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D O S S I Ê T É C N I C O

CULTIVO DO NIM Ivo Pessoa Neves

Rede de Tecnologia da Bahia – RETEC/IEL - BA

JANEIRO/2008

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DOSSIÊ TÉCNICO

Sumário

1 INTRODUÇÃO...3

2 CARACTERIZAÇÃO DA PLANTA...4

3 CONDIÇÕES EDAFOCLIMÁTICAS ...4

4 PREPARO DO SOLO...5

4.1 Produção de mudas ...5

4.2 Plantio e Manejo da Cultura ...6

4.3 Deficiências Nutricionais e Minerais ...6

4.4 Deficiências Minerais...6

4.5.Tratamento Fitossanitário ...10

5 COLHEITA E PROCESSAMENTO...10

5.1 Colheita dos Frutos ...10

5.2 Processamento ...11

5.2.1 Despolpamento e Lavagem...11

5.2.2 Secagem...12

5.2.3 Armazenamento ...12

5.2.4 Qualidade das Sementes ...12

6 FORMULAÇÕES E UTILIZAÇÃO...12

6.1 Uso na Indústria de Cosméticos...13

6.2 Uso Medicinal...13

6.3 Uso na Agricultura ...14

6.3.1 Controle de Pragas com Produtos do NIM...14

6.3.1.1 Extrato à Base de Folhas ...14

6.3.1.2 Extrato à Base de Sementes...14

6.3.2 Uso na Produção de Biomassas em Propriedades Rurais ...16

6.3.3 Uso em Reflorestamento e Sistemas Agroflorestais...16

6.3.4 Uso como Fertilizante ...16

6.4 Uso Veterinário ...16

6.5 Uso como Inseticida ...17

CONCLUSÃO ...19

REFERÊNCIAS ...19

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DOSSIÊ TÉCNICO

Título

Cultivo do Nim

Assunto

Produção de produtos não-madeireiros não especificados anteriormente em florestas plantadas

Resumo

Caracterização da planta, preparo do solo, produção de mudas, plantio e manejo da cultura, formulações e utilização na agricultura.

Palavras chave

Agricultura; análise do solo; manejo do solo; muda; plantio; solo

Conteúdo

1 INTRODUÇÃO

O Neem Azadirachta indica ou Nim como é mais conhecida, é uma árvore que tem sua origem na Índia. Sendo uma planta de característica tropical, adaptou-se bem ao clima do Brasil, onde foi introduzida oficialmente na década de 80, hoje em dia é encontrada em todas as regiões do País.

Figura 1: Exemplar do NIM (Azadirachta indica) Fonte: Revista Globo Rural, Julho de 2003.

Atualmente vem demonstrando eficácia no combate as diversas pragas e doenças, que atacam plantas e animais, por conta do seu princípio ativo, a azadirachtina.

O Nim é uma árvore que tem todas as suas partes ulilizáveis como folhas, frutos, sementes, casca e madeira, atualmente muito empregada como fonte de materiais em diversos setores: na indústria de comésticos, produção de adubos, uso veterinário e no

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controle de pragas, principalmente no combate aos nematóideos do cisto da soja e contra mosca das frutas.

2 CARACTERIZAÇÃO DA PLANTA

O Nim é uma planta originária da India, cujo nome cientifíco Azadirachta indica, pertencente a família Meliaceae, assim como mogno, a andiroba e do cedro, podendo atingir até 15 m de altura.

Apresenta galhos em forma de coroas e seu tronco é em geral reto e curto, revestido de uma casca grossa e enrugada.

Folhas de coloração verde-escuras, abundantes, com exceção dos períodos de seca prolongados. As flores, são hermafroditas, possuindo coloração branca e aromáticas.

Figura 2: Exemplar do NIM na fase de inflorescência Fonte: Revista Globo Rural, Julho de 2003.

O fruto apresenta-se como uma baga ovalada no estágio maduro com polpa amarelada e casca branca, contendo óleo da cor marrom no interior da semente.

