C. MOURA BRANCO. A. AUGUSTO FERNANDES. PAULO M. S. TAVARES DE CASTRO
FADIGA DE
ESTRUTUR
A
S SOLDADAS
2. a edição
Reservados todos os direitos de harmOnia COm a lei Edição da
FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIAN Av. de Bema I Lisboa 1999 :i;; Dep6sito Legal N. o 138 598/99 : :~ . ISBN: 972-31-0139-4 '. :
A obra agora posta à di!>posição do público interessado em construção metálica soldada tem a sua origem em inícios de 1982. Foi, naquela allUra, concebida a sua organização e decidida a distribuição dos assuntos a tratar pelos três autores. Compreen sivelmente, numa obra com esta dimensão, o resultado final reflecte no conteúdo e organização as numerosas discussões entre QS autores que ao longo do processo de redacção e revisão foram tendo lugar. O capítulo I, com os seus três apêndices, e o capítulo 2 (excepto ponto 2.11) foram redigidos por P. M. S. Tavares de Castro; os capítulos 3, 4 (excepto ponto 4.5), 5 e II foram redigidos por C. Moura Branco, enquanto A. A . Fernandes se encarregou da redacção do restante - capítulos 6 a 10, pontos 2.11 e 4.5, e os dois apêndices finais (A e B).
Os temas tratados incluem-se nos curricula de disciplinas dos cursos superiores de engenharia mecânica, civil e naval, ligadas ao projecto e fabrico de construção metálica . . A obra destina-se aos alunos daqueles cursos, mas também aos profissionais exercendo a activídade em gabinetes de estudos e' projecto.
Pretendeu-se fazer uma obra formativa e informativa, apresentando não só os fundamentos das diversas áreas de conhecimento relevantes, mas também as suas aplica
ções, normalização, e, em muitos casos, resultados recentes e tendências da investigação. O tema é objecto de cresrente interesse entre nós, particularmente desde finais da década de setenta; assim, registam-se já diversos trabalhos de investigação levados a cabo desig nadamente nas nossas Universidades. no âmbito de contratos de investigação e teses de mestrado e doutoramento. Este livro rejlecte, naturalmente, o envolvimento dos seus autores nesta dinâmica que, embora iniciada tardiamente em Portugal, irá permitindo progressivamente integrar o País no meio técnico-científico internacional relativo a estes
domínios.
Os aUlores desejam agradecer a todas as pessoas e instituições que viabilizaram este projecto. Em especial, agradecem ao The Welding Institute, Cambridge, UK, e ao Instituto de Soldadura e Qualidade, Lisboa, a valiosa colaboração na recolha de biblio
grafia. Ao Deutsches Institut fui Normung (DIN), à American Welding SocietJ' (A WS), ao American Institute of Steel ConstrucLÍon (AISC) e à British Standards Institution (através da Direcção Geral do' Qualidade), os autores agradecem as autorizações com'e
para reprodução de partes de normas e códigos. Agraaecem ainda a todos os que
eSliveram envolvidos na desenhos. Senhores Pedrô de MaIOS
(UM). António Ramalho e Joaquim Loureiro (FEU P) e na dacti/o
grafia do texto. designadamente Maria Gonçall'es (UM). Celeste Fonseca e
Costa e Natália Fuschini. Agrade"em a todos os seus colegas e colaboradores
que, directa ou indireClamente. contribuíram para a deste li\'ro; em especial.
expressam o seu reconhecimento aos Drs . .I. D, S. Maddo.\:. S. Garwood e
Mr, 1. M, Laader. do The Welding Institute, Cambridge, UK. pelo l'alioso apoio pres
tado. finalmente. o seu reconhecimento à Fundação Calousle Gulbenkian,
Lisboa. pela oportunidade l'Ol1cedida para materializar este projecto,
A obra agora apresentada realizada porque nisso os autores til'eram gosto,
agora que tenha utilidade,
1,1 INTRODUÇÃO
Muitos critérios tradicionais de dimensionamento são baseados em limitar a tensão máxima na secção crítica do componente ou estrutura ao valor da tensão de segurança, que é normalmente a tensão de ccdência dividid~ por um coeficiente de segurança.
Na prática, porém, encontra-se uma enorme diversidade de situações, caracterizadas por cargas aplicadas brusca ou lentamente. cíchcas ou estáticas. por ambientes corrosivos ou não, por diferentes temperat·uras de serviço que podem ser constantes ou variáveis. e ainda pelos processos de fabricação utilizados, que podem determinar alterações das pro priedades dos materiais bem como
o
aparecimento de tensões residuais. Naturalmente. o sucesso da aplicação dos procedimentos tradicionais de dimensionamento depende do uso de um factor de segurança suficientemente alto para evitar falhas provocadas por qualquer aspecto que não tenha sido tomado em consideração no cálculo, e suficientemente baixo para evitar peso excessivo e desnecessários consumos de material e energia. A escolhadestes factores é usualmente um processo empírico, baseado designadamente na experiên cia acumulada.
Projectos de crescente sofisticação e razões de economia criaram a necessidade de melhor compreensão do comportamento dos materiais nas condições de serviço, e em particular dos problemas de fractura e fadiga, que vão ser o objecto deste livro.
É sabido desde meados do século passado que fracturas podem ocorrer em situa
ções de baixa tensão nominal em componentes sujeitos a cargas que variam ciclicamente, e que essas fracturas ocorrem usualmente numa mudança 'de secção ou na vizinhança de um entalhe. Este fenómeno foi baptizado com a designação de fadiga de materiais. Há mais de cem anos, Wühler publicou resultados de experiências de fadiga em provetes lisos não entalhados, concluindo que, no caso do aço, existia um valor mínimo da ampli tude de tensãQ abaixo do qual o provete não partia, independentemente do número de ciclos de carga aplicados.
Desenvolvimentos destes estudos conduziram ao aparecimento de novos critérios de dimensionamento no início do século, como os expressos nas equações de Goodman, ou, por volta de 1930, na equação de Soderberg. Este tipo de resultados revelou-se de
12
interesse em em que se procuravam longas, da ordem dos milhões
de carga.
Mais recentemente tornou-se claro que em .numerosos a vida desejada do
ou estrutura era mais curta, sendo o de de carga aplicado da
ordem das dezenas de milhar. Isto cond uziu a um novo tipo de estudos da
oligocíclica ("Iow cycle fatigue'), em que os ciclos de carga contêm uma componente
Estes estudos são baseados em lisos, não
entalhados. e os resultados são normalmente expressos por no início da década de 50 por Coffin e Manson,
(I. I) em que Nt é o número de ciclos até à ruína. é a amplitude de deformação plástica.
e C e
f3
são constantes a determinar experimentalmente.É sublinhar que estes ensaios usam
é,
de fissuras preexistentes, e. em ambos os casos (fadiga a grande número de cicIos pro
vocada por cargas cíclicas no domínio elástico, ou fadiga por defor
cíclicas elastoplásticas), dão sobre o número de ciclos de
até ao instante de ruptura.
Vemos assim um primeiro grupo de situações em que o uso de u,m critério de dimensionamento consistindo meramente em limitar a tensão máxima ao valor da ten são de segurança obtida dividindo a tensão de cedência por um facto r de segurança
uma inaceitável simplificação.
Há porém em que estruturas têm sofrido fracturas provocadas apli
cação de um único de originando uma tensão aplicada menor que a tensão
de segurança calculada a partir dos procedimentos tradicionais. é um facto de enorme
importância: podem ocorrer em estnlturas a tensões de tra"Qalho nomi
nais qúe estão abaixo da tensão de do material. Estas situações estão normal mente à existência de defeitos na estrutura, por exemplo, alguma fissura pro vocada por soldadura.
