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PROCESSO DE ANÁLISE DA PRODUÇÃO: UM RESUMO SOB A PERSPECTIVA DA TEORIA ECONÔMICA BÁSICA.

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FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E NEGÓCIOS DE SERGIPE - FANESE – ARACAJU – SERGIPE REVISTA ELETRÔNICA DA FANESE – VOL 5 – Nº 1 – JULHO 2016

PROCESSO DE ANÁLISE DA PRODUÇÃO: UM RESUMO SOB A PERSPECTIVA DA TEORIA ECONÔMICA BÁSICA.

Ulisses Pereira Ribeiro1

A análise econômica da produção parte do princípio da busca da maximização do lucro por parte do empresário. O objetivo é analisar as variações da produtividade dos fatores de produção à medida que a quantidade destes aumenta ou diminui. Quanto maior for a produtividade da combinação dos fatores de produção utilizada por uma firma, maior será o rendimento proporcionado por ela. Além disso, podemos conhecer o nível máximo de produção possível, dados o processo de produção escolhido e a quantidade dos recursos utilizada neste processo.

Uma etapa importante da análise da produção é comparar a eficiência econômica dos processos produtivos conhecidos. Um processo produtivo é diferente do outro a depender da técnica de produção utilizada, ou seja, a combinação dos recursos capital, mão de obra e espaço físico, dentre outros, utilizada para a realização da produção. Por exemplo: para colher cana-de-açúcar podemos utilizar mão de obra ou colheitadeira mecânica. Neste último caso, uma máquina pode substituir muitos trabalhadores. No entanto, nem sempre este processo é o mais adequado para o local que está sendo analisado. O relevo, a capacidade de investimento do empresariado local, a disponibilidade de crédito agrícola, dentre outros fatores, podem tornar a mecanização inviável economicamente.

A depender do recurso usado em maior quantidade, o processo produtivo pode ser caracterizado como de capital intensivo, mão de obra intensiva, ou terra intensivo.

 Capital intensivo - quando o volume de capital é expressivamente maior que a quantidade dos outros recursos. Os setores automobilístico, têxtil (em especial, fiação e tecelagem), bebidas, por exemplo, utilizam processos capital intensivo, dada a eficiência.

 Mão-de-obra intensivo - quando a quantidade utilizada de trabalhadores é grande e se sobressai perante os outros recursos. Exemplo: construção civil, confecção etc

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Professor da disciplina análise econômica. Doutorando em Desenvolvimento Regional e Urbano, mestre em Geografia, graduado em Ciências Econômicas.

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 Terra intensivo - quando a quantidade de terra necessária à produção é muito grande e se sobressai em relação aos outros recursos como a criação extensiva de gado, cultivo (ou exploração) de madeira etc.

Não obstante, a evolução tecnológica modifica a relação técnica existente entre os recursos, tendendo-se ao uso, cada vez maior, de capital nos processos produtivos.

Ao compararmos os processos produtivos podemos identificar qual é o tecnicamente mais eficiente e o economicamente mais eficiente. A depender da localização geográfica do empreendimento produtivo, um processo reconhecido como o que tem a tecnologia mais eficiente pode não ser o mais econômico (o mais barato), dada a disponibilidade e acessibilidade aos recursos necessários naquele local.

A diferença entre os dois tipos de eficiência se dá a partir dos objetivos, ou seja, o processo de produção mais eficiente tecnologicamente é aquele que, perante os outros, utiliza menor quantidade de recursos. Já o mais eficiente economicamente é aquele mais barato – que custa menos. A Economia preocupa-se com a questão da eficiência econômica, deixando a questão técnica para a engenharia de produção.

ANÁLISE DA PRODUÇÃO NO CURTO PRAZO

A análise da produção no curto prazo, ou seja, com base nas condições de produção existentes na firma no momento presente, divide os fatores de produção em FIXOS e VARIÁVEIS. Os fixos são aqueles cuja quantidade não pode ser aumentada ou reduzida facilmente, a exemplo de construções, espaço físico disponível, máquinas de grande porte, número de trabalhadores com determinada qualificação/especialização. Já a quantidade dos recursos variáveis pode ser alterada mais facilmente, como matérias-primas e mão de obra pouco qualificada, por exemplo.

