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SALVAMENTO. 2. CLASSIFICAÇÃO DO AFOGAMENTO Considerado como um dos processos capazes de conduzir à asfixia, o afogamento é classificado em três tipos:

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NATAÇÃO II

Profª Roseny Maria Maffia SALVAMENTO

Para que se possam salvar vidas não é bastante saber nadar em todos os estilos; apesar de se saber que o bom nadador terá mais facilidade nesta tarefa, Outros fatores completam os requisitos necessários: coragem; serenidade; espírito organizador; bom equilíbrio vertical; condições físicas adequadas, etc.

1. AFOGAMENTO

Afogamento é uma forma de asfixia, ou seja, a diminuição ou bloqueio de parte de oxigênio no sangue. Por extensão, afogamento é também o processo através do qual um líquido bloqueia as vias aéreas, mesmo que não chegue a inundá-las.

Os efeitos que o afogamento provoca no organismo serão maiores ou menores de acordo com a quantidade de líquido aspirado.

2. CLASSIFICAÇÃO DO AFOGAMENTO

Considerado como um dos processos capazes de conduzir à asfixia, o afogamento é classificado em três tipos:

2.1. QUANTO À CAUSA:

2.1.1. PRIMÁRIO OU PRIMITIVO

É o tipo mais comum. Não apresenta, em seu mecanismo, nenhum fator incidental ou patológico que possa ter desencadeado o afogamento.

2.1.2. SECUNDARIO

É a denominação utilizada para o afogamento causado por patologia ou incidente associado que o precipita. Ocorre em 13% dos casos de afogamento, como exemplo: uso de drogas (36.2%) (quase sempre por álcool); crise convulsiva (18.1%); traumas (16.3%); doenças cárdio-pulmonares (14.1%); mergulho livre ou autônomo (3.7%); e outros (homicídio, suicídio, cãibras) (11.6%). O uso do álcool é considerado como o fator mais importante na causa de afogamento secundário.

2.2 QUANTO A NATUREZA DO LÍQUIDO 2.2.1. ÁGUÀ DOCE

2.2.2. ÁGUA SALGADA

De acordo com a fisiopatologia, verifica-se que os efeitos adversos dos afogamentos em águas doces e salgadas têm suas peculiaridades, mas que somente serão levadas em conta durante o seguimento do atendimento hospitalar. Portanto, para o atendimento de primeiros socorros deverá ser o mesmo para ambos os casos.

2.3. QUANTO A GRAVIDADE

A classificação de graus de afogamento é baseada nas possibilidades de sobrevivência. Mas esta não pode ser uma classificação rígida nos seus limites e características.

2.3.1. GRAU I

• Vítimas que aspiraram quantidade mínima de água, suficiente para produzir tosse. • A ausculta pulmonar é normal - Não apresenta espuma na boca ou nariz.

• Seu aspecto é bom e geralmente estão lúcidos, porém podem estar agitados ou sonolentos.

• Freqüência Respiratória (F.R) e Cardíaca (F.C) aumentadas pelo esforço e estresse do afogamento que se normalizam rapidamente após 10 a 20 min.

• Tratamento: Necessitam apenas de repouso, aquecimento e medidas que visem o seu conforto

e tranqüilidade.

2.3.2. GRAU II

• Aspiram pequena quantidade de água, suficiente para alterar a troca de O2 - CO2 pulmonar. • O pulmão apresenta secreção de clara a ligeiramente avermelhada que se revela como pequena

quantidade de espuma em boca e/ou nariz.

• Apresentam-se lúcidos, agitados ou desorientados.

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• A FC está aumentada pela redução do oxigênio no sangue.

• A FR e FC não se normalizam rapidamente após 10 a 20 min como no grau 1.

• Tratamento: necessitam de atendimento médico com uso de cateter (pequeno tubo de plástico)

de oxigênio nasal a 5 litros/min, aquecimento corporal, repouso, tranquilização, e encaminhar ao hospital, sem urgência.