O da instável de fissuras foi estudado pela primeira vez
nos anos vinte, com o trabalho de Griffith sobre o valor teórico e experimental da ten são de fractura de .um sólido frágiL Este trabalho permaneceu sem práticos durante algumas o que justificou a ocorrênci<:t de um número considerável de
sendo bem os ocorridos com barcos e nas décadas de
quarenta e cinquenta. Só a partir dos anos cinquenta. e graças aos esforços pioneiros de
lrwin e Orowan, foram as bases da Mecânica da e só mais recente
mente, a da década de sessenta, foi clencia extensivamente na
tica, primeiro na indústria aeronáutica, que usa materiais de alta resistência. e mais tarde
em aplicações de aço como reservatórios de designadamente os usadôs em cen
trais nucleares de de e estruturas offshore, por exemplo.
Estes estudos ocupam presentemente número de engenheiros,
e
não· obsque perderam a vida mais de cem pessoas.
Resultados dos estudos da Mecânica da Fractura originaram novas filosofias de projecto. em que se assume qúe a estrutura não é necessariamente um meio contínuo. podendo conter defeitos, como fissuras, em consequência. por exemplo. do processo .de fabricação utilizado ou de qualquer pequeno acidente. A análise pela Mecânica da Frac tura de estruturas fissuradas dá resposta ao problema da segurança operacional. Basica mente o problema consiste na obtenção de uma estimativa quantificada do comporta~
mento da fissura observada. ou de cuIa existência se suspeita: ou esta permanece com dimensões inferiores às críticas durante o período de serviço seguinte. ainda que aumente estavelmente de dimensões durante esse período, ou se propagà instavelmente. e nesse caso é necessário tomar providências preventivas.
As técnicas tradicionais de projecto tendo em vista a fadiga usam resultados de ensaios realizados em provetes não entalhados e sem qua,lquer fissura inicial. Estes ensaios não distinguem o período de iniciação da fissura do período de propagação. Consequen temente. não é possível obter a partir destes conceims (curvas de Wühler, equação de Soderberg. etc.) informações sobre o efeito de fissuras preexistentes na vida do órgão ou estrutura. Visto que é freq uentemente realístic~ assumir que a estrutura contém defeitos. o uso dos conceitos clássicos da fadiga pode conduzir a indesejáveis sobrestimativas da vida útil do componente. É importante sublinhar que a presença de defeitos pode redu zir ou eliminar a fase de iniciação da fissura de fadiga. que pode ocupar mais de 90% da vida cíclica prevista pelos ensaios clássicos em provetes perfeitos. Portanto. na pre sença de defeitos preexistentes. a vida útil é principalmente dependente da velocidade de propagação da fissura e os ensaios clássicos são inaplicáveis.
As filosofias de projecto estrutural dividem-se em dois grupos. baseados em con ceitos de duração garantida (safe life) ou ruptura controlada (fail safe) (ref.
[I]).
"Safe life design" é baseado na hipótese de que o material utilizado não contém fissuras, ou pelo menos. que está sujeito a tensões aplicadas suficientemente baixas para não provocar propagação de fissuras se estas existirem. Por outras palavras. "safe life design" procura garantir que para a tensão aplicada. material e serviço da estrutura não haverá fractura catastrófica durante a vida útil para a qual o componente ou estrutura foi projectado."Fail safe design" é baseado na hipótese de que a estrutura contém algum defeito mas que terá de continuar a trabalhar satisfatoriamente, mesmo com o defeito presente.
U.ma tal estrutura será capaz de manter a sua capacidade de carga até que o defeito seja detectado e reparado. Esta filosofia de projecto é cada vez mais usada. particularmente no caso de estruturas de grande responsabilidade. como aviões ou reservatórios de pres são para centrais nucleares. O primeiro exemplo é ilustrado pela evolução de critérios da indústria aeronáutica para garantir a integridade estrutural (ref. [2]) e o segundo pelas imposições do ' ASME (American Society of Mechanical Engineers) Boiler and Pressure Vessel Code para este tipo de equipamento (refs.
[1
4])."Fail safe design" é usualmente baseado no uso de redundância estrutural. isto é. existência de caminhos de carga tais que. no caso de ruptura de um componente. a carga
14
distribuída por outros, e sobretudo no de de
objecto dos estudos da Mecânica da
bem documentada a ocorrência numerosos casos defracttlra
metálicas responsabilidade, que eedo estimularam o interesse da comunidade
científica para explicações satisfatórias. Desde a rotura, em Boston. de um reser
de armazenagem de 8700000 I de que em 1919 causou a morte de
doze e até ao recénle caso da plataforma offshore A.
(ref. ), muito se progrediu no conhecimento do comportamento de .construções metá licas. A comissão de inquérito que investigou o primeiro' acidente referido. após anos de
trabalho e entrevistas com os engenheiros e da época pOllCO. podia
do que que "o único pomo seguro de iSIO é que pelo menos
metade dos especialistas ouvidos rêm de esrar errados': Muito se progrediu desde esta situação. e actualmente. embora ainda se verifiquem ocasionalmente desastres. estes
têm uma mais segura. e são as ferramentas para os e"itar. Entre
estas ocupa lugar de destaque a Mecânica da que procura estabelecer
entre de aplicadas e do
mate-com a caracterizar a ocorrência de fracturas.
São essencialmente duas as da Mecânica da Fractura em
. ticas: avaliação da importância e significado de defeitos e comparação da
diferentes A avaliação e importância defeitos pode estar rela
cionada com decidir se um defeito detectado durante ou em'
ou não de reparação. e ainda com o estabelecimento de critérios quantificados de
de defeitos em estruturas, numa aptidão para o Nesta segunda pers
pectiva. a Mecânica da Fractura serve como ferramenta na implementação de programas
de qualidade. qualidade é necessária para cada
aplica-em determinadas ser fataIS 'noutros contextos.
e a Mecânica da Fractura contribui para a definição do nível de desses
tos. em cada caso. Um recente documento da Institution (reL [6]). é
exemplo de um esforço entre organizações de normalização para o uso
no contexto da metúlic<l,
A avaliação da importância de defeitos exige o conhecimento da tenacidade do
material. propriedade que caracteriza a resistência à propagação de fissUras.da têm de ser da
mente e não no metal
de base.
A tenacidade do metal de adição depende designadamente dos processos e carga
térmica. e a tenacidade da zona afectada naturalmente.
do metal de base. A maneira de obter a necessária informação sobre a tenacidade
é realizar Embora os ensaios tradicionalmente
dos para a em aços estruturais.
não existe satisfatória entre os resultados do ensaio Charpy e o valor real da
Uma das primeiras contribuições para o estudo da fractura deve-se a Griffith, que por volta de 1920 estudava qual a razão pela qual a resistência de qualquer material à tracção era menor do qüe a resistência indicada por considerações ao nível atómico, Griffith demonstrou, recorrendo a experiências realizadas com vidro, que a menor resis tência referida se devia à presença de peque'nos defeitos no material, e deduziu a expres são para a libertação de energia quando um demento do materiall na extremidade duma fenda ou defeito fractura, provocando assim um incremento das dimensões originais do defeito. Para o caso do vidro. Griffitli postulou que se esta libertação de energia for superior à energia de tensão superficial, ou de coesão. que mantinha esse elemento inteiro. então a situação era instável e portanto verificar-se-ia a propagação da fenda. Nos pará grafos seguintes serão descritos sumariamente estes estudos. e apresentados os conceitos fundamentais da Mecânica da Fractura Linear Elástica.
