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Estudo de um sistema de injeção bi-propelente do tipo Swirl usando querosene e peróxido de hidrogênio como oxidante

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Estudo de um sistema de injeção bi-propelente do tipo Swirl usando querosene e

peróxido de hidrogênio como oxidante

Diogo Ponte Lauda

José Atílio Fritz Fidel Rocco

Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA)

Departamento de Química – Divisão de Ensino Fundamental E-mail: diogolauda@terra.com.br

Resumo. Na propulsão química de sistemas aeroespaciais o emprego do oxigênio líquido como oxidante impõe grande

complexidade de engenharia ao projeto. O emprego do peróxido de hidrogênio pode ser uma alternativa viável na redução desta complexidade caso seu comportamento reológico seja compatível com os sistemas de injeção de bi-propelentes de última geração como os centrífugos ("swirl injectors"). A eventual perda de empuxo pelo seu emprego no lugar do oxigênio líquido poderá ser compensada pelo aumento do número de volumes da água oxigenada e por um aumento das pressões operacionais na câmara de combustão. Um estudo do aumento da concentração do oxigênio no peróxido de hidrogênio também fará parte deste trabalho de pesquisa.

Palavras chave: atomização,injeção,bi-propelente e swirl.

1. Introdução

A transformação de uma massa líquida em pequenas partículas (gotas) é um processo aplicado em diversos ramos de atividade como indústria, agricultura e medicina.

Para a indústria aeronáutica e aeroespacial, têm se mostrado de fundamental importância no processo de combustão de propelentes líquidos em aeronaves e foguetes.

O elemento responsável pela introdução de propelentes líquidos e gasosos na câmara de combustão de foguetes e pela transformação de massas líquidas em “sprays” é o injetor, que converte a energia potencial dos propelentes que esta na forma de pressão de gota em energia cinética de um jato ou folha líquida, além de fazer a conexão entre o sistema de alimentação e a região de atomização e combustão.

Suas características determinam se esta transformação ocorrerá no sentido de obter os melhores resultados possíveis que, para motores-foguetes, entre outros, são a obtenção do máximo empuxo (impulso específico) e a redução de diversos fatores como: dimensões da câmara de combustão do motor-foguete e de sua massa; da quantidade de propelentes necessários; das perdas de propelentes pela exaustão devida sua combustão inadequada; dos desgastes do sistema injetor; câmara de combustão; do sistema exaustor dos gases gerados.

Na propulsão química de sistemas aeroespaciais o emprego do oxigênio líquido como oxidante impõe grande complexidade de engenharia ao projeto devido, principalmente, a necessidade de emprego de turbo-bombas entre outros equipamentos. O emprego do peróxido de hidrogênio pode ser uma alternativa viável na redução desta complexidade caso seu comportamento reológico seja compatível com os sistemas de injeção de bi-propelentes de última geração como os centrífugos ("swirl injectors"). A eventual perda de empuxo pelo emprego do peróxido, substituindo o oxigênio líquido, poderá ser compensada pelo aumento do número de volumes da água oxigenada e por um aumento das pressões operacionais na câmara de combustão.

Encontra-se, neste artigo, os principais aspectos a serem vistos quando do desenvolvimento de um injetor: a atomização e o dimencionamento do injetor, particularmente do tipo swirl.

2. Sistemas de injeção

Um sistema de propulsão a jato é o um dispositivo que, por meio da combustão de um propelente, converte a energia química deste em empuxo e possivelmente movimento de algum projétil ou aeronave. Sendo assim, um dos pontos mais importantes, a fim de se obter um bom rendimento com um sistema de propulsão, consiste em obter uma melhor combustão, sendo o desenvolvimento de um sistema de injeção uma das peças fundamentais na obtenção de tais resultados.

(2)

Um sistema de injeção é o componente do sistema propulsivo responsável por inserir na câmara de combustão o combustível e, possivelmente, o oxidante. Além disso, os fluidos devem manter proporções determinadas e possuir certas caraterísticas de temperatura, pressão e velocidade no momento da injeção.

No caso de propelentes líquidos em projéteis, é necessária uma boa mistura do líquido combustível com o oxidante. Entende-se por boa mistura a combinação, no nível nanométrico, das partículas dos reagentes: combustível e oxidante. Isso se faz necessário, pois, como em foguetes e mísseis, na maioria das vezes o projétil se encontra em ambientes com pouco oxigênio, peça fundamental na combustão. Sendo assim é preciso que o combustível reaja com o oxigênio resultante da quebra do oxidante.

