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LAILA NEVES SANTOS SILVA TÉCNICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES NO CONTROLE DA ANSIEDADE NA CLÍNICA ODONTOLÓGICA: REVISÃO DE LITERATURA

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Lauro de Freitas 2017

LAILA NEVES SANTOS SILVA

TÉCNICAS INTEGRATIVAS E

COMPLEMENTARES NO CONTROLE DA

ANSIEDADE NA CLÍNICA ODONTOLÓGICA:

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LAILA NEVES SANTOS SILVA

TÉCNICAS INTEGRATIVAS E

COMPLEMENTARES NO CONTROLE DA

ANSIEDADE NA CLÍNICA ODONTOLÓGICA:

REVISÃO DE LITERATURA

Trabalho de conclusão de curso apresentado à UNIME campus Lauro de Freitas como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Odontologia.

Orientadora: Profª. Drª. Sandra Ma Ferrar Mello.

Lauro de Freitas 2017

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LAILA NEVES SANTOS SILVA

TÉCNICAS INTEGRATIVAS E

COMPLEMENTARES NO CONTROLE DA

ANSIEDADE NA CLÍNICA ODONTOLÓGICA:

REVISÃO DE LITERATURA

Trabalho de conclusão de curso apresentado à UNIME campus Lauro de Freitas como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Odontologia.

BANCA EXAMINADORA

Profª. Drª. Sandra Ma Ferrar Mello.

Profª. Ms. Patrícia Mascarenhas Alves

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DEDICATÓRIA

Aos meus pais, avós e tios, símbolos vivos da continuidade saudável da família, ao meu amigo e companheiro e a outros tantos amigos e entes queridos que souberam entender as minhas ausências durante o período empreendido na construção dos meus conhecimentos.

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AGRADECIMENTOS

A ilustre Profa. Sandra Ma Ferraz Mello pela oportunidade, atenção, dedicação e orientação no desenvolvimento desta e de outras atividades acadêmicas desenvolvidas no decurso de minha formação. Certa de que, as experiências adquiridas me acompanharão em toda a minha vida, tanto pessoal quanto profissional, agradeço.

Minha gratidão aos Mestres, eles que repartiram comigo os seus conhecimentos e experiências, colocando em minhas mãos as ferramentas com as quais abrirei novos horizontes rumo à satisfação plena de meus ideais.

Aos Colegas agradeço deixando a seguinte mensagem:

“Quando amamos e acreditamos do fundo de nossa alma em algo, nos sentimos mais fortes que o mundo, somos tomados de uma serenidade que vem da certeza de que nada poderá vencer nossa fé. Esta força faz com que sempre tomemos as decisões certas, nas horas certas, e quando atingimos o nosso objetivo, ficamos surpresos com nossa própria capacidade.”

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Não, não pares. É graça divina começar bem; é graça maior, persistir na caminhada certa; manter o ritmo. Mas a graça maior das graças, é não desistir; podendo ou não podendo, caindo, embora aos pedaços, chegar ao fim.

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RESUMO

As práticas integrativas e complementares são compreendidas como sistemas médicos complexos e recursos terapêuticos de visão ampliada no processo saúde-doença, centrando-se na saúde do indivíduo, estimulando o autocuidado, e mecanismos naturais de prevenção de agravos e recuperação da saúde, já a ansiedade até certo nível é considerada normal, sendo uma reação natural a um estímulo. Procedimentos dentários podem por si só produzir ansiedade, excitação e medo e uma simples visita ao cirurgião-dentista, muitas vezes, gera um estado de ansiedade, podendo constituir em uma barreira importante na manutenção da saúde. Este trabalho tem como objetivo identificar a importância da aplicação das Práticas Integrativas Complementares no controle da ansiedade dos pacientes submetidos ao tratamento odontológico. O que justifica a importância de minimizar seus anseios e sanar seus medos proporcionando assim uma assistência de qualidade ao seu paciente, em um ambiente de trabalho tranquilo e agradável. Para subsidiar a construção e estruturação deste trabalho foram selecionados como base 22 artigos, porém utilizados 13 artigos, publicados entre 2006/2014. As pesquisas foram realizadas a partir de revisão bibliográfica e através de consultas eletrônicas nas bases de dados do Scielo/Lilacs e Medline a artigos, revistas e periódicos. A redução da ansiedade é essencial para o tratamento e motivação do paciente ao retorno periódico desmistificando o estigma do consultório odontológico.

DESCRITORES: Terapias Complementares, Ansiedade ao tratamento odontológico, Humanização da assistência.

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ABSTRACT

Integrative and complementary practices are understood as complex medical systems and therapeutic resources of a broader vision in the health-disease process, focusing on the health of the individual, stimulating self-care, and natural mechanisms of prevention of diseases and recovery of health, as well as anxiety up to a certain level is considered normal, being a natural reaction to a stimulus. Dental procedures can by themselves produce anxiety, excitement and fear, and a simple visit to the dentist often creates a state of anxiety and can be a major barrier to maintaining health. This work aims to identify the importance of the application of Complementary Integrative Practices in the control of anxiety in patients submitted to dental treatment. This justifies the importance of minimizing your yearnings and healing your fears, thus providing quality care to your patient in a quiet and pleasant work environment. In order to subsidize the construction and structuring of this work, 22 articles were selected as basis, but 13 articles were used, published between 2006/2014. The researches were carried out from a bibliographical review and through electronic consultations in the databases of Scielo / Lilacs and Medline to articles, magazines and periodicals. The reduction of anxiety is essential for the treatment and motivation of the patient to the periodic return demystifying the stigma of the dental office.

