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ANTONIO CARLOS RIBEIRO SOARES. O dia a dia do escrivão de polícia, nas entrelinhas

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Academic year: 2021

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ANTONIO CARLOS RIBEIRO SOARES

O dia a dia do escrivão de polícia, nas entrelinhas

São Luís 2016

(3)

Este livro foi realizado e publicado com recursos próprios, portanto, qualquer parte dele pode ser reproduzida, desde que citado a fonte. Todos os direitos reservados ao autor. Críticas, sugestões e retificações de erros, enviem para o e-mail: ribeiropesquisa@outlook.com.

Capa: Hudson Pinheiro

IMPRESSÃO

Gráfica Certa

Av. Vitorino Freire, 100, Loja 02, Areinha São Luís-MA. Fone (98) 3221-4869

e

Clube de Autores Publicações S/A

Rua Otto Boehm, 48, Sala 08, América, Joinville-SC www.clubedeautores.com.br

Ficha Catalográfica elaborada por Maurício Morais – Bibiotecário

S676d

Soares, Antonio Carlos Ribeiro

O dia a dia do escrivão de polícia, nas entrelinhas [livro eletrônico] / Antonio Carlos Ribeiro Soares. – São Luís : Gráfica Certa ; Joimville, SC : Clubedeautores.com.br, 2016.

132 p. : il. ; color. ; 21 cm ISBN 978-85-922385-0-6

Também disponível em e-book, endereço eletrônico: http://www.clubedeautores.com.br.

1. Polícia Civil. 2. Políticas salariais e de vagas. 3. Delegados e Escrivães – realidade prática. I. Título.

CDU: 351.74:331.2(812.1)

(4)

Aos meus pais, Manoel e Luiza (in

memoriam).

À minha irmã, Maria (in memoriam). À minha esposa, Araceli.

Aos meus filhos, Isabela, Laércio e Laisa. Aos meus irmãos, Benjamin, João e José. Aos meus tios, tias, primos, primas, sobrinhos e sobrinhas e demais familiares.

(5)

AGRADECIMENTOS

A Deus, pelo dom da vida e por sempre iluminar a minha alma.

Aos Policiais Civis, Militares, Bombeiros Militares; aos Servidores do Sistema Penitenciário e aos Guardas e Agentes de Trânsito Municipais, pelos sonhos e desafios em comuns.

Aos Escrivães de Polícia Civil do Estado do Maranhão, com imensa gratidão aos que abrilhantaram essa pesquisa com suas valiosas informações.

Aos Escrivães participantes da criação e crescimento da AMEPOL, por acreditarem que não haverá sombra nem frutos a usufruir, sem antes, adubar o solo, lançar a semente e dela cuidar amando e regando, diariamente.

À Escrivã Loane Maranhão (in memoriam), motivo desta pesquisa.

Ao pesquisador Zacarias de Castro, uma alma iluminada e uma mão amiga. À direção do SINPOL, nas pessoas de Heleudo, Fabrício e João Victor, pelo espaço e divulgação no site dessa entidade sindical dos informes para esta pesquisa.

À Escrivã Marcia Gardênia, pelo espaço e divulgação no seu blog “Diário da Gardênia” com destaques para a importância dessa pesquisa.

À minha equipe plantonista, no Plantão Central do Maiobão, na pessoa do Delegado Ricardo Garcês e dos Investigadores, Ana Paula, Gabriel de Tarso, Juliano Oliveira e Marcos Costa, pelos exemplos de companheirismos e solidariedade.

Aos servidores da Biblioteca do Diário Oficial do Estado, nas pessoas de Afonso Ribeiro, Rosimar, Robert, Vita Marta e Vilma Carvalho, pelo bom atendimento. Aos servidores da Academia Integrada de Segurança Pública, nas pessoas de Claudia, Luís Justo, Marta Avelar, Rangel, Rosileia, Sidney Nogueira e Terezinha Ferraz, facilitadores na obtenção de dados.

À professora Vera Guisti, pelo brilho de suas ações.

Aos Escrivães componentes da administração da AMEPOL, na pessoa dos diretores Elton John, Joanne Lemos, Jonilson Bogéa, Luis Guilherme e Marta Venina; dos Coordenadores nas Regionais Aparecida Torres, Eldhon Costa, Eldanio Gonçalves, Francisco Jailson, Glenda Vieira, Greig Rayner, Jackson Lopes, Jéssica Ribeiro, Joana D`arc, José de Arimatéia (Ari), Marilia Rocha, Marcus Daniel, Raimundo Júnior, Thelso Bruno e do Coordenador na Capital Natanael Nascimento, por contribuírem voluntariamente na busca de soluções aos desafios que impactam no trabalho com reflexos e efeitos na vida dos integrantes da Polícia Civil do Estado do Maranhão.

(6)

“O medo e o mal são irmãos siameses [...] Um apontando para o ‘lá fora’, para o mundo, o outro para o ‘aqui dentro’, para você mesmo. O que tememos é o mal; o que é o mal, nós tememos.”

(7)

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Gratificações anuais pagas na Chefatura de Polícia do Maranhão no início

da Polícia Civil na Província do Maranhão em 1842 ... 17

Gráfico 2 - Vencimentos anuais pagos na Chefatura de Polícia do Maranhão em 1904 ... 18

Gráfico 3 - Vencimentos mensais pagos na Polícia Civil em 1974 ... 20

Gráfico 4 - Vencimentos mensais pagos na Polícia Civil em 1981 ... 20

Gráfico 5 - Vencimentos mensais pagos na Polícia Civil em agosto de 1987 ... 21

Gráfico 6 - Subsídios mensais adotados em 2014 no PGCE para a Polícia Civil ... 22

Gráfico 7 - Subsídios mensais para as categoriais de Delegados e Escrivães estabelecidos na MP 198/15 ... 23

Gráfico 8 - Evolução entre as categorias no período de 1981 a 1987 ... 25

Gráfico 9 - Evolução entre as categorias no período de 1987 a 2014 ... 26

Gráfico 10 - Evolução entre as categorias no período de 1981 a 2016 ... 27

Gráfico 11 - Situação hipotética para 2016 - Escrivães ... 29

Gráfico 12 - Evolução das vagas definidas em lei para Delegados e Escrivães ... 30

Gráfico 13 - Vagas ocupadas por Delegados e Escrivães no período de 1998 a 2014 ... 31

Gráfico 14 - Evolução das vagas oferecidas em concursos para os cargos de Delegados e Escrivães no período de 1981 a 2012 ... 33

Gráfico 15 - Ingresso do aluno na AISP, segundo o sexo ... 43

Gráfico 16 - Ingresso do aluno na AISP, por categoria e por sexo. ... 45

Gráfico 17 - Ingresso do aluno na AISP, por categoria e por sexo ... 47

Gráfico 18 - Identificação do Escrivão de Polícia Civil, segundo a faixa etária ... 48

Gráfico 19 - Identificação do Escrivão de Polícia Civil, segundo o sexo ... 49

Gráfico 20 - Dados de identificação do Escrivão de Polícia Civil, segundo o estado civil ... 49

Gráfico 21 - Percentual dos entrevistados, segundo o regime de trabalho ... 50

Gráfico 22 - Percentual dos entrevistados, segundo o local de lotação ... 53

Gráfico 23 - Percentual dos entrevistados, segundo a quantidade de Delegados que lhes repassam determinações e tarefas ... 54

Gráfico 24 - Percentual de entrevistados, segundo a feitura de APF/AAF, sem a participação de um Delegado de Polícia. O Escrivão no cartório e ele no gabinete ou ausente da delegacia ... 56

Gráfico 25 - Percentual dos entrevistados que faz audiências sem a presença de um Delegado ... 59

(8)

Gráfico 26 - Percentual dos entrevistados, segundo suas participações na confecção das

portarias dos procedimentos ... 59

Gráfico 27 - Percentual geral dos entrevistados, segundo suas participações nos relatórios dos procedimentos ... 60

Gráfico 28 - Dados sobre o que representa a realização de atribuições que não são dos escrivães ... 65

Gráfico 29 - Ideia dos Escrivães de criarem uma associação ou união de Escrivães ... 66

Gráfico 30 - Escrivães Ad Hoc ... 71

Gráfico 31 - Política de oferta de vagas no PSPR entre Delegado e Escrivão ... 81

Gráfico 32 - Política de oferta de vagas no PSPR entre Delegado e Escrivão ... 81

Gráfico 33 - Evoluções em vencimentos entre Delegado e Escrivão de 1987 a 2014 ... 85

Gráfico 34 - Evolução em termos de salários mínimos entre Delegado e Escrivão de 1987 a 2014 ... 85

Gráfico 35 - Evolução em porcentagem entre Delegado e Escrivão de 1987 a 2014 ... 86

Gráfico 36 - Evoluções em vencimentos entre Delegado e Escrivão de 2014 a 2016 ... 87

Gráfico 37 - Evolução em porcentagem entre Delegado e Escrivão de 2014 a 2016 ... 87

Gráfico 38 - Evolução em termos de salários mínimos entre Delegado e Escrivão de 2014 a 2016 ... 88