Vários fatores influem num equilíbrio positivo no sentido de ocorrer à combustão. Neste ponto voltamos a todos os parâmetros da dinâmica química: temperatura, concentração, afinidade dos reagentes, presença de catalisador e qualidade de mistura. No caso específico desde projeto, se fatores como temperatura, valor da pressão a qual os reagentes estão submetidos e qualidade da atomização for devidamente controlada, podemos obter resultados altamente favoráveis como ignição instantânea no início da reação e ótimos valores de rendimento.

Assim sendo, um bom injetor deve: inserir na câmara de combustão tanto combustível como oxidante, em proporções corretas, na temperatura conveniente para a ocorrência da combustão e na forma de minúsculas gotas. Além disso, o injetor deve gerar uma certa turbulência na câmara a fim de misturar as gotas do líquido propelente e do oxidante.

2. Atomização

A atomização é definida como um processo onde uma massa de líquido é convertida em pequenas gotículas. Tal processo ocorre como resultado da ação de diferentes forças atuando sobre o líquido, algumas atuando na consolidação e outras na desintegração. A tensão superficial tente a levar a gota a uma forma esférica e estável, pois nesse estado possui a mínima energia acumulada superfície. A viscosidade do líquido contribui na manutenção da geometria, opondo-se a qualquer modificação em sua forma. Por outro lado, as forças aerodinâmicas atuam no sentido da deformação da gota. A qual se desintegra quando as forças aerodinâmicas superam as forças de consolidação.

As primeiras desintegrações geram gotas grandes, ainda instáveis, que repetem o processo até atingir um mínimo, a partir do qual as forças de consolidação predominam e a geometria se preserva. Sendo assim, o tamanho das gotas não depende apenas da atomização primária, mas de outros que fatores determinam se outras desintegrações irão ocorrer.

Iremos revisar os diversos mecanismos pelos quais ocorrem a desintegração de um jato ou folha (“sheet”) expelido de um atomizador. Desintegração de jatos é de fundamental importância em atomizadores do tipo orifício-plano (“plain-orifice”), extensamente utilizados em motores a diesel e de foguetes. O mecanismo da folha é de fundamental importância no design de atomizadores rotatórios (“rotary atomizers”) e no desempenho dos tipos “pressure-swirl” e “prefilm airblast”, vastamente utilizados em combustores de óleo e turbinas a gás.

2.2. Quebra de Gotas

Quando uma atomização ocorre, como resultado da interação de um líquido com o ar ao seu redor, diversos mecanismos estão envolvidos, entre eles a quebra das maiores gotas nas últimas etapas do processo. Sendo assim é interessante analisarmos as várias formas de desintegração de uma única gota sobre a ação de forças aerodinâmicas.

Um tratamento matemático rigoroso exigiria o conhecimento das forças atuantes em cada ponto da gota ao longo do tempo. No entanto, na situação de equilíbrio, sabemos que a pressão interna p1 deve ser suficiente para

contrabalançar a pressão aerodinâmica pa e a pressão devido à tensão superficial pt :

p1 = pa+ pt (1)

Para uma gota esférica temos que:

D

p

t

σ

4

=

(2)

Onde: σ - coeficiente de tensão superficial do líquido D – diâmetro da gota de líquido

Podemos então concluir: a gota permanecerá estável enquanto qualquer mudança na pressão aerodinâmica possa ser contrabalançada por outra variação na pressão devido à tensão superficial.

Note que em gotas maiores, o efeito aerodinâmico é muito mais evidente do que a tensão superficial, pois a área da gota exposta ao fluxo de ar é maior enquanto que um diâmetro maior diminui a pressão pt, conforme vemos na equação

(3)

(2). Sendo assim, tais gotas serão deformadas até se desintegrar em gotas menores, processo que ser repete até que a tensão superficial se equipare a força aerodinâmica e a gota atinja estabilidade.

Tais considerações nos levam a definir um tamanho crítico para a gota. Uma gota levemente maior que tamanho crítico possui determinado tempo de desintegração, o qual é inversamente proporcional ao tamanho da gota. Sendo assim, uma gota considerada estável é aquela com tempo de desintegração infinito. O efeito da viscosidade nesse mecanismo é de aumentar o tempo de desintegração.