1.2.1 Tensão de rotura teórica
A · resistencia de um material à tracçãcy deve ser explicada. teoricamente. por for ças ao nível atómico. Porém, devido a defeitos vúrios. a resistência prática é considera velmente menor do que a estimativa teórica.
Admitindo que nú posição de equilíbrio os útomos C e
C'
(f.igura I.la) distam deb". a força de interacç<1o correspondente à distúnciade separação b (= b"
+
x) é dadapela curva representada na figura 1.1e. Valores positivos de x correspondem então ao afastamento de dois útomos e, a menos de umpellueno erro. a úrea dcfinida pela sinusóide representada na figura 1. ld corresponde à energia necessária para a completa separação dos útomos (fractura). Esta área é igual a 2y, onde )' é a energia de tensão superficial associada à criação de uma nova unidade de superfície. Sendo
( 1.2)
( 1.3)
Para pequenos valores de x,
a
=
a,_2rr ~=
ElO = E xib ( IA) À " e portanto !Fi a =V~_I- ( 1.5) b\)o que é geralmente duas ordens de grandeza maior do que a resistência prática real.
16 1 1.1
i
b II
boÔ
- 0 - - 0 -
I I I o I I I ..c-0- -0--0
I I I II
I-0--0-
-o
b) I IC lé a} No ..c F-u..
11b
bo b E= x/bo d) c)de uma rede cúbica. b) Coordenadas relativas à c) Curva força-des!ocamento. d) Curva (J~ atómica.
Teoria de Griffith
Por volta de 1920 Griffith teve a notável ideia de que a discrepância entre os valores teóricos e reais da resistência à rotura se explicar pela presença de fissu~
raso porventura muito pequenas. no material. Em das suas
Griffith pôde provar que garantindo a (ou o mínimo
suras ou externas) a aproximava-se da
então explicar como a presença de fissuras justifica a menor resistência à rotura, o que Griffith fez como se segue:
A introdução de uma fissura de comprimento a na placa solicitada pela tensão (J
em estado plano de tensão, contendo uma fissura central de comprimento 2a perpendi cular à direcção de a: (U correspondendo ao semi-comprimento a)
( 1.6) A energia necessária para a criação da fissura de comprimento a é, porém, W
=
2ya. Então, para uma determinada tensão a; a propagação de uma fissura muito pequena exigiria uma quantidade de energia de superfície maior do que a energia libertada, isto é, ô U<
Ô W . Não há então condições energéticas favoráveis à propagação. Porém, a partirôa
àade um determinado valor crítico de a, a" , estas condições invertem-se, dado que a liber~
tação de energia de deformação elástica é proporcional a a2
enquanto que a energia de tensão superficial é proporcional a "a".
Fig. 1.2 - Modelo intuitivo, aproximado, de região (a tracejado) onde o estado de tensão se anu lou devido à existência da fenda a.
A condição de propagação é então (ver figura 1.3)
à U àW 1l:a2 a
- > - - -
- -> 2y (I.7)àa àa E
e define-se um valor crítico de a para uma determinada tensão aplicada, ou um valor crítico de tensão, ac ' para cada valor de a
( 1.8)
18 Energia SUperficial W: 2ra a Energia Tohl.W.U Energia Potf.!tlcial
Fig. 1.3 Variação da energia com o comprimel1to da fissura. Variação de G e
o
W /oa
com (comprimento da fenda. ao é o comprimento para a tensão 0'.
1.2.3 Extensão da teoria de Griffith
Para materiais dúcteis do que o como por exemplo o alumínio, veri
que
(1.9)
sendo Const.» 2y. Orowan sugeriu, por volta de 1950, que a energia libertada na pro
pagaçãode 'uma era consumida não só como energia de superficial mas
tanlbém e sobretudo na deformação plástica ao processo de fractura(energia yp).
Importava então definir o valor crítico da taxa de libertação de energia,
a u / a
a = G,sendo neste caso:
Const. = 2)1 +)lr Gc (1.10)
Orowan e Irwin esclareceram que, desde que os métodos da linear
possam 'ser usados (e portanto a extensão da zona deformada plasticamente muito
menor do que a), a resistência à fractura é dada pelo valor cntico de G, GC' e portanto
p
ó"P
u
Fig. 1.4 - Curvas de carregamenlo elástico para comprimenlos de fissura a e a + l) a.
constante, a quantidade de energia de deformação elástica libertada pelo aumento do comprimento da fissura de a para a
+
á a é dada porI
áU= -uáP ( I. 12)
2
e definindo "compliance" C como C = u/ P vem
áU=~CPáP
( I. 13)2
Considerando agora a situação de carga constante, a energia libertada na passa gem de a para a + Óa é agora a soma de duas parcelas: trabalho realizado, isto é, força vezes o deslocamento do seu p<?nto de aplicação PÓu, menos o aumento verificado, neste caso, da energia de deformação, - PÓu/ 2; portanto:
1 I
ÓU=PÓu- -PÓu= -PÓu ( I. 14)
2 2
onde Óu = C óP admitindo que a "compliance" C é constante quando Óa - O. Então
ÓU= _I. PCÓP ( I. I 5)
2
Portanto, para um crescimento infinitesimal da fissura o decréscimo de energia elástica armazenada num corpo em condições de deslocamento fixo ("fixed gripl é idên tico ao decréscimo de energia potencial em condições de carga constante.
Regressando ao problema da determinação experimental de Gc , admitamos, por exemplo, e sem perda de generalidade, a situação de carga constante (ÓP = O), que implica áu = P Óc. Da equação \.14
20
JU I PJu
=
I P" =GJa ( 1.16)2 2
G=-'
?,(ÔC)
( 1.17)2
ôa
ou, em para a espessura
(Ô
G= I ( 1.18)
2
B
ôa
o
valor de é dado carga de fractura (Pc) de um provete com fissura pre "''''',''''''''''' a, sendo ôC/ôa correspondente ao valor de a obtido experimental oucamente I 1.6 e 1.7).
p
1.5 Extensão da fenda sob carga constante.
p
U
, , : da
(
/ Comprimento daa
11
/
fissuranoprovete aFig. 1.7 - Representação esquemática da relação C = f (a), mostrando como determinar dCj da para o provete usado na determinação da tenacidade.
Vemos assim a grande importância da equação 1.18. Notar que, embora deduzida
para um caso particular - propagação da fissura em condições de carga constante :-' a
equação 1.18 traduz um resultado absolutamente geral, conforme mostraremos seguidamente.
O critério energético, devido a Griffith, especifica que a propagação de uma fis sura, de a para a
+
da, terá lugar se a energia necessária for fornecida pelo sistema. No caso de uma placa com exuemidades fixas, a carga externa não realiza trabalho, e assim a energia necessária para a propagação tem de resultar de uma· libertação de energia elástica. Se as extremidades da placa se podem mover durante a propagação da fissura,. a(s) força(s) exterior(es) realizam trabalho, porém neste caso a energia elástica V acumu lada aumenta, em vez de diminuir.
