CARTILHA DO
PLANO DE CARREIRA E CARGOS DO MAGISTÉRIO FEDERAL
Carlos Alberto Boechat Rangel
1Júlio Canello
1. Apresentação
Em 2012, por mais de 120 dias, os docentes das instituições federais de ensino promoveram intensas mobilizações na luta por melhorias das condições de trabalho e de suas carreiras. Ao largo das reivindicações, o governo federal forjou um acordo com uma entidade sem legitimidade perante à categoria, dando origem ao Projeto de Lei 4.368/2012, que, em dezembro, tornou-se a Lei nº 12.772/2012.
Independente da origem política e do aprofundamento da desestruturação das carreiras docentes, a Lei 12.772/12 deve ser estudada e esclarecida. Através desta cartilha, buscamos expor de forma objetiva e organizada as regras apresentadas pela nova Lei, bem como as modificações ocorridas com a reestruturação das carreiras e cargos.
Embora a Lei tenha sido publicada em dezembro de 2012, seus efeitos mais importantes passam a vigorar a partir de 1º de março de 2013. Além disso, alguns elementos importantes foram deixados para serem regulados por normas do Ministério da Educação e dos colegiados superiores das IFE.
Esta cartilha foi elaborada em fevereiro de 2013, ainda na pendência de regulamentação sobre vários dispositivos. Foi redigida sem poder analisar todas as
1 Carlos Boechat e Júlio Canello integram o Escritório Boechat e Wagner Advogados Associados, que trabalha exclusivamente para entidades de servidores públicos federais. Com forte atuação na categoria docente, o Escritório assessora, no Estado do Rio de Janeiro, o ANDES Sindicato Nacional e as Seções Sindicais ADUFF, ADUNIRIO e ADCEFET.
implicações possíveis das regras legais, pois há um grau de incerteza quanto aos regulamentos que estão por vir.
Neste sentido, com conteúdo reprovado pela categoria, a nova Lei apresenta-se, no primeiro momento, como texto frio. Mas, desde sua entrada em vigor, tem início o movimento de interpretação, aplicação e regulamentação, que, caso mal conduzidos, podem piorar ainda mais a situação da categoria. A pretensão dessa cartilha é fornecer subsídios para a categoria, propiciando que do conhecimento crítico da Lei seja possível extrair soluções que amenizem os danos causados por essa reestruturação.
2. Um novo Plano para as Carreiras e Cargos de Magistério Federal: aspectos gerais
A partir de 1º de março de 2013, as carreiras de magistério superior e do ensino básico, técnico e tecnológico passarão a ser regidas pelo novo Plano de Carreiras e Cargos de Magistério Federal, criado através da Lei nº 12.772, de 28 de dezembro de 2012.
Em termos gerais, a nova Lei reestrutura as Carreiras já existentes de Magistério Superior e de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico, antes vinculadas às Leis 7.596/87 (PUCRCE) e 11.784/08 (EBTT), aglutinando-as em um mesmo Plano. Além disso, no que tange ao magistério federal, o Plano cria os cargos isolados de provimento efetivo de Professor Titular-Livre, tanto para o MS, quanto para o EBTT. O novo diploma legal também permite o reenquadramento dos docentes então ligados à carreira de Magistério do Ensino Básico Federal, bem como promove alterações na legislação dos técnico- administrativos em educação, dos servidores do INEP e do FNDE.
Estrutura das Carreiras
Fica mantida a estruturação das carreiras em classes e níveis, num total de 13 posições. Para o Magistério Superior, continuam existindo as classes de Professor Auxiliar, Assistente, Adjunto, Associado e Titular. A novidade é que o Professor Titular passa a ser uma posição acessível através de promoção, não mais apenas por concurso público. Para o EBTT, foram mantidas as classes DI a DIV, esta com quatro níveis, reunindo as antigas classes DIV e DV. Além disso, o antigo cargo de Professor Titular foi transformando no nível mais alto da carreira, também acessível por promoção.
