LEIS PENAIS
ESPECIAIS
Lei 11.340/06
Protege a mulher a violência doméstica e familiar
A violência doméstica não é somente a violência física
Abrange qualquer agressão (ação ou omissão) que cause morte, lesão,
sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial no lar
A violência doméstica não é só causada pelo convívio doméstico atual
Competência (subdividida)
- cível (foro de opção: lugar do fato,
domicilio do réu ou domicílio da vítima)
- criminal (regras do processo penal)
Medidas Protetivas de Urgência
- grande inovação da lei -
Essas medidas, de caráter
emergencial, podem ser determinadas pela Autoridade Judiciária,
independentemente da oitiva do Ministério Público, a pedido da ofendida ou a pedido do próprio Ministério Público.
Se descumpridas, em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução criminal, caberá a prisão preventiva do agressor, decretada pelo juiz, de ofício, a
requerimento do Ministério Público ou mediante representação da autoridade policial.
Note-se, também, que essas medidas serão aplicadas isolada ou
cumulativamente, e poderão ser substituídas a qualquer tempo, se
necessário, ou aplicadas novas medidas.
As medidas protetivas de urgência podem obrigar o agressor ou ser direcionadas
para a ofendida.
São medidas que obrigam o ofensor:
- suspensão da posse ou restrição do porte de armas;
- afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida;
- proibição de determinadas condutas, como aproximar-se da ofendida, de seus familiares e das testemunhas, fixando o limite mínimo de distância entre estes e o agressor; manter contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer meio de
comunicação; freqüentar determinados lugares a fim de preservar a integridade física e
psicológica da ofendida;
- restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores;
- prestação de alimentos provisionais ou provisórios;
- restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor à ofendida;
- proibição temporária para a celebração de atos e contratos de compra, venda e locação de propriedade em comum, salvo expressa autorização judicial;
- suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao agressor;
- prestação de caução provisória,
mediante depósito judicial, por perdas e danos materiais decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a
ofendida.
São medidas destinadas à ofendida:
- encaminhamento a ofendida e seus dependentes a programa oficial ou
comunitário de proteção ou de atendimento;
- recondução da ofendida e a de seus
dependentes ao respectivo domicílio, após afastamento do agressor;
- afastamento da ofendida do lar, sem prejuízo dos direitos relativos a bens, guarda dos filhos e alimentos;
- separação de corpos.
Retratação:
Por propositura da ADI 4424 pelo Procurador-Geral da República, o
Supremo Tribunal Federal decidiu no dia 09/02/2012 que as ações provenientes de violência doméstica e familiar contra a
mulher, devem seguir ação pública incondicionada.
Dessa forma, a regra estampada no art. 16 da Lei 11.340/06, que cita a
possibilidade de retratação por parte da vítima (e portanto ação pública
condicionada), deixa de ter aplicabilidade
Prestação Pecuniária
Juizados Especiais de Violência Doméstica
Prisão Preventiva
Lei 9099/95
Lei 11.343/06
Principais mudanças:
- Porte para uso próprio (pena alternativa)
- Porte para uso compartilhado (pena de prisão – JECRIM)
- Tráfico (pena maior)
Para diferenciar o porte (ou plantio) para uso e o para tráfico:
Expõe a lei que para determinar se a
droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às
condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do
agente.
Flagrante preparado no tráfico (Súmula 145 do STF)
Causa de diminuição de pena:
Art. 33, § 4o Nos delitos definidos no “caput” e no § 1o deste artigo, as penas poderão ser
reduzidas de um sexto a dois terços, vedada a
conversão em penas restritivas de direitos,
desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades
criminosas nem integre organização criminosa.
Por conta da Resolução n. 05 de 15 de fevereiro de 2012, o Senado Federal determinou a
suspensão da execução da expressão “vedada a conversão em penas restritivas de direitos”. Desse modo, passa a caber penas alternativas
para o tráfico de drogas que se enquadrar no art. 33, §4º da Lei 11.343/06
O único crime culposo da lei de drogas:
Prescrição culposa de drogas
Art. 38. Prescrever ou ministrar,
culposamente, drogas, sem que delas
necessite o paciente, ou fazê-lo em doses excessivas ou em desacordo com
determinação legal ou regulamentar: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e pagamento de cinqüenta a duzentos dias-multa.
O juiz comunicará a condenação ao Conselho Federal da categoria
profissional a que pertença o agente.
