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Iluminação da Igreja de São Francisco de Assis (Igreja da Pampulha) - Método de Atendimento a Conjuntos Paisagísticos e Arquitetônicos

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Academic year: 2021

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21 a 25 de Agosto de 2006

Belo Horizonte - MG

Iluminação da Igreja de São Francisco de Assis (Igreja da Pampulha) - Método de

Atendimento a Conjuntos Paisagísticos e Arquitetônicos

André Guilherme de Araújo Compart

João Mendonça de Almeida

CEMIG Distribuição S.A

CEMIG Distribuição S.A

acompart@cemig.com.br mendonca@cemig.com.br

RESUMO

Este trabalho tem por objetivo apresentar o aspecto construtivo do projeto de melhoria de iluminação e paisagismo da rede de energia elétrica situada defronte à fachada da Igreja de São Francisco de Assis (Igreja da Pampulha) e demonstrar a aplicabilidade da mescla de rede subterrânea de distribuição de energia elétrica em baixa tensão e rede aérea de distribuição de energia elétrica em media tensão. A concepção do projeto buscou, tendo em vista a necessidade do cliente, a modificação da rede existente visando a estética e o paisagismo do local, a simplicidade do projeto para garantir o menor custo ao cliente, e a valorização do patrimônio histórico e cultural da capital do Estado de Minas Gerais.

PALAVRAS-CHAVE

Estética, Paisagismo, Patrimônio-Histórico, Rede subterrânea.

1. INTRODUÇÃO

A Igreja de São Francisco de Assis é um marco na evolução da arquitetura brasileira. Construída na década de quarenta do século passado, teve projeto arquitetônico concebido por Oscar Niemeyer que impressiona pelas formas arrojadas e inovadoras. Participaram também da obra grandes talentos das artes plásticas brasileiras: Burle Marx foi o responsável pelo trabalho paisagístico nos jardins, Alfredo Ceschiatti construiu o bronze que ocupa toda a área interna do batistério, Paulo Werneck foi o responsável pelos mosaicos das fachadas laterais e Candido Portinari assinou o mural do altar e os quatorze quadros da Via Sacra presentes no interior da Igreja.

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Foto 1 – Construção da Igreja entre 1942 e 1944

Em 1947, a Igreja foi inscrita no Livro de Tombos de Belas Artes do IPHAM (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e em 1997 o complexo foi tombado como monumento histórico brasileiro.1

A restauração é fruto de uma parceria entre a Fundação Roberto Marinho, a Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, a Petrobrás e o IEPHA (Instituto Estadual do Patrimônio Histórico). A CEMIG realizou as intervenções na rede de distribuição defronte a Igreja e a iluminação das fachadas foi executada pela Lighting Design Studio, contratada pela Fundação Roberto Marinho.

2. VALORIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E CULTURAL

Um dos seguimentos de projeto com considerável crescimento nos últimos anos é o que objetiva a valorização do Patrimônio Histórico e Cultural, através de sua revitalização, e o destaque do conjunto de edificações que o compõe.

A melhoria dos prédios históricos tem relevante reflexo no crescimento do turismo e na afirmação da identidade cultural da população.

A iluminação de destaque é uma solução adequada para valorizar os locais turísticos, sendo necessário um estudo preliminar que tenha em vista as características peculiares a cada edificação, as técnicas adequadas de iluminação e que os materiais empregados sejam próprios para essa modalidade de intervenção.

O método proposto busca uma forma simples, barata e perfeitamente aplicável de valorização do patrimônio histórico e cultural através da minimização da interferência da rede de distribuição no paisagismo dos conjuntos arquitetônicos.

3. SITUAÇÃO EXISTENTE

3.1. Interferência da rede existente na estética e no paisagismo local

A rede existente antes da execução do projeto não contribuía com a devida valorização da Igreja (diagrama elétrico no anexo 1) por ser aérea. A mesma era dotada de postes de concreto circular com condutores de média tensão nus, rede de baixa tensão nua e isolada e existência de dois transformadores de distribuição.

A análise preliminar feita pela Gerencia de Engenharia e Coordenação da Expansão da Distribuição (ED/CE) da CEMIG recomendava a alteração da rede existente. Não seria desejável restaurar a Igreja e manter uma rede de distribuição de energia que poluísse o espaço aéreo próximo.