Figura 3: Caracterização do fruto Fonte: Revista Globo Rural, Julho de 2003.

3 CONDIÇÕES EDAFOCLIMÁTICAS

O Nim tem um bom desempenho quando a temperatura está acima de 20°C e a

precipitação pluviométrica durante o ano em torno de 400 a 800 mm, também em altitudes superiores a 700 m, resistindo a longos períodos de estiagem.

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Planta que se desenvolve em solos de características pobres em nutrientes, não se adaptando em solos encharcados e salinos, tendo como solo ideal, aqueles que

apresentam um pH entre de 6,2 a 7, 0, com florescimento nos primeiro meses do ano, com o amadurecimento dos frutos nos meados de junho a agosto, com uma produtividade de 25 kg/planta, após quinto ano de plantio.

4 PREPARO DO SOLO

Pode ser manual ou mecanizada, tem como operações básicas a aração e gradagem, tendo também como alternativa a homogeneização e o destorroar do solo, que consiste em executar uma gradagem pesada e posteriormente uma leve, podendo se também proceder apenas à abertura das covas, nas dimensões de 40 x 40 x 40 cm.

As características dos espaçamentos devem obedecer ao critério final de exploração da cultura, quando optar para uma madeira fina e de menor porte, em um ciclo mais curto, devem-se adotar espaçamentos menores, como 2 x 2 m ou 3 x 3 m, para fins da produção de carvão, adota-se o espaçamento de 4 x 4 m.

Figura 4: Técnica de espaçamento Fonte: Embrapa, 2004.

Quando o material é destinado para área farmacológica ou para a produção de sementes para exportação, ao iniciar o processo de competição de plantas a partir do terceiro ano, onde apresenta um espaçamento mais estreito, recomenda-se adotar o procedimento de cortes em série ou alternados entre as árvores.

Os sulcos devem seguir a declividade do terreno em curva de nível, com a marcação das covas, utilizando-se cordas ou arames, levando-se também em conta o espaçamento, com abertura das covas com as dimensões de 40 x 40 x 40 cm, podendo receber torno de 3 kg de esterco.

Quando trata - se de solo proveniente da operação de coveamento, adiciona-se cerca de 200 g de adubo NPK 4-3-15 + Zn.

4.1 Produção de Mudas

De fácil propagação, o Nim pode reproduzir tanto sexual quanto vegetativa, utilizando-se sementes, mudas, rebentos ou cultura de tecidos.

A forma por estaquia, é a técnica mais usada para obtenção de mudas, mas se o agricultor optar pela propagação sexuada, ou seja, através de sementes, deve-se ter o cuidado de realizar uma pré-germinação, que consiste em colocar as sementes entre duas estruturas de papel ou tecido encharcadas, até que os cotilédones comecem a sair da casca, isso

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ocorre em torno de uma semana a depender das condições climáticas.

Este procedimento deve ser adotado pelo fato de que as sementes do Nim perdem seu poder germinativo muito rápido, geralmente em de 60 dias. Agindo assim, o agricultor aumentará a porcentagem de germinação que é em torno de 70%.

Figura 5: Canteiro de mudas do Nim.

Fonte: Revista Globo Rural, Julho 2003.

4.2 Plantio e Manejo da Cultura

O plantio deve ser realizado no início do período das chuvas.

As mudas devem ser distribuídas entre as covas, plantadas no mesmo dia para evitar ressecamento e quando produzidas em saco plástico, só deve-se retirar do saco no momento do plantio.

Após 30 dias do plantio deve-se percorrer a área plantada para avaliar a porcentagem de falhas, através de contagem, caso essa contagem seja superior a 5%, deve-se realizar o replantio em todas as falhas.

Para aumentar a resistência da planta e evitar possíveis quebras ocasionadas por ventos, recomenda-se manter o Nim em haste.

