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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA

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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA INSTITUTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS

NÚCLEO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

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CARLOS JOSÉ CORRÊA

GESTÃO DA SEGURIDADE SOCIAL NO BRASIL

Rio de Janeiro 2009

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CARLOS JOSÉ CORRÊA

GESTÃO DA SEGURIDADE SOCIAL NO BRASIL

Monografia apresentada ao Instituto de Ciências Jurídicas da Universidade Veiga de Almeida como parte das exigências do exame de qualificação para obtenção do título de Bacharel em Direito

Rio de Janeiro 2009

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Dedicatória

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Agradecimentos

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RESUMO

Ensaio monográfico versando sobre gestão da seguridade no Brasil. Uma introdução faz a apresentação do tema e define a forma de distribuição dos capítulos. No capítulo I discorre-se sobre a evolução da seguridade social no Mundo a partir da história Romana, chegando aos dias de hoje; o capítulo II é o meio de apresentar a seguridade social desde o tempo do Brasil Império até o final do século XX. No capítulo III, faz-se uma apresentação crítica dos programas sociais mais recentes, fechando-se o trabalho com uma conclusão baseada nas abordagens feitas e com severas críticas às políticas assistencialistas do governo.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO... 8

CAPÍTULO I – A SEGURIDADE SOCIAL no MUNDO... 14

Poor Relief Act 1662... 16

CAPÍTULO II – no Brasil... 25

CAPITULO III - Os dias atuais... 43

CONCLUSÃO... 53

REFERÊNCIAS... 56

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INTRODUÇÃO

“ama teu próximo como a ti mesmo” – o Provedor Maior

A seguridade social abrange um mosaico de ações dos poderes públicos, e da sociedade como um todo, destinadas a assegurar o direito à saúde, à previdência social e à assistência social. Na verdade, trata-se do terceiro elemento da Revolução Francesa que, em 1789, pregou “Liberté, Égalité, Fraternité. A liberdade de poder vender o trabalho de suas mãos, a igualdade de se não sentir inferior a quem quer que seja, a fraternidade – o terceiro elemento – para garantir que as inevitáveis desigualdades não comprometam o verdadeiro sentido da liberdade.

No Brasil, a ampliação do conceito de seguridade social surgiu com a Constituição de 1988, conhecida como a Constituição Cidadã, tão bem forjada e, já, tanto modificada, ao alvedrio dos casuísmos da conveniência de

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governantes. Certamente, a todos devem caber os benefícios por ela propostos e, também os esforços para gerar recursos para manter a solidariedade entre os seres humanos. Foi esse o pensamento que norteou as políticas sociais a partir dos anos cinqüenta, gerando grandes mudanças nos países mais desenvolvidos, transformando-os em Estados de Bem-Estar Social (welfare state). É importante frisar que tal resultado não foi conseqüência da ação do mercado, mas sim de uma atitude racional das sociedades orientada para o apoio a intervenções do Estado. Este foi, sem dúvida, o fulcro sobre o qual se alavancaram os progressos econômicos e sociais das sociedades mais evoluídas.

Cancian1 define o Estado do Bem-estar Social, que também é conhecido por sua denominação em inglês, Welfare State. Os termos servem basicamente para designar o Estado assistencial que garante padrões mínimos de educação, saúde, habitação, renda e seguridade social a todos os cidadãos.

É preciso esclarecer, no entanto, que todos estes tipos de serviços assistenciais são de caráter público e reconhecidos como direitos sociais. A partir dessa premissa, pode-se afirmar que o que distingue o Estado do Bem- estar de outros tipos de Estado assistencial não é tanto a intervenção estatal na economia e nas condições sociais com o objetivo de melhorar os padrões de qualidade de vida da população, mas o fato dos serviços prestados serem considerados direitos dos cidadãos.

La Fontaine, em uma de suas mais famosas fábulas, diz:

1Renato Cancian é cientista social, mestre em sociologia-política. É autor do livro "Comissão Justiça e Paz de São Paulo: Gênese e Atuação Política - 1972-1985". http://educacao.uol.com.br/sociologia/ult4264u30.jhtm, em 10 jun 2009.

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La cigalle ayant chanté tout l’été,

se trouva fort dèpourvie, quand la bûse fût venie...

Na verdade, parece-nos que sua intenção é a de tecer loas àqueles que trabalham e se preocupam com os dias futuros. Trabalhando e guardando, cada um terá o necessário para seus dias de inverno, aí entendidos como tempos ruins ou como crises econômicas ou, ainda, como imprevistos decorrentes de problemas de saúde. Assim, entende-se que a seguridade deve atender a todos, inclusive as cigarras e aquelas formigas que, mesmo querendo trabalhar, não puderam fazê-lo por uma contingência qualquer.

Para os defensores do Estado Liberal, o problema do sistema de seguridade social é um número cada vez maior de cigarras, desestimulando a laboriosa produção das formigas, afirmando que o mesmo entrou em crise no final dos anos 70, em decorrência do aumento significativo de beneficiários – muita gente para usufruir e pouca gente para produzir – face ao aumento da expectativa de vida e à incorporação de segmentos sociais desassistidos, como foi o caso dos trabalhadores rurais.

Entram em cena os defensores do Consenso de Washington que pregam o Estado mínimo2.

2Concepção fundada nos pressupostos da reação conservadora que deu origem ao neoliberalismo. A idéia de Estado Mínimo pressupõe um deslocamento das atribuições do Estado perante a economia e a sociedade. Preconiza-se a não-intervenção, e este afastamento em prol da liberdade individual e da competição entre os agentes econômicos, segundo o neoliberalismo, é o pressuposto da prosperidade econômica. A única forma de regulação econômica, portanto, deve ser feita pelas forças do mercado, as mais racionais e eficientes possíveis. Ao Estado Mínimo cabe garantir a ordem, a legalidade e concentrar seu papel executivo naqueles serviços mínimos necessários para tanto: policiamento, forças armadas, poderes executivo, legislativo e judiciário etc. Abrindo mão, portanto, de toda e qualquer forma de atuação econômica direta, como é o caso das empresas estatais. A concepção de Estado mínimo surge

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Visando, então, à manutenção de um sistema de proteção social, a Carta Magna vigente estabeleceu um modelo misto de financiamento, prescrevendo no seu art. 195 que a seguridade social será suportada por toda a sociedade, com recursos provenientes tanto do orçamento fiscal das pessoas políticas como por meio de imposições de contribuições sociais. Logo, o custeio direto da seguridade social deve ser feito com o produto da cobrança das empresas, dos trabalhadores, sobre a receita de concursos de prognósticos e a importação de bens e serviços (EC nº 42/03), ficando o custeio indireto por conta das dotações orçamentárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, reservando ainda à União a competência residual para a regulamentação de novas fontes de custeio.

Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:

I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei,

incidentes sobre:

a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a

qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;

b) a receita ou o faturamento;

c) o lucro;

II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201;

como reação ao padrão de acumulação vigente durante grande parte do século XX, em que o Estado financiava não só a acumulação do capital, mas também a reprodução da força de trabalho, via políticas sociais. Na medida em que este Estado deixa de financiar esta última, torna-se, ele próprio, “máximo”

para o capital. O suporte do fundo público (estatal) ao capital não só não deixa de ser aporte necessário ao processo de acumulação, como também ele se maximiza diante das necessidades cada vez mais exigentes do capital financeiro internacional.

Para o seu estudo é fundamental a consulta às obras de István Mészaros, Para além do capital (2002);

Francisco de Oliveira, Os direitos do antivalor (1998).

http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/glossario/verb_c_estado_minimo.htm em 2 jun 2009.

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III - sobre a receita de concursos de prognósticos.

IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar.

§ 1º As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à

seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União.

§ 2º A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma integrada

pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus recursos.

§ 3º A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como

estabelecido em lei, não poderá contratar com o poder público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.

§ 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou

expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I.

§ 5º Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado

ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total.

§ 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após

decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, b.

§ 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes

de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei.

§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal,

bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei.

§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão-de-obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho.

§ 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o sistema único de

saúde e ações de assistência social da União para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e dos Estados para os Municípios, observada a respectiva contrapartida de recursos.

§ 11. É vedada a concessão de remissão ou anistia das contribuições sociais de que

tratam os incisos I, a, e II deste artigo, para débitos em montante superior ao fixado em lei complementar.

§ 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as contribuições

incidentes na forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão não-cumulativas.

§ 13. Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na hipótese de substituição gradual, total

ou parcial, da contribuição incidente na forma do inciso I, a, pela incidente sobre a receita ou o faturamento

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Deming3 propôs 14 pontos para a gestão de organizações como caminho para a qualidade total, o qual deve ser continuamente aperfeiçoado. Entre eles, há um de particular interesse para a seguridade pessoal: exatamente o primeiro deles:

Ponto (1) Criar constância de propósito de aperfeiçoamento dos produtos, a fim de torná-los competitivos, perpetuá-los no mercado e gerar empregos.

Gerar empregos!

Talvez tenhamos aí a mais recomendável e efetiva forma de criar a mentalidade da seguridade auto sustentada, como tentaremos expor neste ensaio.

Assim, no capítulo 1 procuramos mostrar a evolução da seguridade no mundo, ao longo da história. No capítulo 2 apresentamos a trajetória temporal dos antecedentes da seguridade em nosso país. No capítulo 3 damos foco ao Brasil contemporâneo e fechamos o trabalho com uma conclusão.

3 William Edwards Deming (Sioux City, 14 de Outubro de 1900 — Washington, 20 de Dezembro de 1993) foi um estatístico norte americano, professor universitário, autor, palestrante e consultor. Deming é amplamente reconhecido pela melhoria dos processos produtivos nos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial, sendo porém mais conhecido pelo seu trabalho no Japão. Lá, a partir de 1950, ele ensinou altos executivos como melhorar projeto, qualidade de produto, teste e vendas (este último por meio dos mercados globais) através de vários métodos, incluindo a aplicação de métodos estatísticos como a análise de variantes e teste de hipóteses.

Deming fez contribuições significativas para o Japão tornar-se notório pela fabricação de produtos inovadores de alta qualidade. Deming é considerado o estrangeiro que gerou o maior impacto sobre a indústria e a economia japonesa no século XX. http://www.lii.net/deming.html, em 11 jun 2009.

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CAPÍTULO I – A SEGURIDADE SOCIAL no MUNDO

“Futuro é o lugar onde moram meus sonhos e objetivos”

Para que melhor se entenda o status quo da seguridade social, torna-se desejável uma perquirição histórica de sua evolução no mundo.

As primeiras manifestações do homem em relação à proteção social datam da Grécia e Roma antigas. Caracterizavam-se por meio de instituições de cunho mutualista que tinham o objetivo de prestar assistência aos seus membros, mediante contribuição, de modo a se ajudarem, em caso de necessidade, uma espécie de clube fechado, uma auto proteção.

A família romana, por meio do pater familias, tinha a obrigação de prestar assistência aos servos e parceiros comerciais.

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Pater familias (plural: patres familias) era o mais elevado estatuto familiar (status familiae) na Roma Antiga, sempre uma posição masculina. O termo é Latim e significa, literalmente, "pai da família". A forma é irregular e arcaica em Latim, preservando a antiga terminação do genitivo em -as. O termo pater se refere a um território ou jurisdição, governado por um patriarca.O uso do termo no sentido de orientação masculina da organização social aparece pela primeira vez entre os hebreus no século IV para qualificar o líder de uma sociedade judaica; o termo seria originário do grego helenístico para denominar um líder de comunidade. Do termo deriva-se a palavra patria. Pátria relaciona-se ao conceito de país, do italiano paese, por sua vez originário do latim pagus, aldeia, donde também vem pagão Pátria, patriarcado e pagão tem a mesma raiz.

Na Idade Média, na Europa, foram criadas algumas corporações profissionais visando à administração de fundos, dando forma e consistência a seguros sociais para seus membros.

Em 1601, na Inglaterra, foi editada a Lei dos Pobres (Poor Relief Act), marco da criação da assistência social, que regulamentou a instituição de auxílios e socorros públicos aos necessitados. Com fundamento nesta lei, o necessitado tinha o direito de ser auxiliado pelo distrito. Os juízes da Comarca tinham o poder de lançar imposto de caridade, que seria pago por todos os ocupantes e usuários de terras, e nomear inspetores em cada um dos distritos, visando receber e aplicar o montante arrecadado.

(16)

Poor Relief Act 1662

Uma emenda ao “Poor Relief Act” – 1662 – foi um ato do Parlamento Inglês que tratava da fixação e da remoção de pessoas nos diversos distritos do território inglês. Na verdade, tratava-se de um ato que vinculava os súditos do Reino a seus distritos de origem. Assim, o “Ato de proteção e redenção dos pobres do Reino”, também conhecido como “lei de colonização” ou mais honestamente, como “lei da colonização e da remoção”. Tinha como propósito estabelecer o distrito ao qual uma pessoa pertencia, ou seja, o lugar onde ela se estabelecera primeiramente e qual era o governante responsável por ela.

Desta forma ficava claro que se ela passasse por alguma dificuldade era o seu distrito que deveria ampará-la. É de particular interesse o fato de que, pela primeira vez, um documento oficial de comprovação de domicílio foi instituído.