A existência de fatores de produção fixos impõe limite à produção (capacidade de produção). Em função disto, o grau de utilização do recurso fixo de uma firma resulta em

diferentes níveis de produtividade do recurso variável2. Assim, partindo-se do zero, aumentos na quantidade dos recursos variáveis (trabalhadores, por exemplo) podem resultar em:

 Aumentos, cada vez maiores, da produtividade;

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Nos manuais de economia é comum a utilização do fator de produção trabalho como um recurso variável para explicar a Lei dos rendimentos decrescentes.

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 Aumentos, cada vez menores, da produtividade; ou  Queda da produtividade.

Este comportamento é denominado de Lei dos rendimentos decrescentes. Essa Lei expressa a variação do rendimento da firma a medida que se intensifica o uso dos recursos fixos. Isto porque o aumento da produtividade do trabalho, por exemplo, resulta em menores custos por unidade produzida (custo médio), ou seja, maior produção por trabalhador sem alterar o custo com o salário3. O ponto ótimo da produção é o nível que proporciona a

máxima produtividade média. Como veremos mais adiante, este é o ponto no qual o custo

médio é mínimo.

Conceitos de produtividade média e produtividade marginal do trabalho  Produtividade média = quantidade produzida por trabalhador.

 Produtividade marginal = variação da produção à medida que se acrescenta cada trabalhador.

O importante é sabermos qual é a combinação de recursos ideal, ou seja, aquela na qual a produtividade média alcançada seja a máxima possível (ponto ótimo). Neste sentido, devemos prestar atenção ao seguinte comportamento da produtividade marginal resultante de aumentos na produção: se a produtividade marginal for maior que a média, esta última será crescente; se a produtividade marginal passar a ser menor que a média, esta última reduzirá.

Em termos práticos, para perceber se o nível de produção da firma está próximo do ponto ótimo, o analista econômico compara as produtividades média e marginal resultantes de alterações no nível de produção provocadas por acréscimos no número de trabalhadores ao processo produtivo.

Mas, quando a firma atinge o ponto ótimo? Quando o aumento da produção tiver como resultado uma produtividade marginal igual a produtividade média. Isso porque este é o ponto de mudança, ou seja, antes a produtividade média era crescente e após passa a ser decrescente. No quadro abaixo há uma explicação prática dessa teoria.

Para entendermos melhor a comparação entre produtividade marginal e produtividade média, vamos utilizar uma informação que o aluno sempre acompanha: a evolução de sua média escolar. Por exemplo: Se você tirou 6,0 na primeira unidade, sua média até então é 6,0.

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Se na segunda unidade você tirar 8,0 (nota marginal) sua média aumentará para 7,0. Neste caso, a nota marginal (8,0) foi maior que a média que você tinha (6,0). Já se você tirar 4,0, sua média cairá para 5,0. Assim, toda vez que a nota (dado marginal) for maior que a média, esta última aumentará e vice-versa.

Outras informações que podem ser obtidas são o nível máximo de produção (capacidade de produção) e o número limite de trabalhadores dada a capacidade da firma. O indicador que demonstra tal situação é a produtividade marginal. Aqueles limites serão alcançados no ponto no qual a produtividade marginal for igual a zero.

Exemplo de análise da produção, utilizando o método aqui abordado:

Fábrica de Manilhas Concreto Bom

Níveis de produção e produtividade da fabricação mensal de manilhas de concreto de 40 cm de diâmetro. Espaço Físico Número de Trabalhadores (NT) Produção Total (Q) Produtividade Média (Q / NT) Produtividade Marginal (∆Q / ∆NT) 1000 m2 0 0 - - 1000 m2 1 60 60,0 60,0 1000 m2 2 140 70,0 80,0 1000 m2 3 250 83,3 110,0 1000 m2 4 350 87,5 100,0 1000 m2 5 430 86,0 80,0 1000 m2 6 490 81,7 60,0 1000 m2 7 520 74,3 30,0 1000 m2 8 530 66,3 10,0 1000 m2 9 530 58,9 0,0 1000 m2 10 500 50,0 -30,0

Questionário baseado no quadro 1:

1. Qual é a capacidade de produção da fábrica?

2. Quantos trabalhadores a fábrica tem capacidade de contratar?

3. Qual é a produtividade média da fábrica quando a mesma possui sete trabalhadores?

4. Qual foi a variação da produtividade após a contratação do 9º trabalhador? 5. A fábrica deveria contratar o décimo trabalhador? Por que?