Em ambas carreiras, as duas primeiras classes (Auxiliar-Assistente e DI-DII) passam a ter 2 níveis ao invés de 4, acelerando o tempo de progressão e promoção. Vale notar que a Lei limita-se a criar as figuras de estrutura da carreira, sem estabelecer conceitos ou fixar critérios estáveis, fazendo apenas remissão às tabelas anexas.
Veja a correlação entre o novo plano de carreira e as situações anteriores:
Magistério Superior
SITUAÇÃO ANTERIOR NOVO PLANO
CARREIRA CLASSE NÍVEL NÍVEL CLASSE CARREIRA
Titular 1 1 Titular
4 4
Associado 3 3 Associado
2 2
Carreira de Magistério
1 1
Superior do PUCRCE,
4 4 Carreira de
Magistério de que trata a
Lei no
Adjunto 3 3 Adjunto Superior do
Plano de 7.596, de 10 de
abril de
2 2 Carreiras e
Cargos de
1987 1 1 Magistério
Federal
4 2
Assistente 3 Assistente
2 1
1
4 2
Auxiliar 3 Auxiliar
2 1
1
Ensino Básico, Técnico e Tecnológico
SITUAÇÃO ATUAL SITUAÇÃO NOVA
CARREIRA CLASSE NÍVEL NÍVEL CLASSE CARREIRA
1 Titular
D V 3 4
Carreira de 2 3 D IV
Magistério do 1 2 Carreira de
Ensino Básico, D IV S 1 Magistério do
Técnico e 4 4 Ensino Básico,
Tecnológico, D III 3 3 D III Técnico e
de que trata a 2 2 Tecnológico,
Lei no 11.784, 1 1 do Plano de
de 22 de 4 2 Carreiras e
setembro de D II 3 D II Cargos de
2008 2 1 Magistério
1 Federal
4 2
D I 3 D I
2 1
1
Cargos isolados
Para permitir o ingresso de profissionais com longa e reconhecida experiência em
seus campos, o novo plano também criou os cargo isolados de Professor Titular-Livre, em
ambas as carreiras. Com uma composição remuneratória equivalente aos titulares que
integram as carreiras, o acesso a esses cargos, restrito a doutores com 20 anos de experiência, depende da aprovação em concurso público específico, para ocupação de um quantitativo limitado de vagas.
Dois tipos de Professor Titular
Com a nova Lei, os antigos Professores Titulares recebem tratamento diferenciado, de acordo com sua carreira específica. No caso do Magistério Superior, o Titular, até então acessível apenas por concurso público, não será correlacionado ao novo Titular- Livre, mas sim à classe de Titular que compõe a carreira. Já no caso do Magistério de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico, a correlação se dará com o cargo isolado de Titular-Livre, criando-se a nova classe na carreira, que será acessível aos demais docentes por meio de promoção. Embora essas distinções ainda possam gerar questionamentos jurídicos, a composição remuneratória dos titulares de carreira e cargos isolados é equivalente.
Quadros de Pessoal abrangidos
O novo plano incide sob os Quadros de Pessoal das Instituições Federais de Ensino subordinadas ou vinculadas ao Ministério da Educação e ao Ministério da Defesa que tenham por atividade-fim o desenvolvimento e aperfeiçoamento do ensino, pesquisa e extensão, ressalvados os cargos que integram o Quadro de Pessoal do MPOG.
O Magistério Superior destina-se aos profissionais habilitados em atividades acadêmicas próprias da educação superior. Já o Magistério do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico vincula-se ao âmbito da educação básica e da educação profissional e tecnológica.
Regime Jurídico
O regime jurídico continua a ser o instituído pela Lei nº 8.112/90. Assim, as regras gerais que tratam do funcionalismo público federal são plenamente aplicáveis aos docentes do MS e EBTT. Também devem ser observadas as regras previstas na Lei nº 9.394/96 (LDB).
