• Nenhum resultado encontrado

Ciência, tecnologia e inovação no segmento agropecuário no Brasil

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Ciência, tecnologia e inovação no segmento agropecuário no Brasil"

Copied!
12
0
0

Texto

(1)

Jul a Set 2020 - v.11 - n.3 ISSN: 2179-684X This article is also available online at:

www.sustenere.co

Ciência, tecnologia e inovação no segmento agropecuário no Brasil

Os esforços em termos de ciência e tecnologia têm nas inovações, nos seus desdobramentos e efeitos, a sua manifestação mais efetiva. Tradicionalmente relacionados à atividade industrial, o processo de inovação, o dinamismo científico-técnico, o progresso tecnológico e o conhecimento, no caso brasileiro, parecem concentrar-se na atividade agropecuária. O forte dinamismo produtivo e exportador das atividades afetas à agropecuária explica parte desse processo, mas os arranjos produtivo-tecnológicos e os aspectos de índole político-institucional têm um peso bastante significativo. Assim sendo, no que diz respeito à economia brasileira, a agropecuária vem-se sobrepondo à atividade industrial enquanto elemento dinamizador da produção, base da exportação, rampa de lançamento para inovações e elemento de difusão do progresso tecnológico. Por fim, caberia considerar se este desequilíbrio poderia vir a ser corrigido por uma maior interação entre as duas atividades.

Palavras-chave: Ciência; Inovação; Agropecuária.

Science, technology and innovation in the agricultural segment in Brazil

Efforts in terms of science and technology have the most effective manifestations in innovations, in their consequences and effects. Traditionally related to industrial activity, the innovation process, scientific-technical dynamism, technological progress and knowledge, in the Brazilian case, seem to be concentrated in agricultural activity. The strong productive and exporting dynamism of activities related to agriculture explains part of this process, but the productive-technological arrangements and aspects of a political-institutional nature have a very significant weight. Thus, with regard to the Brazilian economy, agriculture and livestock have overlapped industrial activity as an element that stimulates production, an export base, a launching pad for innovations and an element for the diffusion of technological progress. Finally, it should be considered whether this imbalance could be corrected by a greater interaction between the two activities.

Keywords: Science; Innovation; Agriculture.

Topic: Planejamento, Estratégia e Competitividade Reviewed anonymously in the process of blind peer.

Received: 09/06/2020 Approved: 29/07/2020

Manoel Gonçalves Rodrigues

Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil http://lattes.cnpq.br/5940113046592928 http://orcid.org/0000-0002-1014-5604 manoel.grodrigues@gmail.com Fernando José Pereira da Costa

Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil http://lattes.cnpq.br/0908286687921354 http://orcid.org/0000-0002-2405-8659 fjpcosta@sapo.pt

DOI: 10.6008/CBPC2179-684X.2020.003.0011

Referencing this:

RODRIGUES, M. G.; COSTA, F. J. P.. Ciência, tecnologia e inovação no segmento agropecuário no Brasil. Revista Brasileira de Administração Científica, v.11, n.3, p.155-166, 2020. DOI:

http://doi.org/10.6008/CBPC2179-684X.2020.003.0011

(2)

INTRODUÇÃO

De acordo com Mazzoleni et al. (2010), há que se ter em conta que as modificações nas rotinas internas da empresa/organização e a adoção de uma série de normas técnicas viabilizaram o processo de inovação, possibilitando a sua adequação à capacidade de atendimento ao mercado. Na verdade, os estudos sobre inovação normalmente abordam a evolução tecnológica dos setores industriais, com as pesquisas teóricas/empíricas tratando, quase que exclusivamente, das mudanças que ocorrem nas fronteiras tecnológicas dos mesmos. Por outro lado, a necessidade de inovação, ainda que ocorra de forma compulsória, pode se constituir em elemento de indução a inovações, dependendo esta possibilidade da estrutura e dos recursos disponíveis da empresa submetida à demanda.

Já França et al. (2011) atentam ser necessário promover o fortalecimento da pesquisa em ciência básica, como forma de assegurar uma maior robustez em termos de competitividade produtiva, a partir de parâmetros de sustentabilidade que atendam às demandas da sociedade e a percepção mundial acerca do tema. A partir daí, com o domínio das técnicas e as explicações de causa e efeito entre a realidade observada/estudada, a natureza e o domínio dos conhecimentos daí obtidos, constroem-se as bases para promover a evolução científico-tecnológica. Deste modo, a promoção da pesquisa básica é crucial para o conhecimento e o processo de inovação tecnológica. A atuação sobre o meio e a natureza é o primeiro passo para a construção do conhecimento científico-tecnológico. Os dados e as informações obtidos da pesquisa de base mostram-se fundamentais para o avanço da ciência/técnica e para o respaldo à consecução de eventos importantes para o incremento do conhecimento (através de inventos ou desdobramentos/acréscimos dos mesmos), que culminem com o surgimento de inovações.

