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Processo Administrativo Curso Conteúdos PGE

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Academic year: 2021

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Processo Administrativo

Curso Conteúdos PGE

Fonte: Rafael Oliveira

Atualizado em Fevereiro de 2021

De acordo com Rafael Oliveira, processo administrativo é a relação jurídica que envolve uma sucessão dinâmica e encadeada de atos instrumentais para obtenção da decisão administrativa.

Na prática é a forma pela qual a administração pública atua, por meio de procedimentos para fazer um ato administrativo ou simplesmente conceder uma resposta ao particular. O objeto do Processo administrativo é bastante amplo, podendo se relacionar a servidores públicos ou buracos em vias, por exemplo.

A competência legislativa é ​autônoma​, onde cada ente da federação pode editar sua própria legislação para reger o tema. No entanto, é importante conhecermos uma súmula do STJ sobre o tema:

“A Lei n. 9.784/1999, especialmente no que diz respeito ao prazo decadencial para a revisão de atos administrativos no âmbito da Administração Pública federal, pode ser aplicada, de forma​subsidiária​, aos estados e municípios, se inexistente norma local e específica que regule a matéria​” (Súmula 633).

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Em que pese a diversidade dos diplomas normativos sobre o tema, tomaremos como base a Lei 9.784/1999, que trata sobre o processo administrativo federal. Vejamos alguns princípios que regem a legislação:

1) Contraditório e Ampla Defesa ​: De acordo com Rafael Oliveira, o princípio do contraditório, previsto no art. 5.º, LV, CRFB, garante o direito de as partes serem ouvidas e informadas sobre os fatos, argumentos e documentos relacionados ao processo administrativo, bem como impõe o dever de motivação das decisões administrativas.

Por outro lado, o princípio da ampla defesa, garantia consagrada no art. 5.º, LV, CRFB, reconhece o direito de a parte rebater acusações ou interpretações com a finalidade de evitar ou minorar sanções, bem como preservar direitos e interesses.

2) Oficialidade: ​Significa que o processo administrativo, ao revés do processo judicial, pode ser iniciado de ofício e assim seguir até a tomada de decisão por parte da Administração Pública.

3) Formalismo Moderado: ​Não são exigidas solenidades rígidas, salvo aquelas essenciais à garantia dos administrados.

4) Verdade Real: ​A administração Pública deve buscar o que efetivamente aconteceu, não ficando presa ao que alegam os particulares.

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5) Gratuidade: Via de Regra, os Processos Administrativos são gratuitos, salvo quanto às despesas previstas em lei.

Direitos dos Administrados:

Art. 3o O administrado tem os seguintes direitos perante a Administração, sem prejuízo de outros que lhe sejam assegurados:

I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar o exercício de seus direitos e o cumprimento de suas obrigações;

II - ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as decisões proferidas;

III - formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de consideração pelo órgão competente;

IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a representação, por força de lei.

Da mesma forma, os Administrados possuem deveres junto à Administração Pública, dentre os quais destacamos: I - expor os fatos conforme a verdade; II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé; III - não agir de modo

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temerário; IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o esclarecimento dos fatos.

Interessados no Processo Administrativo: ​De acordo com a Lei, são os seguintes os interessados: I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de direitos ou interesses individuais ou no exercício do direito de representação; II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses que possam ser afetados pela decisão a ser adotada; III - as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos; IV - as pessoas ou as associações legalmente constituídas quanto a direitos ou interesses difusos.

Capacidade: ​A Lei Menciona que são capazes os maiores de 18 anos, ressalvada previsão legal em sentido contrário.

Atos que não podem ser delegados:​São chamados de atos CENORA. Vejamos:

Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:

I - a edição de atos de ​caráter normativo​; II - a decisão de ​recursos administrativos​;

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Impedimentos x Suspeição: ​Enquanto existem diversas hipóteses de impedimento, ​só temos uma de suspeição​, qual seja, autoridade ou servidor que tenha amizade íntima ou inimizade notória com algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges, companheiros, parentes e afins até o terceiro grau.

Em relação à suspeição, é cabível também ​recurso ​sem​ efeito suspensivo​. Em relação ao ​impedimento​, é importante decorar os artigos sobre o tema:

Art. 18. É impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que:

I - tenha interesse direto ou indireto na matéria;

II - tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou representante, ou se tais situações ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e afins até o terceiro grau;

III - esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou respectivo cônjuge ou companheiro.

Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer em impedimento deve comunicar o fato à autoridade competente, ​abstendo-se de atuar​. Parágrafo único. A omissão do dever de comunicar o impedimento constitui​ falta grave​, para efeitos disciplinares.

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(CESPE - TJBA) O servidor que tenha amizade íntima notória com algum interessado em processo administrativo deve declarar-se impedido de atuar no processo. R: Falso! É caso de Suspeição!!

Recurso Administrativo: ​É importante salientar a existência de recurso administrativo quanto à legalidade e também quanto ao mérito (Art. 56, Lei 9.784/1999).

Legitimados para recorrer: De acordo com a Legislação Federal, são os seguintes:

a) titulares de direitos e interesses que forem parte no processo;

b) aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente afetados pela decisão recorrida;

c) organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos; e

d) cidadãos ou associações, quanto a direitos ou interesses difusos.

De acordo com o Artigo 59, o prazo recursal é de DEZ (10) dias, salvo disposição legal em sentido contrário. É importante também salientar que o recurso

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será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não a reconsiderar no prazo de cinco dias, o encaminhará à autoridade superior.

Sobre a polêmica do prazo ser ou não computado em dias úteis, vejamos o recente enunciado do CJF:

Enunciado 33: O prazo processual, no âmbito do processo administrativo, deverá ser contado em dias corridos mesmo com a vigência dos arts. 15 e 219 do CPC, salvo se existir norma específica estabelecendo essa forma de contagem.

A Lei ainda concede o prazo de 30 dias para a decisão do mesmo, podendo ser prorrogado desde que devidamente fundamentado (Artigo 59, parágrafo primeiro). Sobre o tema, vejamos recente enunciado do CJF:

Enunciado 12: A decisão administrativa robótica deve ser

suficientemente motivada, sendo a sua opacidade motivo de invalidação.

Cuidado! Estamos aqui falando do Recurso Hierárquico Próprio, que é aquele fundamentado na hierarquia da Administração Pública e que independe de previsão legal expressa.

Recurso Hierárquico Impróprio: ​Em virtude das lições de Rafael Oliveira, solicitamos “​Vênia” ​para transcrever uma parte de seus ensinamentos. Vejamos:

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O recurso hierárquico impróprio é interposto para fora da entidade que proferiu a decisão recorrida (ex.: recurso interposto contra decisão proferida por autarquia federal perante determinado Ministério ou Presidente da República).

Em razão da inexistência de hierarquia e da possibilidade de intromissão de pessoa jurídica nos atos praticados por pessoa jurídica diversa, relativizando a sua autonomia administrativa, afirma-se que o cabimento do recurso hierárquico impróprio depende de previsão legal expressa​.

Pedido de Reconsideração: ​Mais uma vez vamos nos valer das lições do Professor Rafael Oliveira sobre o tema. Vejamos:

O pedido de reconsideração é o requerimento de reexame direcionado à própria autoridade que proferiu a decisão recorrida. Ex.: pedido direcionado ao Ministro de Estado com o objetivo de reconsiderar a decisão por ele proferida que declarou a inidoneidade de determinada empresa contratada pelo Estado (art. 109, III, da Lei 8.666/1993). O pedido de reconsideração também é previsto no art. 106 da Lei 8.112/1990.

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De acordo com o STF, o “ ​pedido de reconsideração na via administrativa não interrompe o prazo para o mandado de segurança” (Súmula 430 do STF)​.

Pedido de Revisão: ​possibilita a revisão, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, da decisão administrativa quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da sanção aplicada, ​sendo vedado o agravamento da penalidade.

Parecer: ​A lei dispõe sobre o caso de parecer obrigatório não ser concedido no prazo legal, sendo necessário diferenciar o vinculante do não vinculante. Esquematicamente, temos a seguinte situação:

§ 1 Se um parecer obrigatório e vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado, o processo não terá seguimento até a respectiva apresentação, responsabilizando-se quem der causa ao atraso.

§ 2 Se um parecer obrigatório e não vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado, o processo poderá ter prosseguimento e ser decidido com sua dispensa, sem prejuízo da responsabilidade de quem se omitiu no atendimento.

OBRIGATÓRIO E VINCULANTE -> NÃO TERÁ SEGUIMENTO;

OBRIGATÓRIO E NÃO VINCULANTE -> PODE TER SEGUIMENTO E DECIDIDO COM SUA DISPENSA.

