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REFORMA. John Knox e o reinado das mulheres

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Página 7 Página 12

Como preparar adolescentes

Dia da ED

Saiba como orientar e preparar seus filhos para a vida universitária

Conheça a história da Sagrada Escola, do seu surgimento na Inglaterra até ao Brasil

REFORMA

Em seus escritos, John Knox, ataca o “abominável império das mulheres perversas”,

como as rainhas Mary Stuart e Mary Tudor

Página B3

B

rasil

Presbiteriano

O Jornal Brasil Presbiteriano é órgão oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil Ano 58 nº 754 – Setembro de 2017

500

1517 - 2017

REFORMA

anos

John Knox e o reinado das mulheres

SÍNODOS DO ESTADO DE SÃO PAULO convidam para comemoração dos

500 ANOS DA REFORMA PROTESTANTE

Sessão Solene

Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo (Palácio 9 de Julho)

15 de setembro de 2017 10h00

Sessão Solene Câmara Municipal de São Paulo

15 de setembro de 2017 20h00

“Ações conjuntas para a Glória de Deus”

SP – IPB

Maria de Guise Elizabeth I

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Setembro de 2017

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Brasil

Presbiteriano

releitura dos eventos que integram a história da Reforma do século 16 deixa clara a importância que teve então a redesco-berta, o estudo e a pregação das Escrituras. Tantas forças e acontecimentos, pessoas e instituições deram sua con-tribuição, sob a Providência divina, para que a Reforma acontecesse. Nada, porém, ou ninguém, fez o que a palavra pregada alcançou.

Uma das áreas em que isso mais fortemente se observou foi o próprio culto cristão. A idolatria da ado-ração da hóstia foi abolida e um irrepetível sacrifício de Cristo foi substituído pela adoração comunitária pelo povo de Deus, com os componentes previstos na Escritura e sob sua rigorosa orientação. Não mais uma missa para a qual uma

equi-vocada Eucaristia era fun-damental.

Mas o que é fundamental para o culto cristão? Alguns segmentos ainda colocaram os sacramentos no centro da adoração comunitária. Outros mantiveram central a evangelização, fazendo cân-ticos, orações e mensagem acontecerem à sua volta.

De uns tempos para cá definiu-se louvor e adora-ção como sinônimos de can-tar e nisso passou a consistir o culto. Em alguns meios os crentes fazem referência a um cântico como sendo “um louvor” ou “uma ado-ração”.

Essa forte ênfase musi-cal fez aparecer, em muitas partes, a “profissionaliza-ção” da música eclesiásti-ca. Solistas, instrumentistas, técnicos de sons, cantores e regentes de corais têm

dedicado mais tempo ao seu trabalho. Todo esse cuidado, ironicamente, não se tradu-ziu em qualidade musical. Primeiro, porque em um tempo de cultura pop a for-mação clássica é desdenha-da como elitista. Isso é ver-dade na cultura em geral – os conservatórios sumiram – e o gueto cristão só fez imitá-la. Segundo, porque, seguindo uma tendência que não é de hoje, as rasas letras cantadas não demonstram preocupação com fidelidade bíblica e nada sabem sobre normas gramaticais ou boa poesia.

Também é verdade que, em muitos segmentos, a participação do crente é fundamental. E quem vai discordar disso? Ocorre que a definição dessa participa-ção é altamente discutível. Tais grupos não se referem à

presença e ao engajamento espiritual da pessoa com a igreja reunida, expressando diante do Senhor seu reco-nhecimento de que ele é o único e verdadeiro Deus, enquanto canta, ora e lê as Escrituras com os presentes. Por participação entendem que o crente deve dizer algo aos outros ali, deve fazer algo como aplaudir, dançar ou rir a bandeiras desprega-das. E, respeitado outro fun-damento da liturgia atual, tudo será muito criativo.

Mais guerras sobre o culto não resolverão. Uma refor-ma, porém, terá lugar se o Conselho da igreja e o pre-gador honrarem a palavra de Deus e mantiverem seu lugar fundamental no culto. A palavra fielmente exposta é a arma de Deus para afas-tar as trevas e a rebeldia.

Vamos pregá-la. EDITORIAL

Uma publicação do Conselho de Educação Cristã e

Publicações

Ano 58, nº 754 Setembro de 2017 Rua Miguel Teles Junior, 394

Cambuci, São Paulo – SP CEP: 01540-040 Telefone: (11) 3207-7099 E-mail: bp@ipb.org.br assinatura@cep.org.br

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Órgão Oficial da www.ipb.org.br

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Conselho de Educação Cristã e Publicações (CECEP)

Clodoaldo Waldemar Furlan (Presidente) Domingos da Silva Dias (Vice-presidente) André Luiz Ramos (Secretário) Alexandre Henrique Moraes de Almeida Anízio Alves Borges

José Romeu da Silva Mauro Fernando Meister Misael Batista do Nascimento

Conselho Editorial da CEP

fevereiro 2016 a fevereiro 2018 Antônio Coine

Cláudio Marra (Presidente) Heber Carlos de Campos Jr. Marcos André Marques Misael Batista do Nascimento Tarcízio José de Freitas Carvalho

Conselho Editorial do BP

fevereiro 2016 a fevereiro 2018 Alexandre Henrique Moraes de Almeida Anízio Alves Borges

Clodoaldo Waldemar Furlan Hermisten Maia Pereira da Costa Márcio Roberto Alonso

Edição e textos Gabriela Cesário E-mail: bp@ipb.org.br Diagramação Aristides Neto Impressão

Nossa herança da Reforma

A

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Setembro de 2017

Brasil

Presbiteriano

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GOTAS DE ESPERANÇA

Reforma Protes-tante levou a igreja de volta para as Escrituras e também para fora dos seus portões. Os profetas, Jesus, os apóstolos e os reformadores pregaram nas ruas, nas praças, nas universidades, fora dos portões. Eles percorriam as cidades, as vilas, os campos. Estavam onde o povo estava. A missão deles era principalmente centrífuga, para fora dos portões. Hoje, concen-tramos nossas atividades no templo. Invertemos a ordem. Em vez de irmos lá fora, onde as pessoas estão, queremos que elas venham a nós, onde nós estamos. Nosso testemu-nho tornou-se intramuros. Nossa missão tornou-se centrípeta, para dentro.

Em vez de irmos ao fundo para lançarmos as redes para pescar, esta-mos pescando no raso. Fazemos uma pesca de aquário. Multiplicamos nossos esforços para fazermos demorados trei-namentos, mas não colo-camos em prática o que aprendemos. Fazemos congressos e conferências para aumentarmos nosso cabedal teológico, mas esse conhecimento não se traduz em ação mis-sionária. Cruzamos mares

e atravessamos frontei-ras para adquirirmos o melhor conhecimento, mas guardamos isso para nós mesmos, para o nosso próprio deleite intelectu-al. Estamos alongando o nosso cérebro, mas atro-fiando os nossos músculos. Conhecemos muito e exer-citamos pouco. Sabemos

muito e realizamos pouco. Reunimo-nos muito para edificarmos a nós mes-mos e saímes-mos pouco para repartirmos o que rece-bemos. Discutimos muito as doutrinas da graça e anunciamos pouco as boas novas do evangelho.

A discussão é oportuna na defesa do evangelho, mas para alcançarmos os pecadores, precisamos ir

além e pregarmos a eles o evangelho. A fé vem pelo ouvir e ouvir o evangelho. O evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê. Embora nossas ativida-des no templo sejam ricas oportunidades para trazer-mos pessoas para ouvirem o evangelho, nossa

agen-da não pode ser limitaagen-da apenas a essas atividades. O projeto de Deus é o evangelho todo apresen-tado por toda a igreja, em todo o mundo. Cada cren-te deve ser um missionário em sua escola, em seu tra-balho, em sua parentela, entre seus amigos. Cada igreja local precisa alcan-çar com o evangelho o seu bairro, a sua cidade, a sua

nação e até mesmo ir além fronteiras. Nossas ações precisam ser deliberada-mente focadas na procla-mação do evangelho fora dos portões e no discipula-do das pessoas alcançadas.

Se não investirmos nosso tempo na obra, vamos nos distrair com coisas periféricas. Se não

gastarmos nossa energia no trabalho, vamos gas-tá-la em embates acirra-dos, discutindo opiniões e preferências. Crente que não trabalha, dá trabalho. Igreja que não evangeliza, precisa ser evangelizada. A igreja é uma agência missionária ou um campo missionário. Muitas igre-jas hoje capitularam dian-te do comodismo. Fazem

um trabalho apenas de manutenção. Estão estag-nadas. Não crescem nem têm propósito de crescer. Preferem criar desculpas teológicas para justificar sua covarde omissão. Há denominações históricas na Europa e nos Estados Unidos que estão per-dendo cerca de dez por cento de sua membresia a cada ano. Há igrejas que já abandonaram o genuí-no evangelho e perderam a mensagem. Há igrejas que já perderam o fervor e não proclamam mais, no poder do Espírito, a men-sagem da graça. Há igre-jas que, embora tenham uma sólida firmeza dou-trinária, possuem um pífio desempenho missionário. Que Deus desperte nessa geração uma igreja fiel e relevante, uma igreja que ora com fervor e evan-geliza com entusiasmo, uma igreja que edifica os salvos e busca os perdi-dos. Que Deus derrame sobre nós o poder do seu Espírito! Que Deus revista sua igreja de poder para viver e para pregar! Que Deus traga sobre nós pai-xão pelas almas e nos tire do comodismo das quatro paredes e nos leve para fora dos portões!