Assim, depois de 1662, se alguém pretendia deixar seu distrito original, mudando-se ou apenas viajando para outro lugar, era necessário que levasse consigo o seu certificado de estabelecimento, que garantia que seu distrito de origem arcaria com as despesas de retorno a partir do distrito hóspede, no caso de ser necessário algum tipo de assistência ao “estrangeiro”.

Como os governantes dos distritos relutavam muito em fornecer tais certificados, as pessoas quase sempre se conformavam em ficar onde já estavam. De certa forma, os procedimentos modernos de passaportes e vistos para viajantes internacionais parecem ter nascido aí. Para a seguridade, trata- se, apenas, de cuidar de seus próprios pobres. Os pobres do vizinho, que deles cuide o próprio vizinho. Para os governantes, uma forma de controlar sua gente e as entradas e saídas de seu território.

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Na Alemanha, Otto Von Bismark instituiu uma série de seguros sociais destinados aos trabalhadores.

Assim, em 1883, foi criado o seguro-doença obrigatório para os trabalhadores da indústria, custeado por contribuições dos empregados, empregadores e do Estado. Em 1884, criou-se o seguro de acidente de trabalho com o custeio a cargo dos empregadores. Já em 1889, foi instituído o seguro de invalidez e velhice, custeado pelos trabalhadores, empregadores e Estado. Insta registrar que as leis instituídas por Bismark, que criaram os seguros sociais, foram pioneiras para a criação da previdência social no mundo. O modelo de custeio empregador – empregado – Estado é o que inspirou aquele que se usa hoje em nosso País.

Os seguros criados por Bismark tinham o objetivo de evitar as tensões sociais existentes entre os trabalhadores, através de movimentos socialistas fortalecidos com a crise industrial. Outorgar direitos era melhor que tê-los tomados.

Assim, cabe à Alemanha do ultraconservador Otto Bismarck, príncipe da Prússia (1815-1898), o mérito de inaugurar o Welfare State ou o Estado Previdência, através da promulgação dos primeiros seguros sociais obrigatórios, cobrindo a doença (1883), os acidentes de trabalho (1884), a invalidez e velhice (1889), a par de legislação mais específica sobre condições de trabalho (1889-91) (Tambouri, 1983)4.

4 TAMBURI, G. (1983) - Social Security. In: Encyclopaedia of Occupational Health and Safety.

3th rev. ed. Geneva: International Labour Office, Vol. 2. 1983. 2073-2076.

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Apresentamos a seguir um quadro comparativo dos seguros sociais introduzidos por Bismark na Alemanha. Quadro este que mostra, detalhadamente, os grandes avanços propostos por um nobre conservador, de quem dificilmente se poderiam esperar tais atos e idéias. Verdadeiramente surpreendente.

Quadro 1 – O esquema de seguros sociais obrigatórios de Bismarck

Seguro de saúde (1883)

Seguro de acidentes (1884)

Seguro de velhice e de invalidez (1889) Beneficiários Trabalhadores,

excluindo a família (incluída a partir de

1909)

Trabalhadores Trabalhadores, empregado c/

um rendimento até 2000 marcos per capita; não

incluindo a família Benefícios Tratamento médico

gratuito, subsídio de doença em caso de incapacidade para o trabalho até ½ do

salário

Custo do tratamento médico subsídio em caso

de incapacidade tempo- rária; pensões em caso

de incapacidade permanente

Pensões de invalidez no caso de incapacidade permanente

ou de longa duração (> 1 ano); pensões de velhice

depois dos 70 Duração Subsídio de doença

+pago durante 13 semanas (26 a partir

de 1913)

Tratamento médico e pensões 14 semanas

Pensão de invalidez: 5 anos de contribuição como período de espera; pensão de velhice:

30 anos de contribuições Contribuintes 2/3 pelo segurado e

1/3 (ou mais) pela entidade patronal

Empregadores Metade pelo trabalho e outra metade pelo patrão;

contribuição do Estado de 50 marcos (por pensão per

capita) Instituições

de apoio

Fundamentalmente:

“Ortskarnkenkassen”

(fundos de seguros locais ou autoadministrados)

“Berufsgenossenschaften”

(Associações patronais, subdivididas por sectores

industriais)

“Landesversicherungsanstlten”

(instituições públicas, regionais, de seguros)

Fonte: Machtan (1999.13) in http://www.ensp.unl.pt/lgraca/textos146.html

A Igreja, por seu turno, também teve uma participação nesse processo, preocupando-se com o trabalhador diante das contingências futuras. Nos pronunciamentos dos pontífices da época, verificamos especialmente na

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Encíclica Rerum Novarum, de Leão XIII (1891)5, a idéia de criação de um sistema de pecúlio ao trabalhador, custeado com parte do salário do mesmo, visando a protegê-lo dos riscos sociais. Além, evidentemente, de uma preocupação bastante grande com as famílias dos trabalhadores.

Protecção do trabalho dos operários, das mulheres e das crianças (Rerum Novarum)

...

25. No que diz respeito aos bens naturais e exteriores, primeiro que tudo é um dever da autoridade pública subtrair o pobre operário à desumanidade de ávidos especuladores, que abusam, sem nenhuma descrição, tanto das pessoas como das coisas. Não é justo nem humano exigir do homem tanto trabalho a ponto de fazer pelo excesso da fadiga embrutecer o espírito e enfraquecer o corpo.

A actividade do homem, restrita como a sua natureza, tem limites que se não podem ultrapassar. O exercício e o uso aperfeiçoam-na, mas é preciso que de quando em quando se suspenda para dar lugar ao repouso. Não deve, portanto, o trabalho prolongar-se por mais tempo do que as forças permitem. Assim, o número de horas de trabalho diário não deve exceder a força dos trabalhadores, e a quantidade de repouso deve ser proporcionada à qualidade do trabalho, às circunstâncias do tempo e do lugar, à compleição e saúde dos operários. O trabalho, por exemplo, de extrair pedra, ferro, chumbo e outros materiais escondidos debaixo da terra, sendo mais pesa-do e nocivo à saúde, deve ser compensado com uma duração mais curta. Deve-se também atender às estações, porque não poucas vezes um trabalho que facilmente se suportaria numa estação, noutra é de facto insuportável ou somente se vence com dificuldade.

26. Enfim, o que um homem válido e na força da idade pode fazer, não será equitativo exigi-lo duma mulher ou duma criança.

Especialmente a infância — e isto deve ser estritamente observado

5http://www.vatican.va/holy_father/leo_xiii/encyclicals/documents/hf_l-xiii_enc_15051891_rerum- novarum_po.html , em 8 jun 2009.

