações. O tratamento bruto está em sintonia com o ponto de vista do tomador de seguro original. Este tomador de seguro não está, normalmente, a par de quaisquer montantes cedidos pelo segurador direto a um ressegurador e, se

porventura o ressegurador falir, o segurador direto continua a ser responsável pelo pagamento do montante total das indemnizações correspondentes aos riscos cedidos.

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PE-CONS 77/12 ADD 16 REV 1 36

PT

16.75 A produção do seguro direto é calculada bruta do resseguro. O cálculo alternativo, líquido de resseguro, serviria para mostrar a parte dos prémios dos tomadores de seguros diretos paga ao segurador direto e a parte paga ao ressegurador, mas esta forma de registo, denominada "registo líquido", não é autorizada.

O gráfico 1 abaixo ilustra este processo.

Gráfico 1 – Fluxos entre os tomadores de seguros e os seguradores diretos e resseguradores

3b Rend. propriedade 2b Indemn. resseguro 1b Prémio resseguro 2a Indemn. bruta

3a Rend. propried. bruto 1a Prémio bruto Segurador direto Rend. propriedade Tomador de seguro Ressegurador

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PE-CONS 77/12 ADD 16 REV 1 37

PT

16.76 O gráfico 1 resume os seguintes fluxos:

1 O tomador de seguro efetua o pagamento do prémio bruto de resseguro ao segurador direto (1a), sendo a parte do resseguro do prémio bruto cedida ao ressegurador (1b); 2 O pagamento da indemnização é registado do mesmo modo, mas no sentido inverso.

A indemnização é paga pelo ressegurador ao segurador direto (2b). O segurador direto acrescenta a este montante a sua própria indemnização paga ao segurado (2a); 3 Tanto o segurador direto como o ressegurador obtiveram rendimentos de propriedade

provenientes do investimento das suas provisões técnicas. Os rendimentos de propriedade são transferidos do ressegurador para o segurador direto (3b), que então acrescenta este montante aos seus próprios rendimentos de propriedade obtidos e os distribui em seguida ao tomador de seguro (3a).

16.77 Todos os fluxos brutos entre o tomador de seguro e o segurador direto incluem os

montantes correspondentes dos fluxos entre o segurador direto e o ressegurador; por esta razão, essas setas são apresentadas no gráfico com um traço mais carregado.

16.78 Tal como acontece com o seguro direto, por exemplo, na sequência de uma catástrofe, parte das indemnizações de resseguro é registada como transferências de capital e não como transferências correntes.

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PE-CONS 77/12 ADD 16 REV 1 38

PT

16.79 A totalidade da produção do ressegurador é consumo intermédio do segurador direto que detém a apólice de resseguro. Como referido acima, muitas apólices de resseguro são entre seguradores residentes em diferentes economias. Assim, o valor da produção nestes casos representa as importações do segurador que subscreve a apólice de resseguro e as

exportações do ressegurador.

16.80 O registo dos fluxos associados ao resseguro assemelha-se ao registo do seguro não vida, com a exceção de que o tomador de seguro de uma apólice de resseguro é sempre outro segurador.

16.81 As operações de produção e consumo são as seguintes:

a) A produção (P.1) é registada na conta de produção dos resseguradores. Os serviços de resseguro são frequentemente prestados por resseguradores não residentes e, nesses casos, são registados como importação de serviços (P.72);

b) O serviço do ressegurador só pode ser consumido por um segurador direto ou por outro ressegurador. Se o tomador de seguro for residente, a utilização do serviço de resseguro é registada como consumo intermédio (P.2) do tomador de seguro. Se o tomador de seguro for não residente, a utilização é registada como exportação de serviços (P.62).