Hernandes Dias Lopes

A

O Rev. Hernandes Dias Lopes é

o Diretor Executivo de Luz para o Caminho e colunista regular do Brasil Presbiteriano.

A igreja fora dos portões

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Presbiteriano

ós, inimigos de Deus, fomos decla-rados justos em Cristo Jesus, nosso Senhor, encontrando, assim, a paz com Deus.

Na justificação, Deus, Senhor e Rei, perdoa todos os nossos pecados, os quais foram pagos defini-tivamente por Cristo. Por isso, já não há condena-ção sobre nós. Estamos em paz com Deus resultante da justiça de Cristo impu-tada a nós (Rm 8.1,31-33). Desse modo, o Pai decre-tou nos justificar por meio dos méritos de Cristo, os quais são aplicados pelo Espírito Santo. O Senhor mudou o nosso status de condenados para declara-dos justos. Em seu amor eterno e insondável, Deus escolheu-nos em Cristo, transformando totalmente a nossa situação: de conde-nados passamos a filhos e herdeiros de Deus e coer-deiros com Cristo (Rm 8.17).

É nesse sentido que Paulo escreve aos Romanos: “Justificados (...) mediante

a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo; por inter-médio de quem obtivemos igualmente acesso, pela fé, a esta graça na qual esta-mos firmes; e

gloriamo-nos na esperança da glória de Deus. (...) e não apenas isto, mas também nos glo-riamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, por intermédio de quem rece-bemos, agora, a reconci-liação” (Rm 5.1-2,11/Rm

1.7; 16.20,24; 1Co 1.3). A justificação que trouxe a paz, traz também como implicação necessária, a nossa santificação. O Senhor está comprometido também com o nosso cres-cimento espiritual. Paulo relembra com os crentes coríntios, qual era a vida deles antes de conhecerem a Cristo. Agora, lhes mos-tra que o mesmo Deus que os declarou justos também os santifica. Deus cuida de sua igreja também desta maneira, nos fazendo pro-gredir, crescer, amadurecer em nossa fé: “Tais fostes

alguns de vós; mas vós vos lavastes, mas fostes san-tificados, mas fostes jus-tificados em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus”

(1Co 6.11).

A justificação subjetiva marca o nosso novo iti-nerário de vida conforme o decreto eterno de Deus. Esse novo caminhar diri-ge-se à glorificação com o Senhor, vivendo conforme o propósito de Deus, para as boas obras, fruto da fé, preparadas pelo próprio

Deus para o seu povo (Ef 2.10). A justificação é fru-tuosa.

A graça justificadora jamais é estéril. A justi-ficação implica neces-sariamente santificação. A santificação pressupõe essencialmente a justifica-ção. Não ousemos dividir o indivisível. A separação dessas duas verdades de nossa salvação, propicia

cair no danoso equívoco da anomia, declarando que já não há mais lei; por-tanto, não precisamos de santificação visto que, con-siderados salvos, podemos fazer o que bem entender-mos. No entanto, a verda-de bíblica é outra: somos declarados justos para vivermos em santidade.

Portanto, insisto, a nossa real justificação tem impli-cações éticas. A santifica-ção é a grande evidência de nossa nova relação com

Deus. A nossa justificação (subjetiva) nos dá o status de filhos. Como tais, salvos para sempre (Ef 1.5,13-14). O desafio para nós hoje é viver em harmonia com a nossa nova natureza e con-dição, andando nas obras preparadas por Deus para nós (justificação

demons-trativa) (Ef 2.8-10).

A santificação é um pro-cesso que tem início no ato de Deus. Em outras pala-vras, estamos dizendo que fomos separados do mundo (sendo santificados), para crescermos, progredirmos em nossa fé (santificação). O Espírito opera em nós a salvação a qual se eviden-cia em santificação (1Co 6.11; 2Co 3.18; 1Pe 1.2/ Jo 17.17). O mesmo Espí-rito que nos regenerou por meio da Palavra (Tg 1.18; 1Pe 1.23), age median-te essa mesma Palavra, para que vivamos de fato, como novas criaturas que somos. A Bíblia é o instru-mento eficaz do Espírito, porque ela foi inspirada pelo Espírito Santo (2Pe 1.21). Portanto, o Espírito não somente testifica que somos filhos de Deus, mas, também, nos ensina pela Palavra a nos comportar como filhos (Rm 8.14), desenvolvendo nos cris-tãos o caráter de Cristo que consiste no fruto do Espírito.

Em sua graça, Deus chama eficazmente o seu povo, o congregando, constituindo assim, a sua igreja. A esses, Deus con-firma em sua fé, os fazen-do amadurecer, crescenfazen-do de forma progressiva até à consumação da sua obra em nós.

Considerando a história da Igreja de Corinto, que ele mesmo iniciara, Paulo dá graças a Deus pelo pro-gresso dos fiéis em sua caminhada de fé, aguar-dando o regresso glorioso de Cristo (1Co 1.4-9). A certeza quanto à firmeza da igreja, repousava na sua convicção de que o Senhor nos confirma até o fim. Os que creem são confia-dos ao Senhor, visto que ele mesmo começou a obra da salvação em nós, rege-nerando-nos, concedendo-nos o arrependimento e a fé. O próprio Senhor con-cluirá em nós a sua obra salvadora (Fp 1.6).

Dirigindo-se à igreja de Tessalônica que vivia sob pressão, Paulo a consola e estimula na certeza do cui-dado preservador de Deus:

“(...) o Senhor é fiel; ele vos confirmará e guardará do Maligno” (2Ts 3.3).

Hermisten Costa

N

O Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa integra a equipe de pastores

da 1ª IP de São Bernardo do Campo, SP, e é Pastor-Efetivo da IP do Jardim Marilene, Diadema, SP.

TEOLOGIA E VIDA

Justificação & Santificação:

Uma relação indissolúvel

“A justificação

que trouxe a paz,

traz também

como implicação

necessária,

a nossa

santificação.”

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EVANGELIZAÇÃO

Impacto evangelistíco no Anhangabaú – São Paulo

“Fora dos portões”, presbiterianos comemoram os 158 anos da IPB na cidade de São Paulo

m meio ao caos diá-rio do centro da capi-tal paulistana, o Vale do Anhangabaú é o ponto onde vegetação e concreto convivem em relativa har-monia. É lugar de descan-so, lazer e agora, também de evangelização. No dia 12 de agosto, o Anhanga-baú recebeu a segunda edi-ção do “Impacto Evange-lístico” projeto idealizado pela APECOM – Agência Presbiteriana de Evangeli-zação e Comunicação, que nesta edição contou com a parceria dos Sínodos do Estado de São Paulo. Foi um culto evangelís-tico com ênfase nos 158 anos de Igreja Presbiteria-na do Brasil e 500 anos da Reforma Protestante.

PREGADOR

O evento teve o rev. Her-nandes Dias Lopes como preletor e contou com a participação do ministério de música da Igreja Pres-biteriana da Moóca. Além disso, um grande coral formado por integrantes dos Sínodos do Estado de São Paulo cantou e evan-gelizou em frente ao Tea-tro Municipal. “Estamos gratos por esta grande oportunidade de trazer a igreja para fora de seus portões. A missão da igre-ja é ir aonde as pessoas

estão e não esperar que elas apenas venham onde nós estamos. Quando o evangelho é proclamado, resultados surgem. Pesso-as são salvPesso-as. A palavra de Deus não volta para ele vazia. A nossa alegria é ver as pessoas vindo e sendo alcançadas com a salvação em Cristo aqui nesta praça”, afirmou o pregador, rev. Hernandes.

PÚBLICO

O “Impacto evangelís-tico” alcançou milhares de pessoas considerando a pequena multidão que participou do início ao fim da programação bem como os que passavam pelo local ou assistiam de lugares mais afasta-dos. Enquanto o evento ocorria, 100 voluntários de várias Igrejas Presbite-rianas distribuíam folhetos e compartilhavam sobre o amor de Deus com os pas-santes. “Deus disse ‘ide e pregai a toda criatura’, então é maravilhoso cum-prir o requerimento dele,” afirmou o voluntário Vitor Sarkis da Congregação Presbiteriana de Jardim Nazaré.