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Agora vejamos como o assunto é cobrado nas provas objetivas e discursivas:

#Dicas - Processo Administrativo (Atualizado em JAN/2020)

O que é? De acordo com Rafael Oliveira, doutrina adotada por nós, é a relação jurídica que envolve uma sucessão dinâmica e encadeada de atos instrumentais para obtenção da decisão administrativa.

Ainda é importante ressaltar que todos os entes tem capacidade de produzir suas próprias normas do processo administrativo, inexistindo competência da União para formulação de normas gerais. Atenção com a recente súmula do STJ: "A Lei n. 9.784/1999, especialmente no que diz respeito ao prazo decadencial para a revisão de atos administrativos no âmbito da Administração Pública federal, pode ser aplicada, de forma subsidiária, aos estados e municípios, se inexistente norma local e

específica que regule a matéria".

Podemos ainda ressaltar alguns princípios aplicáveis aos processos administrativos, tais como, contraditório e ampla defesa, oficialidade (possibilidade de ser iniciado de ofício pela administração pública), formalismo moderado, verdade real (deve ser buscado o que realmente aconteceu), publicidade, motivação, gratuidade e outros.

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Agora vejamos alguns temas previsto na Lei Federal e como foram cobrados em concursos públicos:

1. O desatendimento da intimação, por si só, não é capaz de gerar a veracidade dos fatos (PGMCG). Vejamos o artigo da lei federal que trata do tema: "O desatendimento da intimação não importa o reconhecimento da verdade dos fatos, nem a renúncia a direito pelo administrado".

1.1. Veja como a CESPE repete as questões bastante: "Em caso de desatendimento da intimação, serão presumidas verdadeiras as alegações de fato formuladas pela administração". Caiu na PGM-JP.

1.2 Veja que no processo administrativo não ocorre o efeito típico da revelia (Mazza).

2. Na hipótese de interposição de recurso administrativo junto a órgão incompetente, deverá ser indicada a autoridade competente e devolvido o prazo recursal (Cartórios TJDFT).

3. Lembre do atos que não são passíveis de delegação: CENORA

Competência Exclusiva Normativos

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3.1 Veja como a CESPE repete (parte 2): "Autoridade competente para apreciar recursos administrativos poderá, em seu período de férias, delegar essa atribuição ao órgão colegiado hierarquicamente superior, em atenção aos princípios da eficiência e da impessoalidade". Caiu na PGM JP

3.2. Na prova do TJCE: "A delegação de competência de órgãos colegiados é possível, desde que não se trate de matéria de competência exclusiva, de decisão de recursos administrativos ou de edição de atos de caráter normativo".

3.3 (CESPE) "A Lei n.o 9.784/1999 permite delegar parte de competência administrativa para outro órgão ou titular, mesmo que não exista subordinação hierárquica". R: Correto!

4. Devem ser objeto de intimação os atos do processo que resultem, para o administrado, em imposição de deveres, ônus, sanções ou restrição ao exercício de direitos e atividades. Trata-se de observância do contraditório e ampla defesa.

5. Para o STJ, é possível a delegação de atos de fiscalização de sociedade de economia mista, mas não a delegação de atos de imposição de sanções a essas entidades (PGM-JP). Não podem delegar as sanções e ordens; podem ser delegados a fiscalização e consentimento (CF).

6. Legitimidade recursal: os titulares de direitos e interesses que forem parte no processo; aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente afetados pela decisão recorrida; as organizações e associações representativas, no

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tocante a direitos e interesses coletivos e os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou interesses difusos.

6.1 CESPE: Q: "Em processos administrativos, as associações representativas não possuem legitimidade para a interposição de recurso, mesmo que objetivem a defesa de direitos e de interesses coletivos". FALSO!

7. Sobre a parte recursal, é importante lembrar ainda que o mesmo deverá ser dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não reconsiderar tal decisão, deverá encaminhá-lo para autoridade superior.

8. Atenção! A desistência ou renúncia do interessado, conforme o caso, não prejudica o prosseguimento do processo, se a Administração considerar que o interesse público assim o exige. Isso ocorre em virtude do interesse público envolvido, ou seja, a administração pode ter interesse em saber o que aconteceu em determinada situação.

9. Sobre a interpretação de normas, deve-se observar o fim público a que tal norma se dirige, bem como é VEDADA aplicação retroativa de nova interpretação.