(40)

PE-CONS 77/12 ADD 16 REV 1 39

PT

16.82 As operações de distribuição abrangem os rendimentos de investimentos atribuídos aos tomadores de seguros a título de resseguros, prémios líquidos de resseguro e

indemnizações de resseguro:

a) Os rendimentos de investimentos (D.441) obtidos pelos resseguradores a partir do investimento das provisões técnicas de resseguro são considerados a pagar aos tomadores de seguros, os quais podem ser seguradores diretos ou resseguradores. Tanto os resseguradores como os seguradores diretos podem ser residentes ou não residentes;

b) Os prémios líquidos de resseguros não vida (D.712) são considerados a pagar pelos tomadores de seguros e a receber pelos resseguradores. Qualquer das unidades que tenha de efetuar ou receber o pagamento pode ser não residente;

c) As indemnizações de resseguros não vida (D.722) são consideradas a pagar pelos resseguradores e a receber pelos tomadores de seguros, residentes ou não residentes. Tanto os prémios líquidos como as indemnizações são registados na conta de

distribuição secundária do rendimento;

d) A conta de património financeiro contém registos que refletem as provisões técnicas de resseguros ["provisões técnicas de seguros não vida" (AF.61)]. Estas provisões são registadas como passivos dos resseguradores e ativos dos tomadores de seguros. Os tomadores de seguros podem ser seguradores diretos ou resseguradores.

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PE-CONS 77/12 ADD 16 REV 1 40

PT

16.83 As comissões a pagar pelos resseguradores ao segurador enquanto detentor de apólice de resseguro são tratadas como reduções nos prémios a pagar aos resseguradores. A partilha de lucros a pagar pelo ressegurador ao segurador direto é registada como uma transferência corrente. Embora sejam registadas de forma diferente, tanto as comissões a pagar como a partilha de lucros diminuem a produção do ressegurador.

16.84 Se as indemnizações de seguro direto forem tratadas como transferências de capital e não como transferências correntes, as indemnizações de resseguro para o mesmo evento são igualmente tratadas como outras transferências de capital (D.99).

OPERAÇÕES ASSOCIADAS AOS AUXILIARES DE SEGUROS

16.85 A produção dos serviços auxiliares de seguros é avaliada com base nas taxas ou comissões cobradas. No caso das instituições sem fim lucrativo operando como associações

profissionais das sociedades de seguros e fundos de pensões, a respetiva produção é avaliada pelos montantes das subscrições pagas pelos membros dessas associações. Esta produção é utilizada como consumo intermédio pelos membros das associações.

(42)

PE-CONS 77/12 ADD 16 REV 1 41

PT

ANUIDADES

16.86 O caso mais simples de uma apólice de seguro de vida é aquele em que é efetuada, ao longo do tempo, uma série de pagamentos pelo tomador de seguro ao segurador em troca de um pagamento único a receber como indemnização num dado momento futuro. Na forma mais simples de anuidade, o equivalente ao tomador de seguro, o beneficiário da anuidade, paga um montante único ao segurador e, em contrapartida, recebe uma série de pagamentos para um período designado ou para o resto da vida do beneficiário da anuidade ou, ainda, para o resto da vida do beneficiário da anuidade e também de uma outra pessoa designada.

16.87 As anuidades são organizadas pelos seguradores e são um meio de gestão dos riscos. O beneficiário da anuidade evita o risco acordando em aceitar uma determinada série de pagamentos, conhecidos quer em termos absolutos quer mediante uma fórmula, como uma indexação, em troca de um pagamento único. O segurador assume o risco de obter do investimento um valor maior do que o pagamento único que é pago ao beneficiário da anuidade, relativamente à série de pagamentos. A esperança de vida é tomada em consideração para determinar a série de pagamentos.

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PE-CONS 77/12 ADD 16 REV 1 42

PT

16.88 Quando a anuidade se inicia, há uma transferência de fundos da família para o segurador. Em muitos casos, porém, poderá tratar-se apenas de "converter" imediatamente numa anuidade um montante único a pagar por este ou outro segurador a partir do vencimento de uma apólice de seguro de vida normal. Num tal caso, não é necessário registar o

pagamento do montante único nem a aquisição da anuidade; haverá simplesmente uma alteração das provisões do seguro de vida para as provisões das anuidades no subsetor do segurador ou do fundo de pensões. Se for adquirida uma anuidade independentemente do vencimento de uma apólice de seguro de vida, regista-se um par de operações financeiras entre a família e o segurador. A família faz um pagamento ao segurador e recebe em troca um ativo resultante das condições da anuidade. O segurador recebe um ativo financeiro da família e incorre num passivo para com ela.