4.3 Deficiências Nutricionais e Minerais

As deficiências nutricionais devem ser corrigidas através da adubação, sendo necessário, portanto realizar diagnóstico de sintomas visuais de deficiência nutricionais e experimentos de campo para poder identificar quais as são essas deficiências e os procedimentos a serem adotados.

De acordo com os relatórios do sistema base de dados tropical da Embrapa, plantas que se desenvolvem em solos onde ocorrem deficiências de muitos nutrientes, germinam mais dificilmente continuam seu desenvolvimento.

4.4 Deficiências Minerais

De acordo com os relatórios do sistema base de dados tropical na região dos cerrados os solos são formados por rochas, sendo que cerca de aproximadamente 90% desses solos são distróficos, ou seja, são ácidos, apresentado baixa fertilidade e com baixa

concentração de matéria orgânica e nutriente como cálcio, magnésio, fósforo e potássio e alta concentração de ferro e alumínio, que possibilitam o aparecimento de sintomas que prejudicam o desenvolvimento do Nim, a seguir temos a indicação dessas deficiências e suas características sintomatológicas.

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A coloração amarela-esverdeada é um indicativo de carência nitrogênio que se inicia em folhas mais velhas, com a perda da cor verde intensa em forma de clorose uniforme homogênea amarelo-esverdeada, depois muda para amarelo-esbranquiçada, que se estende às folhas novas, chegando até a uma coloração verde claro, demonstrando assim uma intensa deficiência.

Figura 6: Sintomas de deficiência nitrogênio Fonte: Embrapa, 2005.

A deficiência de potássio se manifesta com o amarelamento internerval, sendo mais prejudicada nas pontas das folhas na forma de V invertido, com amarelamento continuo da-se a queda das folhas.

Figura 7: Sintoma de deficiência de potássio Fonte: Embrapa, 2005.

A formação de manchas amareladas de tamanho variado é como se apresenta na maioria das vezes em plantas com deficiência do macronutriente fósforo, principalmente nas folhas mais velhas.

Em folhas mais novas a deficiência do fósforo é indicada inicialmente com uma coloração verde-azulada brilhante.

À medida que há um agravamento dos sinais de deficiência, a cor das folhas mais velhas progride para amarelo-castanho, o bordô para o centro do limbo (Malavolta, 1980), depois as folhas mais velhas secam e caem, deixando as plantas com poucas folhas.

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Figura 8: Sintoma de deficiência de fósforo Fonte: Embrapa, 2005.

Nos sintomas de deficiência de cálcio, as plantas absorvem fosfato muito eficientemente, acumulando-o no tecido em concentrações maiores que as do fosfato presente no solo ou na solução nutritiva e na ausência de fósforo, a maioria das plantas apresentam o caule pouco ramificado, fino e pouco desenvolvido.

Figura 9: Sintoma de deficiência de cálcio Fonte: Embrapa, 2005.

Os sintomas da deficiência de magnésio começam a se manifestar nas folhas em manchas desuniformes de coloração amarelada, inicia-se próxima das suas margens, depois para a sua parte central e com posterior intensa queda de folhas.

Figura 10: Sintoma de deficiência de magnésio Fonte: Embrapa, 2005.

A deficiência de enxofre se manifesta com aparecimento de coloração verde-clara, sendo que nas folhas novas mostram ter uma coloração verde muito pálida, diferenciando-se das outras.

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Figura 11: Sintoma de deficiência de enxofre Fonte: Embrapa, 2005.

Os sintomas de deficiência do boro se manifestam nos estádios iniciais de

desenvolvimento da planta, sendo mais visíveis da germinação até a formação dos primeiros pares de folhas, reduzindo a resistência mecânica de caules e pecíolos,

acarretando assim uma deterioração nas bases das folhas novas, reduzindo o crescimento radicular, podendo ocasionar à morte de raízes, especialmente nas pontas meristemáticas.

Figura 12: Sintoma de deficiência de boro Fonte: Embrapa, 2005.

A deficiência de cobre é identificada pela coloração verde-escura acentuada nas folhas em toda a planta, principalmente nas folhas mais velhas, sintoma que pode ser confundido com a deficiência de fósforo, em razão da inibição da síntese de clorofila.

