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UTILIZAÇÃO DO MERTHIOLATE

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Academic year: 2021

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UTILIZAÇÃO DO MERTHIOLATE COM PRINCÍPIO ATIVO

GLUCONATO DE CLOREXIDINA

E PRINCÍPIO ATIVO

TIOMESAL

COMO ANTIFÚNGICO NA CONSERVAÇÃO DE

CADÁVERES E PEÇAS ANATÔMICAS: Revisão de Literatura

NASCIMENTO, C. N.1; PRZYBYSZ, C. H2

RESUMO

O formol é utilizado na conservação de cadáveres como fixador e antisséptico, porém, algumas peças apresentam crescimento fúngico. Anatomistas citam a mistura do timol ou gluconato de clorexidina, princípio ativo do merthiolate, no formol como fungicida. Após pesquisa bibliográfica, não se constatou a utilização dos dois compostos nos laboratórios de anatomia, apesar da eficácia do gluconato de clorexidina sobre o formol como fungicida, necessitando de experimentos práticos para comprovação.

PALAVRAS CHAVE: tiomersal, gluconato de clorexidina, peças anatômicas. ABSTRACT

Formaldehyde is used to preserve corpses as a fixative and antiseptic, but some parts have fungal growth. Anatomists cite the mixture of thymol and

chlorhexidine gluconate, the active principle of merthiolate in formalin as a

fungicide. After literature search we have not found the use of the two compounds in anatomy laboratories, despite the effectiveness of chlorhexidine

gluconate on formalin as a fungicide, requiring practical experiments to prove. KEYWORDS: thiomersal, chlorhexidine gluconate; anatomical parts.

1 INTRODUÇÃO

Os laboratórios de anatomia recebem como doação cadáveres inteiros, partes ou vísceras isoladas para o estudo da anatomia humana, e sendo assim, esse material deve ser fixado para evitar a deterioração dos tecidos e preservar seus elementos (RODRIGUES, 2010. p. 65).

Para um estudo adequado da anatomia humana, são necessárias peças anatômicas íntegras que possam ser utilizadas nos laboratórios, podendo assim os alunos visualizar

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Graduada em Ciências Biológicas. FAP – Faculdade de Apucarana 2

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e aprender como o corpo humano é realmente formado, e quais órgãos formam os sistemas. De maneira geral os laboratórios de Anatomia sofrem com a escassez de peças anatômicas e deterioração precoce das peças. Estes motivos levam professores e técnicos a procura incessante de meios alternativos para o ensino da Anatomia (PRZYBYSZ; SCOLIN, 2008. p. 15).

Objetivou-se neste trabalho realizar uma pesquisa bibliográfica sobre a técnica de conservação de cadáveres, usando tiomersal, timol ou tiromesal (princípio ativo antigo do mertiolate), na prevenção de aparecimento e crescimento de colônias fúngicas no tanque de armazenamento de cadáveres contendo formol a 10%, avaliando sua eficácia como antifúngico, devido ao fato de este composto ser citado em algumas literaturas como antifúngico, evitando uma possível deterioração dos cadáveres mesmo conservados em formol.

2 REFERENCIAIS TEÓRICO-METODOLÓGICOS 2.1 Técnicas Anatômicas

As técnicas de preservação e fixação melhoraram com a utilização de substâncias injetadas no interior dos vasos sanguíneos atuando numa melhor fixação tecidual (RODRIGUES, 2010. p. 64).

Uma das técnicas anatômicas é a conservação de cadáveres para estudo, onde o mesmo é dissecado pelo professor e alunos para observação das estruturas internas. O conservante mais utilizado é o formaldeído, apresentando baixo custo e ótima preservação dos tecidos.

2.2 Fixadores

Alguns fixadores são usados em pequenas partes do tecido, como o álcool e o éter, já o formaldeído é utilizado em partes maiores, apresentando maior penetração. O tempo de fixação depende do composto e da temperatura. Para fixação rápida, emprega-se o formol aquecido a 50oc durante 1h, onde à temperatura ambiente, requer pelo menos 12h para exercer sua atividade

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completamente. A temperatura aumenta a velocidade de fixação, aumentando a penetração do fixador através do tecido (RODRIGUES, 2010 p. 65, 66).

2.2.1 Formaldeído

A sua utilização em estudos anatômicos é bem conhecida, pois as peças anatômicas necessitam estar bem conservadas para fácil identificação dos elementos constituintes (PRZYBYBSZ; SCOLIN; NATALI, 2009. p. 2).

Os efeitos adversos provocados pelo formol são: irritação da mucosa, ardor, lacrimejamento, bronquite, edema pulmonar, pneumonia, asma e dermatites (FORMALDEHYDE [2], 2008). Afeta a todas as partes do sistema respiratório superior Woutersen et. al (1987); Keller, (1990); Formaldehyde [1], (2008), pulmões Blair et. al, (1990); Collins et. al, (1997); rins e coração Coon

et. al, (2008).

Na fixação de cadáveres, o formol é diluído em água deixando-o a 10%, onde para 1000 ml mistura-se 100 ml de formol para 900 ml de água. A injeção de fixador é realizada em artérias onde a distribuição é feita para todos os tecidos, fixando assim, todos os tecidos e deixando o cadáver pronto para dissecção. Dois locais para injeção são comumente utilizados: artéria femoral e carótida comum (RODRIGUES, 2010. p. 81).

