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HISTÓRIA. Antiguidade. Livro Eletrônico SISTEMA DE ENSINO

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SISTEMA DE ENSINO

HISTÓRIA

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Antiguidade ...6

1. Antiguidade ...6

1.1. Os Povos do Oriente Próximo e suas Organizações Políticas. ... 7

1.2. As Cidades-Estados da Grécia ...17

1.3. Formação, Desenvolvimento e Declínio do Império Romano do Ocidente. ...25

1.4. A Vida Socioeconômica e Religiosa dos Mesopotâmicos, Egípcios, Fenícios e Hebreus ...32

1.5. O Legado Cultural dos Gregos e dos Romanos ... 40

Resumo ...46

Mapa Mental ... 48

Questões Comentadas em Aula ... 51

Questões de Concurso ...54

Gabarito ... 80

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Apresentação

Olá, querido(a) aluno(a), tudo bem?

Meu nome é Daniel Vasconcellos, sou pós-graduado em Docência do Ensino Superior pela Faculdade Darwin (2013). Graduado em História pelo Centro Universitário de Patos de Minas – UNIPAM (2003). Possuo mais de 15 anos de experiência em docência nas áreas de História, Filosofia, Sociologia, Geografia e Metodologia Científica, no Ensino Médio, Superior e em Pre-paratório para Vestibulares e Concursos. Atuo como professor concursado da Secretária de Estado da Educação do Distrito Federal.

O  objeto primordial é que você alcance plenas condições de GABARITAR A PROVA DE

HISTÓRIA.

É muito importante que você tenha um grande estofo de conhecimento sobre História, conhecimento esse que possibilitará que você tenha um alto índice de acertos nas questões ou, melhor ainda, que você gabarite a prova e encaminhe com solidez a sua aprovação em um

cargo público.

Para tanto, a base que norteará todo o nosso curso será o diálogo, favorecendo uma boa

interação entre aluno(a) e professor e a resolução oportuna das eventuais e possíveis dúvidas

que por ventura surgirem.

Antes, porém, peço licença para uma breve apresentação.

Chamo-me Daniel Vasconcellos, sou de Patos de Minas, interior de Minas Gerais. Pou-co antes de me formar em História, Pou-coisa de um ano antes, 2003, Pou-comecei a trabalhar Pou-como professor no ensino médio. Tomei gosto pela coisa. Gosto do que faço, amo a docência. Foi muito rápido, quando percebi já atuava em cursinhos preparatórios para concursos públicos, vestibulares e no ensino médio da rede particular no interior de Minas. Passei a ministrar tam-bém aulas de Filosofia, Sociologia e Geografia. Não faltava trabalho.

Tive a sorte de ser “engolido” pelo sistema particular de ensino e recebia um salário razoável,

pelo menos pra quem desejava uma vida pacata no interior. Com isso não criei o interesse por concurso público. Era feliz: trabalhava com o que gostava, mas... os ventos mudaram. Em 2013, após perder minha maior carga horária de trabalho, resolvi ir para Brasília, onde ainda resido.

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Entre agosto e dezembro de 2013 tentei os concursos do Ministério do Trabalho, Câmara dos Deputados e Secretaria de Educação do Distrito Federal. Fiquei muito mal quando não vi meu nome aprovado no concurso da Câmara. Me sentia preparado, mas não era a minha área. A concorrência era enorme para um salário de R$ 18.000. Três meses de preparação é muito pouco tempo. Para um concurso deste porte eu já deveria estar me preparando. Tudo

é planejamento e disciplina.

Mas o negócio é levantar a cabeça, estudar mais e focar no próximo. Em dezembro fiz

as provas para a Secretaria de Educação, em fevereiro saiu o resultado e em julho já estava fazendo o que gosto de novo! Mas o melhor de tudo: fazendo o que gosto, ganhando bem e com estabilidade!!! A estabilidade é a cereja do bolo do serviço público. Não existe mais aque-la pressão de todos os finais de anos letivos em que ficávamos apreensivos sem saber ao certo se teríamos emprego no ano seguinte. Em apenas um ano minha vida deu uma guinada radical e hoje só me arrependo de não ter buscado os concursos públicos antes.

Se existe algo que eu possa passar com essa experiência é que não se pode perder tempo!

Você precisa se dedicar, mas com planejamento, sem desespero. Esse material foi feito com

muito carinho para que seu tempo seja otimizado, para que você não perca tempo com o que não tem possibilidade aparecer na prova. Vamos ajudá-lo(a) a alcançar seu objetivo, e digo mais, num curto espaço de tempo.

Você verá, meu(minha) caro(a) aluno(a) que o sacrifício vale muito! Não vá se sentir cul-pado por não dedicar o tempo que seria justo à sua família e a seus amigos. Aquele encontro fica pra depois, e vai ser muito mais prazeroso porque carregado da alegria pela conquista do

seu esforço!

Então vamos!!! Bora buscar seu cargo! Conte comigo em tudo o que for preciso para al-cançar seu objetivo.

Muito bem, feitas as apresentações, vamos ao curso.

A ideia do curso é que você não precise utilizar nenhum outro material além deste para se preparar para as questões de História. Cada detalhe do curso foi meticulosamente preparado para sanar todas as dúvidas que puderem surgir.

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Na parte teórica você encontrará uma narrativa leve e objetiva, com intuito de que consiga enxergar, compreender a História como um processo. Variados exemplos, esquemas e mapas

mentais serão utilizados para que consiga criar links cognitivos. Você, em curto espaço de

tempo, conseguirá ler uma alternativa e perceber o seu erro por um pequeno detalhe, saberá identificar a única alternativa lógica a ser marcada.

Ao final de cada aula, os principais pontos dos temas estudados serão reunidos em um

RESUMO. É ele o responsável para que você não tenha que voltar a ler as aulas incontáveis

vezes. Esse resumo terá a função de fazer você recordar o que fora estudado como uma

cadeia códigos que se conecta com sua memória, fazendo se lembrar, inclusive, de como o

assunto poderá ser cobrado.

Detalharemos cada fato relevante à compreensão do processo, mas isto só terá sentido na medida em que ajudá-lo(a) a resolver as questões, a fazer bem a prova. Não vamos perder tempo com detalhes menores já que o objetivo não é que você escreva um artigo científico sobre “A Influência da Revolução Científica Moderna sobre o Governo de Maurício de Nassau em Pernambuco”.

Não se preocupe, ao final do curso você estará muito bem preparado para realizar uma excelente prova.

Suporte

A dúvida é o princípio do conhecimento. Questionar, indagar... é assim que a humanidade chegou no atual estágio de desenvolvimento. Por isso, questione. Não tenha receio em pergun-tar.

Caso a dúvida não seja sanada de maneira firme, objetiva, o processo de aprendizagem pode ser comprometido. Por isso, não hesite em questionar. Estarei à disposição para sanar quaisquer dúvidas que tiver.

Ah, não se esqueça de, ao final, avaliar a aula. Isso é muito importante para que continue-mos elaborando um material de qualidade para que alcance seu objetivo.

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ANTIGUIDADE

Prezado(a) aluno(a), veja o conteúdo que será trabalhado nesta aula. Lembrando que, sempre, seguiremos a ordem posta pelo edital:

1. ANTIGUIDADE;

1.1. Os povos do Oriente Próximo e suas organizações políticas; 1.2. As cidades-estados da Grécia;

1.3. Formação, desenvolvimento e declínio do Império Romano do Ocidente;

1.4. A vida socioeconômica e religiosa dos mesopotâmicos, egípcios, fenícios e hebreus; 1.5. O legado cultural dos gregos e dos romanos,

Antes de seguirmos, observe a divisão didática dos conteúdos elucidados na linha do tempo de História Geral:

1. A

ntiguidAde

A Antiguidade compreende 4.000 a.C., com o surgimento da escrita, até a Queda do Império Romano do Ocidente, em 476 d.C. Assim, não precisaremos nos ocupar de temas como o surgimento do homem, pinturas rupestres ou dos primeiros hominídeos.

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1.1. O

s

 P

OvOs dO

O

riente

P

róximO e suAs

O

rgAnizAções

P

OlíticAs

.

São considerados povos do Oriente Próximo as civilizações Egípcia, Mesopotâmica, Hebraica, Fenícia. Vamos a elas:

Mesopotâmia

Querido(a), Egito e Mesopotâmia são considerados pela historiografia o berço das primeiras civilizações. Foram as primeiras a se organizarem politicamente em estruturas hie-rárquicas e a instituírem uma organização jurídica. São chamadas de civilizações hidráulicas ou de regadio, em função de surgirem graças à necessidade de aproveitamento dos recursos hídricos.