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Dessa forma, houve um empenho da Gerência de Planejamento e Expansão da Distribuição Centro (DC/EC) em conjunto com a Gerência de Serviços de Construção e Manutenção da Distribuição Centro (DC/CM) em implementar a proposta.

A construção de rede subterrânea no trecho de abrangência da Igreja constituiu-se em premissa para melhoria do paisagismo do conjunto arquitetônico. Com essa modificação seria possível manter a iluminação viária sem, contudo, causar grande interferência na iluminação de destaque que valorizaria a Igreja.

Também possibilitaria o fornecimento de energia para a Igreja, jardins e praça (defronte a Igreja), imprescindível para a realização da obra.

Foto 2 – Situação anterior à obra – presença de condutores aéreos

3.2. A preocupação com o patrimônio histórico

Para a execução do projeto foi necessário o devido cuidado com a interferência da rede no paisagismo local. Foi necessária a passagem dos eletrodutos pela sarjeta, utilizando preferencialmente o local onde estavam locados os postes antigos para minimizar a interferência no calçamento existente.

3.3. Retirada da rede aérea

A retirada da rede aérea só poderia se realizar após a instalação de toda a rede subterrânea. Tal fato se justifica dada a impossibilidade de efetuar um desligamento prolongado do circuito.

O cuidado maior na retirada se relaciona com a minimização dos danos ao calçamento, pois a Prefeitura Municipal de Belo Horizonte não dispunha de grande quantidade de lajotas para recompô-lo.

4. SOLUÇÃO APRESENTADA

4.1. Rede subterrânea como paradigma para o menor impacto visual

A utilização de rede subterrânea para a execução de projetos de revitalização do patrimônio histórico, embora não se constitua novidade no setor elétrico, ganha relevância no projeto ao aliar

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o baixo custo da rede aérea e a funcionalidade e a estética da rede subterrânea. O método proposto é perfeitamente aplicável a situações semelhantes podendo ser utilizado de forma abrangente nos complexos arquitetônicos urbanos.

A necessidade de alimentação para as cargas do complexo da Igreja, da iluminação pública e da iluminação da praça existente implicou na retirada dos dois transformadores existentes no local e sua substituição por apenas um, que atenderia a demanda total da obra e estaria localizado distante da fachada da Igreja. (conforme anexos 2). Optou-se por não utilizar transformador subterrâneo ou de pedestal, pois o custo do mesmo oneraria demasiadamente o cliente. A solução mais viável foi a de utilizar transformador de distribuição para rede aérea e rede subterrânea isolada de baixa tensão para o atendimento as cargas.

Fatores Transformador de pedestal Transformador subterrâneo Transformador de Rede Aérea

Mão-de-obra 1 p.u. 1,131 p.u. 0,227 p.u.

Materiais 1 p.u. 0,728 p.u. 0,242 p.u.

Total 1 p.u. 0,812 p.u. 0,238 p.u.

Tabela 1 – Quadro comparativo e custo de instalação de transformador subterrâneo, de pedestal e aéreo. Os custos referentes ao transformador de pedestal foram tomados como referencia e os valores dos demais são percentuais destes.

Os demais custos com caixa de comando para iluminação, instalação de eletrodutos subterrâneos para passagem de condutores em baixa tensão e instalação de postes, permanecem os mesmos para as formas de atendimento.

A opção adotada possibilitou o atendimento às expectativas do cliente: custo baixo e mínimo impacto visual. O emprego dessa técnica que mescla rede aérea e subterrânea tem oferecido bons resultados e é perfeitamente passível de utilização e padronização como método para atendimento a projetos paisagísticos. Os clientes que não se interessavam pela rede subterrânea, devido a seu alto custo, têm nessa nova forma de atendimento uma opção mais viável esteticamente e com custo acessível.

Assim, a utilização de rede secundária subterrânea alimentada por transformador aéreo é uma técnica viável e útil com relação a projetos de distribuição.

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5. ASPECTOS CONTRUTIVOS

5.1. Alimentação do circuito subterrâneo

A alimentação da rede subterrânea consiste de 1 transformador de rede de distribuição aérea de potência igual a 150 kVA. Para o controle do funcionamento das luminárias utilizadas no arruamento e na praça, bem como nos pontos de alimentação dos jardins foi utilizada uma caixa de comando de corrente nominal igual a 300A, instalada no poste do transformador, conforme esquema do anexo 3. O atendimento consistiu de 3 circuitos, sendo dois comandados. O circuito não comandado atende a Igreja, um sanitário público e um ponto de entrega de energia para eventos a se realizar na praça.

