• Nenhum resultado encontrado

Expressão de proteínas não estruturais do vírus do Dengue e busca de genes candidatos A supressão de RNA interferente

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Expressão de proteínas não estruturais do vírus do Dengue e busca de genes candidatos A supressão de RNA interferente"

Copied!
110
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE

CATÓLICA DE

BRASÍLIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO

SENSU EM CIÊNCIAS GENÔMICAS E

BIOTECNOLOGIA

Mestrado

EXPRESSÃO DE PROTEÍNAS NÃO ESTRUTURAIS DO VÍRUS DO DENGUE E

BUSCA DE GENES CANDIDATOS A SUPRESSÃO DE RNA INTERFERENTE

Autora: Aline dos Santos Ribeiro

Orientador: Prof. Dr. Tatsuya Nagata

(2)

Aline dos Santos Ribeiro

EXPRESSÃO DE PROTEÍNAS NÃO ESTRUTURAIS DO

VÍRUS DO DENGUE E BUSCA DE GENES CANDIDATOS

A SUPRESSÃO DE RNA INTERFERENTE

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação “Stricto Sensu” em Ciências Genômicas e Biotecnologia da Universidade Católica de Brasília, como requisito para obtenção do Título de Mestre em Ciências Genômicas e Biotecnologia.

Orientador: Prof. Dr. Tatsuya

Nagata

Brasília

(3)

Dissertação defendida e aprovada como requisito parcial para obtenção do Título de Mestre em Ciências Genômicas e Biotecnologia, defendida e aprovada em 12 de maio de 2008, pela banca examinadora constituída por:

Prof. Dr. Renato de Oliveira Resende

Universidade de Brasília - UNB

Profa. Dra. Eliane Ferreira de Noronha

Universidade Católica de Brasília

Prof. Dr. Tatsuya Nagata

Universidade Católica de Brasília

Brasília

(4)

Ofereço a Deus esse trabalho, reconhecendo que Ele é a fonte de toda sabedoria e conhecimento, minha força e motivação. Quando duvidei que pudesse chegar

ao fim, então pude respirar por saber que Ele é o começo e que dele, por meio dele e para Ele são todas as coisas.

Dedico à família Ochsendorf por ser a maior expressão de amor e milagre que eu vivi nessa trajetória. Olhando para vocês entendo que amor é mais do que um sentimento,

(5)

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por ter criado esse intervalo de tempo na minha história para provar que nele não há impossíveis.

Aos meus pais por me ensinarem que grandes conquistas não são feitas por meio de força,

mas com atitudes de fé.

Ao professor Tatsuya pela orientação e oportunidade de realizar esse projeto.

A professora Eliane Noronha pela forma carinhosa com que me ajudou na etapas de expressão.

A professora Danielle Cordeiro pela orientação durante a monitoria TA. Agradeço muito por tudo que me ensinou.

Aos queridos Jurandir, Vera, Érica e Karine por serem o abraço, o sorriso e o aconchego

quando não havia mais ninguém.

A minha irmã Alana por realizar todos os dias o meu sonho de não andar só.

A minha avó por sempre acreditar e investir em tudo que faço.

Aos primos Jurandir e Eduarlinda por caminharem junto durante toda a trajetória.

Aos pastores Marco Antônio e Juçara Peixoto pelas palavras que trouxeram vida a esse tempo.

Aos líderes Tony e Alcina por todo cuidado e amor.

A minha amiga Giselle por fazer do meu projeto seu próprio alvo de conquista e por me fazer acreditar todos os dias que andar junto é possível mesmo quando não estamos perto.

Agradeço a minha Mani Elisa o melhor ouvido

e a primeira voz de encorajamento que recebi quando tudo parecia impossível.

(6)

Às amigas Simone,Thaís e Michele por serem a minha família durante esse tempo. Amo muito vocês meninas!

Agradeço a Fernanda pelo companheirismo e cuidado sincero.

À Bruna por sempre ser a voz no meu ouvido dizendo: Agüenta só mais um pouquinho.

Você não é uma amiga, tornou-se uma irmã.

À Dione por todo apoio e orações.

À Keilly por ser uma excelente companheira de quarto e tornar muito agradável

o tempo da nossa convivência.

Agradeço a toda equipe do laboratório, Sandra, Karoline, Layssa, Natália, Fernanda, Ana, Grazzy,Camila, Patrícia, Francisca Aline e Francielle. Quero que saibam o quanto foram importantes nessa trajetória

e que reconheço que esse trabalho tem as digitais de vocês.

Agradeço ao Fábio, Secretário do curso de Biotecnologia, por ter feito sempre mais do que o seu trabalho, sendo um mediador em todas as coisas desde o princípio.

À Ida por facilitar meus experimentos, auxiliando sempre perto e longe dos olhos.

(7)

“A fé é a certeza de que vamos receber as coisas que esperamos e a prova de que existem coisas que não podemos ver”. Hebreus 11:1

(8)

ÍNDICE

RESUMO ...VIII ABSTRACT...IX LISTA DE FIGURAS... X LISTA DE TABELAS ... XIV

INTRODUÇÃO...1

Histórico do Dengue... 1

Dengue no Brasil ... 3

Dengue ... 7

Vírus do Dengue... 8

A importância de proteínas não-estruturais do vírus... 10

Silenciamento de genes ... 14

Supressores do silenciamento de genes ... 19

Expressão de proteínas... 26

JUSTIFICATIVA ...28

OBJETIVO GERAL ...29

OBJETIVOS ESPECÍFICOS...29

MATERIAL E MÉTODOS ...30

Clonagem de cDNA de genes do vírus da Dengue... 30

Extração de RNA viral ... 30

Amplificação de genes candidatos a supressores de RNAi... 31

Clonagem dos genes de proteínas não estruturais do Dengue ... 35

Digestão de insertos e vetor de clonagem... 35

Cálculo de proporção inserto: vetor... 36

Transformação de bactérias E.coli... 38

Subclonagem dos genes correspondentes as proteínas não-estruturais ... 39

Agroinfecção de Nicotiana benthamiana (Agrobacterium tumefaciens transient Assay) ... 42

Análise de fluorescência em folhas de N. bethamiana agroinculadas... 45

Extração de Proteínas totais de N. bethamiana... 46

Transferência de proteínas para membrana de nitrocelulose ... 46

Análises de Western Blot ... 47

Dot Imunobinding Assay (DIBA) ... 48

Expressão da proteína NS2A em bactéria ... 48

(9)

Digestão das construções em vetor de clonagem ... 52

Clonagem e Subclonagem dos genes das proteínas não estruturais do Dengue... 55

Agroinoculação... 55

Detecção das proteínas expressas em plantas... 61

Detecção de proteína expressa em bactérias... 65

CONSIDERAÇÕES FINAIS ...68

PERSPECTIVAS...71

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...72

APÊNCICE I ...81

Meios de Cultura e Soluções ... 81

Meio LB com ampicilina (Sambrook & Russell, 2001)... 81

Meio LB com ágar e ampicilina (Sambrook & Russell, 2001) ... 82

Meio SOC (Sambrook & Russell, 2001)... 82

Meio de cultura LBman ... 83

Tampão de Indução... 83

Tampão de indução completo ... 83

MES ... 84

MS Completo... 84

Tampão Alcalino... 84

Tampão de Transferência... 84

PBS 10x (pH 7,4)... 85

Tampão de Lise (pH 8,0) ... 85

Tampão de Amostra... 85

APÊNDICE II...87

A- Alinhamento da proteína NS1 com seqüências de proteína do Dengue depositadas no banco de dados do NCBI. Query: seqüência de NS1 obtida no seqüenciamento automático. Subjct: seqüência de proteína do Dengue proveniente do banco de dados do NCBI. ... 87

B- Alinhamento da proteína NS2A com seqüências de proteína do Dengue depositadas no banco de dados do NCBI. Query: seqüência de NS2A obtida no seqüenciamento automático. Subjct: seqüência de proteína do Dengue proveniente do banco de dados do NCBI. ... 88

C- Alinhamento da proteína NS2B com seqüências de proteína do Dengue depositadas no banco de dados do NCBI. Query: seqüência de NS2B obtida no seqüenciamento automático. Subjct: seqüência de proteína do Dengue proveniente do banco de dados do NCBI. ... 89

D- Alinhamento da proteína NS3 com seqüências de proteína do Dengue depositadas no banco de dados do NCBI. Query: seqüência de NS3 obtida no seqüenciamento automático. Subjct: seqüência de proteína do Dengue proveniente do banco de dados do NCBI. ... 90

(10)

G- Alinhamento da proteína NS5 com seqüências de proteína do Dengue depositadas no banco de dados do NCBI. Query: seqüência de NS5 obtida no seqüenciamento automático. Subjct: seqüência de proteína do Dengue

(11)

RESUMO

O genoma do vírus do Dengue é constituído de uma fita simples positiva

de RNA, capaz de codificar sete proteínas não-estruturais que assumem papel

importante na replicação, transmissão por mosquito, caráter de virulência e

outras funções essenciais à manutenção do vírus dentro do hospedeiro.