Conforme dispõe o art. 6º da nova Lei, o enquadramento no Plano não representa descontinuidade em relação à Carreira, cargo ou atribuições atuais, para qualquer efeito legal, inclusive para aposentadoria. Na perspectiva do servidor individualizado, isso representa uma garantia à integralidade dos direitos por ele então titularizados.
Embora os Tribunais já tenham estabelecido que não existe direito adquirido a regime jurídico (nova lei), a noção de continuidade da carreira supõe o pleno aproveitamento do exercício na contagem de tempo de serviço para aposentadoria, progressão, promoção e outros fins, bem como a garantia de integridade das vantagens agregadas ao patrimônio jurídico do servidor à época da aquisição do direito, tais como anuênios e vantagens pessoais nominalmente identificadas (VPNIs).
Apesar do art. 37 da Lei indicar que não se aplicam as disposições do Decreto nº
94.664/87 (que regulamenta o PUCRCE) aos servidores pertencentes ao Plano de Carreira, isso não elimina a continuidade de direitos. Na perspectiva mais congruente, trata-se de uma atualização do PUCRCE sob a roupagem do novo Plano de Carreiras e Cargos de Magistério Federal. Desse modo, não é admissível qualquer tentativa de supressão de direitos ou vantagens adquiridas sob o argumento de se tratar de novo regime jurídico.
Cargos de Chefia, CDs e FGs
Quanto à gestão das IFEs, a nova Lei também tratou dos requisitos para nomeação a alguns cargos de chefia. Os cargos de direção e funções gratificadas podem ser ocupados por servidores públicos federais não pertencentes ao quadro permanente da instituição, no limite de 10% do total de cargos e funções. Para os CDs, é possível, inclusive, a nomeação de servidores aposentados. No caso das instituições integrantes da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, o cargo de Pró-Reitor pode ser preenchido por docente ou técnico-administrativo, ocupantes de cargos efetivos, que possua pelo menos 5 anos de efetivo exercício em instituição federal de educação profissional e tecnológica.
Aposentados
Quanto aos aposentados e pensionistas, o art. 7º da Lei determina a aplicação do novo Plano de Carreira naquilo que couber. Porém, por trás da nomenclatura, o tratamento conferido à ativos e inativos não é idêntico.
Por um lado, como aposentados não podem mais obter progressão e promoção, a reestruturação da carreira pode significar, para alguns casos, uma queda relativa de posição, especialmente para os ocupantes dos antigos níveis 4 e 2 das duas primeiras classes, que terão o mesmo tratamento dos níveis 3 e 1 em termos de composição remuneratória. Note-se, por exemplo, no Magistério Superior, que a maioria das aposentadorias se deu na posição de Adjunto 4, não sendo possível o acesso às classes de Associado e, agora, de Titular.
Além disso, o aumento relativo da Retribuição por Titulação em relação ao Vencimento Básico poderá impactar negativamente os proventos e pensões, refletindo em rubricas como anuênios e outras vantagens incorporadas. É importante que o aposentado e pensionista confira em seus contracheques se isso está ocorrendo. No caso de eventual redução nominal do valor total dos proventos ou pensões caberá ação judicial.
Vale notar que a RT será considerada no cálculo de proventos e pensões conforme a titulação obtida pelo docente anteriormente à data da aposentadoria ou instituição do benefício, nas formas dos regramentos de regime previdenciário aplicável caso a caso.
Isso significa que o inativo poderá não receber o valor integral indicado nas tabelas para a
RT, mas apenas que essa quantia será observada no cálculo do benefício. É necessário
observar, caso a caso, sob qual hipótese legal foi concedida a aposentadoria ou pensão
(por exemplo: se é integral ou proporcional, por tempo de serviço ou invalidez, se há
paridade ou não, etc).
Férias
A nova Lei também estabelece férias de 45 dias anuais aos ocupantes de cargos efetivos pertencentes ao Plano, que poderão ser gozadas de forma parcelada. Embora a forma desse parcelamento não esteja especificada no texto legal, o gozo das férias pode ser dividido em até três períodos, conforme permite a regulamentação.