Localizada no Oriente Médio, entre os rios Tigre e Eufrates, a  Mesopotâmia (do grego “terra entre rios”) foi a área onde hoje está localizado o Iraque, ou seja, entre a Ásia, África e Europa.

É considerada uma das mais antigas civilizações da história e vários povos habitaram essa região entre os séculos V e I a.C., destacando os sumérios, assírios, caldeus, amoritas,

acádios e babilônicos. Os povos da Mesopotâmia que criavam gado, eram agricultores, arte-sãos, mineiros, desenvolveram a escrita cuneiforme e os veículos de rodas.

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Localização da Mesopotâmia.

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A sociedade mesopotâmica era dividida em duas partes que formavam uma pirâmide, sendo o topo o local onde os membros da família real, nobres, sacerdotes e militares ficavam. Já a parte inferior ficava com as camadas menos favorecidas, como os artesões, camponeses e escravos.

Pirâmide social da Mesopotâmia.

A mesopotâmia teve sua formação ligada à vários povos que ocuparam a região entre o rio Tigre e Eufrates. Vamos a eles:

Sumérios: Povo que se destacou na história pela produção de um complexo sistema de

controle da água dos rios, com canais de irrigação, barragens e diques. Também contribuíram desenvolvendo a escrita cuneiforme, por volta de 4.000 a.C. Vale lembrar que os sumérios eram excelentes arquitetos e construtores, tanto que chegaram a desenvolver os zigurates, construções em formato de pirâmide que armazenavam os produtos agrícolas e também serviam como templos religiosos.

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Zigurate da cidade de Ur. Figura e desenho de um Zigurate.

Babilônios: Com as suas cidades construídas às margens do rio Eufrates, os babilônios

foram responsáveis pelo primeiro código de leis conhecidos até então. Baseado nas Leis de

Talião (olho por olho, dente por dente) o Imperador Hamurabi desenvolveu um conjunto de

leis para organizar e controlar a sociedade. Conhecido como Código de Hamurabi, a lei deter-minava que todo criminoso deveria ser punido de uma forma proporcional ao crime cometido. O Imperador Nabucodonosor II foi o responsável pela construção dos famosos jardins

sus-pensos da Babilônia e a Torre de Babel.

Assírios: Ficaram conhecidos na história pela organização e desenvolvimento militar, pois

encaravam a guerra como uma das principais formas de conquistar poder e desenvolver a sociedade. Utilizavam carros de Guerra e Arqueiros. Eram povos muito brutos e cruéis com os inimigos conquistados, sofrendo como consequência desses atos uma série de revoltas po-pulares. Tamanho poderio militar levou à expansão dominado a Palestina e o norte do Egito.

Caldeus: Os caldeus, de origem semita, habitaram a região conhecida como Baixa

Meso-potâmia no primeiro milênio antes de Cristo. Entre 612 a.C. e 539 a.C., formaram um império na Mesopotâmia (Segundo Império Babilônico). O auge do Império Caldeu ocorreu em 587 a.C., quando Nabucodonosor conquistou os judeus de Jerusalém e ampliou o território do impé-rio. Portanto, Nabucodonosor II foi o mais importante imperador caldeu. Após a morte deste imperador, o império babilônico foi conquistado pelos persas, em 539 a.C., sob o comando do

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QuestãO 1 (FGV/ADMINISTRAÇÃO/2015). A notícia a seguir foi publicada em 26/02/2015:

O Estado Islâmico destruiu uma coleção de estátuas e esculturas inestimáveis no norte do Iraque que remontam à antiga era assíria, de acordo com um vídeo publicado na Internet. O vídeo dos militantes islâmicos radicais mostrou homens atacando os artefatos, alguns de-les identificados como antiguidades do século 7 a.C., com marretas ou furadeiras, dizendo se tratar de símbolos de idolatria. [...] Os artigos destruídos parecem ser de um museu de anti-guidades na cidade de Mosul, no norte iraquiano, tomada pelo Estado Islâmico em junho pas-sado, afirmou um ex-funcionário do museu à Reuters. Os militantes derrubaram as estátuas de suas colunas, despedaçando-as no chão, e um homem usou uma furadeira elétrica em um touro alado. Isabel Coles e Saif Eldin Hamdan. Combatentes do Estado Islâmico destroem antiguidades no norte do Iraque. Reuters Brasil. 26/02/2015. Disponível em: http://br.reuters. com/article/entertainmentNews/idBRKBN0LU1PO20150226.

Sobre as antigas civilizações que se desenvolveram na região do atual Iraque, é correto afir-mar:

a) As primeiras sociedades da Mesopotâmia desenvolveram-se a partir da expansão islâmi-ca, cujos integrantes combateram intensamente as crenças politeístas.

b) Em torno do século VII a.C., o Império Assírio, conhecido pela utilização de carros de guerra, incluiu em seus domínios a Palestina e o norte do Egito.

c) As principais atividades econômicas desenvolvidas na Mesopotâmia entre os séculos IX e VII a.C. eram a pecuária e a comercialização de tecidos e pedras preciosas.

d) Do ponto de vista político, o Império Assírio estava organizado em Cidades-Estados que implementaram a participação democrática de seus cidadãos.

e) O surgimento do monoteísmo judaico na Mesopotâmia deixou marcas culturais profundas que contribuíram para a difusão da religião muçulmana com o Império Assírio.

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Letra b.

Entre os séculos IX e VII a.C., a Mesopotâmia viveu o domínio do Império Assírio, que teria sua derrocada em 612 a.C., na Revolta de Nínive, eclodida poucos anos após a morte do rei As-surbanipal. Contudo, nesse período de domínio do Império Assírio, houve a última expansão territorial, com seu exército típico, repleto de arqueiros e carros de guerra, em que os limites do Império se ampliaram até as regiões da Palestina e norte do Egito.

Egito

Prezado(a) aluno(a), a civilização egípcia surgiu, como já dito, da necessidade de aprovei-tamento dos recursos hídricos. Várias comunidades surgiram às margens do rio Nilo (nomos: núcleos familiares organizados em pequenas cidades-estados) e enfrentavam problemas como enchentes e secas. Para superar essas questões, foi necessário a organização de um grande contingente de mão de obra para construção de represas e diques.

Como a agricultura era difícil - tanto por causa do deserto, quanto por causa da sazonali-dade do rio Nilo -, esses nomos acabaram se unindo com o passar do tempo (não se conhece a data precisa), dando origem a dois reinos: o do Norte (Baixo Egito) e o do Sul (Alto Egito). De acordo com a tradição, o rei Menés teria unificado ambos os reinos por volta do ano 3.000 a.C., tornando-se o primeiro faraó (título do rei egípcio), ou como se dizia na época “o senhor das duas terras”, inaugurando assim a primeira dinastia do Egito.

A unificação garantiu a centralização política e administrativa dos vários nomos egípcios, o que facilitou a organização eficaz do trabalho da sociedade nas obras públicas, para manter

o controle das águas e a construção de sistemas de irrigação do solo, garantindo a ampliação

da agricultura e da pecuária, levando ao crescimento das cidades.

A partir de então, os nomos passaram a ser unidades administrativas dentro do Egito, englobando várias cidades, e os nomarcas passaram a se subordinar diretamente ao faraó.

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A civilização egípcia desenvolveu-se às margens do rio Nilo, ocupando uma faixa de terra cuja largura média entre 10 e 20 quilômetros e que se estendia por cerca de mil quilômetros. Era extremamente dependente do rio, tanto para a manutenção das atividades agrícolas e a pecuária, como para o transporte de mercadorias e comunicação entre as diversas cidades. Tão apropriada era a navegação entre as várias regiões banhadas pelo Nilo, que os egípcios não precisaram construir estradas.

A história do Egito divide-se em três fases: o Antigo Império; Médio Império e o Novo Im-pério. Ao longo desses três períodos, o Egito atingiu o apogeu. Porém, a partir do século VII a.C. o Egito foi invadido por vários povos e perdeu o seu antigo esplendor. A seguir, uma rápida explanação sobre cada período.

Antigo Império (3200 a.C.-2100 a. C.)

Durante o Antigo Império foram construídas obras de drenagem e irrigação, que permi-tiram a expansão da agricultura; são desse período ainda as grandes pirâmides dos faraós Quéops, Quéfren e Miquerinos, construídas nas proximidades de Mênfis, a capital do Egito na época.