Devido a funções conhecidas, essas proteínas são alvos para o

desenvolvimento de controle do vírus e com a descoberta do envolvimento de

proteínas não estruturais na supressão do silenciamento de genes, tornou-se

ainda mais interessante o estudo de suas funções. Nesse trabalho, a atividade

supressora desse mecanismo nas sete proteínas não estruturais do Dengue foi

verificada, utilizando o sistema de Agrobacterium tumefaciens transient assay

(ATTA) em Nicotiana benthamiana. O silenciamento gênico na planta foi

confirmado através do baixo nível de expressão de “Green Fluorescent

protein”, comparando com o controle inoculado com a proteína supressora

HcPro de potyvirus, que após o período de seis dias pós inoculação foi capaz

de resgatar a fluorescência de GFP. Nenhuma das proteínas não estruturais do

Dengue apresentou capacidade de resgatar a fluorescência de GFP nas folhas,

o que parece indicar ausência de atividade supressora de interferência de

RNA identificada pelo sistema utilizado (ATTA). Paralelamente aos testes

realizados com as proteínas não estruturais foi realizada a expressão da

proteína NS2A em sistema procariótico, resultando nos primeiros indícios de

detecção da mesma através de ensaio imunológico a partir de proteínas totais

(12)

ABSTRACT

The genome of the Dengue virus is constituted of a simple positive strand of RNA,

capable of encode seven nonstructural proteins that assume important function in the

replication process, transmission by mosquito, character of virulence and other essential

functions to the maintenance of the virus inside the host. Due to known functions, those

proteins are aim for the development of control of the virus and with the discovery of the

involvement of nonstructural proteins in the suppression of genes silencing, became still more

interesting the study of its functions. In that work, the suppressive activity of that mechanism

in the seven nonstructural proteins of Dengue was noticed, utilizing the system of

Agrobacterium tumefaciens transient assay (ATTA) with Nicotiana benthamiana. The genes

silencing in the plant was confirmed through short level of expression of "Green Fluorescent

Protein", comparing with the control inoculated with the suppressive protein HcPro of

Potyvirus, which after the period of six days of inoculation was capable of rescue the

fluorescence of GFP. None of the nonstructural proteins of Dengue showed capacity of

rescue the fluorescence of GFP in the leaves, what seem to indicate absence of suppressive

activity of interference of RNA identified by the system utilized (ATTA). Concomitantly was

carried out the expression of the protein NS2A in prokaryotic system, resulting first sign of

detection of the protein through immunological assay from total proteins of Escherichia coli

(13)

LISTA DE FIGURAS

F i g u r a 1 : Q u a d r o d a e v o l u ç ã o d o D e n g u e n o p e r í o d o d e 1 9 8 0 - 2 0 0 7 ( O r g a n i z a ç ã o P a n A me r i c a n a d e S a ú d e , 2 0 0 7 ) . ... 4 F i g u r a 2 : M a p a i l u s t r a n d o a c o - c i r c u l a ç ã o d o s s o r o t i p o s d o D e n g u e e n t r e o s p a í s e s d e ma i o r i n c i d ê n c i a d a d o e n ç a n o p e r í o d o d e 2 0 0 6 - 2 0 0 7 ( O r g a n i z a ç ã o P a n

A me r i c a n a d e S a ú d e ) . ... 5 F i g u r a 3 : N ú me r o d e c a s o s d e D e n g u e r e g i s t r a d o e n t r e o s p a í s e s d o C o n e S u l , e m 2 0 0 7 ( O P A S , 2 0 0 8 ) . ... 6 F i g u r a 4 : V í r i o n d o D e n g u e . ( F o n t e : V í r u s T a x o n o my , 2 0 0 5 ) . A - E s q u e m a d o v i r i o n ma d u r o e i ma t u r o : E - E n v e l o p e , p r M - p r é - M e mb r a n a , C - C a p s í d e o , M - M e mb r a n a ; B - I ma g e m d a s u p e r f í c i e d o v í r u s . ... 9 Fi g u r a 5 : E s t r u t u r a e s q u e má t i c a d o g e n o ma d o v í r u s d o d e n g u e . ( F o n t e : V í r u s T a x o n o my , 2 0 0 5 ) . ... 11 F i g u r a 6 : E s q u e ma d o p r o c e s s o d e s i l e n c i a me n t o me d i a d o p o r R N A . A d u p l a f i t a d e R N A ( d s R N A ) é d e g r a d a p e l a r i b o n u c l e a s e D I C E R , g e r a n d o p e q u e n o s R N A s

( s i R N A s ) q u e s ã o i n c o r p o r a d o s n o c o mp l e x o e n z i má t i c o R I S C , p o d e n d o s e r u t i l i z a d o s c o mo p r i me r p e l a R N A p o l i me r a s e d e p e n d e n t e d e R N A ( R d R p ) .

(14)

r e s t r i ç ã o u t i l i z a d o s p a r a c l o n a g e m; A s c I e P a c I s ã o o s s í t i o s d e r e s t r i ç ã o u t i l i z a d o s p a r a a s u b c l o n a g e m e m v e t o r d e e x p r e s s ã o p B I N p l u s . ... 37 Figura 11: M a p a g e n é t i c o d o v e t o r d e e x p r e s s ã o p B I N p l u s l i g a d o à p a r t e d o v e r t o r p R A P s u t i l i z a d o p a r a c l o n a g e m d a s p r o t e í n a s n ã o e s t r u t u r a i s . I n s e r t o N S 1 , A s c I e P a c I r e p r e s e n t a m o s s í t i o s d e r e s t r i ç ã o p a r a a s u b c l o n a g e m. ... 40 F i g u r a 1 2 : E s q u e ma d e a g r o i n o c u l a ç ã o d a s c o n s t r u ç õ e s b a s e a d a s e m p B I N p l u s . A - C o n t r o l e n e g a t i v o : D u p l i c a t a d e N i c o t i a n a b e n t h a m i a n a i n o c u l a d a c o m

A g r o b a c t e r i u m t u ma f a c i e n s t r a n s f o r ma d a p e l a c o n s t r u ç ã o p B I N G F P . B - N i c o t i a n a b e n t h a m i a n a i n o c u l a d a c o m a s c o n s t r u ç õ e s p B I N G F P e p B I N H c P r o , p r o t e í n a

s u p r e s s o r a d e s i l e n c i a me n t o . C - D u p l i c a t a s d e N i c o t i a n a b e n t h a m i a n a i n o c u l a d a s c o m a s c o n s t r u ç õ e s p B I N G F P e o v e t o r p B I N p l u s l i g a d o a c a d a u m d o s g e n e s c a n d i d a t o s a s u p r e s s ã o d o s i l e n c i a me n t o d e R N A i . . . 4 4 F i g u r a 1 3 : V e t o r d e e x p r e s s ã o p E T - 1 7 b . T a ma n h o d e 3 3 0 6 b a s e s , s í t i o d e

(15)

t a ma n h o s e s p e r a d o s p a r a a d i g e s t ã o d e N S 4 B e N S 5 f o i d e 2 1 4 6 p b e 4 0 9 9 p b , r e s p e c t i v a me n t e . ... 53 F i g u r a 1 7 : D i g e s t ã o d o v e t o r p R A P s c o n t e n d o g e n e N S 1 c o m a s e n z i ma s A s c I e P a c I . 1 : 1 k b p l u s D N A L a d d e r ( I n v i t r o g e n ) , ma r c a d o r d e ma s s a mo l e c u l a r ; 2 : V e t o r p R A P s N S 1 d i g e r i d o c o m A s c I e P a c I . O p r o d u t o d a d i g e s t ã o p u r i f i c a d o p a r a c l o n a g e m t e m t a ma n h o e s p e r a d o d e 2 4 5 5 p b . ... 54 F i g u r a 1 8 : D i g e s t ã o d o v e t o r p R A P S c o n t e n d o g e n e N S 3 c o m a s e n z i ma s A s c I e P a c I . 1 : M a r c a d o r d e ma s s a mo l e c u l a r 1 k b p l u s D N A L a d d e r ( I n v i t r o g e n ) ; 2 : V e t o r p R A P s N S 3 d i g e r i d o c o m A s c I e P a c I . O p r o d u t o d a d i g e s t ã o p u r i f i c a d o p a r a