2.3.Quebra da gota num fluxo de ar

A quebra de uma gota foi objeto muitos estudos desde o início do século. Muitos nomes se destacam nesse assunto, sendo Hinze um dos mais importantes. Por meio de fotos de alta velocidade, ele notou que a maneira como a gota é exposta ao fluxo de ar influencia diretamente em sua quebra. Além disso, ele identificou três padrões principais de quebra:

Lenticular: a gota é deformada até atingir uma configuração semelhante a um elipsóide achatado para a seguir, se as forças aerodinâmicas forem suficientemente grandes, tomar o formato de um toróide que se estica até se quebrar em pequenas gotas;

Cilíndrica: a gota e deformada até atingir o formato de um cilindro de bordas abauladas, que se quebra em gotas menores.

Por protuberâncias: a gota é deformada, gerando protuberâncias que se desprendem em gotas menores.

Figura 1: deformações (1), (2) e (3) respectivamente.

De acordo com Hinze, o modelo de quebra (1) é devido um fluxo de ar paralelo ao plano equatorial de gota e rotatório. O tipo (2) é gerado por um fluxo hiperbólico e o (3) por um fluxo turbulento.

Em geral, a quebra de uma gota submetida a uma corrente de um fluido é controlada pela pressão dinâmica, pela tensão superficial e pela viscosidade. Para baixos valores de viscosidade, a deformação da gota é determinada pela razão entre as forças aerodinâmicas, representadas por 0.5ρAvR2(onde vR é a velocidade da gota em relação ao ar e ρA é a densidade do ar), e as forças da tensão superficial, relacionadas com σ/D. Tal razão de valores origina um número adimensional, o número de Weber[ (ρAvR2 D)/ σ]. Um valor muito alto nesta grandeza evidencia que as forças externas de deformação são superiores às forças internas de restauração.

A condição necessária para o inicio da ruptura de uma gota é que o arrasto aerodinâmico seja igual à tensão superficial, o que ira nos render:

σ

π

ρ

π

D

v

D

C

D A R2

=

2

4

5

.

0

(3)

Onde: CD- é o coeficiente de arrasto aerodinâmico para uma gota com diâmetro D.

Rearranjando os termos da equação, vamos obter o número de Weber para um valor crítico como:

D crit R A crit

C

D

v

We

8

2

=

⎟⎟

⎜⎜

=

σ

ρ

(4)

A fim de testar experimentalmente a ruptura de uma gota, vários técnicas diferentes foram desenvolvidas. Exemplos dessas técnicas são: soltar a gota de uma torre em queda livre, usar túneis de vento verticais com velocidade do ar controlada para equilibrar o peso da gota por meio de correntes de ar. A análise dos resultados evidenciou que a forma com que a gota é exposta a correntes de ar influencia diretamente na forma de quebra. Gotas expostas a um fluxo com aceleração constante são achatadas até formar um anel, contento 70% da massa líquida. O centro do anel é fechado por uma camada liquida, formando uma espécie de bolsa presa nas pontas ao anel. Quando se desintegra, a bolsa gera uma atomização muito fina, enquanto que o anel gera gotas maiores.

(4)

Uma gota submetida a uma corrente de ar repentina se desintegra por um processo totalmente diferente. Ela assume uma forma convexa, voltada para corrente de ar, e das bordas se desprendem filamentos que por fim irão se quebrar em gotas menores.

Figura 2: quebra de uma gota submetida a uma corrente de ar com aceleração constante.

Para condições atmosféricas normais, existe um valor crítico para a velocidade relativa da gota com o ar abaixo do qual não ocorrerá a ruptura da gota. Para líquidos com tensão superficial compreendida entre 0.028 e 0,475 kg/s2, temos: 5 . 0 ,

D

v

Dcrit

σ

(5) Para medir a influencia da viscosidade na ruptura da gota, Hinze definiu um novo adimensional:

Re

We

Z

=

(6)

Tal número representa a razão entre as forças viscosas internas e as forças de tensão superficial na face da gota. É possível notar a importância desse grupo examinando cada uma dessas forças. A força de tensão da interface da gota por unidade de área é dada por σ/D, enquanto que a fricção por unidade de área, τ, é dada pelo produto da viscosidade do líquido com o gradiente de velocidade ao longo da gota, i.e, μL(δv/δt). Se a gota oscila em sua freqüência natural de vibração, w, então τ é da ordem de μLw. O valor de w é relacionado com as propriedades da gota pela seguinte fórmula:

]

)

1

(

[

)

2

)(

1

)(

1

(

2

3 2 2

n

n

D

n

n

n

n

w

A L

ρ

ρ

π

σ

+

+

+

+

=

(7)