Registra Ribeiro (2016) que o processo de inovação não pode prescindir da dimensão interativa, devido à sua elevada divisão do trabalho e ao caráter de suas atividades, de modo a combinar a face do usuário/consumidor com a do produtor do conhecimento. De acordo com Foray (2006), na contemporaneidade, é incontestável o aumento (em escala crescente) da economia do conhecimento a nível mundial. Nessa economia, assume predominância o emprego do conhecimento intensivo, conduzindo à expansão da componente intangível relativamente ao passado, caso se considere o alargamento do percentual de capital intangível no estoque do capital real, expandindo-se a difusão de conhecimentos. Assim sendo, a aplicação do conhecimento altera a estrutura da economia e a inovação passa a assumir um papel central no processo.

DISCUSSÃO TEÓRICA Conhecimento e Inovação

Por seu lado, conforme assinala Ribeiro (2016), o conhecimento pode ser básico ou aplicado, ainda que os mesmos sejam complementares/funcionais e que seja tênue a fronteira entre eles. Para Stokes (2005) a distinção entre ambos os tipos de conhecimento dá-se a partir dos objetivos para as quais se voltam as pesquisas geradoras. Portanto, enquanto a pesquisa básica procura ampliar a compreensão dos fenômenos

(3)

de um campo da ciência, a pesquisa aplicada busca uma utilidade/aplicação no contexto da sociedade. De fato, o conhecimento, enquanto ativo intangível, diferencia-se de outros fatores de produção (como capital, trabalho, recursos naturais e físicos), uma vez que a presenta retornos marginais crescentes. Em outras palavras, a sua utilização não o destrói para posterior utilização, inversamente melhora-o e aumenta-lhe o valor.

Consoante é assinalado por Ribeiro (2016), o pensamento sobre a influência da inovação na produção e na sociedade remonta a Adam Smith, nos seus enfoques sobre novas técnicas de produção e novas divisões do trabalho, muito embora a sistematização da mudança tecnológica, criando-se os fundamentos para diferenciar inovação de produto, de processo e organizacional, deva-se à análise schumpeteriana. Esta, por seu lado, tentou definir, pela primeira vez, a mudança tecnológica, para além de criar os fundamentos de diferenciação entre a inovação de produto, de processo e organizacional, considerando-as como resultado da ação do empresário (o empresário inovador). De fato, a análise schumppeteriana considerou as influências que o mercado e o ambiente institucional exercem sobre a sua geração, de modo a propor cinco tipos de inovações, a saber: a) a introdução de novo produto ou mudança qualitativa em produto existente; b) a inovação de processo novo para uma indústria; c) a abertura de novo mercado; d) o desenvolvimento de novas fontes de fornecimento de matérias primas e insumos; e) as mudanças na organização industrial.

Para além disto, assinala Ribeiro (2016) que a análise schumpeteriana faz a distinção entre as inovações radicais e as incrementais, ressaltando que enquanto as primeiras conduzem a grandes mudanças, as segundas dizem respeito a um processo contínuo de mudança. Por fim, essa análise acrescenta que com a inovação do produto, a empresa conquista uma posição de monopólio temporário - legal, via patente, ou por atraso dos concorrentes em imitá-la. Por outro lado, a análise schumpeteriana distingue também entre a inovação de processo e a de tipo organizacional. Recorrendo-se à OECD (2005; 1997) observa-se que enquanto a inovação de processo ocorre na esfera da produção (equipamentos, recursos humanos, métodos de trabalho ou uma combinação dos mesmos), a inovação de tipo organizacional implica em mudanças a nível das estruturas organizacionais, na implementação de técnicas avançadas de gestão ou na efetivação de novas ou substancialmente modificadas/renovadas orientações estratégicas em termos de gestão corporativa.

Assim sendo, conforme observa Ribeiro (2016), considera-se que a distinção entre inovação de processo e organizacional constitui-se na fronteira mais frequente da inovação, pois ambas buscam reduzir os custos por meio de conceitos novos e mais eficientes em termos de produção, distribuição e organização.

Entretanto, muitas inovações poderiam conter aspectos desses dois tipos, cuja distinção teria como ponto de partida o tipo de atividade, pois as inovações de processo se relacionam com a implementação de novos equipamentos, softwares, técnicas ou procedimentos, enquanto as inovações organizacionais lidam com pessoas e a organização do trabalho. Em outros termos, as inovações de processo compreenderiam, por exemplo, a adoção de novos métodos de produção, buscando reduzir custos ou aumentar a qualidade do produto e/ou serviço, enquanto as inovações organizacionais envolveriam o uso de novos métodos organizacionais nas suas práticas, na organização do local de trabalho ou nas relações externas.