c l o n a g e m t e m t a ma n h o e s p e r a d o d e 3 2 5 6 p b . ... 54 F i g u r a 1 9 : A - F o l h a d e N . b e t h a m i a n a a g r o i n f e c t a d a c o m a s c o n s t r u ç õ e s p B I N G F P e p B I N N S 1 . B - C o n t r o l e p o s i t i v o : f o l h a i n o c u l a d a c o m a c o n s t r u ç ã o p B I N H c P r o e p B I N G F P . F o l h a s i r r a d i a d a s c o m l u z u l t r a v i o l e t a s e i s d i a s a p ó s a i n o c u l a ç ã o . ... 57 F i g u r a 2 0 : A - F o l h a d e N . b e t h a m i a n a a g r o i n f e c t a d a c o m a s c o n s t r u ç õ e s p B I N G F P e p B I N N S 2 A . B - C o n t r o l e p o s i t i v o : f o l h a i n o c u l a d a c o m a p r o t e í n a H c P r o e G F P . F o l h a s i r r a d i a d a s c o m l u z u l t r a v i o l e t a s e i s d i a s a p ó s a i n o c u l a ç ã o . ... 57 F i g u r a 2 1 : A - F o l h a d e N . b e t h a m i a n a a g r o i n f e c t a d a c o m a s c o n s t r u ç õ e s p B I N G F P e p B I N N S 2 B . B - C o n t r o l e p o s i t i v o : f o l h a i n o c u l a d a c o m a s c o n s t r u ç õ e s p B I N H c P r o e p B I N G F P . F o l h a s i r r a d i a d a s c o m l u z u l t r a v i o l e t a s e i s d i a s a p ó s a i n o c u l a ç ã o . . 58 F i g u r a 2 2 : A - F o l h a d e N . b e t h a m i a n a a g r o i n f e c t a d a c o m a s c o n s t r u ç õ e s G F P e p B I N N S 3 . B - C o n t r o l e p o s i t i v o : f o l h a i n o c u l a d a c o m a s c o n s t r u ç õ e s p B I N H c P r o e p B I N G F P . F o l h a s i r r a d i a d a s c o m l u z u l t r a v i o l e t a s e i s d i a s a p ó s a i n o c u l a ç ã o . ... 58 F i g u r a 2 3 : A - F o l h a d e N . b e t h a m i a n a a g r o i n f e c t a d a c o m a s c o n s t r u ç õ e s p B I N G F P e p B I N N S 4 A . B - C o n t r o l e p o s i t i v o : f o l h a i n o c u l a d a c o m a s c o n s t r u ç õ e s

(16)

F i g u r a 2 5 : A - F o l h a d e N . b e t h a m i a n a a g r o i n f e c t a d a c o m a s c o n s t r u ç õ e s p B I N G F P e p B I N N S 5 . B - C o n t r o l e p o s i t i v o : f o l h a i n o c u l a d a c o m a s c o n s t r u ç õ e s p B I N H c P r o e p B I N G F P . F o l h a s i r r a d i a d a s c o m l u z u l t r a v i o l e t a s e i s d i a s a p ó s a i n o c u l a ç ã o . ... 60 F i g u r a 2 6 : A - F o l h a d e N . b e t h a m i a n a a g r o i n f e c t a d a c o m A g r o b a c t e r i u m

t u m e f a c i e n s L B A 4 4 0 4 e a c o n s t r u ç ã o p B I N G F P . B - C o n t r o l e p o s i t i v o : f o l h a

i n o c u l a d a c o m a s c o n s t r u ç õ e s p B I N H c P r o e p B I N G F P . F o l h a s i r r a d i a d a s c o m l u z u l t r a v i o l e t a s e i s d i a s a p ó s a i n o c u l a ç ã o . ... 60 F i g u r a 2 7 : E l e t r o f o r e s e e m g e l d e p o l i a c r i l a mi d a , c o m a s p r o t e í n a s r e s u l t a n t e s d a e x t r a ç ã o d a s f o l h a s i n o c u l a d a s c o m a s p r o t e í n a s t e s t a d a s . M M : M a r c a d o r d e m a s s a mo l e c u l a r B e n c h M a r k p r o t e i n L a d d e r ( I n v i t r o g e n ) . ... 62 F i g u r a 2 9 : P r o t e í n a s e x p r e s s a s n o s p e r í o d o s d e 4 , 6 , 1 8 e 2 4 h o r a s p ó s i n d u ç ã o . P o s s í v e l p r o d u t o d a e x p r e s s ã o c o m ma s s a e q u i v a l e n t e a 2 5 K D a . C o n t r o l e n e g a t i v o : P r o d u t o d a e x p r e s s ã o d e p r o t e í n a s t o t a i s d e E . c o l i t r a n s f o r ma d a c o m p E T 1 7 b s e m a p r o t e í n a N S 2 A . M M : M a r c a d o r d e ma s s a mo l e c u l a r B e n c h M a r k p r o t e i n L a d d e r ( I n v i t r o g e n ) . ... 66 F i g u r a 3 0 : D o t I mu n o b i n d i n g A s s a y . D e t e c ç ã o d a p r o t e í n a N S 2 A f u s i o n a d a a u ma c a u d a d e h i s t i d i n a , e m e n s a i o i mu n o l ó g i c o u t i l i z a n d o a n t i c o r p o a n t i - H i s t a g .

(17)

LISTA DE TABELAS

(18)

INTRODUÇÃO

Histórico do Dengue

O primeiro marco epidêmico do Dengue ocorreu em 1779 no Cairo e na

Batavia citado por Siler et al. (1926). Registros posteriores foram

encontrados na Filadélfia, Zanzibar, Calcutá, Índi e Hong Kong (1901).

Embora os primeiros registros epidêmicos da doença tenham ocorrido em três

continentes (Ásia, África e América do Norte) em 1779 e 1780, foram

encontrados registros anteriores na enciclopédia chinesa publicada durante a

Dinastia Chinesa (265-420 A.D). A doença foi chamada pelos chineses de

“água envenenada” e foi pensado estar associada aos insetos que sobrevoavam

essas águas (HENCHAL & PUTNAK, 1990)

Foi citado por Henchal (1990), que a doença foi considerada um dos

maiores problemas de saúde pública nas regiões tropicais e subtropicais,

contudo somente a partir de 1906 foi demonstrado que o mosquito Aedes

aegypti era o agente transmissor do vírus.

As condições ambientais geradas após a II guerra mundial criaram um

cenário propício à propagação de doenças transmitidas por mosquitos e esse

contexto deu início a uma pandemia global do Dengue. Até 1997, o vírus já

havia alcançado uma ampla distribuição no mundo e atualmente estima-se a

ocorrência de 50-100 milhões de casos por ano em regiões tropicais e

subtropicais, dentre os quais 500.000 resultam em febre hemorrágica e choque

do Dengue, com mais de 20.000 mortes (GUZMAN & KOURI, 2003)

O vírus do Dengue apresenta quatro sorotipos conhecidos como DENV-1,

(19)

tipos sorológicos de um mesmo vírus, geralmente são designados como

espécies diferentes que são antigenicamente relacionadas (KURANE, 2007).

A relação sorológica entre o vírus do Dengue e outros Flavivirus foi

demonstrada por Sabin (1950), que observou a existência de reações

sorológicas cruzadas entre soro humano com anticorpos contra Dengue e

antígenos do vírus de Febre Amarela, Encefalite Japonesa e West Nile virus.

O compartilhamento de epítopos comuns, presentes na proteína do envelope

desses vírus, ocasiona que os testes sorológicos feitos para diagnosticar a

doença sejam positivos para diferentes vírus da mesma família (GUBLER,

1998).

A infecção com um dos sorotipos apresenta manifestações clínicas

restritas, cujos sintomas são brandos e na maioria dos casos não são

facilmente distinguidas de outras infecções virais (SETIATI et al., 2007).

Essa primeira exposição a um dos sorotipos não é capaz de conferir

imunidade contra a doença, podendo o indivíduo ser reinfectado por um

diferente sorotipo do vírus e durante a infecção secundária desenvolver um

quadro ainda mais grave. Temos como exemplo, registros de que a

co-circulação dos sorotipos 1, 2 e 3 tem sido apontada como a causa do aumento

das formas severas da doença no Brasil (GUZMAN et al., 1991).

O contexto atual aponta que a existência dessas variações sorológicas do

vírus constitui-se na maior dificuldade para o desenvolvimento de uma vacina

contra o vírus do Dengue, cuja eficiência é restrita a um caráter tetravalente

(WHITEHEAD et al., 2007). Tentativas recentemente direcionadas ao

combate da doença, utilizando proteínas como elicitores da resposta imune do

(20)

conhecido pelo aumento da infecção dependente de anticorpos, que além dos

efeitos desejáveis também induziram a produção de anticorpos

não-neutralizantes, aumentando o surgimento de febre hemorrágica como um

efeito de infecção secundária (COSTA et al., 2007). Portanto, até os dias

atuais, as medidas de controle e prevenção da doença permanecem focadas no

agente transmissor Aedes aegypti, evidenciando a necessidade de

desenvolvimento de novas estratégias co ntra o vírus e tratamento da doença.

Dengue no Brasil

O histórico do Dengue no Brasil teve início em 1846, com os primeiros

registros de surtos do Dengue ocorridos na cidade do Rio de Janeiro. O país

permaneceu livre do vetor Ae. aegypti até 1976 através de um programa de

erradicação contra Febre Amarela (RIGAU-PÉREZ et al., 1998). Contudo, as

áreas urbanas sofreram uma reinfestação do vetor nos anos 80, resultando

numa explosão da doença, segundo a Organização Pan-americana de Saúde

(21)

Figura 1: Q u a d r o d a e v o l u ç ã o d o D e n g u e n o p e r í o d o d e 1 9 8 0 - 2 0 0 7 ( Or g a n i z a ç ão

P a n A me r i c a n a d e S aú d e, 2 0 0 7 ) .