Pirâmide de Quéops

As pirâmides eram túmulos dos faraós. Para o seu interior era levada grande quantidade de objetos que pertenciam ao soberano, como móveis, joias e outros objetos preciosos.

Durante o Antigo Império, o faraó conquistou amplos poderes. Isso acabou gerando al-guns conflitos: os grandes proprietários de terra e os chefes dos diversos nomos não

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aceita-ram a situação e procuraaceita-ram diminuir o poder do faraó. Essas disputas acabaaceita-ram por enfra-quecer o poder político do Estado.

Médio Império (2100 a.C.-1580 a.C.)

Durante o Médio Império, os faraós reconquistaram o poder político no Egito. A capital pas-sou a ser Tebas. Nesse período, conquistas territoriais trouxeram prosperidade econômica. Mas algumas agitações internas voltariam a enfraquecer o império, o que possibilitou, por volta de 1750 a.C., a invasão dos hicsos, povo nômade de origem asiática. Os hicsos perma-neceram no Egito cerca de 170 anos.

Novo Império (1580 a.C. – 715 A.C.)

O período iniciou-se com a expulsão dos hicsos e foi marcado por numerosas conquistas territoriais. Em seu final ocorreram agitações internas e outra onda de invasões. Devido ao enfraquecimento do Estado, o Egito foi conquistado sucessivamente pelos assírios (670 a.C.), persas (525 a.C.), gregos (332 a.C.) e romanos (30 a.C.)

Inicialmente, os egípcios se organizaram por meio de um conjunto de comunidades pa-triarcais chamadas de nomos. Os nomos eram controlados por um chefe chamado nomarca. Os nomos se agrupavam em duas regiões distintas, que formavam dois reinos rivais: o reino do Alto Egito e o reino do Baixo Egito.

Por volta de 3.200 a.C. o reino do Norte dominou o reino do Sul, unificando assim, o Egito. O responsável por essa união foi Menés, que passou, então, a ser chamado de faraó, cujo sig-nificado é “casa grande”, “rei das duas terras”. O poder dos reis passava de pai para filho, isto é, era hereditário. Como os egípcios acreditavam que os faraós eram deuses ou, pelo menos, representantes diretos dos deuses na Terra, a forma de governo que se instalou foi chamada de monarquia teocrática.

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Pirâmide social do Egito Antigo.

Como podemos perceber, a sociedade egípcia era organizada em torno do faraó, senhor de todas as terras e de todas as pessoas. Ele era responsável pela justiça, pelas funções re-ligiosas, pela fiscalização das obras públicas e pelo comando do exército. O faraó era consi-derado um deus vivo, filho de deuses e intermediário entre eles e a população. Em sua honra, realizavam-se inúmeros cultos.

Abaixo do faraó, e em ordem de importância, estavam o Vizir do Alto Egito, o do Baixo Egito e o Sumo-Sacerdote de Amon-Rá, um dos principais deuses do Egito Antigo. Os vizires

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contavam com a ajuda dos supervisores e dos nomarcas, isto é, os governadores dos nomos, os distritos do Egito. Os nomarcas por sua vez, eram auxiliados pelos funcionários do gover-no, os escribas, que sabiam ler e escrever.

A centralização política do Egito não foi de fato uma constante em sua história. Vários episódios de dissolução do Estado podem ser observados durante sua trajetória. Por volta de 2.300 a.C., uma série de contendas internas e invasões deram fim à supremacia do faraó. Nos três séculos subsequentes os nomos voltaram a ser a principal unidade de organização sociopolítica. Esse primeiro período que vai da unificação ao restabelecimento dos nomos corresponde ao Antigo Império.

Ao fim do século XXI a.C., o Estado centralizado foi restabelecido graças aos esforços do faraó Mentuhotep II. A servidão coletiva foi mais uma vez adotada, permitindo a construção de vários canais de irrigação e a transferência da capital para a cidade de Tebas. Mesmo sendo um período de diversas conquistas e desenvolvimento da cultura egípcia, o Médio Im-pério chegou ao seu fim em 1580, com a dominação exercida pelos hicsos.

A presença estrangeira serviu para que os egípcios se unissem contra a presença dos hicsos. Com a expulsão definitiva dos invasores, temos o início do Novo Império.

Nessa época, presenciamos a dominação egípcia sob outros povos. Entre as civilizações dominadas pelos egípcios, destacamos os hebreus, fenícios e assírios. Tal expansão das fronteiras possibilitou a ampliação das atividades comercias durante o Novo Império.

O Novo Império, considerado o mais estável período da civilização egípcia, teve seu fim com a deflagração de uma série de invasões. Os assírios, persas, macedônios e romanos invadiram e controlaram o Egito ao longo da Antiguidade. Ao longo de mais de 2500 anos, os egípcios ainda foram alvo do controle árabe, turco e britânico.

Querido(a) aluno(a), trataremos dos Hebreus e Fenícios no tópico “1.4” da nossa aula. É um recurso didático para não ficarmos indo e voltando no conteúdo ok.

QuestãO 2 (FGV/VESTIBULAR/2004) Acerca das estruturas governamentais egípcias no

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a) A burguesia incipiente criada pelo comércio com o Oriente Médio, principalmente com a Pérsia, tinha no faraó a garantia de seu domínio absoluto.

b) A pequena burguesia das cidades competia com o campesinato na tentativa de controlar o faraó e a burocracia que o cercava, incluindo os escribas e os guerreiros.

c) O faraó era o mais absoluto dos monarcas, adorado como um deus e visto como suprema autoridade religiosa, militar e civil.

d) O faraó e totalmente controlado pelos sacerdotes e funcionários, cuja base de poder estava na propriedade privada dos meios de produção e na força das armas.

e) A burocracia era controlada pela sociedade, que tinha como guardiã suprema de seus di-reitos a figura do faraó.

Letra c.

Como vimos, o faraó era considerado um Deus e tinha poderes ilimitados. Os escribas e sa-cerdotes o serviam, assim como o restante da população.

1.2. A

s

 c

idAdes

-e

stAdOs dA

g

réciA

Querido(a), Grécia e Roma se inserem, didaticamente, no que se convencionou chamar de Antiguidade Clássica. O termo refere-se a um longo período da História da Europa que se estende aproximadamente do século VIII a.C., com o surgimento da poesia grega de Homero, à queda do Império Romano do Ocidente no século V d.C., mais precisamente no ano 476.

A Grécia antiga compreendia uma região chamada Hélade e ocupava o sul dos Bálcãs (Grécia continental), a  Península do Peloponeso (Grécia peninsular), as  ilhas do Mar Egeu (Grécia Insular), além das colônias na costa da Ásia Menor e no sul da Península Itálica

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A história da Grécia é dividida, pelos historiadores, em quatro períodos principais: • Pré-Homérico;

• Homérico; • Arcaico; • Clássico.

No entanto, respeitando o edital, vamos nos ocupar apenas da formação das cidades-es-tados. É no período Arcaico que se inicia a reunião dos genos em unidades políticas maiores, chamadas pólis ou cidades-Estados.

Nesse tipo de organização não existia um governo único, cada cidade-estado tinha suas

leis, seu governo, sua economia e sua sociedade própria e independente. O palácio do

gover-no e os templos eram construídos em uma colina fortificada, a acrópoles.

Cidade-Estado é o termo que define um local independente, uma cidade que possui seu

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autônomo, independente, que tem seu governo próprio mesmo estando no território de qual-quer outro país, sendo gerenciada por suas próprias leis, por seus próprios governantes. Eram comuns na antiguidade, principalmente na Grécia, quando os gregos ainda não formavam um país. Atenas, Esparta e Tróia eram cidades-estados, formadas por uma população que falava a mesma língua, tinha os mesmos costumes, veneravam os mesmos deuses, mas eram inde-pendentes entre si, cada uma governada por um rei, com um regime político próprio.

“Polis” era o termo que designava um território e um sistema político, uma região onde a cidade exercia o poder e se tornava um centro cultural, político e econômico.

As pólis gregas possuíam uma arquitetura parecida. Na parte baixa ficava uma praça, a ágora, onde aconteciam as assembleias dos cidadãos e as transações comerciais. Era tam-bém onde os juízes da cidade julgavam os criminosos e onde se realizavam os festivais de poesias e os jogos praticados em honra aos deuses. As duas pólis mais importantes foram Esparta e Atenas.