10. Atenção! Via de regra, o recurso administrativo tramitará por no máximo três (3) instâncias. Aqui vocês devem ter cuidado com as questões maliciosas que colocam duas instâncias, confundindo o candidato.

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11. Conforme o princípio do formalismo moderado, os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada, salvo por exigência legal (TJCE - Juiz). Lembrar que foi colocado mais acima como aplicável aos processos administrativos.

12. No processo administrativo é admitida a fundamentação per relationem. Atenção! com o disposto na LINDB: "A motivação PODERÁ ser constituída por declaração de concordância com o conteúdo de notas técnicas, pareceres, informações, decisões ou propostas que precederam a decisão".

13. Da revisão, não pode agravar a decisão do particular. Neste sentido, foi considerada INCORRETA: "O processo administrativo que resultar em sanção poderá ser revisto a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, se surgirem fatos novos relevantes que justifiquem a inadequação da sanção, podendo esta ser amenizada ou agravada".

13.1 Lembrar que no recurso administrativo, é permitido. Vejamos a resposta considerada CORRETA na PGE-PE: "Órgão competente para o julgamento de recursos no processo administrativo poderá agravar a situação do recorrente, desde que lhe seja garantida a oportunidade para a apresentação de alegações".

13.2 (ABIN) Interposto o recurso administrativo pelo interessado, poderá ocorrer a reformatio in pejus (reforma para piorar), desde que ele seja cientificado para apresentar suas alegações antes da decisão.

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13.3 "Recurso e revisão, instrumentos que permitem o reexame de fatos e provas juntados no processo administrativo, se diferenciam quanto à possibilidade de agravamento da situação do processado: no julgamento do recurso, o órgão competente não agravará a situação do recorrente; na revisão, há expressa determinação legal que permite o aumento da sanção imposta". Falsa! Trocaram os itens.

14. Lembrar que não é admitido a exigência de depósito prévio como condição de admissibilidade de recurso administrativo. Existe súmula vinculante e várias questões são cobradas sobre o tema.

14.1 Neste sentido, foi incorreta a seguinte alternativa da PGM-FOR: "Nos termos da jurisprudência do STF, caso um particular interponha recurso administrativo contra uma multa de trânsito, por se tratar do exercício do poder de polícia pela administração, a admissibilidade do recurso administrativo dependerá de depósito prévio a ser efetuado pelo administrado".

15. O processo administrativo pode ser iniciado de ofício ou a requerimento do interessado (oficialidade - ver acima), devendo tal requerimento ser formulado por escrito, ressalvados os casos em que se admitir a solicitação oral.

16. Quando não houver prazo específico, considera-se o prazo de dez (10) dias como sendo o correto para interpor recurso administrativo.

Recurso-> 10 dias;

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A Administração tem o prazo de 30 dias para decidir, vale ressaltar que tal prazo pode ser prorrogado, desde que devidamente justificado. Em regra, terá efeito simplesmente devolutivo, sendo admitido em certas situações o efeito suspensivo (Artigo 61).

17. A regra é que não precise de firma reconhecida (aplicação do princípio da informalidade);

18. Não ofende a garantia do devido processo legal decisão da administração que indefere a produção de provas consideradas não pertinentes pelo administrador.

19. Atenção - Jurisprudência: A Turma concluiu que o recurso administrativo deveria ter sido apreciado por autoridade superior e diferente daquela que o decidira anteriormente, de modo que seria nula a decisão proferida pela mesma pessoa. Mencionou o art. 18 da Lei 9.784/1999, que impediria de atuar no processo administrativo o servidor ou a autoridade que tivesse decidido ou participado como perito, testemunha ou representante, nos casos em que já tivesse atuado.

RMS 26029/DF

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Praticado o ato por autoridade, no exercício de competência delegada, contra ela cabe o mandado de segurança ou a medida judicial.

21. A revogação de um ato administrativo deve apresentar os seus motivos devidamente externados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos.

22. Atenção - Jurisprudência:

Segundo o STF (RE 776.662 PE), a anulação dos atos administrativos que repercutam no campo de interesses individuais do cidadão deverá ser precedida de prévio procedimento em que se assegure ao interessado o efetivo exercício do direito ao contraditório e à ampla defesa.