Observa-se que a doença tornou-se um problema de saúde pública com a

introdução do sorotipo DENV-1 em 1986, DENV-2 em 1990 e DENV-3 em

2000, registrados na região sudeste (MIAGOSTOVICH et al., 2002). Em 2003, o

vírus foi isolado em 16% dos casos analisados e os levantamentos estatísticos

feitos pela Organização Pan-americana de Saúde (OPAS), indicavam que no

Brasil estava estabelecida a predominância do sorotipo DENV-3,

representando 76,8% dos casos, seguido por DENV-1 (17,4%) e DENV-2

(5,8%). Atualmente, o Brasil permanece livre do sorotipo DENV-4 (Figura 2),

mas os riscos de uma repentina introdução tornam-se cada vez maiores,

devido ao índice de turismo no país e a existência de uma frágil fronteira com

(22)

Figura 2: M a p a i l u s t r a n d o a c o - c i r cu l a ç ão d o s s o r o t i p o s d o D en g u e e n t r e o s p a í s e s

d e ma i o r i n c i d ên c i a d a d o en ç a n o p e r í o d o d e 2 0 0 6 - 2 0 0 7 ( O r g a n i z a ç ã o P an

A me r i c a n a d e S a ú d e ) .

O Brasil tem sido apontado como o país de maior índice de casos da

doença entre os países da América do Sul (Figura 3). Em 2007, foram

reportados 76.626 casos do Dengue na região que compreende a Bolívia,

Colômbia, Equador, Peru e Venezuela. Dentre esses casos, 5.821 foram

identificados como Dengue hemorrágica e houve um registro de 25 mortes.

Contudo a região do cone Sul (Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai) é

responsável por 63% dos casos de mo rte pelo Dengue, com 94% dos casos

(23)

136.488 casos comparado a 2006 (Dados fornecidos pela Organização

Mundial de Saúde, 2008).

Figura 3: N ú me r o d e c a s o s d e D e n g u e r e g i s t r a d o ent r e o s p a í se s d o C o n e S u l , e m

(24)

Dengue

A transmissão da doença é dada quando a fêmea da espécie Aedes aegypti

alimenta-se do sangue de um indivíduo infectado, tornando-se hospedeira

intermediária do vírus, o qual se replica no seu mesentério e depois se espalha

para outros órgãos até alcançar as glândulas salivares. Então, o vírus passa a

ser transmitido através da saliva, enquanto a fêmea alimenta-se do sangue de

um novo hospedeiro (BANCROFT, 1906).

A infecção causada pelo vírus do Dengue pode ser assintomática, mas

costuma ser conhecida por manifestações de febre, dores de cabeça, dor

retro-orbital, mialgia, leucopenia e dores nas articulações. Esses sintomas

costumam aparecer no indivíduo infectado após um período de incubação de

2-7 dias e normalmente a recuperação é alcançada uma semana após essas

manifestações. Ainda que a maioria dos casos não represente um grande risco

para população, alguns pacientes desenvolvem a forma severa da doença,

conhecida como Febre Hemorrágica do Dengue (FHD). Podendo evoluir para

Síndrome de Choque do Dengue que é capaz de levar um indivíduo a morte

em 24 horas (Organização Mundial de Saúde, 1997).

A Febre Hemorrágica é caracterizada por um quadro de febre aguda,

tendências hemorrágicas seguidas de perda de plasma, devido ao aumento da

permeabilidade vascular que também pode acarretar em efusão pleural,

ascites, hipoproteinemia e aumento do hematócrito. Quando o quadro descrito

evolui para o choque, todos os sintomas são mantidos além de uma grave

hipotensão, levando a falência circulatória (GUBLER, 1998).

(25)

virulentas causando Febre do Dengue e cepas avir ulentas provocando Febre

Hemorrágica (COLOGNA et al., 2005), outra, considera a própria resposta

imune do hospedeiro como o agente intensificador da infecção. Foi reportada

por Mady (1991), a formação de um complexo vírus-anticorpo não

neutralizante, que se liga a receptores celulares aumentando a infecção

causada pelo vírus do Dengue. Esse fenômeno é conhecido como Aumento

Dependente de Anticorpo, ocorrendo durante uma infecção secundária.

Devido ao caráter infeccioso e a ampla disseminação anteriormente

citada, Dengue já havia sido considerada a mais importante doença viral

transmitida por artrópodes desde 1928, quando 650.000 moradores de Atenas

contraíram Febre do Dengue e 1061 pessoas foram mortas pelo agente

causador da doença (HALSTEAD & PAPAEVANGELOU, 1980)

Vírus do Dengue

O agente causal do Dengue é um vírus da família Flaviviridae e tal

como outros Flavivirus, são pequenas partículas (50 nm em diâmetro)

envelopadas, contendo o genoma de fita simples positiva de RNA com

aproximadamente 11 Kb (HAHN et al., 1988). Esse genoma codifica uma

poliproteína precursora com cerca de 3.000 aminoácidos, que é processada

durante e após a tradução por prot eases virais, gerando as proteínas

estruturais e não estruturais do vírus (Figura 5). Como característica

(26)

capisídio (C), premembrana (prM) e envelope (E), formadoras do vírion

(Figura 4), além de sete proteínas não-estruturais, NS1, NS2A, NS2B, NS3,

NS4A, NS4B e NS5 (Rice et al., 1985).

A B

Figura 4: V í r io n do D e n gu e . ( Fo nt e : V ír u s T a xo no my , 20 05 ). A- E s qu e ma d o v i ri on

ma d u r o e ima t u r o : E - E nv e lo p e, p r M- pr é -M e mb r a n a , C - C a p sí de o , M - M emb r a n a ;

B- I ma g e m d a s u p e r f í c i e d o v í r u s .

A glicoproteína E, presente na superfície do vírus media a fusão celular, apresentando

três domínios: o domínio central, o domínio de dimerização e o domnio de ligação, citado por

Hung (1999) O vírion entra na célula por endocitose mediada por receptor, processo no qual o

domínio de ligação da proteína E atua efetivamente. Dentro da vesícula endossomal,

mudanças conformacionais do vírion induzidas por pH, fusão entre a membrana do vírus e da

célula hospedeira e dissociação de partículas virais ocorrem dando início ao ciclo de vida do

vírus dentro célula. O genoma é liberado no citoplasma, contudo a replicação ocorre dentro de

uma membrana intracelular. Após a replicação, ocorre reunião das partículas virais na

(27)

RE através do Golgi, onde é promovida a maturação por clivagem de furinas do hospedeiro e

logo após a maturação, o vírion é liberado por exocitose (MUKHOPADHYAY et al., 2005).

A importância de proteínas não-estruturais do vírus

Proteínas não-estruturais de Flavivirus são conhecidas por desempenhar

papéis importantes na replicação do vírus e por serem determinantes de

patogenicidade. A atividade de polimerase, realizada por proteínas não

estruturais, foi detectada pela primeira vez em Flavivirus pelos pesquisadores

Chu e Westaway (1985), que observaram sua existência na me mbrana

perinuclear do Retículo Endoplasmático, onde foram co-localizadas NS3 e

NS5 (CHAMBERS et al., 1990). Estudos feitos com antisoro de coelho para

essas proteínas foram capazes de inibir a atividade da polimerase,

confirmando que essas proteínas estão envolvidas na replicação de RNA

(BARTHOLOMEUSZ & WRIGHT, 1993).

NS5 é a maior proteína codificada pelo genoma do Dengue virus,

possuindo 104 kDa, com a região amino terminal apresentando similaridade

com metiltransferases de inúmeras espécies e oito motivos conservados

encontrados em muitas RNA polimerases dependentes de RNA (RdRP). A

proteína NS5 foi encontrada formando um complexo com NS3 em células de

macaco infectadas com DENV-2 (KAPOOR et al., 1995).

A proteína NS3 é a segunda maior proteína encontrada em Flavivirus

com cerca de 70 kDa, apresenta 1/3 da porção N-terminal com características

(28)

um co-fator para a clivagem das junções NS2A-NS2B, NS2B-NS3, NS3-NS4A

e NS4B-NS5 da poliproteína (Figura 5). A porção restante de NS3 forma um

domínio helicase que age em conjunto NS5, durante a polimerização

(JOHANSSON et al., 2001).

Figura 5: E s t ru tu r a e s qu e má t i c a do g e no ma d o v ír u s do d en gu e . ( Font e : V ír u s

Taxo no my , 200 5 ).