2.3.3. GRAU III e IV

• Por sua gravidade os casos grau 3 e 4, necessitam de cuidados médicos imediatos. Os dois

graus de afogamento se diferenciam pela pressão arterial que está normal ou aumentada no grau 3 e baixa no grau 4. A importância deste fato reside na possibilidade de complicações imediatas no grau 4, como exemplo a parada respiratória súbita. É, portanto um grau bem mais

grave que o 3, necessitando de assistência médica imediata. Preste atenção nas possibilidades de sobrevivência entre os dois graus na tabela acima. O grau 4 tem 4 vezes mais possibilidades de

morrer que o grau 3.

• Ambos mostram grande dificuldade respiratória.

• Intensa secreção pulmonar (edema agudo de pulmão) que se traduz na prática em abundante

secreção oral e/ou nasal em forma de espuma.

• Grau 3 - Muita espuma na boca e/ou nariz com pulso radial presente. • Grau 4 - Muita espuma na boca e/ou nariz sem pulso radial presente. • O pulso radial presente significa que a pressão arterial está normal.

Tratamento:

1. Exame primário - cuidado com a mobilização do pescoço se houver suspeita de trauma da coluna cervical.

• A limpeza da boca só deve ser realizada em caso de forte suspeita de corpo estranho. 2. Administrar oxigênio através de máscara (10 a 15 litros por minuto).

3. Posicão Lateral de Segurança (virar o paciente de lado) sob o lado direito. 4 - No grau 4

◊ Observe atentamente a possibilidade de parada na respiração. ◊ A Hidratação venosa é realizada somente no CRA (hospital) 5 - Aquecimento corporal (cobertores ou aquecedor elétrico)

6 - Remoção urgente ao CRA (hospital) para tratamento em Terapia Intensiva. 2.3.4. GRAU V

• Apnéia (parada respiratória), com pulso arterial presente. • Vítima inconsciente.

• Grande quantidade de secreção oral e/ou nasal.

• Tratamento: ventilação Boca-a-Boca - 16 a 20 por minuto. Não faça compressão cardíaca. Na maioria dos casos a resposta é imediata restabelecendo a respiração da vítima.

2.3.5. GRAU VI

• Parada Cárdio-Respiratória (PCR) - apnéia (Parada respiratória), e ausência de pulso

arterial carotídeo.

• Tratamento – Inicie imediatamente a Reanimação Cárdio-Pulmonar (RCP). 3. TIPOS DE AFOGADOS

3.1. EXCITADO OU PRECIPITADO

Quase impossível dominá-lo. Perigoso o socorro corpo a corpo. Se não há meios suficientes para salvá-lo com segurança, deve-se deixá-lo perder suas forças e, só então, rebocá-lo.

3.2. EXCITADO MAS CONSCIENTE DO SOCORRO

Ao perceber o socorro, procura conter-se, ouve e executa ordens (não é difícil dominá- lo).

3.3. CALMO

Entrega-se confiante e calmamente ao salva-vidas. Basta rebocá-lo. 3.4. NADADOR CANSADO

Socorro mais simples, não é necessário rebocá-lo, Bastam palavras para transmitir-lhe confiança e, nadando com ele, resolve-se o problema.

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4. SEQUÊNCIA DE EVENTOS NO AFOGAMETNTO

Estudos mostram que ocorrem três fases no afogamento:

a) Assim que o líquido invade estruturas destinadas às trocas de gases respiratórios, dá-se, por reflexo, uma parada súbita dos movimentos encarregados de realizar estas trocas. É a fase do BLOQUEIO REFLEXO, que dura de alguns segundos a dois minutos. Acumula-se gás carbônico e, em conseqüência, a pele fica azulada (cianose). A possibilidade de recuperação, se forem prestados socorros imediatos, é cerca de 75%.

b) Fase de REAÇÃO PRINCIPAL – Dura aproximadamente três minutos. O acúmulo de gás carbônico desencadeia movimentos respiratórios rápidos e o líquido invade os brônquios e os pulmões. A possibilidade de reanimação reduz-se para 25%. Qualquer segundo perdido será fatal. Daí a importância de se aplicar com rapidez a respiração artificial e a massagem cardíaca.

c) Fase AGÔNICA – Com parada respiratória completa. A privação de oxigênio no tronco cerebral por mais de 8 a 10 minutos, torna impossível a recuperação.

