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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU IAVM

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

IAVM

RESPONSABILIDADE SOCIAL NA GESTÃO EMPRESARIAL DA MICRO E PEQUENA EMPRESA

Por: Luciano Ramos Rolemberg Orientadora

Profª.:AleksandraSliwowska

RIO DE JANEIRO, 2012

(2)

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

IAVM

RESPONSABILIDADE SOCIAL NA GESTÃO EMPRESARIAL DA MICRO E PEQUENA EMPRESA

Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do Mestre – Universidade Candido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Gestão Empresarial.

Por: Luciano Ramos Rolemberg.

(3)

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, que é o único responsável pela história de todos os homens. Que sempre me ajudou a realizar os sonhos e atendeu às minhas preces. E, neste momento, só posso

dizer: Muito Obrigado!

(4)

DEDICATÓRIA

Dedico este estudo aos meus pais, esposa, familiares e amigos, que por vários momentos buscaram um abraço, dividir uma dúvida, contar um caso e eu estava ausente.

Sempre com pressa, devido aos trabalhos e compromissos do curso. O tempo era curto e não me esperava, mas vocês compreendiam e torciam por mim. Sei que foram vocês que me incentivaram a caminhar e agora que concluo mais este desafio, quero sorrir, chorar e dizer que amo muito todos

vocês.

(5)

RESUMO

A Responsabilidade Social apresenta-se como um tema cada vez mais importante no comportamento das organizações, exercendo cidadania empresarial, proporcionando qualidade de vida à população através da conservação do meio ambiente, de outras atividades profissionalizantes e educativas. A RS tornou-se, ainda, uma alavanca metodológica indispensável no que concerne à reputação da empresa, da utilização do marketing social e, consequentemente, valoração de suas ações nos mercados de capitais. O objetivo deste estudo é contribuir para a melhoria do entendimento dos conceitos de Responsabilidade Social e relacionar a lucratividade à responsabilidade social na gestão empresarial das micro e pequenas empresas como também apresentar as perdas empresariais na falta da responsabilidade social. Especificamente, pretende-se mostrar que conduzir os negócios de forma ética e no interesse da coletividade pode mudar o comportamento da gestão empresarial da micro e pequena empresa, a fim de promover mudanças sociais na comunidade onde atua, levando o país a uma prosperidade econômico-social mais justa. Mas, como convencer o pequeno empresário de que atuar com responsabilidade social é lucrativo para sua empresa? Demonstrar-se-á neste estudo que a micro e pequena empresa com a adoção das regras da Responsabilidade Social pode obter lucratividade com redução de impostos; captação de investimentos governamentais; captação do consumidor consciente; fidelização do consumidor consciente e marketing da sustentabilidade sócio-ambiental. Apesar da relevância deste estudo, ainda são escassos os trabalhos acadêmicos ou literaturas a respeito da Responsabilidade Social aplicados às micro e pequenas empresas. Portanto procurou-se centralizar-se a pesquisa no âmbito da técnica de coleta bibliográfica e documental.

Palavras chave: microempresa; pequena empresa, Responsabilidade Social;

lucratividade; gestão empresarial.

(6)

METODOLOGIA

A metodologia usada neste estudo centralizou-se no âmbito da técnica de coleta bibliográfica e documental. Foram pesquisados leis e documentos;

demonstrativos de aferições contábeis e de resultados de atividades sociais em bibliotecas públicas, arquivos e sites da internet, jornais, livros e artigos.

Utilizou--se as técnicas de pesquisa adequadas para a etapa de coleta dos dados apresentadas por Lakatos e Marconi (1982)1; foi utilizado,ainda, neste trabalho a técnica de “documentação indireta”. Na construção do argumento da dissertação, foram usadas as técnicas de pesquisa bibliográfica e documental e, na análise empírica, a técnica da pesquisa bibliográfica. A maioria dos documentos pesquisados para a elaboração do referencial de análise dessa pesquisa são documentos de fonte secundária. Apenas um é de fonte primária e trata-se de algumas informações levantadas pelo IBGE.

As revisões feitas na literatura existente, dentro da perspectiva de Coelho &Dutra( 2000), Ashley (2003), Mayhew (1998, 1999), Adalberto Chiavenato, Takizawa, Torres (2003) e outros estudiosos do tema sobre cidadania empresarial com a finalidade de chegar à sua conceituação e à origem da Responsabilidade Social Empresarial, ao seu histórico no mundo e no Brasil.

Foram feitas pesquisas dentro da SA 8000, e NBR 16001 – A Norma Brasileira de Gestão de Responsabilidade Social e do projeto Ethos-Sebrae de Responsabilidade Social Empresarial para Micro e Pequenas Empresas e suas publicações: Publicação Responsabilidade Social Empresarial para Micro e Pequenas Empresas – Passo a Passo; Publicação complementar Ferramenta de Auto-avaliação e Planejamento – Indicadores de Responsabilidade Social Empresarial para Micro e Pequenas Empresas; Publicação extra Como Fortalecer a Responsabilidade Social nas Relações entre Grandes e Pequenas Empresas;

Banco de práticas empresariais socialmente responsáveis de micro e pequenas

1Lakatos e Marconi (1982) apresentam as seguintes técnicas para a coleta dos dados: documentação indireta, documentação direta, observação direta intensiva e observação direta extensiva.

(7)

empresas consideradas exemplares pelo Instituto Ethos; Treinamento de multiplicadores do Sebrae pelo Instituto Ethos para orientação às micro e pequenas empresas quanto à implantação da responsabilidade social empresarial e à aplicação dos Indicadores Ethos-Sebrae.

(8)

SUMÁRIO

UNIDADES P.

1. INTRODUÇÃO 09

2. RESPONSABILIDADE SOCIAL: CONCEITOS E

HISTÓRIA 13

2.1 CONCEITUAÇÃO 13

2.1.1 AS 7 DIRETRIZES DA RESPONSABILIDADE SOCIAL

E EMPRESARIAL 17

2.2 BREVE HISTÓRICO DA RESPONSABILIDADE SOCIAL 19 2.2.1 BALANÇOS SOCIAIS-1999- MODELO Ibase 21 2.2.2 BALANÇOS SOCIAIS – 1999 – MODELO Ibase DE 60

EMPRESAS QUE PUBLICARAME GANHARAM

O SELO SOCIAL/BETINHO 22

3. A MICRO E A PEQUENA EMPRESA NO BRASIL:

DESEMPENHO NO PERÍODO DE 2001 A 2005 27 3.1 CONCENTRAÇÃO DA ATIVIDADE ECONÔMICA

NA REGIÃO SUDESTE PERÍODO 2001 A 2005 28 3.2 DESEMPENHO DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

NO BRASIL ABRIL 2010 29

3.3 GESTÃO DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS DENTRO DA RESPONSABILIDADE SOCIAL

E LUCRATIVIDADE 30

3.4 RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA NA

MICRO E PEQUENA EMPRESA 31

4 RESPONSABILIDADE SOCIAL & SA 8000 E NBR 16001:

PRINCIPAIS PONTOS 34

4.1 PARCERIA ENTRE O INSTITUTO ETHOS E O SEBRAE 37 4.1.1 INSTITUTO ETHOS DE EMPRESAS E

RESPONSABILIDADE SOCIAL 38

4.2 Sebrae – INSTITUTO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO

E PEQUENAS EMPRESAS 39

4.3 RESPONSABILIDADE SOCIAL E ESTRATÉGIA

EMPREENDEDORA: INVESTIMENTO LUCRATIVO 40

CONCLUSÃO 42

BIBLIOGRAFIA 45

ÍNDICE 49

(9)

1. INTRODUÇÃO

O cenário contemporâneo das pequenas empresas mostra-se favorável ao empreendedor no que diz respeito aos inúmeros incentivos fornecidos pelas políticas públicas do governo federal. No Brasil, segundo pesquisa do Sebrae e Dieese entre 2000 e 2011, há mais de 6 milhões de micro e pequenas empresas.

