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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL MIGUEL MOFARREJ FACULDADES INTEGRADAS DE OURINHOS CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL MIGUEL MOFARREJ

FACULDADES INTEGRADAS DE OURINHOS

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

DETECÇÃO MOLECULAR DE Neospora caninum EM FETOS

BOVINOS DE FRIGORÍFICOS DE OURINHOS/SP E REGIÃO

LANNA VIVIEN DE AQUINO DINIZ

OURINHOS-SP

2017

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LANNA VIVIEN DE AQUINO DINIZ

DETECÇÃO MOLECULAR DE Neospora caninum EM FETOS

BOVINOS DE FRIGORÍFICOS DE OURINHOS/SP E REGIÃO

OURINHOS-SP

2017

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Medicina Veterinária das Faculdades Integradas de Ourinhos como pré-requisito para a obtenção do Título de Bacharel em Medicina Veterinária.

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DINIZ, Lanna Vivien de Aquino

Detecção molecular de Neospora caninum em fetos bovinos de frigoríficos de Ourinhos/SP e região. / Lanna Vivien de Aquino Diniz. – Ourinhos, SP: FIO, 2017.

45 f; 30 cm.

Monografia (Trabalho de Conclusão de Curso de Medicina Veterinária) – Faculdades Integradas de Ourinhos, 2017.

Orientador: Prof. Dr. Luiz Daniel de Barros

1. Neospora caninum. 2. Bos taurus. 3. Bos indicus. I. Detecção molecular de Neospora caninum em fetos bovinos de frigoríficos de Ourinhos/SP e região

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AGRADECIMENTOS

Ao meu orientador, professor e amigo Luiz Daniel de Barros pelos momentos de convivência, exercendo exemplarmente sua nobre profissão de construir o conhecimento, foi um mestre atuante, colaborador em cada passo dessa pesquisa, com quem compartilho, honrosamente, esta conquista.

Aos meus pais, Airton e Rosângela por toda a dedicação, carinho, cuidado e amor, sem medir esforços para que todos os meus sonhos fossem realizados.

Á minha amada irmã Ana Paula, pela amizade, companheirismo, fidelidade, amor e cuidado de todos esses anos e de muitos que ainda estão por vir.

Ao meu amor Otavio, por todo amor, carinho e compreensão e companheirismo, fundamental nesse momento tão importante para mim.

Ás minhas amigas Amanda, Isadora, Bianca e Ana Carolina, pelos anos de amizade e companheirismo e por estarem presente na minha vida em um momento tão importante como este.

Ás minhas amigas e companheiras de faculdade “sixmigas” Érica, Nathália, Francielli, Daniele e Camila, pelos momentos compartilhados durante todos esses anos, e por esse momento de vitória que também iremos comemorar juntas.

Por fim, ao poder Divino do qual recebemos a graça, a proteção e a inspiração, fonte de vida, digno de homenagem e de gratidão que dedico nesse momento.

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“Deixarei contudo que o pouco que aprendi seja conhecido, De modo que alguém melhor do que eu possa adivinhar a verdade, Provando e refutando meus erros com seu trabalho. Isso me dará prazer, pois terei sido um meio para trazer à luz a verdade.” Albrecht Dürer

(7)

RESUMO

Neospora caninum é um parasita relacionado com os principais problemas reprodutivos da bovinocultura mundial. O objetivo foi detectar a presença de N. caninum por meio de teste molecular em tecido cerebral e cardíaco de fetos bovinos obtidos de frigoríficos de Ourinhos e região e a ocorrência de anticorpos anti- N. caninum por meio da técnica de imunofluorescência indireta nas respectivas fêmeas gestantes para determinação da taxa de transmissão vertical. A prevalência de anticorpos anti- Neospora caninum foi determinada em fêmeas de bovinos e seus respectivos fetos abatidos em frigorífico na região de Ourinhos- SP. Foram coletadas 70 amostras de sangue individuais das fêmeas abatidas e seus respectivos fetos e o soro obtido foi armazenado a -20C e utilizado para realizar a técnica diagnóstica RIFI. Os tecidos fetais obtidos de 70 fetos tiveram o cérebro e coração separados para detecção de DNA N.caninum por meio da reação em cadeia polimerase (Nested- PCR). Anticorpos anti- N.caninum foram observados em 9 fêmeas (12,9%) sendo 2 para títulos de 100 (2,9%), 3 para títulos de 200 (4,3%), 3 para títulos de 400 (4,3%) e 1 para títulos de 800 (1,4%). No soro sanguíneo dos fetos foram observados a detecção de anticorpos

anti- N.caninum em 2,8% das amostras, sendo 1 para títulos de 100 (1,4%) e 1 para títulos de 200

(1,4%). Nas amostras teciduais dos 70 fetos analisados, foi observada uma presença de DNA de

N.caninum em 34,3% em tecido cerebral íntegro, 15,7% em tecido cerebral digerido, 21,4% em tecido

cardíaco íntegro e 47,1% em tecido cardíaco digerido. Os resultados obtidos confirmam a presença do parasita na região de Ourinhos- SP e o potencial de transmissão vertical do mesmo, comprovando a importância do estudo realizado.

(8)

ABSTRACT

Neospora caninum is a parasite related to the main reproductive problems of bovine breeding

worldwide. The objective was to detect the presence of N. caninum by means of molecular tests in brain and cardiac tissue of bovine fetuses obtained from Ourinhos and region slaughterhouses and the occurrence of anti- N antibodies. caninum by means of the indirect immunofluorescence technique in the respective pregnant females to determine the vertical transmission rate. The prevalence of anti-Neospora caninum antibodies was determined in bovine females and their respective fetuses slaughtered in a refrigerator in the Ourinhos- SP region. Seventy individual blood samples from the slaughtered females and their respective fetuses were collected and the serum obtained was stored at -20C and used to perform the RIFI diagnostic technique. The fetal tissues obtained from 70 fetuses had the brain and heart separated to detect N.caninum DNA by means of the polymerase chain reaction (Nested-PCR). Anti- N.caninum antibodies were observed in 9 females (12.9%), 2 for titles of 100 (2.9%), 3 for titles of 200 (4.3%), 3 for titles of 400 (4, 3%) and 1 for titers of 800 (1.4%). In the fetal blood serum, anti-N. Caninum antibodies were detected in 2.8% of the samples, 1 for 100 (1.4%) and 1 for 200 (1.4%) titers. In the tissue specimens of the 70 fetuses analyzed, N.caninum DNA was present in 34.3% of intact brain tissue, 15.7% in digested brain tissue, 21.4% in intact cardiac tissue and 47.1% in digested cardiac tissue. The results confirm the presence of the parasite in the region of Ourinhos- SP and the potential of vertical transmission of the same, proving the importance of the study.

