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3. ANÁLISE DA ÁREA Localização da Área de Intervenção

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3. ANÁLISE DA ÁREA

3.1. Localização da Área de Intervenção

Figura 7 - Mapa de Localização da Área de Estudo em Goiânia.

Fonte: SEPLAN, com intervenções do autor, 2010.

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Figura 8: Detalhe da área em estudo demarcada em vermelho, com as imagens dos principais marcos de Campinas.

Fonte: Imagem do Google Earth com intervenção do autor, 2010.

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O bairro de Campinas, localizado na zona central do município de Goiânia, possui uma urbanização marcada pelo simbolismo religioso, já que o desenvolvimento do bairro se deu após a vinda dos padres redentoristas alemães e das irmãs franciscanas, e esse simbolismo é reafirmado por seus equipamentos: Igreja Matriz, Colégio e Capela Santa Clara, o edifício do Centro Cultural Gustav Ritter, (onde anteriormente era localizadaa casa dos padres redentoristas), a chácara de retiro das irmãs franciscanas e a Igreja São José.

Sua principal ligação à cidade de Goiânia se dá através da Avenida Anhanguera que é um importante eixo de ligação Leste-Oeste, onde acontecem comércios, e serviços.

“Considerando que Campinas se acha situada num ponto cêntrico da parte mais povoada do Estado e sua topografia, das mais apropriadas e belas para a construção de uma cidade urbanamente moderna, entre um vasto perímetro de terras de ótima cultura, toda coberta de mata superior qualidade e que enormemente facilitarão a construção da nova cidade.”(Campos, 1985, p.45).

O crescimento de Campinas foi “controlado” pelos córregos que circundam a região, Córrego Cascavel e Ribeirão Anicuns, a oeste e a norte respectivamente, que se fizeram limitadores desde sua fundação. Por isso, sua expansão se deu principalmente na direção Sul, (ver figura 9). Logo, vias importantes da capital, como a Avenida Anhanguera e a Avenida

Castelo Branco que percorrem de Noroeste a Sudeste tornaram- se as novas barreiras de expansão, fazendo com que se consolidassem os limites da antiga cidade e novo bairro da capital.

A imagem do bairro campineiro para seus moradores e usuários é a de um local onde existe interação entre as pessoas, existe um ar intimista, ou existia, porque com o tempo, grandes avenidas passaram a atravessar o bairro e cheias de movimento

Figura 9: Setor Campinas e Bairros adjacentes. Em azul, o Ribeirão Anicuns e o Córrego Cascavel.

Fonte: Desenho do Autor, 2010.

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dividiram a parte mais comercial, da parte mais residencial e a tranquilidade de outrora se tornou lembrança.

3.2. Evolução Urbana

Quanto à evolução urbana de Campinas, poucas informações são fornecidas sobre o traçado ou adensamento antes da capital Goiânia, pois os dados registrados são geralmente relatos dos seus moradores. É a partir desses relatos que podemos tentar entender como se deu o planejamento de Campininha das Flores.

Segundo Itaney Francisco Campos, no seu livro Notícias Históricas de Campinas, o traçado do bairro primava pela racionalidade, possuindo suas avenidas no sentido Leste-Oeste e as ruas na direção norte-sul, (ver figura 10).

O principal período de crescimento populacional e consequentemente o primeiro grande índice de adensamento aconteceu com a vinda dos padres redentoristas a partir de 1895, que trouxeram melhorias bruscas ao povoado.

Posteriormente, com a decisão de se construir a capital nos arredores de Campinas, mineiros e paulistas em busca de

“vida melhor” marcaram o segundo grande índice de adensamento do bairro.

A partir de 1961, ou seja, após a cidade tornar-se um bairro da cidade de Goiânia, começam a existir fotos aéreas que nos facilitarão o estudo.

Podemos observar nas figuras 11 e 12, que o traçado da 24 de Outubro e da Anhanguera, destacados em vermelho, eram bem largos e ao longo das vias havia vegetação. O edifício da Igreja Matriz ocupava o local onde hoje se encontra a Praça Santo Afonso (Praça da Matriz), ainda não existia o Ginásio de

Figura 10: Traçado racional de Campinas com as principais avenidas no sentido Leste-Oeste e as demais ruas no sentido Norte-Sul.