DESCRIPTORS: Complementary Therapies, Anxiety to dental treatment, Humanization of care.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 9

2 PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES NA ODONTOLOGIA...12

2.1 ACUPUNTURA...13 2.2 HOMEOPATIA...14 2.3 FITOTERAPIA...15 2.4 HIPNOSE ...15 2.5 LASERTERAPIA...16 3 ASPECTO DE ANSIEDADE...17 4 ANSIEDADE ODONTOLÓGICA...22 5 CONSIRAÇES FINAIS ...27 REFERÊNCIAS………...………..………28

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1 INTRODUÇÃO

As Práticas Integrativas e Complementares à Saúde Bucal têm como objetivo manter ou melhorar a saúde do indivíduo, podendo ser aplicadas na prevenção, no tratamento ou na cura do paciente. Em 2008, o Conselho Federal de Odontologia (CFO) reconheceu e regulamentou o uso, pelo cirurgião-dentista, das seguintes Práticas Integrativas e Complementares à Saúde Bucal: Acupuntura, Fitoterapia, Florais, Hipnose, Homeopatia e Laserterapia. Um dos obstáculos para que suas aplicações tornem-se usuais, na Odontologia, é a falta de informações e conhecimentos dessas terapêuticas por parte dos pacientes e profissionais da área, relacionando esses recursos com religião ou misticismo, desconhecendo os fundamentos científicos e filosóficos. Entretanto, medicamentos têm sido utilizados de forma indiscriminada pela população e a ocorrência de doenças de origem psicológica associadas ao estresse da vida moderna tem aumentado, fazendo-se necessário o uso de alternativas no tratamento odontológico e no controle da ansiedade. Essas terapias não substituem os tratamentos tradicionais, mas tem grande eficácia como recurso complementar do arsenal terapêutico disponível, para a solução dos problemas durante os tratamentos odontológicos. As Práticas Integrativas mais empregadas na Odontologia são: a terapêutica homeopática – muito útil no manuseio de certas lesões bucais, nos cuidados pré e pós-operatório e auxiliar no controle da ansiedade e das fobias; a acupuntura – mais utilizada no controle da dor, na melhora do sistema imunológico, na redução da ansiedade e do uso de analgésicos e anti-inflamatórios, além de auxiliar na reparação tecidual, no tratamento dos casos de bruxismo e náusea; a hipnose – com eficácia comprovada na terapia de pacientes com distúrbios de ansiedade, fobias, síndromes pós-traumáticas, analgesia e auxiliar no preparo para cirurgias odontológicas; a laserterapia – indicada no tratamento de lesões de mucosa, alívio da dor e biomodulação, em pacientes oncológicos e imunodeprimidos; a terapêutica floral - aplicada na redução da dor e da irritabilidade, controla a ansiedade e o estresse, reduz a rigidez facial e a tensão do maxilar e auxilia no abandono de hábitos como

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chupar dedos e chupetas, entre outros. Todas essas Práticas podem ser empregadas em todos os procedimentos clínicos ou cirúrgicos, visando sempre o conforto e a cura integral do paciente. Para um grande número de pessoas o simples fato de visitar o cirurgião-dentista pode gerar uma grande ansiedade, uma vez que não gostam, nem ficam tranquilos ou confortáveis, adiando ou evitando o tratamento odontológico, trazendo consequências importantes na manutenção da saúde bucal. A utilização das Práticas Integrativas Complementares, que recentemente foram reconhecidas pelo Conselho Federal de Odontologia, pode ser um recurso terapêutico complementar importante para auxiliar nas técnicas tradicionais odontológicas, buscando estimular os mecanismos naturais de prevenção de agravos e promoção da saúde por meio de tecnologias eficazes e seguras, para o desenvolvimento do vínculo terapêutico promovendo a integração do paciente ao meio ambiente e como o cirurgião-dentista é um profissional que desempenha funções assistenciais e lida com o ser humano, como um todo o que justifica a importancia de minimizar seus anseios e sanar seus medos proporcionando assim uma assistência de qualidade ao seu paciente. Sendo assim, torna-se oportuno este estudo sobre o uso das Práticas Integrativas Complementares nas clinicas odontologicas no controle da ansiedade, por ser um assunto relevante, é indispensável o estudo, o conhecimento e o seu entendimento pelo profissionais, no entanto são raros os trabalhos publicados, sendo necessários novos estudos para fornecer informações e atualizações importantes aos cirurgiões-dentistas e a população academica sobre o tema, e assim, diminuir o impacto dessa emoção e conquistar a confiança do paciente e desta forma realizar o tratamento odontológico em um ambiente de trabalho tranquilo e agradável.

Como o cirurgião-dentista é um profissional que desempenha funções assistenciais e lida com o ser humano de modo integral, justifica a importancia de minimizar os sentimentos, anseios e sanar medos proporcionando assim uma assistência com segurança e de qualidade para o seu paciente. Sendo assim, torna-se oportuno e útil este estudo sobre o uso das Práticas Integrativas Complementares nas clinicas odontologicas no controle da ansiedade, por ser um assunto relevante, e o seu conhecimento pelo profissionais é indispensável além de serem escassos os trabalhos publicados na área tornando necessários novos estudos para fornecer informações e atualizações importantes aos cirurgiões-dentistas e a população academica sobre o tema, diminuindo o impacto dessas emoções, além de adquirir a

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confiança do paciente e, desta forma, realizar o tratamento odontológico em um ambiente de trabalho seguro tranquilo e agradável.

O presente estudo tem como situação problema conhecer quais as Práticas Integrativas Complementares podem ser utilizadas no consultório odontológico para minimizar a ansiedade do paciente durante o seu tratamento?

Tendo como Objetivo Geral identificar a importância da aplicação das Práticas Integrativas Complementares no controle da ansiedade dos pacientes submetidos ao tratamento odontológico e como Objetivos Específicos:

10) Descrever as Práticas Integrativas relacionadas ao controle da ansiedade; 20) Atualizar conhecimentos sobre o controle da ansiedade dos pacientes durante o atendimento odontológico; e

30) Apresentar os benefícios promovidos pelo uso das Práticas Integrativas Complementares em pacientes ansiosos nas clínicas odontológicas.