(9)

SUMÁRIO

PARTE I – RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

1 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA (UEL)

...12

2 UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA (UNESP) CAMPUS

JABOTICABAL

...16

PARTE II - TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

1 INTRODUÇÃO

...19

2 REVISÃO DE LITERATURA

...21

2.1 Taxonomia e ciclo biológico...21

2.2 Neosporose em bovinos...22

2.2.1 Epidemiologia...22

2.2.2 Transmissão...24

3 DIAGNÓSTICO...26

3.1 Imunofluorescência indireta (IFI)...26

3.2 Reação em cadeia polimerase (PCR)...27

4 MATERIAIS E MÉTODOS

...28

4.1 Colheita das amostras...28

4.2 Colheita de sangue e órgãos...28

4.3 Digestão enzimática...29

4.4 Exame sorológico...29

4.5 Extração de DNA...30

4.6 PCR (reação em cadeia polimerase)...30

5 RESULTADOS

...32

5.1 Pesquisa de DNA de Neospora caninum em fetos bovinos...32

5.2 Sorologia...32

6 DISCUSSÃO

...34

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

...38

(10)

LISTA DE FIGURAS

PARTE I

Figura 1- Planta baixa esquematizada do setor de grandes animais do Hospital Veterinário da Universidade de Londrina...12

PARTE II

(11)

LISTA DE TABELAS

PARTE I

Tabela 1 - Relação do número de casos de acordo com a afecção envolvida e espécie do animal acometido...15

PARTE II

Tabela 1 – Primers utilizados nas reações de PCR...31 Tabela 2 - Frequência de DNA de N. caninum em tecidos de cérebro e coração íntegros e digeridos dos 70 fetos obtidos no frigorífico...32 Tabela 3 - Ocorrência de anticorpos contra N. caninum em vacas e os respectivos fetos abatidos em frigorífico na região de Ourinhos- SP de acordo com os títulos de anticorpos...33 Tabela 4 - Comparação entre a frequência sorológica das fêmeas positivas e dos fetos positivos e frequência da detecção molecular dos fetos positivos...33

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LISTA DE ABREVIATURAS

DNA - Ácido Desoxirribonucléico

ELISA- Ensaio de Imunoabsorção Enzimática N. caninum- Neospora caninum

PB - Pares de Bases

PBS- Tampão Fosfato Salino

PCR - Reação em Cadeia Polimerase

RIFI - Reação de Imunofluorescência Indireta UEL - Universidade Estadual de Londrina μL- Microlitros

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PARTE 1

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO:

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA (UEL)

ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: CLÍNICA MÉDICA, CIRÚRGICA E

REPRODUÇÃO DE GRANDES ANIMAIS- HV UEL

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA (UNESP) - CAMPUS

JABOTICABAL

ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: DEPARTAMENTO DE PATOLOGIA

VETERINÁRIA

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12

1 UEL (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA)

O estágio curricular foi realizado no Setor de Clínica Médica, Cirúrgica e Reprodução de Grandes Animais do Hospital Veterinário da Universidade Estadual de Londrina (UEL), no total de 336 horas de duração, no período de 01 de setembro à 30 de outubro de 2017, sob orientação da Profa. Dra. Priscila Fajardo Valente Pereira.

O Hospital Veterinário fica localizado nas Dependências da Universidade Estadual De Londrina, onde a divisão do setor de grandes animais conta uma infraestrutura em alvenaria, com água encanada que atende todas as baias e piquetes que são divididos em área interna e externa.

Figura 1. Planta baixa esquematizada do setor de grandes animais do Hospital Veterinário da Universidade de Londrina.

Na área interna do Setor de Grandes Animais da Universidade Estadual de Londrina são acomodadas 7 (sete) baias para equinos ou bovinos com 9,9 m2 de área coberta e 8, 85 m2 de área descoberta, com bebedouro de alvenaria e cocho tipo manjedoura além de possuir dentre essas sete baias, duas adaptadas á necessidades especiais, tais como a baia 6, possui talha para deixar suspensos animais que não conseguem permanecer em estação e a baia 7 que é fechada e

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permite manter o animal isolado dos outros animais e a exposição a luz, usada em casos de animais com alterações neurológicas, problemas oculares que necessitam de pouca exposição a luz, animais muito agitados e também garanhões.

Ainda na área interna das dependências, são acomodadas também as baias para pequenos ruminantes e neonatos, sendo divididas em 3 baias de 5,3 m2 e 6 de 2,5 m2 totalizando 9 baias. O local também possui uma enfermaria e uma sala para os residentes.

As dependências do setor de grandes animais Hospital Veterinário ainda conta com 1 (um) centro cirúrgico, o qual possui:

 1 sala de indução anestésica para equinos, devidamente acolchoada e equipada com talha elétrica;

 1 sala de cirurgia de equinos, com mesa cirúrgica aparelho de anestesia inalatória;

 1 sala de paramentação;

 1 sala para procedimentos com tronco de contenção;

 1 sala de cirurgia em ruminantes e radiografias;

 1 sala de esterilização de materiais cirúrgicos;

 1 vestiário feminino;

 1 vestiário masculino;

 1 piquete de recuperação anestésica. A área externa do Hospital Veterinário é equipada com:

 4 troncos de contenção simples para bovinos;

 1 tronco de contenção e casqueamento de bovinos;

 1 brete de contenção para bovinos;

 1 mangueira com balança;

 2 troncos e contenção para equinos;

 2 piquetes com cerca de arame liso reforçado;

 4 piquetes cercados de alambrado, em um deles contém aprisco para ovinos;

 4 piquetes com cerca elétrica e arame liso.

A rotina do Hospital Veterinário, contava com a realização diária de exames físicos nos animais internados, sendo realizados 2 vezes por dia e anotados em

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14

seus prontuários. A alimentação dos animais internados era baseada em volumoso fornecido à vontade, respeitando a restrição a animais específicos, e no caso de adicionais na alimentação, os mesmos são fornecidos pelos proprietários e pela manhã é feita a troca da cama das baias onde é utilizado o cepilho.

O horário de atendimento do Hospital veterinário era das 8:00 às 18:00 horas, de segunda à sexta-feira. Após as 18:00 horas, nos finais de semana e feriados são considerados plantões e é realizado somente atendimentos de urgência, além da manutenção dos animais internados.

Os casos são divididos em casos clínicos e cirúrgicos, em que os residentes iniciam os atendimentos e em seguida repassam o caso para o professor responsável da semana.

Na rotina hospitalar, a função dos estagiários era de acompanhar os residentes e professores durante atendimentos, reavaliações e retornos; auxiliar os residentes na realização dos curativos; levar os animais para realização de caminhadas e pastagens quando necessário; assistir realização das aulas práticas de clínica médica, cirúrgica e reprodução de grandes animais; auxiliar os exames de Famacha dos ovinos do rebanho do hospital que é realizado mensalmente e se necessário a coleta de fezes para realização do método de Gordon e Whitlock (OPG); acompanhar e auxiliar treinamento dos exames de diagnóstico de claudicação, treinamento de avaliações reprodutivas nas éguas, vacas e ovelhas do rebanho; acompanhar procedimentos realizados para projeto de pesquisa; acompanhamento de técnicas realizadas nos animais do rebanho para treinamento dos residentes (diagnóstico de gestação, inseminação artificial, coleta de oocistos, coleta de líquido peritoneal e outros); acompanhar realização de necropsias; assistir aos seminários realizados pelos residentes a cada 15 dias; participar das reuniões clínicas semanais, acompanhar a realização de atividades de manutenção dos animais do rebanho, como: casqueamento, avaliação dentaria, cura de umbigo, vacinações e vermifugações e acompanhamento e auxilio nos exames radiográficos.