Início do funcionamento
Apesar da Lei estar em vigor desde sua publicação em dezembro de 2012, seus efeitos mais importantes (reenquadramento e remuneração) somente iniciam a partir de 1º de março de 2013, momento em que o novo Plano estará efetivamente estruturado.
Assim, até essa data, os docentes continuam legalmente amparados pelo PUCRCE.
3. Ingresso nas carreiras e cargos
Magistério Superior
Sob o novo Plano, o ingresso na Carreira de Magistério Superior depende da aprovação em concurso público de provas e títulos, exigindo-se, em qualquer hipótese, diploma de curso superior em nível de graduação. O posição inicial para os ingressantes a partir de 1º de março de 2013 passa a ser a classe de Auxiliar, nível 1. Ou seja, ao contrário da regra anterior, não haverá mais vinculação inicial entre classes e titulação para os futuros docentes.
Os editais continuam a ser instrumentos importantes na organização dos concursos de ingresso. Através deles, podem ser suas etapas, as características de cada uma delas, bem como os critérios eliminatórios e classificatórios. Nesse sentido, a Nota Técnica Conjunta 01/2013 das Secretarias de Educação Superior e de Educação Profissional e Tecnológica do MEC permite às Instituições Federais de Ensino solicitar outros requisitos de titulação, como apresentação de títulos de Pós-Graduação. No caso, a exigência de títulos de especialização, mestrado ou doutorado seria compreendida como um critério eliminatório do concurso, segundo regra presente em edital.
Embora os novos docentes ingressem na classe Auxiliar, nível 1, sua remuneração bruta ainda será maior que os valores antes pagos aos Assistentes e Adjuntos, por força da Retribuição por Titulação (RT). Além disso, tais professores estarão sob a vigência das novas regras do Regime de Previdência Complementar (FUNPRESP-Exe), aplicáveis desde 04 de fevereiro de 2013.
Ensino Básico, Técnico e Tecnológico
Para o Magistério de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico, o ingresso ao cargo
efetivo também se dá através de concurso público, de provas e títulos ou apenas de
provas, exigindo-se, em todo caso, diploma de graduação. Há, portanto, maior
flexibilidade. A posição inicial para os ingressantes a partir de 1º de março de 2013 é a
classe DI, nível 1, aplicando-se, também, as novas regras previdenciárias. Do mesmo
modo, o edital estabelecerá as etapas do concurso, suas características e os critérios
eliminatórios e classificatórios.
Cargos Isolados
O acesso aos cargos isolados de Professor Titular-Livre depende da aprovação em concurso público específico de provas e títulos. Tanto para o MS, quanto para o EBTT, o concurso será necessariamente organizado em etapas, consistindo em prova escrita, prova oral e defesa de memorial. Exige-se do candidato o título de doutor e 20 anos de experiência ou da obtenção do título, ambos na área de conhecimento do concurso.
4. Desenvolvimento nas carreiras
O desenvolvimento nas carreiras pertencentes ao novo Plano ocorre através de progressão (passagem de nível de vencimento na mesma classe) e promoção (passagem de uma classe para outra subsequente).
Avaliação de desempenho
Qualquer passagem de nível ou classe dependerá de aprovação em avaliação de desempenho, com exigências adicionais para os casos de Professor Assistente e Titular no Magistério Superior, bem como Professor Titular no Ensino Básico, Técnico e Tecnológico. Ela deverá contemplar as atividades de ensino, pesquisa, extensão e gestão.
É importante alertar para o fato de que o Ato do Ministério da Educação e do Ministério da Defesa estabelece diretrizes gerais. Caberá aos conselhos competentes de cada IFE regulamentar os procedimentos necessários. Desse modo, o detalhamento concreto do sistema de avaliação depende tanto de ato ministerial, quanto de regulamentação local. Vale lembrar o histórico recente não muito favorável da EBTT, cujas regras foram regulamentadas apenas depois de 4 anos da edição da Lei anterior, de 2008 (decreto em setembro de 2012 e portaria em janeiro de 2013).