Esparta: Militarismo

Esparta foi fundada pelos dórios por volta do século IX a.C. Situava-se em uma região chamada Lacônia. As condições naturais da região onde ficava Esparta eram muito áridas: o solo montanhoso e seco dificultava o abastecimento da cidade. Essas condições adversas levaram os espartanos a conquistar terras férteis por meio de guerras.

O poder em Esparta era exercido por um pequeno grupo ligado às atividades militares. Apenas uma minoria participava das decisões políticas e administrativas – os esparciatas – que se dedicavam única e exclusivamente à política e à guerra.

A vida em Esparta girava em torno da guerra. Os espartanos temiam que os povos que ha-viam conquistado se rebelassem; temiam também que os escravos se revoltassem. A neces-sidade de garantir o poder dos esparciatas e o medo de que ideias vindas de fora colocassem em xeque esse poder faziam com que as viagens fossem proibidas e os contatos comerciais fossem quase inexistentes. Esparta fechava-se em torno de si mesma, impondo aos seus habitantes um modo de vida autoritário e de subordinação aos interesses do Estado.

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A agricultura, o artesanato e o comércio eram praticados pelos periecos, uma camada de homens livres, mas sem direito de participar da política em Esparta. Os escravos eram chamados de hilotas, pertenciam ao Estado e trabalhavam para os esparciatas. Os jovens eram educados pelo Estado. Desde os sete anos deixavam as casas de suas famílias e se dirigiam para locais de treinamento militar.

Na cidade de Esparta o governo era exercido simultaneamente por dois reis e dele participavam duas assembleias: a Apela, formada por representantes do povo, e a Gerúsia, um conselho de anciãos. O poder dos reis espartanos era limitado; magistrados conhecidos como éforos vigiavam suas atividades.

As leis em Esparta foram elaboradas por Licurgo, o legislador que transformou a cidade em um Estado militarista.

Outro sistema conhecido pelos gregos foi a oligarquia, em que o poder ficava dividido entre pessoas que pertenciam às famílias mais importantes de uma cidade. O termo oligar-quia significa “governo de poucos”.

Em algumas cidades, os governos oligárquicos foram derrubados pela força. Aqueles que assumiam o poder em seguida eram conhecidos como tiranos.

A tirania – governo dos tiranos – se estabelecia e se mantinha no poder por meio da força.

Atenas: Democracia

Atenas, hoje a capital da Grécia, localizava-se no centro da planície Ática, às margens do Mar Egeu. Foi o avesso de Esparta: teve uma vida urbana e aberta às novidades. A atividade comercial foi a base de sua economia e os atenienses praticaram intenso comércio com diversos povos.

A sociedade ateniense era dominada pelos eupátridas, que eram grandes proprietários de terras. Contudo, o poder dos eupátridas era constantemente desafiado pelas camadas menos favorecidas e pelos comerciantes, que exigiam maior igualdade de direitos.

Esses segmentos desafiavam o poder dos eupátridas. Os pequenos proprietários, mui-tas vezes sem recursos, viviam constantemente ameaçados pela escravidão por dívidas. Já os comerciantes, artesãos e assalariados urbanos, que eram chamados demiurgos, estavam excluídos das decisões políticas da pólis e também queriam participar delas.

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O resultado dessas pressões constantes foi uma reforma nas leis feita por Sólon, um juiz ateniense. Por essa reforma, foi abolida a escravidão por dívidas e foi ampliado o direito de voto, de acordo com a riqueza que cada um possuía.

Porém, as reformas de Sólon só beneficiaram os comerciantes ricos. O resto da popula-ção continuou excluída das decisões políticas da pólis. A situapopula-ção em Atenas não era nada calma com a pressão constante dos excluídos. Além disso, a cidade foi dominada pelo tirano (link dicionário) Pisistrato por mais de 30 anos.

Com o fim da tirania, foi Clistenes, um aristocrata preocupado com os problemas das ca-madas populares, o responsável por uma nova reforma. Ampliou a participação e o direito de decisão política para todos os cidadãos atenienses, isto é, todos os homens livres e nascidos

em Atenas, maiores de 18 anos. A cidade foi dividida em demos, um tipo de distrito que

ele-gia seus representantes para a assembleia. Esta, por sua vez, escolhia as pessoas que iriam integrar o conselho, responsável pelo governo da cidade.

Continuavam excluídos da pólis os estrangeiros, as mulheres e os escravos. Como você pode observar, os  benefícios da democracia ateniense estavam reservados somente aos cidadãos, o que é diferente da democracia dos nossos dias.

A educação em Atenas era bastante diferente da adotada em Esparta. Os  atenienses acreditavam que sua cidade-Estado seria mais forte se cada menino desenvolvesse integral-mente suas melhores aptidões. O ensino não era gratuito nem obrigatório, ficando a cargo da iniciativa particular.

Os garotos entravam para a escola aos 6 anos e ficavam sob a supervisão de um pedagogo, com quem estudavam aritmética, literatura, música, escrita e educação física. Interrompiam os estudos apenas nos dias de festas religiosas, e, quando completavam 18 anos, eram recrutados pelo governo para treinamento militar, que durava cerca de dois anos.

As mulheres de Atenas estavam reservadas apenas as funções domésticas. Os  pais tratavam de casar logo as filhas adolescentes, as quais, após núpcias, ficavam sob o domínio total dos maridos. Nesse mundo masculino, ficar em casa e em silencio era o maior exemplo de virtude para representantes do sexo feminino.

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Ostracismo: o reformador Clistenes implantou uma lei em Atenas determinando que qualquer

cidadão que ameaçasse a segurança da cidade poderia ser condenado ao exílio por dez anos, isso era chamado de ostracismo. Ela lei procurava evitar que se repetisse um governo tirano em Atenas.

A democracia ateniense atingiu seu apogeu durante o governo de Péricles, no século V a.C. que marcou o início do chamado Período Clássico. O princípio da isonomia (igualdade) era a base da democracia. Contudo, em seu sentido real, era pouco praticado. Como vimos, em Atenas, apenas podiam exercer a cidadania, os cidadãos livres, acima de 18 anos. Portan-to, o princípio não era válido para estrangeiros, escravos e mulheres.

Contudo, as desavenças internas, a escassez de terras e a necessidade de expansão do comércio levaram as cidades gregas, entre elas Atenas, a conquistar várias áreas coloniais, próximas ou distantes. Os espartanos não gostaram dessa expansão territorial de Atenas e a disputa por melhores terras determinou a criação de dois grupos rivais: a Liga do Peloponeso, liderada por Esparta, e a Liga de Delos, sob a liderança de Atenas.

No início do século V a.C., iniciou-se a chamada Guerra do Peloponeso, na qual Atenas

saiu derrotada. Esse acontecimento foi o começo do declínio das antigas cidades-Estados

gregas.

Guerra contra os Persas

Entre os séculos VI e V a.C., a expansão do Império Persa passou a ameaçar a autonomia das cidades-estados gregas. Por volta de 500 a.C., os  persas dominavam várias colônias gregas na Ásia Menor e seu objetivo era conquistar também a Grécia. Na luta contra o inimigo comum, as cidades-estados se uniram e conseguiram derrotar os persas em várias batalhas. Esse conflito, que durou vários anos, ficou conhecido como Guerras Greco-pérsicas ou Guer-ras Médicas, assim denominadas porque os gregos chamavam os persas de medos. Sobre

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esse tema, indico que assista ao filme “300”: além de tratar da guerra contra os persas, tam-bém discorre sobre a formação militar do espartano.

Guerras entre as Cidades-Estados

A decadência da civilização grega iniciou-se a partir das Guerras do Peloponeso, quando os gregos lutaram contra os gregos. As origens do conflito estão no descontentamento geral, sobretudo de Esparta, em relação à supremacia ateniense.

Esparta era aristocrática e estava determinada a manter sua organização sem interferências ou influencias atenienses. Atenas, democrática e também poderosa guerreira, estava dispos-ta a impor suas ideias e princípios.

Na primeira fase da guerra, entre 431 e 421 a.C., houve um certo equilíbrio entre as partes, com espartanos e atenienses conseguindo algumas vitórias. Após esse período, as  duas cidades fizeram um acordo de paz que deveria durar 50 anos.

Entre 415 e 413 a.C., a trégua foi quebrada pelos atenienses, que desejavam conquis-tar regiões dominadas pelos espartanos. Atenas foi derrotada e perdeu parte de sua frota e contingente militar. Os anos seguintes, de 413 a 404 a.C., podem ser considerados de ofensi-va dos espartanos. Esparta aniquilou definitiofensi-vamente Atenas, já bastante enfraquecida pelas perdas anteriores, iniciando sua hegemonia (domínio) sobre o mundo grego.