Gráfico 39 - Evoluções em vencimentos entre Delegado e Escrivão de 1904 a 1987 ... 89

Gráfico 40 - Evolução em porcentagem entre Delegado e Escrivão de 1904 a 1987 ... 89

Gráfico 41 - Evolução em termos de salários mínimos entre Delegado e Escrivão de 1974 a 1987 ... 90

Gráfico 42 - Evolução em termos de salários mínimos entre Delegado e Escrivão de 1974 a 2016 ... 95

Gráfico 43 - Lógica da gestão patrimonialista na distribuição de renda na vida das pessoas ... 97

Gráfico 44 - Efeitos da gestão patrimonialista ... 97

(9)

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Cópia da página inicial original da Lei nº 261, de 3 de janeiro de 1841 ... 16

Figura 2 - Cópias de partes das páginas originais da Lei nº 329, de 3 de abril de 1903 .... 19

Figura 3 - Evolução da população maranhense e brasileira no período de 1872 a 1938 ... 34

Figura 4 - Taxas de homicídios por 100 mil habitantes (1980/2010) ... 36

Figura 5 - Crescimento percentual dos homicídios (1980/2010) ... 37

Figura 6 - População escrava na Província do Maranhão em 1874 ... 39

Figura 7 - Interior do cartório do Plantão Central da Cidade Operária ... 46

Figura 8 - Interior do cartório do 19º DP Jardim Tropical ... 47

Figura 9 - Procedimentos a cargo de um Escrivão na Delegacia Especial da Cidade Operária ... 55

Figura 10 - Procedimentos a cargo de um Escrivão na Delegacia Especial da Cidade Operária ... 55

Figura 11 - Cópia da página 8 da Constituição do Estado do Maranhão ... 72

Figura 12 - Cópia da página 55 da Constituição do Estado do Maranhão ... 73

Figura 13 - Cópia da escala de plantão do mês de março/16, com Escrivães Ad Hoc, em Imperatriz ... 73

Figura 14 - Cópia da escala de plantão do mês de junho/16, com Escrivães Ad Hoc, em Imperatriz ... 74

Figura 15 - Cópia do ofício ao Sinpol, sobreaviso ... 75

Figura 16 - Cópias das escalas de plantões sobreaviso, na 17ª Regional Caxias ... 76

Figura 17 - Cópia do documento enviado ao MP de Caxias, em 2014, sobre as escalas de sobreaviso ... 76

Figura 18 - Decisão resultante do Processo nº 0307760-24-2014.8,24.0023 ... 77

Figura 19 - Pedido de remoção da DECOP, para o 13º DP em 2014 ... 82

Figura 20 - Pedido de remoção da DECOP, para o 13º DP em 2015 ... 83

Figura 21 - Primeiro recorte da mensagem ... 84

Figura 22 - Segundo recorte da mensagem ... 86

Figura 23 - Terceiro recorte da mensagem ... 88

Figura 24 - Cópia do e-mail AMEPOL solicitando audiência com o Governador do Estado do Maranhão ... 91

Figura 25 - Cópia do ofício nº 07/2015 AMEPOL, solicitando audiência com o Governador ... 91

(10)

Figura 26 - Quarto e quinto recorte da mensagem ... 92

Figura 27 - Sexto recorte da mensagem ... 93

Figura 28 - Cópias dos anexos I e II da MP 198, de 23-04-2015 ... 94

Figura 29 - Cópia da página 8 da Constituição Estadual ... 95

Figura 30 - Quadros de cargos e vagas do concurso de 2012, editais 1 e 2/2012 para Policiais Civis ... 96

Figura 31 - Mandado de Segurança da GNT ... 99

Figura 32 - Cópia das páginas 17 e 18 da Lei nº 8.508 de 27-11-2006 ... 100

Figura 33 - Cópia do Quadro a.1.3, do Anexo IV da Lei nº 9.664, de 17-07-2012 (PGCE) ... 101

Figura 34 - Destaque dos valores de 2006 – sobre os quais foram calculados a GNT e dos valores do subsídio do ano de 2014 ... 101

Figura 35 - Sétimo recorte da mensagem ... 102

Figura 36 - Governo para todos os maranhenses ... 106

Figura 37 - Manchete do Jornal o Imparcial ... 107

Figura 38 - Moldura de 1842 ... 111 Figura 39 - Moldura de 1904 ... 112 Figura 40 - Moldura de 1974 ... 113 Figura 41 - Moldura de 1987 ... 114 Figura 42 - Moldura de 2014 ... 115 Figura 43 - Moldura de 2016 ... 116

Figura 44 - Página policial do Jornal o Imparcial ... 118

Figura 45 - Universidades de impactos sociais ... 119

Figura 46 - Cone dos fundos públicos ... 121

Figura 47 - O magnetismo exercido pelo poder arrecadador ... 122

Figura 48 - Patrimonialismo ... 123

(11)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Visão panorâmica das políticas salariais envolvendo todas as categorias da

Polícia Civil no período de 1974 a 2014 ... 24

Tabela 2 - Situação salarial real quanto aos Delegados e hipotéticos quanto aos Escrivães ... 28

Tabela 3 - Vagas definidas em Lei ... 30

Tabela 4 - Quadro demonstrativo dos policiais civis maranhenses por cargos ... 31

Tabela 5 - Política de concursos e de ofertas de vagas nos quadros da Polícia Civil ... 32

Tabela 6 - Evolução populacional do Maranhão e de alguns municípios maranhenses .... 35

Tabela 7 - Composição do Conselho de Polícia Civil ... 40

Tabela 8 - Cursos de formações na AISP, realizados de 1998 a 2014 ... 44

Tabela 9 - A rotina dos conduzidos em ocorrências de fatos que podem resultar em APF/AAF na unidade policial do entrevistado ... 57

Tabela 10 - Questionamento sobre como está acontecendo as oitivas de investigados, de testemunhas e de vítimas nas unidades policiais dos entrevistados ... 61

Tabela 11 - Questionamento sobre a incidência de audiências, APF/AAF, portarias, oitivas de investigados e relatórios que estão sendo feito pelo Escrivão sozinho, o porquê e o que isso representa para os entrevistados ... 63

Tabela 12 - PSPR... 80

Tabela 13 - Concurso regido pelos editais n° 01 e 02/2012, de 10-10-2012... 96

Tabela 14 - GNT – Situação hipotética para 2016 ... 102

Tabela 15 - Alinhamento das necessidades de Escrivães para o interior e capital ... 103

(12)

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AAF Auto de Apreensão em Flagrante

ACADEPOL Academia de Polícia Civil do Maranhão AISC Academia Integrada de Segurança Cidadã AISP Academia Integrada de Segurança Pública

AMEPOL Associação Maranhense de Escrivães de Polícia Civil APC Grupo Ocupacional de Atividade de Polícia Civil APF Auto de Prisão em Flagrante

APC Agente de Polícia Civil

APML Auxiliar de Perícia Médico Legal

CPC Comissário de Polícia Civil e Conselho de Polícia Civil DECOP Delegacia Especial da Cidade Operária

DO Diário Oficial

DP Delegacia de Polícia ou Distrito Policial DPC Delegado de Polícia Civil

EPC Escrivão de Polícia Civil

FL Farmacêutico Legista

GNT Gratificação de Natureza Técnica IPC Investigador de Polícia Civil

MA Maranhão

ML Médico Legista

MP Medida Provisória

OL Odontolegista

PC Perito Criminal

PCA Perito Criminal Auxiliar

PGCE Plano Geral de Cargos do Poder Executivo PSPR Processo Seletivo Permanente de Remoção SEGEP Secretaria de Estado da Gestão e Previdência

SEIC Superintendência Estadual de Investigações Criminais SINPOL Sindicato dos Policiais Civis do Estado do Maranhão SPCC Superintendência de Polícia Civil da Capital

(13)

APRESENTAÇÃO

Este trabalho tem por objetivo apresentar, de forma resumida, os resultados de um estudo histórico sobre a Polícia Civil do Estado do Maranhão, desde seu início em 1842 até os dias atuais, retratando as políticas salariais, de vagas, de remoções e seus efeitos na vida dos Escrivães, desde a gestão do Presidente da Província da época, João Antonio de Miranda até o governo atual. Embora a pesquisa em si, que se encontra em fase de acabamento, contemple uma visão dessas políticas para todas as categorias da Polícia Civil, neste recorte enfoca-se principalmente o comparativo entre as categorias de Delegado e de Escrivão de Polícia. Em especial, apresentam-se os resultados de uma pesquisa sobre como, na prática, acontecem as rotinas de trabalhos submetidas aos Escrivães de Policia Civil nas unidades policiais espalhadas pelo território maranhense.

Prédio da antiga Chefatura de Polícia Atual prédio onde funcionava a Chefatura de Polícia

Fonte: Biblioteca Pública Benedito Leite, 1908 Fonte: SOARES, 2015

Largo de São João Localização da Secretaria de Segurança Pública - MA

(14)

Fachada da Secretaria de Estado de Segurança Pública do Maranhão

Fonte: SOARES, 2015

Vista aérea da sede da Secretaria de Estado de Segurança Pública do Maranhão.