ESTRUTURA

Para que tudo ocorres-se como o planejado, o evento precisou de uma grande estrutura como palco, iluminação,

gerado-res, banheiros químicos e ambulâncias com profis-sionais da área de saúde de plantão. O “Impacto” também teve a segurança reforçada pela Polícia Mili-tar, Guarda Civil Metropo-litana e alguns integrantes do Corpo de Bombeiros. O evento contou com o apoio do Instituto Pres-biteriano Mackenzie e da Prefeitura Municipal de São Paulo. “A comple-xidade do evento envolve muitas questões humanas, estruturais, legais, físicas e materiais. A contratação de banheiros químicos, som, iluminação, palco e outros. Graças a Deus, este ano tivemos grande ajuda de uma comissão formada por pastores dos Sínodos de São Paulo e muitos volun-tários principalmente das igrejas do Sínodo Leste de São Paulo”, explicou o coordenador

administrati-vo da APECOM, Diácono José dos Anjos.

CULTO AR LIVRE

O culto ao ar livre ou “Impacto Evangelístico” faz parte dos projetos da APECOM e esta edição teve o formato um pouco diferente do realizado em 2016. Segundo o execu-tivo da Agência Presbite-riana de Evangelização e Comunicação, rev. Ricar-do Mota, “a mudança de local – do estacionamento da Arena Corinthians para o Vale do Anhangabaú – ocorreu para facilitar o acesso das pessoas e por se tratar de um lugar estraté-gico para se alcançar pes-soas ainda não alcançadas com o evangelho da graça de Deus indo ao encontro das pessoas. Este evento é importante e significa-tivo por se tratar de uma denominação religiosa que

desde 1859, compartilha os valores do Reino de Deus, evangelizando o Brasil”.

ANHANGABAÚ

Anhangabaú é uma pala-vra indígena que signifi-ca “rio dos malefícios do diabo”. Em agosto, mês de missões, conforme calen-dário da Igreja Presbite-riana do Brasil, o vale foi lugar de transformar vidas pela pregação da Palavra de Deus. Muitas pessoas se decidiram por Cristo após a pregação e receberam uma Bíblia comemorativa dos 500 anos da Reforma Protestante. Conforme a equipe de organização, no dia 11 de agosto de 2018, haverá outro “Impacto Evangelístico” no mesmo lugar, no Vale do Anhan-gabaú.

Amanda Amorim

E

Amanda Amorim é estagiária na

APECOM sendo atualmente aluna do Curso de Jornalismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie – São Paulo.

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EDUCAÇÃO

Universidade Presbiteriana Mackenzie

PROATO: confessionalidade e dificuldades de aprendizagem na Universidade

uitos jovens, quan-do chegam ao ensi-no superior, apresentam dificuldades que com-prometem seu rendimen-to acadêmico. Pensando nisso é que em 2015 o Conselho Universitário da Universidade Presbi-teriana Mackenzie, sob a direção do Reitor Prof. Dr. Benedito Guimarães Aguiar Neto, aprovou a criação do PROATO (Programa de Atenção e Orientação ao Discente da UPM).

A universidade configu-ra-se um universo de pos-sibilidades que, amparada no tripé ensino, pesquisa e extensão, oferece ao aluno um vasto leque de novas oportunidades e o insere em um campo de compe-titividade. Não são poucos os que apresentam dificul-dades de se adaptar a esse novo contexto e começam a apresentar sinais de insu-cesso na vida acadêmica que, em alguns casos, gera desânimo tal que acaba por levar ao abandono do curso.

É exatamente aqui que uma universidade cristã, confessional, pode fazer uma grande diferença na vida e no futuro de um jovem estudante.

A Universidade Pres-biteriana Mackenzie é de

natureza confessional. Isso significa que adota uma confissão de fé. Em razão disso, cumprimos nosso caráter confessional quando nos preocupamos com nossos alunos e, bus-camos formas de ajudá-los em suas dificuldades aca-dêmicas.

Por meio do PROA-TO envidamos todos os esforços para promover condições para o desen-volvimento integral de nossos discentes, bus-cando desenvolver suas potencialidades ao máxi-mo para que alcancem um nível de excelência pes-soal e acadêmica. Dessa forma, estarão preparados para exercerem um papel pessoal e profissional na sociedade.

O Mackenzie olha para o aluno de forma diferencia-da e acolhedora, desde o seu ingresso, pois à seme-lhança daquilo que acon-tece nas transições em eta-pas anteriores da vida, o primeiro ano de graduação é um período crítico para o seu desenvolvimento e ajustamento acadêmico.

Quando tratamos especi-ficamente das dificuldades de aprendizagem verifi-camos que diversos fato-res contribuem para seu aparecimento. Em linhas gerais, podemos citar como causas: 1) escolha errada do curso. Alguns

decidem fazer determina-do curso por decisão determina-dos pais e familiares, influen-ciados por amigos, por ser o curso da moda, do momento. 2) má forma-ção no ensino médio. 3) distanciamento na relação entre docentes e discentes. 4) desajustes familiares e

outros problemas pessoais. 5) dificuldades decorren-tes de déficits cognitivos, que tornam alguns conte-údos muito complexos e prejudicam a aquisição de conhecimentos.

Por meio do atendimen-to, o PROATO acolhe e identifica esses e outros

problemas e orienta o aluno em busca do auxílio necessário.

Com isso, entendemos que, ao ser acolhido e orientado, o aluno com-preende e pode atuar sobre as situações que o per-turbam, permanecendo em seu curso. Processo que mostra que a Universida-de Presbiteriana Macke-nzie, como universidade confessional, cumpre seu papel atendendo a forma-ção integral do educando.

Então, considerando a complexidade e os pro-blemas inerentes ao ser humano, os quais têm seus desdobramentos e refle-xos no processo de ensi-no-aprendizagem, é que a abordagem e orientação ao aluno não pode ser feita por um único profissional ou uma área do conheci-mento de maneira isolada. A equipe de atendimento precisa ter como requisito obrigatório a constituição multidisciplinar. Ou seja, é necessária uma equipe composta por integrantes que atuam em diferentes áreas do conhecimento e que, complementarmente, ajudem o aluno. Exata-mente por isso, o PROA-TO tem uma equipe for-mada por professores do curso de psicologia, peda-gogia, educação física, psicopedagoga, e por um capelão universitário.

Entendemos que a pre-ocupação da Universida-de Presbiteriana Macke-nzie com seus alunos vai além do desenvolvimento acadêmico. Para Deus, toda pessoa e a pessoa toda é importante e pode ser modificável. Por isso, como universidade confessional reconhece-mos nossa responsabi-lidade com a educação numa perspectiva ampla e, sobretudo o privilégio que Deus nos concede em procurar entender as diferenças e dificuldades individuais de nossos alu-nos, aceitando-os amoro-samente e buscando, por-tanto, maneiras de apoiá -los na superação de suas dificuldades acadêmicas e, assim, conquistarem um futuro melhor.

Valorizamos, sim, as formalidades da vida aca-dêmica, mas sem despre-zar os aspectos individu-ais, pessoindividu-ais, emocionais e familiares dos nossos discentes. Nosso objetivo é buscar meios de edu-car nossos alunos, sempre, na base cristã com vistas à glória de Deus confor-me definido na Escritura Sagrada.

Gildásio dos Reis

M

Gildásio dos Reis é ministro

presbiteriano, formado em psicanálise clínica, mestre em educação cristã, mestre em ciências da religião e doutorando em ministério pelo CPAJ. É capelão universitário na UPM e integra a equipe do PROATO.

“Por meio do

PROATO

envidamos

todos os esforços

para promover

condições para o

desenvolvimento

integral de nossos

discentes,

buscando

desenvolver suas

potencialidades

ao máximo para

que alcancem

um nível de

excelência pessoal

e acadêmica.”

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EDUCAÇÃO CRISTÃ

FALECIMENTOS

Como preparar o adolescente para a faculdade

uitas são as con-venções em nossa sociedade. Quando uma garota completa 15 anos, uma festa com uma cerimô-nia especial é o rito de pas-sagem que marca a trans-formação de uma menina em mulher. Quanto aos garotos, é comum come-morar-se a maioridade, mas as possibilidades estão em aberto. Ritos à parte, para alguns desses jovens a universidade é a porta de entrada para a liberdade, onde serão “donos de si mesmos”, farão o que qui-serem e ninguém os poderá impedir.

Existe a pressão da socie-dade que os empurra para a frente de um modo nega-tivo com o pensamento de que “se não entrar na facul-dade logo que terminar o ensino médio, o jovem fica-rá para tfica-rás” levando muitos adolescentes a escolherem um curso sob pressão, o que, posteriormente,

pode-rá levá-los à desistência e frustração.