A conquista da Grécia pela Macedônia

Atenas, o centro glorioso do século de ouro da Grécia, chegava ao fim. Esparta também. Todas as cidades-estados ficaram enfraquecidas com as Guerras do Peloponeso e tornaram--se alvos fáceis para a dominação de outros povos.

Os macedônios, povo que habitava o norte da Grécia, conseguiram progredir e fortalecer--se econômica e militarmente. Aproveitandofortalecer--se da fraqueza e da desunião dos gregos, Filipe II, o rei da Macedônia, preparou um poderoso exército e conquistou o território grego.

A política expansionista iniciada por Filipe II teve continuidade com seu filho e sucessor Alexandre Magno, conhecido também como Alexandre O Grande, que consolidou a domina-ção da Grécia e iniciou a conquista do império Persa. A Macedônia tornou-se o centro do maior império formado até então, que só seria superado anos depois pelo Império Romano.

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As conquistas de Alexandre Magno, promovendo a fusão das culturas das várias regiões conquistadas no Oriente com os valores gregos deu origem a cultura helenística, que teve como centro de difusão cultural Alexandria, no Egito, e Pérgamo, na Ásia Menor.

QuestãO 3 (FGV-RJ/VESTIBULAR/1998) Sobre a Grécia antiga, observe as afirmações

abaixo e assinale quais são as afirmações corretas:

I – O primeiro povoamento, nesta região, por volta de 2000 a C foi resultado da invasão dos dórios;

II – Os cidadãos de Atenas eram todos iguais perante a Lei;

III – Na Guerra do Peloponeso, Atenas conseguiu ter a hegemonia sobre toda a Hélade.

IV – Foram denominadas Guerras Médicas os conflitos entre o mundo grego e o mundo persa. A vitória grega, liderada por Atenas, deu a esta cidade-estado o domínio sobre as demais.

a) I e IV. b) II e IV. c) II e III. d) I e II. e) III e IV. Letra b.

I – Errado. A região já era povoada desde o século VIII a.C.

II – Certo. Cuidado com a pegadinha da banca. Em Atenas, apenas os cidadãos (homens,

maiores de 18 anos, filhos de pai e mãe ateniense) tinham direitos políticos e eram iguais perante a lei. A afirmativa não disse que todos eram iguais perante a lei.

III – Errado. Foi Esparta que conseguiu hegemonia na Hélade após derrotar Atenas na Guerra

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IV – Certo. As Guerras Médicas uniram as cidades-estados gregas na luta contra a invasão

dos Persas.

1.3. F

OrmAçãO

, d

esenvOlvimentO e

d

eclíniO dO

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OmAnO dO

O

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.

Querido(a), a história de Roma remonta a 753 a.C., com a fundação de um pequeno povo-ado na península Itálica. Embora a fundação tenha ocorrido no século VIII a.C., o mais antigo registro escrito é o estabelecido pelo historiador Marco Terêncio Varrão (116 a.C. - 27 a.C.) durante o reino de Augusto, cerca de 500 anos após o fato.

Com o tempo, Roma tornou-se o centro de uma vasta civilização que dominou a região mediterrânica durante séculos, e que seria derrubada por algumas tribos germânicas, dando início à era historiográfica da Idade Média. Tornou-se a sede da Igreja Católica e, por pressão das circunstâncias políticas, seria obrigada a ceder parte de si, no seu interior, para formar um Estado independente, a Cidade do Vaticano. Continuou, no entanto, a desempenhar um papel importante na política global, tal como o fez na história e cultura dos povos europeus durante milênios.

Origem de Roma

A etimologia do nome da cidade é incerta, e são várias as teorias que nos chegam desde a Antiguidade. A menos provável indica-nos que derivaria da palavra grega Ρώμη (Róme), que significa “bravura”, “coragem”. A mais provável é a ligação com a raiz “rum”, “seios”, com possível referência a uma loba (em latim, lupa) que teria adotado os gémeos Rómulo e Remo que, segundo se pensa, seriam descendentes dos povos de Lavínio. Rómulo mataria o seu irmão e fundaria Roma.

As tribos itálicas entraram no Lácio a partir de uma região montanhosa no centro da penín-sula Itálica, vindos da costa oriental. Apesar das circunstâncias da fundação de Roma, a sua população original era, por certo, uma combinação da civilização etrusca e povos itálicos,

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com uma provável predominância de etruscos. Gradualmente, a infiltração itálica aumentaria, ao ponto de predominar sobre os Etruscos; i.e., as populações etruscas seriam assimiladas pelas itálicas, dentro e fora de Roma.

Roma cresceu com a sedentarização dos povos no monte Palatino até outras colinas a oito milhas do mar Tirreno, na margem Sul do rio Tibre. Outra destas colinas, o Quirinal, terá sido, provavelmente, um entreposto para outro povo itálico, os Sabinos. Nesta zona, o Tibre esboça uma curva em forma de “Z” contendo uma ilha que permite a sua travessia. Assim, Roma estava no cruzamento entre o vale do rio e os comerciantes que viajavam de Norte a Sul pelo lado ocidental da península.

Monarquia Romana

A tradição romana informa que a cidade foi governada por sete reis de 753 a.C. a 509 a.C., iniciando-se com o mítico Rómulo que, juntamente com o seu irmão, Remo, teriam fundado Roma. Sobre os últimos três reis, especialmente Tarquínio Prisco e Tarquínio, o Soberbo, infor-ma-nos ainda que estes seriam de origem etrusca — segundo fontes literárias antigas. Prisco seria filho de um refugiado grego e de uma mãe etrusca — e cujos nomes se referem a Tarquinia.

O valor historiográfico da lista de reis é, contudo, dúbio, embora os últimos reis pare-çam ter sido figuras históricas. Crê-se, também — embora contestado em controvérsia — que Roma teria estado sob influência etrusca durante quase um século, durante este período. Sa-be-se, porém, que nestes anos foi construída uma ponte designada Ponte Sublício, que viria a substituir um baixio do rio Tibre utilizado para a sua travessia, e a Cloaca Máxima, o sistema romano de esgotos, obras de engenharia com um traçado típico da civilização etrusca. Do ponto de vista técnico e cultural, os Etruscos são considerados como o segundo maior im-pacto no desenvolvimento romano, apenas suplantados pelos Gregos.

Continuando a expansão, para Sul, os Etruscos estabeleceram contato direto com os Gre-gos. Após o sucesso inicial nos conflitos com os Gregos colonizadores, a Etrúria entraria em declínio. Aproveitando-se da situação, a cerca de 500 a.C., dá-se uma rebelião em Roma que lhe iria dar a independência dos etruscos.

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• os patrícios, a classe dominante, formada por nobres e proprietários de terra;

• os plebeus, que eram constituídos por comerciantes, artesãos, camponeses e peque-nos proprietários;

• os clientes, que viviam da dependência dos patrícios e os plebeus, e eram prestadores de serviços.

Na monarquia romana, o rei exercia funções executiva, judicial e religiosa. O Senado, com-posto pelos patrícios, assessorava o rei e tinha o poder de vetar as leis apresentadas pelo mo-narca.

As lendas narram os acontecimentos dos sete reinados da época. Durante o governo dos três últimos, que eram etruscos, o poder político dos patrícios declinou. A aproximação dos reis com a plebe descontentava os patrícios. Em 509 a.C., o último rei etrusco foi deposto e um golpe político marcou o fim da monarquia.

O legado etrusco mostrou-se duradouro: os Romanos aprenderam a construir templos, e pensa-se que os primeiros tenham sido os responsáveis pela introdução da adoração a uma tríade divina — Juno, Minerva, e Júpiter — possivelmente correspondentes aos deuses etrus-cos. Em suma, os etruscos transformaram Roma, uma comunidade pastoral, numa verdadeira cidade, imprimindo-lhe alguns aspectos culturais da cultura grega, que teriam adotado, como a versão ocidental do alfabeto grego.

República Romana

A monarquia foi também abolida em detrimento de um sistema republicano baseado num senado, composto pelos nobres da cidade, alguns populares representantes, que iriam garan-tir a participação política aos cidadãos de Roma, e magistrados eleitos anualmente.

