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O PRINCIPIO DO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO E A PROTELAÇÃO À APLICAÇÃO DO DIREITO

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Academic year: 2021

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¹Graduando em Direito cursando o 9 º Período da Universidade de Rio Verde – FESURV;

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Graduada em Direito, Especialista em Direito Tributário pela UCG-Goiânia/Go, Mestre em Direito na área de concentração “Constituição e Processo” pela UNAERP-Ribeirão Preto/SP, professora de Direito Constitucional na FESURV de Rio Verde/GO.

O PRINCIPIO DO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO E A PROTELAÇÃO À APLICAÇÃO DO DIREITO

Arthur Paula Marques¹ Patrícia Spagnolo Parise²

RESUMO

O duplo grau de Jurisdição ou princípio da recorribilidade traz às partes a possibilidade de rever decisões processuais em estancias superiores, mitigando e protelando o poder resolutivo de 1ª instancia, que geralmente tem suas decisões sobrestadas e levadas à tribunais superiores. A relevância do estudo parte da atual jurisprudência manter vertentes distintas ao mesmo, com ênfase ao retardar resolutivo decorrente da possibilidade recursiva, combinado com a demora da aplicação do direito pelo poder jurisdicional, decorrentes da inconformidade fundada em decisão desfavorável. Como objetivo, tem-se a elaboração de hipóteses capazes de integralizar a celeridade resolvente ao cotidiano processual, não subestimando possíveis prejuízos ao devido processo legal, limitando-se o recorrer a determinados casos e ou estancias.

Utilizou-se o método de pesquisa bibliográfica. Por fim, buscaram-se

maneiras judiciosas que propiciem a pacificação de respectivas lides de forma célere e satisfatória, trazendo as partes o que lhe é de direito da forma mais breve possível. Tal estudo possibilitou ao ordenamento jurídico vigente possíveis alternativas à demora Jurídica fundada basicamente no retardar processual provocado pelo vencido.

PALAVRAS-CHAVE: Recursos, Celeridade, Processo e Direito.

1 INTRODUÇÃO

O poder estatal de impor as partes o

que a lei determina norteia-se pelo devido

processo legal, o que garante as partes o

direito de justificar sua pretensão com

todos os meios hábeis e legalmente

permitidos. O duplo gral de jurisdição traz

ao processo, a possibilidade de inviabilizar

possíveis erros ou equívocos jurídicos,

constituindo assim, veementemente, parte

da ampla defesa.

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A Relevância ao estudo principia-se da notória possibilidade recursal aplicada a grande parte de decisões e sentenças prolatadas, o que ao contrario de sua essência constitutiva em fomentar decisões

“justas”, vem sendo utilizado pelo ramo jurídico, como forma protelatória à aplicação do direito, resultando assim em um mitigar ao devido processo legal e a subestimação da celeridade processual, afetando negativamente o poder judiciário com a amplitude recursal existente.

Para tanto, tem-se como objetivo encontrar meios aptos à suprir tais necessidades, restaurando ao ramo jurídico a celeridade processual, possibilitando às partes uma discussão, de certa forma, salutar, com o direito predominantemente constitucional do contraditório e ampla defesa.

Tais efeitos poderiam ser minimizados, como por exemplo, através da imposição de limites ao duplo gral de jurisdição, restituindo assim a capacidade e importância pacificadora do magistrado de primeira instancia, que em sua vertente primordial presa pela aplicação célere e perspicaz da legislação, resultando assim em um consequente desabafamento dos Tribunais recursais.

Levando a efeito o presente trabalho, faz-se a utilização do método de pesquisa bibliográfico, utilizando-se doutrinas, artigos, revistas jurídicas, etc.

2 PRINCIPIO DO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO

2.1 Conceito

Primeiramente, faz-se necessário uma definição contundente a cerca do tema, onde, segundo Cunha (2005, p.112), tal possibilidade de reanalise de questões já decididas, ou seja, o duplo grau de jurisdição, como sendo a: “Técnica segundo a qual a decisão judicial originaria é suscetível de reforma por uma instancia judicial superior”.