Consideremos uma placa de espessura B sujeita à carga P (ver figura 1.8). Sob a acção da carga, os seus pontos de aplicação na placa sofrem um deslocamento u. Quando
22
a fissura se propaga de a para a
+
da o deslocamento aumenta çlu, e a força exterior realíza o trabalho Pdu. Então,G = I Pdu ..:... dV) ( 1.19)
B
da daonde, como já vimos, V é a pn,>rcr,,> do sistema, Pu/2. Recordando que u
resulta V = e I
2
âC _, (PCap
p1a
C _ I 2PCa
P _ _I p1 (IB
aaa
2 2 2B âaverificando-se os termos em
a
Pfâa se anulam, implicando que G é independente de a carga P ser constante ou não.Iremos agorfj. ver como se aplicar estas num caso
o das tubagens sujeitas a interna.. O mais grave desastre que provavelmente pode
acontecer num sistema de tubagens na propagação, ao longo de uma
distância. de umá fractura frágil. Embora estes raros, é conhecida
por exemplo a de uma fractura numa nos EUA, se
propagou quilómetros. a sempre possibilidade de de defei
tos (por exemplo, por impacto deobjectos, veículos, etc.), deVemos procurar garantir que as condições para p~opagação sempre
A a instável é de (ver figura 1.9). a
fenda paralela ao do tubo de espessura t, que vamos admitir se propaga L1 a. A de deformação elástica libertada quando se dá essa propagação é a
cor-Djstáncia segundo o
eixo
libertação de energia seja tal que G exceda o valor crítico para o material, Gc
L1 U / t L1 a ~ Gc . (1.21)
Ora, sendo D o diâmetro médio do tubo, é:
L1 U
=
_I tensão . deformação· volume 2 I (J • - ( J . - ·nDtL1a ( 1.22) 2 E resultando a condição: ( 1.23)1.2A
Análise de Irwin-Westergaard
Os estados de tensão e deformação na vizinhança da extremidade de uma fissura (figura 1.10) são descritos, em modo I de deformação (ver figs. 1.11 e 1.12), por:
y
a
r 9
z
x
Fig. 1.10 - Sistemas de coordenadas utilizados.
Y -li
24
y
Fig. I. [2 Estado de tensão na vizinhança da extremidade de uma fenda.
K,
8 (
8
38
0', = - - cos - I-sen - sen
2 2 . 2
K,
8
3e
O' -y - cos
~
(I·
+
sen sen2 2
K,
e
e
!,y = cos - sen cos
2 2 2
(estado plano de tensão, ept)
(estado plano de epd)
e
7
Cos
e
2(
I - 2v+
sen- epd ( 1.24)u
e
(l-V
cos -- - +
ept 2 I +ve
sen (2 2v-~)
epd 2 v sene
(_2_ -cos1~)
ept 2 I+
v 2 No modon
teremos: - K ·e (
8 )_ _" sen - 2+ cos cos
-.2
J2m
2 2 2T" =
~
cos~(I
-sen~
sen 30).
J2nr
2 2 2enquanto que em modo III é:
-K1I1 O T"
=
-
-
senJ2m
2 ( 1.26) KIII O T\'l = - - cos.
vf).m
2sendo, nas equações anteriores, v o coeficiente dePoisson, e u e v os deslocamentos
segundo x e y.
Os parâmetros K" K" e K", são os factores de intensidade de tensão correspon dentes aos três tipos básicos de deformação. É importante notar que os factores de inten sidade de tensão não dependem das variáveis r e
e,
e portanfo controlam a intensidade dos campos de tensões, mas não controlam a distribuição. Os factores de intensidade podem ser interpretados fisicamente como parâmetros que ref1ectem a redistribuição de tensões num corpo devida à introdução de uma fenda, e indicam o tipo (modo) e gran deza da transmissão de força através da região na vizinhança da extremidade da fenda. O apêndice I deste capítulo apresenta uma introdução ao problema da determinação do factor de intensidade de tensão, descrevendo sumariamente algumas técnicas analíticas, numéricas e experimentais.Sendo o modo I de deformação o de maior importância prática, concentraremos ·
agora a nossa atenção neste caso, omitindo o índice I em K (excepto em K
,o
designa çã·o convencional de uma importante propriedade mecânica dos materiais a examinar mais tarde).De sublinhar que qualquer fissura num meio elástico (modo I) tem uma distri
buição de tensões dada pelas equações 1.24 acima, apenas vàriando de caso para caso o valor da constante K. No caso geral
(J .27)
em que Y é função adimensional da geometria e distribuição da carga, e é dado, para numerosos casos de interesse prático, na referência [7]. As figuras 1.13 a 1.17 ilustram algumas soluçpes.
Notar que a distribuição de tensões na vizinhança das extremidades de duas fis suras com comprimentos diferentes e sujeitas a tensões aplicadas diferentes, será a mesma desde que os valores dos factores de intensidade de tensão K sejam idênticos em ambos os casos.
~
~
~
,....""
"
"
-'0,8
0,9
1JO
~ b =0'2a
I I2b
0,4
3,5
t
t
t
0,5
h
0,6
h
0,7
/ / ./ /' ro -"""" 1.13 Factor de intensidade de tensão. traccionada contendo lima fissura central de 2a,~
Ko=CJVfiQ Ko6,0
t
h
O
h"5
~o 20' J ~5tO"
t
.
b 00_
__ .,. .,. ...-
.. ..
..
..
..
..
tO~----~----~----~----~----~----~----~--~ 0,,0 0)1 Q,2O)
Oi.
0.,5 q6 01 bFig. 1.14 - Factor de intensidade de tensão, placa traccionada contendo uma fissura lateral [7]. A curva a tracejado diz respeito à situação de flexão impedida (ver ref. [7]).
28
Flexão pura
Flexão em 3 pontosp
bP /2
i---'----1----.!'---j 1)4 Momento M= P 1/21.15 Factor de intensidade de tensão. vigas de secção rectangular à flexão. uni
[7].
---
-
-
-K
1
Ko Ko =cr
vna
duas fissuras uma fissura 1,2 1,0 ...--
---'---
0,8 0,6t
,a
'
..
OC(J0/.
r--€Ji
...
!.(J---~
-...
~
0,2..
,
'O-,"
00
1 I I I I I I I I I , 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2 , 2 2,4 2,6 2,8 ~o a I R Fig. 1 . 16 -Factor de intensidade de tensão . Furo ' circular com fenda(s) radial(ais) [7].30 0,5 0,4 .... ~ 0,3 lO 0,2 0,1 O 0,7 1,0 1,5 2)0 2,5 O
1.17 - Factor de intensidade de tensão. Fissura semielíptica. ou fissura embebida.
Q
=
[cp2-O,212 (a/O"ccd)2J, sendo cp o integral elíptíco de segunda ordem. (Meio infinito ou semi-infinito) (1).É de esperar que K atinja um valor critico correspondente à fractura,
Kc.
Importaentão
K:
com ,visto que os dois parâmetros procuram a mesmapropriedade - a resistência que um material oferece à propagação de fissuras. equações 1.24 resulta que, para (3 = O
cry -- (1.28)
eo deslocamento v, segundo a direcção y, (O 1t), é em estado de ",tl',rn'<l",'"n plano
v= (1.29)
Consideremos uma fenda de comprimento a, num corpo de espessura unitária
(fi~ra 1.18). A fissura propaga-se de a para a
+
8a. Se aplicarmos uma distribuição detensões igual e oposta tensões na fissura original, as faces da fissura
m!'tntf·r_~:p..í1'n em contacto, e a energia do sistema não sofrerá alteração.
As tensões para fechar a fenda são então, (6
==
O)( 1.30)
-
-
--
--Q .
x
a ~a
Fig. 1.18 - Cálculo da energia para fechar a extremidade oa de uma fissura.