(4)

Ciência, Tecnologia e Inovação

De acordo com Silva et al. (2001), o esforço de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) mostra-se imprescindível não somente no âmbito das nações (a nível mais geral), ligado à criação novas oportunidades em termos de desenvolvimento e para a superação de obstáculos estruturais ao crescimento, mas também em termos das empresas/organizações, universo mais específico, com fortes impactos de índole mercadológica (aumento da produtividade e expansão da geração de oportunidades de investimento). Para Sardenberg (2001), o papel da CT&I destina-se à aceleração da produção do conhecimento e da inovação.

Contudo, a CT&I está também vocacionada a assumir o papel de principal fator de agregação de valor a produtos, processos e serviços. O quadro vigente a nível da ordem internacional tende à concentração do saber, do saber-fazer e da introdução de produtos sofisticados/inovadores no mercado mundial. Assim, a sigla CT&I diz respeito à necessidade de acompanhar/participar do que ocorre nas fronteiras avançadas do conhecimento e das tecnologias de ponta, bem como à busca da excelência/qualidade da pesquisa, como ainda ao atendimento das demandas da sociedade. Implica também a denominação CT&I no atendimento às necessidades do setor produtivo, quer a nível do avanço tecnológico, quer em termos dos novos modos de organização, gestão e financiamento.

Conforme é colocado por Silva et al. (2001), os esforços direcionados à promoção da ciência e tecnologia (C&T) só se tornarão relevantes para qualquer sociedade (mormente para as periféricas e semiperiféricas) como consequência de esforços continuados (qualificação dos recursos humanos; existência de leis e normas adequadas que conduzam à adoção de métodos modernos de gestão e estimulem a inovação; boa articulação e funcionamento do sistema público de fomento e das organizações de pesquisa e desenvolvimento científico-tecnológico; a continuidade e o fortalecimento do esforço em C&T; a produção de conhecimento e inovação; dentre outras) e investimentos direcionados à CT&I. A produção do conhecimento (conhecimento científico cada vez mais complexo) constitui-se em base à incorporação das inovações, e principal determinante do aumento da produtividade e da geração de novas oportunidades de investimento. De fato, nos países avançados constituem-se as denominadas sociedades do conhecimento, também ditas do aprendizado, nas quais a geração do conhecimento ocupa lugar central.

Efetivamente, no dizer de Silva et al. (2001), o avanço do conhecimento e da inovação traz inúmeros benefícios para a sociedade, mormente no caso dos países em desenvolvimento. Na situação brasileira, a CT&I poderá vir a ter um papel fundamental na resolução de muitas situações de natureza básica e estrutural, como exemplo podemos citar: a superação de doenças endêmicas, a universalização do ensino médio, a exploração sustentável do grande patrimônio de biodiversidade, a exploração das fronteiras do espaço e do mar, dentre outras. Estas seguem como óbices ao desenvolvimento do país e à modernização da sociedade.

Logo, nos países avançados encontram-se as denominadas sociedades do aprendizado- conhecimento, que se destacam pelo papel de relevo assumido pelo avanço do conhecimento no que tange o elevado investimento em pesquisa; o crescimento do números de professores, engenheiros e pesquisadores; a organização de grandes programas científicos e tecnológicos mobilizadores; a existência de

(5)

numerosas e importantes empresas de base tecnológica; dentre outros, o que reflete a busca seletiva dessas sociedades pela liderança no progresso do conhecimento.

Para Silva et al. (2001), as iniciativas afetas à promoção e ao desenvolvimento de CT&I devem propiciar o modo científico de produzir conhecimento e as principais atividades que têm formado a vida humana, assim como o que se encontra à volta da mesma (agricultura, manufatura, materiais, fontes e uso de energia, comunicação, processamento da informação e tecnologia da saúde, etc.), bem como enfatizar a responsabilidade (ética, política e social) de quem assume o fazer a nível de CT&I. De fato, as iniciativas relacionadas a esses aspectos buscam a promoção de um salto tecnológico, premente no caso dos países periféricos/semiperiféricos, através do qual se chegue ao desenvolvimento de bens e serviços tecnologicamente mais avançados enquanto motivadores/viabilizadores das interações

«Conhecimento/Produtividade» e «Conhecimento/Confiabilidade».

Deste modo, conforme é registrado por Silva et al. (2001), as estratégias de CT&I deverão considerar aspectos que vão dos recursos humanos capacitados/qualificados, do avanço do conhecimento (pesquisa própria; absorção de conhecimentos de outras realidades nacionais e da disponibilidade de tecnologias para inovar e acompanhar o progresso tecnológico), passam pela capacidade para identificar oportunidades e fazer escolhas tecnológicas adequadas face às iniciativas político-institucionais na área, pela integração dos esforços de pesquisa no setor público e setor privado, e pela forte participação do programas de incentivo/fomento à pesquisa; e, para além de viabilizar o binômio «Desenvolvimento/Inovação» em empresas nacionais e condições para que empresas estrangeiras realizem pesquisa e desenvolvimento (P&D) em escala compatível com os benefícios econômicos obtidos no mercado autóctone (e com retorno real a nível do mesmo), culminando com a criação de instituições (e entorno) adequadas à promoção e ao desenvolvimento de CT&I. A inovação tem como base a ciência, a tecnologia e o ambiente (entorno). Este último, por seu lado, considera os aspectos socioeconômicos, político-institucionais e jurídico-políticos.