Este cenário econômico favorável à pequena empresa torna-lhes o mercado competitivo e lhes exige uma atuação diferenciada como imperativo de sobrevivência neste mercado. Há uma quebra de paradigma que se traduz em mudar atitudes empresariais fundamentadas em conceitos de lucros para práticas administrativas mais solidárias, no que concerne às suas interações e responsabilidades sociais com a comunidade com a qual interagem e de onde retiram sua sustentação econômica. Assim sendo, seria de grande relevância que os novos pequenos empreendimentos assumissem em seus projetos de gestão, compromissos e responsabilidades em uma nova dimensão que agregasse novos valores empresariais com enfoque na vida social e na conduta ética da empresa.

O enfoque da administração da pequena empresa estando voltado unicamente para o aspecto econômico e financeiro dos negócios sem dúvida relegará para segundo plano a responsabilidade social o que levará a empresa à situação de desconformidade em relação aos direitos humanos, meio ambiente e às condições de trabalho oferecidas aos seus empregados.

Para que isso não ocorra, faz-se necessário que as pequenas organizações adotem atitudes e políticas justas em conformidade com as leis de direitos humanos e meio ambiente; cuidem da sua relação com funcionários, consumidores e fornecedores. Assim, é fundamental que os pequenos empresários conheçam e utilizem ferramentas adequadas, que possam auxiliar a organização na identificação dos principais caminhos a serem seguidos e planejar ações baseadas em comportamentos socialmente responsáveis.

As micro e pequenas empresas são de grande importância para a economia brasileira porque alavancam o crescimento do país. No primeiro semestre de 2010, segundo dados do BNDS, 24,5% do volume total emprestado pelo banco tiveram como destino as micro e pequenas empresas. Elas foram

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responsáveis por 52,3% de todo o emprego formal em todo o país, o que conforme dados do próprio banco equivale a 13 milhões de trabalhadores em 2010.2

Segundo pesquisa do Sebrae em parceria com o Dieese3 no período de 2000 e 2011, o Brasil teve mais de 6 milhões de micro e pequenas empresas, totalizando 99% dos negócios do país. 51% delas estão sediadas na região sudeste.

Responsáveis por alavancarem o desenvolvimento do país as micro e pequenas empresas existem num mercado cada vez mais competitivo e globalizado, no entanto fazem parte da construção de uma sociedade mais justa e fraterna para todos.

As micro e pequenas empresas bem como as grandes empresas estão inseridas na sociedade e devem atuar conscientes de que o desenvolvimento econômico e o meio ambiente estão intimamente ligados. A degradação e o caos serão inevitáveis na ausência de parcimônia e responsabilidade no uso destes recursos.

No mercado atual, as empresas, as micro e pequenas empresas devem encontrar a via do desenvolvimento sustentável que se assenta em três critérios fundamentais: equidade social, prudência ecológica e eficiência econômica. Este tripé da sustentabilidade ambiental, quando adotado de forma ética pelas empresas, gera lucros financeiros, sociais e ambientais. Não será diferente com as micro e pequenas empresas que têm como maior consumidoras as classes C e D que foram responsáveis por 59% do consumo total no país em 2010 contra os 40% das classes A e B no mesmo período.4

Diante deste cenário francamente otimista, o que se pretende resolver neste estudo é: “Como convencer o pequeno empresário de que atuar com responsabilidade social é lucrativo para sua empresa?”

2http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/a-importancia-das-micro-e-pequenas- empresas-para-a-economia-do-pais/48688/

3http://g1.globo.com/economia/pme/noticia/2012/02/micro-e-pequenas-empresas-sao-99-do-total- no-pais-mostra-pesquisa.html26/02/2012 07h46 - Atualizado em 26/02/2012 07h46

4http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/a-importancia-das-micro-e-pequenas- empresas-para-a-economia-do-pais/48688/

(11)

Este trabalho justifica-se na necessidade dos pequenos empresários conhecerem e utilizarem as ferramentas adequadas que possam auxiliar a organização na hora de identificarem os principais caminhos a serem seguidos e o planejamento de ações fundamentadas em comportamentos socialmente responsáveis.

Segundo Tachizawa (2002)5, os novos tempos caracterizam-se por uma rígida postura dos clientes, voltada à expectativa de interagir com organizações que sejam éticas, com boa imagem institucional no mercado e que atuem de forma ecologicamente responsável

O que se percebe é que a questão ambiental, social e cultural já faz parte das exigências do consumidor contemporâneo. A globalização dos negócios, a conscientização crescente dos atuais consumidores e a disseminação da educação ambiental nas escolas, associações comerciais e até nas instituições religiosas permite traçar o perfil dos novos consumidores.

Ainda, conforme Coelho & Dutra (2000),

a melhoria das condições de vida passa obrigatoriamente por um conjunto de ações que transcende ao importante item de preservação ambiental e se expande para a melhoria das condições de trabalho, assistência médica e social, além de incentivo às atividades culturais, artísticas, bem como à preservação, reforma e manutenção de bens públicos e religiosos.

A Responsabilidade Social está vinculada a uma preocupação real pelo bem estar dos outros e pelo ambiente. O argumento de estudiosos deste aspecto é que o desempenho das atividades das empresas que estão comprometidas com a RS mostra-se mais lucrativo. Megginson e Pietri (1998) acreditam que somente quando a empresa é responsável socialmente é que ela consegue maior credibilidade organizacional e consequentemente maior lucro.

O presente estudo com o enfoque “Responsabilidade Social na Gestão Empresarial da Micro e Pequena Empresa“ tem o objetivo de contribuir para a melhoria do entendimento dos conceitos de responsabilidade social e relacionar a lucratividade à responsabilidade social na gestão empresarial das micro e

5 TACHIZAWA, Takeshy. Gestão ambiental e responsabilidade social corporativa:

estratégias de negócios focadas na realidade brasileira. São Paulo: Atlas, 2002.

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pequenas empresas como também apresentar as perdas empresariais na falta da responsabilidade social.

Pretende-se, ainda, mostrar neste estudo que conduzir os negócios de forma ética e no interesse da coletividade; mudar o comportamento da gestão empresarial da micro e pequena empresa, a fim de promover mudanças sociais na comunidade onde atua, levando o país a uma prosperidade econômico-social mais justa são estratégias lucrativas para as micro e pequenas empresas.

Se se considerar que os gestores das micro e pequenas empresas realmente adotassem as regras da Responsabilidade social para obter lucratividade, seria, dentro desta premissa, de se esperar que elas pudessem ganhar com: a redução de impostos, captação de investimentos governamentais, captação do consumidor, fidelização do consumidor consciente e marketing da sustentabilidade sócio-ambiental.

Este estudo é constituído da seguinte forma: inicialmente apresentam- se o conceito e o histórico da Responsabilidade Social e Empresarial e seus aspectos teóricos; a seguir estabelece-se a evolução da micro e pequena empresa no Brasil, sua importância econômica e seus avanços e a íntima ligação entre Responsabilidade Social da Micro e Pequena Empresa e lucratividade;

posteriormente são apresentadas análises sobre a NBR 16001 e sobre o Projeto Ethos-Sebrae, bem como, a estratégia empreendedora e sua relação com a RS.