Para subsidiar a construção e estruturação deste trabalho monográfico foram selecionados como base 22 artigos, porém foram utilizados 13 artigos, publicados entre 2006/2014 todos referendados na bibliografia apresentada. As pesquisas foram realizadas a partir de revisão bibliográfica na biblioteca da Faculdade UNIME – União Metropolitana de Educação e Cultura (Instituto de Odontologia) e através de consultas eletrônicas nas bases de dados do Scielo/Lilacs e Medline a artigos, revistas e periódicos. As palavras-chaves utilizadas foram: “Terapias Complementares, Ansiedade ao tratamento odontológico, Humanização da assistência”. Como critério de inclusão foi utilizado temas que apresentaram o uso e os benefícios das Práticas Integrativas e Complementares no controle da ansiedade nas clínicas odontológicas durante o tratamento. Em todo o acervo literário usado para corroborar na estruturação do corpo deste trabalho, foi possível observar e identificar as principais Práticas Integrativas e Complementares mais empregadas pelos cirurgiões- dentistas nas clínicas odontológicas.

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2 PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES NA ODONTOLOGIA

São compreendidos como sistemas médicos complexos e recursos terapêuticos de visão ampliada no processo saúde-doença, centrando-se na saúde do indivíduo, estimulando o autocuidado, e mecanismos naturais de prevenção de agravos e recuperação da saúde (BRASIL, 2006).

Já para os autores Santos e Tesser (2012) as Práticas Integrativas e Complementares vem como um recurso terapêutico simples que acentua a autonomia do paciente.

Tem sido considerável o interesse pelo emprego e desenvolvimento das terapias alternativas/complementares, por serem eficazes e sem efeitos colaterais prejudiciais ao organismo. Por tanto o Ministério da Saúde em 2006 aprovou a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no Sistema Único de Saúde – SUS no atendimento continuado, humanizado e integral do indivíduo em toda a sua perspectiva (BRASIL, 2006).

O estabelecimento da PNPIC no Brasil, mesmo recente, já permite reconhecer alguns avanços, entre eles, a realização de atividades de formação profissional, a ampliação do acesso a medicamentos homeopáticos e fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira na atenção básica, assegurado formalmente pela Portaria GM 3237/07, além do financiamento de projetos de pesquisa em acupuntura, homeopatia, plantas medicinais e fitoterápicos (1º RELATÓRIO INTERNACIONAL DE PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES EM SAÚDE – PNPIC, 2008, p.24).

Na maioria dos casos a boca é um dos primeiros locais onde se manifestam problemas de ordem emocional. Perdas afetivas, econômicas, fadiga, esgotamento, cansaço por situações não prazerosas que se repetem e a baixa estima, podem ocasionar o aparecimento de vários sintomas psicossomáticos, que podem se manifestar através de cáries repentinas, sangramento gengival, podendo levar à mobilidade dental, além de disfunções como apertamento, bruxismo e neuralgias faciais (ELEUTÉRIO; OLIVEIRA; JÚNIOR, 2011).

Em 2008 as práticas integrativas e complementares à saúde bucal pelo cirurgião-dentista foram regulamentadas, pela resolução 82/2008, do Conselho Federal de Odontologia, e consiste em: Acupuntura, Fitoterapia, Florais, Hipnose, Homeopatia e Laserterapia. (CFO, 2008).

Porém ainda encontra-se desafios como a qualificação profissional, já que no currículo de formação dos profissionais da área de saúde ainda não inclui as

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Práticas Integrativas e Complementares e por ser um recurso terapêutico que complementa e auxilia as práticas tradicionais da Odontologia no SUS, faz-se importante o conhecimento dos cirurgiões-dentistas sobre o tema.

2.1 ACUPUNTURA

A acupuntura é um método terapêutico originário da China há mais de 4.000 anos, que consiste na estimulação de pontos específicos localizados em toda a superfície corporal, a fim de alcançar o equilíbrio energético entre energias positivas e negativas que juntamente com os avanços tecnológicos, é uma terapia que continua em evolução (KRUG, 2014).

Emprega uma linguagem que retrata simbolicamente as leis da natureza e que valoriza a inter-relação harmônica entre as partes visando à integridade. Como fundamento aponta a teoria do Ying-Yang e a dos cinco elementos (madeira, fogo, terra, metal, água) utilizando como elementos a anamnese, palpação do pulso, observação da face e língua em suas várias modalidades de tratamento (SCHVEITZER; ESPER; SILVA, 2012).

Para os autores Schveitzer; Esper; Silva (2012), compreende um conjunto de procedimentos que permitem o estímulo preciso de locais anatômicos definidos por meio da inserção de agulhas filiformes metálicas para promoção, manutenção e recuperação da saúde, estimulando a liberação de mediadores químicos com ação analgésica, relaxante e anti-inflamatória, bem como para prevenção de agravos e doenças.

Na Odontologia pode ter diversas aplicações, entre elas a analgesia (levando a diminuição da utilização de medicamentos), a indução de anestesia, o tratamento de pacientes com bruxismo e até mesmo o auxílio de diagnóstico, destacando a grande valia do emprego da acupuntura nos tratamentos da dor facial crônica e miofascial (KRUG, 2014).

Vários estudos segundo Krug (2014), mostraram resultados positivos com a utilização da acupuntura no manejo da dor em pacientes com DTM propiciando o relaxamento muscular, reduzindo intensidade da dor orofacial e do tinido.

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2.2 HOMEOPATIA

O Programa Nacional Práticas Integrativas e Complementares define a homeopatia como “sistema médico complexo de caráter holístico, baseado no princípio vitalista e no uso da lei dos semelhantes”, tratando-se de uma terapêutica que valoriza aspectos físicos, emocionais e espirituais do indivíduo (BRASIL, 2006).