Economia, Ciência e Tecnologia: O Caso do Brasil

Recorrendo-se a Pinto (2008), registra-se que quanto maior o ritmo de produção, de difusão e de acumulação do conhecimento, maior a potência para acumulação de riqueza e de poder. Inversamente, quanto maior o estoque acumulado de riqueza e de poder, maiores os recursos a serem potencialmente destinados ao avanço no conhecimento. Assim sendo, explica-se o atraso econômico/político das nações pela insuficiência de geração interna de conhecimento. Efetivamente, nas duas décadas que se seguiram ao início dos anos 80 do século XX, a abertura comercial dos países em desenvolvimento incentivou a aquisição de tecnologias incorporadas em suprimentos e a terceirização de processos de montagem, esse movimento acelerou-se em razão do redirecionamento de processos com menor conteúdo de valor acrescentado em conhecimento para alguns países em desenvolvimento.

Por seu lado, de modo geral, esses processos estiveram relacionados à fabricação de peças, partes e componentes, enquanto o conhecimento de engenharia foi sistematicamente concentrado em fornecedores de nível intermediário e alto na hierarquia em termos de cadeia de valor, com funções de

(6)

compra e montagem, normalmente localizados nos países orgânico-centrais.

Ainda nesse mesmo período do processo da globalização, no que se refere Pinto (2008), naquilo que diz respeito ao conhecimento científico e tecnológico, reduziu-se por pressão do grande capital financeiro o apoio estatal às grandes empresas industriais para pesquisa e desenvolvimento (P&D). Em simultâneo, promoveram a entrada das universidades no que dizia respeito à constituição de pequenas empresas associadas com instituições financeiras (fundos de capital de risco). Como resultado, teve-se a seleção competitiva de empresas com elevado potencial em termos de inovação, principalmente direcionadas para aplicações de biotecnologia e de tecnologia digital.

O novo paradigma tecnológico com possibilidade de controle numérico sobre a manipulação genética irá depender da digitalização, gerando-se grandes oportunidades para inovações, tanto em objetos culturais, quanto em técnicas produtivas. É bem provável que o novo impulso industrializante tome como base o padrão biotech-digitech, no qual as longas cadeias de transformação de matéria inanimada (emprego intensivo de energia não-renovável), serão tendencialmente substituídas por novas cadeias nas quais se transforma matéria animada.

Conforme assinala Pinto (2008), os anos 90 do século XX marcam o triunfo da alta finança e do capital especulativo, o que, no caso do Brasil, conduz ao negligenciamento das políticas industrial e científica e tecnológica, canalizando-se os recursos públicos para pagamento de juros sobre uma dívida crescente. Houve programas pontuais no contexto da política industrial articulando-a ao comércio exterior, de modo a colmatar os efeitos nocivos da rápida política de abertura comercial e no âmbito da concessão de patentes, isto é, apropriabilidade dos esforços de inovação para promover a entrada de capitais internacionais.

Em finais dos anos 1990 a meados dos anos 2000, os esforços e recursos de CT&I estiveram fortemente condicionados, em razão da orientação neoliberal que marcara a política pública no país. A necessidade de geração de divisas reativa os esforços focados na implementação de uma política científica e tecnológica que viabilizasse a satisfação da mesma. A estratégia então proposta visava conciliar o aumento do valor do produto na atividade industrial com a mudança no modelo de gestão das empresas. A industrialização brasileira, bem como os seus linkages com a inovação e a capacitação tecnológica, passa a ter como motor o novo relacionamento com o mercado em regime de abertura comercial, o que implicava em acrescentar/reforçar as funções empresariais interagentes com a função de fabricação (design, logística, marketing, P&D, etc.), com o respectivo desenvolvimento de processos inovadores/competitivos.

Registra Pinto (2008) que o objetivo seria conciliar as funções, no contexto das instituições (científicas, empresariais ou mistas), a nível das escalas propícias à diluição dos custos fixos e ao alcance de substancial poderio financeiro. Por outro lado, há que considerar as limitações das empresas privadas nacionais e a posição das empresas internacionais, que podem vir a se constituir em fator importante em termos de limitação do desenvolvimento de conhecimento científico e tecnológico no país.

De fato, as empresas de capital nacional, de modo geral, não dispõem de capacidade financeira/gerencial que as tornem capazes de suportar, por si só, para delinear/implementar atividades de P&D de maior fôlego. Ao mesmo tempo, as empresas internacionais muito dificilmente fazem localizar

(7)

usualmente a realização sistemática de investigações mais complexas em subsidiárias localizadas em países em desenvolvimento, muito embora existam algumas exceções principalmente a nível das nações mais empobrecidas.

