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O TRABALHO DOCENTE DO ASSISTENTE SOCIAL: uma análise a partir da produção do conhecimento do Serviço Social

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Academic year: 2021

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O TRABALHO DOCENTE DO ASSISTENTE SOCIAL: uma análise a partir da produção do conhecimento do Serviço Social

Aline Vilena Teles dos Santos1 Adriana Freire Pereira Férriz2 Jakeline Bonifácio Sena3

RESUMO: A pesquisa buscou revisar a produção do conhecimento referente ao trabalho docente do assistente social, com a finalidade de identificar a relação entre educação, trabalho docente e Serviço Social nas produções analisadas entre os anos 2000 aos dias atuais, além de: a) mapear a produção do conhecimento em Serviço Social sobre o trabalho do assistente social na docência; b) perceber se há uma condição precarizada de produção do conhecimento por estes docentes; c) identificar se o trabalho docente aparece como trabalho intelectual. Até o presente momento da pesquisa, dedicou-se a coleta, a catalogação e uma análise preliminar das informações mapeadas.

Palavras-chave: Educação. Trabalho docente. Serviço Social. Produção do conhecimento.

ABSTRACT: The research sought to review the production of knowledge related to the social work teacher's work, in order to identify the relationship between education, teaching work and Social Work in the productions analyzed between the years 2000 to the present day, besides: a) map production of knowledge in Social Work about the work of the social worker in teaching; b) to understand if there is a precarious condition of production of knowledge by these teachers; c) identify whether teaching work appears as intellectual work. Until the present moment of the research, the collection, the cataloging and a preliminary analysis of the mapped information were dedicated. Keywords: Education. Teaching work. Social service. Knowledge production.

1 INTRODUÇÃO

1 Graduanda do Curso de Serviço Social do Instituto de Psicologia da UFBA, bolsista de iniciação científica. E-mail: villenatelles@hotmail.com

2 Assistente Social, docente do Curso de Serviço Social do Instituto de Psicologia da UFBA, doutora. E-mail: adriana.ferriz@ufba.br

3 Assistente Social, docente do Curso de Serviço Social do Instituto de Psicologia da UFBA, mestre. E-mail: jakboni.docente@gmail.com

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O Conselho Federal de Serviço Social (2016a, p. 16), no documento intitulado Subsídios para a atuação de assistentes sociais na política de educação, define a educação enquanto um “complexo constitutivo da vida social, que tem uma função social importante na dinâmica da reprodução social, ou seja, nas formas de reprodução do ser social, e que numa sociedade organizada a partir da contradição básica entre aqueles que produzem a riqueza social e aqueles que exploram os seus produtores e expropriam sua produção”. O trabalho dos assistentes sociais na política de educação não é algo novo, pelo contrário, remonta à década de 1930, década de surgimento das primeiras escolas de Serviço Social no Brasil. Entretanto, é a partir da década de 1990 que, “em consonância com o amadurecimento do projeto ético-político profissional, que se visualiza no Brasil um considerável aumento do Serviço Social na área da educação” (CFESS, 2016b, p. 05).

Vale ressaltar que o trabalho do assistente social na educação se dá em várias modalidades e tais modalidades são definidas de acordo com o público-alvo atendido pelos profissionais nas diversas instituições de educação. De acordo com o levantamento realizado em 2010/2011 pelo Grupo de Trabalho de Educação do CFESS (2016b) as modalidades de concentração de profissionais atuando na política de educação são as seguintes: educação infantil, ensino fundamental, educação especial, ensino médio, educação de jovens e adultos, educação profissional e tecnológica, educação superior e educação indígena. Não foram identificados dados recentes sobre a distribuição de profissionais no Brasil por modalidade da educação, mas o documento citado (CFESS, 2016b) aponta que a maioria dos profissionais que atuam na educação no Brasil está vinculada à modalidade do ensino fundamental.