(15)

SUMÁRIO

1 POLÍCIA CIVIL NO ESTADO DO MARANHÃO ... 16

1.1 Políticas Salariais ... 17

1.1.1 Políticas Salariais adotadas para as categorias de Delegados e Escrivães ... 18

1.1.2 Resumo da situação salarial real quanto à categoria de Delegados e hipotética em relação à categoria de Escrivães ... 28

1.2 Políticas de criação e de provimento de vagas ... 30

1.2.1 Vagas definidas em lei ... 30

1.2.2 Vagas legalmente ocupadas ... 31

1.3 Quadro sobre a população brasileira no período de 1872 a 1938 ... 34

1.4 População maranhense no período de 1872 a 2010 ... 35

1.4.1 População escrava na Província do Maranhão em 1874 ... 39

1.5 Políticas sobre a vida funcional dos servidores policiais civis ... 40

1.5.1 Conselho de Polícia Civil ... 40

2 RESUMO DO RESULTADO DA PESQUISA DE CAMPO SOBRE A REALIDADE PRÁTICA VIVENCIADA POR ESCRIVÃES DE POLÍCIA ... 42

2.1 O Perfil dos Profissionais Escrivães ... 48

3 SURGIMENTO E PAPEL DA ASSOCIAÇÃO MARANHENSE DE ESCRIVÃES DE POLÍCIA CIVIL ... 66

3.1 Abusos ... 70

3.1.1 “Gambiarras” na realização das atividades cartorárias de Polícia Judiciária ... 70

3.1.2 Escalas de plantões sobreavisos ... 75

3.2 Desigualdades e injustiças ... 79

3.2.1 Processo Seletivo Permanente de Remoção – PSPR ... 79

3.2.2 Pedidos de remoções sem políticas e sem políticos ... 82

3.3 Núcleos visíveis e invisíveis ... 84

3.3.1 Recortes da Mensagem do Excelentíssimo Senhor Governador à Assembleia Legislativa ... 84

3.3.2 Lógica da gestão patrimonialista ... 96

3.3.3 Gratificação de Natureza Técnica ... 99

3.4 Alinhamento – Fortalecimento e Valorização ... 102

3.4.1 Alinhamento das necessidades de Escrivães para o interior e capital ... 103

(16)

3.4.3 Alinhamento das Funções Gratificadas para Escrivães ... 104

3.4.4 Adequação dos Concursos ... 105

3.4.5 Adequação das estruturas físicas ... 105

4 CONCLUSÕES (PARA AS SUAS CONCLUSÕES) ... 107

REFERÊNCIAS ... 126

(17)

16

1 POLÍCIA CIVIL NO ESTADO DO MARANHÃO

No dia 3 de janeiro de 1841, a Lei de Nº 261, conforme figura 1, criou na Província do Maranhão os seguintes cargos: Chefe de Polícia, de Delegados e de Subdelegados, de igual modo criou para ocupar e atuarem nos mesmos espaços, os cargos de: Juízes Municipais, de Promotores Públicos, de Juízes de Direito, de Oficial de Justiça, de Amanuenses (atual cargo de Datilógrafo), de Escrivães de Paz, de Inspetores de Quarteirão e de Carcereiro.

Figura 1 – Cópia da página inicial original da Lei nº 261, de 3 de janeiro de 1841.

(18)

17

1.1 Políticas Salariais

O Brasil vivia ainda sob a tutela de Portugal, quando na Província do Maranhão se iniciam as atividades policiais. Nesse sentido, o Decreto Imperial de nº 176, de 15 de maio de 1842, do Exmo. Sr. Paulino José de Sousa, Ministro da Justiça e rubrica de sua Majestade o Imperador estabelece os valores das gratificações pagas ao Chefe de Polícia e aos seus auxiliares, como relata o texto do referido Decreto: “Hei por bem, para execução do art. 8, da Lei nº 261, de 3 de dezembro de 1841, fica marcado as gratificações para os dois amanuenses do Chefe de Polícia do Maranhão, o primeiro de seiscentos mil réis e o segundo de quinhentos mil réis anuais.” (BRASIL, 1842, não paginado).

Tais gratificações não eram restritas somente ao Maranhão, uma vez que abrangiam, ainda, os Chefes de Polícia das Províncias do Ceará e Pernambuco, o Decreto Imperial nº 177, da mesma data e do citado Ministro, para execução do art. 3º, da lei acima referida: Art. Único, estabelece que: “Os Chefes de Polícia das Províncias do Maranhão, Ceará e Pernambuco, vencerão cada um a gratificação anual de oitocentos mil réis.” (BRASIL, 1842, não paginado).

Gráfico 1 – Gratificações anuais pagas na Chefatura de Polícia do Maranhão no início da

Polícia Civil na Província do Maranhão em 1842.

Fonte: Decreto Imperial nº 176 e 177, de 15 de maio de 1842, (Cortesia do pesquisador Zacarias de Castro, 2015. 0 200.000 400.000 600.000 800.000 CHEFE DE POLÍCIA 1º AMANUENSE 2º AMANUENSE 800.000$000 600.000$000 500.000$000 100 75 62,5

Política Salarial adotada em 1842 - na gestão do Imperador Dom Pedro II - para a gestão do Presidente da Província do Maranhão João Antonio de Miranda - para gratificar o Chefe de Polícia e o

Amanuense

(19)

18

Como é possível perceber, o gráfico 1, revela o valor das gratificações anuais pagas na Chefatura de Polícia do Maranhão, em 1842, em o que Chefe de Polícia, o Desembargador José Mariani, recebia Rs 800.000$000 (oitocentos mil réis). O 1º Amanuense, Manoel Jose do Amaral Cunha, recebia Rs 600.000$000 (seiscentos mil réis), que correspondia a 75% do valor das gratificações pagas ao Chefe de Polícia e o 2º Amanuense recebia Rs 500.000$000 (quinhentos mil réis), que correspondia a 62,5% do valor das gratificações pagas ao Chefe de Polícia.

1.1.1 Políticas Salariais adotadas para as categorias de Delegados e Escrivães

Gráfico 2 – Vencimentos anuais pagos na Chefatura de Polícia do Maranhão em 1904.

Fonte: Lei nº 329 de 03-04-1903.

Deixa-se para trás a Política Salarial adotada em 1842 – na gestão do Imperador Dom Pedro II e se faz um avanço para uma época republicana, exatamente 1903. Com o advento da Lei nº 330, de 3 de abril de 1903, além de reorganizar o serviço da Segurança Pública, criou na Chefatura de Polícia a Delegacia Geral de Polícia e o consequente cargo de Delegado Geral de Polícia. Nessa mesma data, a Lei nº 329 – conforme figura 2 –, retratou o quadro de pessoal e as respectivas remunerações atribuídas aos cargos no âmbito da Polícia Civil para o ano de 1904. Onde, conforme gráfico 2, se pode observar os vencimentos anuais atribuídos naquela época aos cargos de Delegado, Subdelegado e Escrivão, em que um Delegado de Polícia da Vila do Paço

0 500 1.000 1.500 2.000 DELEGADO / SUBDELEGADO DA CAPITAL SUBDELEGADO DO ANIL ESCRIVÃO 1.800$000 1.200$000 1.000$000 100 66,67 55,56

Política Salarial adotada em 1903 - na gestão do Governador do Maranhão Manoel Lopes da Cunha - para remunerar Delegado e

Escrivão da Polícia Civil

(20)

19

e um Subdelegado da Capital recebiam cada um R$ 1.800$000, um Subdelegado do Anil recebia R$ 1.200$000, o que correspondia 66,67% da remuneração paga ao Delegado e o Escrivão recebia R$ 1.000$000, o que correspondia a 55,56% paga ao Delegado.

Figura 2 - Cópias de partes das páginas originais da Lei nº 329, de 3 de abril de 1903.

(21)

20

Gráfico 3 – Vencimentos mensais pagos na Polícia Civil em 1974.

Fonte: Lei nº 3.597, de 02-12-1974, DO/MA, nº 232, de 03-12-1974. *Salário Mínimo Cr$ 415,20.

A Lei nº 3.597/74, de 02-12-1974, reorganizou o serviço Policial Civil do Estado do Maranhão, de onde se extraem os vencimentos pagos para as categorias de Delegado e Escrivão de Polícia Civil, onde conforme gráfico 3, naquela época um Delegado de Polícia recebia por mês Cr$ 2.110,00 e que correspondia a 5,08 salários mínimos, enquanto que um Escrivão de Polícia recebia por mês Cr$ 930,00, o que correspondia a 2,24 salários mínimos e sua remuneração representava 44,08% da remuneração recebida pelo Delegado. Ressalta que naquela época o cargo de Escrivão já era cargo de 2º Grau (Ensino Médio).

Gráfico 4 – Vencimentos mensais pagos na Polícia Civil em 1981.