Se estas tensões se reduzem a zero, a fenda abre, segundo um perfil de compri mento a
+
oa, ou, desprezando os termos de segunda ordem, segundo um perfil de com primento a com a extremidade em a+
oa. Assim, (ver figura 1.19)(1.31)
A libertação de energia elástica é então
(1.32) y (J _ _K_ _ - lf"iTiX V~f(da-x )
x
Fig. 1./9 - Representação esquemática da tensão C1 e deslocamento v que intervém no cálculo da
1
o
factor 2 no numerador é necessário, pois a fissura tem uma face supenor e outra inferior. O factor 2 no denominador resulta de as aumentarem proporcio nalmente aos deslocamentos.(
dx (1.33) e substituindo x=
ao cálculo do oU=-~-.:...oa (1.34) E G (I ENo caso de plano de conduzem a
G (1.36)
E
Importância do conhecimento de
K:
Notar as aplicações práticas do conhecimento de
K.:
e da K=
(j.J;;a:para uma tensão de serviço (j e de comprimento a (por exemplo, o limite mínimo
dos de exame· não é então possível escolher o
mate-isto é, o valor de
K.:
necessário para a da estrutura.para um determinado material
(K.:)
e tensão de serviço, é possível determinar omento máximo da fissura, llc, e finalmente, para um determinado material e comprimento de fissura, é possível a tensão de trabalho crítica, (jn (figura 1.20).
O;;
a
As equações 1.24 são soluções puramente elásticas, que predizem valores infinitos de tensão na extremidade da fissura. A e~tensão da zona de deformação plástica,
e
= 0, pode ser avaliada admitindo que( 1.37) onde Ccoo é a tensão de cedência (figura 1.2J), resultando
rv = I
(K)2
(1 .38) 2rr C ctXIFig. 1.21 - Cálculo aproximado da extensão da região deformada plasticamente. em estado de tensão plano.
Porém rv estima a extensão da zona plástica por defeito, pois despreza-se a área de tracejado horizontal que facilmente se vê ser de valor igual ao do rectângulo Cc<d rv
f
'v
cydr=f'v
K dr = 2 Cccd rv ( 1.39)o o ~
A extensão total é então dada por dy
=
2rv. o que implica valores de c,. maiselevados que os previstos pelo valor de K associado ao comprimento real da fissura (compare pontos A e B na figura 1.21). Se considerarmos, porém, urna fissura elástica de comprimento a
+
rv, esta nova fissura (teórica) apresenta, na vizinhança da sua extremidade, uma distribuição de tensões semelhante à realmente observada (figura 1.22). Define-se então . a fissura elástica equivalente ou efectiva,( 1.40) onde rv é habitualmente designado por correcção de zona plástica de lrwin.
----34 ; I , I I \ \ \ I \ rtedr--~--...
-
....-
1.22 - Fissura elástica equivalente, ou efectiva (a tracejado),
Notar que este modelo se fundamenta na de que a plástica na
extremidade da fissura é circular. Esta hipótese é baseada numa com o estudo do modo UI de deformação, para o qual é fácil fundamentar o comportamento descrito. modo I rapidamente se verifica, experimentalmente, ou por substituição dos valores
críj correspondentes à da extremidade da fenda num de plastificação,
que a forma da plástica não é circular.
1.2.7 Importância do conceito
a
eA importância de
a.
em vez de a é tanto quanto mais a tensãode trabalho, se aproxima da de crced' caso da placa r"'M,rpcprH
figura 1.23, o valor crítico do comprimento da fissura, sem qualquer rrolrrp,('r'i;i
por
(lAl)
2a
cr
(1.42) e se, por exemplo, cr
=
0,5 crCC'd( 1.43)
vindo a estimativa de comprimento ctítico da fissura cerca de 12% menor do que a dada por 1.'41, ilustrando-se assim a possível relevância da consideração de a., .
1.2.8 Estado plano de tensões versus estado plano de deformações
As considerações acima são válidas para o estado plano de tensões, isto é, cr, = O. Consideremos
e
= O; cr, é então a menor tensão principal, e do critério de Tresca épos-I
sÍvel concluir que a tensão tangencial máxima actua em planos através da espessura, inclinados 45° relativamente ao plano (XY) (v€r figuras I. 12 e 1.24). Em breve veremos implicações deste facto.
aced~--","
CT'y x
Fig.I .24 - Distribuição de tensões na vizinhança da extremidade de uma fissura em estado de tensão plano. (representação esquemática).
Em estado plano de deformações, E,
=
0, ecr,=
v (cr,+
cr~)=
0,5 (cr,+ O"~),
pois v=
0,5 .para plasticidade, devido à condição de invariância de volume. Do círculo de Mohr cor respondente a esta situação (Fig. 1.25) conclui-se que O"y = 0",
+
0",,:<1, gerando-se na fronteirae1astoplástica tensões 0", de valor superior ao da tensão de cedência O"<~"<.I •
Considerando a deformação plástica como resultante das tensões de corte, torna-se evidente que os diferentes planos de tensão de corte máxima correspondentes a estado plano de tensões ou de deformações implicam modos diferentes de deformação, como se represema esquematicamente na figura 1.26.
36
ux
x
1.25 Distribuição de· tensões na vizinhança da extremidade de uma fissura em estado de r"y,m".c<l" plano. (representação
a
b1.26 - esquemática da deformação plástica, (a) estado de tensão plano;
(b) estado de deformação plano.
estado plano de deformação atingir 3 O'«d' Vejamos porquê. = nO'I '
A extensão da região em estado plano de deformação é significativamente
mais pequena do que em estado de tensão. Esta resulta de a tensão máxima
=
em 0'1 0"1
0'.1 =mO'j e recordando o de von Mises:
(1.44) resulta ( 1.45)
[(I
ni+ -mf
+
(1 ou ( 1.46)da fenda. Das equações que definem as tensões principais (modo I) ai = , KI
COS~
(
l
+
sen~
)
~ 2 2 a2 = - - K,
cos8
(
I-sen8
)
(1.47) ~ 2 , 2 (ou a} = O, ept) resultã I -sen (8 /2) n ( 1.48) 1+ sen (8 / 2) 2v m= - - - (ou m=
O, ept) ( 1.49) 1+
sen (8 /2)No plano 8 = O vem n = I e m = 2v, e sendo v
=
1/3, resulta ai=
3actd • No caso deestado plano de tensão, temos n
=
I em=
O, resultando ai=
aced conforme previsto.A figura 1.27 indica, para os três casos de deformação, o lugar geométrico dQs pontos nos quais o critério de von Mises seria verificado, se a distribuição elástica de tensões não fosse afectada pela deformação plástica. A diferença entre os casos de estado plano de deformações ou de tensões não se deve às componentes de tensão no plano x, y, que são idênticas, mas à existência ou não de tensões segundo z. É óbvio que a deformação plástica afecta a distribuição de tensões fora da região plástica, e portanto modifica a forma da região plástica também. Para modo III é relativamente fácil obter a solução exacta representada a cheio na figura 1.27.
De sublinhar que a legitimidade das considerações feitas, no estudo do modo I, a propósito do conceito de fenda elástica equivalente, assenta numa analogia com a solução para modo III que acabámos de referir.