A pesquisa intitulada “A produção do conhecimento referente ao trabalho

docente do assistente social no Brasil: dos anos 2000 aos dias atuais”, vinculada ao

Programa Permanecer (PROAE/UFBA – cota 2018-2019) buscou revisar a produção do conhecimento referente ao trabalho docente do assistente social entre os anos 2000 aos dias atuais, com a finalidade de identificar a relação entre educação, trabalho docente e Serviço Social nas produções analisadas, tendo como objetivo além de: a) mapear a produção do conhecimento em Serviço Social sobre o trabalho do assistente social na docência; b) perceber se há uma condição precarizada de produção do conhecimento por estes docentes; c) identificar se o trabalho docente aparece como trabalho intelectual. A metodologia utilizada contemplou o levantamento e revisão da literatura acerca da temática, o levantamento e catalogação da produção do conhecimento sobre o trabalho docente do assistente social, a classificação da produção do conhecimento conforme os objetivos da

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pesquisa, a definição da amostra para análise da produção do conhecimento e a produção de sínteses explicativas.

2 DESENVOLVIMENTO

O debate atual acerca do trabalho do assistente social exige que, primeiramente, caracterizemos o trabalho na dinâmica societária e sua interface com o Serviço Social, pois que, trata-se de compreender que o Serviço Social se insere em relações e processos de trabalho. Esta inserção do assistente social numa dinâmica institucional concreta implica, de acordo com os fundamentos históricos, teóricos e metodológicos do Serviço Social, apreender, no cotidiano profissional, as demandas e articular respostas no campo técnico-interventivo, compreendendo a técnica como a utilização de um saber num contexto sócio-histórico específico no enfrentamento da questão social. Neste sentido, atenta-se para a instrumentalidade e a potenciação do trabalho do assistente social na construção de estratégias técnico-operativas (articulação entre análise teórica da realidade e a intervenção crítica), a relativa autonomia profissional, a questão da totalidade da intervenção profissional (tensões inerentes aos interesses de classe), as mudanças no padrão de acumulação e regulação social e seus rebatimentos sobre o Serviço Social, os limites e as possibilidades que circunscrevem o trabalho profissional.

As mudanças que se processam no âmbito da profissão a partir do movimento de renovação do Serviço Social inauguram um veio analítico que situa o trabalho do assistente social na divisão social e técnica do trabalho, com isto, é imperativo que compreendamos as determinações sócio-históricas do trabalho na sociedade capitalista sobre o trabalho do assistente social. Conforme Iamamoto (2007), em “Serviço Social em tempo de capital fetiche”, é preciso focalizar as tensas relações entre o projeto profissional e o estatuto assalariado, analisando o trabalho do assistente social considerando sua unidade contraditória de trabalho concreto e trabalho abstrato.

Para uma análise da questão do trabalho e da complexidade que o cerca no contexto do capitalismo contemporâneo, nos reportarmos às problematizações de Marx (2008) acerca da categoria trabalho. Assim, cabe discutir algumas características particulares do trabalho na sociedade capitalista, segundo Marx.

Primeiramente, tem-se que o trabalho nessa sociedade é alienado, o que significa, dizer que o sujeito que desenvolve a ação sobre a natureza ou objeto, não se reconhece

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nos mesmos, não domina os meios de produção, uma vez que não os detém; não organiza o processo de trabalho, incorrendo na não identificação ou no estranhamento da mercadoria, ou seja, o trabalhador não se reconhece no produto do seu próprio trabalho.

O trabalho na sociedade capitalista é fragmentado. Isso não diz respeito somente ao parcelamento das etapas, implica na separação entre a dimensão do conhecimento (pensar) e da ação (executar). Em se tratando do trabalho ser parcelado, este refere-se às etapas e às especialização do trabalho. Esse parcelamento veio a ser determinada tanto pela perspectiva do controle, quanto pelos avanços tecnológicos.

Por último, o trabalho na sociedade capitalista assume ainda a forma de trabalho objetivado, o que foi socialmente necessário para se produzir um objeto, ou seja, envolve as relações sociais que estão por trás da produção. Na realidade, o trabalho se objetiva na mercadoria, a qual por sua vez esconde o conjunto de relações sociais, que foram necessárias para se obter um produto, o qual terá um determinado valor de troca (preço). É somente no preço que aparece todos os trabalhos ou relações sociais necessárias para a produção da mercadoria.