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15

Tabela 1. Relação do número de casos de acordo com a afecção envolvida e espécie do animal acometido.

TIPO DE AFECÇÃO NÚMERO DE CASOS ESPÉCIE

Oftalmologia (úlcera, uveíte) 4 Equino Feridas em membros (DAD, tenossinovite, artrite séptica, osteoartrite, ferida perfurante) 7 6 Equinos 1 Ovelha Fraturas 1 Equino Orquiectomia 3 Equino Eutanásia 2 1 Equino 1 Bovino Cesárea 1 Suíno Odontologia 1 Equino Procedimentos emergenciais (traqueostomia) 1 Equino Afecções reprodutivas (metrite) 1 Bovino Afecções Respiratórias (pneumonia aspirativa, DIVA 2 Equino Reprodução (T.E, D.G, I.A) 9 6 quinos 3 Bovinos Ferida em cernelha (osteomielite) 1 Equino BVD 1 Bezerro Clostridiose 1 Equino Enucleação 1 Equino

*Siglas: DAD: Doença Articular Degenerativa; DIVA: Doença Inflamatória das Vias Aéreas; T.E: Transferência de Embrião; D.G: Diagnóstico Gestacional; I.A: Inseminação Artificial; BVD: Diarréia Viral Bovina.

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2 UNESP (UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA- CAMPUS

JABOTICABAL)

O estágio curricular foi realizado no Departamento de Patologia Veterinária da UNESP- Campus Jaboticabal, no período de 06 de novembro à 30 de novembro de 2017, sob orientação do Prof. Dr. Marcos Rogério André.

O Departamento de Patologia fica localizado nas Dependências da UNESP-FMZ, onde o setor conta com 3 laboratórios de imunoparasitologia e também com as acomodações de salas para pós- graduandos e professores. O departamento também conta com a revista do Colégio Brasileiro de Parasitologia Veterinária.

Os laboratórios de Imunoparasitologia são divididos em:

Sorologia: diagnósticos de pesquisa sorológica como RIFI e ELISA equipado,

principalmente, com:

 Microscopia para RIFI

 Máquina de leitura para ELISA

 Máquinas para produção de água destilada e Miliq

 Geladeiras e freezers para armazenamento de amostras (freezer -70)

 Microscopia para realização de exames parasitológicos

Molecular: preparação das amostras para diagnóstico molecular e são subdividos em:

 Sala de MIX: local de preparação da MIX da PCR

 Sala de extração: local onde é realizada extração de DNA; incorporação das amostras de DNA na MIX; cultura bacteriana para clonagem; elaboração da MINI-PREP.

 Sala de qPCR: leitura dos testes de PCR em tempo real e LAMP, através de um aparelho termociclador específico.

Eletroforese: local onde se realiza a amplificação do DNA da MIX de PCR para posterior leitura do gel de agarose, e conta com os principais equipamentos:

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 Cubas para eletroforese para correr o gel de agarose com os produtos da PCR.

 Transluminador para leitura do gel.

Sala de lavagem: local de lavagem e secagem de todas as vidrarias além de contar com um espaço para realização da técnica de Nested- PCR, que por ter maior potencial de contaminação pela amplificação da MIX, é feita nesse local reservado.

As principais atividades realizadas no departamento são pesquisas e experimentos direcionados ao programa de pós- graduação. O local conta com mestrandos e doutorandos que realizam principalmente pesquisas direcionadas á infecção experimental, diagnóstico molecular e diversidade genética de hemoparasitas (ex: babesia spp., trypanossoma spp.).

Na rotina laboratorial, a função dos estagiários era de acompanhar os pós-graduandos na realização de seus experimentos, auxiliando sempre que possível e também aprendendo sobre as técnicas diagnósticas desde os protocolos para realização até as leituras das mesmas.

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PARTE 2

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

DETECÇÃO MOLECULAR DE NEOSPORA CANINUM EM FETOS

BOVINOS DE FRIGORÍFICOS DE OURINHOS/SP E REGIÃO

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1 INTRODUÇÃO

A neosporose, causada pelo Neospora caninum, um protozoário parasita pertencente ao filo Apicomplexa, é considerada uma das principais causa de aborto em bovinos (DUBEY ET AL., 2007; DUBEY E SCHARES, 2011), além de trazer alterações patológicas significativas em cães, podendo causar infecção também em cavalos, cabras, ovelhas, cervos e búfalos.

Tal enfermidade foi reconhecida pela primeira vez em cães da Noruega no ano de 1984 e posteriormente foi descrita como novo gênero e espécie (DUBEY ET AL., 1988).

Diversos estudos mostraram que N. caninum tem como hospedeiro definitivo o cão doméstico (Canis lupus familiaris), o dingo australiano (Canis lupus dingo) e o coiote (Canis latrans) (MCALLISTER ET AL., 1998; GONDIM ET AL., 2004; KING ET AL., 2010).

O lobo cinzento (Canis lupus) foi recentemente classificado como também hospedeiro definitivo onde em um estudo os oocistos de N. caninum foram encontrados microscopicamente nas fezes de 3 entre os 73 lobos na região de Minnesota examinados em necropsia (DUBEY ET AL.,2011), onde a partir daí, se comprova a sua distribuição por todo o mundo e se relaciona com as grandes perdas econômicas no mercado do gado , que podem chegar a cerca de 1 bilhão de dólares por ano (REICHEL ET AL., 2013).

No rebanho bovino, o problema se torna maior pois a transmissão do parasita além de ocorrer de forma horizontal com a ingestão de oocistos esporulados em água e alimentos contaminados, pode ocorrer pela forma vertical ou transplacentária, de forma endógena ou exógena (TREES ET AL., 2005) fazendo com que o parasita se mantenha presente no rebanho por anos.

No Brasil, a detecção sorológica de anticorpos anti N. caninum tem sido descrita em diversos estados como: Bahia (GONDIM ET AL. 1999), Maranhão (TEIXEIRA ET AL. 2005), Mato Grosso do Sul (ANDREOTTI ET AL. 2004), Minas Gerais (COSTA ET AL. 2001; RAGOZO ET AL. 2003), PERNAMBUCO (SILVA ET AL. 2002), Paraná (RAGOZO ET AL. 2003; GUIMARÃES JÚNIOR ET AL. 2004; OGAWA ET AL. 2005), Rio de Janeiro (RAGOZO ET AL. 2003), Rio Grande do Sul (CORBELLINI ET AL. 2002; VOGEL ET AL. 2006), Rondônia (AGUIAR ET AL.