Fonte: Lei nº 4.325, de 13-07-1981, DO/MA, nº 139, de 27-07-1981. *Salário Mínimo Cr$ 8.464,80. - 500 1.000 1.500 2.000 2.500

DELEGADO DE POLÍCIA ESCRIVÃO DE POLÍCIA

2.110

930

100 5,08 44,08 2,24

Política Salarial adotada em 1974 - na gestão do Governador do Maranhão Pedro Neiva de Santana - para remunerar Delegado e

Escrivão da Polícia Civil

Vencimentos Equivalência % Equivalência em *S.M

0 20.000 40.000

DELEGADO DE POLÍCIA ESCRIVÃO DE POLÍCIA

29.000

11.845

100 3,43 40,84 1,40

Política Salarial adotada em 1981 - na gestão do Governador do Maranhão João Castelo - para remunerar Delegado e Escrivão da

Polícia Civil

(22)

21

A Lei nº 4.325/81, de 13-07-1981 constituiu o Estatuto da Polícia Civil, de onde se extrai os vencimentos mensais atribuídos às categorias de Delegado e Escrivão de Polícia Civil para o ano de 1981, e conforme gráfico 4, naquela época um Delegado de Polícia recebia por mês Cr$ 29.000,00, que correspondia a 3,43 salários mínimos, enquanto que um Escrivão de Polícia recebia por mês Cr$ 11.845,00, o que correspondia a 1,40 salários mínimos e sua remuneração representava 40,84% da remuneração recebida pelo Delegado.

Gráfico 5 – Vencimentos mensais pagos na Polícia Civil em agosto de 1987.

Fonte: Lei nº 4.795, de 07-08-1987, DO/MA, nº 147, de 07-08-1987. *Salário Mínimo Cz$ 1.970,00.

No que diz respeito ao reajustamento de vencimentos, de onde se extrai os vencimentos mensais atribuídos às categorias de Delegado e Escrivão de Polícia Civil para o ano de 1987, este está contido na Lei nº 4.795/87 conforme gráfico 5. Naquela época um Delegado de Polícia recebia por mês Cr$ 10.000,00, que correspondia a 5.08 salários mínimos, enquanto que um Escrivão de Polícia recebia por mês Cr$ 4.500,00, o que correspondia a 2,28 salários mínimos e sua remuneração representava 45% da remuneração recebida pelo Delegado.

0 10.000

DELEGADO DE POLÍCIA ESCRIVÃO DE POLÍCIA

10.000

4.500

100 5,08 45 2,28

Política Salarial adotada em 1987- na gestão do Governador do Maranhão Epitácio Cafeteira - para remunerar Delegado e

Escrivão da Polícia Civil

(23)

22

Gráfico 6 – Subsídios mensais adotados em 2014 no PGCE para a Polícia Civil.

Fontes: Leis nº 9.656/2012 – Anexo I e Lei nº 9.664/2012 – Anexo IV, de 17-07-2012, DO/MA, nº 138, de 17-07-2012. * Salário Mínimo R$ 724,00.

Os subsídios estabelecidos para a Categoria de Delegado de Polícia Civil e para a Categoria de Escrivão de Polícia Civil, estão dispostos no gráfico 6 onde é possível se observar que em 2014, um Delegado passou a receber como subsídio a importância de R$ 13.473,45, o que correspondia, na época, a 18,61 salários mínimos, enquanto que um Escrivão de Polícia passou a receber apenas R$ 3.127,20 o que correspondia na época a 4,32 salários mínimos e sua remuneração representava 23,21% da remuneração recebida pelo Delegado.

0,00 2.000,00 4.000,00 6.000,00 8.000,00 10.000,00 12.000,00 14.000,00

DELEGADO DE POLÍCIA ESCRIVÃO DE POLÍCIA

13.473,45

3.127,20

100 18,61 23,21 4,32

Política Salarial adotada em 2014 - na gestão da Governadora do Maranhão Roseana Sarney - para remunerar Delegado e Escrivão

da Polícia Civil

(24)

23

Gráfico 7 – Subsídios mensais para as categoriais de Delegados e Escrivães estabelecidos na

MP 198/15.

Fonte: Medida Provisória nº 198, de 23-04-2015, DO/MA, nº 074, de 23-04-2015. ** Salário Mínimo R$ 880,00.

No gráfico 7, se encontram assegurados os subsídios estabelecidos no âmbito da Polícia Civil, por força da Medida Provisória nº 198, de 23-04-2015, sendo que para a categoria de Escrivães esses subsídios foram implantados em 2015 em parcela única e para a categoria de Delegados os valores constantes no gráfico 7, foram fixados pela referida MP 198, com aumentos sucessivos até 1º de julho de 2016.

Conforme MP 198 e valores retratados no gráfico 7, a partir de 1º de julho de 2016 um Delegado passou a receber como subsídio R$ 18.957,64 o que corresponde, na atualidade, a 21,54 salários mínimos, enquanto que um Escrivão de Polícia recebe na atualidade R$ 3.990,41, o que corresponde a 4,53 salários mínimos e sua remuneração representa 21,05% da remuneração recebida pelo Delegado.

0,00 2.000,00 4.000,00 6.000,00 8.000,00 10.000,00 12.000,00 14.000,00 16.000,00 18.000,00 20.000,00

DELEGADO DE POLÍCIA ESCRIVÃO DE POLÍCIA

18.957,64

3.990,41

100 21,54 21,05 4,53

Política Salarial adotada em 2016 - na gestão do Governador do Maranhão Flávio Dino - para remunerar Delegado e Escrivão da

Polícia Civil

(25)

24

Tabela 1 - Visão panorâmica das políticas salariais envolvendo todas as categorias da Polícia

Civil no período de 1974 a 2014.

APRESENTAÇÃO, MOVIMENTAÇÃO DOS CARGOS E VARIAÇÕES DE VENCIMENTOS E SUBSÍDIOS INTER CATEGORIAS E ENTRE CARGOS DE 1974 A 1987 – SITUAÇÃO REAL

Histórico Cargos Detetive Fotógrafo Policial Agente de Polícia Auxiliar de Necropsia Comissário de Polícia Escrivão de Polícia Papiloscopista Perito Policial Médico Legista Toxicologista Dentista Técnico de Laboratório Perito Criminal Delegado de Polícia Ano Variações 1 9 7 4

Escolaridade 1º Grau 1º Grau 1º Grau 2º Grau 1º Grau Superior Superior Vencimento Cr$ 670,00 810,00 480.00 930,00 930,00 1.550,00 2.110,00 Equivalência S.M 1,61 1,95 1,16 2,24 2,24 3,73 5,08 % + e o - 31,71 38,39 22,75 44,08 44,08 73,46 100 Histórico Cargos Agente de Polícia Auxiliar de Necropsia Operador de Raios-X Comissário de Polícia Escrivão de Polícia Perito Auxiliar Papiloscopista Fotógrafo Policial Desenhista Policial Delegado de Polícia Perito Criminal Médico Legista Odontolegista Laboratorista Toxicologista Ano Variações 1 9 8 1

Escolaridade 1º Grau 2º Grau Superior Vencimento Cr$ 7.950,00 11.845,00 29.000,00 Equivalência S.M 0,94 1,40 3,43 % + e o – 27,41 40,84 100 Cargos Histórico Agente de Polícia Auxiliar de Necropsia Operador de Raios-X Comissário de Polícia Escrivão de Polícia Perito Auxiliar Papiloscopista Fotógrafo Policial Desenhista Policial Perito Criminal Médico Legista Odontolegista Laboratorista Toxicologista Delegado de Polícia Ano Variações 1 9 8 7

Escolaridade 2º Grau 2º Grau Superior Superior

Vencimento Cz$ 4.000,00 4.500,00 10.000,00 10.000,00 Equivalência S.M 2,03 2,28 5,08 5,08 % + e o – 40,00 45,00 100 100 1981 A 1987 Evolução S.M 1,09 0,88 1,65 1,65 Evolução percentual 215,96% 162,86% 148,10% 148,10%

APRESENTAÇÃO, MOVIMENTAÇÃO DOS CARGOS E VARIAÇÕES DE VENCIMENTOS E SUBSÍDIOS INTER CATEGORIAS E ENTRE CARGOS DE 1987 A 2014 - SITUAÇÃO REAL

Cargos Histórico Auxiliar de Perícia Médico Legal (APML) Investigador de Polícia Escrivão de Polícia Perito Criminal Auxiliar

Comissári o de Polícia Perito Criminal Médico Legista Odontolegista Toxicologista Farmacêutico Legista Delegado de Polícia Ano Variações 2 0 1 4

Escolaridade Nível Médio Superior Superior Superior Superior Subsídio R$ 1.944,80 3.127,20 3.277,50 7.504,72 13.473,45 Equivalência S.M 2,69 4,32 4,53 10,37 18,61 % + e o – 14,43 23,21 24,33 55,70 100 1987 A 2014 Evolução em S.M 0,66

IPC EPC PCA

2,25 5,29 13,53 2,29 2,04 2,04

Evolução

percentual 132,51%

IPC EPC PCA

198,68% 204,13% 366,34%

212,81% 189,47% 189,47%

ALINHAMENTO HIPOTÉTICO PARA OS VENCIMENTOS DE 2014, COM BASE NOS PERCENTUAIS CONCEDIDOS AOS DELEGADOS NO PERÍODO DE 1987 A 2014

2014 Equivalência em S.M Justo 7,44 IPC 7,44 EPC 8,35 PCA 8,35 8,35 18,61 18,61 Subsídio Justo (366,34%) 5.384,15 5.384,15 6.047,22 6.047,22 6.047,22 13.473,64 13.473,64 ALINHAMENTO HIPOTÉTICO INCLUINDO GRATIFICAÇÃO DE NATUREZA TÉCNICA – GNT – 222%

SOBRE R$ 303,24 PARA 2014 - CÁLCULOS FEITOS APENAS PARA A CATEGORIA DE ESCRIVÃES

2014 APML - IPC - EPC 6.720,41 PCA - CPC - PC-ML-OL-TL-FL DPC -

(26)

25

A situação salarial real, envolvendo todas as categorias no período de 1981 a 1987 apresenta-se no gráfico 8.