Tal instituto não se refere diretamente à pluralidade de jurisdições, mas sim no reexame de decisões concretas ligadas diretamente a competência julgadora primaria.

2.2 Vantagens do Principio

É notório que a possibilidade de reforma a decisões proferidas em julgados iniciais, ou seja, de 1ª Instancia, traz à parte vencida a possibilidade de reverter o caso concretizado negativamente. Ao se tratar de “julgamento” é visivelmente razoável que não se admita decisão desfavorável, por se tratar geralmente, de caso onde se crê na existência do direito.

Para tanto, uma das principais

vantagens do principio objetiva-se na

cessação do erro essencial, que segundo

Cunha (2005, p. 120), trata-se do: “Erro

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principal, erro substancial. Erro sobre elemento pertinente à natureza do ato, ao objeto principal da declaração ou a alguma qualidade essencial, cujo conhecimento prévio afastaria a realização do ato”.

Outrossim, a organização hierárquica do meio jurídico, traz aos magistrados a necessidade de aperfeiçoamento constante, facilitando e propiciando a evolução dos julgados, onde órgãos superiores, como de praxe, em gral de recurso, são legitimados a rever tais decisões.

2.3 Principais desvantagens do Principio

A essência do “procurar o que é de direito” decorre da necessidade de resolução célere e eficaz do conflito, trazendo ao estado a necessidade de propiciar meios capazes de solucionar tal deficiência com ênfase e realce.

Como principais desvantagens ao principio, conforme se refere Cintra (2009, p.80):

(...) a) não só os juízes de primeiro grau, mas também os de jurisdição superior poderiam cometer erros e injustiças no julgamento, por vezes reformando até uma sentença consentânea como o Direito e a Justiça; b) a decisão em grau de recurso é inútil quando confirma a sentença de primeiro grau, infringindo até o principio

da economia processual; c) a decisão que reforma a sentença da jurisdição inferior é sempre nociva, pois aponta uma divergência de interpretação que dá margem a duvidas quanto à correta aplicação do Direito, produzindo a incerteza nas relações jurídicas e o desprestígio do Poder Judiciário.

Consoante à jurisdição, tal possibilidade de recurso, esbarra na ênfase de resultar ao magistério de gral “inferior”, o questionamento sobre sua capacidade julgadora, afetando diretamente a existência da chamada e tão buscada

“justiça”.

Outro fato negativo ao principio parte da premissa de necessidade de controle estatal aos julgados, ou seja, veemente natureza politica ao mesmo, conforme vislumbra Cintra (2009, p.81), que diz:

(...) o principal fundamento para a

manutenção do princípio do duplo grau de

jurisdição é de natureza politica: nenhum

ato estatal pode ficar imune aos

necessários controles. O poder Judiciário,

principalmente onde seus membros não

são sufragados pelo povo, é, dentre todos,

o de menor representatividade. Não

legitimaram as urnas, sendo o controle

popular sobre o exercício da função

jurisdicional ainda incipiente em muitos

ordenamentos, como o nosso. É preciso,

portanto, que exerça ao menos o controle

interno sobre a legalidade e a justiça das

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decisões judiciarias. Eis a conotação jurídica do principio do duplo grau de jurisdição.

Portanto, o aludido princípio, foge ao seu objetivo, ou seja, garantir ao processo e aplicação do direito material com impossibilidade dos chamados erros jurídicos, agrupando ao mesmo, carga excessiva de exigibilidade, não obstante a sua possível complexidade componente à lide, mas sim à atuação estatal, onde a mesma atem-se a atribuir capacidade julgadora ao magistrado.

2.4 O retrocesso à aplicação do Direito

Tais aspectos negativos trazem a tona o chamado retrocesso, ou seja, o atraso na aplicação do direito. Mesmo compondo a ampla defesa, de nada adianta ter a possibilidade de reexame superior, se tal fato, como de costume, geralmente só retarda a aplicação da sentença ou decisão já proferida em grau anterior.