Atualmente definida como tratamento alternativo, podendo ser utilizada tanto na prática odontológica como na prática médica, pois é possível, através de bases científicas e sistemáticas, trata o indivíduo valorizando o todo (KRUG, 2014).

Na Odontologia vem sendo utilizada desde 1946, e cada vez mais o cirurgião-dentista está evoluindo para uma clínica terapêutica, aderindo a um melhor e mais amplo conhecimento do organismo em geral procurando observar o paciente de modo mais completo, em que os sinais e sintomas de ordem psíquica, geral ou local, são valorizados na busca do melhor medicamento, com recursos terapêuticos homeopáticos comprovados na Odontologia (ELEUTÉRIO; OLIVEIRA; JÚNIOR, 2011).

A homeopatia pode ser aplicada no pré-operatório, no caso do medo e ansiedade, minimizando a dor que muitas vezes pode advir de procedimentos traumáticos ou já experimentados pela criança. Evita efeitos colaterais e amplia o campo de ação dos medicamentos na mente, como nas alterações das funções, sentimentos, afeto, sensibilidades o medicamento homeopático deve ser individualizado, adaptando-se de maneira integral, ao conjunto de sintomas de individuo (ELEUTÉRIO; OLIVEIRA; JÚNIOR, 2011). Também tem como objetivo o equilíbrio orgânico (da energia), utilizando matéria-prima dos três reinos conhecidos, animal, mineral e vegetal considerando a saúde como uma integralidade de fatores, e não apenas a doença, uma série de medicamentos homeopáticos pode ser utilizada tanto no pré, trans e pós-operatório quanto em quadros inflamatórios e infecciosos (KRUG, 2014).

Vários são os estudos envolvendo a terapia homeopática na Odontologia demonstraram resultados satisfatórios com a terapêutica no controle da ansiedade frente ao tratamento, e na terapia complementar ao tratamento periodontal mecânico teve resultados positivos na redução do número de sítios com bolsas, entretanto, ressaltam a importância de mais estudos clínicos controlados (KRUG, 2014).

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2.3 FITOTERAPIA

São produzidos exclusivamente com matérias-primas ativas vegetais, seus benefícios são variados, incluindo o poder cicatrizante, antimicrobiano, antisséptico, desinfetante, antifúngico, anti-inflamatório, ansiolítico, sedativo e analgésico, o uso deve se dar de maneira orientada, para não ocasionar problemas à saúde que vão desde a ineficácia terapêutica a reações adversas severas (SCHVEITZER; ESPER; SILVA, 2012).

Por isso, é importante que seja realizado o controle sanitário destes produtos e a conscientização da população sobre seus riscos, visto que a ideia de que produto de origem natural não faz mal à saúde ainda encontra-se amplamente disseminada (ELEUTÉRIO; OLIVEIRA; JÚNIOR, 2011).

Segundo Krug (2014), os medicamentos fitoterápicos usados para ansiedade são, como qualquer outro medicamento, indicados por médicos e não devem ser utilizados sem prescrição.

Os autores Schveitzer, Esper e Silva (2012), relatam que estudos realizados com extratos da aroeira-do-sertão, goiabeira e malva apresentaram atividade antimicrobiana e antiaderente sobre microrganismos formadores do biofilme e atividade antifúngica sobre cepas de Candida isoladas da cavidade oral.

Krug (2014), em sua revisão literária, narra a aplicação de várias plantas que tem sido aplicadas com sucesso na Odontologia, como a Syzygium aromaticum (popularmente conhecida como cravo-da-índia) utilizada como antisséptico, adjuvante na inflamação gengival e medicação endodôntica, a Malva sylvetris, utilizada para cicatrização, a Matricaria chamomilla (conhecida como camomila) utilizada como anti-inflamatório gengival.

2.4 HIPNOSE

A hipnose é uma prática que se resume em métodos e técnicas que propiciam o aumento da eficácia terapêutica nas especialidades da Odontologia, não necessita de recursos adicionais como medicamentos ou instrumentos e pode ser empregada no ambiente clínico (BRASIL, 2006).

Durante o transe hipnótico, de acordo com a sensibilidade de cada pessoa e a profundidade alcançada, a mente fica, por um período, dissociada, mas com a

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atenção e a concentração focalizadas num ponto específico e a pessoa, passa a perceber menos o que vem de fora e focalizar as sensações que vem do seu corpo, e nessa hora, a fisiologia das funções corporais se modifica, bem como a memória, a aprendizagem, o comportamento e o humor, favorecendo o autoconhecimento, a compreensão e a mudança emocional (SCHVEITZER; ESPER; SILVA, 2012).

Controlar a ansiedade do paciente “odontofóbico” durante um tratamento odontológico e conquistar a sua confiança não é uma tarefa fácil. Por isso, é cada vez mais comum entre os dentistas a prática da hipnose no consultório para tranquilizar e tornar o ambiente mais agradável durante o tratamento para isso é importante estabelecer, primeiro, um vínculo de afeto e confiança entre o Cirurgião-dentista e o paciente (SCHVEITZER; ESPER; SILVA, 2012).

Para Krug (2014), a aceitação da hipnose vai depender da abordagem usada pelo profissional, portanto é importante conhecer todos os tipos de crenças envolvidas e fazer o esclarecimento a respeito de forma adequada e ética para o paciente antes de qualquer intervenção.

2.5 LASERTERAPIA

Em geral, podem ser classificados como lasers de alta potência – com indicações cirúrgicas para cortes, coagulação e cauterização e lasers de baixa potência – utilizados para fins terapêuticos e bioestimuladores (KRUG, 2014).