Gráfico 8 - Evolução entre as categorias no período de 1981 a 1987.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2016.

Considerando o que se demonstra na tabela 1 e no gráfico 8, observa-se, assim, como se deu a evolução entre as categorias no período de 1981 a 1987, é possível perceber que, primeiro, os rendimentos do Investigador de Polícia Civil (IPC), (na época chamada de Agente de Polícia) e a categoria de Auxiliar de Perícia Médico Legal (APML), (na época chamada de Auxiliar de Necropsia), cresceram 215,96%, passaram de 0,94 salários mínimos para 2,03 salários mínimos, um acréscimo de 1,09 salários mínimos. Em segundo lugar aparecem as categorias de Comissário de Polícia Civil (CPC), Escrivão de Polícia Civil (EPC) e Perito Criminal Auxiliar (PCA) que cresceram 162,86%, passaram de 1,4 salários mínimos para 2,28 salários mínimos, um acréscimo de 0,88 salários mínimos e por último a categoria de Delegado de Polícia Civil (DPC) e as categorias integrantes da Polícia Técnica Científica, aqui representado pela Categoria de Perito Criminal (PC) que cresceram 148,10%, passaram de 3,43 salários mínimos para 5,08 salários mínimos, um acréscimo de 1,65 salários mínimos.

As categorias de Investigador de Polícia e de Auxiliar de Perícia Médico Legal cujos cargos, em 1981, eram de nível de 1º Grau tiveram, nesse intervalo de tempo, um acréscimo de 215,96%, o qual deve ter sido em decorrência da elevação da escolaridade exigida para o cargo de nível de 1º Grau para 2º Grau, haja vista que no concurso acontecido em 1989 para Agente de Polícia Civil (Investigador de Polícia Civil) foi exigida como requisito de escolaridade o 2º Grau.

0 1 2 3 4 5 6 IPC/APML CPC/EPC/PCA DPC/PC 0,94 1,4 3,43 2,03 2,28 5,08 1981 1987

(27)

26

Todas as categorias no período de 1987 a 2014 estão representadas – situação salarial – no gráfico 9.

Gráfico 9 - Evolução entre as categorias no período de 1987 a 2014.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2016.

A evolução salarial entre as categorias que compõem a Polícia Civil do Estado do Maranhão no período de 1987 a 2014, encontra-se retratada na tabela 1 e no gráfico 9, onde é possível se perceber que a categoria de Delegado de Polícia Civil (DPC) evoluiu 366,34%, passou de 5,08 salários mínimos em 1987 para 18,61 salários mínimos em 2014, um acréscimo de 13,53 salários mínimos. Seguida da categoria de Investigador de Polícia Civil (IPC) que evoluiu 212,81%, passou de 2,03 salários mínimos em 1987 para 4,32 salários mínimos em 2014, um acréscimo de 2,29 salários mínimos.

A categoria de Perito Criminal teve uma evolução de 204,13%, passou de 5,08 salários mínimos em 1987, (mesmo valor dos Delegados), para 10,37 salários mínimos em 2014, um acréscimo de 5,29 salários mínimos. Seguida da categoria de Comissário de Polícia Civil (CPC), que passou de 2,28 salários mínimos em 1987 (mesmo valor dos Escrivães) para 4,53 salários mínimos em 2014, um acréscimo de 2,25 salários mínimos. Em iguais percentuais e, em penúltimo lugar, aparecem as categorias de Escrivão de Polícia Civil (EPC) e Perito Criminal Auxiliar (PCA) que evoluíram 189,47%, passou de 2,28 salários mínimos em 1987 para 4,32 salários mínimos em 2014, um acréscimo de 2,04 salários mínimos.

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20

APML IPC EPC CPC PC DPC

2,03 2,03 2,28 2,28 5,08 5,08 2,69 4,32 4,32 4,53 10,37 18,61 1987 2014

(28)

27

Por último, aparece a categoria de Auxiliar de Perícia Médico Legal (APML), que passou de 2,03 salários mínimos em 1987 (mesmo valor dos Investigadores de Polícia), para apenas 2,69 salários mínimos, um acréscimo de 0,66 salários mínimos.

A situação salarial real, envolvendo todas as categorias no período de 1981 a 2016, encontra-se no gráfico 10.

Gráfico 10 - Evolução entre as categorias no período de 1981 a 2016.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2016.

O gráfico 10 – extraído da tabela 1 - retrata a evolução salarial entre as categorias que compõem a Polícia Civil do Estado do Maranhão no período de 1981 a 2016, onde é possível se perceber que a categoria de Delegado de Polícia Civil (DPC) evoluiu 628,07%, pois passou de 3,43 salários mínimos em 1981 para 21,54 salários mínimos em 2016, um acréscimo de 18,11 salários mínimos. Seguida da categoria de Investigador de Polícia Civil (IPC) que evoluiu 482,40%, passando de 0,94 salários mínimos em 1981 para 4,53 salários mínimos em 2016, um acréscimo de 3,59 salários mínimos.

Em terceiro lugar aparece a categoria de Comissário de Polícia Civil (CPC), que evoluiu 336,71%, já que passou de 1,40 salários mínimos em 1981 para 4,71 salários mínimos em 2016, um acréscimo de 3,31 salários mínimos.

As categorias de Escrivão de Polícia Civil (EPC) e Perito Criminal Auxiliar (PCA) tiveram evoluções idênticas. Evoluíram 323,90%, passando de 1,40 salários mínimos em 1981 para 4,53 salários mínimos em 2016, um acréscimo de 3,13 salários mínimos. 0 5 10 15 20 25

APML IPC EPC PCA CPC PC DPC 0,94 0,94 1,40 1,40 1,40 3,43 3,43 2,32 4,53 4,53 4,53 4,71 8,95 21,54 1981 2016

(29)

28

As categorias da Polícia Técnica Científica, aqui representada pela categoria de Perito Criminal, evoluíram 261,06%, passaram de 3,43 salários mínimos em 1981, para 8,95 salários mínimos em 2016, um acréscimo de 5,52 salários mínimos.

Em último lugar aparece a categoria de Auxiliar de Perícia Médico Legal (APML), que passou de 0,94 salários mínimos em 1981 (mesmo valor dos Investigadores de Polícia), para apenas 2,32 salários mínimos em 2014, um acréscimo de 1,38 salários mínimos.

Ressalta-se que os valores de 2016 foram extraídos da MP 198 de 23-04-2015, conforme se vai constatar na figura 28, na página 94.

1.1.2 Resumo da situação salarial real quanto à categoria de Delegados e hipotéticos em relação à categoria de Escrivães.

Tabela 2 – Situação salarial real quanto aos Delegados e hipotéticos quanto aos Escrivães. ALINHAMENTO HIPOTÉTICO PARA 2016 - COM BASE NOS MESMOS ÍNDICES OFERECIDOS AOS DELEGADOS PELA MEDIDA PROVISÓRIA 198

DE 23-04-2015 Cargos Histórico ESCRIVÃO DE POLÍCIA DELEGADO DE POLÍCIA Ano Variações 2015 Subsídio Justo (117,64%) 7.906,11 15.850,60 Equivalência em S.M Justo 10,03 20,11

Fevereiro 2016 Subsídio Justo (110,29%) 8.719,64 17.481,61 Julho

2016

Subsídio Justo (108,44%) 9.455,87 18.957,64

Equivalência em S.M Justo 10,75 21,54

Equivalência em percentuais 49,88 100

ALINHAMENTO HIPOTÉTICO PARA 2016, COM BASE NOS MESMOS ÍNDICES ATRIBUÍDOS A CATEGORIA DE DELEGADOS PELA MP 198, DE 23-04-2015

Cargos ESCRIVÃO DE POLÍCIA Classe R ef er ên ci a Subsídios R$ Equivalência em *S.M Equivalência em % A 1 9.455,87 10,75 49,88 2 9.739,54 11,07 51,38 3 10.323,92 11,73 54,46 B 4 10.633,63 12,08 53,29 5 10.952,64 12,45 54,89 6 11.609,80 13,19 58,18 C 7 11.958,10 13,59 56,93 8 12.316,84 14,00 58,64 9 13.055,85 14,84 62,15 ESPECIAL 10 13.447,53 15,28 60,82 11 14.254,38 16,20 64,47

(30)

29

Fontes: Medida Provisória nº 198, de 23-04-2015, DO/MA, nº 074, de 23-04-2015. * Salário Mínimo R$ 880,00.