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— não deve entrar na oficina senão quando a sua idade tenha suficientemente desenvolvido nela as forças físicas, intelectuais e morais: de contrário, como uma planta ainda tenra, ver-se-á murchar com um trabalho demasiado precoce, e dar-se-á cabo da sua educação. Trabalhos há também quê se não adaptam tanto à mulher, a qual a natureza destina de preferência aos arranjos domésticos, que, por outro lado, salvaguardam admiravelmente a honestidade do sexo, e correspondem melhor, pela sua natureza, ao que pede a boa educação dos filhos e a prosperidade da família.

Em geral, a duração do descanso deve medir-se pelo dispêndio das forças que ele deve restituir. O direito ao descanso de cada dia assim como à cessação do trabalho no dia do Senhor, deve ser a condição expressa ou tácita de todo o contrato feito entre patrões e operários. Onde esta condição não entrar, o contrato não será justo, pois ninguém pode exigir ou prometer a violação dos deveres do homem para com Deus e para consigo mesmo.

Em 1897, na Inglaterra, através do Workmen’s Compensation Act, criou-se o seguro obrigatório contra acidentes de trabalho custeado integralmente pelo empregador, sendo este responsável pelo sinistro, independentemente de culpa, consolidando o princípio da responsabilidade objetiva da empresa.

Uma particularidade importante desse ato é que ele previa a compensação devida por um acidente de trabalho única e exclusivamente para operários.

Apenas para trabalhadores braçais. Assim é que, um gerente administrativo de uma mina de carvão morreu no desmoronamento de uma galeria, local aonde ia ocasionalmente. Ante a reclamação de sua viúva, de uma indenização do

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seguro, foi-lhe alegado que o Workmen’s Compensation Act aplicava-se tão somente a trabalhadores braçais, o que não era o caso de seu marido6.

Em 1907, foi instituído o sistema de assistência à velhice. Em 1908, criou-se o Old Age Pensions Act, com o objetivo de conceder pensões aos maiores de 70 anos, independentemente de contribuição de qualquer espécie feita para tal finalidade. Em 1911, através do National Insurance Act, estabeleceu-se um sistema compulsório de contribuições sociais específicas, que ficavam a cargo do empregador, empregados e do Estado. A idéia era a de que, se todos contribuíssem, poder-se-ia aumentar a efetividade dos benefícios.

Como podemos observar, a criação da seguridade social, dando destaque à previdência social, foi fruto das transformações ocorridas no mundo, em especial com a revolução industrial, sem que se deixe de contemplar, também, as idéias advindas da Revolução Francesa, em 1789.

No passo seguinte, passamos a uma nova fase, conhecida como constitucionalismo social, em que as Constituições dos países começam a tratar dos direitos sociais, trabalhistas e previdenciários. A seguridade ganha importância na hierarquia dos ordenamentos jurídicos, passando ao nível de Carta Magna.

A primeira Constituição a incluir a previdência social no seu bojo foi a do México7, de 1917 (art. 123). Em seguida, tivemos a alemã de Weimar8, de 1919

6 http://en.wikipedia.org/wiki/Workmen's_Compensation_Act_1897, em 2 jun 2009.

7Constitución Mexicana de 1917 - http://www.yucatan.com.mx/especiales/constitucion/tit_sexto.asp em 2 jun 2009.

8 Instituidora da primeira república alemã, a Constituição dita de Weimar, cidade da Saxônia onde foi elaborada e votada, surgiu como um produto da grande guerra de

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(art. 163), que determinou ao Estado o dever de prover a subsistência do cidadão alemão, caso não possa proporcionar-lhe a oportunidade de ganhar a vida com um trabalho produtivo.

Nos Estados Unidos, Franklin Roosevelt instituiu o New Deal, através da doutrina do Estado do Bem-estar Social (Welfare State), visando resolver a crise econômica que assolava o país desde 1929. Objetivava a luta contra a miséria e a defesa dos mais necessitados, em especial os idosos e desempregados. Em 1935, foi instituído o Social Security Act, destinado a ajudar os idosos e a estimular o consumo, bem como o auxílio-desemprego aos trabalhadores desempregados.

Na Inglaterra, o Plano Beveridge (1941)9, reformado em 1946, elaborado pelo Lord Beveridge, tinha como objetivo constituir um sistema de seguro social que garantisse ao indivíduo proteção diante de certas contingências sociais, tais como a indigência ou incapacidade laborativa. A segurança social deveria ser prestada do berço ao túmulo (Social security from the cradle to the grave). O Plano Beveridge tinha como características: a) unificar os seguros sociais existentes; b) estabelecer a universalidade de proteção social para todos os cidadãos; c) igualdade de proteção social; d) tríplice forma de custeio, com predominância de custeio estatal.

1914-1918, que encerrou o “longo século XIX”. Promulgada imediatamente após o colapso de uma civilização, ela ressentiu-se desde o início, em sua aplicação, dos tumultos e incertezas inerentes ao momento histórico em que foi concebida.

http://www.dhnet.org.br/educar/redeedh/anthist/alema1919.htm em 2 jun 2009.

9Visando libertar o homem da necessidade, institui um modelo de segurança no rendimento, contra todo o risco que ameace o rendimento regular dos indivíduos, nomeadamente doença, acidentes de trabalho, morte, velhice, maternidade e desemprego. Surge, a partir de então, o modelo estadual de apoio à família, à assistência na doença e ao controlo do desemprego. Um sistema generalizado (abrange toda a

população), unificado e simples (quotização única), uniforme (prestações uniformes, seja qual for o rendimento) e centralizado (um serviço público único).

http://maltez.info/Biografia/Obras/beveridge%201941.pdf , em 2 jun 2009.

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A Declaração Universal dos Direitos do Homem, de 1948, prescrevia, entre outros direitos fundamentais da pessoa, a proteção previdenciária. O art. 85 do citado diploma determinava que "todo homem tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família saúde e bem estar social, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, o direito à segurança no caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência em circunstâncias fora de seu controle".

A Organização Internacional do Trabalho (OIT), criada em 1919, em sua convenção nº 102, aprovada em Genebra em 1952, traduzia os anseios e propósitos no campo da proteção social, comuns às populações dos numerosos países que a integram. Pela importância que tem, optamos por transcrever, na integra o texto referente ao que dispõe o citado diploma:

"Seguridade Social é a proteção que a sociedade proporciona a seus membros, mediante uma série de medidas públicas contra as privações econômicas e sociais que de outra forma, derivam do desaparecimento ou em forte redução de sua subsistência como conseqüência de enfermidade, maternidade, acidente de trabalho ou enfermidade profissional, desemprego, invalidez, velhice, e também a proteção em forma de assistência médica e ajuda às famílias com filhos".

Cabe ainda ressaltar os pactos realizados entre os países na defesa da seguridade social, entre os quais, destacamos: Pacto dos Direitos Econômicos,

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Sociais e Culturais (1966)10; Protocolo de São Salvador (1988)11, Convenção Americana de Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica – 1969)12.