Fonte: SEPLAN com intervenções do autor, 2010.

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Esportes de Campinas, apenas o Centro Cultural Gustav Ritter, construído em 1946 e o Colégio Santa Clara, fundado em 1922.

A Praça Joaquim Lúcio já existia com o seu primeiro coreto construído e também o Colégio Pedro Gomes. O Mercado Municipal de Campinas se encontrava no seu projeto original. O Terminal da Praça A ainda não existia, mas no local funcionava uma praça com belo paisagismo, segundo relatos de moradores.

O bairro já estava com ocupação pulverizada, mas ainda pouco adensado. O comércio nas duas principais avenidas começava a se fortalecer.

Em 1975, as ruas diminuem as larguras, a Igreja Matriz já foi reconstruída deixando que a parte frontal do terreno abrigue a Praça Santo Afonso. Mais comércios tomam Campinas como sede, pois o custo de vida é menor do que na capital Goiânia e o adensamento vertical começa a aparecer, (ver figura 13).

Figura 11e 12: Imagens aéreas de Campinas do ano de 1961.

Fonte: SEPLAN, com intervenções do autor, 2010.

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Em 1986 o Ginásio de Esportes de Campinas é construído. A imagem dele, portanto se encontra já presente no mapa de 1988, onde a malha viária está bem mais estreita, a vegetação já está se tornando escassa, rotatórias são planejadas para organizar o fluxo de veículos.

Por fim, em 2010, (ver figura 15), o quadro de Campinas com 200 anos de existência, é o de um bairro tradicional, que tem perdido seu referencial histórico e social. Oferece todo tipo de uso, desde comercial e serviço, até institucional e residencial, entretanto, não têm tido tanta qualidade como deveriam. O traçado passou a não suportar o volume de tráfego, a poluição impossibilitou a sobrevivência da vegetação, os equipamentos têm gerado volume de usuários incompatível com as vias e com as demais atividades existentes, as áreas verdes não cumprem a função de pelo menos contemplação aos usuários, os

moradores perderam um pouco do que havia de social entre eles, de interação.

Figura 13: Imagem aérea de Campinas do ano de 1975.

Fonte: SEPLAN, com intervenções do autor, 2010.

Figura 14: Imagem aérea de Campinas do ano de 1988.

Fonte: SEPLAN, com intervenções do autor, 2010.

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Figura 15: Imagem aérea de Campinas do ano de 2010.

Fonte: Imagem do Google Earth, com intervenções do autor, 2010.

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Quanto ao crescimento de Campinas em relação a Goiânia, (ver figura 16), ela se encontra em vermelho e é possível enxergar a ligação inicial entre as duas cidades, que se deu primeiramente para o Centro administrativo da capital, através da Avenida Anhanguera. Observe que no ano de1939 a 1958, o crescimento urbano se dava em maior destaque para a região central.

Figura 16: Fase de expansão da cidade de Goiânia – 1933 a 1939/ 1939 a 1958/ 1959 a 1972/ 1972 a 1979/

1979 a 1983. Em vermelho está Campinas. Dessa forma é fácil identificar como ocorreu o adensamento ao redor da cidade de Campinas.

Fonte: MANSO, Celina, com intervenções do autor, 2011.

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3.3. Uso do Solo

Campinas possui uma variada gama de equipamentos urbanos, (ver figura 8), assim como um diversificado uso do solo que atende a todos os tipos de comércios e serviços, além de indústrias de pequeno porte e uma grande zona residencial. Os moradores e usuários do bairro são atendidos por equipamentos como: escolas públicas e privadas, hospitais, creches, escola para atividades físicas e artísticas, igrejas, ginásios, universidades, bibliotecas, cartórios, correio, bancos, hotéis, supermercados e museu, (ver figura 17). Nem todos os equipamentos possuem uma qualidade desejável, ainda mais os que estão nos cuidados públicos, entretanto permitem a apropriação dos usuários.

É perceptível no mapa a visualização da zona mais residencial que está localizada a norte do núcleo inicial do bairro e a zona mais comercial à sul. Entre a zona residencial e comercial está a maior parte do uso institucional. O serviço está pulverizado nas duas principais subdivisões de usos, mas existe ainda assim uma maior concentração entre as Avenidas 24 de Outubro e Avenida Anhanguera.