Conclui-se com considerações finais sobre o tema em estudo.

(13)

2 . RESPONSABILIDADE SOCIAL: CONCEITOS E HISTÓRIA

2.1 Conceituação

Este capítulo tem a pretensão de conceituar e fornecer dados sobre as implicações da Responsabilidade Social, considerando que as decisões, ações e gestões empresariais são dinâmicas e acontecem em contextos sociais diferenciados. Portanto, os significados de Responsabilidade Social mudam ou adaptam-se conforme o tempo e o contexto.

Tradicionalmente, para o termo Responsabilidade Social – RS – há o correspondente significado de prestação de contas, ficando subtendido que a empresa deve prestar esclarecimentos aos seus investidores e associados sobre seus bens e lucros, sendo vista unicamente como uma fonte geradora de lucros.

Contudo esta visão está ultrapassada e foi substituída pela perspectiva de que uma empresa, seja ela de qualquer porte, não sobrevive só de seu capital, está inserida em determinados meio ambiente e social que se traduzem em recursos naturais como matéria-prima e sociais como pessoas e parcerias na sociedade em que atua. Assim, atualmente, a fim de gerar riquezas, uma empresa precisa satisfazer as necessidades humanas, proporcionar progresso, melhorar a qualidade de vida e relacionar-se com as instituições e públicos variados no local em que estiver inserida.

Posto isso, deve-se reportar-se a Richard Daft6 (1999, p. 88) que assim conceitua a RS: “(...) a obrigação da administração de tomar decisões e ações que irão contribuir para o bem-estar e os interesses da sociedade e da organização.”

Presidente do Instituto Ethos, que divulga o conceito de Responsabilidade Social na sociedade brasileira, OdedGrajew (2001)7 assim define este conceito:

6 DAFT, Richard L. Administração. Tradução. 4. Ed. Rio de Janeiro: Ed. LTC, 1999.

7 GRAJEW. Oded “Evolução e perspectivas da responsabilidade social”Jornal Valor Econômico , Edição n.

301 de 12/02/2001.

_________”Índice para medir solidariedade.” Revista Época p. 55, de 22/05/2000.

_________Instituto Ethos. Disponível em<http://www.ethos.org.br> Acesso em: 20/02/2012.

(14)

“(...) a atitude ética da empresa em todas as suas atividades.

Diz respeito às interações da empresa com funcionários, clientes, acionistas, governo, concorrentes, meio ambiente e comunidade. Os preceitos da responsabilidade social podem balizar, inclusive, todas as atividades políticas empresariais.”

(GRAJEW, Instituto Ethos, 2001).

A Responsabilidade Social – RSE – é uma nova tendência no comportamento das empresas e tem demonstrado que propicia mais vendas, aumenta a fatia no mercado, a lealdade da clientela e a motivação dos colaboradores. Ela é a responsável pela adoção de práticas de negócios sustentáveis. Tornou-se impossível subestimar a importância da RSE para com os consumidores, se se considerar que com a RSE as opções de compras e a competitividade em preços aumentam diariamente. O que se verifica é que ser socialmente responsável é fazer o caminho do desenvolvimento sustentável.

No cenário da gestão empresarial dos novos tempos, há diversos integrantes da sociedade que reclamam exigências no que concerne às novas posturas adotadas pelas organizações baseadas em valores éticos que promovam o desenvolvimento sustentável de toda a sociedade. O Instituto Ethos,8 como difusor dessas idéias, defende que:

“(...) a questão da responsabilidade social vai, portanto, além da postura legal da empresa, da prática filantrópica ou do apoio à comunidade. Significa mudança de atitude, numa perspectiva de gestão empresarial com foco na qualidade das relações e na geração de valor para todos.”

Este pensamento é compartilhado por Ashley (2003)9 ao afirmar que a Responsabilidade Social é a característica que melhor define essa nova postura das empresas. E é unânime a postura entre as empresas e estudiosos do setor de que os negócios precisam ser feitos de forma ética e em consonância com valores morais e, segundo comportamentos aceitos e universalizados gradativamente como:

- preocupação com atitudes éticas e moralmente certas que afetam todas as partes interessadas do negócio;

8 Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, http://www.ethos.org.br/

9ASHLEY, P. A. et al. Ética e responsabilidade social nos negócios.São Paulo: Saraiva, 2003.

(15)

- promoção dos valores e comportamentos morais, que respeitem os direitos humanos, de cidadania e participação na sociedade;

- respeito ao meio ambiente e contribuição para o desenvolvimento sustentável como um todo;

- maior envolvimento das comunidades onde se insere a empresa, contribuindo para o desenvolvimento econômico e social dos indivíduos ou até atuando diretamente na área social.

Entende-se, então, que a Responsabilidade Social centraliza-se na promoção de um comportamento empresarial que integre elementos éticos, sociais e ambientais que, embora não estejam contidos na legislação, atendam as expectativas da sociedade em relação à empresa.

De acordo com Ashley – 200310, a Responsabilidade Social é o compromisso que uma organização deve ter com a sociedade, mediante atos e atitudes que proporcionam resultados positivos e favoráveis às partes envolvidas, independentemente de seu porte.

Diz-se que uma empresa é socialmente responsável à luz do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social (2004)11 quando é regida pelos seguintes princípios:

- Economia: abrange todos os aspectos das interações econômicas da organização. Deve possibilitar uma compreensão da influência do desempenho da organização num sistema econômico ambiental e social.

De acordo com o Instituto Ethos, se no passado o que identificava uma empresa era o preço de seus produtos, a qualidade deles e de seus serviços, hoje a RSE é um aspecto fundamental de competitividade dos negócios no mercado. A economia de uma empresa nos novos tempos está centralizada no investimento e no aperfeiçoamento permanente, segundo o Passo a Passo do Instituto Ethos/Sebrae12:

10ASHLEY, P. A. et al. Ética e responsabilidade social nos negócios.São Paulo: Saraiva, 2003.

11 INSTITUTO ETHOS DE EMPRESAS E RESPONSABILIDADE SOCIAL. Indicadores Ethos de responsabilidade social. São Paulo, 2004.

12 Idem

(16)

de suas relações com todos os públicos dos quais dependem e com os quais se relacionam: clientes, fornecedores, empregados, parceiros e colaboradores. Isso inclui também a comunidade na qual atua, o governo, sem perder de vista a sociedade em geral, que construímos a cada dia.”

- Meio ambiente: contempla os impactos da organização sobre o meio ambiente e recursos naturais e a adoção de políticas e projetos que promovam a proteção do meio ambiente, minimizando os impactos negativos e ampliando os impactos positivos.

Com a adesão à RS, a empresa conquista novos consumidores ou clientes já que a preocupação com a degradação do meio ambiente, a promoção da inclusão social e a responsabilidade com o desenvolvimento da comunidade da qual faz parte são diferenciais significativos no que concerne ao retorno em termos de imagem e condições de competir no mercado.

- Sociedade: refere-se à atuação da organização em relação a práticas trabalhistas, direitos humanos e aspectos mais amplos que afetam os consumidores, os funcionários, as comunidades e outras partes interessadas da sociedade.