Ciência, tecnologia e cadeias produtivas

De acordo com o que é observado por Pinto (2008), em termos de avaliação da interação

«Indústria/Tecnologia», utilizam-se frequentemente as cadeias produtivas como unidade de análise, uma vez que possibilitam a reconstituição do processo de geração de valor desde mineração e alimentos até o consumo final. Por outro lado, a percepção aponta para que os segmentos responsáveis por saltos de acumulação sejam invariavelmente segmentos intensivos em tecnologia. Considera-se que as opções estratégicas podem ser avaliadas segundo dois tipos fundamentais de cadeias produtivas, a saber: aquelas responsáveis pela transformação de matéria inanimada e as outras voltadas para a transformação de matéria viva.

Há cadeias produtivas que se apresentam como base de localização de inovações tecnológicas de longo alcance. De fato, são estes principalmente os casos dos segmentos relacionados à obtenção de novos materiais e à substituição de fontes de energia. No primeiro caso desponta a nanotecnologia e no segundo, na situação brasileira, desponta a cadeia energético-produtiva do álcool (da fonte primária agrícola à alcoolquímica). No que diz respeito à denominada ‘nova indústria’ (cultivo/manipulação de plantas, fungos e bactérias, insetos, peixes, moluscos, crustáceos etc.), assinala-se que tais atividades se encontram há muito presentes no Brasil, com largo potencial de crescimento, graças à interação «Tecnologia Digital/Biotecnologia», o qual só se realizará em pleno com o avanço do conhecimento e da técnica de manipulação da vida.

No entanto, como bem destaca Pinto (2008), há que considerar as cadeias produtoras de bens de capital, em razão da posição bastante particular que assumem no conjunto da indústria e da economia. Assim sendo, as cadeias de produção de bens de capital devem ocupar um lugar de destaque no contexto da política para o desenvolvimento científico e tecnológico. Antes de tudo cabe lembrar que mais do que em qualquer outro segmento da economia, a importação de tecnologia surge como alternativa de eficácia limitada, substituindo mal o domínio da engenharia de processo, de produto e de fabricação, notadamente no segmento produtor de bens de capital sob encomenda. Efetivamente, um dos principais obstáculos se não mesmo o entrave fundamental, a uma participação mais efetiva da indústria nacional no que diz respeito ao atendimento à demanda interna/externa a nível deste setor parece localizar-se na carência de conhecimentos técnicos.

Para além disto, de acordo com o que registrado por Pinto (2008), a indústria de bens de capital atua como fornecedora de meios de produção para os demais setores da economia, constituindo-se em elemento estratégico para a difusão do progresso tecnológico no âmbito do sistema produtivo, uma vez que, como fornecedora de meios de produção para os demais setores de economia, este segmento recolhe solicitações de inovações provenientes dessas fontes, incorporando o progresso tecnológico aos seus produtos e o

(8)

difundindo entre seus compradores. Portanto, a política de desenvolvimento e conhecimento científico e tecnológico deverá promover o desenvolvimento tecnológico da indústria de bens de capital, através do apoio à atividade de pesquisa e à engenharia de produto e fabricação, como complemento à importação, e também assimilação de conhecimentos técnicos.

Por sua vez, conforme assinalado por Pinto (2008), a política científico-tecnológica deve estar direcionada para apoiar a modernização e expansão da infraestrutura energética, no contexto de um cenário de elevação dos preços internacionais do petróleo e de degradação ambiental. Com isto, ganha relevo o aumento da oferta de fontes de energia menos poluentes e o melhor aproveitamento de recursos energéticos existentes no Brasil. Este esforço deverá privilegiar o desenvolvimento tecnológico necessário ao fortalecimento das cadeias de produção autóctones como o aproveitamento do biodiesel, do álcool combustível, do petróleo em águas profundas, da energia nuclear, do carvão, do hidrogênio etc. Logo, é necessário considerar como prioritárias as cadeias de produção associadas com a constituição de infraestrutura de comunicações e de transportes (logística), assim como as que impliquem aspectos relevantes do desenvolvimento econômico, social, urbano, ambiental e regional, e que oferecem campos significativos para uma ação nacional própria de pesquisa e desenvolvimento experimental.

No que se refere ao potencial transformador das tecnologias digital e aeroespacial sobre os serviços públicos de telecomunicações, de acordo com o que é observado por Pinto (2008), será necessário promover um elevado esforço de pesquisa/desenvolvimento para possibilitar uma contribuição mais efetiva da engenharia e da indústria nacionais no suprimento de insumos e de equipamentos requeridos no futuro.

Neste ponto, cabe a promoção de incentivos para direcionar a política de compras das empresas prestadoras de serviços para a produção interna em equipamentos, materiais, componentes e sistemas requeridos, no sentido de estimular a expansão prevista da rede de comunicações.