Nesta perspectiva, compreende-se o capital como relação social, de produção e reprodução, cuja premissa é a separação entre a força de trabalho e os meios de produção, numa crescente divisão social do trabalho. Pensar em tais relações significa pensar na propriedade privada dos meios de produção, no trabalho assalariado (relação de compra e venda da força de trabalho), na extração da mais-valia, na acumulação de capital e sua relação com a produção das desigualdades sociais, políticas e econômicas. A relação social capitalista aparece como relação entre coisas, e se expressa através de mercadorias, da maquinaria e do dinheiro, caracterizando assim o processo de mistificação, que Marx denominou fetiche da mercadoria.

O desenvolvimento das forças produtivas no modo de produção capitalista traz consigo novas necessidades e novos impasses, fazendo emergir a questão social, a qual exige a atuação de profissionais qualificados, e não mais caridade e repressão. Conforme Iamamoto (1993), esta seria a base de justificação para o surgimento do Serviço Social enquanto especialização do trabalho coletivo, atrelado ao desenvolvimento capitalista industrial e a expansão urbana que dela decorre, ou seja, encontra nestes argumentos seu fundamento sócio-histórico.

Neste ponto, situamos o atual debate sobre o trabalho do assistente social, destacando que esta é uma direção assumida pela categoria profissional nos idos da década de 1980, expressa claramente nas diretrizes curriculares de 1996. Está alicerçada no diálogo do Serviço Social com a tradição marxista, no bojo do processo de

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reconceituação e renovação do Serviço Social latino americano e, particularmente, brasileiro. Expressão deste diálogo, a vertente de intenção de ruptura se sobressaiu e passou a orquestrar as diretrizes para a profissão. Em disputa político-ideológica e teórico-metodológica, buscou confrontar uma perspectiva de profissão pautada no conservadorismo, da qual as vertentes da modernização conservadora e da reatualização do conservadorismo são representantes, conforme nos apresenta José Paulo Netto (2006) em “Ditadura e Serviço Social”.

Contudo, cabe destacar que o debate em torno do trabalho do assistente social não é isento de polêmicas dentro da própria categoria, neste sentido, podemos posicionar as elaborações de Gilmaísa Costa (2000), Maria Holanda (2002) e Sérgio Lessa (2000), que

estabelecem o Serviço Social no âmbito dos complexos ideológicos e, por isso, não o entendem como trabalho. Os autores em questão guardam identidade no embasamento teórico utilizado na abordagem da categoria trabalho e seus argumentos são de inspiração luckacsiana, tomando por fundamento a ontologia do ser social. Sob essa perspectiva de análise, o trabalho consiste num ato mediador entre o homem e a natureza. Por este viés, os autores procuram, em linhas gerais, explicar como o metabolismo entre homem e natureza (ou seja, o trabalho) propicia níveis complexos de sociabilidade ao possibilitar o desenvolvimento das forças produtivas e do próprio homem.

Temos que o desenvolvimento das forças produtivas possibilita ao homem produzir mais que o necessário à sua sobrevivência, propiciando também a exploração do homem pelo homem. Entretanto, alguns homens não se submeteriam à vontade de outros, livre e espontaneamente. Desta forma, esta relação necessita ser regulada pelos aparatos de repressão e ideologia, ou seja, os denominados complexos sociais4, que cumprem a função

de regular as relações homem x homem, e se relacionam com o trabalho à medida que atuam na reprodução da ordem social, de modo que, para estes autores, não podem ser considerados trabalho (na perspectiva ontológica).

Contudo, em concordância com Iamamoto (2007), entende-se que o suposto é a centralidade do trabalho e da forma histórica da organização do trabalho nesta sociedade, porque, parte-se de dimensão ontológica, mas faz-se necessário historicizar esta dimensão. Ela se constitui a partir de formas históricas da divisão do trabalho que não é mais que a expressão da propriedade privada e, portanto, pensar o trabalho não é somente abstrair puramente em um sentido intelectual a dimensão ontológica central do trabalho, mas compreender como ela se constitui e se submete à sociedade madura burguesa.