Tráfico transnacional é crime da Justiça Federal
Lei 8072/90
Trata dos crimes hediondos e dos
assemelhados (equiparados) a hediondos
São considerados hediondos:
- homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de
extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2o, I, II, III, IV e V);
- latrocínio (art. 157, § 3o, in fine);
- extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2o);
- extorsão mediante seqüestro e na forma qualificada (art. 159, caput, e §§ lo, 2o e 3o);
- estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 2o);
- estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o, 2o, 3o e 4o);
- epidemia com resultado morte (art. 267, § 1o).
- falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins
terapêuticos ou medicinais (art. 273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o-B
- genocídio (previsto nos arts. 1o, 2o e 3o da Lei no 2.889, de 1o de outubro de
1956), tentado ou consumado.
São assemelhados a hediondos:
- Tráfico de drogas
- Tortura
- Terrorismo
(TTT)
Por que hediondos e assemelhados a hediondos ?
o constituinte quis mencionar o “TTT” na Constituição como insuscetíveis dos
benefícios retro mencionados, como qualquer crime hediondo.
Porém, ao utilizar a expressão “...tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos...” (grifo nosso) o
legislador constitucional deixou esses crimes fora do rol taxativo de crimes hediondo
Possibilidades: - liberdade provisória - progressão - livramento condicional - remição - detração
Impossibilidades:
- anistia
- graça
- indulto
- fiança
Prisão temporária
Delação premiada
Devemos considerar que o Código de
Trânsito Brasileiro (Lei 9.503/97) é muito mais que uma lei penal, trazendo todas as regras civis e administrativas atinentes à convivência entre os motoristas de
veículos automotores e pedestres
Os crimes previstos no Código de Trânsito Brasileiro (CTB – Lei 9.503/97) são
aqueles relacionados ao ato de dirigir veículos automotores terrestres
diferentemente das regras estabelecidas no Código Penal, a suspensão ou a
proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor (que no Código Penal seria pena
substitutiva) pode ser imposta como penalidade principal, isolada ou
cumulativamente com outras penalidades
Durante o processo, de ofício ou a
requerimento, o Juiz poderá determinar a suspensão da permissão ou da habilitação para dirigir veículo automotor, ou a
proibição de sua obtenção, sendo certo que dessa decisão cabe recurso em
sentido estrito, sem efeito suspensivo
Serão consideradas circunstâncias que sempre agravam as penalidades dos
crimes de trânsito ter o condutor do veículo cometido a infração:
I - com dano potencial para duas ou mais
pessoas ou com grande risco de grave dano patrimonial a terceiros;
II - utilizando o veículo sem placas, com placas falsas ou adulteradas;
III - sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;
IV - com Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação de categoria diferente da do veículo;
V - quando a sua profissão ou atividade exigir cuidados especiais com o transporte de
passageiros ou de carga;
VI - utilizando veículo em que tenham sido adulterados equipamentos ou características que afetem a sua segurança ou o seu
funcionamento de acordo com os limites de velocidade prescritos nas especificações do fabricante;
VII - sobre faixa de trânsito temporária ou permanentemente destinada a pedestres.
Atenção:
Nos crimes de trânsito, se o agente prestar socorro à vítima, não poderá ser preso em flagrante.