Os diferentes tipos de comércio e serviços encontrados no bairro instalam-se junto a ruas e avenidas, criando identidades comerciais em diferentes trechos das vias. Por esse motivo,

cada parte de Campinas possui característica própria, um estilo definido de apropriação que não está desenhada em nenhum projeto para o bairro. Essa vocação se deu pela maneira que os usuários vivenciaram os espaços, (ver figura 18).

3.4. Gabarito das Edificações

O bairro de Campinas, em sua maioria, possui edificações de gabarito baixo, predominantemente de um pavimento ou dois na parte mais residencial onde existem algumas edificações com uso misto e na zona mais comercial há predominância de galpões que elevam o gabarito para até três pavimentos.

Pontualmente existe o edifício Residencial Everest, localizado na

Rua Rio Verde com a Rua Minas Gerais, que possui mais de

onze pavimentos, (ver figura 19).

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Figura 17: Mapa de uso do solo levantado em Campinas.

Fonte: Levantamento do autor, 2010.

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Figura 18: Mapa de Usos predominantes no bairro de Campinas.

Fonte: Levantamento do Autor, 2010.

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Figura 19: Mapa de gabarito das edificações no bairro de Campinas.

Fonte: Levantamento do Autor, 2010.

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3.5. Hierarquia Viária

O traçado de Campinas foi baseado na racionalidade o que implicou em avenidas no sentido leste-oeste e ruas na direção norte-sul, (figura 20). O principal eixo viário do bairro acontece entre a Avenida Anhanguera e a Rua José Hermano, vias estruturadoras que servem aos fluxos leste-oeste e norte- sul respectivamente.

A Anhanguera liga muitos bairros no seu eixo, sendo a principal via de acesso de Campinas ao Setor Central, além de conectar importantes rodovias como Br-153 de acesso à Brasília e Belém, GO-010 de acesso à Bonfinópolis, GO-060 e 070 acessos à Trindade e Inhumas.

Já a José Hermano, leva o tráfego norte-sul até a Avenida Perimetral Norte, de onde se tem acesso à GO-060 e 070 e Br-153. A via recorta pontos importantes como Avenida Castelo Branco, Avenida Anhanguera, Avenida Leste-Oeste, ligando bairros como Progresso, Urias Magalhães, Balneário, Santa Genoveva, Vila Bethel, Sudoeste e Cidade Jardim.

3.6. Topografia

A topografia do lugar está em função do córrego cascavel

que se localiza a oeste de Campinas, (ver figura 21). É

perceptível então, no sentido do córrego, que se encontra no

eixo norte-sul, um caimento do terreno de 40 metros ao todo,

(ver figura 22). Esse caimento, só se torna perceptível no

próprio cascavel, pois os desníveis ocorrem de forma suave. Foi

inclusive por esse motivo, “estar em um planalto”, que a região

de Campinas foi escolhida para abrigar Goiânia.

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Figura 20: Mapa de Hierarquia viária levantado em Campinas.

Fonte: Levantamento do Autor, 2010.

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Figura 22: Planta Topográfica de Campinas com nível de caimento do terreno por cores, onde os níveis mais altos estão em cores mais claras e os níveis mais baixos em cores escuras. Conforme o terreno vai caindo as cores vão diminuindo o tom.

Fonte: Desenho do autor, 2010.

Figura 21: Planta Topográfica de Campinas com nível das curvas segundo o levantamento feito pela SEPLAN.

Fonte: Desenho do autor, 2010.

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3.7. Mapa Nolli

A área da “Nova Campinas” possui uma porcentagem de ocupação dos lotes alta, em sua maioria sem afastamentos laterais, principalmente entre as Avenidas 24 de Outubro e Anhanguera, onde há maior concentração de comércios, (figura 23).

Na zona da “Velha Campinas”, mais precisamente nas imediações do núcleo inicial do bairro, a ocupação é menos severa, embora a tipologia arquitetônica tradicional do bairro despreze os afastamentos, sendo edificados junto às calçadas.

Às margens do Córrego Cascavel a ocupação é bem

pulverizada do lado esquerdo, entretanto, na margem direita, existe um grande índice de ocupação da ZPA (zona de proteção ambiental).