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Esta autora trabalha com a hipótese de que a literatura até hoje tratou o Serviço Social como uma especialização do trabalho na ótica do trabalho útil, um trabalho de qualidade determinada, que distingue dos outros trabalhos na sociedade, todavia, tais análises não cabem no processo de realização deste trabalho na sociedade. Neste trajeto, afirma que não se radicalizou a discussão das implicações deste trabalho ser parte do trabalho social médio abstrato, enquanto valor, ou seja, o trabalho do assistente social é básico para deter parte da riqueza social traduzida no salário. Então, podemos considerar a equivalência do trabalho do assistente social com todos os outros trabalhos na sociedade, de modo que a força de trabalho do assistente social tem valor de troca, e, portanto, nos coloca necessariamente no universo do valor, não necessariamente da mais-valia. Dito de outra forma, pensar no trabalho do assistente social, solicita pensar o Serviço Social no âmbito da reprodução da força de trabalho, dos meios e das condições de produção, mas, também, pensar que a reprodução não é somente material, é a reprodução da totalidade da vida social.

Considerando-se a perspectiva do trabalho profissional, entende-se ainda que tal categoria reivindique ser pensada na mediação entre a transformação da matéria-prima/objeto, através de determinados meios e condições de trabalho, sendo sempre, teleologicamente, uma ação direcionada a um fim.

Então, resta-nos identificar os elementos componentes do processo de trabalho na sua relação com o trabalho do assistente social. Iamamoto (2007), afirma que a questão social é a matéria-prima sobre a qual incide a intervenção profissional e que ela “expressa, portanto, desigualdades econômicas, políticas e culturais das classes sociais, mediatizadas por disparidades nas relações de gênero, características étnico-raciais e formações regionais, colocando em causa amplos segmentos da sociedade civil no acesso aos bens da civilização.” (2007, p. 160). Quanto aos meios, destaca-se que não se restringem ao instrumental de trabalho, aos instrumentos e técnicas, ampliando-se para abarcar as próprias instituições empregadoras como elemento constitutivo do trabalho e que o viabilizam. Isto porque, elas articulam condições (econômicas, materiais, humanas) que informam o processamento da ação profissional.

Outro elemento constitutivo do processo de trabalho é a atividade em si ou o próprio trabalho enquanto atividade social do sujeito, enquanto prática profissional. E sobre o produto do trabalho do assistente social, o que se pode dizer? Para compreendê-lo é preciso situar o resultado do trabalho profissional no campo da imaterialidade do trabalho, pois que, apesar de ter um efeito nas condições materiais e sociais dos sujeitos, o que ele produz não é material. De acordo com Iamamoto (1999), “os resultados de suas ações

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existem e são objetivos, embora nem sempre se corporifiquem como coisas materiais autônomas, ainda que tenham uma objetividade social (e não material), expressando-se sob a forma de serviços”. (1999, p.68)

O trabalho docente nas universidades públicas vem passando por processos de ampliação do número de exigências para serem cumpridas em menos tempo. Dessa forma, os docentes têm a sua rotina alterada em detrimento das mudanças impostas pelas instituições de ensino e pela própria lógica imposta à política crescente de mercantilização da educação superior. Além da intensificação dos processos de trabalho docente vem se configurando nos últimos anos uma produtividade exacerbada que se verifica na lógica do financiamento transforma o docente-pesquisador em um empreendedor e o leva a adequar a sua criação intelectual aos editais, a um determinado valor mensurado de uma forma determinada, restringindo os temas e metodologias a serem adotadas (BRANDÃO; FERENC; BRAÚNA, 2015). E isso se intensifica no caso dos docentes da pós-graduação. Todo esse processo, sem dúvida, gera uma precarização das condições de trabalho docente. Com isso, “os professores têm sofrido um aumento do seu ritmo de trabalho, bem como se tornam reféns da falta de tempo para preparar e refletir de forma crítica o seu trabalho” (BRANDÃO; FERENC; BRAÚNA, 2015, p. 346).