No gráfico 11, é apresentada a representação gráfica da situação salarial real para a categoria de Delegados e hipotética para a categoria de Escrivães para 2016.

Gráfico 11 – Situação hipotética para 2016 – Escrivães.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2016.

SITUAÇÃO REAL EM 1º DE JULHO DE 2016, CONFORME ANEXO I DA MP 198, DE 23-04-2015 Cargos Classe Subsídios R$ Equivalência em *S.M Equivalência em % Delegado 3ª 18.957,64 21,54 100 Delegado 2ª 19.955,40 22,68 100 Delegado 1ª 21.005,73 23,87 100 Delegado Especial 22.111,25 25,13 100 0 50 100

DELEGADO DE POLÍCIA ESCRIVÃO DE POLÍCIA

21,54 10,75

100

49,88

SITUAÇÃO HIPOTÉTICA PARA OS ESCRIVÃES COM

VALORES ALINHADOS PARA 2016

(31)

30

1.2 Políticas de criação e de provimentos de vagas

1.2.1 Vagas definidas em lei

Tabela 3 – Vagas definidas em lei.

Categorias Funcionais Número de cargos Lei nº 3.597, de 02-12-74 Lei nº 4.327, de 13-07-81 Lei nº 8.957, de 15-04-09

Agente de Polícia (Investigador de Polícia Civil)

834 1000 1500

Auxiliar de Necropsia (Auxiliar de Perícia Médico Legal)

09 30 60 Operador de Raios X - - - Comissário de Polícia 215 300 - Escrivão de Polícia 149 200 400 Papiloscopista 31 50 - Perito Policial 06 06 - Desenhista Policial - - -

Perito Criminal Auxiliar 10 25 60

Delegado de Polícia 149 200 550

Perito Criminal 04 25 150

Médico Legista 15 30 100

Odontolegista 03 05 05

Laboratorista (Farmacêutico Legista) 03 10 15

Toxicologista 03 09 15

Fontes: 1974 Lei nº 3.597, de 02-12-1974, DO/MA, nº 232, de 03-12-1974. 1981 Lei nº 4.325, de 13-07-1981, DO/MA, nº 139, de 27-07-1981. 2009 Lei nº 8.957, de 15-04-2009, DO/MA, nº 74, de 17-04-2009.

No gráfico 12, faz-se a representação gráfica das vagas definidas em lei:

Gráfico 12 – Evolução das vagas definidas em lei para Delegados e Escrivães.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2016. 0

200 400 600

DELEGADO DE POLÍCIA ESCRIVÃO DE POLÍCIA

149 200 149 200

550

400

Evolução das vagas definidas em Leis para Delegados e Escrivães

(32)

31 1.2.2 Vagas legalmente ocupadas

Tabela 4 – Quadro demonstrativo dos policiais civis maranhenses por cargos.

CARGO/ANO TOTAL EVOLUÇÃO 1998 a 2014 1998 2004 2008 2014 Delegado de Polícia 89 295 297 386 333,71 Perito Criminalístico (Perito Criminal) 12 49 43 101 741,67 Médico Legista 25 33 31 55 120,00 Odontolegista 2 02 02 04 100,00 Toxicolegista 1 01 01 01 - Laboratorista (Farmacêutico Legista) 1 01 01 05 400,00 Escrivão de Polícia 76 157 140 328 331,58 Agente de Polícia (Investigador de Polícia) 683 976 915 1.175 72,04 Comissário de Polícia 100 88 80 44 - 56,00

Perito Auxiliar (Perito Criminal Auxiliar) 31 25 23 16 - 48,39 Auxiliar de Necropsia (Auxiliar de Perícia Médico Legal) 0 11** 07 16 **45,45 Total Geral 1020 1.638 1.540 2.131 108,92

Fonte: Supervisão de Recursos Humanos SSP/MA, 2004 – 2014.

* Portaria nº 428 de 28 de agosto de 1998. ** APML evolução de 2004 a 2014.

Gráfico 13 – Vagas ocupadas por Delegados e Escrivães no período de 1998 a 2014.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2016. 0

100 200 300 400

DELEGADO DE POLÍCIA ESCRIVÃO DE POLÍCIA

89 76 295 157 297 140 386 328

Vagas ocupadas nos cargos de Delegados e Escrivães no período de 1998 a 2014

(33)

32

A tabela 4 representa a evolução do quadro de Policiais Civis no período de 16 (dezesseis) anos, compreendido de 28-08-1998 a 10-09-2014. Com demonstrativo do quantitativo de policiais civis no ano de 1998, no ano de 2004, no ano de 2008 e no ano de 2014. Sendo demonstrado categoria por categoria a evolução positiva ou negativa. No período de 16 (dezesseis) anos, compreendido de 1998 a 2014, como um todo a Polícia Civil do Estado do Maranhão cresceu 108,92%, uma vez que passou de 1.020 para 2.131 policiais.

Ressalta-se que as categorias são importantes para o bom andamento, mas nas delegacias de polícia a presença do Escrivão de Polícia é imprescindível. Porém a pouca atenção dada a essa categoria se torna numericamente pequena para o tanto de atividades que aumentam a cada dia, nas unidades policiais, resultando em cargas exaustivas de trabalho para os escrivães existentes.

Tabela 5 – Política de concursos e de ofertas de vagas nos quadros da Polícia Civil.

Categorias

Anos em que foram publicados os editais dos concursos com os quantitativos de vagas

Vagas por categorias 1981 1982 1983 1989 1997 2001 2006 2012 Delegado de Polícia 72 70 - 100 200 19 60 40 561 Comissário de Polícia 173 - - - 173 Escrivão de Polícia 140 - - - 100 21 200 40 501 Investigador de Polícia 332 - 200 250 300 - 200 120 1402 Perito Criminal 23 07 - - 40 - 30 08 108 Médico Legista 22 - - - 15 - 30 05 72 Farmacêutico Legista - - - 03 03 Odontolegista - - - 03 03 Toxicologista - - - - Perito Criminal Auxiliar 20 - - - 2º Auxiliar Perícia Médica Legal - - - - 15 - - 10 25 Fotógrafo Policial 03 - - - 03

Total de vagas por ano

785 77 200 350 670 40 520 229

Total de vagas oferecidas no período de 1981 a 2012 2.871

Fontes: 1981 Edital nº 002, DO/MA, nº 31, de 13-02-81. Edital nº 009, DO/MA, nº 123, de 03-06-81. 1981 Editais nº 018, 019, 020, 021, 022, 023 e 024, DO/MA, nº 237, de 18-12-81.

1982 Editais nº 04 e 06, DO/MA, nº 74, de 22-04-82. 1983 Edital nº 01, DO/MA, nº 140, de 26-07-83. 1989 Edital nº 01, DO/MA, nº 083, de 05-05-89. 2001 Edital nº 03, DO/MA, nº 203, de 26-10-2001.

2006 Edital nº 03, DO/MA, nº 137, de 18-07-2006. 2012 Editais nº 01 e 02, DO/MA, nº 198, de 10-10-2012.

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33

A tabela 5 evidencia lacunas típicas da ausência de planejamento praticadas pela Administração Pública, quanto ao atendimento das necessidades de profissionais nos quadros da Polícia Civil. Como bem mostra a tabela, os cargos de Escrivães e de Médico Legista ficaram 16 anos sem haver nenhum concurso, fato este que explica as sobrecargas a que estão submetidos os escrivães e outras categorias que não tiveram a composição do quadro de profissionais atendidos adequadamente na mesma proporcionalidade das demandas de serviços.

É fundamental destacar que com a extinção dos cargos de Comissário de Polícia e de Perito Criminal Auxiliar, as respectivas atribuições estão sendo realizadas por outros profissionais. Desse modo, o trabalho de Comissário está sendo realizados principalmente pelo Escrivão e o cargo de Perito Criminal Auxiliar está sendo realizado pelo Perito Criminal.

Cabe frisar que o cargo de Escrivão fica sobrecarregado com atividades, não apenas, antes, atribuídas a comissário, mas atribuições que em outros setores administrativos, a título de exemplo no judiciário, são distribuídas entre vários servidores. Logo no cartório de uma delegacia o escrivão tem atribuições: de arquivar, protocolar, controlar os prazos e organização de procedimentos, redigir ofícios, fazer oitivas, realizar pesquisas, prestar atendimento ao público, analisar situações, fatos e atos. Devendo se desdobrar entre várias atividades que, em sua maioria, requer muita atenção.

Gráfico 14 - Evolução das vagas oferecidas em concursos para os cargos de Delegados e

Escrivães no período de 1981 a 2012.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2016. 0

50 100 150 200

DELEGADO DE POLÍCIA ESCRIVÃO DE POLÍCIA

72 140 70 0 100 0 200 100 19 21 60 200 40 40

Evolução das vagas oferecidas em concursos para os cargos de Delegados e Escrivães no período de 1981 a 2012

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1.3 Quadro sobre a população brasileira no período de 1872 a 1938

Figura 3 – Evolução da população maranhense e brasileira no período de 1872 a 1938.