16.89 As anuidades extinguem-se por morte, momento em que todas as provisões remanescentes para esse beneficiário da anuidade são transferidas para o segurador. Contudo, no

pressuposto de que o segurador previu a esperança de vida com exatidão, em relação ao grupo dos beneficiários de anuidades no seu conjunto, a média dos fundos remanescentes à data da morte será zero. Em caso de variação da esperança de vida, as provisões devem ser revistas. No que respeita às anuidades em curso, um prolongamento da esperança de vida diminuirá o montante disponível para o segurador enquanto encargo de serviço,

possivelmente tornando-o negativo. Nesse caso, o segurador deverá recorrer aos seus fundos próprios e esperar conseguir repô-los no futuro associando encargos de serviço mais elevados às novas anuidades.

(44)

PE-CONS 77/12 ADD 16 REV 1 43

PT

REGISTO DAS INDEMNIZAÇÕES DE SEGUROS NÃO VIDA Tratamento das indemnizações ajustadas

16.90 O momento de registo das indemnizações incorridas é, de um modo geral, quando o evento que lhes está associado ocorre. Este princípio é aplicável mesmo quando, no caso de indemnizações litigiosas, a regularização pode ser efetuada anos após a ocorrência do evento em causa. Abre-se uma exceção nos casos em que a possibilidade de requerer uma indemnização é reconhecida apenas muito tempo após o evento ter ocorrido. Por exemplo, só foi reconhecida uma importante série de indemnizações quando a exposição ao amianto passou a ser considerada uma causa de doença grave, pelo que dava direito a

indemnizações nos termos da apólice de seguro válida no momento da exposição. Nestes casos, a indemnização é registada no momento em que a companhia de seguros aceita a responsabilidade, que pode não ser o mesmo momento em que o valor da indemnização é acordado ou em que a indemnização é paga.

16.91 Dado que a fórmula para a produção utiliza as indemnizações ajustadas e não as

indemnizações efetivas, só quando as indemnizações efetivas têm os mesmos valores das indemnizações previstas é que os prémios líquidos e as indemnizações são iguais num dado período. Devem, todavia, ser aproximadamente iguais ao longo de um certo período de anos, exceto num ano em que se tenha registado uma catástrofe.

(45)

PE-CONS 77/12 ADD 16 REV 1 44

PT

Tratamento das perdas resultantes de catástrofes

16.92 As indemnizações são registadas como transferências correntes a pagar pelo segurador ao tomador de seguro. Existe um caso em que as indemnizações são registadas como outras transferências de capital (D.99) e não como transferências correntes, ou seja, na sequência de uma grande catástrofe. Os critérios para determinar o momento em que os efeitos de uma catástrofe devem ser tratados como tal devem ser estabelecidos de acordo com as circunstâncias do país, embora possam incluir o número de tomadores de seguros afetados e o montante dos danos causados. A justificação para o registo das indemnizações como transferências de capital neste caso decorre do facto de muitas das indemnizações estarem relacionadas com a destruição ou com danos graves sofridos por ativos como habitações, edifícios e construções.

16.93 Na sequência de uma catástrofe, o valor total das indemnizações que excedam o montante dos prémios é registado como uma transferência de capital do segurador para o tomador de seguro. A informação sobre o nível das indemnizações a pagar no âmbito de apólices de seguro é obtida a partir do ramo de atividade dos seguros. Se o ramo de atividade dos seguros não puder fornecer esta informação, uma forma de estimar o nível das

indemnizações relacionadas com a catástrofe consiste em considerar a diferença entre as indemnizações ajustadas e as indemnizações efetivas no período da catástrofe.

Referências

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