10http://www.pge.sp.gov.br/centrodeestudos/bibliotecavirtual/instrumentos/direitos.htm em 2 jun 2009.

11DECRETO NO 3.321, DE 30 DE DEZEMBRO DE 1999. Promulga o Protocolo Adicional à Convenção Americana sobre Direitos Humanos em Matéria de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais "Protocolo de São Salvador", em 17 de novembro de 1988, em São Salvador, El Salvador. http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111213/decreto-3321-99 em 2 jun 2009.

12decreto no 678, de 6 de novembro de 1992 Promulga a Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica), de 22 de novembro de 1969.

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D0678.htm em 4 maio 2009.

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CAPÍTULO II – no Brasil

“Pessoas? Deus deu todos os problemas fáceis para os físicos resolverem” – Albert Einstein

Em nosso país, a preocupação com a proteção social do indivíduo nasceu com a implantação de instituições de seguro social, de cunho mutualista e particular.

Tivemos a criação das santas casas de misericórdia, como a de Santos (1543)13, montepios, como o da Guarda Pessoal de D. João VI (1808) e sociedades beneficentes.

A nossa primeira Constituição, de 1824, tratou da seguridade social no seu art.

179, onde abordou a importância da constituição dos socorros públicos. O ato adicional de 1834, em seu art. 10 delegava competência às Assembléias

13 http://novaurbis.blogspot.com/2008/04/histria-da-santa-casa-de-misericrdia-de.html , em 10 mai 2009

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Legislativas para legislar sobre as casas de socorros públicos. A referida matéria foi regulada pela Lei nº 16, de 12/08/183414.

Em 1835, foi criada a primeira entidade privada em nosso país, no Rio de Janeiro, o Montepio Geral dos Servidores do Estado (Mongeral)15. Caracterizava-se por ser um sistema mutualista, no qual os associados contribuíam para um fundo que garantiria a cobertura de certos riscos, mediante a repartição dos encargos com todo o grupo.

O Código Comercial de 185016 dispôs em seu art. 79 que os empregadores deveriam manter o pagamento dos salários dos empregados por no máximo 03 meses, no caso de acidentes imprevistos e inculpados.

Mais tarde, o Decreto nº 2.711, de 186017, regulamentou o financiamento de montepios e sociedades de socorros mútuos.

A Constituição de 1891 foi a primeira a conter a expressão "aposentadoria".

Preceituava no seu art. 75 que os funcionários públicos, no caso de invalidez, teriam direito à aposentadoria, independentemente de nenhuma contribuição para o sistema de seguro social.

Em 1919, o Decreto Legislativo nº 3.724, de 15/01/1919, instituiu o seguro obrigatório de acidente de trabalho, bem como uma indenização a ser paga pelos empregadores.

14 http://www.brasilimperial.org.br/const1824.htm em 10 mai 2009.

15http://www.mongeral.com.br. Em 10 mai 2009.

16 http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L0556-1850.htm em 10 mai 2009.

17 http://www.anpec.org.br/encontro2007/artigos/A07A005.pdf , em 25 mai 2009.

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A Lei Eloy Chaves18, Decreto Legislativo nº 4.682, de 24/01/1923, foi a primeira norma a instituir no país a previdência social, com a criação das Caixas de Aposentadoria e Pensão (CAP) para os ferroviários. É considerado o marco da previdência social no país. A referida lei estabeleceu que cada uma das empresas de estrada de ferro deveria ter uma caixa de aposentadoria e pensão para os seus empregados. A primeira foi a dos empregados da Great Western do Brasil. A década de 20 caracterizou-se pela criação das citadas caixas, vinculadas às empresas e de natureza privada. Eram assegurados os benefícios de aposentadoria, o ócio com dignidade, e pensão por morte – amparo da família – e assistência médica – a subsistência não perderá seu fundamento no caso de enfermidade que impeça a continuidade do trabalho. O custeio era suportado pelas empresas e pelos trabalhadores. Não havia participação do Estado no custeio. O Decreto Legislativo nº 5.109, de 20/12/1926, estendeu os benefícios da Lei Eloy Chaves aos empregados portuários e marítimos. Posteriormente, em 1928, através da Lei nº 5.485, de 30/06/1928, os empregados das empresas de serviços telegráficos e radiotelegráficos passaram a ter direito aos mesmos benefícios. Como se pode perceber, boas idéias prosperam.

Em 1930, foi criado o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, que tinha a tarefa de administrar a previdência social. A década de 30 caracterizou-se pela unificação das Caixas de Aposentadoria e Pensão em Institutos Públicos de Aposentadoria e Pensão (IAP). O sistema previdenciário deixou de ser estruturado por empresa, passando a organizar-se por categorias profissionais de âmbito nacional. Criaram-se os IAP’s utilizando o modelo italiano, a partir

18http://www81.dataprev.gov.br/sislex/paginas/23/1923/4682.htm , em 25 mai 2009.

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daí, cada categoria passou a ser responsável por seu próprio fundo. A contribuição para o fundo era suportada pelo empregado, pelo empregador e pelo governo. A contribuição dos empregadores incidia sobre a folha de pagamento. O Estado financiava o sistema através de uma taxa cobrada dos produtos importados. Os empregados eram descontados em seus salários. A administração do fundo era exercida por um representante dos empregados, um dos empregadores e um do governo. Além dos benefícios de aposentadorias e pensões, o instituto prestava serviços de saúde. Assim, foram criados os Institutos de Aposentadoria e Pensão dos Marítimos (IAPM) em 1933, dos Comerciários (IAPC) em 1934, dos Bancários (IAPB) em 1934, dos Industriários (IAPI) em 1936, dos empregados de Transporte e Carga (IAPETEC) em 1938. No serviço público, foi criado em 1938 um fundo previdenciário para os servidores públicos federais chamado de IPASE – Instituto de Pensão e Assistência dos Servidores do Estado.

A Carta Magna de 1934 disciplinou a forma de custeio dos institutos, no caso tríplice (ente público, empregado e empregador), conforme preconizava o art.

121, § 1º, "h". Mencionava a competência do Poder Legislativo para instituir normas de aposentadoria (art. 39, VIII, item d) e proteção social ao trabalhador e à gestante (art. 121). Tratava também da aposentadoria compulsória dos funcionários públicos (art. 170, § 3º), bem como a aposentadoria por invalidez dos mesmos (art. 170, § 6º).

A Constituição de 1937, outorgada no Estado Novo, não inovou em relação às anteriores. Apenas empregou a expressão "seguro social" ao invés de previdência social em seu texto.

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Em contrapartida, a Constituição de 1946 aboliu a expressão "seguro social", dando ênfase pela primeira vez na Carta da República à expressão

"previdência social", e consagrando-a em seu art. 157. O inciso XVI do citado artigo mencionava que a previdência social custeada através da contribuição da União, do empregador e do empregado deveria garantir a maternidade, bem como os riscos sociais, tais como: a doença, a velhice, a invalidez e a morte. Já no inciso XVII tratava da obrigatoriedade da instituição do seguro de acidente de trabalho por conta do empregador.