O laser, que interage com os tecidos através de processos ópticos, apresenta efeitos benéficos para os tecidos irradiados, como ativação da microcirculação, produção de novos capilares, efeitos anti-inflamatórios e analgésicos, além de estímulo ao crescimento e à regeneração celular, na Odontologia vem sendo estudada em várias áreas como em periodontia, na redução bacteriana em condutos radiculares, na bioestimulação de tecidos moles (KRUG, 2014).

Autores relatam que vários estudos mostram inúmeras aplicações diferentes, com resultados positivos da laserterapia podendo estar associada ao tratamento com corticosteroide e fisioterapia, bem como, o laser de baixa intensidade, associado ao tratamento convencional, pode ser uma terapia eficiente em pacientes com DTM e no tratamento de hipersensibilidade dentinária (ELEUTÉRIO; OLIVEIRA; JÚNIOR, 2011).

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3 ASPECTO DE ANSIEDADE

O primeiro a definir a ansiedade foi Landré-Beauvais em 1813 como sendo certo mal-estar com uma inquietude e uma agitação excessiva por parte dos seres humanos. Para Darwin permanece em todas as espécies animais, e é contínuo e não se distingue do medo, sendo um mecanismo adaptativo essencial para lidar com o perigo e lutar pela sobrevivência. Já Freud caracterizou a ansiedade objetiva, relacionada com o meio ambiente e a ansiedade neurótica, de origem exclusivamente psíquica que está relacionada a uma predisposição genética importante e/ou um conflito sexual reprimido e não resolvido (TELLES-CORREIA; BARBOSA, 2009).

Os modelos atuais da ansiedade têm como ponto de partida uma divisão: a ansiedade orientada para o estimulo e a ansiedade como resposta. Na primeira hipótese, a ansiedade é vista como uma resposta a um estímulo específico (situações, pensamentos, emoções) enquanto que na segunda a ansiedade é explorada como resposta emocional em si, independente do estímulo (TELLES-CORREIA; BARBOSA, 2009, p. 55-60).

Os autores Telles-Correia e Barbosa (2009) mencionaram três modelos de ansiedade:

a) Kurt Goldstein: centrado na hipótese orientada para o estímulo referindo como “reação catastrófica” correspondendo a qualquer situação que represente uma ameaça à existência de um indivíduo ou aos valores essenciais à sua existência.

b) Traço/Estado: foi inicialmente desenvolvido por Cattell e Scheir (1961) e depois por Spielberger (1972) e distingue dois aspectos fundamentais da ansiedade, como um estado emocional transitório e como um estado mais permanente, correspondendo a um traço de personalidade, porém não existe uma ligação sólida entre elevados níveis de ansiedade-traço e as manifestações de ansiedade-estado em situações que envolvam perigo, mas a ameaça sentida pelo indivíduo resulta de uma combinação entre experiências passadas, características da pessoa e o estímulo atual, ou seja, é um corte transversal temporal na corrente emocional da vida de uma pessoa.

C) Transacional do estresse de Lazarus: aceita a hipótese da ansiedade orientada para o estímulo, incluída como mediador essencial para o desenvolvimento do stress. Este modelo aponta dois estágios de avaliação: um

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primário que estabelece se o estímulo é irrelevante, positivo ou estressante, e um secundário que apenas é utilizado no caso da avaliação primária corresponder a um conjunto complexo de processos que visam aperfeiçoar os mecanismos de defesa.

Segundo Telles-Correia e Barbosa (2009) é com base no Modelo transacional do estresse de Lazarus que estão surgindo novos conceitos de ansiedade.

Todas as emoções, sejam elas positivas ou negativas, refletem dilemas humanos básicos, conflitos, fonte de prazer e alegria. Elas são capazes de indicar e mesmo alimentar sofrimentos e disfunções (PERREIRA, 2010). A ansiedade e o medo normalmente compreendem respostas adaptativas ao perigo ou ao estresse e é considerado essencial para a sobrevivência do ponto de vista evolutivo do homem (CHAVES, 2007).

Segundo Perreira (2010) a ansiedade é considerada uma emoção semelhante ao medo. Porém, enquanto na ansiedade a fonte de perigo é incerta ou desconhecida, no medo é a consequência de uma situação definida.

Kanegane (2007) descreveu a ansiedade como um estado subjetivo de sentimento ou reação perante uma situação desconhecida, de possível perigo, correspondente a uma “mentira do subconsciente”. Ela não é controlada pela consciência, deste modo, as pessoas não têm capacidade de interrompê-lá, agravando o sofrimento psicológico causado pela dor.

Para Ferreira, Manso e Gavinha (2008) a ansiedade é caracterizada por diversos sentimentos subjetivos de tensão, apreensão, nervosísmo e preocupação que são experimentados por um indivíduo num momento particular.

De acordo com Oliveira, Colares e Campioni (2009) é entendida como uma resposta a situações nas quais a fonte de ameaça ao indivíduo não está bem definida, é ambígua ou não está objetivamente presente.

Pode ser definida como sensação desagradável, que indica presença de algum perigo, antecipação de um evento incerto ou desconhecido, à tensão causada pela ansiedade provoca sintomas físicos perturbadores, tais como: espasmo e tremores, tensão muscular, fadiga, falta de ar, taquicardia, sudorese, xerostomia, tontura, náusea, diarréia, ondas de calor e arrepios de frio, micção frequente, dificuldade de concentração, nervosismo, insônia, irritabilidade e dificuldade para deglutir (BARRETO; PEREIRA, 2008).

O termo ansiedade vem definido no DSM-IV (Diagnostic and Statistical Manual for Mental Disorders, 1994) como sendo uma “antecipação apreensiva de

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futuro perigo ou desgraça, acompanhada por um sentimento de disforia ou sintomas somáticos de tensão”. Esta definição implica que a ansiedade é um estado orientado para o futuro, funcionando para motivar o organismo a comportar-se de tal modo que o perigo futuro seja prevenido (PERREIRA, 2010).