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20

2006), Santa Catarina (CORBELLINI ET AL. 2001) e São Paulo (STOBBE 1999; BELO ET AL. 1999; COSTA ET AL. 2001; SARTOR ET AL. 2003; RAGOZO ET AL. 2003; CASSOL ET AL. 2005), tanto em rebanhos de corte como leiteiro com uma variação sorológica de 6,27% a 67,85%, comprovados por testes como ELISA ou RIFI (CASSOL ET AL. 2005; BELO ET AL. 1999;MELO ET AL. 2001).

Frente a essas comprovações sorológicas em relação á presença do parasita em diversos rebanhos bovinos no país, se faz necessário a comprovação por meio da detecção molecular. Várias técnicas moleculares vêm sendo utilizadas para avaliar a diversidade genética de N. caninum, dentre as quais se destaca análise de sequência de microsatélites, que é a ferramenta mais utilizada para caracterização de isolados obtidos de cães e bovinos (Brom et al., 2014). Além do mais, a análise de marcadores de microsatélites permite a detecção de uma ampla diversidade intra- espécie dentro animais sadios e clinicamente infectados (Pedraza-Días et al., 2009; García-Melo et al., 2009).

Os objetivos do estudo foram avaliar a ocorrência de anticorpos anti- N. caninum em fêmeas bovinas abatidas em frigoríficos e seus respectivos fetos e avaliar o potencial de transmissão vertical pela detecção molecular do parasita nos tecidos fetais.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Taxonomia e Ciclo Biológico

O parasita é classificado como um protozoário intracelular obrigatório (DUBEY ET AL., 2007), pertencente ao filo Apicomplexa da classe Sporozoa, subclasse Coccidia, ordem Eucoccidia, subordem Eimeriina e família Sarcocystidae, igualmente aos gêneros de Toxoplasma, Sarcocystis, Hammondia e Besnoitia (DUBEY ET AL., 1988A; ELLIS ET AL., 1994).

O parasita possui ciclo biológico heteróxeno e engloba três estágios evolutivos: taquizoítos, bradizoítos e esporozoítos (MCALLISTER ET AL., 1998). O taquizoíto possuí forma ovóide, redonda ou em meia-lua medindo cerca de 3 a 5 μm , com o núcleo em posição central ou terminal caracteriza a fase aguda da infecção e responsável por invadir uma ampla gama de células como macrófagos, neutrófilos, células nervosas, hepatócitos, fibroblastos, miócitos e células endoteliais dos vasos sanguíneos e renais, ocorrem nos hospedeiros intermediários e definitivos.

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Os bradizoítos medem cerca de 1,8 μm e podem sem encontrados em grandes quantidades, envoltos por um cisto que chega a medir até 107 μm, e estão presentes principalmente em sistema nervoso central e nos tecidos musculares dos hospedeiros intermediários, fato que se refere muito a sua epidemiologia principalmente relacionando os bovinos, onde o longo período de conservação da forma infectante com o tipo de transmissão transplacentária e também pela forma de pastejo colaboram para uma maior ocorrência nessa espécie (PETERS ET AL., 2001).

Apenas os cães domésticos, o coiotes, o dingo australiano e o lobo cinza (GONDIM ET AL., 2004) são considerados os hospedeiros definitivos, pois são os únicos animais que eliminam oocistos nas fezes após uma fase de reprodução sexuada nas células intestinais, os quais possuem em média 10 a 11 μm de diâmetro.

Esses oocistos são eliminados não esporulados e no ambiente esporulam, se tornando infectante para os hospedeiros intermediários (herbívoros e onívoros), que parasitam intracelularmente e cada oocisto possuí 2 esporoocistos e cada qual com 4 esporozoítas e são encontrados principalmente em tecidos do sistema nervoso central (DUBEY ET AL., 2002).

Por ser uma espécie muito semelhante ao Toxoplasma gondii, algumas diferenças biológicas e estruturais são necessárias para a comprovação da existência do gênero deste parasita. Uma característica é a diferença espessura dos oocistos de N. caninum a qual possuí 10 μm, já os oocistos de T. gondiipossuem 4 μm de espessura (SPEER ET AL., 1999). As diferenciações para gêneros semelhantes, atualmente se dão por meio de testes sorológicos por meio da diferenciação antigênica que o parasita possui (DUBEY ET AL., 2002) e também mais especificamente através de sequenciamento genético, onde se observa a diferenciação genética principalmente entre T. gondii e N. caninum (MUGRIDGE ET AL., 2000).

2.2 Neosporose em Bovinos

2.2.1 Epidemiologia

A neosporose bovina está presente e amplamente distribuída em todos os tipos de rebanho bovino (LLANO, 2013), em que a compreensão epidemiológica

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23

sobre a mesma é de grande importância principalmente no que se refere à presença dos cães, que por ser uma das espécies consideradas como hospedeiros definitivos do parasita, acabam mostrando ser um risco em potencial para rebanhos bovinos. O fator da proximidade dos cães em propriedades rurais e vilarejos juntamente com o hábito carnívoro, consumindo carcaças deixadas ao pasto e também restos placentários (Cardoso, 2010) contribuí para que ocorram surtos de abortos em diversas propriedades (Bartels et al, 1999).

Nos últimos anos, os dados epidemiológicos relacionados à neosporose foram relatados por vários autores em diversos países como por exemplo no México por Garcia-Vazquez et al. (2008), no Uruguai por Furtado et al. (2011), nos EUA por Sanderson et al. (2000), na Itália por Magnino et al. (2000). No Brasil, os estudos relacionados à epidemiologia e prevalência do agente acontece desde 1999 por Gondim et al.(1999) e caminha ao longo dos anos com estudos mais recentes dirigidos por Melo et al.,(2006), Paz et al.(2007), Moreira et al.(2010) no estado de Goiás, até estudos mais recentes como o de Ramos et al. (2016) em Pernambuco.

No Brasil, estudos realizados em alguns estados como São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul obtiveram um total de 802 sorologias provenientes de um banco de soro e escolhidas aleatoriamente e delas se obteve uma soroprevalência de 24,6%, sendo observados maiores índices em animais maiores de 24 meses e também uma casuística maior em rebanhos leiteiros em relação aos bovinos de corte (Ragozo et al., 2003). Outros estudos também comprovam altos percentuais de soroprevalência como, por exemplo, os realizados em outras regiões por Sartor et al. (2005) na avaliação sorológica pelo do método ELISA de 408 amostras de soro de bovinos de leite provenientes do estado de São Paulo, observou-se a ocorrência de anticorpos anti-N.caninum em 145 amostras (35,5%) e Teixeira et al., 2010 em um estudo de análise de 812 amostras de soro sangüíneo de bovinos leiteiros procedentes de propriedades rurais de sete municípios das microrregiões do estado do Maranhão, havendo uma prevalência sorológica de anticorpos anti-N.caninum em 50,74% dos soros avaliados.