Fonte: Pesquisador Zacarias de Castro, 2016.

Segundo o pesquisador Zacarias de Castro, conforme figura 3, o primeiro censo demográfico brasileiro aconteceu no ano de 1872. Esse pesquisador registra, no quadro acima, os censos demográficos realizados no País e no Estado do Maranhão, nos anos de 1872, 1890, 1900, 1920 e 1938. Este último censo, além de mencionar, no geral, a população brasileira, apresenta em destaques, os Estados e Capitais existentes naquela época, com seus respectivos contingentes populacionais.

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35

1.4 População maranhense no período de 1872 a 2010

Tabela 6 – Evolução populacional do Maranhão e de alguns municípios maranhenses.

UF/Município Censo/ano – População

Evolução 80 a 10

% 1872* 1900* 1938** 1980*** 2000**** 2010****

Maranhão 360.640 449.308 1.235.157 3.991.260 5.651.475 6.574.789 164,73 Região Metropolitana – Ilha de São Luís

São Luís - - 87.530 447.424 870.028 1.014.837 226,82 São José de Ribamar - - - 32.213 107.384 163.045 506,15 Paço do Lumiar - - - 17.249 76.188 105.121 609,43 Raposa - - - - 17.088 26.327 -

Interior – Cidades sede das Delegacias de Polícia Regionais

Rosário - - - 28.453 33.665 39.576 139,09 Itapecuru Mirim - - - 44.377 42.772 62.110 139,96 Chapadinha - - - 52.946 61.322 73.350 138,54 Codó - - - 109.070 111.146 118.038 108,22 Pinheiro - - - 68.593 68.030 78.162 113,95 Viana - - - 42.589 44.190 49.496 116,22 Santa Inês - - - 48.569 68.321 77.282 159,12 Zé Doca - - - - 46.134 50.173 - Açailândia - - - - 88.320 104.047 - Imperatriz - - - 220.442 230.556 247.505 112,28 Balsas - - - 23.423 60.163 83.528 356,61 São João dos Patos - - - 22.974 23.183 24.928 108,51 Presidente Dutra - - - 40.421 39.541 44.731 110,66 Pedreiras - - - 49.340 39.828 39.448 -20,05 Barra do Corda - - - 77.116 78.147 82.830 107,41 Bacabal - - - 81.260 91.823 100.014 123,08 Caxias - - - 126.254 139.756 155.129 122,87 Timon - - - 74.315 129.692 155.460 209,19

Fontes: *1872 e 1900, Diário Oficial do Estado, de 19-06-1940; **1938, Diário Oficial do Estado, de 05-05-1939 (Cortesia do pesquisador Zacarias de Castro).

***1980 IBGE (Biblioteca – Censo Demográfico); ****2000 e 2010 IBGE1 .

A população do Estado do Maranhão, de acordo com os Censos Demográficos realizados no período de 1872 a 2010, se encontra representada na tabela 6. Tais dados evidenciam o crescimento populacional em diferentes períodos. No período de 48 (quarenta e oito) anos, compreendido de 1872 a 1920, a população

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maranhense evoluiu 242,44%, passando de 360.640 para 874.337 habitantes. No período de 60 (sessenta) anos, compreendido de 1920 a 1980, a população maranhense cresceu 456,49%, passando de 874.337 para 3.991.260 habitantes. Após o período de 30 (trinta) anos, compreendido de 1980 a 2010, a população maranhense aumentou apenas 164,73%, ou seja, de 3.991.260 passou a ter 6.574.789 habitantes.

Ressalta-se que, em 1980, o Maranhão possuía apenas 130 municípios, sendo acrescido, até os dias atuais, de mais 87 municípios, entre os quais Açailândia, Zé Doca e Raposa. No quadro acima, os Municípios que apresentam evolução populacional tímida deveu-se em decorrência do desmembramento territorial para a criação dos novos municípios.

É precípuo destacar que, embora o crescimento populacional maranhense, no período de 1980 a 2010, não tenha sido tão expressivo, quando comparado com os períodos anteriores, nesse mesmo período, no Estado do Maranhão, os crimes de homicídios cresceram, cujas taxas se podem conferir no quadro a seguir:

Figura 4 – Taxas de homicídios por 100 mil habitantes (1980/2010).

A figura 4, extraída do “Mapa da Violência 2012”, publicado pelo Instituto Sangari (2011), sob a coordenação de Julio Jacobo Waiselfisz, aponta no Estado do Maranhão o vertiginoso crescimento da violência, isto é, para um contingente de 100 mil habitantes, no ano de 1980, morreram 2,7 pessoas vítimas de homicídios, enquanto que, no ano de 2010, essa taxa pulou para 22,5 pessoas vítimas de homicídios, uma evolução de 833,33% nesse período.

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Figura 5 – Crescimento percentual dos homicídios (1980/2010).

O crescimento percentual da violência no Estado do Maranhão, apontado no citado mapa, no período de 1980 a 2010, se encontra também representado na figura 5, onde é possível se perceber que no período de 1980 a 1991, na capital e região metropolitana (RM), os crimes de homicídios cresceram 143,4% e no interior nesse mesmo período cresceram 268,3%. No período de 1991 a 1999 tais crimes retrocederam, porém no período de 1999 a 2010, os crimes de homicídios voltaram a crescer assustadoramente, uma vez que na capital e região metropolitana cresceram 287% e no interior nesse mesmo período cresceram 463,4%.

Período esse em que, o fluxo da violência caminhou para os extremos, isto é, os municípios de maior e de menor porte tiveram registros elevados no crescimento da violência, pois, segundo o autor:

Os munícipios de maior porte apresentaram elevado crescimento na década, como a Capital, São Luís, que passa de 16,6 para 56,1 homicídios em 100 mil, com aumento de 238,8%, ou o segundo município em população, Imperatriz, que para 12,6 para 55,8, com crescimento de 343,3% na década. Mas maior crescimento vai ser observado nos municípios de menor porte: de 5 a 10 mil e de 20 a 50 mil habitantes, com taxas acima de 400%, contribuindo assim à disseminação da violência no conjunto do estado.

Tendo em vista que o autor mostrou no “Mapa da Violência 2012”, a preocupante disseminação da violência, principalmente nos pequenos e médios municípios maranhense, onde a precarização no atendimento das demandas por segurança pública são maiores, registra-se que, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Maranhão, no período de março de 2016, a Superintendência de Policia Civil do Interior (SPCI) contava apenas com 178 Delegados de Polícia Civil; 157 Escrivães de Polícia Civil e 541 Investigadores de Polícia Civil, para uma população de mais de cinco milhões de habitantes distribuídos por 213 Municípios. Destes, segundo dados do censo demográfico de 2010, publicado

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pelo IBGE2: 39 municípios estão entre 2.452 habitantes, (Mirador) e 9.413 habitantes, (Montes Altos); 89 estão entre 10.205 habitantes, (Governador Archer) e 19.920 habitantes, (São João Batista); 66 estão entre 20.079 habitantes, (Paulo Ramos) e 49.496 habitantes, (Viana); 13 estão entre 50.173 habitantes (Zé Doca) e 83.528 habitantes (Balsas) e 6 estão entre 100.014 habitantes (Bacabal) e 247.505 habitantes (Imperatriz), Assim, os 39 municípios, com uma população total de 253.511 habitantes, possuem, apenas, 2 Delegados, 1 Escrivão e 8 Investigadores; os 89 municípios, com uma população total de 1.265.282 habitantes, possuem 23 Delegados, 20 Escrivães e 80 Investigadores; os 66 municípios com uma população total de 1.946.830 habitantes, possuem 69 Delegados, 63 Escrivães e 199 Investigadores; os 13 municípios com uma população total de 878.251 habitantes, possuem 30 Delegados, 27 Escrivães e 116 Investigadores e os 6 municípios, com uma população total de 880.193 habitantes, possuem 55 Delegados, 46 Escrivães e 138 Investigadores.

Curioso é que dos 213 municípios, situados no interior maranhense, segundo dados da Secretaria de Segurança, ainda 78, isto é, 36,62% dos municípios não possuem sequer um policial civil. Nesse contexto surge então a indagação: as portas das delegacias de polícia nesses municípios estão sendo abertas para o atendimento ao público? Quem está realizando os trabalhos e os procedimentos de Polícia Judiciária? Qual sua relação de trabalho e sua remuneração?

Nessa mesma linha de curiosidades, merece destaque os dados apresentados no Anuário Brasileiro de Segurança Pública 20163, publicado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, sobre a Segurança Pública no Brasil.

Este importante Documento aponta o Brasil com uma população carcerária, no ano de 2014, composta por 584.361 pessoas presas, (condenados e provisórios), para ocuparem 370.860 vagas existentes no Sistema Prisional, enquanto que nesse mesmo ano, o Maranhão possuía 5.268 pessoas presas, sendo 2.302 condenados e 2.966 provisórios, para ocuparem 4.299 vagas oferecidas no Sistema Penitenciário.