1.2.9
Variação da extensão da zona deformada plasticamente e da tenacidade
em função da espessura B
Como consequência dos elevados valores de a y no caso do estado plano de defor mações, a correspondente zona de deformação plástica é normalmente avaliada como sendo 3 vezes menor do que rio caso do estado plano de tensões(I). Portanto
rly
= _I(
~)2
( 1.50)67t aced
(I) Notar 4uC a subslituição de Ga:d por Jaccd na equação 1.38 conduziria a urna extensão de região plástica (6 = O) ~ vezes menor do 4ue.' em estado de lensão plano, O valor apresentado na equação 1.50 torna em ccnsideração a circunstância, de à superficie dos provetes não existir estado piano de deformação.
38 0,5 \ I \ /'_#I
ES!<lGO Plano MODO II , , Estado Plano
de IPmr'm~r,,,
de Teílsão
1.27 - Lugar dos pontos da vizinhança da extremidade. da fissura em que se veri
fica o critério de von Mises. No caso do modo
m
indica-se a a solução rigorosa (\I = 1/3).
. Em consequência, a forma de fractura para chapas ou estruturas finas = O) ou espessas (e:,
=
O).é diferente, e os valores de Kc (ou Gc) variam com a espessura.A um mínimo para o plano de defonnações, KIc , 'X:tLl.:11<:;IIV
as nonnas apropriadas. como
as
refs. [8J e [9], que 1.28)B
>
2,5 ( 1.51)É ainda necessário que a extensão zona seja substancialmente
menor do que o comprimento da fenda. . normas de de KIc a,
W -a, B> (K1c/O'cedY; o que implica que rly
<
0.02 a.O aspecto das superficies de fractura está relacionado com a espessura de mate~
riaI. Provetes espessos, em estado plano de defonnação, normalmente uma super
de fractura plana e à direcção de da Carga, juntamente com
zonas estreitas, junto provete, com fractura oblíqua ("shear lips).
f\
proporção de ·fracturn. plana e perpendicular à direcção de aplicação da carga aumenta
__
figura 1.28. Vemos assim que o estado plano de deformações está normalmente associado a superfícies de fractura normais à direcção de aplicação da carga, enquanto que estados planos de tensão. que existem obviamente junto a superfícies livres, estão normalmente associados a fracturas oblíquas.
--Ds
Ea
u <..?
u ~ -0::!1! Oz .
DEz~O
O
--- --_"::": ::-:_~---BFig. 1.28 ~Dependência da tenacidade e da or,ientação da superfície de fractura com a espessura.
A figura 1.29 representa esquematicamente a zona de deformação plástica na extre midade de uma fissura, observando-se a redução das suas dimensões conforme se avança das superfícies livres para o interior (o que corresponde a caminhar de um estado plano de tensões, que sempre se verifica à superfície, para um estado próximo do estado plano de deformações no interior).
Centro L .
(Estado Plano de DEiformaçao)
Superficie
(Est~do Plano de Tensão 1
40
A tabela 1.1 para valores típicos KIc bem como de
outras de interesse para estudos comparativos (refs. [2(10]).
Uma extensa compilação de para a procura de v,àlores de Kk é dada por Hudson e Seward, nas
[11]
e[12].
1.2.10 Variação da tenacidade dos aços com a temperatura
em da
indicado na isto é, falta de resistência à
suras, é um problema mais grave do que baixa rigidez ou à tracção.
possível tomar em ,baixa no projecto.
muito difícil tomar em e justifica numerosos
falhanços em construções (depósitos de pressão, navios, etc.) nas quais, aparen temente, tudo estava certo (menos, a Daí a necessidade de procurar trabalhar
superior da curva I e de por todos os
os metalúrgicos, afastar a esquerda a transição representada. De notar que para muitos aços estruturais os valores de
Kk
correspondentes ao patamar superior da figura 1.30 são tão elevados que a espessura para satisfazer1.5.1 no de é muito casos são tratados pela
1..1.<.\,,..'..., que estudada mais tarpe.
Nos aços estruturais de média ou baixa resistência, o nível de tenacidade do mate rial de base é geralmente tal que não ser obtidos resultados de K", excepto
se os forem a baixa ou em provetes espessura elevada. ou
com elevadas velocidades de aplicação da carga. A capacidade de um provete para medir
a tenacidade aumenta com as suas e em particular com a espessura.
T
Valores típicos de propriedades mecânicas de alguns materiais, à temperatura ambiente(l) a) Tenacidade de alguns materiais, Gce Kc (refs. [2, 10])
MATERIAL Gc. kJm -2 Kc. MNm-Ji 2
Metais puros dúcteis (ex.: Cu, Ni, Ag, AI) 100-1000 100-350
Aço A533 220-240 204-214
Aço HY 130 150 170
Aços de alta resistência l5-118 50-154
Aço macio 100 140
Ligas de titânio 26-114 55-115
PRFV (Plástico reforçado com fibra de vidro) 10-100 20-60
Ligas de alumínio 8-30 23-45
Plástico reforçado com fibra de carbono 5-30 32-45
Madeira comum 8-20 11-13
Aço ao carbono, teor médio de C 13 51
Polipropileno 8 3
Polietileno (baixa densidade) 6-7 I
Polietileno (alta densidade) 6-7 2
ABS Poliestireno 5 4 Nylon 2-4 3 Ferro fundido 0,2-3 6-20 Poliestireno 2 2 Policarbonato 0,4-1 1,0-2,6 PMMA (perspex) 0.3-0,4 0,9-1,4 Granito 0,1 3 Poliéster 0, 1-0,3 0,5-0,8 Cimento 0,03 0,2 Porcelana 0,01 I
(I) Os números apresentados são valores típicos. Para aplicações especificas. será necessário dispor de valores obtidos experimentalmente nas condiç&s relevantes. A título de ilustração. refere-se que trabalho experimental realízado na FEUP relativo à inOuência das condíç&s de cura na fractura' de resinas usadas em plásticos reforçados com fibra de vidro. revelou que o módulo de Young de uma resina poliéster (Crystic 272) varia de 1.7 a 2.5 GPa confonne o penodo de cura varia de um dia a dois meses. e é de 3.1 GPa independentemente do tempo de cura, quando o material é sujeito a tratamento de pós<ura. Quanto à tenacidade KIc' foi identificado para: este material o valor de 0.77 ou 0.72 MNm-·l!2. para duas semanas ou dois meses de cura. seguida de póS<ura. (C.A.C.C. Rebelo. A. Torres Marques. P.M.S.T. de Castro. "1ne inOuence of cure conditions on the fracture of non-reinforced thennosetting resins". EU ROM ECH Colloquium 204. Poland.