Figura 13: Sintoma de deficiência de cobre Fonte: Embrapa, 2005.

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O sintoma de deficiência de ferro manifesta-se, inicialmente, nas folhas mais jovens e posteriormente a clorose pode atingir também as nervuras, o que provoca nas folhas um tom amarelado podendo a folha tornar-se branca com áreas necróticas.

Figura 14: Sintoma de deficiência de ferro Fonte: Embrapa, 2005.

As características de um enrugamento das folhas mais novas e caules delgados de

coloração verde-pálido e folhagem amarelada são indicativos de deficiência de manganês.

Figura 15: Sintoma de deficiência de manganês Fonte: Embrapa, 2005.

A deficiência de zinco pode ocorrer quando se aplica calcário em quantidade suficiente para elevar o pH do solo acima de 6, 0, segundo Thung & Oliveira.

Figura 16: Sintoma de deficiência de zinco Fonte: Embrapa, 2005.

4.5 Tratamento Fitossanitário

O controle de formigas, principalmente as pertencentes aos gêneros Atta e Acromyrmex, deve-se iniciar assim que a planta estiver estabelecida para o sucesso do cultivo.

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Os equipamentos disponíveis e o tipo de formigueiro, bem como as condições ambientais são fatores que influenciam na eficiência do combate a esses insetos e também a

utilização de produtos, principalmente os granulados, de maior oferta no comércio.

5 COLHEITA E PROCESSAMENTO

5.1 Colheita dos Frutos

A operação de colheita deve ser a realizada quando pelo menos um quarto dos frutos estiverem amarelos e o restante “de vez”, descartando aqueles frutos que apresentarem verdes, podendo fazer o aproveitamento daqueles derrubados no chão ou até mesmo os que a polpa tenha sido consumida por insetos ou outro animal.

Uma vez colhido os frutos, eles são separados por qualidade em vasilhames diferentes, ou seja, os maduros e “de vez”, ficando de 24 a 48 horas, onde ocorrerá a despolpa

propiciada por uma pequena fermentação a qual não interfere na qualidade da semente.

5.2 PROCESSAMENTO

5.2.1 Despolpamento e Lavagem

O despolpamento poderá ser realizado artesanal ou mecanicamente, sendo manual deve ser executado com o uso de recipiente, água, areia fina e peneira, seguindo-se os

procedimentos:

Colocar uma camada de frutos em toda a extensão da base do recipiente, em seguida um pouco de areia, adicionar a água aos poucos, até formar um caldo espesso;

Realizar movimentos circulares nesse caldo espesso, fazendo pressão para que o atrito possibilite as cascas soltarem e seja feita a limpeza das sementes;

Colocar as sementes limpas na peneira para lavá-las. Após lavagem colocá-las em outro recipiente, separando as que ainda apresentem resíduos de cascas;

Após despolpamento, adicionar uma pequena quantidade (mão cheia) de cal em um recipiente com água nas quais as sementes limpas deve ser deixado por uns dez minutos. Esse procedimento funciona como uma desinfecção para prevenir o aparecimento de boloros, durante o armazenamento das sementes.

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Figura 17: Despolpamento artesanal Fonte: Embrapa, Dezembro 2003.

Figura 18: Despolpamento semi - industrial Fonte: Embrapa, Dezembro 2003.

5.2.2 Secagem

Depois de tratadas as sementes devem ser espalhadas em uma superfície revestida, nunca em contato direto com o piso, deixando - as secar ao sol por um período médio de três a quatro horas.

Essa exposição ao sol interfere na retirada da umidade existente nas sementes, devendo posteriormente concluir o processo de secagem numa área sem sol durante dois a três dias.

Durante essa secagem final, deve realizar a seleção para retirada de cascas ou sementes que apresentarem manchas ou rachaduras, para não prejudicar a qualidade do produto final.