Crimes previstos no CTB:
Homicídio Culposo
Art. 302. Praticar homicídio culposo na
direção de veículo automotor:
No homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor, a pena é
aumentada de um terço à metade, se o agente:
I - não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;
II - praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada;
III - deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do acidente; IV - no exercício de sua profissão ou atividade,
estiver conduzindo veículo de transporte de passageiros
Lesão Corporal Culposa
Art. 303. Praticar lesão corporal culposa
na direção de veículo automotor:
OBS. Aumenta-se a pena de um terço à
metade, se ocorrer qualquer das
hipóteses de aumento do homicídio culposo
Atenção:
Para a lesão corporal culposa de trânsito, há uma regra especial no tocante a aplicação de dispositivos da Lei 9.099/95. Os artigos 74, 76 e 88 da mencionada lei não poderão ser aplicados ao Crime de Lesão Corporal de Trânsito,
devendo a autoridade providenciar a abertura de inquérito policial, quando o agente estiver:
I - sob a influência de álcool ou qualquer outra
substância psicoativa que determine dependência;
II - participando, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística, de exibição ou
demonstração de perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada pela autoridade
competente;
III - transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via em 50 km/h (cinqüenta
quilômetros por hora)
Omissão de Socorro
Art. 304. Deixar o condutor do veículo, na
ocasião do acidente, de prestar imediato socorro à vítima, ou, não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de
solicitar auxílio da autoridade pública:
Atenção:
Haverá crime ainda que a sua omissão
seja suprida por terceiros ou que se trate de vítima com morte instantânea ou com ferimentos leves
Fuga
Art. 305. Afastar-se o condutor do veículo
do local do acidente, para fugir à
responsabilidade penal ou civil que lhe possa ser atribuída
Dirigir Embriagado
Art. 306. Conduzir veículo automotor, na
via pública, estando com concentração de álcool por litro de sangue igual ou superior a 6 (seis) decigramas, ou sob a influência de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência
Violação de Suspensão ou Proibição
Art. 307. Violar a suspensão ou a
proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor imposta com fundamento neste Código
Praticar Racha
Art. 308. Participar, na direção de veículo
automotor, em via pública, de corrida,
disputa ou competição automobilística não autorizada pela autoridade competente,
desde que resulte dano potencial à incolumidade pública ou privada
Direção sem Habilitação
Art. 309. Dirigir veículo automotor, em via
pública, sem a devida Permissão para Dirigir ou Habilitação ou, ainda, se
cassado o direito de dirigir, gerando perigo de dano
Entrega da Direção a Pessoa Não Habilitada
Art. 310. Permitir, confiar ou entregar a direção
de veículo automotor a pessoa não habilitada, com habilitação cassada ou com o direito de dirigir suspenso, ou, ainda, a quem, por seu estado de saúde, física ou mental, ou por embriaguez, não esteja em condições de conduzi-lo com segurança
Excesso de Velocidade
Art. 311. Trafegar em velocidade incompatível
com a segurança nas proximidades de escolas, hospitais, estações de embarque e
desembarque de passageiros, logradouros
estreitos, ou onde haja grande movimentação ou concentração de pessoas, gerando perigo de dano
Fraude Processual
Art. 312. Inovar artificiosamente, em caso de
acidente automobilístico com vítima, na
pendência do respectivo procedimento policial preparatório, inquérito policial ou processo
penal, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, a fim de induzir a erro o agente policial, o perito, ou juiz
A Lei 9.296 de 24 de julho de 1996 veio regulamentar o art. 5o , inc. XIII da
Constituição Federal que já previa:
LEI DE INTERCEPTAÇÃO DE COMUNICAÇÕES
“Art. 5o Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pais a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
LEI DE INTERCEPTAÇÃO DE COMUNICAÇÕES
XII – é inviolável o sigilo da
correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das
comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução
processual penal.”
LEI DE INTERCEPTAÇÃO DE COMUNICAÇÕES
Atenção:
Há diferença entre interceptação e escuta
LEI DE INTERCEPTAÇÃO DE COMUNICAÇÕES
Quem tem atribuição para determinar a quebra do sigilo telefônico ou das
comunicações de qualquer natureza
(incluídas as comunicações por meio de informática, rádio, etc) é a autoridade
judiciária, que a determinará de forma fundamentada, impondo segredo de justiça
LEI DE INTERCEPTAÇÃO DE COMUNICAÇÕES
A interceptação somente poderá ser determinada:
LEI DE INTERCEPTAÇÃO DE COMUNICAÇÕES
Nos crimes punidos com reclusão (o que denota que a interceptação se dá apenas para crimes mais graves); Quando houver indícios suficientes de autoria ou
participação na infração penal (observe-se que a lei não exige prova, bastando indícios, cuja suficiência será analisada caso a caso); e
Quando a prova não puder ser produzida por outro meio (demonstrando que jamais a interceptação poderá ser o primeiro viés de uma investigação policial)
LEI DE INTERCEPTAÇÃO DE COMUNICAÇÕES
Uma vez determinada a interceptação, a mesma poderá ser efetuada pelo prazo máximo de 15 (quinze) dias, podendo ser renovada por igual período desde que
reste comprovada a necessidade da renovação
LEI DE INTERCEPTAÇÃO DE COMUNICAÇÕES
Crime previsto na Lei 9296/96:
LEI DE INTERCEPTAÇÃO DE COMUNICAÇÕES
“Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações
telefônicas, de informática ou telemática, ou quebrar segredo da Justiça, sem
autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.
LEI DE INTERCEPTAÇÃO DE COMUNICAÇÕES
Noções Gerais
Lei dos Juizados Especiais
Criminais
Noções Gerais