De um modo mais simples pode-se resumir estes princípios dentro do conceito de RSE, relacionando-os a ética e a transparência na gestão dos negócios, que conforme o Instituto Ethos13 “deve-se refletir nas decisões cotidianas da empresa que podem causar impactos na sociedade, no meio ambiente e no futuro dos próprios negócios”. Assim, de acordo com o Passo a Passo do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social14,

“(...)a ética nos negócios ocorre quando as decisões de interesse de determinada empresa também respeitam o direito, os valores e os interesses de todos aqueles que, de uma forma ou de outra, são por elas afetados. Assim, uma empresa pode oferecer o melhor produto ou o serviço imaginável para seus consumidores e clientes, mas não estará sendo ética em suas relações em suas relações com a sociedade se, por exemplo, no desenvolvimento de suas atividades não se preocupar com a poluição que gera no meio ambiente. Transparência é outro conceito que muito tem a ver com ética. A falta de transparência na condução dos negócios pode prejudicar não só clientes e consumidores, mas também a própria empresa.

13Idem

14 Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social/Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae)/Passo a Passo

(17)

Se ela sonega, por exemplo, uma informação importante sobre seus produtos e serviços, poderá ser responsabilizada, mais tarde, por omissão.Responsabilidade Social Empresarial, portanto, diz respeito à maneira como as empresasrealizam seus negócios: os critérios que utilizam para a tomada de decisões, os valores quedefinem suas prioridades e os relacionamentos com todos os públicos com os quais interagem,não custa repetir.”

A gestão empresarial responsável é critério para obtenção de financiamentos. A imprensa contemporânea fiscaliza mais as empresas que provocam danos ao meio ambiente e que visam apenas ao lucro; os consumidores estão mais exigentes e conscientes dos resultados de uma gestão que atenda as expectativas sociais, usando seu discurso aliado à prática.

2.1.1 As 7 diretrizes da Responsabilidade Social e Empresarial

15

À luz do Instituto Ethos, as sete Diretrizes que norteiam a Responsabilidade Social Empresarial (RSE) traduzem-se em ações concretas que contribuem “para a melhoria de qualidade dos relacionamentos de sua empresa nas áreas de Valores e Transparência, Público Interno, Meio Ambiente, Fornecedores, Consumidores e Clientes, Comunidade, Governo e Sociedade e são16:

“1- Adote valores e trabalhe com transparência;

2- Valorize empregados e fornecedores;

3- Faça sempre mais pelo meio ambiente;

4- Envolva parceiros e fornecedores;

5- Proteja clientes e consumidores;

6- Promova sua comunidade;

7- Comprometa-se com o bem comum.”

A aplicabilidade dessas diretrizes significa o Passo a Passo, segundo o Instituto Ethos17, e neste estudo apresentar-se-ão algumas delas:

“ (...) 1. Crie e divulgue uma declaração de missão que vai além de lucrar ou ser a melhor;

15Idem

16Ibidem

1717 Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social/Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae)/Passo a Passo

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2. Comprometa-se com as leis trabalhistas, encoraje novas ideias e comentários; incorpore a diversidade como um valor essencial; diversifique na seleção de funcionários; invista na formação de pessoas diversas;

3. Estabeleça uma diretriz contra assédio sexual;

4. Incentive e recompense o desenvolvimento de talentos, dê autonomia aos funcionários, informe sobre o desempenho financeiro da empresa, crie programa de participação nos lucros;

5. Defina e respeite princípios ambientalistas, minimize resíduos, promova o descarte seguro de substâncias tóxicas, use eficazmente energia e água, crie um sistema de reciclagem, trabalhe em parceria com fornecedores e clientes;

6. Clima de colaboração favorece mudanças, formalize um comprometimento quanto a práticas trabalhistas;

7. Promova o uso do produto com segurança e responsabilidade, forneça informações específicas corretas e justas;

8. Identifique os problemas com as quais a comunidade se envolve e busque soluções conjuntas; (...)”

Um dos temas mais discutidos no mundo é a Responsabilidade Social das Empresas. Mas como ele surgiu e o que influenciou o seu aparecimento?

Segundo Torres (2003)18, ações de caráter social não é uma prática recente no meio empresarial.

Correa19et al(2004)relata que a responsabilidade social das empresas não possui um histórico cronologicamente definido. As organizações foram se posicionando positivamente diante da questão social em consequência dos acontecimentos advindos da inovação tecnológica e daqueles sócio-políticos que foram determinantes para ações empresariais de caráter social.

A Responsabilidade Social continua em processo de crescimento no Brasil e no mundo e vale realizar a seguir uma abordagem histórica do seu surgimento.

18 TORRES, Ciro. Capítulo 2. Responsabilidade social das empresas. In: Fórum Responsabilidade e balanço social: Coletânea de textos. SESI, 2003.

19 CORREA, Lindanalva da V. P, et al. Responsabilidade social: voluntariado na Alumar – gestão da participação cidadã. Monografia de conclusão de curso (graduação em administração, habilitação em análise de sistemas). São Luís: FAMA, 2004.

(19)

2.2 Breve Histórico da Responsabilidade Social

Desde a década de 30 a Responsabilidade Social já era uma idéia discutida nos Estados Unidos. Conforme LUCA (1998)20, a partir dos anos 60 a RS começou a ser apresentada em balanços sociais pelas grandes empresas através de relatórios anuais contendo um resumo obtido de suas políticas sociais.

Na verdade, durante as décadas de 50 e 60 as empresas americanas acreditavam que “o poder traz responsabilidades” dentro dos princípios da caridade e da custódia assumidos e as empresas que não assumiam estes princípios tiveram que aceitá-los, uma vez que certamente seriam obrigadas pelo governo a assumi-los.

As décadas de 70 e 80 foram marcadas por profundas dúvidas de como e quando as empresas deveriam responder sobre suas obrigações. Sociais.

Nesta década, a preocupação com a ética social na empresa nos Estados Unidos tornou-se matéria de estudos e debates entre filósofos e empresários.

Exacerbada pelo escândalo Watergate no governo Nixon, a ética torna-se disciplina em discussão entre professores e acadêmicos, alcançando toda a Europa. E apesar do tema ter-se desenvolvido na Alemanha entre 200 empresas, é formalizado na França que obrigou, oficialmente, as empresas a fazerem balanços periódicos de seus desempenhos sociais no tocante à mão de obra e às condições de trabalho.

O Compacto Global é lançado no início de 1999 por Kofi Annan, Secretário Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Este documento pede aos chefes e donos de empresas no mundo dos negócios que seja aplicado um conjunto de princípios concernentes aos direitos humanos, trabalhistas e as questões ambientais.

Os Ministros da Organização para Cooperação Econômica e Desenvolvimento (OCED) com 29 países membros aprovaram um conjunto de instruções, estabelecendo princípios voluntários e padrões de conduta e de responsabilidade corporativa com o meio ambiente, condições de trabalho e direitos humanos para cobrirem a atividade de empresas multinacionais sediadas nos países membros da OCD.

20 LUCA, Marcia Martins Mendes de. Demonstração do valor adicionado: do cálculo da riqueza criada pela empresa ao valor do PIB. 1. Ed. São Paulo. Atlas: 1998.

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Em 2001, A Comissão das Comunidades Européias (2001, p 3-4)21 reunida em Bruxelas, Bélgica, apresentou à comunidade internacional uma publicação intitulada Livro Verde sob o título “Promover um quadro Europeu para a responsabilidade social das empresas” que objetivou divulgar e debater a promoção da responsabilidade social pelas empresas na União Européia e no mundo.