2.1 Trabalho docente no Serviço Social: mapeamento da produção do conhecimento

A pesquisa, de caráter bibliográfico, buscou revisar a produção do conhecimento referente ao trabalho docente do assistente social, com a finalidade de identificar a relação entre educação, trabalho docente e Serviço Social nas produções analisadas entre os anos 2000 aos dias atuais, além de: a) mapear a produção do conhecimento em Serviço Social sobre o trabalho do assistente social na docência; b) perceber se há uma condição precarizada de produção do conhecimento por estes docentes; c) identificar se o trabalho docente aparece como trabalho intelectual. Considerando que a pesquisa está em andamento, neste artigo será apresentado o resultado parcial, qual seja, o mapeamento das dissertações e as teses que foram encontradas nos Programas de Pós-graduações em Serviço Social (PPGSS) no Brasil, tendo como recorte o trabalho docente do assistente social no período dos anos 2000 aos dias atuais, e uma análise preliminar da produção do conhecimento.

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Para o mapeamento da produção do conhecimento do trabalho docente dos assistentes sociais dos anos 2000 aos dias atuais, pesquisou-se nos trinta e sete (37) Programas de Pós-graduação em Serviço Social (PPGSS) disponíveis na Plataforma Sucupira os cursos reconhecidos e avaliados pelo Ministério da Educação, para verificar se existiam dissertações e teses que tratassem sobre o tema, e, para tal foram utilizadas os seguintes descritores: trabalho docente; magistério superior em Serviço Social; trabalho docente do assistente social; trabalho docente em Serviço Social; docência em Serviço Social; docência e Serviço Social; trabalho, educação e docência em Serviço Social; exercício profissional em docência em Serviço Social; prática profissional em Serviço Social; atuação do assistente social na docência; fazer profissional na docência em Serviço Social. Bem como foram usados os conectivos (e, em, do) para ampliar as possibilidades de mapeamento.

Neste universo pesquisado, foram encontrados dezoito (18) trabalhos que tratam da temática em questão, sendo que, destes, em três (03) o acesso é restrito, de modo, que somente quinze (15) trabalhos estão disponíveis para análise. Sendo que destes, sete (07) são dissertações e oito (08) são teses. Considerando-se que a pesquisa encontra-se em andamento, aqui estão apresentados os resultados parciais.

Tabela 1 – Dissertações disponíveis nos sites dos PPGSS do Brasil dos anos 2000 aos dias atuais

Nome do Autor Título do Trabalho Ano

1.Clarice da Costa Carvalho

Serviço social e privatização do ensino – a precarização do trabalho docente nas instituições privadas de ensino superior na Zona da Mata Mineira

2009 2.Valquiria Helena

dos Santos Coelho

A formação acadêmica e profissional nas faculdades públicas de serviço social do estado do Rio de Janeiro: os docentes e o projeto profissional.

2010 3.Maria Conceição

Borges Dantas

A prática pedagógica do assistente social docente: contradições e possibilidades.

2012 4.Luciane Silva

Nascimento França

Ser docente: a experiência em uma Faculdade de Serviço Social privada.

2012 5.Maria Gracileide

Alberto Lopes

A Docência em Serviço Social: formação profissional, condições de trabalho e desafios nas IES de Boa Vista-RR

2018 6.Josivânia Estelita

Gomes de Sousa

“Eu não consigo dormir antes da meia noite... nunca”: precarização do trabalho docente e adoecimento no Departamento de Serviço Social da Universidade Federal do Rio Grande do Norte

2015

7.Catia Aparecida Spagnol

O trabalho docente do(a) assistente social na educação superior privada presencial.

2018 Fonte: As autoras(2019).

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As dissertações encontradas sobre trabalho docente foram todas elaboradas por mulheres nas duas últimas décadas com foco no trabalho docente em instituições privadas e públicas em várias regiões do país. Sem maiores aprofundamentos pudemos perceber pela leitura dos títulos e dos resumos que os objetos de estudo revelam um cenário de precarização do trabalho docente, intensificação do trabalho e adoecimento em detrimento das condições de trabalho.