No virar para o século V a.C., Roma uniu-se às cidades latinas como medida defensiva das incursões dos Sabinos. Vencedora da Batalha do Lago Regilo, em 493 a.C., Roma estabeleceu novamente a supremacia sobre as regiões latinas que perdera com a queda da monarquia. Após séries de lutas, a supremacia veio a consolidar-se em 393 a.C., com a subjugação dos Volscos (volsci) e dos Équos (aequi). No ano anterior, já teriam resolvido a ameaça dos

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vizi-nhos Veios, conquistando-os. A potência etrusca estava agora confinada exclusivamente à sua própria região, e Roma tornara-se na cidade dominante do Lácio.

A implantação da república significou a afirmação do Senado, o órgão de maior poder po-lítico entre os romanos. O poder executivo ficou a cargo das magistraturas, ocupadas pelos patrícios.

A república romana foi marcada pela luta de classes entre patrícios e plebeus. Os patrí-cios lutavam para preservar privilégios e defender seus interesses políticos e econômicos, mantendo os plebeus sob sua dominação.

Entre 449 e 287 a.C. os  plebeus organizaram cinco revoltas que resultaram em várias conquistas: Tribunos da plebe, Leis das XII tábuas, Leis Licínias e Lei Canuleia. Com essas medidas, as duas classes praticamente se igualaram.

Durante a República, além de Patrícios, Plebeus e Clientes, é adicionada mais uma classe social que será a base da expansão dos Romanos: os escravos.

Para assegurar a segurança do seu território, Roma empenhou-se na reconstrução dos edifícios e tornou-se ela própria a invasora, ao conquistar a Etrúria e alguns territórios aos gauleses, mais a norte. Em 345 a.C., Roma voltou-se para Sul, a combater outros latinos, na tentativa de assegurar o seu território contra posteriores invasões. Neste quadrante, o seu principal inimigo eram os temidos samnitas que já haviam derrotado as legiões em 321 a.C.

Apesar desses e outros contratempos temporais, os Romanos prosseguiram a sua ex-pansão casual de forma equilibrada. Em 290 a.C., Roma já controlava mais de metade da península Itálica e, durante esse século ainda, os Romanos apoderaram-se também das polis da Magna Grécia mais a sul.

Segundo a lenda, Roma tornou-se numa República em 509 a.C., quando um grupo de

aristocratas expulsou Tarquínio, o Soberbo. No entanto, foram necessários vários séculos até

Roma assumir a forma monumental com que é popularmente concebida. Durante as

Guer-ras Púnicas, entre Roma e o grande império mediterrânico de Cartago, o estatuto de Roma

aumentou mais ainda, já que assumia cada vez mais o papel de uma capital de um império ultramarino pela primeira vez.

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Iniciada no século II a.C., Roma viveu uma significativa explosão populacional, com os agricultores ancestrais a trocarem as suas terras pela grande cidade, com o advento das quintas operadas por escravos obtidos durante as conquistas, os latifúndios.

Em 146 a.C., os Romanos arrasaram as cidades de Cartago e Corinto, anexando o Norte de África e a Grécia ao seu império e transformando Roma na cidade mais importante da parte ocidental do Mediterrâneo. A partir daqui, até ao final da república, os cidadãos iriam empenhar-se numa corrida de prestígio, suportando a construção de monumentos e gran-des estruturas públicas. Talvez a mais notável tenha sido o Teatro de Pompeu, erigido pelo general Pompeu, que era o primeiro teatro de carácter permanente alguma vez construído na cidade. Depois de Júlio César regressar vitorioso das conquistas gálicas e subsequente guer-ra civil com Pompeu, embarcou num progguer-rama de reconstrução sem precedentes na história romana. Seria, no entanto, assassinado em 44 a.C. com a maioria dos seus projetos ainda em construção, como a Basílica Júlia e a nova casa do senado romano (Cúria Hostília).

Na República romana, a escravidão era a base de toda produção e o número de escravos ultrapassava os de homens livres. A violência contra os escravos causou dezenas de revoltas. Uma das principais revoltas escravos foi liderada por Espártaco entre 73 a 71 a.C. À frente das forças rebeldes, Espártaco ameaçou o poder de Roma.

Para equilibrar as forças políticas, em 60 a.C., o Senado indicou três líderes políticos ao consulado, Pompeu, Crasso e Júlio César, que formaram o primeiro Triunvirato.

Após a morte de Júlio César, foi instituído o segundo Triunvirato constituído por Marco Au-rélio, Otávio Augusto e Lépido. As disputas de poder eram frequentes. Otávio recebeu do senado o título de Prínceps (primeiro cidadão) foi a primeira fase do império disfarçado de República.

Império Romano

O imperador Otávio Augusto (27 a.C. a 14) reorganizou a sociedade romana. Ampliou a distribuição de pão e trigo e de divertimentos públicos - a política do “pão e circo”.

Depois de Augusto, várias dinastias se sucederam. Entre os principais imperadores estão: • Tibério (14 a 37): Propôs uma reforma agraria que desagradou os patrícios, grandes

proprietários de terras;

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• Nero (54 a 68): Incendiou Roma;

• Tito (79 a 81): Derrotou a rebelião dos judeus; • Trajano (98 a 117): Construção de estradas;

• Adriano (117-138): Construção da Muralha de Adriano no norte da Grã-Bretanha, para proteger o império das invasões bárbaras;

• Marco Aurélio (161 a 180): Considerado culto, dedicou-se a guerras no oriente e no norte.

Decadência de Roma

A partir de 235, o Império começou a ser governado pelos imperadores-soldados, cujo principal objetivo era combater as invasões. Do ponto de vista político, o século III caracteri-zou-se pela volta da anarquia militar. Num período de apenas meio século (235 a 284) Roma teve 26 imperadores, dos quais 24 foram assassinados.

O cristianismo passou por três fases durante o Império Romano. Num primeiro momento foi combatido, num segundo, tolerado e, num terceiro, assimilado. Acontece que, percebendo o poder aglutinador dessa religião monoteísta, o Imperador Constantino criou o Edito de Mi-lão (313 d.C.), segundo o qual o cristianismo se tornou religião oficial do Império e declarou Constantino protetor da Igreja.

Com a morte do imperador Teodósio, em 395, o Império Romano foi dividido entre seus filhos Honório e Arcádio. Honório ficou com o Império Romano do Ocidente, capital Roma, e Arcádio ficou com o Império Romano do Oriente, capital Constantinopla.

Em 476, o Império Romano do Ocidente desintegrou-se e o imperador Rômulo Augusto foi deposto. O ano de 476 é considerado pelos historiadores o marco divisório da Antiguidade para a Idade Média.

Da poderosa Roma, restou apenas o Império Romano do Oriente, que se manteria até 1453.

Escravidão Romana: a escravidão é a razão do crescimento territorial do Império Romano e,

também, de sua decadência. Conquistavam territórios para escravizar sua população e levavam essa população para vários locais do Império. Ocorre que, o novo território conquistado, exigia mais mão de obra para viabilizar nele as atividades econômicas. Como o tempo de vida útil de

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um escravo era curta, cerca de 15 anos, em função das péssimas condições de vida, criava-se novamente a necessidade de mais mão de obra. Daí o círculo vicioso da expansão. Como o pas-sar dos anos, com a mão de obra escrava cada vez mais escassa, a economia entrou em crise faltando dinheiro mesmo para pagar os soldos dos centuriões, que abandonaram seus postos fronteiriços. Resumindo: A escravidão foi o motivo do apogeu e da decadência de Roma.

QuestãO 4 (FGV/VESTIBULAR/1995) O Edito de Milão (313), no processo de

desenvolvi-mento histórico de Roma, reveste-se de grande significado, tendo em vista que

a) combateu a heresia ariana, acabando com a força política dos bispados de Alexandria e Antioquia.

b) tornou o cristianismo a religião oficial de todo Império Romano, terminando com a concepção de rei-deus.

c) acabou inteiramente com os cultos pagãos que então dominavam a vida religiosa.

d) deu prosseguimento à política de Deocleciano de intenso combate à expansão do cristianismo.

e) proclamou a liberdade do culto cristão passando Constantino a ser o protetor da Igreja.

Letra e.

O Edito de Milão foi um documento assinado pelos imperadores romanos Constantino e Licínio em 313. Ele proibiu a perseguição aos cristãos, pois permitiu que os membros do im-pério pudessem fazer parte de qualquer religião.

(32)

1.4. A v

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Querido(a), uma importante civilização da antiguidade não será discutida porque não está listada no edital, falo dos Persas. Entretanto, como pôde ver, foram citados quando tratamos, por exemplo, das Guerras Médicas. Reforço que o importante é você se concentrar no que a banca exige.

Mesopotâmicos

De forma geral, tinham crença em vários deuses ligados à natureza, portanto eram

politeístas.