5.2.3 ARMAZENAMENTO

Deve - se armazenar completamente secas, com utilização de sacos de papel ou de pano e nunca em sacos de plástico ou materiais semelhantes, para não contribuir com o aparecimento de bolores ou também dificultar o processo de transpiração e provocar

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germinação. Manter sempre em local seco, ventilado e fazer inspeção.

5.2.4 Qualidade das Sementes

As sementes de qualidade apresentam características de casca quase branca, secas e livres de contaminações biológicas ou físicas.

Sementes que não atingirem tamanho médio dentro do lote devem ser descartadas, bem como aquelas que apresentarem pontos indicativos das contaminações ou casca quebrada ou rachada.

Quando destinadas ao plantio é necessário fazer um teste para determinar a porcentagem de germinação de cada lote de sementes e essa característica ótima de germinação, deve constar do rótulo das embalagens.

No rótulo deve conter as seguintes informações: nome do agricultor, localidade ou

propriedade, município, ano da safra, número do lote, período da colheita, porcentagem de germinação e peso.

6 FORMULAÇÕES E UTILIZAÇÃO

Existe uma variedade de utilizações para o aproveitamento do Nim devido ao seu princípio ativo a azadirachtina, altamente potente, o que possibilita os seguintes usos.

As espécies da família Meliaceae têm como característica a presença de triterpenos oxigenados, conhecidos como meliacinas, tendo como o mais potente agente antialimentar o azadiractin, que se encontra nas folhas, frutos e sementes, e foi isolado, inicialmente, a partir do Nim.

Figura 19: Fórmula Estrutura da Azadirachtina Fonte: Unicampi, Março 2000.

6.1 Uso na Indústria de Cosméticos

Utilizado na fabricação de xampus, óleos para cabelo, tônico capilar e óleo para unha e sabonetes. De acordo com Saxena (1993), na Alemanha, do tanino da casca do caule fabricam-se sabonete e pasta dental

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Figura 20: Cosmético do NIM Fonte: Embrapa, Dezembro 2003.

Figura 21: Sabonete e pasta dental extraídos do tanino da casca do caule.

Fonte: Embrapa, Dezembro 1996.

6.2 Uso Medicinal

Devido às suas propriedades bactericidas e fungicidas é usada em muitos países como eficiente remédio no tratamento de inúmeras doenças.

Doenças como a dengue, chagas e malárias podem ser controladas com a pulverização a base de óleo de Nim. Dentre os países que cultivam e utilizam o Nim, Cuba é que detêm mais experiência do uso na área da saúde pública.

Devido ao seu efeito antiviral, bactericida, fungicida, anti-inflamatório, analgésico, anti- helmíntico, estimulante do sistema imunológico, anti-câncer, anti-cáries, efeitos contra a diabetes, anti-fadigas crônicas, anti-dor de cabeças, o principio ativo do Nim é muito utilizado na medicina humana.

Eficiente no combate aos fungos, muito mais que alguns fungicidas, também utilizado em doenças com erupção cutâneas como varíola, catapora e verrugas e em fase experimental em coquetéis contra o vírus da Aids.

Na área da higiene bucal, previne o aparecimento de doenças periodônticas devido às propriedades anti-sépticas da planta.

6.3 Na agricultura

6.3.1 Controle de pragas com produtos do Nim

O extrato aquoso extraído do Nim comprovadamente é um potencial produto no combate de pragas das culturas agrícolas e fácil utilização em pequenas propriedades.

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6.3.1.1 Extratos á base de folhas realizando os procedimentos de preparação

Cortar ramos de Nim e colocar para secar á sombra até que as folhas se tornem quebradiças;

Triturar as folhas secas numa máquina forrageira ou pisar num pilão até obter um pó;

Pesar 500 gramas desse pó e colocar de molho em dois litros de água durante 10 a 12 horas;

No dia seguinte, coar a calda obtida em um pano, adicionar 200 ml de um

detergente neutro, colocar num pulverizador, completando o volume de 20 litros de água e aplicar.

