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LEITO SECO, AREIA MOLHADA, CAMINHOS IMAGINADOS

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Academic year: 2021

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LEITO SECO,

AREIA MOLHADA,

CAMINHOS IMAGINADOS

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2 LEITO SECO,

AREIA MOLHADA,

CAMINHOS IMAGINADOS...

Aline Ferreira de Albuquerque Ana Beatriz Bezerra de Araújo Anidelange Maria Barros Geyvissom Santos da Silva Íris Cristiane Medeiros da Silva Karla Mayara Silva Macedo Maria Eugênia Souza Silva

Maria Isabel Bezerra de Araújo Alves

Maria Luiza P. de Araújo Renan Oliveira

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Universidade Federal Rural de Pernambuco Departamento de Biologia

Curso de Licenciatura Plena em Ciências Biológicas

Participação: EREM Luiz Alves da Silva

Apoio: Associação Águas do Nordeste (ANE) e do projeto Águas de Areias com patrocínio Petrobras pelo Programa Petrobras Ambiental

Apoio da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco / Pibic-Facepe 2014-2015.

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SUMÁ RIO

Apresentação ... 5 História 1 ... 6 História 2 ... 8 História 3 ... 10

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Ápresentaça o

Este livro é resultado da produção coletiva de estudantes do 2º Ano do ensino médio da Escola de Referência em Ensino Médio Luiz Alves da Silva, município de Santa Cruz do Capibaribe. Foi concebido e elaborado durante a Oficina de Histórias Coletivas em Educação Ambiental, ocorrida no período de 25 a 27 de novembro de 2014, na Sede do Projeto Águas de Areias, o qual conta com patrocínio da Petrobras pelo Programa Petrobras Socioambiental.

Os autores foram convidados a olhar para a sua realidade local e a estabelecer relações entre Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ambiente (CTSA) por meio da construção de histórias fictícias elaboradas a partir de um caso controverso vivenciado na região. É importante ressaltar que a localidade de que tratam as histórias deste livro está situada no Agreste pernambucano, onde o rio apresenta regime intermitente. , Nesta região de baixa disponibilidade hídrica se desenrola um conflito de socioambiental envolvendo o uso da água de aluvião para subsistência de comunidades rurais e a extração da areia existente no leito seco para a construção civil.

Neste sentido, durante as Oficinas, foi oferecida aos alunos a oportunidade de conhecer e debater sobre os principais aspectos CTSA desse conflito e expressar suas visões através do trabalho de completar uma história baseada no contexto apresentado, expondo seus conhecimentos, valores e posicionamentos éticos. A base da história que conta o conflito socioambiental foi preparada previamente pela organizadora da atividade, a partir de levantamento de informações na região do Alto Capibaribe. Os trechos em itálico são, justamente, os complementos da história produzidos pelos estudantes, através dos quais se espera estimular o pensamento crítico e a criatividade na solução de controvérsias.

Esta é uma metodologia diferenciada para promoção da criatividade, aprendizado dos estudantes, bem como o pensamento crítico-reflexivo a respeito da sociedade e sua relação com o ambiente.

Deixo aqui um convite à leitura!

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Histo ria 1

Aline Ferreira de Albuquerque, Anidelange Maria Barros, Íris Cristiane Medeiros, Renan Oliveira. Era uma vez...

Não, não, não dá! Essa história não é um conto de fadas no qual temos um final feliz, se trata de uma história real, com pessoas reais lidando com situações difíceis até para um sertanejo, que antes de tudo é um forte.

Agora imagine cá comigo, um lugarejo de mata branca, branco não é pela cor das folhas de suas árvores, mas sim pela escassez das mesmas, um solo batido, por vezes rachado, uma chuva que não cai nem uma gota, porque ali só chove quando Deus quer, quando Ele não quer, resta ao povo esperar. Mas aí tu me perguntas: “E de onde vem a água pra esse povo usar?” ah, espera um pouco que eu já vou falar. Nesse lugar tem areias preciosas, espalhadas nos leitos dos rios e riachos, areias mais valiosas que joias de coroas, que tesouros de piratas, só não são mais valiosas do que aquilo que ela guarda.

Guardam um tesouro para todos, muito precioso no qual todos utilizam, não sabem viver sem, que é a água. Onde a areia filtra e a deixa pronta para o consumo.