A política tinha uma forma de organização com base na centralização do poder para uma única pessoa (Rei ou Imperador) governar em todos os âmbitos.

Já a economia desses povos era baseada na agricultura e comércio nômade de caravanas. Com a região muito bem localizada, a Mesopotâmia podia garantir a sua população água boa para consumo, rios para pesca e transporte pelos rios Tigre e Eufrates, que cercavam a civilização.

Um outro ponto positivo dos rios era as cheias que davam em certas épocas do ano, pois elas fertilizavam as margens e garantiam um excelente local para praticar as técnicas agrícolas.

A escrita foi se desenvolvendo para controlar a produtividade agrícola. As  primeiras plaquetas de argila que continham a escrita cuneiforme, típica dos sumérios, demonstraram que eram importantes justamente para esse controle.

Por ser uma sociedade muito desenvolvida, a  rivalidade e cobiça dos povos vizinhos geraram várias lutas, que eram constantes. Apesar da vantagem geológica, os  povos da Mesopotâmia acabaram vencidos e conquistados pelos persas em 331 a.C.

A principal arte da antiga Mesopotâmia foi, sem dúvida, a  arquitetura, principalmente voltada para a construção de templos e palácios. Como vimos, os templos, chamados zigu-rates, possuíam na parte superior uma torre piramidal de base retangular, composta de vários pisos superiores. Provavelmente só os sacerdotes tinham acesso à torre, que tanto podia ser um santuário como um local de observação de astros.

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A pintura e a escultura eram artes decorativas. Retratavam principalmente temas religiosos e guerreiros e embelezavam o interior dos templos e palácios, com destaque para baixos--relevos para assírios.

Os mesopotâmicos utilizavam a escrita cuneiforme criada pelos sumérios. Essa escrita, como as demais, é uma extraordinária fonte histórica, pois, através da leitura das plaquetas que chegaram até nós, podemos conhecer parte das leis, da literatura, das criações científi-cas, das práticas comerciais e religiosas e do comportamento social dos povos que viveram entre os rios Tigre e Eufrades.

Os babilônicos acreditavam na existência de uma relação entre os astros e o destino dos homens, e, por isso mesmo, a astronomia era sua ciência predileta. Eles foram os primeiros a fazer a distinção entre planetas e estrelas, a observar várias fases da Lua, os eclipses e etc. Criaram os signos do zodíaco, dividiram o ano em 12 meses, a semana em 7 dias e o dia em 12 horas duplas. Foram também os principais responsáveis pelo desenvolvimento da matemática.

Egípcios

A religião no Egito Antigo era marcada por várias crenças, mitos e simbolismos. A prá-tica religiosa era muito valorizada na sociedade egípcia, sendo que os rituais e cerimônias ocorriam em diversas cidades. A religião egípcia teve grande influência em várias áreas da sociedade.

Os egípcios eram politeístas (acreditavam em vários deuses). De acordo com este povo, os deuses possuíam poderes específicos e atuavam na vida das pessoas. Havia também deu-ses que possuíam o corpo formado por parte humana e parte de animal sagrado

(antropozoo-morfia). Anúbis, por exemplo, deus da morte, era representado com cabeça de chacal num

cor-po de ser humano. Os egípcios antigos faziam rituais e oferendas aos deuses. Era uma forma de conseguirem agradar aos deuses, conseguindo ajuda em suas vidas. Existiam diversos tem-plos, que eram construídos em homenagem aos deuses. Cada cidade possuía um deus protetor. Outra característica importante da religião egípcia era a crença na vida após a morte. De acordo com esta crença, o morto era julgado no Tribunal de Osíris. O coração era pesado e,

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de acordo com o que havia feito em vida, receberia um julgamento. Para os bons havia uma espécie de paraíso, para os negativos, Ammut devoraria o coração.

Nas esculturas era observada a lei do frontalidade, ou seja, o corpo humano era represen-tado de frente e dividido em duas partes iguais, e o hieratismo, ou seja, a rigidez.

Nas pinturas era utilizada a pintura afresco, e as pinturas eram representadas com o ros-to, pés e pernas de perfil, enquanto que os olhos e o tórax eram vistos de frente. Eram repre-sentadas cenas do cotidiano nas pinturas, e tinham também a função decorativa. A pintura era realizada principalmente na folha de papiro.

Os egípcios sabiam lidar bem com cálculos e faziam previsões das cheias do Nilo.

A literatura era basicamente em cima da ideologia religiosa e moral. Um dos livros mais importantes da literatura egípcia é o Livro dos Mortos ou Livro Sagrado, que seria para eles como uma bíblia.

Para eles haviam 360 dias divido em 12 meses, mais 5 dias de festas religiosas. O calen-dário baseava-se no movimento do Sol. As estações eram ditas conforme a agropecuária: verão, estação das cheias e inverno.

Por possuírem a crença na imortalidade, a morte seria passageira e a vida retornaria para o corpo. Porém, o retorno à vida aconteceria somente se o corpo do moribundo fosse conservado.

Se a alma (Rá) não voltasse para o corpo (Ká), significava que o corpo não tinha sido con-servado. Parte daí a importância da mumificação dos corpos, do embalsamento e da conser-vação, para evitar a decomposição. Para isso, existiam técnicas avançadas de mumificação para os nobres e técnicas mais simples para os pobres.

As avançadas técnicas de mumificação desenvolvidas no Egito Antigo contribuíram para o desenvolvimento da medicina. Os médicos egípcios faziam cirurgias, cuidavam de fraturas, conheciam a anatomia humana. Além da técnica de preservar os corpos através da mumifi-cação, os egípcios precisavam desenvolver um método de proteger os corpos contra saque-adores, daí a construção de enormes túmulos.

Os túmulos garantiriam a conservação dos corpos. Geralmente quando uma pessoa rica (faraó), que ostentava poder, morria, seu corpo era mumificado e posteriormente colocado

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nos túmulos que eram considerados uma verdadeira habitação. Neles, o faraó e suas rique-zas eram enterrados em uma câmara real e os seus criados (empregados), escribas, sacerdo-tes e animais em outras câmaras mais simples.

No Egito Antigo a escrita mais usada era conhecida como escrita hieroglífica, pois era base-ada em hieróglifos. Estes eram desenhos e símbolos que representavam ideias, conceitos e objetos. Os hieróglifos eram juntados, formando textos. Essa escrita era dominada, principal-mente, pelos escribas. Os egípcios escreviam, usando os hieróglifos, no papiro (espécie de papel feito de uma planta de mesmo nome) e também nas paredes de pirâmides, palácios e templos. Estes hieróglifos são a principal fonte histórica para entendermos a história desta importante civilização antiga. Poucos egiptólogos (estudiosos do Egito Antigo) conseguem decifrar a escrita hieroglífica. Jean-François Champollion, egiptólogo e linguista de naciona-lidade francesa, fez a decifração dos hieróglifos egípcios. Isso aconteceu entre os anos de

1822 e 1824, usando a Pedra de Roseta como fonte.

Fenícios

A civilização fenícia desenvolveu-se na Fenícia, território do atual Líbano. Os fenícios eram povos de origem semita. Por volta de 3000 a.C., estabeleceram-se numa estreita faixa de terra com cerca de 35 km de largura, situada entre as montanhas do Líbano e o mar Mediterrâneo. Com 200 km de extensão, corresponde a maior parte do litoral do atual Líbano e uma pequena parte da Síria.

Por habitarem uma região montanhosa e com poucas terras férteis, os fenícios dedica-ram-se à pesca e ao comércio marítimo. As cidades fenícias que mais de desenvolveram na antiguidade foram Biblos, Tiro e Sidon.

O solo montanhoso da Fenícia não era favorável ao desenvolvimento agrícola e pastoril. Vivendo como que espremido em seu território, o povo fenício percebeu a necessidade de se lançar ao mar e desenvolver o comércio pelas cidades do Mediterrâneo.

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Entre os fatores que favoreceram o sucesso comercial e marítimo da Fenícia, podemos destacar que a região:

• era muito encruzilhada de rotas comerciais, escoadouro natural das caravanas de comercio que vinham da Ásia em direção ao Mediterrâneo;

• era rica em cedros, que forneciam a valiosa madeira para a construção de navios; • possuía bons portos naturais em suas principais cidades (Ugarit, Biblos, Sidon e Tiro); • tinha praias repletas de um molusco (múrice), do qual se extraía a púrpura, corante de

cor vermelha utilizando para o tingimento de tecidos, muito procurados entre as elites de diversas regiões da Antiguidade.