ParaTelles-Correia e Barbosa (2009) podem implicar na ocorrência de uma condição aversiva ou penosa, algum grau de incerteza ou dúvida e alguma forma de impotência do organismo em uma dada conjuntura.

Provoca ativação do sistema nervoso autônomo, que leva o indivíduo a evitar, fugir ou confrontar-se com o perigo. Tal como noutros sinais e sintomas psiquiátricos, também na ansiedade podem existir fatores predisponentes como genéticos, constitucionais, psicológicos e precipitantes (estressantes fisiológicos e/ou ambientais). Passando a ser reconhecida como patológica quando é exagerada e desproporcional em relação ao estímulo, ou discrepante do que se observa como normal, interferindo com a qualidade de vida, conforto emocional ou desempenho diário do indivíduo (CUNHA, 2011).

Pessoas muito ansiosas e, principalmente, aquelas com pouca capacidade adaptativa, como por exemplo, portadores de alteração cardiovascular, podem sofrer perda súbita ou transitória da consciência (lipotimia), com aumento significativo da pressão arterial ou ainda nos casos mais graves, ir a óbito por parada cardiorrespiratória (MALAMED, 2007).

Comportamentos indicadores de ansiedade, manifestados durante o atendimento odontológico, têm sido reconhecidos como o principal evento que dificulta a realização e a conclusão do tratamento (AARTMAN et al., 1998).

Portanto uma das grandes questões que se colocam na abordagem da ansiedade é a sua mensuração e quantificação que permite um diagnóstico correto e preciso.

Newton e Buck (2000) referiram três instrumentos para mensurar a ansiedade em adultos, sendo o mais utilizado Dental Anxiety Scale (DAS) de Corah, são eles:

a) Dental Anxiety Scale (DAS) de Corah; b) Dental Fear Survey (DFS) de Kleinknecht; c) Dental Anxiety Inventory (DAI) de Stouthard.

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O Dental Anxiety Scale é uma escala de cinco pontos com quatro itens. Sendo que cada item representa uma situação relacionada com a consulta odontológica e é solicitado ao paciente que assinale a resposta mais semelhante ao seu comportamento em cada situação. A escala é pontuada de 4 a 20, as pontuações superiores a 15 são indicativas de níveis de ansiedade exacerbada, esta Escala foi traduzida ao português por Pereira, Ramos e Crosato (1995), (LOPES et. al., 2004).

O Dental Fear Survey, é uma escala de cinco pontos com 20 itens, que mede a ansiedade odontológica em três fatores: fuga de consultas odontológicas, sintomas somáticos da ansiedade e ansiedade provocada por estímulos odontológicos. É pontuada de 20 a 100 sendo abaixo de 20 classificadas com ansiedade baixa e acima até 100 como ansiedade alta. Estes fatores são fiéis e estáveis em grupos distintos (LOPES et al., 2004).

O Dental Anxiety Inventory é uma escala de cinco pontos com 36 itens, pontuada de 36 (ansiedade baixa) a 180 (ansiedade alta). Esta escala mede a ansiedade odontológica através de três focos, são elas: tempo, situação e reação (LOPES et al., 2004).

Eli et. al., (1997) comentaram a respeito destas escalas as quais são igualmente capazes de diagnosticar o estado de ansiedade dos indivíduos ante o tratamento odontológico.

Segundo Newton e Buck (2000), a Escala de Corah, é a mais utilizada na literatura científica. Andrade e Ranali (2011), recomendaram a utilização dessa Escala na consulta inicial para conhecer o grau de ansiedade odontológica, já que se trata de um questionário simples e confiável.

Corah sentiu a necessidade de criação de uma escala que quantificasse a ansiedade odontológica, em um estudo que virou referência na análise de ansiedade. O estudo consistiu em reunir 28 homens, que foram convidados a assistir a um vídeo que mostrava um procedimento odontológico, tido como gerador de ansiedade. A análise ocorreu através de um polígrafo, denotando correlação entre o vídeo que serviu de estímulo e a ansiedade odontológica. Baseando-se nos resultados, criou-se a Escala de Ansiedade Dental de Corah (EADC) como pode ser vista na figura abaixo (Figura 1).

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FIGURA 1. ESCALA DE ANSIEDADE ODONTOLÓGICA DE CORAH Corah’s Dental Anxiety Scale (CDAS)

1 - Se você tiver que ir ao dentista amanhã, como você se sentiria?

a) Eu estaria esperando uma experiência razoavelmente agradável. b) Eu não me importaria.

c) Eu me sente ligeiramente desconfortável.

d) Eu acho que eu me sentiria desconfortável e teria dor. e) Eu estaria com muito medo do que o dentista me faria.

2 - Quando você está esperando na sala de espera do dentista, como você se sente?

a) Relaxado.

b) Meio desconfortável. c) Tenso.

d) Ansioso.

e) Tão ansioso que começo a suar ou começo a me sentir mal.

3 - Quando você está na cadeira odontológica esperando que o dentista preparar o motor para trabalhar nos seus dentes, como você se sentiria?

a) Relaxado.

b) Meio desconfortável. c) Tenso.

d) Ansioso.

e) Tão ansioso que começo a suar ou começo a me sentir mal.

4 - Você está na cadeira odontológica. Enquanto você aguarda o dentista pegar os instrumentos para raspar os seus dentes (perto da gengiva), como você se sente?

a) Relaxado.

b) Meio desconfortável. c) Tenso.

d) Ansioso.

e) Tão ansioso que começo a suar ou começo a me sentir mal.