P r o t e í n a s es t r u t u r a i s : C a p s í d e o , M e mb r a n a , E n v el o p e

(29)

Estudos realizados na FIOCRUZ do Rio de Janeiro demonstraram que a

proteína NS1 também está envolvida na replicação do vírus, através da

construção de um DNA complementar infeccioso, que continha mutações em

regiões conservadas de NS1 (SUZUKI et al., 2007). Quando essa proteína

mutante foi introduzida em células Vero, resultou na redução da replicação do

RNA. A presença dessa proteína em altos níveis no soro de pacientes tem sido

correlacionada com a severidade da doença em casos de infecções pelo DENV

(ALCON et al., 2002). Além do seu envolvimento na replicação, muitos

estudos têm relatado que NS1 é uma proteína secretada, encontrada em

células de mamíferos associada à membrana e na circulação (SCHLESINGER

et al., 1987). Por ser secretada, NS1 entra em contato com células de defesa

circulantes e é alvo da resposta imune promovida pelo hospedeiro.

Considerando essa afirmativa, anticorpos produzidos contra NS1 foram

analisados e demonstraram conferir proteção contra doenças induzidas por

Flavivirus e foram usadas profilaticamente e terapeuticamente em modelo

animal (FALGOUT et al., 1990).

Pequenas proteínas hidrofóbicas compõem a parte restante do genoma,

essas proteínas são NS2A, NS2B, NS4A e NS4B. As funções dessas proteínas

ainda não estão bem elucidadas, mas alguns esforços têm sido feitos

identificando o envolvimento delas na formação do complexo de replicação ou

atuando como co-fatores. O processamento eficiente da proteína NS1 requer a

participação de NS2A e análises mutacionais indicaram que a própria NS2A

apresenta atividade proteolítica (FALGOUT et al., 1989). Ambas, NS2A e

NS4A foram localizadas dentro de uma vesícula, formando um suposto

(30)

Muitas funções como as que foram aqui destacadas têm sido atribuídas às

proteínas não estruturais, contudo ainda existem inúmeras perguntas que

encontraram lugar no cenário das pesqui sas realizadas nos últimos anos. Um

desses questionamentos está centrado no envolvimento de proteínas não

estruturais em mecanismos contra defesa antivirais.

O comportamento dos vírus e seu caráter de virulência têm sido alvos de

pesquisa desde as primeiras manifestações infecciosas e têm sido bem

descrito através de estudos utilizando patógenos de plantas (REAVY et al.,

2004). Um exemplo bem-sucedido na utilização de sistemas de plantas para

avaliação da indução e supressão do silenciamento de RNA por vírus que

infectam células humanas foi descrito recentemente, utilizando uma proteína

não estrutural do vírus da influenz a humana. Comparado aos padrões de

supressão do silenciamento de genes encontrados em vírus de plantas, a

proteína NS1 da influenza humana apresentou capacidade de proteger RNA

viral contra degradação e aumentar significativamente a expressão de

proteínas cujo gene havia sido suprimido (BUCHER et al., 2004). A

viabilidade desses estudos rendeu, nos últimos tempos, grande esclarecimento

quanto aos mecanismos de defesa e escape, como uma das maiores expressões

da co-evolução estabelecida entre vírus e hospedeiro (PRUSS et al., 1997).

Muitos outros estudos feitos com proteínas não-estruturais têm

consolidado a idéia de que além das funções relacionadas à virulência, essas

proteínas podem fazer parte do mecanismo de escape dos vírus contra

estratégias de defesa do hospedeiro (BRIGNETI et al., 1998). Portanto,

considerando o caráter essencial de cada uma delas para a sobrevivência do

(31)

desenvolvimento de novos medicamentos e a identificação de atividade

supressora de silenciame nto de genes oferecem possibilidades, ainda mais

relevantes no tratamento à doença causada pelo vírus do Dengue.

Silenciamento de genes

RNA interferente é um mecanismo que atua na indução do silenciamento

de genes. Foi descrito originalmente em plantas e designado como

co-supressão (NAPOLI et al., 1990) e depois como silenciamento

pós-transcricional de genes, em animais, conhecido como interferência de RNA

mediada por uma dupla fita de RNA. Foi observado em fungos e nematóides,

quando seqüências de oligonucleotídeos foram inseridas em células resultando

na redução da expressão de genes (FIRE et al., 1998).

Em experimentos de super expressão de genes de Chalcona sintase,

relacionados à síntese de pigmentos, pela primeira vez foi observado o

fenômeno de silenciamento mediado por RNA, resultando na hipopigmentação

de petúnias. Surpreendentemente, a introdução desses genes em plantas

pigmentadas levou ao bloqueio da síntese de antocianina e esse fenômeno foi

relacionado aos níveis de mRNA que demonstraram ser 50 vezes menores nas

plantas sem pigmentos comparadas ao tipo selvagem (NAPOLI et al., 1990).

Fire e colaboradores (1998) descobriram que a introdução de uma dupla

fita de RNA dentro de Caenorhabditis elegans, diferente de injeções contendo

(32)

efeitos de manipulação da expressão nesses experimentos não foram

observados apenas nos animais injetados, mas também na sua progênie.

Esses primeiros estudos revolucionaram a pesquisa devido a

possibilidade de manipulação do controle da expressão gênica pela introdução

de uma seqüência nucleotídica exógena e após a descoberta desse fenômeno

em plantas, Tuschl e coloboradores (1999) mostraram que RNAi também

ocorre em mamíferos, corroborando com a idéia de conservação desse

mecanismo em células eucarióticas (ELBASHIR et al., 2001).

Tem sido afirmado que a interferência de RNA é usada naturalmente

como forma de imunidade primitiva para proteger o genoma contra invasões

de ácidos nucléicos exógenos, introduzidos por vírus ou retrotransposons. A

maior evidência de que o silenciamento mediado por RNA é um mecanismo

natural de defesa contra vírus, reside no fato de que mutações em genes que

codificam componentes dessa maquinaria resultam em aume nto da

susceptibilidade ao vírus (GITLING & ANDINO, 2003).

Além do papel antiviral, diversas funções têm sido apontadas como

conseqüência do silenciamento de RNA em muitos organismos. Isso inclui a

defesa do genoma contra transposons (VOINNET, 2002) estabilidade do

genoma por regulação da formação de heterocromatina (HAMILTON et al.,

2002), controle do desenvolvimento em plantas e animais, e baixa regulação

da expressão de genes por clivagem específica e repressão traducional de

RNAs mensageiros complementares por pequenos e micro RNAs (LI & DING,

2005).

Na busca pela elucidação de como o RNA interferente atua, foi

(33)

das seqüências exógenas (Figura 6), iniciando um processo de degradação de

RNA mensageiro com seqüência específica (TUSCHL et al., 1999). A dupla

fita de RNA é clivada, em seqüências que variam entre 21-24 nucleotídeos,

por uma RNase chamada Dicer (KETTING et al., 2001). Esses pequenos

RNAs são incorporados dentro de um complexo efetor do silenciamento

chamado RISC e guiam a maquinaria em direção a seqüências complementares

a fim de promover a supressão (ZAMORE et al., 2000).

Tem sido proposto para invertebra dos que esses pequenos RNAs

(siRNAs) funcionem como primers, sendo estendidos ao longo do RNA alvo

por uma RNA polimerase dependente de RNA (RdRp), contudo isso não foi

observado em animais (LIPARDI et al., 2001). A presença da RNA

polimerase evidencia uma das formas existente para formação da dupla fita de

RNA que inicia a maquinaria do silenciamento. Outro caminho é trilhado por

vírus de RNA em sua fase replicativa, onde uma dupla fita de RNA també m é

formada e é proposto para vírus de DNA que uma transcrição bidirecional do

(34)

Replicação viral

RNAs Aberrantes Transposon

dsRNA

DICER

RdRp

siRNA

RISC

Degradação

Figura 6: E s q u e ma d o p r o c e s so d e s i l en c i ame n t o me d i a d o p o r R N A . A d u p l a f i t a d e

R N A ( d s R N A ) é d eg r ad a p el a r i b o n u cl ea s e D I C E R , g er a n d o p eq u e n o s R N A s

( s i R N A s ) q u e s ã o in c or po r ados no co mp l ex o e n zimá t i c o R IS C , po d end o s e r

u t i l i z ado s c o mo p r i me r p e l a R NA p o l i me r a s e d e p en d en t e d e R NA ( R d R p ) . A d a p t a d o

(35)

Além da conservação do mecanismo observada em muitos organismos, o

esclarecimento de como se dá o processo de silenciamento utilizando sistemas

de plantas, tem favorecido novas aplicações biotecnológicas. Utilizando esses

recursos, vírus que infectam plantas têm sido muito bem estudados e grande

parte tem apresentado capacidade de recrutar os componentes do

silenciamento de genes em seus hospedeiros (ROTH et al., 2004). Contudo,

atualmente vírus que infectam outros organismos, além das plantas, têm sido

testados quanto à capacidade de indução e supressão desse mecanismo

(BUCHER et al., 2004).