Onde n depende do modo de vibração, sendo n=2 o modo fundamental. Como normalmente a densidade do líquido é muito maior que a densidade do ar, no modo fundamental:

(5)

5 . 0

4

=

L

D

D

w

L L

ρ

σ

π

μ

μ

τ

(8)

Sendo assim, a razão da força de fricção pela força de tensão superficial é dada por:

(

D

)

Oh

D

L L

π

σ

ρ

μ

π

σ

τ

4

4

5 . 0

=

=

(9)

Onde Oh é o número de Ohnesorge. A influencia de tal número sobre o valor de Wecrit é dado por:

Wecrit=We’crit[1+f(Oh)] (10)

Onde We’crit é o valor crítico de Weber com viscosidade zero.

2.4. Quebra de uma gota num fluxo turbulento

A teoria mostrada acima é válida para grandes valores de velocidade relativa entre a gota e o ar. No entanto, em muitas situações tal valor pode não existir, ou ser muito difícil de determinar. Nesses casos é mais prático assumir que o valor da pressão dinâmica do fluxo turbulento ao redor da gota determina seu tamanho. A energia cinética de um movimento turbulento é proporcional ao comprimento de onda. Sendo assim flutuações na velocidade com comprimento de onda 2D irão produzir uma pressão dinâmica maior do que a produzida em comprimentos de onda menores. Se essas flutuações são responsáveis pela ruptura da gota, teremos:

σ

ρ

2 max

D

u

We

A crit

=

(11)

Onde

u

2é o valor médio ao longo de todo fluxo do quadrado da velocidade sobre uma distância igual à Dmax. Numa turbulência isotrópica, a contribuição principal para a energia cinética é devida a flutuações onde a lei de Kolmogorov para a distribuição de energia é válida. Nessa região, onde o padrão de turbulência é exclusivamente determinado pela entrada de energia por unidade de massa por unidade de tempo, E, pode se mostrar que:

3 2 1 2

(ED

)

C

u

=

(12) Onde C1=2.

Para líquidos poucos viscosos (Oh<<1) a equação(11) pode ser escrita como:

3 5 max 3 2

2

D

E

We

A crit

σ

ρ

=

(13) E 5 2 5 3 max −

⎟⎟

⎜⎜

=

C

E

D

A

ρ

σ

(14)

Onde C é uma constante adimensional que deve ser determinada experimentalmente.

Para descobrir o valor de C, Hinze utilizou um aparato experimental desenvolvido por Clay. Tal aparato consiste em dois cilindros coaxiais, sendo um menor contido dentro do maior. O cilindro menor pode ser posto para rodar, tendo sua velocidade controlada. O espaço entre os cilindros é preenchido por dois líquidos imiscíveis, sendo que um deles forma gotas discretas. Assim é possível determinar a distribuição dos tamanhos das gotas como função da energia injetada no sistema, de onde se obtém D95, o valor de D para o qual 95% líquido esta disperso em gotas com diâmetro

menor ou igual à D. Tomando D95 =Dmax , resulta em C=0,725.

O trabalho de Kolmogorov e de Rinze sobre a quebra de gotas em fluxos turbulentos foi mais tarde modificado por Sevik e Park. Eles sugeriram que ressonância pode causar ruptura caso a freqüência de flutuação característica de um

(6)

fluxo turbulento bata com a freqüência natural de vibração da gota. Desde que o amortecimento é muito fraco, uma vez que a freqüência de flutuação bata com uma das freqüências naturais de vibração a gota irá se deformar violentamente.

2.5. Desintegração de Jatos Líquidos

Quando um jato líquido emerge de uma abertura como uma massa contínua de formato cilíndrico, a competição estabelecida sobre a superfície entre as forças de consolidação e desintegração origina perturbações e oscilações. Em condições favoráveis, tais oscilações são ampliadas e a massa líquida se quebra em várias gotas, o que caracteriza uma atomização primária. Se as gotas assim formadas excederem um tamanho crítico, ocorrerão quebras posteriores, o que é chamado de atomização secundária.

As mais importantes propriedades de um jato são: o comprimento da região contínua (que serve de parâmetro para a taxa de crescimento dos distúrbios) e o tamanho da gota (que está relacionado com o número da onda da maior perturbação). Também tem importância a forma de desintegração do jato.

Os primeiros estudos sobre a formação do jato mostraram que o comprimento da faze contínua é proporcional tanto ao diâmetro do orifício como à velocidade, quando uma das duas variáveis é mantida constante.