23. Quando a matéria do processo envolver assunto de interesse geral, poderá ser aberto período de consulta pública para a manifestação de terceiros, se não houver prejuízo para a parte interessada.

24. No processo administrativo, deve-se observar a adequação entre meios e fins, de modo que não sejam impostas medidas superiores às necessárias ao atendimento do interesse público. Aqui temos a consagração do princípio da proporcionalidade/razoabilidade.

25. O órgão competente poderá declarar extinto o processo quando o objeto da decisão se tornar impossível, inútil ou prejudicado por fato superveniente.

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26. Lista de prioridades: Maior de 60 anos; os deficientes físicos e alguns que estão no rol de doenças previstas em lei.

26.1 (CESPE - TJDFT - Cartórios) "Procedimento administrativo em que figure como parte ou interessado pessoa com deficiência física tem prioridade na tramitação em qualquer órgão ou instância". R: Correto! Vide comentário acima.

27. Nova súmula STJ: "Desde que devidamente motivada e com amparo em investigação ou sindicância, é possível a instauração de processo administrativo disciplinar com base em denúncia anônima, em face do poder-dever de autotutela imposto à Administração". Sobre o tema, vejamos recente enunciado do CJF:

Enunciado 20: O exercício da autotutela administrativa, para o desfazimento do ato administrativo que produza efeitos concretos favoráveis aos seus destinatários, está condicionado à prévia intimação e oportunidade de contraditório aos beneficiários do ato.

28. Em processo administrativo, havendo a exigência de apresentação, por órgão consultivo, de parecer obrigatório e vinculante, o processo não terá seguimento até a apresentação do respectivo parecer. Por outro lado, se o parecer não for vinculante, o processo poderá ter seguimento.

29. Possibilidade de um ato administrativo, caso evidenciada a violação direta ao texto constitucional, ser anulado pela Administração Pública quando decorrido o prazo decadencial previsto na Lei nº 9.784/1999 (Tese 839, STF).

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30. A intimação observará a antecedência mínima de três (3) dias úteis quanto à data de comparecimento. Aqui vocês devem ter cuidado porque as bancas costumam alterar a quantidade de dias.

Aprofundamento:

1) Pedido de Reconsideração: é o requerimento de reexame direcionado à própria autoridade que proferiu a decisão recorrida. Vale apena salientar a seguinte súmula do STF sobre o tema: "o pedido de reconsideração na via administrativa não interrompe o prazo para o mandado de segurança”.

2) Coisa Julgada Administrativa: revela a impossibilidade de alteração da decisão pela via administrativa. Ocorre que tal impossibilidade é relativa, tendo em vista que pode ser alterada de maneira judicial, bem como pode existir a revisão da decisão também na via administrativa apenas para minorar a situação, nunca para agravá-la.

3) Processo Disciplinar: instrumento jurídico para formalizar a investigação e a punição dos agentes públicos e demais administrados, sujeitos à disciplina especial administrativa.

Em relação às suas fases, temos a instauração, que é quando a administração de ofício ou a requerimento instaura o PAD. Pode ser com base em denúncia anônima, desde que a administração faça diligências preliminares para averiguar a veracidade das informações.

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Posteriormente temos a fase de instrução, que é aquela onde serão produzidas as provas, sendo admissível também as chamas provas emprestadas (Súmula 591, STJ). Por fim, a fase decisória, onde a comissão elabora relatório e encaminha para a autoridade competente decidir sobre a aplicação ou não de penalidade.

Obs.: De acordo com o STJ, o excesso de prazo não configura, por si só, nulidade do PAD (Súmula 592, STJ).

4) Verdade Sabida: refere-se à hipótese em que a autoridade superior verifica pessoalmente o cometimento da infração funcional pelo subordinado. Testemunha ocular da infração, a autoridade competente poderia aplicar, de forma sumária, a respectiva penalidade ao agente público, na hipótese em que não for exigida a instauração de processo disciplinar (ex.: subordinado agride o superior hierárquico) (Rafael Oliveira). Tal instituto é considerado INCONSTITUCIONAL á luz da CRFB.

5) Termo de declarações: é o meio sumário para apuração de faltas de menor gravidade, quando a autoridade competente reduz a termo as declarações do subordinado e, confessada a infração funcional, aplica as sanções disciplinares (Rafael Oliveira). Assim como a verdade sabida, também não é considerado válido após a CRFB.

Bons Estudos! Equipe CTPGE

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Referências

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