A universidade é, sem dúvida, um passo muito importante na vida dos que a frequentam. Há os que deixam seus lares para seguirem com os estudos em outras cidades, estados e, até mesmo, outros paí-ses, mas concluir o ensino médio não significa estar apto para a vida universi-tária. Espera-se que os alu-nos tenham absorvido todo o conteúdo ensinado até então para, assim, acompa-nharem o ensino superior, mas o ambiente universitá-rio vai muito além da sala de aula.

É na época da univer-sidade que muitos jovens frequentam bares e baladas, experimentam drogas e pra-ticam relações sexuais pro-míscuas. Muitos se deixam levar pela necessidade de se sentirem parte de um grupo, outros que se sentiam for-tes o suficiente para resis-tir, acabam sucumbindo ao apelo dos colegas.

Essa questão envolve tanto adolescentes cristãos quanto não cristãos. Mas o que as famílias cristãs e as igrejas podem fazer para preparar melhor seus ado-lescentes para a vida uni-versitária?

Penso que se dedicar à vida espiritual de um filho seja o melhor investimento que um pai pode fazer. Tive a oportunidade de estudar no Seminário Bíblico Pala-vra da Vida e fazer o Curso de Liderança e Discipulado, especialmente elaborado para preparar adolescentes e jovens para a faculdade, logo depois de eu ter termi-nado o ensino médio. Eu me mudei para a cidade de Ati-baia/SP e estudei em regi-me de internato por um ano. Cresci no conhecimento da Palavra de Deus, aprendi a me relacionar com as pes-soas com quem dividi o quarto e além disso, apren-di a lavar e passar minhas roupas, ótimo para quem terá de morar sozinho na faculdade. Esse curso fez

uma diferença enorme na minha vida.

É bem verdade que parar um ano para se dedicar ao estudo da Bíblia antes de entrar na faculdade, para muitos, não é uma opção. Por isso as igrejas deveriam criar cursos próprios para seus adolescentes pré-uni-versitários envolvendo apo-logética, estudos bíblicos com aplicações voltadas para a realidade universi-tária, reuniões de oração, debates de temas atuais, entre outras programações que os fortalecessem na fé e os preparassem para o confronto, além de ter sem-pre líderes disponíveis que se envolvam efetivamente na vida dos adolescentes e sejam aptos para aconse-lhamento.

Mas nenhuma das opções citadas acima exclui a res-ponsabilidade dos pais serem sempre presentes na vida de seus filhos. Por isso, incentivo o aconselha-mento criativo dos pais. As refeições em família podem

se tornar momentos impor-tantes de discussão sobre assuntos polêmicos em sala de aula, as idas ao super-mercado podem render lon-gas conversas sobre a vida social de seus filhos, uma ida de carro até a escola pode encorajá-los a serem sal e luz da terra. Esforcem-se para realizar os cultos domésticos, orem juntos, criem um relacionamen-to forte entre os membros da família e com Deus, de maneira que valores mun-danos e influência externa alguma possa arrebatar de seus corações as verdades bíblicas.

Ser adulto é mais do que ter liberdade e escolher uma profissão para o futuro, envolve muitas responsa-bilidades. Crie filhos para serem adultos comprome-tidos com Deus, responsá-veis, e que suas escolhas estejam sempre em sincro-nia com as do Senhor.

Cínthia Vasconcellos

M

Cínthia Vasconcellos é membro da

IV IP de São Bernardo do Campo e colaboradora da Cultura Cristã.

Daniel Eduardo Eller

O Presb. Eduardo Eller Daniel, da IP de Por-to Velho-RO, partiu para o descanso eterno em 22/06/17. Incansável na obra de evangelização, visitação, aconselhamento e pregação. Nascido em Inhapim-MG, em 08 de agosto de 1926, ca-sou-se com Maria Teixeira Eller em 07 de abril de 1947. Tiveram oito filhos: Davi, Diógenes,

De-móstenes, Dalva, Denoel, Daniel Júnior, Dênio e Marcial, 21 netos e nove bisnetos. Criou os filhos na região rural de Dom Cavati, onde foi vereador e respeitado prefeito. Atuou também como secre-tário escolar, tanto em Dom Cavati, quanto em Governador Valadares. Mudou-se para Rondô-nia em 1988, terra que passou a amar. Estudante assíduo da Palavra de Deus, leu a Bíblia inúme-ras vezes. Era presbítero emérito da IPB. Deixa cinco filhos, vinte netos e oito bisnetos, além de

três para chegar. Foi exemplo de dedicação, com-promisso, amor e retidão, inspirando toda a fa-mília, bem como inúmeras pessoas que com ele conviveram, a viver para Deus. Amava o traba-lho da UPH, tendo sido presidente da Federação, eleito em 2013 pela CNHP como Homem Pres-biteriano Padrão, pelo que foi homenageado em 01/02/2014. A família se entristece nessa hora, pois reconhece o tamanho da perda, mas encontra serenidade na esperança da vida eterna.

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CELEBRAÇÃO

IP Franca completa 90 anos de organização

38 anos de organização da IP de Jacupiranga

o último dia 12 de julho, a IP de Franca (SP) completou 90 anos de organização e de testemu-nho reformado na “Cidade das Três Colinas” e região.

A igreja conta, atual-mente, com 175 membros comungantes e 50 menores, e é pastoreada pelos Revs. Allen Borges (titular) e Edu-ardo Chagas (auxiliar), além de contar com a colabora-ção da evangelista Francis-ca Célia na coordenação dos trabalhos infantis. Da “Cen-tral”, como é carinhosamen-te apelidada, nasceram as demais seis igrejas presbite-rianas organizadas em nossa cidade e, em regime de par-ceria com outras igrejas e o Presbitério, temos apoiado a plantação de mais uma

con-gregação, cuja organização se aproxima.

Ao longo de nossa histó-ria, fomos privilegiados em ter como pastores importan-tes nomes do presbiteria-nismo nacional. Dentre eles podemos destacar os Revs. Theodoro Henrique Mau-rer Jr., Basílio Braga, Júlio Andrade Ferreira, Nephtali Vieira Jr., Nicanor Xavier da Cunha e Oscar Ihms de Faria, os quais dispensam qualquer apresentação. O pastor fundador da Igreja, Rev. João Trentino Ziller é responsável por uma tradu-ção crítica da Divina

Comé-dia de Dante Alighieri até

hoje republicada e conside-rada um marco no campo das Letras. Nossos presbí-teros, igualmente, têm uma longa tradição de atuação e relevância dentro da

socie-dade francana, principal-mente no campo da educa-ção.

Nossa igreja foi pioneira no campo da ação social protestante em Franca, tendo nascido entre seus membros a “Associação Assistencial Presbiteriana Bom Samaritano”, respon-sável por duas creches em nossa cidade e mantenedora de uma escola confessional que é referência na cidade.

A comemoração marca também o início dos prepa-rativos para o Centenário, e temos muitos projetos e sonhos que, com a graça de Deus, pretendemos alcan-çar nos próximos dez anos: a inauguração de nossa Galeria de Pastores; a revi-talização de nossa Escola Dominical e das Sociedades Internas; a criação de uma orquestra e aquisição de um órgão clássico; a

plan-tação de três novas igrejas; a publicação da história de nossa Igreja, a reforma de nosso templo e a aquisição de uma nova casa pastoral, entre outros.

Rendemos graças a Deus pelos nossos 90 anos, e rogamos que continue a nos agraciar e confirmar nossa obra e testemunho na cidade e região de Franca.

IP em Jacupiranga, SP, tem suas raízes nos primórdios da evange-lização do vale do Ribeira, quando pastores, evangelis-tas e missionários de passa-gem pregavam o evangelho a famílias que, por mudan-ças, iam atingindo outros locais inclusive Jacupiran-ga. Pertencendo a Igreja de Pindaúba, de 1947 em dian-te, havia reuniões de vez em quando na casa do irmão

Elias Felisbino, com seus familiares e alguns visitan-tes. Em 1965, na mesma residência, teve início um ponto de pregação, agora da IP de Cajati, sob a lide-rança do Rev. Orlando de Oliveira Rosa. Dentro de algum tempo foi organizada uma escola dominical com apenas duas classes (adul-tos e crianças). As famílias que iniciaram o trabalho foram as de Elias Felisbi-no, Oilis Pedro e de Félix Marques da Silva. Vários

irmãos cooperaram, dentre os quais destacamos Luzio Carriel, Eurípedes Carriel, Manoel Xavier e Dionísio Sales. O Rev. Orlando Rosa e alguns irmãos planejaram a construção de um salão. Com esforço e dedicação foi concluída a obra e teve sua inauguração no dia 13 de agosto de 1967, na Vila Elias. Com a chegada de irmãos de outras localidades o trabalho foi se reforçando e crescendo e logo outras pessoas foram abraçando o

evangelho de Cristo. Pela graça de Deus o trabalho cresceu tanto que houve a necessidade de construir um templo maior. No pas-torado do Rev. Francisco José de Carvalho, com a ajuda valiosa do irmão Elias Felisbino, foi construído na mesma rua um novo tem-plo, inaugurado no dia 20 de novembro de 1977. A pedido da congregação e do Conselho da IP de Caja-ti o Presbitério de Juquiá (hoje Presbitério do Vale do

Ribeira – PVRB), resolve organizar a IP de Jacupi-ranga no dia 27 de maio de 1979. Foram arrolados 54 membros comungantes e 33 membros menores. Hoje a IP de Jacupiranga conta com cerca de 118 membros comungantes e 24 membros menores, e uma congrega-ção no bairro do Botuju-ru. Podemos dizer nestes 38 anos que “Até aqui nos ajudou o Senhor”.