No início dos anos 50, quase toda população urbana assalariada estava coberta por um sistema de previdência, com exceção dos trabalhadores domésticos e autônomos. A uniformização da legislação sobre a previdência social ocorreu com o advento do Regulamento Geral dos Institutos de Aposentadoria e Pensão, aprovado pelo Decreto nº 35.448, de 01/05/1954.

Em 1960, foi criado o Ministério do Trabalho e da Previdência Social. Foi editada a Lei nº 3.807, de 26/08/1960, Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS), cujo projeto tramitou desde 1947, foi considerada uma das normas previdenciárias mais importantes da época. Caracterizou-se pela fase da uniformização da previdência social. A citada lei unificou os critérios de concessão dos benefícios dos diversos institutos existentes na época, ampliando os benefícios, tais como: auxílio-natalidade, auxílio-funeral, auxílio- reclusão e assistência social.

A Lei nº 4.214, de 02/03/1963, criou o Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (FUNRURAL), no âmbito do estatuto do trabalhador rural. Na época, uma forte pressão de esquerda produziu o efeito de apressar sua aprovação.

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A Emenda Constitucional nº 11, de 31/03/65, estabeleceu o princípio da precedência da fonte de custeio e relação à criação ou majoração de benefícios. Em primeiro lugar, a fonte de recursos, depois a aplicação.

O Decreto-Lei nº 72, de 21/11/1966, unificou os institutos de aposentadoria e pensão, criando o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), hoje INSS.

Com isso, o governo centralizou a organização previdenciária em seu poder.

Criou-se o monstro e perdeu-se o controle. Talvez a idéia fosse a de equalizar a disponibilidade de recursos, diferente em cada Instituto. Uns mais ricos outros mais pobres. Porém o controle ficava cada vez mais difícil.

A Constituição de 1967 – redigida em quase sua totalidade pelo jurista Francisco Campos, o “Chico Ciência”, como era conhecido, não inovou muito em relação à Carta anterior. O art. 158 manteve quase as mesmas disposições do art. 157 da Lei Magna de 1946. O § 2º do art. 158 da Constituição de 1967 preceituava que a contribuição da União no custeio da previdência social seria atendida mediante dotação orçamentária, ou, preferencialmente, com o produto da arrecadação das contribuições previdenciárias, previstas em lei. A dotação orçamentária apenas como complemento, se necessária.

O sistema de seguro de acidente de trabalho integrou-se ao sistema previdenciário com a Lei nº 5.316, de 14/09/1967. Foram criados adicionais obrigatórios de 0,4% a 0,8% incidentes sobre a folha de salários, objetivando o custeio das prestações de acidente de trabalho.

Os Decretos-Leis de números 564 e 704, de 01/05/1969 e 24/07/1969, respectivamente, estenderam a previdência social ao trabalhador rural.

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A Emenda Constitucional nº 1, de 1969, não apresentou mudanças significativas em relação às Constituições de 1946 e 1967.

A Lei Complementar nº 11, de 25/05/1971, instituiu o Programa de Assistência ao Trabalhador Rural (Pro-Rural). A partir desse momento os trabalhadores rurais passaram a ser segurados da previdência social. Não havia contribuição prévia por parte do trabalhador. Mesmo assim, este tinha direito à aposentadoria por velhice ou invalidez e, ainda, pensão e auxílio-funeral.

A Lei nº 5.859, de 11/12/1972, incluiu os empregados domésticos como segurados obrigatórios da previdência social.

A Lei nº 6.367, de 19/10/1976, regulou o seguro de acidente de trabalho na área urbana, revogando a Lei nº 5.316/67.

Em 01/07/1977, através da Lei nº 6.439, foi criado o SINPAS (Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social), destinado a integrar as atividades de previdência social, da assistência social, da assistência médica e de gestão administrativa, financeira e patrimonial das entidades vinculadas ao Ministério da Previdência e Assistência Social. O SINPAS tinha a seguinte composição:

• o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) cuidava da concessão e manutenção das prestações pecuniárias;

• o Instituto Nacional de Assistência Médica de Previdência Social (INAMPS) tratava da assistência médica;

• a Fundação Legião Brasileira de Assistência (LBA) prestava assistência social à população carente;

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• a Fundação do Bem-Estar do Menor (FUNABEM) promovia a execução da política do bem-estar social do menor;

• a Empresa de Processamento de Dados da Previdência Social (DATAPREV) era responsável pelo processamento de dados da Previdência Social;

• o Instituto da Administração Financeira da Previdência Social (IAPAS) era responsável pela arrecadação, fiscalização, cobrança das contribuições e outros recursos e administração financeira;

• a Central de Medicamentos (CEME) era responsável pela distribuição dos medicamentos.

A Lei nº 6.345/77 regulou a possibilidade de criação de instituições de previdência complementar, matéria regulamentada pelos Decretos de números 81.240/78 e 81.402/78, quanto às entidades de caráter fechado ou aberto, respectivamente.

Em 1984, ocorreu a consolidação da legislação previdenciária (CLPS), que reuniu toda a legislação de custeio e benefício em um único documento (Decreto nº 89.312).

Com a Constituição de 1988, houve uma estruturação completa da previdência social, saúde e assistência social, unificando esses conceitos sob a moderna definição de "seguridade social" (arts. 194 a 204). Assim, o SINPAS foi extinto.

A Lei 8.029, de 12/04/1990, criou o Instituto Nacional do Seguro Social -INSS (fusão do INPS e IAPAS), vinculado ao então Ministério da Previdência e Assistência Social, tendo sido regulamentado pelo Decreto nº 99.350, de 27/06/90. O Decreto nº 99.060, de 07/03/1990 vinculou o INAMPS ao Ministério

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da Saúde. Posteriormente, a Lei 8.689, de 27/07/1993, extinguiu o INAMPS.

Houve, também, a extinção da LBA e FUNABEM em 1995 e da CEME em 1997.

A seguridade social foi organizada, através da edição da Lei nº 8.080, de 19/09/1990 que cuidou da Saúde. Depois, pelas Leis nºs 8.212 e 8.213, ambas de 24/07/1991, que criaram, respectivamente, o Plano de Organização e Custeio da Seguridade Social e o Plano de Benefícios da Previdência Social. E por último, pela Lei nº 8.742, de 07/12/1993, que tratou da Lei Orgânica de Assistência Social – LOAS.

A Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/1998, denominada de Reforma da Previdência, introduziu profundas alterações no sistema previdenciário, dentre elas destacam-se: modificação dos critérios de aposentadoria, tanto do servidor público, como o trabalhador da iniciativa privada; vinculação da receita das contribuições previdenciárias ao pagamento dos benefícios, previdência complementar, mudança da aposentadoria por tempo de serviço para tempo de contribuição etc.

A Emenda Constitucional nº 29, de 13/09/2000, alterou a Constituição, assegurando os recursos mínimos para o financiamento das ações e serviços públicos de saúde.

Recentemente, tivemos uma nova reforma da previdência social, a Emenda Constitucional nº 41, de 31/12/2003, que alterou principalmente as regras do regime próprio de previdência social dos servidores públicos, com o fim da paridade e integralidade para os futuros servidores, a contribuição dos inativo-

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pensionistas, redutor da pensão, base de cálculo da aposentadoria com base da média contributiva, abono permanência, criação de tetos e sub-tetos etc.

Em seguida, tivemos a Emenda Constitucional nº 47/2005, denominada PEC Paralela que procurou reduzir os prejuízos causados aos servidores públicos pela Emenda nº 41/2003.

A Seguridade Social na Constituição de 1988

Quando os constituintes introduziram no Texto Constitucional o capítulo da Seguridade Social (artigos. 194 a 204) dentro das disposições relacionadas com a Ordem Social, visavam à ampliação e democratização do acesso da população à saúde, à previdência social e à assistência social. Nesse tripé, cuja implementação deveria envolver iniciativas dos Poderes Públicos e da Sociedade, os Constituintes depositaram suas esperanças de maior justiça social, bem-estar e melhoria da qualidade de vida dos brasileiros. O ícone fundamental da solidariedade social – a fraternidade – ( art. 3º, I) emerge como marca indelével ante o sistema de seguridade social, indo de encontro, definitivamente, à lógica econômica do seguro privado, ou seja, a rígida correlação entre prêmio e benefício. Contrariando todos os princípios da atuária. Optando pela prática da caridade religiosa dos templos judaicos: “quem tem, põe; quem não tem, tira.”

Podemos definir a Seguridade Social, através do conceito de Sérgio Pinto Martins:

"É um conjunto de princípios, de regras e de instituições destinado a estabelecer um sistema de proteção social aos indivíduos contra contingências que os impeçam de prover as suas necessidades

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pessoais básicas e de suas famílias, integrado por ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, visando assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social".

A seguridade social é um direito de cada cidadão, garantido no art. 6º da Carta Magna de 1988. A competência para legislar sobre a seguridade social é privativa da União, conforme preceitua o art. 22, XXIII, da Constituição de 1988.

A Previdência Social

A previdência social é um seguro coletivo, público, compulsório, destinado a estabelecer um sistema de proteção social, mediante contribuição, que tem por objetivo proporcionar meios indispensáveis de subsistência ao segurado e a sua família, quando ocorrer uma contingência prevista em lei.

Wladimir Novaes Martinezconceitua a previdência social como:

"a técnica de proteção social que visa propiciar os meios indispensáveis à subsistência da pessoa humana – quando esta não pode obtê-los ou não é socialmente desejável que os aufira pessoalmente através do trabalho, por motivo de maternidade, nascimento, incapacidade, invalidez, desemprego, prisão, idade avançada, tempo de serviço ou morte – mediante contribuição compulsória distinta, proveniente da sociedade e de cada um dos participantes".

A previdência social consiste, portanto, em uma forma de garantir ao segurado, com base no princípio da solidariedade, benefícios ou serviços quando seja atingido por uma contingência social. O sistema previdenciário público utiliza o modelo de repartição simples, na qual os ativos contribuem para os inativos.

Logo, existe uma solidariedade entre os participantes no custeio do sistema, cujos valores arrecadados destinam-se aos benefícios futuros. São as

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formigas, depositando seus excedentes para o bem comum da Sociedade, mesmo que nesta haja cigarras...

O art. 201 da Constituição Federal dispõe que a previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo, há exceções, e de filiação obrigatória, observados os critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, nos termos da lei, e atenderá a:

• cobertura de eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada;

• proteção à maternidade, especialmente à gestante;

• proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário;

• salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda;

• pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiros e dependentes.

As principais regras estão disciplinadas na Lei nº 8.213/91, que trata dos benefícios previdenciários e regulamenta o caput do art. 201 da Carta Magna, e na Lei nº 8.212/91, que dispõe sobre o custeio da seguridade social. Merece destaque também o Decreto nº 3.048/99, que trata do Regulamento da Previdência Social.

Cabe destacar também a previdência privada, denominada de previdência complementar prevista no art. 202 da Carta de 1988. Caracteriza-se por ser um sistema de seguro complementar ao regime oficial, de caráter facultativo, de natureza contratual. A Lei Complementar nº 109/2001 dispõe sobre o regime de previdência complementar ao benefício pago pelo INSS. Já a Lei

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Complementar nº 108/2001 disciplina a previdência fechada da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, inclusive suas autarquias, fundações, sociedades de economia mista e outras entidades públicas.

Assistência Social

A assistência social foi inserida na Constituição de 1988 por meio dos artigos 203 e 204. Encontra-se regulamentada pela Lei nº 8.742/93 (Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS).

Trata-se de uma política social destinada a atender as necessidades básicas dos indivíduos, traduzidas em proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência, à velhice e à pessoa portadora de deficiência. As prestações de assistência social são destinadas aos indivíduos sem condições de prover o próprio sustento de forma permanente ou provisória, independentemente de contribuição à seguridade social.

Wladimir Novaes Martins define a assistência social como

"um conjunto de atividades particulares e estatais direcionadas para o atendimento dos hipossuficientes, consistindo os bens oferecidos em pequenos benefícios em dinheiro, assistência à saúde, fornecimento de alimentos e outras pequenas prestações.

Não só complementa os serviços da Previdência Social, como a amplia, em razão da natureza da clientela e das necessidades providas".

A principal característica da assistência social é ser prestada gratuitamente aos necessitados. As ações governamentais na área da assistência social são realizadas com os recursos dos orçamentos dos entes federativos e mediante o

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recolhimento das contribuições previstas no art. 195 da Constituição, além de outras fontes, observando-se as seguintes diretrizes:

• descentralização político-administrativa das ações;

• participação da população.

Saúde

A Constituição de 1988 tratou da saúde como espécie da seguridade social.

Dispõe o art. 196 que a saúde é direito de todos e dever do Estado. A saúde é garantida mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para sua promoção, proteção e recuperação. A execução das ações de saúde pode ser realizada diretamente pelo Estado ou através de terceiros, pessoas físicas ou jurídicas de direito privado, de forma complementar, conforme preconiza o art. 199 da Constituição.