Ramos et al. (2016) realizaram estudos para avaliação da prevalência da transmissão transplacentária de N. caninum na região do Agreste de Pernambuco, onde foi avaliado o soro sanguíneo de vacas(113) e novilhas (45) e suas respectivas proles com os métodos RIFI e ELISA em que as taxas de transmissão avaliadas

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pela RIFI foram de 72,22% (vacas) e 69,23%, (novilhas) e pelo método ELISA, as taxas foram de 43,58% (vacas) e 50% (novilhas), mostrando assim altos índices da prevalência do agente no rebanho, prevalecendo por várias gerações.

2.2.2 Transmissão

O mecanismo de transmissão de N. caninum tem sua ocorrência de diversas formas sendo elas horizontalmente pela da ingestão de água e alimentos contaminados de oocistos esporulados que são eliminados pelos hospedeiros definitivos ou ingestão de cistos teciduais contendo bradizoítos (GONDIM ET AL., 2004).

Existe também o tipo de transmissão transplacentária ou vertical que pode ser de forma endógena onde um animal persistentemente infectado com cistos tem os mesmos ativados durante a gravidez, infectando assim o feto ou a forma exógena onde a mãe é acometida com uma infecção primária e os taquizoítos ultrapassam a barreira placentária e infecta o feto (TREES E WILLIANS, 2005).

Nos bovinos, N.caninum é um dos agentes que possui maior eficiência de transmissão principalmente via transplacentária, e em alguns rebanhos é possível observar uma progênie inteira nascida infectada em consequência da infecção das mães, juntamente com a capacidade de manutenção do parasita no rebanho onde uma só vaca pode transmitir para o feto a cada nova gestação. Björkman et al. (1996) ao analisarem todo o histórico de animais nascidos de um rebanho leiteiro na Suécia, verificaram que todos os animais nascidos infectados eram nascidos de apenas duas vacas, fato que comprova a grande capacidade de manutenção do parasita no rebanho.

Em um estudo realizado por Anderson et al. (1991), a afirmação da transmissão transplacentária se concretiza ainda mais, na qual a pesquisa constituía 25 novilhas sabidamente soropositivas porém não apresentando alterações clinicas, foram acompanhadas até o nascimento de seus bezerros, e os mesmos foram soropositivos para o agente, e sete deles foram necropsiados mostrando evidências histológicas de N. caninum.

Ainda sobre a transmissão transplacentária ou vertical, quando a fêmea for infectada já em terço final de gestação, normalmente os bezerros já nascem saudáveis, porém persistentemente infectados (DUBEY & SCHARES, 2011) e essa

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estimativa se dá pela detecção de anticorpos anti- N. caninum, pelo soro coletado dos bezerros antes do consumo do colostro (PARÉ ET AL., 1996).

Já em casos de ocorrência da infecção no terço inicial de gestação, como o feto não faz o reconhecimento dos patógenos e sua vulnerabilidade é grande e as chances de infecção são maiores, já que o mesmo também ainda não tem resposta humoral e esse período fica sendo considerado como o de maior ocorrência de abortos (BUXTON ET AL., 2002).

Segundo Quinn et al., (2002) a relação do período gestacional com a infecção também está ligado a mãe, que no início da gestação apresenta baixa produção de progesterona e por consequência baixa produção de Th2 que funcionam como um conjunto de precursores responsáveis pela imunidade humoral onde o risco de aborto é maior porém a taxa de transmissão é baixa nesse período. Já em terço final de gestação, a fêmea apresenta esses mesmos hormônios em elevadas taxas, onde o risco de aborto se torna bem menor porém a transmissão é elevada, afirmando a hipótese de transmissão congênita.

Além do período gestacional, os fatores fisiológicos e nutricionais da fêmea também são levados em conta em relação ao risco de infecção pelo parasito. Se o animal possui uma boa resposta imunológica, após a infecção a forma bradizoíta é a qual ele vai possuir e vai ocorrer a formação de cistos teciduais principalmente em tecido do sistema nervoso central, porém alguns fatores tais como: queda na imunidade, micotoxinas na alimentação, alterações hormonais na fase gestacional entre outros, podem reativar a forma taquizoíta, com sinais clínicos aparentes (GUIMARÃES JUNIOR E ROMANELLI, 2006).

Além da ocorrência do aborto, que é o que se torna o método mais comum de diagnóstico da neosporose, os bezerros nascidos também podem se apresentar assintomáticos e persistentemente infectados ou ainda apresentarem sinais clínicos, pois a presença do parasita causa lesões necróticas e morte celular devido a atividade de replicação de taquizoítos, destruindo principalmente células neurais(DUBEY; DE LAHUNTA, 1993).Os sinais mais comuns em bovinos jovens são baixo peso ao nascer, retardo no crescimento, flexão ou hiperextensão de membros, ataxia, paresia, reflexo patelar diminuído, estreitamento da coluna espinhal, hidrocefalia, assimetria ocular aparente e exoftalmia (DE MEERSCHMAN ET AL., 2005).

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3 DIAGNÓSTICO

3.1 Imunofluorescência Indireta (IFI)

A Imunoflurescência indireta foi o primeiro método sorológico utilizado para a detecção de N. caninum que se tem conhecimento (DUBEY ET AL., 1988). É uma exame sorológico que detecta anticorpos anti- N. caninum no soro obtido dos animais que são avaliados, e de uma forma sucinta, as titulações médias a elevadas fazem a fluorescência de todo o taquizoíto caracterizando a positividade. Os levantamentos sorológicos realizados no Brasil apontam ocorrências de anticorpos anti-N. caninum que variam de 7,7% (ANDREOTTI ET AL., 1999) a 87,5% (MUNHOZ ET AL., 2002), e essa grande variação ocorre devido ao tipo de amostra utilizada para o diagnóstico e também ao próprio método diagnóstico sorológico onde a sensibilidade é um fator de grande relevância.

A imunofluorescência indireta é considerada uma técnica de referência “gold standard” no que se refere a detecção de N. caninum quando comparada a outras técnicas sorológicas (ÁLVAREZ-GARCIA, 2003). Os inquéritos sorológicos no Brasil ocorrem desde 1996 quando Brautigam et al (1996) fez o primeiro relato envolvendo bovinos criados no Mato Grosso do Sul e também em São Paulo, e após isso surgiram diversos estudos como por exemplo o de Gondim e Sartor (1997) com o intuito de demonstrar a soroprevalência do agente em rebanhos com histórico de abortos, demonstrando assim, o potencial de transmissão do agente em questão.

Para a realização do diagnóstico por essa metodologia sorológica, são empregados pontos de corte para que em uma determinada titulação a amostra seja considerada positiva. Na sorologia bovina, empregam-se diferentes pontos de corte em função da idade. Na sorologia fetal ,por exemplo, essa referência varia de 1:50 até 1:80, e em bovinos adultos pode variar entre 1:200 e 1:640 (SILVA, 2004) e já no caso de animais infectados cronicamente a referência de 1:50 já é um ponto de corte considerável (ALVAREZ-GARCÍA, 2003). Outro ponto a ser considerado são os resultados com baixas titulações e os que apresentarem uma falta de fluorescência ou que a mesma esteja em algum ponto específico do taquizoíto, o que pode sugerir uma reação cruzada por coincidir com o mesmo plexo apical de

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outros coccídeos como os de Toxoplasma gondii ou Eimeria spp, por exemplo (ATKINSON ET AL. 2000).