O 2º Fórum Social Mundial, realizado em Porto Alegre- RS - no período de 30 de janeiro a 5 de fevereiro de 2002, em 6 dias, reuniu Organizações Não- Governamentais (ONGs), movimentos sociais e cidadãos do mundo inteiro que debateram sobre problemas, globalização, meios de superação da pobreza, direitos humanos, proteção ao meio ambiente, acesso à saúde e à educação, a questão cultural e a responsabilidade social. (LISBOA, 2002)22.

No Brasil, O Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (IBASE) – através de Herbert de Souza, o Betinho, foi o pioneiro na discussão de relatórios corporativos com enfoque social no Brasil. O IBASE propôs um modelo que se trata de um demonstrativo anual publicado pela empresa - reunindo um conjunto de informações sobre projetos, benefícios e ações sociais dirigidas aos empregados, investidores, analistas de mercado, acionistas e à comunidade - cuja discussão iniciou-se em 1997. Atualmente, este modelo, considerado de grande simplicidade e caráter voluntário, é hegemônico no Brasil e é atraente.

O processo de reconhecimento de sua necessidade e implantação da RS no Brasil foi mais lento que nos Estados Unidos e Europa. O fim do regime militar e da repressão política no Brasil faz com que a sociedade civil organizada atue na promoção de políticas de cunho social. É a partir da década de 90 que o Brasil vê surgir diversas organizações não governamentais e o crescimento não igualitário dos anos do “milagre econômico”.

Considera-se o marco da aproximação dos empresários com as ações sociais o Lançamento da Campanha Nacional da Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida pelo IBASE e o sociólogo Betinho em 1993 com o apoio do Pensamento Nacional das Bases Empresariais (PNBE).

21 COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS. Livro verde: promover um quadro europeu para a responsabilidade social das empresas. Bruxelas. [s. Ed.], 2001.

22 LISBOA. Marijane. O Fórum Mundial Social. Greenpeace Brasil. Disponível em http.//www.

Greenpeace.org.brqqfsm2009/newa/2002fev05.asp

(21)

No ano de 1995 foi criado o GIFE, a primeira entidade que incorporou o termo cidadania empresarial às atividades que as empresas realizassem objetivando melhoria e transformação da sociedade.

Em 1997, o sociólogo Betinho lança a campanha nacional para divulgação do balanço social, apoiado por lideranças empresariais da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), do jornal Gazeta Mercantil, de empresas – Banco do Brasil, Usiminas, etc – e de suas instituições representativas - Firjan, Abrasca, Abamec, Febraban, etc – a campanha foi uma vitória e deu origem a debates na mídia, encontros, seminários e simpósios.

Em nova parceria com a Gazeta Mercantil, o IBASE, em 1998, lança o Selo de Balanço Social que estimula a participação das companhias. Este selo é oferecido a todas as empresas que divulgarem o balanço social no modelo proposto pelo IBASE.

No ano de 1998, OdedGrajew fundou o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social. Uma ponte entre empresários e causas sociais, o Instituto visa à disseminação da prática social através de publicações, experiências vivenciadas, programa e eventos para seus associados. O Instituto Ethos é um parceiro importante para o desenvolvimento social, econômico e ambientalmente sustentável além de incentivar à formação de uma cultura empresarial inovadora fundamentada na ética, princípios e valores.

É 68 o número de empresas a publicar seu balanço social no Brasil em 1999. 60 delas ganharam o Selo Social/Ibase/Betinho.

2.2.1 Balanços Sociais 1999 – modelo Ibase

Os primeiros balanços sociais no Brasil apareceram na década de 80.

O primeiro documento deste gênero foi o da empresa Estatal Nitrofértil, realizado em 1984, seguido pelo Ibase, primeira organização não-governamental que publicou seu balanço. Presidida por Herbert de Souza, o Betinho. Em 1997, ele lançou uma campanha pela divulgação voluntária do balanço social e um modelo simplificado de autoavaliação das ações das empresas.

Esta proposta teve o apoio e a participação de lideranças empresariais, gerando debates através da mídia, seminários e fóruns. Em 1999, 68 empresas

(22)

brasileiras publicaram seu balanço social. Deste número, 60 ganharam o Selo Balanço Social Ibase/Betinho. “O selo é conferido anualmente a todas as empresas que publicam o balanço social no modelo sugerido pelo Ibase, dentro da metodologia e dos critérios propostos”23.

“O Selo Balanço Social Ibase/Betinho demonstra que a empresa já deu o primeiro passo para tornar-se uma verdadeira empresa-cidadã, comprometida com a qualidade de vida dos funcionários, da comunidade e do meio ambiente;

apresenta publicamente seus investimentos internos e externos através da divulgação anual do seu balanço social.”24

São 60 empresas cujos balanços sociais foram publicados no modelo Ibase no ano de 1999 e que ganharam o Selo Social Ibase/Betinho:

2.2.2 Balanços Sociais 1999 – modelo Ibase de 60 empresas que publicaram e ganharam o Selo Social Ibase/Betinho

25

:

“1.Acesita – www.acesita.com.br

2.Aché Laboratórios Farmacéuticos – www.ache.com.br

3.AES Sul Distribuidora Gaúcha de Energia www.aessul.com.br

4.Asbace ATP – www.asbace.com.br 5.Banco do Brasil – www.bb.com.br 6.Banco Itaú – www.itau.com.br

7.Belgo Mineira – www.belgomineira.com.br 8.BR Distribuidora – www.br-petrobras.com.br 9.Brasil Telecom – www.brasiltelecom.com.br

10.Caesb – Cia de Saneamento do Distrito Federal – www.caesb.df.gov.br

11.Caiuá Serviços de Eletricidade – www.caiua.com.br 12.Calçados Azaléia – www.azaleia.com.br

13.Cecrisa – www.cecrisa.com.br

14.Celpa – Centrais Elétricas do Pará – www.celpa.com.br 15.Celtins – Cia de Energia Elétrica do Estado do Tocantins – www.celtins.com.br

23w.balancosocial.org.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm

24idem

25http://www.balancosocial.org.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm

(23)

16.Cepisa – Cia Energética do Piauí – www.cepisa.com.br 17.CET – Cia de Engenharia de Tráfego de São Paulo – www.cetsp.com.br

18.Cia Força e Luz do Oeste – www.gruporede.com.br/oeste 19.Cia Nitro Química Brasileira – www.nitroquimica.com.br 20.Cia Nacional de Energia Elétrica – www.gruporede.com.br 21.Cohab – Cia de habitação do Estado do Pará – www.cohab.pa.gov.br

22.Copel – Cia Paranaense de Energia Elétrica – www.copel.com

23.Copesul – Cia Petroquímica do Sul – www.copesul.com.br 24.Cosipa – Cia Siderúrgica Paulista – www.cosipa.com.br 25.CPTM – Cia Paulista de Trens Metropolitanos – www.cptm.com.br

26.CSN – Cia Siderúrgica Nacional – www.csn.com.br

27.Cteep – Cia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista – www.cteep.com.br

28.CVRD – Cia Vale do Rio Doce (Vale) – www.cvrd.com.br 29.De Nadai Alimentação – www.denadai.com.br

30.ECT DirReg RS – Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos –

www.correios.com.br

31.EEB Empresa Elétrica Bragantina S/A www.gruporede.com.br/bragatina

32.Eletrobrás Centrais Elétricas Brasileiras S/A www.eletrobras.gov.br

33.Eletronuclear Eletrobrás Termonuclear www.eletronuclear.gov.br

34.Embraer – Empresa Brasileira de Aeronáutica S/A – www.embraer.com.br

35.Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – www.embrapa.gov.br

36.Embratel – Empresa Brasileira de Telecomunicações S/A – www.embratel.com.br

37.Emepa – Empresa Estadual de Pesquisa da Paraíba – www.emepa.org.br

(24)

