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Radiol Bras vol.38 número5

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Academic year: 2018

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VII

Radiol Bras 2005;38(5):VII–VIII

QUAL O SEU DIAGNÓSTICO?

Felipe Ferreira de Souza1

, Marcelo Bordalo Rodrigues2

1. Médico Residente (2º ano) de Radiologia do Instituto de Radiologia (InRad) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP). 2. Médico Diretor do Serviço de Radiologia do Instituto de Ortopedia do HC-FMUSP. Endereço para correspondência: Dr. Marcelo Bordalo Rodrigues. Avenida Doutor Enéas de Carvalho Aguiar, 255. São Paulo, SP, 05403-001. E-mail: mbordalo@uol.com.br

Paciente de 26 anos de idade, do sexo feminino, procurou o Serviço de Ortopedia do Hospital das Clíni-cas com queixa de dor na região lombar, com início há cerca de quatro meses e piora nas últimas sema-nas. O exame físico era normal, sem déficits neurológicos.

Figura 5. Imagem axial de tomografia computa-dorizada.

Figura 1. Radiografias simples em ântero-posterior (A) e perfil (B) da coluna lombar.

Figura 2. Imagens axiais de tomografia computadorizada, “janelas” ós-sea (A) e de partes moles (B).

Figura 4. Ressonância magnética. Imagem sagi-tal ponderada em T1 (A), imagem axial ponderada em T2 (B) e imagem sa-gital ponderada em T1 com saturação do sinal da gordura obtida após a injeção endovenosa do meio de contraste para-magnético (C).

A B

Figura 3. Reformatações sagitais de tomografia computadorizada, “janela” óssea.

A B

A B

A C

(2)

VIII Radiol Bras 2005;38(5):VII–VIII Descrição das imagens

Figura 1: Lesão lítica expansiva, ligei-ramente insuflativa no corpo vertebral de L4, com discreta redução de sua altura.

Figuras 2 e 3: Tomografia computado-rizada. Lesão lítica expansiva, ligeiramente insuflativa no corpo vertebral de L4, ob-servando-se esclerose reacional periférica. Há rotura do muro posterior com massa sólida de partes moles que invade o espaço epidural anterior.

Figura 4: Ressonância magnética. Le-são infiltrativa do corpo vertebral de L4 apresentando hipossinal em T1, sinal in-termediário em T2 e realce intenso ao meio de contraste. Na imagem axial ponderada em T2 observa-se a massa de partes moles rompendo o muro posterior e invadindo o espaço epidural anterior. Nota-se ligeiro comprometimento dos pedículos de L4.

Figura 5: Biópsia percutânea do corpo vertebral de L4 por via transpedicular, guiada por tomografia computadorizada.

Diagnóstico: Tumor de células gigan-tes da coluna lombar.

COMENTÁRIOS

O tumor de células gigantes (TCG) foi descrito, primeiramente, por Sir Astley Cooper em 1818. Historicamente, essa le-são já teve inúmeros termos, incluindo sarcoma mielóide, tumor de mieloplexo e osteoclastoma(1).

O TCG é um tumor relativamente co-mum, correspondendo a 10% dos tumores primários ósseos e 20% das neoplasias ós-seas benignas. Tipicamente, são lesões benignas e solitárias, sendo descritos

ca-sos de lesões múltiplas (associação com doença de Paget), e em 5% a 10% das ve-zes podem ser malignos.

Diferentemente da maioria das neopla-sias ósseas, o TCG afeta mais as mulheres do que os homens. A grande maioria dos TCG ocorre em pacientes com maturidade óssea completa, entre 20–50 anos de ida-de, com pico de prevalência na terceira década. O quadro clínico é inespecífico, sendo freqüente a queixa de dor, inchaço e limitação dos movimentos no local da lesão. Pode ainda existir fraturas patoló-gicas associadas, que permitem explicar quadro de dor súbita em alguns pacientes (10% dos casos).

Cerca de 90% dos TCG ocorrem pró-ximos nas regiões metaepifisárias dos os-sos longos. O local mais freqüente é o fê-mur distal (50% a 65%). Apenas 10% dos TCG envolvem a coluna vertebral,a gran-de maioria acometendo o sacro, sendo o segundo tumor primário mais freqüente no sacro, apenas atrás do cordoma. Após o acometimento sacral, as localizações ver-tebrais mais freqüentes são, em ordem decrescente de freqüência, as colunas to-rácica, cervical e lombar. O acometimen-to é mais freqüente no corpo vertebral, po-dendo haver envolvimento de elementos do arco posterior associado(2–4).

Radiograficamente, o TCG da coluna vertebral apresenta-se como uma lesão lí-tica, expansiva, sem mineralização ou margens escleróticas. Pode-se observar extensão para elementos posteriores, co-lapso do corpo vertebral e componente de partes moles. Na tomografia computado-rizada, o componente de partes moles,

inclusive no interior da lesão, é melhor identificado. Também é possível observar a ausência de matriz óssea no interior da lesão. Na ressonância magnética, o TCG apresenta-se com sinal intermediário nas seqüências ponderadas em T1, em virtude de áreas hemorrágicas no interior da lesão. Outra característica importante é o sinal baixo/intermediário nas seqüências pon-deradas em T2, devido à presença de co-lágeno no interior da lesão. Estas carac-terísticas permitem diferenciar o TCG de outras lesões comuns da coluna, como metástases e mieloma, que apresentam hipossinal e hipersinal marcados em T2. Também pode-se observar degeneração cística no interior da lesão e formação de níveis líquido-líquido, semelhantes aos observados no cisto ósseo aneurismático, cuja acometimento é mais freqüente em elementos do arco posterior. Estes tumo-res são ricamente vascularizados, tendo realce importante após a injeção endove-nosa do meio de contraste(1,2).

Entre os diagnósticos diferenciais, po-demos incluir o hemangioma cavernoso, o plasmocitoma e metástase.

REFERÊNCIAS

1. Murphey MD, Andrews CL, Flemming DJ, Tem-ple HT, Smith WS, Smirniotopoulos JG. Primary tumors of the spine: radiologic-pathologic corre-lation. RadioGraphics 1996;16:1131–1158. 2. Llauger J, Palmer J, Amores S, Bague S, Camins

A. Primary tumors of the sacrum: diagnostic im-aging. AJR 2000;174:417–424.

3. Meyers SP, Yaw K, Devaney K. Giant cell tumor of the thoracic spine. MR appearance. AJNR 1994; 15:962–964.

Imagem

Figura 5. Imagem axial de tomografia  computa-dorizada.

Referências

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