3.2 Reação em Cadeia Polimerase (PCR)

A PCR é uma ferramenta considerada referência na biologia molecular e tem sido utilizada como método diagnóstico para tal agente (PITEL ET AL., 2001). A importância de mais um método diagnóstico para o parasita em questão, em que as dificuldades surgem principalmente no diagnóstico clínico, é de auxiliar na detecção do mesmo coadjuvante a exames sorológicos e histopatológicos na intenção de aumentar a probabilidade diagnóstica da doença.

As técnicas de PCR utilizadas para a detecção de N. caninum são voltadas para detectar uma sequência genética de uma região específica nomeada ITS-1 do DNA ribossômico, normalmente modificada para a técnica nested na qual a intenção primordial é aumentar a sensibilidade e a especificidade do teste (COLLANTES-FERNÁNDEZ ET AL., 2002) e é uma técnica vantajosa, visto que com pequenas quantidades de DNA, é possível obter o produto da PCR de forma eficiente.

A utilização da PCR também se torna uma importante técnica coadjuvante quando usada para demonstrar a relação entre as mães positivas na sorologia e a positividade dos fetos na PCR, que tem sua correlação sempre comprovada em diversos estudos (PITEL ET AL., 2001) , além também de ser uma técnica indispensável para diagnósticos diferenciais principalmente para Sarcocystis spp. e de Toxoplasma gondii.

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4 MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 Colheita das amostras

Foram coletadas de forma aleatória 70 (setenta) amostras dos fetos em um frigorífico com inspeção estadual localizado no município de Santa Cruz do Rio Pardo/SP, a 30 (trinta) km da cidade de Ourinhos/SP no período de 05/10/2016 a 28/03/2017. Dos fetos coletados, 22 eram fêmeas, 38 machos e 10 sem sexo definido pelo pouco tempo de período gestacional.

Foi realizado o acompanhamento de toda a linha de abate no interior do frigorífico. As fêmeas que estavam prenhes, o feto era coletado inteiro, embalado em saco plástico, identificado e acondicionado em isopor para transporte ate o laboratório.

Em seguida, foi realizada a coleta de sangue da fêmea prenhe pelo plexo sanguíneo dos membros anteriores. A amostra foi coletada em um tubo falcon de 15ml, identificada e acondicionada em isopor para transporte até o laboratório para processamento.

4.2 Colheita de sangue e de órgãos

No laboratório de anatomia patológica veterinária das Faculdades Integradas de Ourinhos, após a necropsia dos fetos, foi realizada a coleta do sangue por meio da punção cardíaca e a coleta dos órgãos (cérebro e coração) para realização da técnica molecular. A coleta do tecido cardíaco, além do cérebro, foi realizada, pois em estudo conduzido por Brom et al. (2014), N. caninum também foi detectado em coração de fetos de frigorífico.

As amostras de sangue, tanto do feto quanto da vaca, foram centrifugadas à 5000xg por 10 minutos para obtenção do soro, que foi aliquotado em microtubos e armazenados a -20°C até a realização dos exames laboratoriais. Já para as amostras de tecidos, uma alíquota foi armazenada a -20°C e o restante foi separado para realização da digestão enzimática para concentração do material.

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4.3. Digestão enzimática

Foi realizada a digestão enzimática de 140 (cento e quarenta) amostras dos 70 fetos coletados, sendo que de cada feto foi feita a digestão de tecido cerebral e cardíaco.

Foi realizado a pesagem de cada órgão e adicionado solução de tripsina 0,5% e igual volume de solução de NaCl 0,85%, conforme metodologia descrita por Dubey et al. (2014). Como cada feto varia de idade e tamanho, a quantidade de material utilizado variou para cada amostra, sendo utilizadas amostras desde 5g até 50g.

As amostras foram trituradas com o auxílio de um mixer (utilizando ponteiras estéreis individuais para cada amostra) e incubadas a 37°C por 1 hora. Em seguida, as amostra foram filtradas em gaze e transferidas para tubos tipo Falcon de 50ml. As amostras foram centrifugadas a 1400xg por 10 min, sendo o sobrenadante descartado e o pellet resuspenso com NaCl a 0,85%, repetindo-se o procedimento mais duas vezes. Por fim, foi adicionado 1ml de solução de NaCl 0,85% para resuspender o pellet, sendo o material resultante armazenado em um microtubo de 1,5 ml para posterior realização da extração de DNA.

4.4 Exame sorológico

As amostras de soro das fêmeas e seus respectivos fetos foram submetidas ao exame sorológico de imunofluorescência indireta (RIFI) para a detecção de anticorpos anti- N. caninum, conforme metodologia descrita por Conrad et al. (1993). As lâminas utilizadas para a RIFI foram produzidas pelo Laboratório de Protozoologia Veterinária da Universidade Estadual de Londrina. Resumidamente, 10 microlitros de uma suspensão de 107 taquizoítos fixados em formalina 10% foi depositada em cada pocinho da lâmina, sendo posteriormente secas, embaladas e armazenadas à -20°C até a realização dos exames.

Inicialmente, as amostras de soro foram diluídas 1:25 em solução tampão PBS e 10 microlitros foram adicionados em cada pocinho da lâmina. Em seguida, as lâminas foram incubadas por 30 minutos a 37°C em uma câmara úmida.

Posteriormente, foram lavadas três vezes com PBS durante cinco minutos. Depois de secas, foi adicionado 10 microlitros do conjugado anti-bovino (Sigma-Aldrich®, EUA) diluído 1:2000 em tampão PBS . As lâminas foram então incubadas em à 37°C

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em câmara úmida por meia hora. Novamente as lâminas foram lavadas três vezes com PBS e secas à temperatura ambiente e montadas com glicerina tamponada e lamínula.

Foi realizada a leitura em microscópio de epifluorescência (Nikon, JAP). Em todas as lâminas examinadas foram adicionados controles positivos e negativos. Somente foram consideradas positivas as amostras que apresentaram fluorescência completa na superfície do parasita. Amostras com títulos de ≥ 50 e ≥100 para fetos e vacas respectivamente foram consideradas positivas.

4.5 Extração de DNA

A realização da extração de DNA das amostras, de cérebro e coração, foi realizada a conforme metodologia descrita (GARCIA ET AL., 2006).Foi adicionado em um microtubo de 1,5 ml, 300μl da amostra, 15μl de proteinase K e 30μl de SDS, sendo incubado à 37°C por 1 hora.