QUADRO DEMONSTRATIVO: MINUTOS OCORRÊNCIAS 0 1 2 Imersão total Pânico eminente Luta contra a asfixia Espasmo da glote 3 4 5 Deglutição líquida Vômito Perda da consciência Aspiração líquida 6 7 8 9 10 Distúrbios hidrossalinos Convulsões Enxarcamento alveolar Asfixia total

Colapso das funções vitais Anoxia total

Assistolia

M O R T E

Fonte: LIMA, A.B. A arte de salvar vidas, Fund. Edson Queiroz, Fortaleza, 1994. 5. SOCORRO AO AFOGADO

A última tentativa para salvar vidas deve ser o corpo a corpo.

Somente em última circunstância é que o salva-vidas deve lançar-se na água.

5.1. APROXIMAÇÃO

Pelas costas, sempre que possível.

5.1.1. APROXIMAÇÃO PELAS COSTAS

Tendo se aproximado da vítima pelas costas, ao chegar junto a ela, deve-se imobilizá-la.

5.1.2. APROXIMAÇÃO PELA FRENTE

Deve-se pegá-lo por um dos pulsos, cruzando os braços – a mão direita pega o pulso esquerdo da vítima, fortemente. Ela deve ser então puxada com energia na direção do salva-vidas, dando-lhe volta, fazendo-a virar-se de costas ( "Chave de braço").

5.1.3. APROXIMAÇÃO PELA FRENTE, POR BAIXO D’ÁGUA

Toma-se a vítima na altura dos tornozelos, com ambas as mãos. Executa-se um giro para a direita ou esquerda, colocando o afogado de costas para o salva-vidas.

5.2. DESVENCILHAMENTOS

O desvencilhamento é peça fundamental quando do corpo a corpo, onde o salva-vidas, uma vez agarrado, usará a técnica adequada para safar-se.

O mais provável é que o afogado se agarre nas partes superiores do trunco do salva-vidas (pescoço, cabeça, braços, mãos; e pulsos), por serem as que estão mais expostas e que primeiro se aproximam da vítima ( procura subir, respirar).

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Em qualquer caso, deve-se afundar com a vítima (submerso - relaxa e se desprende).

Após cada desvencilhamento: dar volta à vitima, colocando-o de costas ( pos. horizontal para o reboque).

São exemplos, os desvencilhamentos (ANEXO):

5.2.1. PEGADA SIMPLES EM UM PUNHO

5.2.2. PEGADA SIMPLES NOS DOIS PUNHOS 5.2.3. PEGADA DUPLA EM UM PULSO 5.2.4. ABRAÇO PELA FRENTE

5.2.5. ABRAÇO PELAS COSTAS 5.3. REBOQUE

5.3.1. Tipos de reboque (Fonte: MANUAL DE EMERGÊNCIAS AQUÁTICAS – Dr David Szpilman): 5.3.1.1, PELO CABELO

5.3.1.2. PELO QUEIXO COM UMA MÃO

5.3.1.3. PELO QUEIXO COM AS DUAS MÃOS

5.3.1.4. PELO PUNHO

5.3.1.5. EM CHAVE DE BRAÇO (IMOB.)

5.3.1.6. PELAS AXILAS COM DUAS MÃOS

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5.3.1.7. PELO OMBRO

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ANEXO

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Referências

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