Fonte: Lopes et al., (2004)

Para a escala de Corah as respostas são quantificadas da seguinte maneira: a = 1, b = 2, c = 3, d = 4, e = 5. Conforme critérios adotado por Corah (1969), somando-se os valores atribuídos a cada questão, o intervalo possível de pontuação poderá variar entre 4 e 20 pontos, sendo o nível de ansiedade classificado em nulo, baixo, moderado e exacerbado, de acordo com o quadro abaixo (Quadro 1).

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QUADRO 1. CLASSIFICAÇÃO DO GRAU DE ANSIEDADE, ESCALA DE CORAH

Fonte: Lopes et al., (2004)

4 ANSIEDADE ODONTOLÓGICA

Quando o sentimento de ansiedade e medo ocorre diante da perspectiva do procedimento odontológico, tem sido chamado de ansiedade odontológica, cuja intensidade varia de um paciente para outro ou até mesmo no próprio paciente em função do tipo de procedimento a ser realizado (MANIGLIA-FERREIRA et al., 2004).

A ansiedade ao tratamento odontológico é mais específica que a ansiedade geral, sendo uma resposta do paciente ao estresse da ansiedade geral típico da situação em que se encontra (CHAVES, 2007).

Segundo Kanegane (2007), a ansiedade dental apresenta um impacto significativo na qualidade da saúde oral, e consequentemente na qualidade de vida, isto, acaba fazendo com que o paciente protele a sua ida ao dentista, o que passa a sofrer frequentemente de odontalgias e quando vai ao consultório odontológico muitas vezes o tratamento é invasivo ou mutilador, gerando uma baixa autoestima no paciente.

O tratamento dentário tem sido relacionado à etiologia multifatorial, influenciada principalmente por aspectos internos do próprio indivíduo, ou do ambiente no qual ele vive e ainda da própria situação no transcorrer do atendimento odontológico ou ainda de experiências odontológicas anteriores negativas, o que parecem ser fatores determinantes na ansiedade (CHAVES, 2007).

Eli et al., (1997), também afirmam que a ansiedade ao tratamento odontológico é de etiologia multifatorial, pois pessoas de várias condições

PONTUAÇÃO GRAU DE ANSIEDADE

4 Nulo

5 a 10 Baixo

11 a 15 Moderado 16 a 20 Exacerbado

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socioeconômicas e culturais são expostas a experiências odontológicas diferentes durante a vida, portanto qualquer uma pode apresentar ansiedade. Isto faz com que seja quase impossível determinar a causa principal para o desenvolvimento da ansiedade.

Baier (2004), também considera sua etiologia como sendo multifatorial, envolvendo experiências anteriores desagradáveis, fatores culturais e, no caso de crianças, influência dos pais ou amigos.

Os procedimentos dentários podem por si só produzir ansiedade, excitação e medo nos pacientes, constituindo uma barreira para a manutenção da saúde bucal. Esses sentimentos podem ainda estar associados a experiências mal sucedidas em procedimentos odontológicos realizados na infância (OLIVEIRA; COLARES; CAMPIONI, 2009).

Para Kanegane (2007), os pacientes que apresentam ansiedade ao tratamento odontológico sofrem consideravelmente de perda de qualidade de vida e o grau deste prejuízo está diretamente proporcional a da ansiedade geral.

Essa ansiedade torna-se um problema para os pacientes que demandam de tratamento odontológico, pois este fator reduz o limiar de percepção dolorosa, deixando o paciente mais vulnerável para sentir dor durante os procedimentos odontológicos, com isso os pacientes tendem sempre a protelar ou evitar o tratamento buscando esse tipo de serviço apenas quando apresentam sinais e/ou sintomas clínicos como dor, edema e fístulas (CHAVES et al., 2006; BARRETO; PEREIRA, 2008).

A anamnese certamente identificará os diversos níveis de ansiedade e medo que os pacientes apresentam, tanto com relação à expectativa do resultado do tratamento como em relação direta ao ato do procedimento propriamente dito. A maioria dos pacientes avisa que tem muito medo de dentista (CHAVES, 2007).

Alguns pacientes muito ansiosos frequentam as consultas com regularidade e são capazes de controlar as suas emoções e comportamentos de forma a parecerem relaxados e cooperantes, outros tentam esconder essa fobia e acabam sendo tratados como pacientes comuns podendo levar algumas vezes ao insucesso do tratamento odontológico, esses sentimentos podem interferir na satisfação com o profissional e prejudicar o trabalho no consultório odontológico (CHAVES, 2007).

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A ansiedade e a dor desencadeadas frente ao tratamento odontológico são fatores que podem provocar alterações comportamentais e fisiológicas, representando risco ao indivíduo e à visita ao dentista (OLIVEIRA et al., 2007).

Dentre as emoções mais observadas no consultório odontológico, as mais preocupantes são o medo e a ansiedade, por desencadearem diferentes tipos de comportamento que interferem na relação profissional-paciente e por causarem repercussões somáticas indesejáveis para a saúde integral do paciente, esses sentimentos podem interferir na satisfação com o profissional e prejudicar o trabalho no consultório odontológico, (OLIVEIRA, COLARES; CAMPIONI, 2009).

Estudos mais recentes destacam que comportamentos típicos de ansiedade, não suficientemente compreendidos ou desconsiderados por cirurgiões dentistas, são potenciais promotores de transtornos de comportamentos mais amplos que podem, inclusive, generalizar-se para outras situações de tratamento de saúde (CARDOSO; LOUREIRO; NELSON-FILHO, 2002).

Os pacientes dos dias atuais estão mais informados e atualizados e conhecem melhor os seus direitos, são mais exigentes, o Cirurgião-dentista, não pode negligenciar todo um conjunto de sentimentos, emoções e reações, cuja extensão e intensidade variam em cada indivíduo promovendo desafios ao nível de conhecimento teórico e prático do profissional, Um profissional focado apenas no procedimento a ser realizado pode acabar por ignorar as manifestações de ansiedade de um paciente (CUNHA, 2011).