Interstício
O interstício para progressão passa a ser de 24 meses de efetivo exercício em cada nível, inclusive no EBTT, que antes era de 18 meses. Excepcionalmente, apenas para os docentes do EBTT que já pertencem às carreiras em 1º de março de 2013, a primeira progressão na carreira reestruturada será realizada com interstício de 18 meses. Como o art. 6º da Lei determina que não haverá descontinuidade na carreira, para qualquer efeito legal, entende-se que o tempo de efetivo exercício anterior à 1º de março de 2013 deve ser considerado para concessão de progressão e promoção no novo Plano.
Embora o tempo necessário para progressão tenha sido uniformizado para cima, com 24 meses, as duas primeiras classes de cada carreira tiveram reduzido o número de níveis, de 4 para 2. Assim, a promoção para Assistente, Adjunto, DII e DIV tem seu tempo de espera total diminuído.
Todavia, permanece dúvida quanto à contagem do interstício para classes iniciais
(Auxiliar/Assistente, D-I/D-II), tendo em vista que seus níveis foram agregados (1 e 2 para 1; 4 e 3 para 2). Ou seja, para fins de progressão, é possível que os docentes localizados nos níveis 1 e 3 dessas classes sejam equiparados aos seus colegas com maior tempo de carreira, ocupantes do níveis 2 e 4. Assim, os professores que se encontram nos níveis pares seriam penalizados por possuírem mais tempo de serviço.
Os docentes estacionados nas posições de Associado 4 (MS), por mais de 24 meses, e D-V, 3 (EBTT), por mais de 18 meses, já terão integralizado o interstício para promoção à classe de Titular no momento do enquadramento na nova carreira. Dessa forma, tais professores poderão ser prontamente submetidos ao procedimento especial de avaliação para o acesso efetivo ao topo das novas carreiras.
Requisitos para Associado e Titular
No caso do Magistério Superior, o acesso às classes de Associado e Titular possui requisitos adicionais. Para o primeiro, além da aprovação em avaliação de desempenho e interstício de 24 meses na posição de Adjunto 4, é necessário possuir o título de doutor.
Para se tornar Titular, o docente que tenha cumprido o interstício como Associado 4 também deverá obter aprovação de memorial, que considere as atividades de ensino, pesquisa, extensão, gestão acadêmica e produção profissional relevante, ou, ainda, defesa de tese acadêmica inédita. Sua avaliação deverá ser realizada por comissão especial, composta pelo mínimo de 75% de profissionais externos à IFE. Tais procedimentos serão objeto de regulamentação pelo MEC, o que poderá atrasar as expectativas de promoção dos professores que se encontram atualmente estacionados na carreira.
Para o Magistério do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico, a promoção à Classe Titular também exige a posse do título de doutor e aprovação de memorial. Assim como para o MS, as diretrizes gerais e a regulamentação dos processos de avaliação de desempenho dependem de ato ministerial e dos conselhos internos competentes.
Aceleração de promoção
Na tentativa de minimizar o impacto do posicionamento inicial dos novos docentes nas classes mais baixas, o novo Plano de carreiras criou o "processo de aceleração da promoção" permitindo o reposicionamento desses professores em classes mais altas, assim que o estágio probatório for concluído, em função de sua titulação. A tabela seguinte indica a relação de equivalência:
MS EBTT
Especialização - DII
Mestrado - Professor Assistente Mestrado - DIII Doutorado - Professor Adjunto Doutorado - DIII
Excepcionalmente, para os docentes que já integram as carreiras em 1º de março
de 2013, é permitida a promoção acelerada ainda que se encontrem em estágio
probatório.
Salvo regulamentação em sentido contrário, que poderá ser objeto de controvérsia, esse enquadramento deve ser feito automaticamente, com efeitos financeiros a partir do término do estágio probatório para os novos docentes ou desde 1º de março de 2013 para os que já integram a carreira. Vale alertar para a importância de manter atualizada a comprovação da titulação nos assentamentos funcionais, evitando atrasos e questionamentos por parte da Administração.