Tabela 2 – Teses disponíveis nos sites dos PPGSS do Brasil dos anos 2000 aos dias atuais

Nome do Autor Título do Trabalho Ano

1. Eliana Aparecida Gonçalez Albonette Frois

O processo de formação do assistente social: desafio permanente

2009 2. Tatiana M. Carmo

Souza

Docência universitária: representações sociais das constituições subjetivas

2012 3.Lucimara Perpétua

dos Santos Benatti

Trabalho docente em tempos de mundialização do capital: um estudo no âmbito do Serviço Social: microrregional de São José do Rio Preto – ABEPSS Sul II – 2012-2014

2014 4. Valéria de Oliveira

Albuquerque

Serviço Social e trabalho docente: precarização e intensificação do trabalho nas Instituições de Ensino Superior em São Paulo

2015 5. Maria Inez

Barboza Marques

Divisão sexual do trabalho e suas expressões: reflexões a partir do trabalho docente em Serviço Social na Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR)

2015 6. Lorena Ferreira

Portes

Os fundamentos ídeo-políticos da direção social que orienta a formação profissional em serviço social no Brasil: a apreensão de assistentes sociais docentes que atuam em escolas paranaenses.

2016

7. Janaína Lopes do Nascimento Duarte

Trabalho docente do assistente social nas federais: contradições e resistências em tempos de intensificação e produtivismo acadêmico.

2017 8.Letícia Terra

Pereira

A expansão dos cursos de Serviço Social e os desafios enfrentados pelas assistentes sociais docentes

2018 Fonte: As autoras (2019).

As teses catalogadas revelam uma preocupação das pesquisadoras com a relação entre precarização do trabalho com a qualidade da formação profissional em universidades públicas federais e estaduais e foram em sua totalidade elaboradas por mulheres, sendo que uma das teses uma discussão sobre a divisão sexual do trabalho e suas expressões na vida docente.

O ano de defesa das dissertações e teses revela que as há uma concentração da produção na década de 2010, pois apenas uma dissertação e uma tese foram defendidas

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antes de 2010. O que revela que a produção do conhecimento sobre o tema é recente no campo do Serviço Social.

3 CONCLUSÃO

O trabalho docente vem sendo foco de análises e pesquisas recentes por várias áreas do conhecimento. Neste trabalho, nos dedicamos a refletir de forma inicial sobre a produção do conhecimento no campo do Serviço Social que versa sobre o tema do trabalho docente com o intuito de identificar a relação entre educação, trabalho docente e Serviço Social nas produções analisadas entre os anos 2000 aos dias atuais.

A partir dos descritores utilizados no processo de mapeamento e considerando os resultados encontrados, podemos, numa análise preliminar das teses e dissertações apontar que seis delas têm o trabalho docente como tema central, seguidas de três cujas temáticas estão voltadas ao trabalho docente no contexto da precarização do trabalho, três que apresentam a temática da formação profissional, sendo que uma delas articula o tema do desafio do trabalho docente, uma relaciona o tema do trabalho docente com os desafios enfrentados por assistentes sociais docentes, uma demonstra preocupação em refletir sobre o processo de adoecimento docente em função da precarização do trabalho, e encontramos ainda uma dissertação que procura articular os temas centrais, quais sejam: precarização do trabalho docente, formação profissional, trabalho docente e desafios para o trabalho do assistente social docente.

Assim, a revisão da produção do conhecimento referente ao trabalho docente do assistente social, conforme mapeamento apresentado, ainda que parcialmente, cumpre com a finalidade de demonstrar a relação entre educação, trabalho docente e Serviço Social nas produções analisadas entre os anos 2000 aos dias atuais. Foi possível perceber que há uma condição precarizada de trabalho, contudo não citam a condição de produção do conhecimento pelos docentes, nem identificam o trabalho docente como trabalho intelectual.

REFERÊNCIAS

BRANDÃO, Ana Carolina Pessoa, FERENC, Alvanize Valente Fernandes, BRAÚNA, Rita de Cássia Alcântara. Condições de trabalho docente na universidade pública brasileira:

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um mapeamento de estudos. Revista Espaço Pedagógico. v. 22, n. 2, Passo Fundo, p. 343-355, jul./dez. 2015.

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