Outra constatação é que uma coluna cilíndrica de líquido é considerada instável quando seu comprimento excede seu perímetro.

3. Especificação do Injetor:

Dentre os inúmeros tipos de atomizadores, escolheu-se o do tipo “swirl”, ou turbilhão, pois transforma a massa de líquido inicialmente em uma folha cônica oca que, em seguida, se desintegra em gotas de diversos tamanhos. Dessa forma, injetores desse tipo se mostram muito úteis nos setores de propulsão aeroespacial pois, quando devidamente projetados, conseguem uma atomização muito fina, que se espalha em uma região muito grande como, por exemplo, a câmara de combustão de um foguete.

Além disso, dois injetores podem ser acoplados, concentricamente, sendo um deles destinado ao combustível e outro ao oxidante. Dessa forma, é possível vaporizar e, concomitantemente, misturar combustível e oxidante de forma muito eficiente. Sendo assim, quando em proporções corretas dos reagentes, este sistema de injeção proporciona uma combustão muito mais eficiente como um todo.

3.1. Dimensionamento do injetor swirl:

Para determinar os parâmetros de projeto do injetor, seguimos uma metodologia proposta por Bazarov, conforme descrevemos a seguir.

Definidos os fluidos utilizados como combustível e oxidante, neste caso a querosene e a água oxigenada, obtêm-se os valores de densidade e viscosidade de tabelas de propriedades físico-químicas apropriadas. As características destes componentes serão vistas posteriormente neste trabalho.

Além disso, valores como o fluxo de massa do injetor , queda de pressão através do injetor , e ângulo de injeção da folha líquida cônica oca , são dados de projeto, definidos pelos propósitos de uso do injetor.

Define-se o angulo do spray cônico com base nas especificações de projeto, devendo este encontrar-se entre 90 e 120 graus.

A seguir, com o valor de , obtêm o coeficiente geométrico característico A, e o coeficiente de fluxo do gráfico abaixo:

(7)

Parâme

tro a

dimens

ional

Ângulo da folha cônica

Parâmetro geométrico característico A

Figura 3: gráfico de diversos parâmetros em função de A

Onde:

A é um parâmetro adimensional definido por:

(15)

-área do bocal de saída

-distância entre o centro dos dutos de passagem e o eixo do injetor -area total dos tubos de passagem do fluido

-raio do bocal

- coeficiente de passagem, definido como a área de líquido que preenche a saída do bocal pela área total deste:

(16)

-raio do filme líquido dentro do bocal

- coeficiente de fluxo de massa, definido como a razão entre o fluxo de massa real pelo máximo previsto teoricamente. Após simplificações obtêm-se:

(17)

- raio da folha de líquido no final da câmara de vórtice

(8)

(18) - é a pressão da gota através do injetor, ou seja:

(19)

-pressão no sistema de alimentação dos canais tangenciais de entrada -pressão na câmara de vórtices

Também devem ser especificados o número de entradas tangenciais n, e o coeficiente de abertura do bocal:

(20)

O que nos leva à:

(21)

-raio do orifício

O e entrada devem ser:

tangencial de entrada. comprimento dos orifícios tangenciais d

(22)

comprimento

O do bocal deve ser:

(23)

O comprimento da câmara de vórtice deve ser:

(24)

O raio da câmara de vórtice deve ser:

(25)

Baseado na equação abaixo, obtêm-se o número de Reynolds dos orifícios ngenci de entrada: ta as

(26)

-viscosidade do flu

A seguir, calcula-se o coeido. ficiente de atrito, dado por:

(27)

A seguir, calcula-se A

perda de pressão por atrito devido a efeitos viscosos: eq, definido como o parâmetro geométrico equivalente, a fim de levar em conta os efeitos de

(28)

e posse desse último valor, novam

que passam também a levar em consideração efeitos viscosos. D ente recorre-se ao gráfico da figura a fim de se obter µeq e αeq, valores estes Calcula-se agora a perda de pressão total do swirl por meio da formula:

(9)

coeficiente ,

O definido como a perda de pressão nos orifícios, é obtido de um gráfico, relacionando as perdas com o angulo de en ada dos orifícios na câmara: tr

Figura 4. gráfico da perda de pressão nos orifícios de entrada em função do ângulo de entrada deste na câmara de r, calcula-se o coeficiente de fluxo de massa:

vórtice. A segui

(30)

om base na equação (18) calcula-se o novo raio do bocal.

base no novo valor de Rn.