Eduardo Chagas

Marcos de Souza e Silva

N

A

O Rev. Eduardo H. Chagas é o

pastor titular da IP de Franca.

O Rev. Marcos de Souza e Silva é

o pastor desde 2007.

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1517 - 2017

REFORMA

anos

O Jornal Brasil Presbiteriano é órgão oficialda Igreja Presbiteriana do Brasil Ano 58 nº 754 - Setembro de 2017

A Reforma continua

A Reforma Protestante – 2

a

Parte

3.2 – A Reforma na Escócia

O protestantismo come-çou a ser difundido na Escócia por homens como Patrick Hamilton e George Wishart, ambos martiriza-dos. Todavia, o presbite-rianismo foi introduzido graças aos esforços do reformador John Knox (†1572), um discípulo de Calvino que, após passar

alguns anos em Genebra, retornou ao seu país em 1559. No ano seguinte, o parlamento escocês criou a Igreja da Escócia (pres-biteriana). Knox fez opo-sição tenaz à rainha cató-lica Maria Stuart

(1542-1587), prima de Elizabeth, que viveu na França (1548-1561) e voltou à Escócia para tomar posse do trono. A aceitação do protestantismo ocorreu no contexto da luta pela independência do domínio francês. Alguns anos mais tarde, Maria Stuart teve de fugir e buscar refúgio na Inglaterra, onde foi executada por ordem de Elizabeth em 1587.

Foi na Escócia que sur-giu o conceito político-re-ligioso de “presbiterianis-mo”. Os reis ingleses e escoceses sempre foram firmes defensores do epis-copalismo, ou seja, de uma Igreja governada por bis-pos. A razão disso é que, sendo os bispos nomeados pelos reis, a Igreja seria mais facilmente controla-da pelo estado e serviria aos seus interesses. À luz das Escrituras, os pres-biterianos insistiram em uma Igreja governada por oficiais eleitos pela comu-nidade, os presbíteros, tor-nando assim a Igreja livre da tutela do Estado. Foi somente após um longo e tumultuado processo que o presbiterianismo implan-tou-se definitivamente na Escócia. 3.3 – A Reforma na França O movimento reforma-do francês surgiu na déca-da de 1530. Inicialmente tolerante, o rei Francisco I

(1515-1547) depois mos-trou-se hostil contra os reformados. Henrique II (1547-1559) foi ainda mais severo que o seu pai. Em 1559, reuniu-se o primeiro sínodo nacional da Igreja Reformada da França, que aprovou a Confissão Galicana. Em 1561, havia duas mil congregações reformadas no país, com-postas de artesãos, comer-ciantes e até mesmo de algumas famílias nobres, como os Bourbon e os Montmorency. Os refor-mados franceses,

conhe-cidos como huguenotes, estavam concentrados principalmente no oeste e sudoeste do país, e rece-biam decidido apoio de Genebra. Ao norte e leste estava a facção ultracató-lica liderada pela poderosa família Guise-Lorraine.

No reinado de Francisco II (1559-1560), os Guise controlaram o governo. Quando Carlos IX (1560-1574) tornou-se rei, sendo ainda menor, sua mãe Catarina de Médici assu-miu a regência, mostran-do-se inicialmente toleran-te para com os huguenotoleran-tes. Tentando conciliar as duas facções, ela promoveu um encontro de católicos e protestantes, o Colóquio de Poissy, em 1561. Com o fracasso desse encontro, houve um longo período de guerras religiosas (1562-1598), cujo episódio mais chocante foi o massacre do Dia de São Bartolomeu (24-08-1572). Centenas de huguenotes achavam-se em Paris para o casa-mento da filha de Catarina com o nobre protestante Henrique de Navarra. Na calada da noite, os hugue-notes foram assassinados à traição enquanto dormiam, entre eles o seu principal

líder, almirante Gaspard de Coligny. Nos dias seguintes, muitos milha-res foram mortos no inte-rior da França. Mais tarde, quando o nobre huguenote tornou-se rei, com o título de Henrique IV, ele pro-mulgou em favor dos seus correligionários o Edito de Nantes (1598), conce-dendo-lhes uma tolerância limitada. Esse edito seria revogado pelo rei Luís XIV em 1685, dando iní-cio a um novo período de duras provações para os reformados franceses.

3.4 – A Reforma nos Países Baixos

Os Países Baixos eram parte do Sacro Império Germânico e depois fica-ram sob o domínio da Espanha. Durante o rei-nado do imperador Carlos

Alderi Souza de Matos

Knox

Gaspar de Coligny

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Se o livro mais impor-tante de John Knox (1514-1572) foi A História da

Reforma na Escócia, não

cabe dúvida que o seu escri-to mais famoso é O

primei-ro toque da tprimei-rombeta con-tra o monstruoso governo das mulheres, publicado em

1558. Seu plano era publi-car posteriormente o segun-do e o terceiro “toques da trombeta”. O texto contém pouco mais de 40 páginas e é um ataque ao “abomi-nável império das mulheres perversas”. A tese de Knox não tinha a ver com a reli-gião professada pela rainha, mas com o ensino bíblico segundo o qual as mulheres não devem exercer domí-nio sobre os homens. Após sua conversão (c.1545), a vida do ex-padre escocês esbarrou no governo de mulheres com as quais ele teve uma relação

conturba-da. Nessa época, a Escócia era comandada por Mary Stuart, filha da rainha Maria de Guise, ambas católicas. Em 1551, enquanto vivia na Inglaterra, Knox tornou-se capelão do rei protes-tante Eduardo VI. Com a morte do monarca, assu-miu a coroa Mary Tudor, “a sanguinária”, rainha que empreendeu feroz

perse-guição aos protestantes em sua tentativa de restabele-cer o catolicismo. Por conta disso, Knox buscou exílio na Suíça, onde foi influenciado por Calvino. Em 1557, ao tentar obter permissão para regressar à Escócia, teve seu pedido negado por Maria de Guise, então rainha regente. Foi nesse contexto que ele escreveu O primeiro toque

da trombeta contra o mons-truoso governo das mulhe-res, dirigido à Maria de

Guise, Mary Stuart e Mary Tudor. O livro desagradou a elas e também à rainha Elisabeth I, que, no final de 1558, assumiu o trono em substituição à Mary Tudor, razão pela qual, por repe-tidas vezes, Knox não teve permissão para regressar à Inglaterra. Ele finalmente conseguiu voltar à Escócia em 1559 e, até o final da sua vida (1572), foi o líder do movimento reformista, logrando a consolidação do protestantismo em sua pátria. Quanto ao segundo e ao terceiro toques, ele pare-ce ter mudado de ideia e nunca chegou a publicá-los. Um toque da trombeta já lhe havia causado suficiente dor de cabeça.

V, surgiram naquela região luteranos, anabatistas e principalmente calvinis-tas, por volta de 1540. Desde o início foram objeto de intensas perse-guições, tendo a repressão aumentado sob o rei Filipe II (1555) e o governador Duque de Alba (1567). A revolta contra a tira-nia espanhola foi liderada por Guilherme de Orange, grande defensor da plena liberdade religiosa, que seria assassinado em 1584. Eventualmente, os Países Baixos dividiram-se em três nações: Bélgica e Luxemburgo (católicas) e Holanda (protestante).

A Igreja Reformada Holandesa foi organizada na década de 1570. No início do século 17, sur-giu uma forte controvér-sia por causa das idéias de Tiago Armínio. O Sínodo de Dort (1618-1619) rejeitou as idéias de Armínio e afirmou os chamados “cinco pontos do calvinismo”, cujas ini-ciais formam em inglês a palavra “tulip” (tulipa): Depravação total (Total depravity), Eleição incon-dicional (Unconditional election), Expiação limi-tada (Limited atone-ment), Graça irresistí-vel (Irresistible Grace) e Perseverança dos san-tos (Perseverance of the saints).

Continua na próxima edição: 3.5 A Contra-Reforma

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John Knox e o reinado das mulheres

O Rev. Marcone Bezerra Carvalho

é pastor da 1ª IP de Santiago, Chile, e colunista regular do Brasil Presbiteriano.

Marcone Bezerra Carvalho

Rev. Alderi Matos é historiador da IPB

e colaborador regular do BP

Maria de Guise

Elizabeth I Mary I sanguinária

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Jaroslav Pelikan, teólo-go luterano, disse certa vez que “Tradição é a fé viva daqueles que já mor-reram. Tradicionalismo é a fé morta dos que ainda vivem”.