Em seguida, foi adicionado 300μl de fenol, e centrifugado a 13.000xg por 5 minutos. Após a centrifugação, o sobrenadante foi transferido para outro microtubo, sendo então adicionado 300μl de fenol: clorofórmio: álcool isoamílico (24:25:1) e centrifugado novamente à 13.000xg por 5 minutos. Em seguida, 250μl do sobrenadante foi transferido para outro microtubeppendorf, juntamente com 62μl de acetato de amônia e 780μl de etanol 100% e incubado à 4°C por 1 hora.

Após esse período, o material foi centrifugado a 13.000xg por 15 minutos, e o sobrenadante descartado, sendo adicionado 1ml de álcool 70% ao pellet. O material foi novamente centrifugado a 13.000xg por 15 minutos, o sobrenadante descartado e o pellet seco à temperatura ambiente. Por fim, foi adicionado 50μl de tampão Tris EDTA (sendo a amostra identificada e armazenada à -20C até a realização da PCR).

4.6 PCR (Reação em Cadeia Polimerase)

A técnica utilizada para a PCR foi nested-PCR da região ITS1 de N. caninum, conforme metodologia descrita por Buxton et al. (1998). Para a primeira reação, foi utilizado 12,5μL de MasterMix (NeoBio) 0,10μL de primers NN1 (2μM) e 0,10μL de NN2 (2μM) 2μL do DNA da amostra e água ultrapura estéril (DNase/RNase-Free, Invitrogen), totalizando 25 μL de reação. A segunda reação foi realizada da mesma

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forma como descrita anteriormente, porém foram empregados primers NP1 NP2 e 2 μl do produto da primeira reação, totalizando também 25 μL. Ambas as reações foram preparadas em capela de fluxo, sendo cada reação realizada em microtubos de 200μL. Controle positivo, composto de DNA de taquizoítos da cepa Nc-1 obtidos de cultivo celular, e controle negativo, água estéril ultrapura, foram utilizados em todas as reações.

Tabela 1. Primers utilizados nas reações de PCR.

1º Reação NN1 - 5´TCA-ACC-TTT-GAA-TCC-CAA3´ NN2 - 5´CGA-GCC-AAG-ACA-TCC-ATT3´ 2º Reação NP1- 5´TAC-TAC-TCC-CTG-TGA-GTT-G3´ NP2 - 5´TCT-CTT-CCC-TCA-AAC-GCT3´

As condições utilizadas no termociclador para que ocorresse a amplificação do DNA para posterior leitura foram as seguintes:1 ciclo de 94ºC por 5 minutos e em sequência 25 ciclos de 94ºC por 1 minuto, 25 ciclos de 48ºC por 1 minuto, 25 ciclos de 72ºC por 1 minuto, 25 ciclos de 72ºC por 5 minutos, finalizando com a refrigeração a 4ºC.

Os produtos obtidos foram submetidos à eletroforese em gel de agarose a 2%. Padrão molecular de 100 pares de bases DNA (LowRanger 100pb DNA ladder, NeoBio, BRA) e controle positivo e negativo foram incluídos em todos os géis. Em seguida, foi realizada a leitura por meio de um transiluminador e fotodocumentador (MiniBis Pro, DNR, ISR).

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5 RESULTADOS

5.1 Pesquisa de DNA de Neospora caninum em Fetos Bovinos

A reação de PCR proveniente do material de digestão enzimática do coração foi a com maior número de amostras detectadas positivas (33), seguida do cérebro íntegro (24), coração íntegro (15) e digestão enzimática do cérebro (11) (Tabela 1). Comparando os testes, 26 amostras foram positivas somente em uma reação, 16 em duas, 7 em três e somente uma amostra foi positiva nas quatros reações de PCR.

Tabela 2. Frequência de DNA de N. caninum em tecidos de cérebro e coração íntegros e digeridos dos 70 fetos obtidos no frigorífico.

Amostra Resultado Positivo (%) Negativo (%) Cérebro Íntegro 24 (34,3) 46 (65,7) Digerido 11 (15,7) 59 (84,3) Coração Íntegro 15 (21,4) 55 (78,6) Digerido 33 (47,1) 37 (52,9) 5.2 Sorologia

No exame sorológico das vacas, nove amostras foram consideradas positivas (12,85%), com títulos variando de 100 (2/9), 200 (3/9), 400 (3/9) e 800 (1/9). Já com relação às amostras dos fetos, somente duas foram positivas (2.85%), com uma com título de 100 e outra de 200. (Tabela 2). O feto com título de anticorpos de 100 era proveniente de uma fêmea soropositiva (título 400), enquanto o outro animal era proveniente de uma fêmea soronegativa.

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Tabela 3. Ocorrência de anticorpos contra N. caninum em vacas e os respectivos fetos abatidos em frigorífico na região de Ourinhos- SP de acordo com os títulos de anticorpos.

Título Animais Vacas (%) Fetos (%) < 100 61 (87,1) 68 (97,2) 100 2 (2,9) 1 (1,4) 200 3 (4,3) 1 (1,4) 400 3 (4,3) 0 800 1 (1,4) 0

Tabela 4. Comparação entre a frequência sorológica das fêmeas positivas e dos fetos positivos e frequência da detecção molecular dos fetos positivos nos tecidos íntegros e digeridos de coração e cérebro.

SOROLOGIA PCR

NÚMERO

AMOSTRA VACA FETO TECIDO ÍNTEGRO TECIDO DIGERIDO

CÉREBRO CORAÇÃO CÉREBRO CORAÇÃO

12 1/200 - + + + + 15 1/400 - + - + + 19 1/100 - - - - + 26 1/200 - - - - - 29 1/200 - + - - - 30 1/800 - - - + 41 1/100 - - - - + 42 1/400 - - - - - 52 - 1/200 + - - - 65 1/400 1/100 + + - -

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6 DISCUSSÃO

A neosporose bovina tem sua epidemiologia relacionada principalmente á abortos e a partir de um estudo realizado por Arnold, (2013) sobre a investigação de um surto de abortos por N.caninum em bovinos de corte mantidos em pastagem de uma propriedade em Upper Southern, EUA o autor comprovou em sua pesquisa a causa exógena e epidêmica de aborto, uma vez que o ponto de infeção era uma lagoa e os cochos de sal utilizados. Vale ressaltar que a fazenda era intermitentemente visitada por coiotes e também cães e propriedades vizinhas, onde o acometimento das fêmeas prenhes em fase gestacional crítica (inicial) acabou levando aos surtos de aborto na propriedade.

Frente a isso é possível relacionar a presença de cães e coiotes na propriedade como também maior potencial de ocorrência de epidemias de N. caninum, em que a junção da ingestão de oocistos pelos bovinos, concomitante com a fase gestacional gera esse tipo de surto epidêmico (TREES ET AL, 2002).

Por outro lado, em um estudo conduzido por McAllister, (2016) com a realização de infecções experimentais foi possível observar a presença de alterações principalmente a partir do segundo trimestre de gestação, observando a presença de animais com infeção placentária e abortos, e também no último terço gestacional que mesmo com baixa carga parasitária, os bezerros nasceram congenitamente infectados e saudáveis, o que ocorre de grosso modo na maioria dos rebanhos infectados.