Pois bem, nesse lugar vive uma família que convive com a dura realidade do semiárido. O pai, seu Manoel, tem uma pequena criação além de um cultivo de subsistência com o qual consegue alimentar sua família e os animais. A mãe, dona Olivia, costura pra fora e ajuda o marido na lida diária. O calor é intenso e a produção é pouca. Dos três filhos que têm apenas as duas mais novas, Julia e Luiza, moram com eles, mas estudam em outro local porque perto não tem escola e, quando retornam, ajudam a mãe na costura. Já o mais velho, Pedro, tomou seu rumo, migrou pra capital em busca de outro futuro.

A sobrevivência da família do seu Manoel e da dona Olívia por aqui, como de qualquer outra, depende da água, mas além de fortes, eles têm sorte por morar tão próximo a um rio. Um rio intermitente cabe aqui dizer...

Que este rio só possui água corrente nos períodos chuvosos.

Como receber água encanada é bastante complicado neste lugar, é preciso ser inteligente e astuto. E seu Manoel besta não é, tratou logo de buscar suas alternativas pra se manter no local...

Tratou de construir uma cacimba e uma cisterna. A cacimba feita no leito do rio onde se utiliza uma forma redonda em que cimento, areia e ferro são utilizados na construção da mesma. Do mesmo jeito se forma a cisterna, a pequena

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diferença é que não se utiliza forma. Da cacimba é ligada uma bomba, que joga água na cisterna para consumo da família. (sic)

Então você percebe né, como é complicado conviver com as intempéries desse local. Agora imagine só, se ainda com tudo isso, chegasse um cabra pra lhe tirar o que tens para se manter? De uns tempos pra cá, a família de seu Manoel tem convivido com uma extração de areia bem perto da sua casa. Daí tu te perguntas “o que danado isso vai afetar na vida deles?” A gente sabe da importância que a areia tem para as construções, pro desenvolvimento do munícipio onde eles vivem e até mesmo seu Manoel utilizou areia para construir sua cisterna. O que acontece é que Seu Gregório, dono de uma empresa na região, começou a extrair areia com o uso de draga no meio do leito do rio seco, isso fez com que a água que fica embaixo da areia aparecesse para fora, criando um verdadeiro lago. Numa terra onde água é coisa rara, ter um lago no quintal é motivo de festa, não é mesmo? Mas...

Numa região que chove 400 ml e se evapora 2000 ml, não é apropriado ter água numa superfície exposta, onde estando ao Sol e aos microrganismos que geram algas sujeitando a contaminação da água, tornando-a imprópria para o uso. E também pode acontecer de tombar a cacimba.

Como a coisa tava complicada, o caso foi parar na Justiça. Cada lado defende o que é seu com unhas e dentes. O Juiz deve ser imparcial e ouvir com atenção cada lado. Seu Gregório diz que é preciso a retirada da areia para o rio não ficar assoreado, e também para a utilização como matéria prima para a construção civil.

Seu Manoel diz que a extração da areia tanto pra ele e sua família quanto para seus animais e sua plantação, ficará sem água, ocasionando também a carência de água aos ribeirinhos que utilizam da água do rio para sobreviver como seu Manoel. Fazendo com que sua fonte de água fique desprotegida.

As outras pessoas que vivem no mesmo local de seu Manoel relataram a forma de extração de areia como um problema por causa da dificuldade de se encontrar água de outra maneira na região.

Após ouvir tudo, a justiça foi feita e ficou decidido que...

O juiz então decidiu que não se poderia mais retirar areia dali, por conta da proteção que ela oferece para a água, já que ela é escassa no local. O veredicto do juiz então foi a vitória de seu Manoel.

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Histo ria 2

Karla Mayara Silva Macedo, Maria Eugênia Souza Silva, Maria Isabel Bezerra de Araújo Alves e Tainá Souza da Silva. Era uma vez...

Não, não, não dá! Essa história não é um conto de fadas no qual temos um final feliz, se trata de uma história real, com pessoas reais lidando com situações difíceis até para um sertanejo, que antes de tudo é um forte.

Agora imagine cá comigo, um lugarejo de mata branca, branco não é pela cor das folhas de suas árvores, mas sim pela escassez das mesmas, um solo batido, por vezes rachado, uma chuva que não cai nem uma gota, porque ali só chove quando Deus quer, quando Ele não quer, resta ao povo esperar. Mas aí tu me perguntas: “E de onde vem a água pra esse povo usar?” ah, espera um pouco que eu já vou falar. Nesse lugar tem areias preciosas, espalhadas nos leitos dos rios e riachos, areias mais valiosas que joias de coroas, que tesouros de piratas, só não são mais valiosas do que aquilo que ela guarda.