Sou reformado, herdeiro desta tradição maravilho-sa, me encho de orgulho em olhar para trás e ver o rico legado que nos-sos pais nos deixaram! Os reformadores responde-ram à sua geração, apli-caram o evangelho à rea-lidade daquele tempo. As Escrituras foram a base, o evangelho a grande ins-piração daqueles heróis e Cristo foi o centro de tudo

o que construíram. Essa é a tradição reformada, pois todos os pressupos-tos de que dela surgiram tiveram suas origens nas Escrituras, no evangelho e em Cristo!

A coragem, ousadia, piedade, a hermenêutica lúcida e coerente tanto da vida como das Escrituras, tudo isso me inspirou e ainda me inspira a ser a cada dia continuador desta história... na minha geração, no meu contexto, sem tradicionalismo, com formas e não fôrmas, con-tinuador e não um mero guardião de algo cristali-zado, não usando fôrmas do século passado para falar a geração presente,

mas anunciando o conteú-do com formas que alcan-cem esta geração!

Uma igreja herdeira da Reforma aplica a tradição de seus pais, encarna o evangelho, ousa na vivên-cia desse evangelho e a exemplo de seu Senhor, ama, acolhe, relaciona, se envolve. Entende a sua urgência de amar a Deus amando as pessoas, servindo à comunidade! Que o legado reformado inspirado nas Escrituras (2Ts 2.15-17) nos inspire a sermos cada vez mais uma igreja que responda e impacte a nossa geração!

Soli deo gloria!

Como parte das come-morações pela passagem dos 500 anos da Reforma Protestante do século 16, a Igreja Presbiteriana do Brasil lança sua Bíblia

Edição Comemorativa 500 anos da Reforma, com um

caderno especial recontan-do a história dessa ligação

definitiva – Escrituras e Reforma –, desde os sécu-los 15 e 16 até sua che-gada ao Brasil, franquea-da ao povo em geral para sua leitura e estudo. Isso além do caderno com o hinário presbiteriano, Novo

Cântico, que regularmente

acompanha as edições da

Bíblia comercializadas pela Casa Editora Presbiteriana.

Como denominação con-fessional e tendo adotado como símbolos de fé a Confissão e os Catecismos de Westminster, a IPB honra essa história e empe-nha-se em manter com a Escritura a mesma

rela-ção, repudiando desvios que neguem a Escritura e descaracterizem nossa fé bíblica, resgatada pela Reforma.

Os interessados em adquirir um exemplar dessa edição comemorativa podem acessar o site www. editoraculturacrista.com.br

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Inspirados pela Tradição:

uma resposta à nossa geração!

O Rev. Geovani Antônio Cesário é o pastor da IP Guaranésia – MG.

Geovani Antônio Cesário

Inseparáveis: a Bíblia e a Reforma

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glória de Deus per-manece eternamente inalterada em todas as cir-cunstâncias. Ele criou todas as coisas, inclusive a igreja, para a sua glória, que não lhe é atribuída, acrescentada, diminuída ou mesmo esgo-tada em sua complexidade; é-lhe totalmente intrínseca. Ele é o Rei, o Senhor e Pai da Glória (Sl 24.7-10; At 7.2; Ef 1.17) que, por meio de seu Filho “vestido de nossa carne, se revelou agora para ser o Rei da glória e Senhor

dos Exércitos” (J. Calvino).

(1Co 2.8; Tg 2.1/Jo 1.14). Portanto, o alvo final de todas as coisas é a glória Deus. Nada é mais eleva-do ou importante eleva-do que o próprio Deus. Aqui temos um desafio para cada um e para a igreja como todo: abrir mão de nossos inte-resses aparentemente mais relevantes pelo que, de fato, é urgentemente relevante em sua própria essência.

Jesus Cristo desafia a igre-ja a assumir a sua identidade, não uma máscara periódi-ca: viver já nesta era como agente da glória de Deus (Mt 5.14-16).

O modo como pregamos o evangelho reflete o nosso conceito de Deus. Quando perdemos a dimensão de quem ele é, as demais coi-sas são descaracterizadas. Somente a compreensão cor-reta de quem é Deus pode conferir sentido à nossa existência e a todo o nosso

labor missionário. Diante da majestade de Deus todas as demais coisas tornam-se aos nossos olhos, o que realmente são, pequenas. A perda da dimensão correta da Majestade divina tem como causa primeira, o descrédi-to para com a sua Palavra. Quando não conhecemos (cremos) nas Escrituras, também não conhecemos a Deus (Mt 22.29/Os 4.1,6).

A mensagem que anuncia-mos jamais será o evange-lho se consistir apenas numa mensagem de alívio para as supostas necessidades do homem. Quando proclama-mos o evangelho, estaproclama-mos glorificando a Deus por meio de nossa obediência ao seu mandamento de anunciar a mensagem de redenção a todos os homens.

Contudo, devemos tam-bém ter em mente que o nosso propósito em assim fazer deve ser o de glorificar a Deus no anúncio de sua mensagem redentiva. Deus é glorificado não somente por intermédio dos que creem, quando a sua misericórdia resplandece, mas, mesmo através daqueles que rejei-tam a mensagem, sendo glo-rificada a sua paciência e justiça (Rm 9.22-24) que são tão santas como o seu amor e misericórdia. Portanto, a Igreja de Deus, no seu ato essencial de proclamar as virtudes divinas (1Pe 2.9-10), tem como objetivo final a glória de Deus (Rm 11.36; 1Co 10.31). A evangeliza-ção visa glorificar a Deus

por meio do anúncio da sua natureza e de sua obra eficaz efetivada em Cristo Jesus. Ousamos dizer, que a evan-gelização tem fundamen-talmente como alvo final, glorificar a Deus; e ele é glorificado através da salva-ção de seu povo (Is 43.7; Jo 17.6-26; Ef 1.7/2Ts 1.10-12) e a consequente confissão de sua soberania (Fp 2.5-11). A glória de Deus é muito maior do que a nossa salvação. Mas também sabemos que Jesus Cristo é glorificado na salvação de seus discípulos.

O Espírito dirige a Igreja na glorificação de Cristo, ensinando-lhe a obediência proveniente da fé. Para isso, temos no Filho o próprio paradigma a ser seguido. Foi justamente na obediência perfeita ao Pai, que o Filho o glorificou. “Eu te glorifiquei

na terra, consumando a obra que me confiaste para fazer”

(Jo 17.4). Quando evange-lizamos estamos revelando o nosso amor a Deus e ao nosso próximo, glorifican-do a Deus, senglorifican-do-lhe obe-dientes na vivência de nossa natureza de proclamação e serviço (Jo 14.21). A obedi-ência é fruto da genuína fé. Na obediência a Cristo, a igreja o glorifica. O Espírito que cumpre seu ministério obedientemente (Jo 16.13-14), conduz a igreja a ser a glorificação de Cristo em sua obediência (Jo 17.9-10).

Se pudéssemos imaginar na eternidade alguém per-guntando sobre os frutos da obra do Pai, do Filho e do

Espírito Santo, encontraría-mos a resposta na indicação jubilosa da igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue e preservou até o fim (At 20.28/Is 43.7/ Ef 1.3-14; 2.6-7).

O evangelho deve ser pro-clamado em sua inteireza a todos os homens e ao homem todo. A Teologia oferece solidez na transmissão dessa verdade, mostrando quem é Deus e a real necessidade do homem.

Quando a evangelização se transforma apenas em questão de estatística ― número de membros, tama-nho do edifício, arrecadação, relevância social das pessoas que frequentam os cultos, etc. ―, há muito deixamos de compreender o genuíno significado do evangelho. A grandeza e importância da Igreja está em seu Senhor; as demais coisas são perifé-ricas. A mensagem do evan-gelho propõe-se a anunciar a Deus na beleza de sua santidade, sabendo que Deus será glorificado por meio de nossa fidelidade à sua Palavra.

O livro de Atos se constitui no maior relato da glorifica-ção de Cristo pelo Espírito: a expansão missionária e a edi-ficação dos crentes. Quando cristãos sinceros pregavam o evangelho, e homens e mulheres eram transforma-dos pelo seu poder, Cristo estava sendo glorificado. E esse ainda é o modo efetivo de glorificar a Deus obede-cendo aos seus

mandamen-tos.

Quando a liderança da Igreja de Jerusalém foi con-vencida por Pedro ― como ele também o fora pelo Senhor ― de que a mensa-gem do evangelho era para todos, sem exceção; com alegria glorificaram a Deus (At 11.18; 13.48; At 21.20). Notemos que em todas essas manifestações, Deus e a sua mensagem é que eram engrandecidos: a glória per-tence unicamente a Deus.