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7. O que impõe limite à capacidade de produção da fábrica?

8. O que tornaria possível um aumento da capacidade de produção da fábrica? ANÁLISE DE LONGO PRAZO

O longo prazo é considerado um horizonte de planejamento. Um analista realiza uma análise de longo prazo quando este estiver considerando o tamanho da firma, ou seja, a escala de produção. A ideia é definir qual é o tamanho ideal para a firma no mercado em que atua. A escala de produção ideal é aquela que proporciona a maior produção possível ao custo médio mais baixo.

Para definir a escala ideal, o analista considerará os resultados de aumentos na escala de produção. Estes podem chegar a três de tipos de retorno econômico:

 Retorno crescente de escala (ou Economia de Escala).  Retorno constante de escala; ou

 Retorno decrescente de escala (ou Deseconomia de Escala).

O retorno crescente é obtido quando ao aumentar a escala de produção, a

produtividade média segue no mesmo sentido. No retorno decrescente ocorre o inverso, ou seja, o aumento da escala de produção resulta em queda da produtividade da firma. Já, o

retorno constante de escala se dá quando aumentos na escala de produção não alteram a

produtividade média da firma.

Enquanto os estudos sobre a possibilidade de aumento da escala da firma apresentarem retornos crescentes de escala, esta deverá ser aumentada, já que os rendimentos serão maiores. Caso contrário, se apresentarem retornos decrescentes, a escala não deverá ser aumentada, pois os rendimentos serão cada vez menores.

Na possibilidade de retornos constantes, a firma pode continuar aumentando a escala com o objetivo de obter maiores resultados a partir do volume de vendas, no entanto, terá consciência de que o retorno por unidade produzida e vendida não sofrerá alteração.

Para fixar os conceitos de economias de escalas, responda: 1. O que significa retornos crescentes de escala? 2. O que significa retornos decrescentes de escala? 3. O que significa retornos constantes de escala?

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EXERCÍCIOS DE REVISÃO:

Questão1 - Discuta a seguinte afirmativa: do ponto de vista econômico, o empresário racional busca realizar um nível produção no qual a produtividade média do trabalho é a máxima permitida pelos recursos fixos e pela tecnologia utilizada no processo produtivo. Questão 2 - Assinale com um X a afirmativa falsa. Justifique a assinalação.

a) As deseconomias de escala (retornos decrescentes de escala) ocorrem quando a firma apresenta queda da produtividade como resultado do aumento na escala de produção. b) A produtividade média do trabalho (Pme) é o resultado da divisão da produção (quantidade

produzida) pelo número de trabalhadores empregados no processo produtivo.

c) Um índice de produtividade marginal do trabalho igual a zero significa que a contratação do novo trabalhador, base do cálculo do índice, não provoca alteração da produção da firma.

d) O aumento da produtividade média do trabalho (Pme) provoca aumento do custo de cada unidade produzida de um bem.

Questão 3 – Segundo a teoria da produção, o ponto ótimo da firma, no curto prazo, será

alcançado quando o aumento da quantidade de trabalho no processo produtivo resultar em: a) Produtividade marginal do trabalho maior que a produtividade média.

b) Produtividade marginal do trabalho menor que a produtividade média. c) Produtividade marginal do trabalho igual que a produtividade média.

d) Não faz sentido comparar a Produtividade marginal do trabalho com a Produtividade média.

BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

NELLIS, Joseph ; PARKER, David. Princípios de economia para os negócios. São Paulo: FUTURA, 2003.

ROSSETTI, José Paschoal. Introdução à economia. Brasília: ATLAS, 2006.

VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval de. Economia: Micro e macro. Brasília: ATLAS, 2008.

Referências

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