Reposicionamento para Professor Associado
Por fim, a Lei nº 12.772/12 cria uma possibilidade de reposicionamento dos Professores Associados antes mesmo da correlação ao novo Plano em função do tempo possuído desde a obtenção do título de doutor. Assim, os docentes que integrarem essa classe até 31 de dezembro de 2012 poderão requerer seu reposicionamento para os seguintes níveis:
17 anos de obtenção do título de doutor - Nível 2 19 anos de obtenção do título de doutor - Nível 3 21 anos de obtenção do título de doutor - Nível 4
Esse reposicionamento depende da apresentação de requerimento pelo docente, acompanhado da comprovação do título, no prazo de 90 dias a partir da publicação da Lei, ou seja, em fins de março de 2013. A mudança somente terá efeitos financeiros a partir de 1º de março de 2013 e será considerada para o enquadramento no novo plano. Vale notar que essa possibilidade contempla apenas um número pequeno de docentes que ainda não estão posicionados no nível correspondente.
Caso esteja nessa situação, não deixe para apresentar o requerimento até o último dia do prazo - ou seja, em fins de março de 2013 -, evitando demoras desnecessárias e garantindo o regular pagamento dos valores devidos. Vale notar que essa possibilidade não contempla os professores adjunto 4 que não ingressaram na classe de associado até 31 de dezembro de 2012.
5. Remuneração
A estrutura remuneratória das Carreiras e Cargos integrantes do novo Plano passa a ser composta pelo Vencimento Básico (VB) e pela Retribuição por Titulação (RT), sem outras espécies de gratificações permanentes, temporárias ou de desempenho, tais como as antigas GEMAS/GTMS ou GEDBT. Vale notar que a reestruturação não exclui as parcelas anteriormente incorporadas, como as Vantagens Pessoais Nominalmente Identificadas, anuênios, etc.
As carreiras do Magistério Superior e do Magistério de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico guardam equivalência quanto aos valores na composição remuneratória. Ou seja, ignorando-se a nomenclatura das classes, os VBs e RTs das 13 posições em cada carreira correspondem ao mesmo montante.
Vencimento básico
O Vencimento Básico é variável em função do regime de trabalho (20 horas, 40 horas ou dedicação exclusiva) e do posicionamento na carreira (classe e nível) ou do cargo. As diferenças de valores entre as posições e regimes laborais não são idênticas, de modo que algumas classes e níveis representam uma distância maior do que outras. Vale notar que a elevação média do vencimento básico não chega a 50% entre os regimes de 20 horas e 40 horas. Mesmo ao se comparar a dedicação exclusiva com 20 horas nota-se que, para algumas posições na carreira, a elevação não chega a duas vezes.
Tabela de Vencimento Básico para 2013 (EBTT, MS e cargos isolados):
VENCIMENTO BÁSICO EM R$
CLASSES/CARGOS NÍVEIS REGIME DE TRABALHO
20 HORAS 40 HORAS DEDICAÇÃO EXCLUSIVA Titular da carreira e Titular-Livre 1 2.584,28 3.937,63 6.042,34
4 2.516,23 3.802,56 5.834,89
Associado e D-IV 3 2.483,09 3.737,02 5.733,71
2 2.450,89 3.673,36 5.635,45
1 2.447,10 3.666,51 5.625,24
4 2.224,05 3.224,68 4.304,72
Adjunto e D-III 3 2.187,19 3.159,83 4.205,81
2 2.151,22 3.096,70 4.109,39
1 2.039,91 2.959,02 4.015,41
Assistente e D-II 2 1.988,85 2.858,53 3.849,74
1 1.963,39 2.809,26 3.762,54
Auxiliar e D-I 2 1.938,65 2.761,39 3.677,52
1 1.914,58 2.714,89 3.594,57
Retribuição por Titulação
A Retribuição por Titulação é variável em função do regime de trabalho, posicionamento na carreira ou cargo e, especialmente, do nível de pós-graduação alcançado (especialização, mestrado ou doutorado). Assim como no VB, as diferenças de valores entre as posições e regimes laborais não são uniformes. Para o professor doutor, em dedicação exclusiva, esse componente da remuneração chega a ser maior do que o vencimento básico.