Vale acrescentar que no Estado do Maranhão é comum presos, sob a custódia das polícias, pois, segundo esse Documento, havia, entre 2014 e 2015, respectivamente, 1.385 e 1.158 pessoas custodiadas nas unidades policiais.

2

Material disponível em: <http://www.censo2010.ibge.gov.br/sinopse/index.php?dados=29&uf=21>.

3

Material disponível em: <http://www.forumseguranca.org.br/produtos/anuario-brasileiro-de-seguranca-publica/10o-anuario-brasileiro-de-seguranca-publica>.

(40)

39

Outro dado curioso, trazido pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2016, diz respeito ao crescimento da Segurança Privada, no tocante aos agentes de Segurança Pública. No que se refere ao Estado do Maranhão, no ano de 2016, registra-se um quadro de 10.018 vigilantes ativos, enquanto que, no ano de 2014, a Segurança Pública do Estado do Maranhão, apresentava um quadro de 9.743 profissionais, sendo 7.709 militares, pertencentes as forças: Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militar e 2.014 Policiais Civis.

Comparando a população maranhense (Censo Demográfico de 2010) versus Policiais Civis, chega-se a deplorável constatação de que, em 2014, havia um Policial Civil para atender 2.232 pessoas. Quando esse comparativo recai sobre a categoria de Escrivães que, em 2014, possuía 328 profissionais, esse número cresce para 20.045 pessoas para ser atendido por um Escrivão de Polícia Civil.

1.4.1 População escrava na Província do Maranhão em 1874

Figura 6 – População escrava na Província do Maranhão em 1874.

Fonte: Diário do Maranhão – Anno V – nº 389, pg. 02, de 18-11-1874 – 4ª feira, (Cortesia do pesquisador Zacarias de Castro).

(41)

40

Na figura 6, encontra-se registrado o quantitativo de escravos existente na Província do Maranhão no ano de 1874, isto é, uma população composta por 74.939 pessoas escravizadas, sendo 36.623 do sexo masculino e 38.316 do sexo feminino. Esse cenário revela a participação do Estado Colonial e Imperial nas relações sociais, criando as desigualdades diante de fatores como origem, cor da pele e condição social, bem como patrocinando e/ou permitindo o acometimento dos mais variados modelos de violência sobre essas pessoas oprimidas e exploradas. Nesse sentido, a violência e o crime que atemorizam as pessoas e inibe o crescimento econômico nestas terras e no País, obviamente são consequências diretas das desigualdades sociais. Estas historicamente reproduzidas, ampliadas e mantidas pela classe dominante, através de artifícios políticos e culturais residentes nas desigualdades de poder.

1.5 Políticas sobre a vida funcional dos servidores policiais civis

1.5.1 Conselho de Polícia Civil

O Conselho de Polícia Civil é um órgão consultivo, deliberativo e fiscalizador das ações da Polícia Civil. Por ser um dos Órgãos mais importante da Polícia Civil, em que as decisões nele tomadas afetam a vida funcional e até mesmo pessoal dos integrantes da Polícia Civil, é de fundamental importância destacar a sua composição. A Lei 10.252, de 2 de junho de 2015, alterou o Artigo 11 da Lei nº 8.508/2006, de 27 de novembro de 2006, que definiu, para o Conselho de Polícia Civil da Polícia Civil do Estado do Maranhão, 12 componentes, conforme tabela 7, abaixo:

Tabela 7 – Composição do Conselho de Polícia Civil (2016).

DEMONSTRATIVO DOS INTEGRANTES DO CONSELHO DE POLÍCIA CIVIL

Representantes Quantidade Porcentagem na participação

Delegado de Polícia 8 66,67%

Perito Criminal 2 16,67%

Investigador de Polícia 1 8,33%

Escrivão de Polícia 1 8,33%

Conforme o Artigo 1º da Lei nº 10.252/2015, o Conselho de Polícia Civil do Estado do Maranhão é integrado pelos seguintes membros:

I - Delegado-Geral, como Presidente; II - Subdelegado-Geral;

III - Corregedor Adjunto de Polícia Civil; IV - Superintendente de Polícia Civil da Capital;

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41

V - Superintendente de Polícia Civil do Interior; VI - Superintendente de Polícia Técnico-Científica;

VII - Superintendente Estadual de Investigações Criminais;

VIII - Delegado de Polícia, lotado na Academia Integrada de Segurança Pública - AISP/SSP, escolhido pelos demais integrantes do Conselho de Polícia Civil;

IX - Presidente da Associação dos Delegados de Polícia Civil do Estado do Maranhão;

X - Presidente da Associação dos Servidores Policiais Civis do Estado do Maranhão;

XI - Presidente do Sindicato da Polícia Civil do Estado do Maranhão; XII - Presidente da Associação dos Peritos Criminais do Estado do Maranhão. (MARANHÃO, 2015).

Salienta-se que, para se compreender as desigualdades e injustiças que afetam a vida das pessoas, em especial no âmbito dos órgãos públicos, faz-se necessário, primeiro, conhecer a composição dos órgãos pertencentes a um Estado/Instituição e, sob este posto de vista, refletir que dificilmente se corrigirá as desigualdades e injustiças de fora – do povo – sem antes de tudo promover a justiça e corrigir as desigualdades de dentro das Instituições/Estado.

Como se pode observar, em sua grande maioria, o Conselho de Polícia se encontra predominado pelo cargo de Delegado, quando, na verdade, deveria ter uma representatividade mais paritária, sob pena de violação do princípio da legalidade.

Este princípio da legalidade é concernente a obrigação de tratamento igual entre as categorias, em observância aos Princípios da igualdade e proporcionalidade, à medida em que cada categoria deve ter sua representatividade proporcional aos números de cargos a ela correspondente, visto que, ao Conselho cumpre defender o interesse

público e não interesses de categoria especifica. Isso, na prática, poderá gerar

indubitavelmente decisões tendenciosas, no que se refere ao princípio da moralidade da administração pública. Princípio este, eleito como de observância prioritária no teor do texto Constitucional, ou seja, segundo matéria publicada no JusBrasil (2016), afirma que:

A Constituição Federal elegeu como um de seus princípios fundamentais a moralidade como um todo, abrindo o caminho para a superação da vergonhosa impunidade que campeia na Administração Pública, podendo-se confiar em uma nova ordem administrativa baseada na confiança, na boa-fé, na honradez e na probidade. O princípio da moralidade pública contempla a determinação jurídica da observância de preceitos éticos produzidos pela sociedade, variáveis segundo as circunstâncias de cada caso4.

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42

Vale a pena salientar que todo Ato da Administração, em sentido Lato Sensu, implica numa decisão. Desta forma, ao decidir-se por uma composição do Conselho de forma desproporcional quando comparado ao quadro de pessoal da Polícia Civil do Estado do Maranhão, tem-se a indagação: essa composição privilegia uma categoria em detrimento de outra, haja vista que todos são servidores públicos, dignos do mesmo respeito, confiança, consideração e representação? As punições terão o mesmo rigor e ponderação quando em julgamento ocupantes de cargos diversos?

Analisando, ainda, pelo lado da psicologia associada a hermenêutica jurídica, temos que o julgador tende avaliar e julgar com base em seus próprios valores, embora de forma objetiva, “imparcial”, razão pela qual é comum se observar casos semelhantes com julgamentos distintos, tratando-se de julgadores diversos, de modo que é “normal” o julgador olhar com mais benevolência os casos nos quais implicitamente se veja inserido, ou se identifique, o que inevitavelmente ocorre quando se trata de ocupantes do mesmo cargo, o que leva a acreditar que, com a presente composição, as decisões do Conselho de Polícia Civil serão tendenciosas a beneficiar os ocupantes do Cargo de Delegado, prevalecendo dessa forma os interesses de uma categoria em detrimento das demais.

Observa-se que, em se tratando da Administração Pública, no âmbito da Instituição Polícia Civil, não é apenas o Conselho de Polícia que é dominado pelo cargo de Delegado, mas, na verdade, praticamente todos os cargos de gestão da Polícia Civil do Estado do Maranhão são ocupados, exclusivamente, por Delegados, a exempo, de outro muito importante órgão de transformação da polícia e da cultura policial – a Acedemaia Integrada de Segurança Pública (AISP).

Por oportuno, destaca-se que a principal ferramenta (Órgão) para o crescimento, transformação, sustentação e equilíbrio de toda e qualquer instuição foi, é, e sempre será o ser humano na sua integridade.

2 RESUMO DO RESULTADO DA PESQUISA DE CAMPO SOBRE REALIDADES PRÁTICAS VIVENCIADAS POR ESCRIVÃES DE POLÍCIA

A Escrivã de Polícia Civil Loane Maranhão da Silva Thé, assassinada a golpes de faca, por volta do meio dia do dia 15 de maio de 2014, no momento em que ouvia, sozinha, um investigado, no Cartório da Delegacia de Polícia Civil da Mulher da cidade de Caxias foi um suficiente argumento buscado para se investigar neste estudo,

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