4. Propriedades dos fluidos utilizados:

combustível utilizado, a querosene, é uma mistura de hidrocarbonetos de C10 e C14 e acima, podendo conter adit

e pois trata-se de um combustível barato, o que facilita seu uso em larga escala em sistemas pro

idante e viscoso. Quando perturbado libera oxigênio, água e calor, o que

ncentrações maiores do que 91%

s compostos acima faz-se necessário que os rese

. Conclusões:

Ao longo deste trabalho, foram abordados todos os principais aspectos do projeto de um sistema de injeção de swi

C

Com base na equação (21) calcule o novo parâmetro A, com

Repita as etapas de 1 a 10 para verificar se os resultados obtidos estão coerentes.

O

ivos especiais. Têm baixa viscosidade, é inflamável e produz vapores inflamáveis que podem causar incêndio e explosão. Além disso, constitui um composto tóxico, o que exige atenção aos resultados pós-queima quando do uso desse tipo de combustível.

Escolheu-se a querosen

pulsivos. A querosene é menos explosiva que a gasolina e o álcool, e por ter uma viscosidade menor pode ser mais facilmente transportada por dutis de alimentação.

O peróxido de hidrogênio, é um peróxido, ox

pode levar a combustão espontânea quando em contato com matéria orgânica ou metais, como cobre ou o bronze. Além disso, é um composto corrosivo, o que exige cuidados de estocagem e manipulação.

O peróxido de hidrogênio é usado, inclusive, na propulsão de foguetes, quando em co

(m/v). Em concentrações entre 51% e 91%(m/v), sofre combustão espontânea quando em contato com combustíveis, sendo por isso utilizado para acelerar reações de queima.

Sendo assim, ao se projetar um sistema propulsivo baseado no

rvatórios, dutos de alimentação do injetor e as bombas de injeção sejam resistentes à corrosão. Além disso, no caso da água oxigenada, os reservatórios devem ser de materiais que evitem a decomposição do peróxido. Uma boa opção seria alumínio ou teflon, ambos normalmente utilizados no armasenamento de longos período do peóxido de hidrogênio.

5

rl: a atomização dos líquidos propelentes, sendo esta a principal função do injetor; os líquidos escolhidos para o sistema propulsivo e os cuidados com sua manipulação; e o dimensionamento do injetor de swirl.

(10)

Um injetor deste tipo é realmente uma alternativa muito boa na propulção de mísseis e foguetes. O uso dos compostos acima citados torna o projeto muito mais simples quando comparado com sistemas equivalentes a base de hidrogênio líquido. Além disso, com um injetor do tipo swirl consegue-se uma ótima mixagem de oxidantes e reagentes, o que leva a melhores valores de rendimento na combustão.

6. Agradecimentos:

Gostariamos de agradecer primeiramente ao CNPq, por possibilitar este estudo e muitos outros que vemos em nossa escola. São organizações como esta que possibilitam o desenvolvimento de tecnologia e ciência, tão importantes para o bem da sociedade.

Gostariamos também de agradecer ao CTA e ao ITA, por darem suporte tanto em espaço físico como em fontes de pesquisa e estudo. Todas as atividades dessa primeira metade do projeto foram executadas dentro dos laboratórios, biblioteca e ambientes de estudos proporcionados por essas duas instituições.

Merece agradecimento especial o orientador deste projeto, Professor Fritz, por sua grande dedicação ao projeto. Graças a ele tivemos sucesso neste programa de iniciação científica, concluindo com sucesso os objetivos traçados a priori.

5. Referências

Lefebvre, Athur H.; “Atomization and Spray”, editora: Taylor e Francis

Matthew, R. Long.; Willian, E. Anderson; Ronald W. Humble; “Bi-centrifugal Swirl injector for development

for hydrogen peroxide and non-toxic hypergolic miscible fuels”, AIAA(2002), 4026.

Coperning, J. K.; Heister, S.D.; Anderson, W.E.; “A model for thermal decomposition of hydrogen peroxide”,

AIAA(2004)-3373.

Sisco, J.C.;Austin B.L.; Mok J.S.; Anderson W.E.; “Autoignition of kerosene by decomposed hydrogen

peroxide in a dump-combustor configuration”; Journal of Propulsion and Power(2005)-21

Rocco, Leopoldo J.; “Estudos sobre um injector pressurizado bi-propelente do tipo swirl empregado em

motores-foguetes”, Tese de mestrado no curso de engenharia aeronáutica e mecânica na área de física e química dos materiais aeroespaciais.

Referências

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