A Fenícia era, na verdade, um conjunto de Cidades-Estado, independentes entre si. Algumas adotavam a Monarquia Hereditária; outras eram governadas por um Conselho de Anciãos. As cidades fenícias disputavam entre si e com outros povos, o controle das princi-pais rotas do comércio marítimo.

Comercializavam com grande número de povos e em vários lugares do Mediterrâneo, guardando em segredo as rotas marítimas que descobriam.

Considerável parte dos produtos comercializados pelos fenícios provinha de suas oficinas artesanais, que dedicavam à metalurgia (armas de bronze e de ferro, joias de ouro e de prata,

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estátuas religiosas); à fabricação de vidros coloridos e à produção de tintura de tecidos (me-recem destaque os tecidos de púrpura).

Por sua vez, importavam de várias regiões produtos como metais, essências aromáticas, pedras preciosas, cavalos e cereais. Tiro era a principal cidade que se dedicava ao comércio

de escravos, adquirindo prisioneiros de guerra e vendendo-os aos soberanos do Oriente

pró-ximo.

Expandindo suas atividades comerciais, os fenícios fundaram diversas colônias que, a princí-pio, serviam de bases mercantis. Encontramos colônias fenícias em lugares como Chipre, Sicília,

Sardenha e sul da Espanha. No norte da África, os fenícios fundaram a importante colônia de Car-tago.

Devido a necessidade de controlar e facilitar o comércio, os fenícios desenvolveram um alfabeto. O alfabeto fenício possuía 22 letras, apenas consoantes, e era, portanto, muito mais simples do que a escrita cuneiforme e a hieroglífica. O alfabeto fenício serviu de base para o

alfabeto grego. Este deu origem ao alfabeto latino, que, por sua vez, gerou o alfabeto

atual-mente utilizado no Brasil.

Alfabeto fenício.

A religião dos fenícios era politeísta e antropomórfica. Os fenícios conservaram os an-tigos deuses tradicionais dos povos semitas: as divindades terrestres e celestes, comuns a todos os povos da Ásia antiga. Entretanto, como fato estranho, não deram maior importância às divindades do mar.

Cada cidade tinha seu deus, Baal (senhor), associado muitas vezes a uma entidade femi-nina - Baalit. O Baal de Sidon era Eshmun (deus da saúde). Biblos adorava Adônis (deus da vegetação), cujo culto se associava ao de Ashtart (a caldeia Ihstar; a grega Astarteia), deusa

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dos bens terrestres, do amor e da primavera, da fecundidade e da alegria. Em Tiro rendia-se culto a Melcart e Tanit.

Para aplacar a ira dos deuses sacrificavam-se animais e, às vezes, realizavam-se terrí-veis sacrifícios humanos. Queimavam-se, inclusive, os próprios filhos. Em uma ocasião, 200 recém-nascidos foram lançados, ao mesmo tempo, ao fogo - enquanto as mães assistiam, impassíveis, ao sacrifício.

QuestãO 5 (FGV-SP/VESTIBULAR/2001) Das alternativas abaixo, a que melhor caracteriza

a sociedade fenícia é:

a) a existência de um Estado centralizado e o monoteísmo;

b) o monoteísmo e a agricultura;

c) o comércio e o politeísmo;

d) as cidades-Estados e o monoteísmo;

e) a agricultura e a forma de Estado centralizado.

Letra c.

Os fenícios se destacaram pelo comércio marítimo, principalmente no Mar Mediterrâneo, além de adorarem diversos deuses e realizarem cultos considerados violentos.

Hebreus

O povo hebreu, ou hebraico, também conhecidos como israelitas ou judeus, faz parte de uma das mais importantes civilizações da Antiguidade – a civilização hebraica. Esse povo, que inicialmente vivia na Mesopotâmia, era nômade e vivia em busca de solo favorável para a criação do seu gado.

(39)

A maior documentação da história dos hebreus está registrada na Torá, livro sagrado dos judeus e nos livros escritos por Moisés, na Bíblia. Por volta de 2000 a.C. foram para a

Palesti-na, atual Israel, por orientação de Abraão, em busca da Terra prometida – Canaã.

Anos depois, em decorrência da seca que atingiu a Palestina, os  hebreus foram para o Egito, onde, passado algum tempo, começaram a ser escravizados, sendo libertados da escravidão por Moisés no conhecido episódio bíblico da travessia do Mar Vermelho em que se Moisés abre uma passagem e divide o mar para que os hebreus fujam de regresso à Palestina.

No Antigo Testamento da Bíblia, há muitos relatos sobre esse povo da Antiguidade, de origem semita. Veja o trecho do Livro de Êxodo sobre a travessia:

Então Moisés estendeu a sua mão sobre o mar, e o Senhor fez retirar o mar por um forte vento oriental toda aquela noite; e o mar tornou-se em seco, e as águas foram partidas. E os filhos de Israel entraram pelo meio do mar em seco; e as águas foram-lhes como muro à sua direita e à sua esquerda. E os egípcios os seguiram, e entraram atrás deles todos os cavalos de Faraó, os seus carros e os seus cavaleiros, até ao meio do mar. (Êxodo 14:21-23)

Enquanto dedicavam-se à pecuária, o povo hebreu era um povo nômade, mas de regres-so à Palestina pasregres-sou a se dedicar à agricultura, ao artesanato e ao comércio, se tornando, assim, um povo sedentário.

O judaísmo é o nome da religião desse povo. Os hebreus eram monoteístas e cultuavam a

Javé. A sua religião estava baseada nos Dez Mandamentos, escritos por Deus nas Tábuas da

Lei e entregues a Moisés, no Monte Sinai.

A governação do povo hebreu passou por três períodos: patriarcas, seguidamente, juízes e, finalmente, reis.

• Patriarcas: Abraão, Isaac e Jacó.

• Juízes: Sansão, Otoniel, Gideão e Samuel. • Reis: Saul, Davi e Salomão.

Após a morte do rei Salomão, e na sequência da revolta do povo contra a desigualdade social oriunda do pagamento de altos impostos, a Palestina foi dividida em dois reinos, for-madas por 10 tribos de Israel e por 2 tribos de Judá.

Anos mais tarde, os reinos foram conquistados pelos assírios e pelos babilônios, respe-tivamente. Data dessa altura o Cativeiro da Babilônia. Séculos depois Jerusalém é destruída

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e os judeus foram obrigados a dispersar-se. É a conhecida Diáspora Judaica. Visto que o cristianismo tem origem na religião judaica, a civilização hebraica influenciou largamente a civilização contemporânea.

Os hebreus construíram grandes palácios e templos, o maior deles foi o Templo de

Jeru-salém, que foi destruído pelos romanos, dele sobrando apenas um muro, o qual atualmente é

conhecido como o Muro das Lamentações que compõe o Patrimônio Mundial da Humanidade.

1.5. O l

egAdO

c

ulturAl dOs

g

regOs e dOs

r

OmAnOs

Legado Cultural Grego

Os gregos foram os responsáveis pelo nascimento da Filosofia, termo grego que significava amor à sabedoria, por volta do século IV a.C., na cidade de Mileto.

Um dos mais importantes pensadores gregos foi Pitágoras, matemático e filósofo. Pitágoras desenvolveu a ideia de que o princípio comum do homem, dos animais, vegetais e minerais era o átomo, considerado a menor parte da matéria. Segundo Pitágoras, o que diferenciava os seres animados e inanimados eram as diferentes estruturas que os átomos formavam em cada um deles. Além disso, ele formulou teorias sobre números e os classificou em várias categorias: os pares, os impares e os números primos. Defendia, também, a ideia de que a Terra era redonda.

Os responsáveis pelo apogeu da filosofia grega no século IV a.C. foram Sócrates, Platão e Aristóteles.

Sócrates não deixou nenhuma obra escrita. Ensinava nas ruas e nas praças. Seu

princi-pal discípulo foi Platão, cujas obras, em forma de diálogos, conservam-se até nossos dias.

Aristóteles, por sua vez, foi o mais importante discípulo de Platão. Foi responsável pelo

estabelecimento das bases da Lógica, ciência que estuda os métodos e processos que pos-sibilitam diferenciar os argumentos verdadeiros dos falsos nos estudos filosóficos. A Lógica é, até hoje, um instrumento fundamental para todas as outras ciências.

Entre os matemáticos gregos, além de Pitágoras, conhecido como o “pai da matemática”, estão Euclides, que estabeleceu os fundamentos da Geometria, e Arquimedes, conhecido pelo

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