O aludido instituto como instrumento, em grande parte dos casos,

“suspensivo” passa a favorecer a parte vencida que mesmo sabendo de sua emitente derrota, resguarda-se ao principio, utilizando o recurso como forma de escusar-se da imposição imediata do julgado.

Em consoante com o entendimento, Ada Pellegrini Grinover, baseia-se na prisma de que a garantia do duplo grau de jurisdição, mesmo que só implicitamente assegurada pela CF/88, tem-se como princípio autônomo, provindo da própria Lei Maior, que organiza e estrutura os órgãos de jurisdição superior.

Segue afirmando Grinover (1998, p. 223):

Em outro enfoque, que negue tal postura, a garantia pode ser extraída do princípio constitucional da igualdade, pelo qual todos os litigantes, em paridade de condições, devem poder usufruir ao menos de um recurso para a revisão das decisões, não sendo admissível que venha ele previsto para algumas e não para outras.

Dai o conflito entre a aplicação da lei e a amplitude de defesa, contradiz-se com o significado e objetivo primordial deste ultimo, onde utiliza-se a possibilidade recursal não como forma garantidora do “justo”, mas em grande parte dos casos, como simples instrumento constitucional favorável ao vencido, por quantas vezes possíveis.

Como descrevem Luiz Guilherme Marinoni e Sérgio Cruz Arenhart (2007, p.

488), no que tange aos objetivos da

existência do duplo grau jurisdição:

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Como disse há muito tempo Chiovenda, não é possível a pluralidade das instâncias fundar-se, no direito moderno, na subordinação do juiz inferior ao superior, por não dependerem os juízes, quanto à aplicação da lei, senão da lei mesma. O recurso não é mais uma “reclamação contra o juiz inferior”, mas o expediente para passar de um a outro o exame da causa.

Como de praxe, a investidura ao cargo de magistrado requer veemente capacidade interpretativa do direito, onde o próprio estado transfere ao legitimado a capacidade julgadora, trazendo responsabilidades para tanto. O duplo grau de jurisdição passa a prejudicar diretamente a síntese julgadora, podendo relevar a interpretação literal, onde se transfere parte da capacidade julgadora aos demais órgãos superiores, sendo estes praticamente e constantemente instigados a retificar ou ratificar decisões.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Duplo Grau de Jurisdição, apesar de ser um instituto primordial à ampla defesa, deve buscar ater-se ao processo, limitando a possibilidade recursal a determinados tribunais superiores, restringindo-se a investidura de terceiras ou quartas instancias, impondo sanções constantes a litigantes de má fé.

Tal instituto deve restringir-se a exclusão dos equívocos jurídicos, trazendo as partes maior segurança julgadora, e não reverter-se em demora e incerteza resolutiva. Os prejuízos resultantes na demora em aclarar o conflito se tornam quase tão prejudiciais quanto o impasse em si, que depende da eficiência estatal para seu cessar.

Considerando a amplitude do tema, acredita-se que a evolução presente à legislação, instigue o legislador a suprir tais necessidades fundamentais, interligando diretamente o princípio da celeridade processual ao meio jurídico, respeitando direitos e deveres garantidos pela Constituição Federal de 1988, então vigente.

REFERÊNCIAS

CINTRA, Antônio Carlos de Araújo.

Grinover, Alda Pellegrini. Dinamarco, Cândido Rangel. Teoria geral do processo. Ed. 25. São Paulo: Malheiros, 2009.

CUNHA, Sérgio Sérvulo da. Dicionário compacto do direito. Ed. 4. São Paulo:

Saraiva, 2005.

GRINOVER, Ada Pellegrini . O processo

em evolução. Rio de Janeiro: Forense

Universitária, 1996.

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MARINONI, Luiz Guilherme;

ARENHART, Sérgio Cruz. Processo de

Conhecimento. vol. 2, 6ª ed., rev., atual. e

ampl. São Paulo: Editora Revista dos

Tribunais, 2007.

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