Quanto à política tecnológica de apoio ao desenvolvimento das cadeias logísticas, caberia direcionar os fluxos de carga e o deslocamento das grandes massas para setores alternativos ao rodoviário, a saber:

ferroviário, fluvial e marítimo. De outro modo, no que diz respeito ao desenvolvimento de novas cadeias produtivas no tecido industrial do país, seria necessário privilegiar-se a estratégia de domínio industrial da tecnologia digital e da biotecnologia na agropecuária, abrindo-se perspectivas a novos segmentos e novas cadeias de produção, numa indústria de tipo novo tais como no processo de transformação de materiais vivos.

Agropecuária no Brasil: Segmento Agropecuário

Consoante o que é colocado por Pinto (2008), com relação à agropecuária brasileira, é no desenvolvimento da biotecnologia que se concentrarão as expectativas acerca da mesma, quer em termos da utilização racional do solo, quer a nível de a uma certa especialização que aproveite as vocações naturais de cada região. O desenvolvimento tecnológico deverá potencializar a multiplicação nas relações insumos- produtos e a sua integração ao longo de cadeias produtivas.

O esforço científico-tecnológico afeto à estratégia de desenvolvimento agropecuário do Brasil implica

(9)

principalmente em aplicações da biotecnologia para a manipulação genética e a identificação das variedades agrícolas mais adaptadas às várias condições ecológicas/climáticas, muito embora deva considerar uma série de outros aspectos (a definição de novas técnicas de manipulação, cultivo e criação; a melhoria das técnicas de conservação e de utilização do solo; o desenvolvimento de fertilizantes/defensivos mais adequados aos diversos solos e culturas; o combate e a prevenção das pragas; a manipulação genética das espécies animais;

o combate das moléstias; a produção veterinária; a melhoria da capacidade de suporte dos insumos; a identificação/difusão dos novos métodos de criação animal e de novos produtos de alimentação animal. De fato, a partir da combinação da tecnologia digital e da biotecnologia, tem-se gerado um conjunto de possibilidades para impulsionar a industrialização num futuro próximo.

Ao longo das últimas décadas, e citando Vieira Filho et al. (2013), passou-se a considerar a inovação tecnológica como um importante fator para garantir o crescimento econômico, convertendo-se o conhecimento em variável estratégica do desenvolvimento tecnológico. De fato, o conhecimento deixou de ser apenas um atributo incorporado aos produtos. Deste modo, a interação «Ciência/Conhecimento» foi considerada como o principal ativo da economia global (dita economia do conhecimento), com o alcance de novos conhecimentos firmando-se como pilar institucional do desenvolvimento.

Neste sentido, as políticas públicas no Brasil definiram-se através do suporte e fomento à inovação e ao desenvolvimento tecnológico no contexto da economia do país. Apesar do Brasil possuir uma taxa de inovação relativamente baixa face aos países avançados, no contexto do setor agropecuário, o país apresenta-se como referência em inovação tecnológica tropical. O setor promove a pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) em todas as faces desse segmento, com uma base institucional dinâmica e promotora da inovação a partir da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). A proteção à propriedade intelectual passa a ser de extrema importância para a coordenação e gestão da pesquisa agropecuária e para o fortalecimento do aspecto institucional da pesquisa pública.

De acordo com Vieira Filho et al. (2013), a viabilização de soluções para o desenvolvimento sustentável constitui-se na principal função da pesquisa pública na agricultura. Tal se dá a partir da geração, da adaptação e da transferência de conhecimentos e de tecnologias ao setor produtivo. A questão tecnológica assume proeminência em função dos ganhos de produtividade, da redução dos custos e da maior eficiência/sustentabilidade a nível da produção. O setor agrícola modernizou-se, obteve um maior dinamismo e expandiu-se em termos do mercado internacional. A modernização do setor agrícola surge da interação «Setor Público/Setor Privado», de modo a alcançar incrementos em termos da produtividade e obter mudanças no marco institucional vigente, fazendo com que o setor agrícola assuma um papel estratégico no âmbito da economia brasileira. No caso do Brasil, a nível do agronegócio, ao contrário do que se verifica no setor industrial, há uma forte interação «CT&I/Mercado e «PD&I/Mercado», com ganhos significativos para essa atividade. Isto abre perspectivas bastante positivas para a atividade agropecuária e mostra uma situação preocupante em termos da indústria.