6.3.1.2 Extrato de Sementes realizando os procedimentos de preparação

Triturar 1 kg de sementes secas de Nim e colocar em um saco de pano. Amarrar a boca do saco e colocar de molho em uma vasilha com 2 litros d'água.

Deixar de molho durante 12 horas e em seguida espremer e coar. Obtém-se assim uma calda rica em óleo de Nim. Deve-se adicionar 200 ml de detergente, que tem ação emulsificante e melhora a aderência da calda às folhas das plantas ou pelo dos animais.

Colocar essa calda num pulverizador, completar o volume de 20 litros d’água e aplicar em seguida.

As sementes extraídas de frutos do Nim podem ser utilizadas tanto na produção de mudas para novos plantios, como para a extração de óleo.

Figura 22: Recipiente de preparação do extrato aquoso do Nim Fonte: Embrapa, Dezembro 2003.

CULTURA/ CRIAÇÃO PRODUTO DO NIM PRAGAS CONTROLADAS

Acerola Óleo Pulgão, cochonilha, ácaro

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Café Óleo/Extrato da Folha Broca, bicho mineiro, ferrugem

Feijão Extrato da Folha Ferrugem

Gado Leiteiro Extrato da Folha Carrapato, berne e mosca do chifre

Milho Extrato da Folha Lagarta do cartucho

Pepino Óleo Trips, pulgões

Plantas Medicinais Óleo Brasileirinho, mosca branca, pulgões, ácaros

Tomate Óleo/Extrato da Folha Mosca branca, trips, pulgão, broca pequena, fungos do gênero Phytophtora.

Quadro 1: Potencial de controle do Nim Fonte: Embrapa – CNPAF, 1996.

6.3.2 Uso na Produção de Biomassa em Propriedades Rurais

Após a maturação, as árvores de Nim rendem de 10 a 40 toneladas de matéria seca por hectare, dependendo das chuvas, do espaçamento adotado e da expressão do material genético nas condições de cultivo.

As folhas abrangem cerca de metade dessa biomassa produzida, enquanto frutos e madeira, representam cerca de 25% cada.

Também utilizado na fabricação de carretas, ferramentas, implementos agrícolas, postes para cerca, casas, móveis e carvão devido ao alto poder calorífico.

6.3.3 Uso em Reflorestamento e Sistemas Agroflorestais

Pela sua característica de ser uma árvore robusta, o Nim é aproveitado como componente nos programas de reflorestamento e na recuperação de áreas degradadas, áridas ou costeiras e utilizadas como quebra-vento nos sistemas agro florestais.

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Figura 23: Viveiro de reflorestamento com NIM Fonte: Agroteccatanabi, Julho 2003.

Contribui também para a produtividade das lavouras, como incremento no fornecimento constante de matéria orgânica.

6.3.4 Como Fertilizantes

Como fertilizantes é utilizados na agricultura convencional, diminuindo as perdas de nitrogênio pelo ar ou pelo escorrimento juntamente com as águas no interior ou na superfície dos solos.

O Nim é também uma alternativa barata na utilização como fertilizante, na forma de torta ou o extrato misturado com fertilizantes nitrogenados, esses últimos de custo alto no mercado, como também pode reduzir substancialmente as perdas de volatilização da amônia causadas por bactérias nitrificantes no solo, isto por ser antimicrobial.

Dessa forma, o Nim como fonte de adubo orgânico, pode constituir-se num dos fatores decisivos para a redução dos custos de produção de uma determinada cultura explorada.

6.4 Uso Veterinário

Na alimentação animal e no controle de pragas, sendo utilizado em torno de 5 L de solução a 2% do óleo emulcionável do Nim ou 2,5-5% do extrato da folha, por animal.

A torta de Nim utilizada para alimentação animal ou no tratamento curativo ou preventivo, na homeopatia veterinária, não deixa residuais tóxicos nem mesmo sabor ou odor nas carnes ou leites dos animais, pois é eliminado pelas fezes, o que não prejudica o consumo humano desses produtos.