A Igreja prega o evangelho e ora para que Deus, somen-te Deus seja glorificado por meio de sua missão (2Ts 3.1). De fato, Deus o será todas as vezes que a igreja lhe for fiel.

A Teologia Reformada enfatiza que a Glória de Deus deve ser o alvo de todo o nosso labor. A partir dessa perspectiva teocêntrica é que todas as demais coisas encontram a sua devida rele-vância.

Por sua vez, quer aqui, quer na eternidade a igreja permanecerá como testemu-nho, inclusive para os anjos, das diversas perfeições de Deus que se agenciam em perfeita sabedoria para cons-tituir, santificar e preservar a igreja: “Para que, pela igre -ja, a multiforme sabedoria de Deus se torne conheci-da, agora, dos principados e potestades nos lugares celes-tiais” (Ef 3.10).

Hermisten Costa

A

O Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa integra a equipe de pastores

da 1ª IP de São Bernardo do Campo, SP, e é Pastor-Efetivo da IP do Jardim Marilene, Diadema, SP.

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FORÇAS DE INTEGRAÇÃO

As Sociedades Internas e o Sistema Presbiteriano

Sistema Presbiteriano, mais que um Sistema de Governo, é um modelo teo-lógico. Uma das fragilida-des encontradas no Sistema Federativo é a dificuldade de re-plicá-lo na geração seguinte. Consequentemen-te, ele pode se tornar Epis-copal ou Con-gregacional. A Igreja Presbiteriana do Brasil é definida por sua Constituição como “uma federação de Igrejas locais, que adota como única regra de fé e prática as Escrituras Sagradas do Velho e Novo Testamento e como siste-ma expositivo de doutrina e prática a sua Confissão de Fé e os Catecismos Maior e Breve... (Artigo 1, CI-IPB).

Como federação de Igre-jas locais, a autonomia e sobrevivência da denomi-na-ção pressupõe alguns princípios; entre outros, o treinamento de membros na capaci-tação teológica e moral (caráter e discipula-do) e na caminhada den-tro da estrutura da

deno-minação. Agindo assim é possível buscar uma mul-tiplicação de lideranças na sua geração e nas seguintes. Dentro de uma denomina-ção a coluna central é a Teologia, que é derramada na vida e no crescimento integral dos crentes que são treinados. Esse é um fator importante para o cresci-mento das igrejas.

No funcionamento fede-rativo, acontece na Igreja o exercício da Comunhão dos Santos (externado pelo Dis-cipulado mútuo); a Integra-ção dos crentes em ambien-tes e relacionamentos sau-dáveis; a Evangelização ao redor e as conexões com os movimen-tos missionários existentes. Com a prepa-ração de crianças, adoles-centes, jovens, mu-lheres e homens para o pleno exercí-cio dos seus dons espirituais numa atuação comu-nitária local, regional, nacional e universal, por outro lado, avançam no Sistema Fede -rativo, aprendendo como interagir com as autoridades e com os concílios da Igreja

de Cristo a partir de sua pró-pria denominação.

O exercício dos dons espi-rituais na Igreja local pode acontecer através das Soci -edades Internas, em que os papéis e funções estabe-lecidas pelas Escrituras são desen-volvidos e a estrutu-ra denominacional se torna instrumento de crescimento espiritual.

As Sociedades Internas, chamadas desde um pas-sado recente de Forças de In-tegração, constituem tri-lhos sobre os quais uma criança inicia sua jornada na IPB, re-cebe treinamen-to, aprende o funcionamen-to da Igreja, desperta para a existência e aprende como trabalhar em conexões e relacionamentos saudáveis, ingressa na vida com amiza-des seguras e amadurece no convívio com outros pares em sua caminhada.

Não precisamos experi-mentar outros modelos de funcionamento denominaci -onal, uma vez que o nosso é dinâmico e pedagógico. Não é perfeito, mas pode ser

aperfeiçoado. Resgatando princípios bíblicos, teremos uma longa caminhada, tere-mos ferramentas úteis, atua-lizáveis e potencializadoras para as futuras gerações de presbi-terianos no Brasil.

Por fim, lembro os textos da Constituição da IPB que apontam as obrigações dos Concílios no cuidado com as Sociedades Internas:

Conselho: Art. 83 – h)

supervisionar, orientar e superintender a obra de educação reli-giosa, o tra-balho das sociedades auxi-liadoras femininas, das uniões de mocidade e ou-tras organizações da Igreja, bem como a obra educativa em geral e quaisquer ativi-da-des espirituais. Sínodos:

Art. 94 – c) superintender

a obra de evangelização, de educa-ção religiosa, o trabalho feminino e o da mocidade, bem como, as instituições religio-sas, edu-cativas e sociais, no âmbito sinodal, de acordo com os padrões estabelecidos pelo Supremo Concílio.

Supre-mo Concílio: Artigo 97 –

l) superintender, por meio

de secretarias especializa-das, o trabalho feminino, da mocidade e de educação religiosa e as atividades da infância.

Se desejamos uma Igreja local, regional e uma deno-minação multiplicadora, não podemos esquecer as Sociedades Internas. É pos-sível que pequenas adap-tações sejam necessárias numa ou em outra região. Mas, certamente, temos a melhor escola de líderes, o bom ginásio para exercí-cio dos Dons Espirituais e um excelente ambiente de desenvolvimento saudável dos relacionamentos inter-pessoais e desenvolvimento da masculinidade e da femi-nilidade nos padrões das Escrituras.

Que Deus nos ajude!

Jedeías Duarte

O

O Rev. Dr. Jedeias de Almeida Duarte é Professor do Centro

Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper e Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Revitalização e Multiplicação de Igrejas (CPAJ/Mackenzie); Presidente do Sínodo Sul do Brasil; SE do

PMC-IPB (Plano Missionário Cooperativo); Pastor Auxiliar da Igreja Presbiteriana de Canoas, RS.

Encontro de Líderes

A IP de Varginha realizou no dia 22 de junho um Encontro de Líderes, aberto para todos os membros da igreja.

O evento incluiu palestra e culto, ambos com a palavra do Rev. Rober-to Brasileiro, Presidente do Supremo Concílio. Os participantes apro-veitaram a presença do Presidente para tirarem suas dúvidas sobre os assuntos da IPB e liderança.

Além da igreja de Varginha, também compareceram as igrejas de Alfe-nas, Três Corações, Três Pontas, Campanha, Perdões, Carmo da Cacho-eira e a 2ª de Varginha.

Rev. Roberto Brasileiro e participantes do Encontro de Líderes

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EVANGELIZAÇÃO E MISSÕES

AÇÃO SOCIAL

O desafio da Missão Caiuá

AEB assume projeto de atendimento emergencial

“Que formosos são sobre os montes os pés do que anuncia as boas-novas, que faz ouvir a paz, que

anuncia coisas boas, que faz ouvir a salvação, que diz a Sião: O teu Deus reina!”(Is 52.7).

No dia 13 de julho, a Associação Evangélica

Bene-ficente, em parceria com a Secretaria Municipal

de Assistência e Desenvolvimento Social de São

Paulo, assumiu a terceira unidade de

Atendimen-to Diário Emergencial (ATENDE 3) destinada ao

tratamento e reinserção para pessoas com

depen-dência química nas aglomerações da Cracolândia.

Na ocasião, a Orquestra do Projeto Criar&Tocar

também esteve presente para celebrar o momento.

Sínodo Sudoeste Pau-lista tem obedecido ao “Ide” de Cristo, apoiando o trabalho da equipe que tra-balha na Missão Evangélica Caiuá, com índios de dife-rentes etnias, sob a direção e coordenação do Rev. Ben-jamim Benedito Bernardes e Dna. Margarida Gennari Bernardes.

Nos dias 14 a 17 de junho, como acontece há mais de dez anos, o Sínodo enviou à Missão uma equipe de líderes de várias igrejas de

seus presbitérios e membros de igrejas de outros Sínodos que apoiam o trabalho pro-movido pelo SDP.

Desta vez, éramos 73 voluntários, formando oito equipes de trabalho visi-tando a aldeia indígena de Taquara, promovendo o Mackenzie Voluntário. Foram realizadas as seguin-tes ações: corte de cabe-los, maquiagens, gincanas, futebol com as crianças, histórias bíblicas. Foram distribuídos 2.857 peças de roupas, 270 bolas 380 pares de calçados, e servidas 400

refeições. Foram realizadas 941 ações.

Para o hospital da Mis-são “Porta da Esperança”, foram entregues 2.358 fral-das, 1.051 seringas descar-táveis, outros materiais hos-pitalares 261.

Para distribuição pela Missão: 93 peças de rou-pas de cama/mesa/banho; 25 latas de leite em pó,; 47 brinquedos, 75 bolsas, 26 cintos, 270 bolas. Ao todo, 4.249 itens.