Para Vieira Filho et al. (2013), o modelo do agronegócio é gerador de PD&I, com uma forte interação de carácter institucional «Embrapa/Mercado», na qual se promovem parcerias com o objetivo de

(10)

potencializar o processo de inovação relacionado à pesquisa, (uso autorizado de invenções e licenciamento das tecnologias desenvolvidas conjuntamente ou individualmente). Assim sendo, a propriedade intelectual garante o monopólio temporário sobre determinadas invenções, uma vez assegurar o investimento de longo prazo em P&D (de modo a diminuir os riscos sobre o retorno dos investimentos aportados), para além de proteger o novo conhecimento e as inovações tecnológicas, ser fonte de informações estratégicas e atrair/potencializar investimentos em áreas estratégicas, mantendo por fim a segurança jurídica no ambiente de negócios que envolvem ativos intangíveis. No Brasil, há sinalizações favoráveis para o investimento na agricultura, em razão dos investimentos em P&D ao longo do tempo, do amadurecimento tecnológico/gerencial dos produtores, da consolidação da agroindústria e das políticas setoriais mais consistentes com a racionalidade de mercado.

Conforme denota Vieira Filho (2009), nem todo o desenvolvimento tecnológico e geração de novos conhecimentos no setor agrícola cristalizam-se nos insumos produtivos. A agricultura não funciona por meio de agentes receptores passivos de tecnologias. O processo de inovação na agricultura, que define tanto a questão da adoção quanto os parâmetros da difusão tecnológica, estrutura-se dentro de complexos arranjos produtivos e de instituições públicas e privadas promotoras do conhecimento.

De fato, a mudança tecnológica é essencial para a compreensão da dinâmica agrícola, sendo que a adoção tecnológica se dá via a capacidade de absorção e aprendizagem localizada, uma das formas de tratamento adequado do crescimento do setor agrícola. Na verdade, a interação «Ciência-Tecnologia- Produção», ao longo das últimas décadas, tem concentrado o seu foco no contexto da indústria. Aqui, a complexa relação entre a mudança tecnológica e as várias organizações e instituições econômicas dispobiliniza elementos básicos para o entendimento do progresso técnico e do crescimento econômico.

De acordo com o que é assinalado por Vieira Filho (2009), a agricultura não se constitui num segmento que dependa do fornecimento de tecnologia gerada na produção de insumos. Como ocorre na indústria, o crescimento produtivo agrícola associa-se às transformações tecnológicas, as quais podem determinar o grau de distanciamento entre o aumento da produtividade e a redução dos custos de produção, são vistos como parte de uma atividade passiva ao desenvolvimento de novos conhecimentos e tecnologias.

Neste contexto, em diferentes abordagens, a agricultura e o seu respectivo crescimento são vistos a partir de uma intensificação do uso de insumos tecnológicos (sementes, fertilizantes, defensivos, irrigação, implementos e máquinas agrícolas) e, de outro, por um segmento da economia receptor de tecnologia consolidada desenvolvida no setor industrial ou em pesquisa pública. Dessa maneira, o crescimento do produto agrícola está relacionado ao aumento do uso intensivo de fatores produtivos ou à variação não explicada da mudança tecnológica, na qual o pacote tecnológico relacionar-se-ia com uma maior eficiência produtiva do setor.

A inovação tecnológica na agricultura depende da acumulação do conhecimento tácito e específico, a qual se insere num processo de aprendizado cumulativo no tempo, que aumenta a produtividade e promove a redução dos custos de produção. Na verdade, as correlações que se estabelecem entre o crescimento da produtividade total dos fatores e o capital tecnológico no conhecimentos e inovações de

(11)

produto e de processo podem conduzir às causas do crescimento da produtividade.

Sabe-se que existe uma significativa relevância do progresso técnico no tocante ao crescimento produtivo, com destaque para o papel do aprendizado e conhecimento. O processo de inovação desempenha um papel fundamental na dinâmica competitiva dos agentes. A acumulação de competências e de conhecimentos tecnológicos, assim como a experiência adquirida, determina as atividades de inovação das empresas.

CONCLUSÕES

As inovações geram o crescimento e as imitações possibilitam às empresas a prosseguir na senda da competição. Efetivamente, a busca tecnológica tem por objetivo a introdução de inovações, as quais podem alterar as rotinas operacionais, as técnicas e os processos produtivos. De fato, a mudança tecnológica objetiva a obtenção de vantagens competitivas. Por fim, constata-se que a dinâmica competitiva dos mercados pode ser estabelecida pela introdução das inovações, pela difusão das novas técnicas via imitação e por processos de aprendizados.

De qualquer modo, atenta-se para o grande dinamismo produtivo e tecnológico da agropecuária brasileira, como o agronegócio) uma atividade geradora de produtos de exportação e da inserção do país a nível da economia mundial. Contudo, torna-se necessário analisar o porquê deste dinamismo não ser encontrado na atividade industrial, que não mostra o mesmo fôlego, fazendo com que a indústria vá reduzindo o seu grau de participação no contexto da produção nacional. O Brasil, na realidade, parece passar por um acelerado e precoce) processo de desindustrialização, uma vez que sua indústria ainda não atingiu a maturidade.