Apesar de sua eficácia, o formol está em desuso em alguns laboratórios devido a seu odor irritante e incômodo, além de escurecer as peças e torna-las inconsistentes com o tempo dificultando o manuseio e observação das estruturas (SANTOS; PALMA, 2012. p.2).

Nos laboratórios de anatomia, as peças anatômicas são armazenadas em recipientes tampados, evitando a evaporação do formol, além de estar sendo reposto com frequência pelo técnico do laboratório, evitando um possível crescimento fúngico. Os tanques de conservação de cadáveres, porém, apresentam evaporação maior, por serem fechados somente com tampas, possibilitando a evaporação, aparecimento e crescimento de fungos na superfície do meio líquido.

Para evitar o desenvolvimento de fungos, os frascos destinados às peças devem ser cuidadosamente limpos. Além, disso deve-se acrescentar á solução conservadora meia colher de chá de timol ou timerosal. O fechamento do frasco deve ser

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perfeito, e a peça mantida completamente imersa na solução (RODRIGUES, 2010. p. 75).

2.3 Antisépticos

2.3.1 Tiomersal, Tiromesal ou Timol

O tiomersal, também conhecido como timerosal, antes presente na composição da Merthiolate, foi substituído por outro princípio ativo, o

digluconato de clorhexidina, que não contém mercúrio, ao contrário do anterior.

Desta forma, o produto está novamente apto a ser comercializado e utilizado normalmente (SANTOS, 2012). É utilizado a 0.1% como desinfetante e em menores concentrações em produtos biológicos e colírios, tendo ação fungicida e bactericida (FONT, 2001. p. 63).

2.3.2 Gluconato De Clorexidina

O gluconato de clorexidina (citado também como Digluconato de

clorexidina, comercialmente às vezes chamado apenas de clorexidina) é um

antisséptico químico, com ação antifúngica e bactericida, capaz de eliminar tanto bactérias gram-positivas quanto gram-negativas (EMBRAFARMA, 2012). Apresenta rápida absorção nas células bacterianas, modificando seu interior afetando sua permeabilidade (LAWRENCE, 1960. p. 731).

3 CONCLUSÃO

Conclui-se com este trabalho, que a pesquisa realizada demonstra que o composto gluconato de clorexidina é um excelente antisséptico podendo ser utilizado na Anatomia Humana. Além disso, a união de formol com gluconato

de clorexidina e glicerina com gluconato de clorexidina não são relatadas em

artigos científicos na preservação de cadáveres ou peças anatômicas, o que possibilita posterior pesquisa prática utilizando as duas soluções, para a comprovação de qual a melhor técnica de preservação.

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4 REFERÊNCIAS

BLAIR, A.; STEWART, P,A.; AND HOOVER, R. N. Mortality from lung cancer among workers employed in formaldehyde industries. Am. J. Ind. 17, p. 683-699, 1990.

COLLINS, J.J.; ACQUAVELLA, J. F.; ESMEN, N. A. An updated meta-analysis of formaldehyde exposure and upper respiratory cancers. J. Occup. Environ.

Med., 39, p. 639-651, 1997.

COON, R. A. et. al. J. Toxicol APPL Pharmocol, n.16, p.646-655, 1970.

Formaldehyde (HCHO): Disponível em: <NIOSH.

http://www.cdc.gov/NIOSH/>. Acesso em 20 jun, 2008. EMBRAFARMA. Clorexidine Digluconato. Disponível em:<

www.embrafarma.com.br/produtos/ClorexidineDigluconato.pdf>. Acesso em: 06/11/2011.

FONT, E. EDUCACIÓN SANITARIA: Antisépticos y desinfectantes. OFFARM, febrero, 2001, p. 55-63.

FORMALDEHYDE[1]. Hazard. Disponível em:

<www.epa.gov/ttn/atw/hlthef/formalde.html>. Acesso em: 10 abril, 2008. FORMALDEHYDE[2]: Medical Management Guidelines

for Formaldehyde: Disponível em: <

http://www.atsdr.cdc.gov/mhmi/mmg111.html> Acesso em 15 maio, 2008. KELLER, D. A. et al. Histochemical localization of formaldehyde dehydrogenase an the rat. Toxicol. Appl. Pharmacol, p. 106, 311-326, 1990.

LAWRENCE, C. A. Antimicrobial activity, in vitro, of chlorhexidine. J. Pharm.

Sci., 49: 731–734, 1960.

PRZYBYSZ, C. H.; SCOLIN, E. TÉCNICA ANATÔMICA: Confecção De Modelos Em Resina A Partir De Vértebras Humana. FAPCIENCIA. v. 002, n. 10, p. 1 – 12, 2008.

RODRIGUES, H. Técnicas anatômicas. 2 ed. Vitória – ES. 2010.

SANTOS. MERTHIOLATE. Disponível em:< http://www.santos.sp.gov.br/cgi-bin/comunicacao/listanoticias.pl?11090>. Acesso em: 04/04/2012.

SANTOS, A. J. C. A.; PALMA, M. B. Surgimento e Aprimoração De Técnicas

Para Preservação De Peças Anatômicas. Disponível em:

http://www.eventosufrpe.com.br/jepex2009/cd/resumos/R0679-1.pdf>. Acesso em: 23/09/2012.

WOUTERSEN, R. A. et al. Subchronic (13-week) inhalation toxicity study of formaldehyde in rats. J. Appl. Toxicol., p. 7: 43-49, 1987.

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