Tal estudo elucida o fato de que apesar do período gestacional inicial ter consequências mais graves da infecção e maior probabilidade da existência de surtos a sua ocorrência é menor, e que a forma endêmica da doença é ainda a que mais acomete os rebanhos bovinos e é caracterizada pela presença do parasita em sucessivas gerações de linhagens maternas responsáveis pela manutenção do mesmo nos rebanhos.

Com relação ao diagnóstico molecular do parasita em questão, segundo um estudo conduzido por Brom et al. (2014) para caracterização de cepas de N. caninum, o tecido cerebral foi o que se obteve um maior índice de amplificação para microssatélites na região ITS-1, a mesma utilizada para a técnica de realização da

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PCR no presente estudo onde além do tecido cerebral, também se obteve resultados altos em tecido cardíaco.

A grande porcentagem de amostras positivas demonstrada na técnica de PCR (71,42% ) se dá pelo alto grau de sensibilidade diagnóstica do exame, que supera até mesmo a imunohistoquímica (SANTOS ET AL, 2011), e que também mostrou uma maior positividade quando comparada com os resultados sorológicos (97,2% de amostras negativas).

A ausência de estudos similares na região limita a realização de uma comparação na ocorrência do parasita, porém mostra a importância do estudo sobre o mesmo.

O resultado das amostras no teste molecular se comparado com estudos realizados como, por exemplo, por Patricio, (2008) que analisando 253 amostras de encéfalos bovinos (adultos e fetos) resultou em uma prevalência de 11,07% (28 amostras positivas) pode se observar que houve uma prevalência menor do que a apresentada neste estudo.

Um estudo realizado por Corbelinni et al., (2002) que teve os tecidos fetais enviados para a Faculdade de Veterinária da UFRGS a fim de pesquisar o parasita em questão, obteve um total de 47,8% das amostras positivas, sendo condizente com os resultados do presente estudo.

Os baixos resultados sorológicos podem estar relacionados principalmente com a aptidão, onde animais de leite possuem uma maior frequência de ocorrência se comparado aos animais de corte que são o alvo da pesquisa. O gado leiteiro tem uma maior frequência de animais prenhes no rebanho, fator que aumenta a probabilidade da transmissão vertical (ÁLVAREZ-GARCIA, 2003).

Ainda com relação à aptidão, um estudo realizado por Sartor et al, (2005), utilizando 777 amostras de sangue de fêmeas bovinas de corte que estavam gestantes ou já estiveram em algum período de sua vida para avaliação sorológica da presença de anticorpos anti- N.caninum, obtendo um percentual de 15,57% (121 animais).

Em relação aos animais adultos, que são as fêmeas, os resultados obtidos de 12,85% são números relativamente baixos, porém se levar em conta o fato de que os estudos envolvendo rebanhos de corte são bem menores e sua prevalência também é menor, a taxa se torna considerável.

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Um estudo conduzido por Melo et al, 2006 na avaliação da prevalência sorológica em bovinos de corte, observou-se uma prevalência de 29,6% e de 30,4% em bovinos leiteiros, que mostra a diferença da prevalência nos rebanhos e também acaba ressaltando a importância do direcionamento de estudos em bovinos de corte, uma vez que muitos animais de rebanho leiteiro que vão para descarte, seja por problemas reprodutivos ou outros, acabam também sendo abatidos podendo aumentar os níveis de incidência (Waldner et al., 1998).

No que se diz respeito à sorologia fetal, segundo relato de Álvarez-Garcia et al,(2003) apesar de ser possível realizá-la, a sensibilidade é baixa utilizando tanto a RIFI ou ELISA como método sorológico pois a imunocompetência fetal ainda é baixa e, principalmente em fetos jovens, além do fator post morten que pode levar a a degradação da maior parte das imunoglobulinas fetais, obtendo um resultado sorológico negativo porém não excluindo a infecção do feto. Essa teoria pode ser aplicada no estudo que, apesar dos baixos índices sorológicos principalmente fetais, os valores obtidos pela da detecção molecular em seus tecidos foram consideravelmente altos, comprovando tal teoria.

Um estudo realizado por Ragozzo et al, (2003), para detecção sorológica do parasita que abrangia 6 estados brasileiros (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul) a fim de verificar a presença do mesmo e sua disseminação por quase todo o rebanho brasileiro, teve um total de 802 exames sorológicos realizados sendo que 189 animais foram positivos (23,6%) para a ocorrência de anticorpos anti- N.caninum em algum período de sua vida. Além disso, todos os estados tiveram um número considerável de animais positivos, enfatizando a importância da pesquisa do mesmo nos rebanhos brasileiros.

Frente à confirmação dos altos índices da infecção transplacentária por N. caninum relatados no presente trabalho, dados sobre a eficiência do controle de N.caninum apresentados por McAlistter (2016) mostram-se muito complicados em sua execução, principalmente quando se refere a animais de corte de manejo extensivo, em que as pastagens utilizadas podem estar contaminadas não podendo ser possível reverter os altos níveis de infecção no local, e também enfatiza a importância de bloqueios nas pastagens como cercas e outros a fim de evitar a entrada de cães, os quais são os principais responsáveis pela disseminação do parasita e também proteção da água que é consumida pelos animais.

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Ainda com relação às medidas de prevenção, um estudo conduzido por Hasegawa et al. (2004), foi comprovado que em manejo de bovinos de corte, uma densidade menor de animais por hectare reduz significativamente as chances de transmissão horizontal e posterior manutenção vertical do rebanho, se comparado com ambientes superlotados. Os dados comparativos são de sete propriedades que faziam parte do experimento, e em uma propriedade em que o manejo era de 01 (um) animal por hectare os índices de ocorrência foram de 5,49% e em reflexo disso as outras 06 (seis) propriedades que haviam uma densidade de 05 (cinco) animais por hectare variaram de 11,88% a 24,61%, comprovando a relação da ocorrência com a alta densidade populacional, a qual é a forma mais comum do manejo de rebanhos extensivos no país.

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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Comprova-se a presença de N. caninum nos rebanhos da região de Ourinhos–SP onde a infecção transplacentária é mostrada com os altos índices de positividade na PCR dos tecidos fetais.

Não houve correlação entre a sorologia da mãe e os fetos que tiveram a detecção do parasita em seus tecidos.

Desse modo é possível observar que a técnica sorológica utilizada para detecção nas fêmeas através do método RIFI, não é fidedigna quando se deseja conhecer o número de fetos que poderão nascer infectados em uma determinada propriedade, já que os resultados moleculares superam os resultados da sorologia.

Além disso, foi possível comprovar que a sorologia fetal também não foi fidedigna se comparada aos resultados moleculares, levando a conclusão de que o diagnóstico sorológico fetal não é a ferramenta de escolha para levantamentos epidemiológicos da prevalência ou incidência da doença.

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