O art. 198 da Lei Maior dispõe sobre o Sistema Único de Saúde (SUS), que é um conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da administração direta e indireta e das fundações públicas, e instituições privadas de forma complementar, com as seguintes diretrizes:

• descentralização, com direção única em cada esfera de governo;

• atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais;

• participação da comunidade.

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A Lei nº 8.080/90 é a principal norma que trata da saúde. O art. 2º da Lei nº 8.212/91 dispõe que a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doenças e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para sua promoção, proteção e recuperação.

A saúde pública é dever do Estado, logo a prestação do serviço é gratuita, independentemente de ser o paciente contribuinte ou não da seguridade social.

É como se fosse um plano de saúde de contribuição não obrigatória e a que todos tenham direito.

O sistema de saúde deve ser financiado pelo orçamento da seguridade social, além de outras fontes (art. 198, § 1º da Constituição).

Princípios Constitucionais da Seguridade Social

O parágrafo único do art. 194 da Carta Magna determina ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a Seguridade Social com base em objetivos, que são, na verdade, princípios, pois são os dispositivos basilares, fundamentais, os alicerces de um sistema.

As leis nºs 8.212/91 e 8.213/91, atendendo ao disposto no diploma legal supracitado, em consonância com o art. 59 do ADCT/88, instituíram o Plano de Organização e Custeio da Seguridade Social e o Plano de Benefícios da Previdência social, respectivamente. O § único do art. 1º da Lei 8.212/91 menciona os mesmos princípios constitucionais descritos no § único do art. 194 da Constituição. Vejamos a seguir os citados princípios:

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Universalidade da cobertura e atendimento

A seguridade social tem como postulado básico a universalidade, ou seja, contemplar todos os residentes de um país, que, diante de uma contingência terão direito aos benefícios. Contudo, na prática, só terão direito aos benefícios e às prestações da seguridade social, de forma completa, aqueles que contribuem. De acordo com a disposição da lei só faz jus aos benefícios da previdência social (art. 201), a pessoa que tenha contribuído.

Já as prestações nas áreas da saúde e da assistência social (arts. 196 e 203) são destinadas ao cidadão, independentemente de sua contribuição.

Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais

O Constituinte preocupou-se com a uniformidade e equivalência das prestações da seguridade social, uma vez que existiam diferenças entre os direitos do trabalhador urbano e rural.

As prestações da seguridade social são divididas em benefícios e serviços. Os benefícios são prestações em dinheiro, tais como a aposentadoria e a pensão.

Já os serviços são bens imateriais colocados à disposição da pessoa, como assistência médica, reabilitação profissional, serviço social etc.

A atual legislação previdenciária prevê benefícios aos trabalhadores rurais e urbanos inscritos no Regime Geral de Previdência Social (RGPS) sem qualquer distinção.

Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços

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A seleção das prestações deve ser feita de acordo com as condições econômico-financeiras do sistema de seguridade social. A lei deve dispor a que pessoas as prestações serão estendidas. A distributividade tem caráter social, pois deve atender prioritariamente aos mais necessitados.

Irredutibilidade dos benefícios

Os benefícios da previdência social devem ter o seu valor real preservado.

Assim, o constituinte assegurou a irredutibilidade dos benefícios da seguridade social. A forma de correção dos benefícios deve ser feita de acordo com o disposto em lei, com fulcro no § 4º do art. 201 da Carta Constitucional.

Eqüidade na forma da participação no custeio

O princípio da eqüidade na forma de participação no custeio da seguridade social é um desdobramento dos princípios da igualdade e da capacidade contributiva. Os contribuintes que se encontram em condições contributivas iguais deverão ser tributados da mesma forma. Assim, a contribuição da empresa será distinta à do trabalhador, pois este não tem as mesmas condições financeiras que aquela. O § 9º do art. 195 da Constituição é um exemplo claro de eqüidade no financiamento da seguridade social, ao possibilitar a diferenciação da base de cálculo e alíquota da contribuição, em razão da atividade econômica ou utilização intensiva de mão-de-obra.

Diversidade na base de financiamento

As fontes de financiamento devem ser diversificadas a fim de garantir a manutenção do sistema de seguridade social. Além das fontes previstas nos

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incisos I a IV do art. 195 da Carta Magna, nada impede que se instituam outras fontes de custeio, desde que por lei complementar, não tendo fato gerador ou base de cálculo de imposto previsto na Constituição, nem sendo cumulativo, conforme art. 195, § 4º c/c art. 154, I do Texto Constitucional.

Caráter democrático e descentralizado da administração

O inciso VII, § único do art. 194 da Constituição, com redação alterada pela Emenda Constitucional nº 20/98, dispõe que a gestão administrativa da Seguridade Social é qüadripartide, com a participação do governo, aposentados, trabalhadores e empregadores. Tal dispositivo se coaduna com o art. 10 da Constituição que garante a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados de órgãos do governo em que se discutam ou se deliberem assuntos relacionados à seguridade social. Verbi gratia, temos o Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), conforme art. 3º da Lei nº 8.213/91, que tem representantes do governo federal, dos aposentados e pensionistas, dos trabalhadores e dos empregadores.

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CAPITULO III - Os dias atuais

“Antes de deixarmos que os conflitos se instalem, o mais saudável é expandir o consenso” – Sun Tzu

Nos dias atuais, observa-se uma intensa preocupação com a assistência social, levada, em alguns casos a uma sensação de desgoverno e de desperdício, além de fundadas suspeitas de aumento da corrupção associada à distribuição dos benefícios de tais políticas.

Assim, enumeramos alguns dos novos programas sociais, implantados mais recentemente:

Bolsa gás

11/03/2009 - Tribuna do Norte

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O governo Lula prepara sigilosamente o lançamento de mais um

“programa social”: o “Bolsa-Gás”, que pretende beneficiar os portadores do cartão Bolsa-Família. Eles receberão, em dinheiro, a maior parte do valor de um botijão de gás de cozinha: em valores atuais, R$ 30 dos R$ 40 de cada botijão. O projeto está pronto, mas a Casa Civil do Planalto estuda como responder a acusações de que a nova “bolsa” é eleitoreira.

Bolsa-Dilma

Mesmo entre os técnicos petistas envolvidos na criação do “Bolsa- Gás” o programa tem sido chamado, jocosamente, de “Bolsa- Dilma”.

Tal e qual

O “Bolsa-Gás” do governo Lula é feito à imagem e semelhança do

“Vale-Gás” do ex-governador do Distrito Federal Joaquim Roriz.

Modelito Roriz

A maioria dos “programas sociais” de Lula foi copiada dos

programas de Joaquim Roriz, de cujos dividendos eleitorais ainda se beneficia.

Observemos o comentário acre com respeito ao possível oportunismo do programa social em questão. Assistencialismo?

Auxílio maternidade

http://www.apriori.com.br/cgi/for/salario-maternidade-e-ampliado- t4261.html

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