No caso do Magistério de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico, docentes que não tenham mestrado ou doutorado poderão ter o valor da RT equiparado através da sistemática de "Reconhecimento de Saberes e Competências", que ainda depende de regulamentação. Apesar do que dispõem algumas tabelas contidas na Lei, há posições nas carreiras do MS e do EBTT que somente são acessíveis ao professor doutor.
Veja as tabelas exemplificativas da RT para o ano de 2013:
20 horas:
CLASSE NÍVEL RETRIBUIÇÃO POR TITULAÇÃO EM R$
APERFEIÇOA- MENTO
ESPECIALIZA-
ÇÃO MESTRADO DOUTORADO
Titular de carreira e Titular-Livre
(MS e EBTT)
1 1.533,03
4 197,20* 436,80* 812,19* 1.351,17
Associado
e D-IV* 3 195,50* 415,80* 770,83* 1.226,87
2 194,10* 405,26* 757,03* 1.157,96
1 192,71* 401,23* 746,99* 1.125,43
4 187,05 229,85 546,97 1.000,49
Adjunto e
D-III 3 175,12 219,38 529,49 972,47
2 167,52 207,67 513,27 948,13
1 82,29 197,48 497,32 917,13
Assistente e
D-II 2 74,43 183,76 472,55 837,82
1 73,58 173,22 457,74 823,54
Auxiliar e D-
I 2 72,59 161,35 443,28 802,60
1 69,82 152,35 428,07 785,93
* apenas EBTT. No MS, a classe de Associado exige título de doutor.
RT 40 horas, sem DE:
CLASSE NÍVEL RETRIBUIÇÃO POR TITULAÇÃO EM R$
APERFEIÇOA- MENTO
ESPECIALIZA-
ÇÃO MESTRADO DOUTORADO
Titular de carreira e Titular-Livre
1 2.756,08
4 186,80* 525,40* 1.220,66* 2.515,50
Associado
e D-IV* 3 184,50* 523,10* 1.199,45* 2.436,53
2 182,85* 520,50* 1.195,44* 2.385,67
1 181,78* 518,19* 1.192,68* 2.364,04
4 146,85 430,10 1.030,63 2.301,31
Adjunto e
D-III 3 143,82 416,93 997,75 2.238,26
2 140,87 403,96 970,44 2.181,00
1 137,99 391,29 941,93 2.123,32
Assistente e
D-II 2 131,60 353,14 918,68 2.041,45
1 126,94 330,22 905,31 1.995,64
Auxiliar e D-
I 2 118,09 294,46 867,31 1.965,32
1 110,22 253,13 835,05 1.934,76
* apenas EBTT. No MS, a classe de Associado exige título de doutor.
RT 40 horas, com DE:
CLASSE NÍVEL RETRIBUIÇÃO POR TITULAÇÃO EM R$
APERFEIÇOA- MENTO
ESPECIALIZA-
ÇÃO MESTRADO DOUTORADO
Titular de carreira e Titular-Livre
1 7.747,80
4 553,89* 976,50* 3.155,10* 7.619,34
Associado
e D-IV* 3 535,96* 961,25* 3.154,25* 7.322,48
2 522,60* 945,87* 3.153,36* 7.204,30
1 511,60* 933,12* 3.151,25* 6.987,79
4 332,51 679,30 2.501,25 4.994,99
Adjunto e
D-III 3 322,76 641,40 2.403,19 4.860,74
2 314,89 602,82 2.332,03 4.730,14
1 307,26 568,27 2.261,88 4.603,12
Assistente
e D-II 2 292,85 533,95 2.008,63 4.486,67
1 285,84 519,87 1.945,10 4.473,70
Auxiliar e
D-I 2 279,05 507,80 1.916,09 4.465,66
1 272,46 496,08 1.871,98 4.455,20