Segundo seu presidente, Presb. Clodoaldo Waldemar Furlan, o Sínodo tem

apoia-do o trabalho da Missão na construção de templos, casas pastorais, nas aldeias indígenas, e está fazendo mais uma campanha para construção do templo e da casa pastoral na aldeia de Taquara, que foi visitada nessa ocasião. Registra-se, também, o apoio do Institu-to Presbiteriano Mackenzie; do Conselho de Ação Social da IPB (CAS), na pessoa do seu presidente, Presb. Clineu Aparecido Fran-cisco; das Confederações Nacionais de SAFs e UPHs. Estiveram, também,

presen-tes, membros da Federação de Ribeirão Preto.

Em novembro, nos dias 1 a 5, o Sínodo retornará à Missão com mais donati-vos, e quatro ônibus com voluntários para realização do Mackenzie Voluntários.

A Missão Caiuá, locali-zada no município de Dou-rados, MS, é uma entidade da IPB em parceria com a IPI, para alcançar os povos indígenas com o evangelho de Cristo.

convite à AEB se deve ao seu destaque e referência no atendimento realizado à população em situação de rua, na cidade de São Paulo, através da Casa Porto Seguro,

O Secretário da SMADS, Filipe Sabará, apresentou a proposta de serviços do ATENDE 3. Segundo o site da pre-feitura de São Paulo, ele acredita no equipamento

como um meio de trans-formação para os atendi-dos. “Oferecemos serviços para que sejam realmente uma porta de entrada para outra realidade”, afirmou.

A estrutura do projeto conta com espaços de des-canso, banheiros, refeitó-rio, consultórios de atendi-mento psicossocial, cabe-leireiro e barbearia. Além disso, ele também oferece oficinas e atividades com foco na reinserção social dos conviventes.

Trinta profissionais foram contratados através

de um grande processo seletivo realizado no dia 10 de julho, na sede admi-nistrativa da AEB. Entre as pessoas contratadas estão, assistente técnico, assistente social, psicó-logo, orientador social e agente operacional. O cargo de Gerente de Servi-ços ficou com Dinei Spa-doni, o ex-gerente da Casa Porto Seguro.

O presidente da AEB, Marcelo Custódio de Andrade, entende o proje-to como uma oportunidade de ajudar a situação

deli-cada da Cracolândia em São Paulo, atualmente.

“Nós estamos realmen-te muito felizes com essa parceria, mas não deixa de ser um grande desa-fio. Nós estamos falando de pessoas que estão em dependência química, que estão sendo desacreditadas por muitos, mas a AEB tem confiado no poder de Deus e na Sua providên-cia, e sabemos que esta-mos aqui pela mão dele”, contou.

Press Release AEB

Gecy de Macedo

O

O

O Rev. Gecy Soares de Macedo é

Secretário Executivo do Presbitério de Itapeva e Pastor Auxiliar na IP Central de Itapeva.

(15)

Setembro de 2017

Brasil

Presbiteriano

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PRESBITERIANISMO EM FOCO

O Internato Presbiteriano de Parnaíba (PI)

e 1959 a 1987, na cida-de cida-de Parnaíba, Piauí, funcionou o Internato Pres-biteriano. Criado pelo casal Robert e Phyllis Marvin, esse pensionato foi a casa de dezenas de adolescen-tes e jovens do interior do Maranhão e Piauí. Os inter-nos eram egressos de igrejas presbiterianas e não paga-vam pela moradia. Muitos deles vieram a ser pastores, evangelistas e membros atu-antes nas igrejas da região.

O Internato Presbiteriano foi umas das frentes de tra-balho de Robert e Phyllis, norte-americanos que vie-ram ao Brasil como missio-nários da PCUS, em 1956. No ano seguinte, o casal ins-talou-se em São Luís – MA. Nessa época, havia somen-te duas igrejas presbisomen-teria- presbiteria-nas no Maranhão e uma no Piauí. No interior, congre-gações e pontos de prega-ção careciam de assistência regular. Os deslocamentos eram precários e dificulto-sos. Na faixa territorial entre São Luís e Parnaíba, a obra presbiteriana já havia sido iniciada em alguns lugares. Em outros, a evangelização foi iniciada nesse período. Devido à posição de Parna-íba, o casal Marvin decidiu instalar sua base ali, passan-do a dar assistência à con-gregação local e às demais da região. Percebendo a necessidade que os filhos dos crentes tinham de rea-lizar seus estudos, decidiu-se iniciar o internato para

mulheres na residência do Presb. Francisco de Mat-tos e de sua esposa Oyamir Chagas.

Depois de 1960, com a mudança dos Marvin de São Luís para Parnaíba, foi alu-gado um imóvel próprio para o pensionato feminino. Em 1962, foi iniciado o interna-to masculino. Os primeiros moradores foram hospeda-dos na casa do Rev. Luiz Bernardo de Oliveira, pastor da congregação de Parnaí-ba. Com a chegada de mais rapazes, ainda na década de 1960, alugou-se uma casa para ser o pensionato mascu-lino. O número de residentes (homens e mulheres) osci-lava entre 15 e 25 pessoas, com idade entre 13 e 27 anos. A rotina de segunda a sexta era caracterizada pelas compras feitas pelos rapazes, antes das 6 da manhã. As refeições eram servidas no internato feminino. Os servi-ços domésticos ficavam por conta dos estudantes. Todos deviam seguir as regras de conduta, dedicar-se aos estu-dos e, à noite, fazer-se pre-sentes nos dias de ativida-de da igreja local. Algumas internas, especialmente as que cursavam o magistério, ensinavam na escola funda-da pelos Marvin. Dessa ini-ciativa nasceu a atual Escola Presbiteriana Rev. Erasmo Martins Ferreira. Nos fins de semana, os internos coope-ravam na obra eclesiástica. Em Parnaíba ou em alguma cidade interiorana, os jovens pregavam, tocavam e davam aulas de Escola Dominical.

Rev. Marvin, que dispunha de avião monomotor, barco, jipe e Kombi, no sábado à tarde ou no domingo bem cedo, distribuía alguns rapazes e moças em certas localidades. Eles dormiam nas casas dos membros das congregações e eram busca-dos ainda no domingo ou na segunda de manhã. Durante as férias escolares, alguns jovens chegavam a passar semanas nesses interiores. Dessa maneira, eles eram treinados para o trabalho evangelístico, as congrega-ções recebiam assistência e os povoados eram evangeli-zados. Foi assim que várias igrejas nasceram ou se desen-volveram. A senhora Phyllis capacitava as moças em edu-cação religiosa e música, e o Rev. Marvin fazia o mesmo com os rapazes.

Ao longo dos anos, o Internato Presbiteriano foi se consolidando como um local de apoio para as famílias presbiterianas da região e veio a ser um meio utilizado por Deus para servir às igre-jas do Maranhão e Piauí com obreiros(as) e pastores. Entre os residentes, era comum a permanência de sete anos no internato, período que cobria as séries do primeiro e segun-do graus. Para impulsionar a formação de obreiros, de 1982 a 1985, nas dependên-cias da Igreja Presbiteriana Central (IPC), foi estabeleci-do o Instituto Bíblico 12 de Agosto, do qual alguns resi-dentes do pensionato foram alunos. Outro aspecto que também caracterizou a vida

dos internos foi a recrea-ção social. Esporadicamente eram proporcionados pas-seios e diversão em um sítio ou na praia.

O casal Marvin permane-ceu em Parnaíba até 1985. Antes de mudar-se para Pelo-tas – RS, havia transferido a administração do Internato Presbiteriano e do Instituto ao Rev. Robert Allen Clark e à sua esposa, Janet. Com a morte repentina de Clark, em 1986, e também devi-do à abertura de escolas em regiões antes desprovidas, o internato enfrentou dificul-dades para seguir funcionan-do e encerrou suas ativida-des em 1987.

Além de servir de casa para adolescentes e jovens durante seus estudos, o Inter-nato ensejou a obra de evan-gelização e consolidação do presbiterianismo nesse rin-cão nordestino. Localidades

como Tutoia, Porto de Areia, Lagoinhas, Frexeira, Tingi-dor, Barreirinhas e Araioses, no Maranhão; e Parnaíba, Piripiri, Buriti dos Lopes, Piracuruca e Campo Maior, no Piauí, devem muito a esse empreendimento. Dele saíram alguns pastores da IPB: Oséas Pereira, Izaias da Silva, José de Arimatéia, Rubem Campos, Antônio José Campos, José Neris, Irineu da Silva Neto, Silvio Rodrigues, Manoel de Jesus, Altonildon Sousa, Herbete de Jesus, João Batista dos Santos e Silvarlem Paz. Entre as mulheres, a egressa mais conhecida foi Darcy Veras de Azevedo, que ocu-pou o posto de tesoureira da Confederação Nacional da SAF, de 1998 a 2002.

Marcone Carvalho

D

O Rev. Marcone Bezerra Carvalho

é pastor da 1ª IP de Santiago, Chile, e colunista regular do Brasil Presbiteriano.

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