38.Emparn – Empresa Energética de Pesquisa Agropecuária – www.emparn.rn.gov.br

39.Epamig – Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais –

www.epamig.br

40.EPTE – Empresa Paulista de Transmissão de Energia Elétrica –

www.cteep.com.br

41.Escelsa Espírito Santo Centrais Elétricas www.escelsa.com.br

42.Escola de Turismo e Hotelaria Barreira Roxa – www.barreiraroxa.com.br

43.Fersol – www.fersol.com.br

44.Furnas Centrais Elétricas – www.furnas.gov.br 45.General Motors do Brasil – www.gmb.com.br 46.Grupo Inepar – www.inepar.com.br

47.Grupo Pão de Açúcar – www.grupopaodeacucar.com.br 48.Intermédica Saúde – www.intermedica.com.br

49.Light Serviços de Eletricidade S/A – www.lightrio.com.br 50.Marisol S/A – www.marisol.com.br

51.MBR – Minerações Brasileiras Reunidas – www.mbr.com.br 52.Organon do Brasil Ind. Com. de Akzo Nobel Ltda (Divisão Organon) –

www.organon.com.br

53.Pesagro-Rio – Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro – www.pesagro.rj.gov.br

54.Petrobrás – Petróleo Brasileiro S/A – www.petrobras.com.br 55.Petroflex Indústria e Comércio S/A – www.petroflex.com.br 56.Randon S/A Implementos e Participações www.randon.com.br

57.SAR Sul América Refrigeração www.sulamericarefrigeracao.com.br

58.Trensurb – Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre S/A

www.trensurb.gov.br

(25)

59.Usiminas – Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S/A – www.usiminas.com.br

60.Votorantim Celulose e Papel – www.vcp.com.br”

Para fortalecer o movimento pela Responsabilidade Social no Brasil em 2000, o Instituto Ethos concebeu os Indicadores Ethos como um sistema de avaliação de estágio em que se encontram as práticas de Responsabilidade Social nas empresas. Além disso, o Ethos vem promovendo, anualmente, a realização da Conferência Nacional de Empresas e Responsabilidade Social no mês de junho em São Paulo. A primeira, realizada em 2000 foi prestigiada por mais de 400 pessoas. Na Conferência de 2001 estiveram presentes 628 pessoas, representando empresas; fundações; ONGs; instituições governamentais; centros de pesquisas e universidades. A Conferência Nacional de 2002 teve como tema central a Gestão e o Impacto Social. Instituto Ethos, 2002.

O Instituto Ethos continua ao longo dos anos, realizando a Conferência Nacional, para discutir temas contemporâneos e necessários com enfoque na Responsabilidade Social das Empresas:

Lançada em 24 de fevereiro de 2011, em São Paulo, a Plataforma por uma Economia Inclusiva, Verde e Responsável é um documento que traça diretrizes básicas para a atuação das empresas num movimento nacional que estimule a transição da sociedade para uma nova economia.

De acordo com Jorge Abrahão, a idéia é “atuar na articulação de forças para influenciar o governo, promover o diálogo, reunir os agentes sociais e econômicos, criar agendas e buscar regulamentações, entre outras ações”.26

Segundo Jorge Abrahão, uma transformação social seria mais abrangente se houvesse a construção de um projeto nacional de desenvolvimento sustentável que chegasse “às políticas públicas, às regulamentações capazes de acelerar o processo.” No entanto, muitas vezes, o governo fica esperando um apoio, uma base social para promover as mudanças”, conclui Abrahão.

Em 2008, o Instituto Ethos tomou para si a atitude de ser mais incisivo no objetivode levar os princípios e valores éticos para outras esferas da sociedade. Conforme afirma Paulo Itacarambi, vice-presidente do Ethos, em consequência desta atitude “desenvolveu-se o processo de construção de uma

26http://www1.ethos.org.br /EthosWeb/pt/5151/servicos_do_portal/

noticias/itens/instituto_ethos_e_parceiros_lancam_ plataforma_por_uma_nova_economia.aspx

(26)

proposta que refletisse o pensamento das empresas mais avançadas em responsabilidade social empresarial (RSE)”.

O Ethos elaborou uma proposta desafiadora e a apresentou a seus parceiros e associados. “Foram cerca de 50 interlocutores. A cada conversa a proposta era modificada. Acho que foi um projeto coletivo mesmo”, conta Itacarambi e explica:

“Depois houve a discussão da proposta em plenária da Conferência Nacional Ethos 2009, com mais de 1000 pessoas, o que não só aprofundou e atualizou o documento como deixou claro que o foco da nova trajetória do Ethos era contribuir para a transição da economia.”27

. Para concretizar a proposta foram contatadas instituições e empresas praticantes de RSE e que realmente acreditassem na iniciativa para a partir daí extrair uma proposta com os mesmos ideais da sociedade.

A aceitação da proposta superou as expectativas, resultado que levou Paulo Itacarambi a concluir que:

“Será muito importante investir em novas soluções, para romper paradigmas e padrões, bem como para mobilizar, trazer mais empresas e toda a sociedade para esse processo. Mas será preciso, sobretudo, ter os valores éticos como centrais na transição para a nova economia, porque, se persistirem as desigualdades e a exclusão, não haverá sustentabilidade”,

“(...)”

Para o Instituto Ethos, o momento é de alianças com o governo e com a sociedade no objetivo comum de quebrar velhos paradigmas, inovar nas práticas sociais dentro das políticas públicas e empresariais para aumentar a inclusão social.

O Capítulo seguinte irá estabelecer a evolução da micro e pequena empresa no Brasil e os resultados no âmbito econômico, social e ambiental de sua adesão à Responsabilidade Social Empresarial, além de demonstrar sua importância econômica e seus avanços no país e a lucratividade.

27 Idem

(27)

3. A MICRO E A PEQUENA EMPRESA NO BRASIL:

DESEMPENHO NO PERÍODO DE 2001 A 2005

O conjunto de dados referentes às micro e pequenas empresas são extremamente reveladores do desempenho destes segmentos na atividade econômica do Brasil. Quando são confrontados, estes dados revelam a capacidade de geração de postos de trabalho no mercado brasileiro e a participação significativa no crescimento de estabelecimentos no país.

Segundo a base de dados da Relação Anual de Informações Sociais – Rais28 no período de 2001 a 2005, as micro e pequenas empresas foram responsáveis por aproximadamente 52% dos empregos formais urbanos no Brasil. O crescimento dos empregos ficou assim distribuído: as microempresas geraram em média uma taxa de 4,4 % a.a. dos empregos formais urbanos; nas pequenas empresas a taxa de empregos correspondeu a 5,4%. A soma deste crescimento representou a geração de 2,2 milhões de vagas de trabalho neste período, fazendo uma média de 550 mil postos por ano. Este crescimento foi acompanhado pelo aumento no número de estabelecimentos: as microempresas ampliaram-se a uma taxa de 4,4% a.a. e o crescimento anual das pequenas empresas na ordem de 5,7%diante dos 4,4 % de crescimento a.a. para o total das empresas, independentemente do seu porte. O resultado desta participação da micro e pequena empresa no conjunto dos estabelecimentos criados no país está representado em 97,5% do total entre 2001 e 2005. No ano de 2004, as micro e pequenas empresas passaram o total dos dois milhões de empresas formais e de doze milhões e meio de empregos urbanos formais.