42
Tabela l.l
b) Módulo de Young de diversos materiais (ref. [10])
titânio Bronzes e latões Ouro Alumínio e ligas Prata Granito PRFV Chumbo Poliésteres Acrílicos Nylon PMMA Poliestireno Policarbonato inoxidáveis E, GNm-2 1000 450-650 406 289 214 70-200 196 200-207 190-200 196 170-190 124 116 80-130 103-124 82 69-79 76 62 7-45 14 1-5 [,6-3,4 2-4 3.4 3-3,4 2,6 0,9
c) Tensão de cedência accd , tensão de ruptura aR' e ductilidade E:r de alguns materiais
(refs. [2, 10])
MATER IAL aced o MNm-2 aR' MNm-2
Aços de baixa liga (temperados e revenidos) 500-1980 680-2400 0.02-0.3
Aços de alta resistência 1500-1900 1500-2000 0.1 -0.6
Aços inoxidáveis austeníticos 286-500 . 760-1280 0,45-0.65
Ligas de níquel 200~1600 400-2000 0.01-0.6
Níquel 70 400 0.65
Ligas de titânio 180-1320 300-1400 0.06-0.3
Aço ao carbono (temperado e revenido) 260-1300 500-1880 0.2 -0.3
Ferros fundidos 220-1030 400-1100 0.01-0,4
Ligas de cobre 60-960 250-1000 0.01-0.55
Plástico reforçado com fibra de carbono 670-640
Bronzes e latões 70-640 230-890 0.01-0.7
Ligas de alumínio 100-627 300-700 0.05-0.3
Aços inoxidáveis. ferríticos 240-400 500-800 0,15-0.25
Ligas de zinco 160-421 200-500 0.1 -I Aço macio 220 430 0.18-0.25 Ferro 50 200 0.3 Ligas de magnésio , 80-300 125-380 0.06-0.20 PRFV 100-300 Ouro 40 220 0.5 PMMA 60-110 110 Nylon 49-87 100
Metais puros dúcteis 20-80 200-400 0.5 -1.5
Poliestireno 34-70 40-70 Prata 55 300 0.6 ABS policarbonato 55 60 Chumbo e ligas 11-55 14-70 0.2 -0.8 PVC 45-48 PoliprQpileno 19-36 33-36 Poliuretano 26-31 58
Polietileno. alta densidade 20-30 37
Betão não reforçado. em compressão 20-30
o
Borracha natural 30 5.0
baixa à'
preexistente. A extensão significativa da é
da curva
em (da
1.31 e 1.32.
44
1 1 Método experimental de determinação da tenacidade em estado
deformação plano. I<tc
'
Os para a da tenacidade em estado de plano
encontram-se normalizados, pela Society for Mate
rials ) e pela Botish Institution [9]).
Estes ensaios consistem na obtenção de uma curva carga--deslocamento durante o
carregamento de um provete contendo uma obtida pela aplicação de uma
solicitação de A determinação de é baseada na carga
uma extensão significativa da
definida em termos de um desvio especificado da
Em casos esta coincide com a carga máxima. mas
vete cargas maiores do que a carga à qual ocorre a da fissura.
A dos provetes usados para este ensaio é do tipo provete de
três pontos da designação inglesa "3 point bend") ou do tipo
designação inglesa "compact specimen'). nas
H a
2W+5 mín
ro 0.1 max.
Semidistância entre apoios L 2 W
do entalhe = N 0.065 W (ou 1.5 mm se W < 25 mm)
do entalhe = M W a 0,45 W
Comp. efectivo da fissura = a
=
0,45 W a WH:!:1% H:!:1% 0+1.5% O W ! O 4 "/o M !O,5% F !O,5% Largura útil = W Largura total = C
=
1;25 W Espessura = B = 0,5 W Semialtura = H=
0,6 W Oiâm, orifício pino=
0,25 WF= 1,60
Largura do entalhe
=
N=
0,065 W Comp. do entalhe = M = 0,25 W a 0,40 W Comp. efectivo da fissura=
a = 0,45 W a 0,55 WFig. 1.32 - Provete do tipo compacto (CTS), ref. [9].
respectivamente!'). Nestas figuras indicam-se as proporções que as diversas dimensões carac terísticas do provete devem manter entre si. A determinação do valor real destas dimen sões, para cada material a ensaiar, fica dependente da exigência de que a espessura, B, e o comprimento da fissura, a, respeitem a relação
a,
B~
2,5(~~
) ( 1.52)onde (1"..d é a tensão de cedência do material nas condições do teste, isto é, 'para a mesma orientação, temperatura e velocidade de aplicação da carga. Estas condições, que visam garantir a existência de um estado de deformação plano, criam porém a necessidade de fazer uma es.timativa do valor de
I<tc
com vista a definir as dimensões dos provetes.(I) Notar que além destes provetes. únicos previstos na rer. [9]. a rer. [8] admite a possibilidade de utililação de proveles com outras geometrias.
46
Após ter decidido quais as dimensões a partir desta estimativa. que naturalmente deverá sobrestimar o valor real de Kk' o provete tem de ser sujeito a uma sollicitação cíclica com vista ao desenvolvimento de uma fissura de fadiga. T~mbém aqui foram impos tas limitações quanto à carga máxima. ou factor de intensidade de tensões máximo. a
usar durante esta operação. tendo em vista que a zona plástica na extremidade da fis sura durante o processo de crescimento seja de dimensões reduzidas. O comprimento da fissura de fadiga deverá ser pelo menos 1.25 mm. o que significa que do comprimento total da fissura. a. (ver figuras 1.31 e 1.32) apel)as (a - 1.25 mm) podem corresponder a um entalhe maquinado. F. Oliveira descreve na ref. [13] uma máquina que resolve muito economicamente o problema de dotar provetes do tipo 3PB com umaJenda de fadiga.
O teste consiste em carregar o provete até à propagação da· fissura, a uma velo cidade definida (I( = d Kjdt), registando a curva carga-deslocamento medido à face do provete com um transdutor de alta precisão (c1ip-gauge), representado na figura J.33.
Ao contrário do. que sucede com outros ensaios de materiais, a validade de um ensaio Klc só pode ser apreciada após a execução do ensaio e a análise dos seus resultados.
Ex tensómelm
\
a
Fig. 1.33 - TranSdutor de deslocamentos do tipo "c1ip gauge". com extensómetros TI. CI, T2 e ~.
A figura 1.34 representa diversas curvas carga-deslocamento possíveis neste tipo de ensaio. É necessário calcular em primeiro lugar um valor provisório da tenacidade,
K~, através de uma construção gráfica que traça uma secante OPs através da origem com uma inclinação 5% inferior à da tangente à curva carga-deslocamento na origem.
Pq é a carga igual a Ps ou a qualquer outra força mais elevada que precede Ps . Usando o valor de P4 e o valor do comprimento da fissura, a, obtido após o ensaio como uma média de medições realizadas na superfície fracturada, K~ é então calcuiado a partir de equações apropriadas do tipo K
==
Y crJ;ã.
No caso da flexão em três pontos (figura 1.31),A
A
" P~in 11
Deslocamento medido peta transdutor
Fig. 1.34 - Principais tipos de curva carga-<leslocamento em ensaios Klc .
~= (1.53)
onde S é a distância entre apoios (= 4W) e f (aj W) é dado na tabela 1.2, e no caso do proyete CTS (figura 1.32),
K
=
P~
f(a j W) ( 1.54)~
BW
I '2onde f (a j \\{) é dado na tabela 1.3.
Os valores de K4 eram originalmente calculados a partir da carga de "pop in" (primeira extensão da fissura), como está representado na figura 1.34 (tipo 4). Porém, se a curva-deslocamento for do tipo representado na figura 1.34 (tipo I) é necessário executar uma construção gráfica. traçando uma recta horizontal representando a força constante
O.8Py. Tomando UI como a distância entre a tangente OA e a curva real, se este desvio
de linearidade for maior do que um quarto do correspondente desvio à carga P;. então o ensaio é rejeitado com base em excessiva não linearidade. Por outro lado. é ainda necessário que o valor de P'n",j Py. onde P,mj, é a carga máxima suportada pelo provete durante o ensaio. seja menor do que I.