O uso da torta funciona também como elemento potente preventivo e controlador de modo geral sobre os endoparasitas e ectoparasitas em animais e aves, sendo mais utilizado como repelente contra ataques de moscas e insetos, alternativa para as pequenas propriedades rurais pelo aspecto de ser um produto natural, acessível e de baixo custo operacional.

Componentes Quantidade

Azadiractina 500ppm

Nitrogênio 4% mínimo

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Fósforo 3%

Potássio 1,67%

Carbono 1,2%

Enxofre 1,2%

Cálcio 0,77%

Magnésio 0,75%

Outros Cobre, Ferro, Zinco, Manganês, Boro, Molibdênio

Quadro 2: Composição da torta do NIM Fonte: Bionim Produtos Naturais, 2005.

6.5 Uso como Inseticida

O efeito dos extratos de Nim sobre insetos, sendo que dentre as espécies mais sensíveis destaca-se as lagartas, pulgões, cigarrinhas e besouros mastigadores.

Dados revelam que o Nim tem comprovadamente efeito sobre cerca de 250 espécies de insetos e em fase de testes para identificação de outras espécies como também a

dosagens a serem empregadas, mais com preocupação de não alterar o processo normal de polinização, elemento preponderante para a multiplicação e produtividade vegetal e produção de outros produtos.

Outra versatilidade na utilização é quanto a sua semelhança com o hormônio da ecdise, que pode possibilitar o processo dos insetos trocarem o esqueleto externo, que ocasionam alteração nessa transformação e, em elevadas concentrações, pode até impedí-la.

Figura 24: Produtos inseticidas

Fonte: Revista tecnologia e treinamento, 1998.

CLASSE ESPÉCIES EFEITOS

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Classe Orthoptera gafanhotos, grilos, esperanças

anti-alimentar – insetos recusa-se a comer palnatas tartadas pelo Nim por várias semanas

Classe Homóptera pulgões, moscas brancas, psyllids, cochonilhas

influenciar a habilidade dos homópteros de serem portadores e de transmitirem certas viroses.

Classe Thysanoptera larvas de trips a formulação oleosa sufoca esse tipo de insetos.

Classe Coleóptera fitófagos

coccinelideos, e crisomelideos

recusam-se a comer plantas tratadas, crescem devagar, e alguns são mortos ao contato com os princípios ativos.

Classe Lepdoptera larvas de diversos lepidópteros: lagartas militares, brocas de fruto, broca do milho

impede de se alimentarem.

Classe Díptera mosca de frutas, mosca dos chifres, e moscas domésticas

anti-alimentar e desregulando a crescimento

Classe Heteroptera insetos sugadores

insetos domésticos

insetos sugadores,

mata os insetos jovens e inibe os adultos de efetuarem a ovoposição.

Quadro 3: Principais classes de insetos controladas pelo Nim.

Fonte: Série Agricultura Alternativa, Junho 2000.

Para a preparação devem-se adotar os seguintes procedimentos:

Triturar as sementes ou frutos frescos, em água;

Deixar a mistura descansar por 12 horas;

Filtrar o líquido e pulverizando-o sobre as áreas infestadas, da mesma forma pode – se fazer com as folhas;

Recomenda-se por litro de água, de 30 a 40 g de sementes ou de 40 a 50g de folhas secas.

Conclusão

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Esse dossiê contribui para ampliar os conhecimentos e fomento para o cultivo do Nim, hoje na busca de uma agricultura mais racional e alternativa, para reduzir o uso de inseticidas sintéticos, minimizando assim os danos causados ao meio ambiente.

Referências

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EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Centro Nacional de Pesquisa de Arroz e Feijão. Circular Técnica, Goiás, 1996.

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Nome do técnico responsável

Ivo Pessoa Neves

Nome da Instituição do SBRT responsável

Rede de Tecnologia da Bahia – RETEC/IEL - BA

Data de finalização

30 jan. 2008

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