Um setor agropecuário dinâmico necessita de uma indústria forte, completa, integrada e dotada de um elevado nível de incorporação tecnológica. Assim, a indústria deve se modernizar, integrar-se e entrar em interação com a atividade agropecuária, quer em termos da produção de alimentos ou commodities, quer a nível da agroenergia (biodiesel e álcool). À indústria caberia a produção e o fornecimento à agropecuária de máquinas, equipamentos e utensílios, para além de processos. Através da interação

«Indústria/Agropecuária», incrementar-se-ia o valor acrescentado e a capacitação da indústria autóctone, impedindo-se que o dinamismo do segmento agropecuário fosse atendido via importações.

REFERÊNCIAS

FORAY, D.. Economia della conoscenza. Bologna: Il Mulino Universale Paperbacks, 2006.

FRANÇA, J.G. E.; OLIVEIRA, E.; SAMPAIO, M. J.. O sucesso da agricultura brasileira, o desenvolvimento científico nacional e as ciências básicas. Parcerias Estratégicas, Brasília, v.16, n.32, p.379-384, 2011.

MAZZOLENI, E. M.; OLIVEIRA, L. G.. Inovação Tecnológica na Agricultura Orgânica: estudo de caso da certificação do processamento pós-colheita. RESR, Piracicaba, v.48, n.03, p.567-586, 2010.

OECD. Organization for Economic Co-Operation and Development. Oslo manual: the measurement of scientific and technological activities. Proposed guidelines for collecting and interpreting technological innovation data.

Paris: OECD, 1997.

OECD. Organization for Economic Co-Operation and Development. Oslo manual: guidelines for collecting and interpreting innovation data. Paris: Eurostat, 2005.

PINTO, M. A. C.. Ciência, Tecnologia e Engenharia: Opções para a Indução de Padrão Brasileiro de Industrialização com

(12)

Inovação até 2020. Revista do BNDES, Rio de Janeiro, v.15, n.30, p.63-92, 2008.

RIBEIRO, M. C. M.. Ciência, tecnologia e inovação na agricultura: 25 anos de cooperação internacional no Semiárido. Parcerias Estratégicas, Brasília, v.21, n.42, p.137- 162, 2016.

SILVA, C. G. S.; MELO, L. C. P.. Ciência, Tecnologia e Inovação: Desafio para a sociedade brasileira: Livro Verde.

Brasília. ABC/MCT, 2001.

STOKES, D.. O quadrante de Pasteur: a ciência básica e a inovação tecnológica. Campinas: UNICAMP, 2005.

VIEIRA FILHO, J. E. R.. Inovação Tecnológica e Aprendizado Agrícola: Uma Abordagem Schumpeteriana. Tese

(Doutoradoem Ciências Econômicas) - Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2009.

VIEIRA FILHO, J. E. R.; VIEIRA, A. C. P.. A inovação na agricultura brasileira: uma reflexão a partir da análise dos certificados de proteção de cultivares. Texto para Discussão Nº 1 8 6 6. Rio de Janeiro: IPEA, 2013.

A CBPC – Companhia Brasileira de Produção Científica (CNPJ: 11.221.422/0001-03) detém os direitos materiais desta publicação. Os direitos referem-se à publicação do trabalho em qualquer parte do mundo, incluindo os direitos às renovações, expansões e disseminações da contribuição, bem como outros direitos subsidiários. Todos os trabalhos publicados eletronicamente poderão posteriormente ser publicados em coletâneas impressas sob coordenação da Sustenere Publishing, da Companhia Brasileira de Produção Científica e seus parceiros autorizados. Os (as) autores (as) preservam os direitos autorais, mas não têm permissão para a publicação da contribuição em outro meio, impresso ou digital, em português ou em tradução.

Referências

Documentos relacionados

Figura 38 – Acompanhamento diário de peso dos animais tratados com ENSJ39 via oral e intraperitoneal, LE39 e LBR via intraperitoneal para avaliação da toxicidade aguda.. Dados

Por outro lado, os dados também apontaram relação entre o fato das professoras A e B acreditarem que seus respectivos alunos não vão terminar bem em produção de textos,

The main objectives of this data analysis are divided into two classes: i) General Statistics: give an overview of structured information on Wikipedia as a whole, showing raw numbers

ao setor de Fisiologia Vegetal do Departamento de Biologia da Universidade Federal de Lavras (UFLA), Minas Gerais, com clones pertencentes ao Instituto Agronômico de Campinas

In magenta we have the solar case (Model D), as expected for Models B and C, we have an excess of free electrons due to the high metallicity that they present, on the other hand, it

29 Table 3 – Ability of the Berg Balance Scale (BBS), Balance Evaluation Systems Test (BESTest), Mini-BESTest and Brief-BESTest 586. to identify fall

Face a estas exigências, vários autores (cf. Goodwin, 2012; Quezada, 2012; Townsend, 2011; Wisely et al., 2010; Zeichner, 2010; Zhao, 2010) têm vindo a defender

13 Assim, a primeira fase no momento da dispensa de um MSRM é a validação da receita, por isso, independentemente do modo de disponibilização da prescrição, a receita