Como resultado desse novo direcionamento, foi demonstrado que é

possível inibir a produção do vírus do Dengue por transfecção de uma dupla

fita de RNA em células do vetor (CAPLEN et al., 2001). Tem sido até mesmo

proposta uma nova estratégia baseada em silenciamento de RNA para o

controle da transmissão da doença por Aedes aegypti, visto que a interferência

mediada pelo RNA pode servir como mecanismo de resistência em células do

mosquito (ADELMAN et al., 2002). Além disso, a transdução das fêmeas de

Aedes aegypti com um vetor de expressão contendo a seqüência de uma

proteína do vírus do Dengue, conteve a replicação do vírus na glândula

salivar, tornando a fêmea incompetente para a transmissão do vírus

(TRAVANTY et al., 2004). Todos esses avanços têm sugerido que o

silenciamento mediado por RNA é um processo que pode ser naturalmente

induzido, mas não prevalente devido à existência de um possível mecanismo

(36)

Supressores do silenciamento de genes

Muitos supressores de interferência de RNA têm sido identificados em

resposta a estratégias de defesa de pl antas infectadas por vírus. A primeira

proteína a apresentar capacidade de suprimir o silenciamento mediado por

RNA foi uma proteinase (Hc-Pro) de Potyvirus, essa proteína demonstrou

capacidade de reversão do silenciamento de genes já estabelecido no

hospedeiro (BRIGNETI et al., 1998).

A proteína 2b de Cucumber mosaic virus também foi encontrada

assumindo atividades supr essoras do silenciamento e constitui-se num dos

exemplos mais estudados desse mecanismo. Diferente da proteína Hc-Pro, 2b

promove a inibição de etapas iniciais do silenciamento e não se demonstrou

capaz de suprimir etapas já estabelecidas do processo, evidenciando que

supressores podem assumir caminhos distintos para bloquear a interferência

de RNA (BRIGNETI et al., 1998).

Alguns supressores reduzem o acúmulo de pequenos RNAs interferentes

(siRNAs), sugerindo que a supressão ocor re durante o processamento da dupla

fita de RNA pela enzima Dicer (BUCHER et al., 2003). Outras proteínas não

interferem no acúmulo de siRNAs, mas interceptam sua incorporação no

complexo enzimático RISC, bloqueando uma etapa distinta do processo

(LAKATOS et al., 2004).

Inicialmente, dois grupos de supressores foram identificados. Aqueles

que degradam um componente requerido para a manutenção do silenciamento,

(37)

e/ou a ativação do componente requerido para o silenciamento, são restritos

as folhas novas (VOINNET et al., 1999).

A existência de um mecanismo de supressão do silenciamento de genes

tem sido bem elucidada, utilizando vírus que infectam plantas como modelo

experimental. Contudo já tem sido feita a aplicação desse mesmo modelo na

busca de supressores produzidos por vírus que infectam humanos. O vírus da

influenza humana foi recentemente testado quanto à existência de atividade

supressora pela proteína não-estrutural NS1 (BUCHER et al., 2004) os

resultados positivos desses estudos abriram caminho para novos

questionamentos, gerando a necessidade de novos testes capazes de identificar

o potencial de supressão em proteínas de outros vírus.

Consistente com a hipótese de que determinantes de patogenicidade são

candidatos a supressores, diversas proteínas foram encontradas exercendo

papéis de supressão no silenciamento e atuando como fatores essenciais na

patogênese (Tabela 1). Alguns mecanismos só foram esclarecidos através da

manipulação de determinadas proteínas, apontando pelo menos três supostos

caminhos pelos quais esses supressores têm interferido no silenciamento

(38)

Figura 7: A s p r ot e ína s H C p ro de P o ti v i ru s, N S s d e To s po v i ru s N S 3 d e T en ui v i ru s e

p 19 d e Tom b u s vi r u s i l u st r a m o s t r ê s p o s s ív e i s c a mi n h o s u t il i z ad o s p or s up r e s so r e s

d e s i l en c i ame n t o : I n at i v a ç ão d e D I C E R , d eg r ad a ç ã o d e p eq u en o s R N A s ( si R N A s ) e

b l o q u e i o d e s u a i n c o r p o r a ç ã o n o c o mp l ex o e n zi má t i c o R I S C . ( C e d i d o e au t o r i z ad o

(39)

Através do estudo de função da proteína p19 de tombusvirus foi proposto

que o silenciamento suprimido durante a infecção com esses vírus, é efetuado

pela ligação da proteína p19 a dupla fita de siRNA, impedindo que esta seja

incorporada ao complexo enzimático RISC (SILHAVY et al., 2002). Durante

a infecção com tombusvirus, as folhas superiores são completamente

invadidas por este, indicando que o seqüestramento de siRNAs previne o

desenvolvimento do silenciamento sistêmico, atuando como o próprio sinal

móvel (LAKATOS et al., 2004). É possível que esse sinal seja gerado pela

RNA polimerase dependente de RNA, sendo guiada pelos siRNAs ao

silencimento de RNAs e dessa forma a depleção de siRNAs por p19 resulta

na inativação da geração do sinal (VOINNET, 2001).

Supressão de silenciamento por alguns vírus de ma míferos foi

primariamente demonstrada com a descoberta das proteínas supressoras B2

Flock House virus, NS1 de Influenza virus, e E3L de Vaccinia virus, testadas

em sistemas heterólogos como células de insetos e plantas. Todos esses

supressores demonstraram ser requeridos para a infecção do vírus nas células

de mamíferos e alguns deles também são conhecidos por funcionar no

hospedeiro como inibidores da imunidade antiviral inata regulada por

interferon (GARCIA et al., 2002).

Concomitante com as evidências de que existe uma estratégia de defesa

consistente na presença de supressores, alguns vírus demonstraram ter

desenvolvido outros caminhos, como evitar o silenciamento executando a

replicação dentro de vesículas no Retículo Endoplasmático. Dessa forma a

dupla fita de RNA é protegida do processo de clivagem pela ribonuclease

(40)

A neutralização desse mecanismo de escape tem sido considerada um

alvo promissor para o desenvolvimento de novos controles para vírus

(DYKXHOORN & LIEBERMAN, 2005). Além do esclarecimento da

dinâmica do vírus frente ao silenciamento, o qual tem sido provado estar

presente tanto em humanos, quanto nos artrópodes (FRANZ et al., 2006;

(41)

Tabela 1. Proteínas supressoras de RNA interferente identificadas em diferentes gêneros de vírus. Adaptada de Li e Ding (2006).

Gênero Nome Proteína Atividade

RNA viral de fita positiva em animais

Aureusvirus Porthos latent virus P14 Ligante de RNA dupla fita

Carmovirus Turnip crinkle virus CP Não Determinada

Closteovirus Beet yellows virus Citrus tristeza virus

P21

P20, P23, CP

Ligante de RNA dupla fita

Crinivirus Grapevine leafroll-associated virus – 2 Beet yellow stunt vírus

Sweet potato

chlorotic stunt virus

P24

P22

P22, RNase3

Não Determinada

Comovirus Cowpea mosaic virus

CP Não Determinada

Cucumovirus Cucumber mosaic virus

Tomato aspermy virus

2b Ligante de RNA

dupla fita

Furovirus Soil-borne wheat mosaic virus

19k Não Determinada

Hordeivirus Barley stripe mosaic virus

b Não Determinada

Pecluvirus Peanut clump virus P15 Não Determinada

Polerovirus Beet western yellow virus

Cucurbit aphid-born yellows virus

P0 Não Determinada

Potexvirus Potato virus X P25 Não Determinada

Potyvirus Tobacco etch vírus Potato virus Y Turnip mosaic vírus

HcPro Não Determinada

Sobemovirus Rice yellow mottle virus

P1 Não Determinada

Tobamovirus Tobacco mosaic viruses

Tomato mosaic viruses

P130 Não Determinada

Tobravirus Tobacco ratlle virus 16K Não Determinada

Tombusvirus Tomato busby stunt vírus

Cymbidium ringspot virus

(42)

Tymovirus Turnip yellow mosaic virus

P69 Não Determinada

Vitiviruses

Grapevine vírus A

P10 Não Determinada

RNA viral de fita negativa em plantas Tenuivirus Rice hoja blanca

vírus

NS3 Não Determinada

Tospovirus Tomato spotted wilt vírus

NSs Não Determinada

Dupla fita de RNA viral em plantas

Phytoreovirus Rice dwar virus Pns10 Não Determinada

Virus de DNA em plantas Begomovirus

Curtovirus

Tomato leaf curl virus

Tomato yellow leaf curl virus

Mungbean yellow mosaic virus

Tomato golden musaic virus

Beet curly top virus

C2

C1

AC2

AC4 L2

Ligante de DNA

Ligante de DNA

Ligante de DNA

Ligante de miRNA Ligante de Proteína

Fita positiva de virus de RNA em animais Nodavirus Flock house virus,

Nodamura virus, Stripd Jack nervous nerosis virus,Greasy grouper ne rvous necrosis virus