10.
pois caso contrário . é possível que ~ não tenha relação com Ktc. e o teste deve ser. igualmente rejeitado.Finalmente é calculado o produto 2.5 (~jcrccdi. e se este valor é menor do que a espessura do provete e
o
respectivo comprimento da fissura. então K,c = ~. Se assim não suceder. é necessário ensaiar um provete de maiores dimensões para obter Ktc.Nota: os valores de f (aI W) aqui
[ ( a)12
2.9 dizem à solução(a)l2
4 . 6 -W (1.53 a) Wconstante das versões iniciais da norma ASTM E399. A última versão, de 1983, apresenta outra
f (1.53 b)
válida para a/W, quando SI W 4. Tabela 1.3
Nota: os valores de f (ai W) apresentados dizem respeito à solução a
)3;2
(1.54 a)
+655.7 (
W
constante das versões iniciais da norma ASTM E399. A última versão, de 1983, apresenta outra solução,
f (1.54 b)
válida para qualquer ai W>0,2, e portanto de interesse em estudos de u...<,~'''''u de de (ver' norma ASTM E647).
----
---
--
-
---
-----
---
---1.. 3.1 Crack Opening Displacement (COD). Conceitos básicos
A mecânica da fractura linear elástica é aplicável quando a zona de deformação
plástica é de dimensões reduzidas e está contida numa região elástica. Quando tal não
sucede, os parâmetros atrás definidos, como o 'iactor de instensidade de tensão", K, não são aplicáveis e tornou-se necessário procurar novos conceitos para caracterizar a frac tura de materiais. O primeiro parâmetro sugerido para este efeito foi o "crack opening
displacemenC" COO, usualmente designado por Õ, proposto por Wells em 1961. O cOD
procura caracterizar a capacidade de o material deformar plasticamente antes da fractura medindo o afastamento das duas faces da fissura preexistente na sua extremidade (ver figura 1.35).
..
=
Fig. 135 - Representação esquemática da deformação na extremidade de uma fissura.
No seu trabalho original, Wells recorreu à equivalência entre uma fissura real de
comprimento 2a e zonas de deformação plástica, supostas circulares, de raio r" e uma
fissura equivalente, puramente elástica, de comprimento 2 (a
+
rI')' Na figura 1.36 descreve-secomo o cálculo é feito: considerando a fissura elástica equivalente 2 (a
+
ry), para determinar o valor de ô apenas temos de conhecer o valor do deslocamento segundo a direcção
y do ponto definido por r = rI' e e = 180°. Resumindo : sendo v o deslocamento segundo
o eixo dos yy, sendo r = ry ee = 180°, o cOD é dado por
COD=ô=2v= 2K
~ sen~(_2
__cos
2
~)
(1.55)E / (2
+
2v) 21t 2 · 1+
v 2y
2a--
- -x
Fig. 1.36 - Modelo para cálculo do valor do COD (8).
50
Sendo a/acr:d « I, isto é, para uma tensão remota aplicada a substancialmente menor que o valor da tensão de cedência acod ' conclui-se que, em estado
dê
tensão plano, é( 1.56)
visto que, nestas condições, a taxa de libertação de energia G é igu~1 a K2/ E.
A validade das equações anteriores limita-se, porém, àquelas situações e~ que o conceito de K é. aplicável, o que implica relações a /acr.d baixas. Em. casos de maior exten são de zona plástica, Burdekin et aI., baseados no modelo de Dugdale para determinar a extensão da zona plástica de uma fissura em estado de tensão plano, obtiveram a seguinte
equação para o valor de 1): . '
1) =
~
a
e<
d
a ( I. 57).7t
E
De notar que, desenvolvendo em série o lado direito da equação anterior, obtém -se para a / a"'d « I,
1)
=
G / a"'d (1.58)Tesultado próximo do descrito na equação 1.56.
O modelo de Dugdale é uma engenhosa aplicação de alguns conceitos examina dos até agora, e merece ser descrito com pormenor. Consideremos a figura 1.37 que repre senta uma fenda de comprimento 2a numa placa sujeita à tensão remota aplicada a.
Admitimos que a deformação plástica se dá na direcção x,' e que a zona plástica se estende
I
c - aI
para além das extremidades da fissura. Dugdale considera então uma fenda efectiva de comprimento 2c, mais longa do que a fenda real. As faces da fenda efectiva na zona de deformação plástica estão sujeitas a uma solicitação de valor igual à tensão de cedência, e que fecha essa fenda (ver figura 1.37 a). A procura do valorI
c - aI
será agora baseada no desaparecimento da singularidade do estado de tensão paraI
xI
=
c, isto é, Klx,=c~O.Temos então uma fenda de comprimento 2c sujeita aos seguintes casos de carga (ver figura 1.37 a): tensão remota a, e tensão local sobre as faces em
I
c - aI
igual a-aeu!' O factor de intensidade de tensão correspondente ao primeiro caso é bem conhecido,
(1 .59)
Quanto à segunda solicitação, é conveniente conhecer a solução para o par de cargas concentradas P (por unidade de espessura) da figura 1.37 b
Kx=a
=
_p_.ja+
b ( 1.60)v:;;a
a-bque resulta de uma função de Westergaard conhecida, conforme se verá no Apêndice deste capítulo.
I
I
I
x
(a) ,(b) (c)
Fig. 1.37 - Placa traccionada contendo uma fissura central de comprimento 2a. (a) modelo de Dugdale. (b) cargas concentradas P por unidade de espessura. (c) cargas concentradas P por unidade de espessura. à distância x
=
b e x= -
b.Da aditividade dos factores de intensidade de tensão para o modo I de carrega mento, e por simetria, a solução para o caso da figura 1.37 c é
2P a
KI'I =a= - - (1.61)
~~
Seja agora P = C1 db. ou, para o nosso caso, P
=
C1ccd db. ViráK = 2CC1ccd
f
C db(1.62)
~ a
Jc
2 -b2K = 2C1c:<d
lI-
arc cos~
( 1.63)1t C
o
problema em estudo resolve-se então fazendoC1
~=
2C1ccd~
arc cos~
(1.64)1t C
de onde resulta a relação entre c e a:
~=sec(~)
( 1.65)a 2 C1ccd
Da equação anterior podemos tirar dois casos limite. Quando C1--:C1ccd , a/c -O,
isto é, c-00 e a pIastificação . estende-se a toda a secção resistente. Quando C1 / C1caJ
«
I, odesenvolvimento em série do segundo membro da equação 1.65 dá
o valor da
e dy à extensão da zona plástica,
TI:
(1.67)
8
. valor a comparar com o conhecido para estado de tensão plano .
K 2 I
2 - ( 1.68)
TI: 2TI:
obtendo-se uma concordância.
Cálculos que não abordaremos aqui permitem obter o valor de ô referido (equa 1.57).
O uso do eOD na da tenacidade de
que de ô ao
está na figura 1 Em a) re[]ires:enlta-!;e a ·fissura preexistente, em b) e c) valores sucessivamente crescentes do eOD (correspon
dendo a sucessivamente crescentes), até que em d) a
pro-l-'''i'''U.,,,,V da O valor crítico do eoo é portanto o valor de ô que
tamente antecede o início da da fissura preexistente.
(a
1
(bl te) (dl1.38 esquemática do aumento do eOD com a carga, até se verificar propa
1.3.2 eOD. Ensaios mecânicos
No ensaio usam-se provetes de em três pontos preparados
mente fadiga. O ensaio de tenacidade eoo é realizado seguindo' um
processo a propósito do ensaio
Algumas impostas a propósito do KIc são'
designadamente no tocante à espessura mínima dos. provetes. Visto que no caso dos """''''''~J'' eOD não existem restrições quanto à possível extensão da zona de deformação plástica, do provete a ensaiar não é limitado. Dado que .se procura repro
,as condições de serviço em é porém ,.",r.. ",.,..