Essas areias são valiosas, pois no decorrer da enchente elas guardam água para serem utilizadas na agricultura, uso dentro de casa e com os animais. (sic)

Pois bem, nesse lugar vive uma família que convive com a dura realidade do semiárido. O pai, seu Manoel, tem uma pequena criação além de um cultivo de subsistência com o qual consegue alimentar sua família e os animais. A mãe, dona Olivia, costura pra fora e ajuda o marido na lida diária. O calor é intenso e a produção é pouca. Dos três filhos que têm, apenas as duas mais novas, Julia e Luiza, moram com eles, mas estudam em outro local porque perto não tem escola e, quando retornam, ajudam a mãe na costura. Já o mais velho, Pedro, tomou seu rumo, migrou pra capital em busca de outro futuro.

A sobrevivência da família do seu Manoel e da dona Olívia por aqui, como de qualquer outra, depende da água, mas além de fortes, eles têm sorte por morar tão próximo a um rio. Um rio intermitente cabe aqui dizer...

Que é um rio que durante o período das chuvas, ‘cheias’, que normalmente acontecem no inverno, tem bastante água em seu curso, durante o período de estiagem, que acontece naturalmente no verão, a água desaparece temporariamente.

Como receber água encanada é bastante complicado neste lugar, é preciso ser inteligente e astuto. E seu Manoel besta não é, tratou logo de buscar suas alternativas pra se manter no local...

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Construiu uma cacimba ‘cisterna’ no leito seco do rio para captar água no período de estiagem, para que sua família não sofra com a falta d’água.

Então você percebe né, como é complicado conviver com as intempéries desse local. Agora imagine só, se ainda com tudo isso, chegasse um cabra pra lhe tirar o que tens para se manter? De uns tempos pra cá, a família de seu Manoel tem convivido com uma extração de areia bem perto da sua casa. Daí tu te perguntas “o que danado isso vai afetar na vida deles?” A gente sabe da importância que a areia tem para as construções, pro desenvolvimento do munícipio onde eles vivem e até mesmo seu Manoel utilizou areia para construir sua cisterna. O que acontece é que Seu Gregório, dono de uma empresa na região, começou a extrair areia com o uso de draga no meio do leito do rio seco, isso fez com que a água que fica embaixo da areia aparecesse para fora, criando um verdadeiro lago. Numa terra onde água é coisa rara, ter um lago no quintal é motivo de festa, não é mesmo? Mas...

Com a retirada da areia, a água que era no subsolo subiu para a superfície do rio, que cresceu algas que envenenaram a água do rio. (sic)

Como a coisa tava complicada, o caso foi parar na Justiça. Cada lado defende o que é seu com unhas e dentes. O Juiz deve ser imparcial e ouvir com atenção cada lado.

Seu Gregório: “Faço retiradas de areias no rio para construção civil, que foi

usada na casa do senhor juiz, na casa do senhor Manoel também, que foram feitas de areias retiradas do rio”.

Seu Manoel: “Sei que para a construção civil é necessário areia, mas a retirada prejudica o rio, nós ribeirinhos que precisamos dessa água que vem do subsolo para nos manter na agricultura e na criação de animais”.

As outras pessoas também são ouvidas pelo juiz, concordam com a opinião do seu Manoel que a retirada de areia causa problemas não só aos ribeirinhos, mas sim a toda população.

Após ouvir tudo, a justiça foi feita e ficou decidido que...

O senhor Gregório não fará mais retiradas no rio, pois causa problemas a população ribeirinha que ali vivem.

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Histo ria 3

Ana Beatriz Bezerra de Araújo, Geyvissom Santos da Silva e Maria Luiza P. de Araújo Era uma vez...

Não, não, não dá! Essa história não é um conto de fadas no qual temos um final feliz, se trata de uma história real, com pessoas reais lidando com situações difíceis até para um sertanejo, que antes de tudo é um forte.