Ainda, conforme os dados da Relação Anual de Informações Sociais – Rais, no que diz respeito ao aspecto setorial, as micro e pequenas empresas do setor de comércio e de serviços totalizaram 83% do universo de estabelecimentos formais brasileiros em 2005, significando 1,7% milhão de estabelecimentos. No período, no segmento das microempresas, o aumento no total de estabelecimentos comerciais registrou uma taxa de 23% - um incremento de 18%

para o conjunto dos setores. As pequenas empresas cresceram 34% no setor de

28http://www.rais.gov.br/

(28)

comércio seguido do de serviços numa taxa de 20%. Estes dois segmentos de atividades são responsáveis pela geração de mais de 9 milhões de empregos.

Tomando como paradigma o setor industrial, as micro e pequenas empresas foram responsáveis por 43% do emprego industrial formal urbano em um total de 2,9% milhões de empregos no mesmo período de 2001 a 2005.

3.1 Concentração da atividade econômica na região Sudeste – período 2001 a 2005

A região Sudeste possui uma expressiva concentração da atividade econômica. Em 2005, 52% dos estabelecimentos brasileiros estavam localizados nesta região; no estado de São Paulo encontravam-se 54% do total das microempresas e 55% das pequenas empresas do Sudeste. Segundo dados da Relação Anual de Informações Sociais – Rais29, em 2005, os resultados da região Sudeste agregados aos da Sul possuíam aproximadamente ¾ do total de estabelecimentos da economia formal urbana do país estavam nessas áreas, restando, portanto, apenas ¼ dos estabelecimentos distribuídos nas outras três regiões: Norte (3,4%); Nordeste (14,5%) e Centro-Oeste (7,6%). No que concernia às micro e pequenas empresas, estes dados de concentração regional eram mantidos.

No aspecto da distribuição dos empregos formais urbanos em cada região e, de acordo com os setores de atividade econômica, nas microempresas, o comércio mostrava variação em sua participação relativa que ia de 39%, na região Sul a 47% na Norte com uma participação média nacional de 41%. O setor de serviços teve participação que variava de 29% na região Norte, 35% na região Sudeste frente à média nacional que se situava em 33%.

O Rio de Janeiro com 51% e o Distrito Federal com 48% destacaram- se em criação de empregos formais por microempresas que suplantaram o de Comércio em 2005.

No tocante às taxas de crescimento do emprego entre 2001 a 2005 entre o interior e as capitais houve variações relevantes de acordo com o porte

29 Idem

(29)

das empresas. No interior do país, as microempresas responderam com um crescimento na ordem de 38% contra um decréscimo de 6% nas capitais. Nesta esteira evolutiva, as pequenas empresas cresceram 27% na capital e 21% no interior.

Numa análise das empresas de todos os portes no mesmo período, o emprego cresceu 26,5% contra 18,5% nas capitais. Totalizando a distribuição do emprego formal urbano entre capital e interior, o crescimento ficou em 23,2% no período.

A microempresa contribuiu com 66% dos empregos no interior contra 34% nas capitais em 2001, alterando significativamente a distribuição de 2001 que respondia com 57% no interior e de 43% nas capitais. A pequena empresa teve resultados entre 2001 e 2005 de 62% empregos formais urbanos distribuídos no interior e 38% na capital em 2005; e 63% e 37%, em 2001.

Considerando todos os setores, no quesito remuneração média nas micro e pequenas empresas, havia a seguinte distribuição: no Sul, estas empresas atingiram a maior participação na massa com 45,0%; no Sudeste foram 35,7% e nas outras regiões, foram 40,0%. No Brasil, do total da remuneração das micro e pequenas empresas, a representação foi de 38,2%.

Entre 2003 e 2005, as micro e pequenas empresas tiveram a recuperação da remuneração real na ordem de 2,6%. Nas grandes empresas esta taxa ficou em 0,5%.

3.2 Desempenho das micro e pequenas empresas no Brasil - abril - 2010

Os números do CAGED30, publicados pelo Ministério do Trabalho, mostram saldo de empregos correspondente a 305,1 mil novos empregos com carteira assinada; número recorde em abril. O crescimento foi de 0,91% em relação ao mês anterior.

O CAGED viu registrar no primeiro quadrimestre de 2010 a geração de 962,3 mil postos de trabalho, considerado o maior saldo até a data.

30https://granulito.mte.gov.br/portalcaged/paginas/recepcao/TL_022_TransmitirArquivoWeb.xhtmlhttp://port al.mte.gov.br/caged/

(30)

Foi vinte e quatro o número de estados que expandiram o nível de emprego. No Sudeste, São Paulo e Minas Gerais lideraram a geração de empregos.

As micro e pequenas empresas geraram em abril de 2010 67,1% do saldo líquido de empregos no país: 44,8% foi fruto das contratações nos empreendimentos que empregam até 4 trabalhadores; participaram com 14,7 % do saldo total quem gerou entre 20 e 29 vagas de trabalho; os 7,6% do saldo total são das empresas que empregam entre 5 e 19 trabalhadores.

3.3 Gestão das micro e pequenas empresas dentro da Responsabilidade Social e lucratividade

O sucesso das empresas está vinculado ao conhecimento dos mercados, às tecnologias às abordagens da empresa com os diversos públicos e às abordagens emergentes da administração. Quando a atitude dos consumidores tornou-se exigir que as empresas tivessem maior compromisso social, ficou perceptível para elas a necessidade de mudar suas estratégias a fim de não terem suas vendas comprometidas. Antes, a lucratividade era basicamente centrada no produto, ou seja, preço, qualidade, marca e atendimento ao consumidor. Depois, agregou-se o meio ambiente. Por fim, veio a importância da relação da empresa com os diversos públicos, como funcionários, consumidores, fornecedores e comunidade. “Posto assim, o ambiente passa a ser um novo atributo à lucratividade, fazendo com que as empresas incorporem avaliações sociais em seus planejamentos” (MATTAR, 2002)31.

Um dos aspectos da Responsabilidade Social é tomá-la como postura estratégica empresarial. Neste caso há a busca do negócio em termos de faturamento, market e share e vendas. Tem-se a RS como ação social estratégica.

Conforme Mintzberg e Quinn32, “a estratégia é uma força mediadora entre uma empresa e seu meio, consistindo em um padrão de tomada de decisões para fazer face a esse meio”

31 MATTAR, Hélio. Os novos desafios da responsabilidade social empresarial, Instituto Ethos Reflexão, São Paulo (SP), 2002.

32 MINTZBERG, H.; e QUINN, J.B. O processo da estratégia. 3.ed. Porto Alegre: Bookman, 2001.

(31)

Esta definição é uma proposta que diz respeito ao meio, ao ecossistema. E é neste meio que as ações sociais devem atuar. Assim o administrador deve levar em conta todos os componentes do meio para tomar decisões estratégicas.

Outro enfoque é a Responsabilidade Social como estratégia de marketing institucional que consiste em criar, manter ou alterar atitudes dos comportamentos dos clientes-alvo para com uma organização. A empresa executa atividades para vender a própria empresa. Assim, a Responsabilidade Social é exercida de modo orientado a melhorar a imagem institucional da empresa, ensejando a melhoria de sua reputação.