B2 Ligante de RNA

dupla fita

Fita negativa de vírus de RNA em animais

Orthomyxovirus Infuenza virus A NS1 Ligante de RNA dupla fita

Orthobunyavirus La Crosse virus NSs Não Determinada

Dupla fita de de Rna em animais

Orthoreovirus σ3 Ligante de RNA

dupla fita Retrovirus em animais

Lentivirus HIV-1 Tat Não Determinada

Spumavirus PFV-1 Tas Não Determinada

Vírus de DNA em animais

Adenovirus Adenovius VA1 RNA Ligante de Dicer

Poxvirus Vaccinia virus E3L Ligante de RNA

(43)

Expressão de proteínas

O sistema procariótico é um sistema amplamente utilizado para produção de proteínas

heterólogas, possuindo algumas vantagens como o requerimento de uma fonte de baixo custo

de carbono e uma rápida acumulação de biomassa por cultura (SAHDEV et al., 2008). Esse

sistema dispõe de grande quantidade de cepas comercializadas, apresentando diferentes

vantagens e aplicabilidades segundo o interesse em produção de proteínas recombinantes. Um

exemplo dessa diversidade é a bactéria Escherichia coli BL21, uma cepa não patogênica

capaz de crescer vigorosamente em meio mínimo e deficiente em proteases capazes de

interferir no isolamento de proteínas recombinantes intactas (CHART et al., 2000). Diferentes

padrões de fusão são utilizados para facilitar a purificação dessas proteínas expressas, sendo

comum a inserção de caudas de histidina (His-tag) para cromatografia de afinidade a níquel

ou purificação em resina baseado em glutationa, para proteínas fusionadas com caudas de

glutationa S-transferase (GST) (TERPE, 2003).

A expressão de proteínas em sistemas heterólogos possui diversos atributos e a

finalidade de gerar anticorpos tornou-se uma das resultantes desse processo após uma intensa

busca para disponibilização de ferramentas terapêuticas, em alguns casos culminando no

desenvolvimento de vacinas. Recentemente, o domínio III da proteína E do sorotipo 2 do

DENV, que representa um alvo promissor para o desenvolvimento de vacinas devido a sua

capacidade de elicitar anticorpos neutralizantes e papel de interação com a célula hospedeira,

foi expressa em Escherichia coli BL21. A forma purificada da proteína expressa foi

empregada na imunização de camundongos, resultando na indução de anticorpos e proteção

de camundongos desafiados com o sorotipo 2 do DENV (ZHANG et al., 2007)

Um resultado semelhante foi obtido mediante a imunização de coelhos com uma

(44)

histidina. Foi observada a geração de um anti-soro específico que reconhece a proteína não

estrutural de células infectadas com o vírus. Mais de 1mg de proteína purificada pôde ser

isolado de 1L de cultura de E. coli com mais de 98% de pureza (LING et al., 2008). Pode

então ser observado que embora a produção de anticorpos possa ser feita em células de

mamíferos, outros sistemas são preferidos, podendo oferecer um alto rendimento do produto

em baixo custo comparado a culturas de células de mamíferos (CHADD & CHAMOW,

(45)

JUSTIFICATIVA

O desenvolvimento de novas estratégias de controle capazes de promover

a prevenção e contenção da severidade da doença provocada pelo vírus do

Dengue, ainda é um desafio, considerando os altos índices de morbidade e

mortalidade provocados pelo vírus. Proteínas não-estruturais são conhecidas

por seu papel determinante da patogenicidade e sua importância na replicação

do vírus dentro da célula hospedeira. Esse caráter faz com que essas proteínas

sejam possíveis alvos para o desenvolvimento de antivirais, tendo essa visão

reforçada pelo conhecimento de que algumas proteínas virais atuam como

supressores do silenciamento mediado por RNA, mecanismo conhecido por

desempenhar um papel natural de defesa contra vírus de RNA.

O mecanismo de interferência de RNA observado em plantas demonstrou

ser conservado em ma míferos e já foi observada a indução de silenciamento

de genes em células do vetor Ae. albopictus, corroborando com os indícios de

que esse mecanismo pode ocorrer naturalmente durante uma infecção

provocada pelo Flavivirus. Algumas proteínas produzidas por vírus que

infectam humanos foram identificadas como supressores de RNA interferente,

contudo ainda não foi determinado o papel das proteínas não-estruturais do

vírus do Dengue como supressores do silenciamento de genes.

Visando a oportuna neutralização do mecanismo de escape do vírus,

favorecida pela estratégia de interferência de RNA, esse trabalho propõe a

identificação de proteínas não-estruturais como possíveis supressores do

silenciamento de genes, bem como a expressão de proteínas do Dengue

(46)

OBJETIVO GERAL

Estudos recentes têm identificado que vírus de RNA fita simples positiva

produzem proteínas supressoras do silenciamento mediado por RNA, contudo,

ainda não foi identificada a existência desses supressores no genoma do vírus

do Dengue.

Esse trabalho propõe-se a expressar proteínas do Dengue em sistema de

bactéria e de plantas, investigando o papel das proteínas não-estruturais como

agentes supressores de interferência de RNA e identificando o possível gene

candidato ao conhecido mecanismo de supressão.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Clonar sete genes (NS1, NS2A, NS2B, NS3, NS4A, NS4B e NS5) de

proteínas não estruturais do vírus do Dengue em vetor de expressão em

plantas;

• Testar a expressão das proteínas não-estruturais em plantas;

• Monitorar o efeito de supressão de genes em plantas expressando

proteínas não-estruturais do vírus do Dengue;

(47)

MATERIAL E MÉTODOS

Clonagem de cDNA de genes do vírus da Dengue

Extração de RNA viral

O RNA foi extraído de células C6/36 de Aedes albopictus infectadas com o vírus do

Dengue sorotipo1 (Figura 8), autóctone do Distrito Federal (Isolado HUB 01021093), sendo

utilizado como molde para síntese de um DNA complementar através de transcrição reversa.

As amostras foram preparadas no Laboratório Central de Saúde Pública do Distrito Federal.

Figura 8: C é l u l a s C6/ 3 6 d e A e d e s a l b o p i c t u s i n f e c t a d a s c o m v í r u s d o D en g u e

Uma alíquota de 125μL de células infectadas com o vírus do Dengue em meio de

cultura foi transferida para um microtubo de 1,5 ml contendo 375 μL de Trizol LS, onde o

volume foi homogeneizado e o RNA total foi extraído, seguindo as instruções do fabricante

(Invitrogen). Após a secagem da amostra na etapa final, o pellet foi ressuspendido em 20 μL

(48)

Amplificação de genes candidatos a supressores de RNAi

Os fragmentos não-estruturais do vírus foram amplificados através de transcrição

reversa e reação em cadeia da polimerase. A transcrição reversa foi feita com o auxílio da

Transcriptase Reversa SuperScript III (Invitrogen) por 1 hora à 42°C em condições livre de

RNase, seguindo as instruções do fabricante.

Foram construídos primers específicos para regiões não estruturais de interesse no

genoma do vírus, com os quais foram feitas amplificações dos fragmentos NS1, NS2A,

NS2B, NS3, NS4A, NS4B e NS5, a partir do cDNA resultante da transcrição reversa e a

confirmação do tamanho dos fragmentos feita por eletroforese em gel de agarose 1%, segundo

o protocolo descrito por Sambrook e colaboradores (1989). Foi inserida uma cauda de

pepitídeo de hexa-histidina nas seqüências de primers utilizados para amplificar cada gene

correspondente as proteínas não estruturais do vírus (Tabela 2), com a finalidade de favorecer

(49)

Tabela 2: Primers para amplificação de genes que codificam as proteínas não estruturais do Dengue.