Agora imagine cá comigo, um lugarejo de mata branca, branco não é pela cor das folhas de suas árvores, mas sim pela escassez das mesmas, um solo batido, por vezes rachado, uma chuva que não cai nem uma gota, porque ali só chove quando Deus quer, quando Ele não quer, resta ao povo esperar. Mas aí tu me perguntas: “E de onde vem a água pra esse povo usar?” ah, espera um pouco que eu já vou falar. Nesse lugar tem areias preciosas, espalhadas nos leitos dos rios e riachos, areias mais valiosas que joias de coroas, que tesouros de piratas, só não são mais valiosas do que aquilo que ela guarda.

Essas areias preciosas impedem a evaporação de tal tesouro que ela guarda, ou seja, a água que fica abaixo dessa areia e que traz benefícios no período que não chove.

Pois bem, nesse lugar vive uma família que convive com a dura realidade do semiárido. O pai, seu Manoel, tem uma pequena criação além de um cultivo de subsistência com o qual consegue alimentar sua família e os animais. A mãe, dona Olivia, costura pra fora e ajuda o marido na lida diária. O calor é intenso e a produção é pouca. Dos três filhos que têm, apenas as duas mais novas, Julia e Luiza, moram com eles, mas estudam em outro local porque perto não tem escola e, quando retornam, ajudam a mãe na costura. Já o mais velho, Pedro, tomou seu rumo, migrou pra capital em busca de outro futuro.

A sobrevivência da família do seu Manoel e da dona Olívia por aqui, como de qualquer outra, depende da água, mas além de fortes, eles têm sorte por morar tão próximo a um rio. Um rio intermitente cabe aqui dizer...

Que é um rio que não tem água o ano todo, mas água subterrânea. (sic)

Como receber água encanada é bastante complicado neste lugar, é preciso ser inteligente e astuto. E seu Manoel besta não é, tratou logo de buscar suas alternativas pra se manter no local...

Ele escavou uma cacimba, primeiro tentou construir de modo tradicional, feita de tijolos e madeira, que cedeu com a retirada de areia. Logo após descobriu um novo método que é construído por anéis de aço e revestidos de concreto e que pode abastecer a família por muito tempo.

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Então você percebe né, como é complicado conviver com as intempéries desse local. Agora imagine só, se ainda com tudo isso, chegasse um cabra pra lhe tirar o que tens para se manter? De uns tempos pra cá, a família de seu Manoel tem convivido com uma extração de areia bem perto da sua casa. Daí tu te perguntas “o que danado isso vai afetar na vida deles?” A gente sabe da importância que a areia tem para as construções, pro desenvolvimento do munícipio onde eles vivem e até mesmo seu Manoel utilizou areia para construir sua cisterna. O que acontece é que Seu Gregório, dono de uma empresa na região, começou a extrair areia com o uso de draga no meio do leito do rio seco, isso fez com que a água que fica embaixo da areia aparecesse para fora, criando um verdadeiro lago. Numa terra onde água é coisa rara, ter um lago no quintal é motivo de festa, não é mesmo? Mas...

Este lago acaba evaporando com o tempo, pois as taxas de evaporação são maiores do que as taxas de chuva, sobrando assim pequenas poças de água que permitem a proliferação de algas e mosquitos, trazendo doenças a população ribeirinha. Não sobrando água para consumo.

Como a coisa tava complicada, o caso foi parar na Justiça. Cada lado defende o que é seu com unhas e dentes. O Juiz deve ser imparcial e ouvir com atenção cada lado. Seu Gregório: “Eu não posso parar com a retirada de areia, pois a mesma está trazendo progresso na construção civil para a comunidade. E quando a chuva vier trará a areia novamente”.

Seu Manoel: “O senhor está errado, pois não temos grandes chuvas e mesmo se tivermos toda essa areia não voltará. Podemos ter lucro agora vendendo areia, mas e futuramente? Ficaremos sem a areia e a água”.

Seu Arnaldo (sócio de seu Gregório): “Senhor Manoel, o senhor não estudou, não tem entendimento nessa questão. Nós já fizemos pesquisas e comprovamos que isso não interfere em nada”.

Dona Olívia: “Quem não sabe de nada é você, pois isso quem sofre é a gente, pois ficamos sem água para dar ao gado e para consumirmos”.

Após ouvir tudo, a justiça foi feita e ficou decidido que...

O empresário Gregório deverá financiar projetos de progressos sustentáveis e poderá continuar retirando a areia, porém respeitando os limites da natureza.

Referências

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