A tipologia arquitetônica se divide em três tipos, sendo uma a arquitetura tradicional, colonial, (figura 24), com

residências sem afastamentos, em sua maioria casas térreas, a outra, arquitetura desenvolvida no período de criação da capital, possuindo recuo dos lotes e algumas edificações, com

elementos de fachada semelhantes ao art déco, (figura 25). Por fim, há um ou outro exemplo modernista, com suas grandes

lajes na fachada, os pilares delgados, rampas de acesso, uso de

cobogós e pastilhas, (figura 26).

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Figura 23: Mapa Nolli.

Fonte: Levantamento do Autor, 2010.

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Figura 24: Casa de arquitetura tradicional de Campinas.

Fonte: Arquivo do autor, 2010.

Figura 25: Imagensdoselementos do estilo art déco, em Campinas.

Fonte: Arquivo do autor, 2010.

Figura 26: Casa com elementos estilísticos modernistas Fonte: Arquivo do autor, 2010.

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3.8. Vazios Urbanos, Áreas Verdes e Arborização

Observando o mapa da figura 27, onde estão representados os vazios urbanos, as áreas verdes e a arborização presentesem Campinas, as propostas de intervenção tornam-se mais pertinentes, com relação à criação de áreas livres e verdes no bairro e revitalização das áreas verdes existentes, tendo em vista que sua ocupação é densa, como foi identificado na figura 23 e não possui áreas vazias que possam proporcionar apropriação por parte dos frequentadores e usuários de Campinas. A arborização nas vias é quase inexistente, criando um microclima desagradável para caminhadas, o que desestimula o percurso a pé pelo bairro.

3.9. Diagnóstico dos Problemas e Potencialidades

A partir dos estudos feitos no bairro Campinas, e de pesquisas com os usuários e moradores, foi possível entender quais são os principais problemas que dificultam ou até impossibilitam o perfeito funcionamento da área e salientar as várias potencialidades que o bairro também possui e que nos permite enxergar um possível auxílio aos problemas levantados.

Dessa forma, o mapa da figura 28 foi desenhado, resumindo as

questões mais preocupantes, para a partir delas esclarecer onde existe a necessidade de mudanças.

A questão mais preocupante apreendida com esse levantamento da região, não está só ligada à falta de pessoas em certos períodos do dia no bairro, mas à má qualidade dos encontros sociais públicos em Campinas. A insegurança e a falta de atrativos do lugar fazem com que a permanência no espaço público seja apenas funcional, (para fazer compras ou usar os bancos e escritórios) e não de lazer e convívio,(ALARCÓN, 2006). A questão em Campinas então, não é sintática e sim semântica

1

, tais como:

Arborização escassa e poucas áreas verdes, (figura 27), e ainda as áreas verdes existentes não possuem mobiliários urbanos adequados, diminuindo o tempo de permanência das pessoas nos ambientes; fachadas mal preservadas e poluídas, sem atrativos visuais; falta de manutenção das calçadas; falta de equipamentos públicos de lazer, esporte e convívio que atraiam pessoas em diversos horários; estacionamentos insuficientes para o número de veículos do bairro, além de congestionamentos nas vias pelo elevado número de

1 Sintática na arquitetura se refere ao valor estrutural do espaço e a semântica ao

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automóveis e de transporte coletivo juntamente às vias serem estreitas e acontecer estacionamentos nos dois lados das vias e carga e descarga diurna, (ver figura 29); falta de segurança devido à carência de iluminação no bairro; e por fim, falta de investimentos, de incentivos para a melhoria do local.

Embora existam tantos problemas, o bairro possui uma

memória histórica forte, principalmente para quem ali cresceu e

assistiu a construção da capital Goiânia. Suas potencialidades

são: forte acessibilidade na malha urbana, tanto

topologicamente (sintaxe) como pelo transporte coletivo,

(ALARCÓN, 2006); grande vitalidade urbana, com sua variedade

de comércios e serviços, seus edifícios históricos, e sua

dinâmica de atividades diurnas; possui um comércio

desenvolvido e diversificado, constituindo um polo comercial

varejista e atacadista gerador de emprego e renda; alto potencial

hídrico circundado pelos Rios Meia Ponte, Anicuns e córrego

Cascavel.

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Figura 27: Mapa de Áreas Vazias, Áreas verdes e Arborização em Campinas.

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