Primers Reverse Primers Forward NS1 Rev (SacI)

5’ GGG GAG CTC TTA ATG ATG ATG ATG ATG ATG TGC AGA GAC

CAT TGA CCT AAC T 3’

NS1 For (NotI)

5’ CAA AAA GGG CGG CCG ACT GGA CTC GGG ATG TGT AAT

CAAA CT 3’

NS2A Rev ( SacI)

5’ CCC GAG CTC TTA ATG ATG ATG ATG ATG ATG ATG TTT Y CT

TCC CCA GAT TTT GTT T 3’

NS2A For (NcoI)

5’ GTT GCC ATG GAT GGG GTC AGG AGA AGT GGA CAG TT 3’

NS2B Rev (SacI)

5’ CCC GAG CTC TTA ATG ATG ATG ATG ATG ATG ATG TCT CTG

TTT CTT TTT CTG CCA A 3’

NS2B For (NcoI)

5’ ACA CCC ATG GAT GAG TTG GCC CCT CAA TGA AGG AA 3’

NS3 Rev (NotI)

5’ CAA AAG GGC GGC CGC TTA ATG ATG ATG ATG ATG ATG TCT

TCT TCC TGC TGC AAA CTC T 3’

NS3 For (NcoI)

5’ GTT GCC ATG GAT GTC AGG AGT GTT ATG GGA CAC AC 3’

NS4A Rev (SacI)

5’ GGG GAG CTC TTA ATG ATG ATG ATG ATG ATG GGC TGC CAC

TGT CAG TAT CAT GAA 3’

NS4A For (NcoI)

5’ GTT GCC ATG GAT GAG TGT CTC AGG TGA CCT AAT AT 3’

NS5 Rev (SacI)

5’ TAC GAG CTC TTA ATG ATG ATG ATG ATG ATG CCA GAG TGC CCC TTC

GGG AT 3’

NS5 For (NotI)

5’ CAA AAA GGG CGG CCG CAT GGG TAC GGG GGC TCA AGG GGA AA 3’

(50)

A reação em cadeia da polimerase (Tabela 3) foi feita utilizando a

enzima “Platinum Taq DNA Polimerase High Fidelity” (Invitrogen), que

apresenta atividade de auto-correção aumentando em seis vezes a fidelidade

das seqüências amplificadas, comparada à Taq DNA polimerase. Foi utilizado

um programa de 25 ciclos (Figura 9), realizado no termociclador Master

cycler (Eppendorf). O DNA dos produtos amplificados foram eluídos do gel

utilizando-se o kit Quick Gel Extration (Invitrogen), segundo o protocolo

oferecido pelo fabricante e o conteúdo resultante foi submetido a uma etapa

de digestão por enzimas de restrição específicas para cada seqüência

amplificada (Tabela 4).

80ºC 94ºC 94ºC 68°C 68°C

1min 2min 15 seg 50° 1 min 20 min

2 min 4°C

Figura 9: E s q u e ma d a s e t a p a s p a r a r e a l i z aç ã o d a a mp l i f i c a ç ão d o s g e n e s c an d i d at o s a s u p r e s so r e s d e R N A i n t er f e r en t e .

(51)

Tabela 3. Componentes da solução de PCR para amplificação das proteínas não-estruturais.

Reagentes Volume ( μL)

Água Mili-Q autoclavada 15,4

Tampão da Enzima 10x 2,5

dNTP 2,5 mM 4,0

Platinun High Fidelity 0,1

Primer Forward 0,5

Primer Reverse 0,5

cDNA 1,0

(52)

Clonagem dos genes de proteínas não estruturais do Dengue

Digestão de insertos e vetor de clonagem

Os produtos da PCR e o vetor de clonagem pRAPs foram submetidos a uma etapa de

digestão, na qual cada fragmento amplificado foi digerido com um par de enzimas de

restrição, de acordo com o sítio de restrição determinado pela seqüência de primers utilizados

na etapa de amplificação (Tabela 4). As enzimas foram utilizadas de acordo com o protocolo

fornecido pela New England Biolabs. Após a digestão, os fragmentos foram submetidos à

eletroforese em gel de agarose 1% (SAMBROOK et al., 1989) para confirmar a eficiência de

corte de cada par de enzimas. Tendo produzido fragmentos de tamanhos esperados e tendo

sido confirmados, foram eluídos do gel, utilizando o “Purelink DNA Gel extraction kit”

(Invitrogen), com a finalidade de eliminar os resíduos da digestão.

Tabela 4: Enzimas de restrição utilizadas para digestão dos fragmentos

Gene 5’fosfato 3’hidroxila

NS1 NotI SacI

NS2A NcoI SacI

NS2B NcoI SacI

NS3 NcoI NotI

NS4A NcoI SacI

NS4B NotI SacI

(53)

Ligação dos genes candidatos a atividade supressora em vetor de clonagem

Os fragmentos digeridos foram ligados com T4 DNA ligase (New England Biolabs) ao

vetor de clonagem pRAPs (Figura 10) que havia sido digerido com as mesmas enzimas

utilizadas para os insertos (Tabela 4). Portanto, foram feitas sete ligações distintas do vetor a

cada proteína não estrutural com a finalidade de avaliar a função de cada uma delas

separadamente, quando inoculadas na planta. A reação de ligação foi feita segundo o

protocolo oferecido pelo fabricante e a quantidade de inserto e vetor utilizada foi determinada

utilizando uma fórmula que considera o tamanho do vetor e do inserto, resultando na

quantidade em nano gramas, cuja proporção inserto: vetor é 3:1. Em cada transformação

utilizou-se 100 ng do vetor pRAPs que possui 4107 pb.

Cálculo de proporção inserto: vetor

Quantidade do vetor (100ng) X Tamanho do inserto X 3/1 = Quantidade de inserto (ng)

(54)

4107 pb

pRAPs

Figura 10: M a p a g e n ét i c o do v et o r p R A P s. 3 5S - Pr omo t o r d e ca ul if lo wer mo sai c

v i r u s, T n o s - T e r mi n ad o r d e N o p a l i n a si n t a s e d e Ag ro b a c t e ri u m t u m ef a ci en s, A mp -

g e n e d e r e s i s t ê n ci a à a mp i c i l i n a . N co I ,N o t I e S ac I r e p r e s en t a m o s s í t io s d e

r e s t r i ç ão u t i l i z a d o s p a r a c l o n a g e m; A s c I e Pa c I s ã o o s s í t i o s d e r e s t r i ç ão u t i l i z a d o s

(55)

Transformação de bactérias E.coli

Tendo sido efetuada a ligação dos genes candidatos ao vetor pRAPs, essas construções

foram utilizadas separadamente para transformação de bactérias. Para a realização deste

procedimento, fez-se o uso de células de E. coli cepa DH5α competentes para eletroporação.

Estas células foram previamente preparadas seguindo o protocolo de Sambrook e Roussel

(2001) e estocadas a -80°C. O plasmídeo pRAPs ligado ao inserto foi desalinizado em

membrana de nitrocelulose 0,025μm (Millipore) por 15 minutos.

O eletroporador Bio-Rad Gene Pulser II foi utilizado nas seguintes condições:

capacitância de 25 μF; resistência de 200Ω; voltagem de 1.80 KV. Foi aliquotado 1 μl da

reação de ligação desalinizada em 50 μl de células DH5 α eletro-competentes e após a

eletroporação realizada na curveta (Gene Pulser Curvette (Bio-Rad), foi adicionado 1 ml de

meio de cultura SOC (Apêndice I), misturado delicadamente e transferido para um microtubo

estéril. O tubo contendo o meio SOC e células competentes foi incubado com agitação de 240

rpm por 1 hora a 37°C.

As bactérias foram plaqueadas em meio LB contendo ampicilina (100μg/mL) e

mantidas vertidas em estufa a 37° por cerca de 12 horas. Este processo foi realizado para cada

uma das construções feitas com as proteínas não-estruturais em vetor pRAPs. Logo, uma

grande quantidade de colônias foi selecionada e submetida a um processo de extração do

DNA plasmidial de acordo com Sambrook & Maniats (1989), para confirmação de suas

seqüências através de seqüenciamento automático (Perkin Elmer ABI-modelo 377).

Imagem

Figura 2: M a p a  i l u s t r a n d o   a  c o - c i r cu l a ç ão   d o s   s o r o t i p o s  d o   D en g u e  e n t r e  o s   p a í s e s   d e   ma i o r   i n c i d ên c i a   d a   d o en ç a   n o  p e r í o d o   d e  2 0 0 6 - 2 0 0 7   ( O r g
Figura 3:  N ú me r o   d e  c a s o s   d e   D e n g u e   r e g i s t r a d o   ent r e  o s  p a í se s   d o   C o n e  S u l ,   e m  2 0 07  (OPA S, 20 08 )
Figura 4:  V í r io n  do   D e n gu e .  ( Fo nt e : V ír u s  T a xo no my ,  20 05 )
Figura 5:  E s t ru tu r a  e s qu e má t i c a   do  g e no ma   d o  v ír u s  do  d en gu e
+7

Referências

Documentos relacionados

Este estudo tem como objetivos identificar os níveis de trauma manifestados e de estratégias de coping utilizadas pelos TEPH; caracterizar os incidentes mais

Manuel João Neves Ferreira Pinto Survivin Role in Pulmonary Arterial Hypertension..

Foi possível recomendar melhorias na gestão, nomeadamente relacionadas com a capacidade instalada face ao serviço pretendido, tendo em conta os recursos presentes e

Water and wastewater treatment produces a signi ficant amount of methane and nitrous oxide, so reducing these emissions is one of the principal challenges for sanitation companies

Desde então, vários autores deram o seu contributo, uns convergindo outros divergindo, contudo, apesar de mais de 20 anos de discurso académico e de gestão sobre o

O procedimento para verificar a exatidão cartográfica baseou-se na análise estatística das discrepâncias entre as coordenadas de pontos no terreno, obtidas através do GPS, e

Quando não houver mais espaço para ajustar componentes da esquerda para a direita para a esquerda, eles continuam a aparecer da esquerda a parente.. Universidade Federal de Ouro

Igualmente numa carta escrita por Valignano ao Geral em 1583, o Visitador jesuíta afirma a importância que um contacto directo dos embaixadores com a realidade europeia terá para o