Essas abordagens e algumas outras que não foram citadas neste estudo mostram que são variadas as abordagens estratégicas para implantação da Responsabilidade Social em uma empresa independentemente do tamanho da organização ou do capital disponível. Demonstra, ainda, que a Responsabilidade Social é fator de um grande potencial estratégico e de lucratividade na empresa de grande porte, nas micro e pequenas empresas.

3.4 Responsabilidade Social Corporativa na micro e pequena empresa

As micro e pequenas empresas atuam estreitamente próximas às comunidades, são agentes de desenvolvimento social local por que geram emprego e renda na comunidade. Sua atuação é feita no próprio mercado, além disso, os membros da comunidade são clientes e consumidores dos seus produtos e serviços.

Em vista desta proximidade e do entrelaçamento de interesses, as micro e pequenas empresas cuidam da sua reputação e imagem com o mercado e a comunidade onde se inserem, pois, de ambos depende o seu sucesso como empresa e como negócio.

Quando têm origem na própria comunidade, o micro e o pequeno empresário sabem e vivenciam os problemas que afetam as pessoas que vivem em torno da sua empresa, já que elas são afetadas pelos problemas sociais gerados no âmbito da própria comunidade.

(32)

Há que se lembrar que a consciência social do micro e pequeno empresário pode ser até maior do que a dos grandes empresários, tendo em vista que ele próprio é partícipe ou expectador do problema social daquela comunidade e da baixa qualidade de vida ali existente. Aspecto que se torna um entrave para o desenvolvimento do seu próprio negócio.

Conforme, DIAS e DUARTE (1986;36)33,

(...) Quase todos os males que afetam nossa sociedade, têm com ela vínculos facilmente perceptíveis. Elas são vistas como fonte de riqueza e criadoras de tecnologia, elementos indispensáveis à solução dos problemas sociais. Graças ao aperfeiçoamento e à difusão dos meios de formação e informação, hoje é mais fácil entender o funcionamento da economia e as relações entre vários parceiros do mundo econômico. Tal conhecimento reforça as reivindicações dos trabalhadores e da sociedade, no sentido de obterem maior participação nos benefícios resultantes da atividade econômica.

As micro e pequenas empresas têm papeis relevantes a desempenhar nessas comunidades em que se inserem: o primeiro refere-se ao seu próprio desempenho como agente de formação e capacitação da mão-de-obra desqualificada e com incipiente grau de instrução; o segundo é que ele transforma-se em agente de informação dado ao seu papel de referência das expectativas das pessoas no que diz respeito às transformações sociais e econômicas locais. A micro e pequena empresa são vistas com credibilidade, respeitabilidade e é responsável pelo crescimento da sociedade local.

A micro e pequena empresa desempenham significativamente a sua vocação social ao redimensionarem seus vínculos com a comunidade, com o cliente e cria parcerias com o governo e demais entidades da comunidade.

A contribuição social não traz apenas vantagens para as comunidades.

Ela rende lucro para as micro e pequenas empresas já que a ausência de ações sociais afetam suas imagens e pode até mesmo reduzir suas vendas.

Não se pode esperar que a atuação social da micro e pequena empresa focalizem apenas os benefícios gerados para a comunidade. O pequeno negócio necessita de vida saudável e sustentabilidade o que significa lucros a

33 DUARTE, G. D.& DIAS, J. M. A. M. Responsabilidade Social: A empresa hoje. Rio de Janeiro;

São Paulo: LTC; Fundação Assistencial Brahma, 1986.

(33)

curto e médio prazos. A maximização do lucro e o exercício da responsabilidade social são compatíveis.

Hummes apudeSouza Filho (2001, p. 172)34, afirma que:

“o lucro das empresas é um importante instrumento não só de sobrevivência das empresas, mas também da medição do sucesso que tiveram em atender as necessidades de bens e serviços da sociedade. Muitos aspectos da empresa fogem às simples considerações contábeis. Os resultados demonstrados no balanço econômico podem parecer brilhantes e promissores e, contudo, os verdadeiros objetivos da empresa talvez não tenham sido atingidos”

Sendo assim, é preciso considerar, além do resultado financeiro, o resultado sobre o bem-estar de todos aqueles que, direta ou indiretamente, relacionam-se com a companhia.

Foi possível perceber neste capítulo que empresas de qualquer porte que adotam a Responsabilidade Social podem conseguir muitas vantagens nos mais variados aspectos, fidelizam a clientela, têm imagem positiva diante do mercado e lucram com isto, aumentam sua produtividade e são responsáveis por uma sociedade mais justa, que em última instância, será imprescindível para a continuidade e lucratividade da empresa.

Mostrou-se, também, que as micro e pequenas empresas crescem muito no Brasil, contudo a incidência deste crescimento tem sido maior na região Sudeste, além disso, elas têm sido, nos últimos anos, a alvanca propulsora de geração de empregos e renda por todo o país.

No capítulo a seguir destacar-se-ão algumas análises sobre a NBR 16001, Projeto Ethos Sebrae, a estratégia empreendedora e sua relação com a Responsabilidade Empresarial.

34SOUZA FILHO, José Vicente de. Responsabilidade social. Revista Unicastelo. São Paulo, ano 4, n. 6, nov./2001.

(34)

4. RESPONSABILIDADE SOCIAL & SA 8000 E NBR 16001: PRINCIPAIS PONTOS

A SA 8000 é uma certificação de caráter multinacional lançada em 1997 pela SAI - Social Accoutability International - com conceitos significativos sobre questões tais como: proteção à criança, ao trabalhador em regime semiescravo, à saúde, segurança e discriminação.

A NBR 16001 é uma norma da ABNT- Associação Brasileira de Normas Técnicas – lançada em 2004, que além de conter estes critérios é mais sistêmica e bem planejada, pois se preocupa com que a empresa crie um sistema de gestão de Responsabilidade Social eficaz, permitindo a formulação e implementação de uma política e objetivos que levem em consideração “as exigências legais, seu compromissos éticos e sua preocupação com a promoção da cidadania e do desenvolvimento sustentável, além da transparência das suas atividades”35.

Conforme Ursine & Sekiguchi36, os aspectos mais importantes desta estão assim discriminados:

-É aplicável a todos os tipos e portes de organização. Embora o público usual de normas de sistemas de gestão sejam as grandes corporações, essa norma foi redigida de forma a aplicar-se também às pequenas e médias empresas, de qualquer setor, bem como às demais organizações públicas ou do terceiro setor que tiverem interesse em aplicá-las;

-Entendimento amplo do tema “Responsabilidade Social”. Essa norma incorporou o conceito mais amplo de Responsabilidade Social, ao aproximá-lo do desenvolvimento sustentável e incluir em seu cerne o engajamento e a visão das partes interessadas;

-Necessidade de comprometimento dos funcionários e dirigentes de todos os níveis e funções. Em diversos pontos da norma ressalta-se necessidade de comprometimento dos dirigentes e funcionários de todos os níveis e funções, em especial os da alta direção, uma vez que se trata de um tema transversal;

-Necessidade de uma política da responsabilidade social e o desenvolvimento de programas com objetivos e metas. A norma prescreve que a alta administração deve definir a

35http://www.inmetro.gov.br/qualidade/responsabilidade_social/norma_nacional.asp

36 URSINI, T.R.; SEKIGUCHI, C. Desenvolvimento sustentável e responsabilidade social: rumo à terceira geração de normas ISO. In: UNIEMP INOVAÇÃO: INOVAÇÃO E RESPONSABILIDADE SOCIAL, São Paulo: Instituto Uniemp.

Referências

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