Em relação ao atendimento a crianças em consultórios odontológicos estudos abordam a associação significativa entre a ansiedade materna, e o comportamento cooperador da criança, exercendo, inclusive, maior influência do que as experiências médicas e odontológicas anteriores, principalmente na idade pré-escolar. Além disso, influenciam no grau de ansiedade da criança, e podem inclusive ser capaz de diagnosticar o comportamento e o nível de ansiedade dos filhos em atendimento odontológico (CUNHA, 2011).

Uma expressão facial da mãe, por exemplo, percebida pela criança como típica de apreensão, aumenta a probabilidade de que a criança antecipe a ocorrência de um evento desagradável e não colabore com a execução dos procedimentos. Da mesma forma, comportamentos de baixa tolerância ao tratamento com eventos não colaborativos podem configurar uma condição de ansiedade, dificultando, ou mesmo impedindo, a atuação de pediatras,

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odontopediatras e outros profissionais que lidam com a saúde de crianças (MORAES et al., 2006).

Reações comportamentais dos pais, em termos físicos, verbais e/ou fisiológicos, são facilmente percebidas pela criança, que tende a utilizá-las como condição estabelecedora para adoção de estratégias de colaboração, de concorrência ou de fuga às diversas situações de tratamento de saúde (NEWTON; BUCK, 2000).

Muitos autores têm atribuído, há décadas, os episódios de ansiedade infantil à ansiedade demonstrada pela mãe que acompanha a criança ao consultório, apontando que esta relação pode resultar em maior probabilidade de comportamentos não-colaborativos da criança durante o atendimento em curso e em futuros tratamentos a que a criança será exposta (MORAES et al., 2006; CUNHA, 2011; NEWTON; BUCK, 2000).

Outros autores apontam que a redução na ocorrência de comportamentos não-colaborativos das crianças foi o resultado da combinação dos efeitos da estratégia de reforçamento e da diminuição dos níveis de ansiedade dos pais com o sofrimento da criança durante as sessões odontológicas (MORAES et al., 2006).

Contribuições da psicologia têm permitido análises mais detalhadas de comportamentos dos pais, no consultório de Odontologia, e suas implicações para a continuidade do tratamento e da condição de saúde bucal das crianças (CARDOSO; LOUREIRO; NELSON-FILHO, 2002; MORAES et al., 2006).

As medidas de avaliação comportamental são utilizadas com maior frequência em crianças, tentando avaliar a resposta das crianças aos tratamentos dentários, isso porque as crianças demonstram a sua ansiedade, pelo comportamento não cooperante é um indicador válido de uma ativação emocional negativa, dos comportamentos infantis considerados como indicadores de ansiedade temos por exemplo: o choro, a postura rígida, movimentos grosseiros do corpo e o afastar dos instrumentos dentários. Algumas crianças apresentam uma mistura de comportamentos positivos e negativos durante o tratamento sendo difícil classificá-las de acordo com escaclassificá-las (CUNHA, 2011).

O tratamento odontológico apresenta um impacto significativo no comportamento da criança no consultório e na percepção da Odontologia, e pode ser caracterizada como a primeira etapa a ser ultrapassada na busca de uma relação profissional-paciente satisfatória. Nesse sentido, as emoções e atitudes dos

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familiares podem ser fatores de grande influência no preparo psicológico da criança e no sucesso da prática odontológica (ALMEIDA; BARBOSA, 1983).

Vários estudos têm demonstrado diferenças nas prevalências da ansiedade odontológica entre os gêneros, sendo que as mulheres normalmente são mais ansiosas que os homens e que a ansiedade declina com o passar dos anos (BOTTAN et al., 2007; CHAVES et al., 2006; KANEGANE, 2007).

Para Kanegane (2007), o conforto do paciente pode ser proporcionado pelo Cirurgião-dentista por meio de técnicas de modificação de comportamento, de sugestão positiva e de confiança. Deve-se procurar diminuir o tempo de realização dos procedimentos clínicos, a fim de evitar o estresse e conter a exacerbação dos sintomas comportamentais.

Conviver com a ansiedade do paciente que requer estratégias de manejo do comportamento e, ainda a exigência pela técnica perfeita e atualização de conhecimentos clínicos, pode deixar a rotina de trabalho do Cirurgião-dentista extremamente estressante. Logo, desvendar a etiologia da ansiedade é o melhor modo de lidar com ela para auxiliar no serviço prestado, parece ser imprescindível para um atendimento diferenciado (MORAES et al., 2006).

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5 CONSIRAÇOES FINAIS

A ansiedade odontológica é uma característica peculiar com temor individualizado. É fundamental que o cirurgião-dentista tenha consciência de que o paciente que está sob intervenção odontológica, deve ser visto como um todo na sua pespectiva ou seja bio-psico-social e não somente em partes, já que cada individuo é único e trazem consigo uma série de temores e esperanças.

As práticas integrativas e complementares (PNPIC) auxiliam nos tratamentos odontológicos possibilitando tranquilidade, segurança e conforto ao profissional e ao paciente ansioso. Por tanto é preciso alertar os profissionais, para o fato de que os paientes chegam ao consultório ansiosos e intimidados, com ideias preconcebidas a respeito do que poderá acontecer durante a consulta odontológica e a redução da ansiedade é essencial para o tratamento e motivação do paciente ao retorno periódico ás consultas de reavaliação.

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REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Saúde (MS). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Portaria 971 – Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no Sistema Único de Saúde; Diário Oficial da União 2006.

BRASIL. Ministério da Saúde (MS). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. 1º Relatório Internacional de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde – PNPIC, 2008.

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SANTOS, Melissa Costa; TESSER, Charles Dalcanale. Um método para a implantação e promoção de acesso às Práticas Integrativas e Complementares na

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