5.2. Instalação da rede secundária subterrânea

A instalação da rede secundária subterrânea utilizou três circuitos com eletrodutos corrugados de 63mm e condutores isolados de alumínio de bitola igual a 50mm e 70mm de acordo com a necessidade. A impossibilidade de abrir as valetas para passagens dos eletrodutos na calçada da praça acarretou a alternativa de abrir através da sarjeta, o que minimizou o dano às mesmas. 5.3. Iluminação do arruamento

Cada poste de iluminação, de altura igual a 13,5 m e resistência nominal de 150 daN, foi atendido eletricamente por caixa de passagem modelo ZA (de acordo com especificações técnicas da CEMIG).

A iluminação do arruamento consiste de luminárias fechadas, com equipamentos incorporados internamente e lâmpada de vapor de sódio com potência igual a 150 W. Não foi utilizado braço para instalação da luminária no poste, e sim suporte para luminária instalado no topo do poste.

6. RESULTADO FINAL

A intervenção para melhoria do paisagismo local existente logrou bom resultado ao aliar simplicidade e baixo custo, tendo um resultado final aprovado pelo cliente e pela população. Sedimentou-se o entendimento de que tal método é perfeitamente passível de implementação nos projetos de valorização paisagística de conjuntos arquitetônicos e históricos.

A execução conjunta da obra pela CEMIG e pela Lighting Design Studio viabilizou a inauguração da obra no prazo solicitado, garantindo a publicidade desejada pelos parceiros do empreendimento. O reconhecimento da sociedade civil da importância da reforma da Igreja reflete um amadurecimento da população quanto a preservação do Patrimônio Histórico.

A contribuição da CEMIG foi significativa, na medida em que permitiu, através de sua intervenção, a execução do projeto de iluminação de destaque e a melhoria estética da rede de distribuição.

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Foto 3 – Valorização da fachada da Igreja através das modificações implementadas

7. CONCLUSÃO

O projeto de melhoria estética, paisagismo e alimentação da iluminação da fachada da Igreja de São Francisco de Assis utilizou a mescla de técnicas existentes, aliando simplicidade e baixo custo, para garantir a satisfação do cliente. O método forneceu bons resultados em termos de redução de custo e facilidade construtiva.

Dessa forma, o método pode ser utilizado nos projetos de melhoria estética e paisagismo de redes de distribuição, com o intuito de a valorizar o patrimônio histórico e cultural.

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Localização dos

transformadores

antes da

execução da obra

SITUAÇÃO ANTERIOR

ANEXO 1

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SITUAÇÃO ATUAL

ANEXO 2

Localização do transformador

após a execução da obra

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ANEXO 3

TRANSFORMADOR EM POSTE 13,8 kV/220V 150kVA EVENTO DIAGRAMA UNIFILAR DE REDE DE DISTRIBUIÇÃO SUBTERRÂNEA RS1 3#50(50) AL 3#70 Circuitos Controlados PRAÇA EXISTENTE IP I IP I IP IP IP IP IP PRAÇA EXISTENTE BANHEIROS PUBLICOS ILUMINAÇÃO LATERAL DA IGREJA ILUMINAÇÃO LATERAL DA IGREJA ILUMINAÇÃO ILHA DA IGREJA MEDIÇÃO DA IGREJA ZB17 ZB1 ZB1 ZB11 ZB1 ZB6 ZB7 EXISTENTE ZB8 ZB9 ZB3 ZB2 ZB4 ZB5 ZB16 ZB13 ZB1 ZA1 EXISTENTE ZB15 Folha 3/3

Companhia Energética de Minas Gerais

COND. DE CU

CAIXA DE COMANDO

300A

1-As caixas de passagem deverão ser instaladas na sarjeta

2-Ficará a cargo da PMBH a instalação e manutenção da iluminação especial da Igreja São Francisco. 3-As travessias na pista de rolamento serão realizadas através de método não destrutivo quando possível

NOTAS:

BAIRRO PAMPULHA

BELO HORIZOTE - 88015

DCEC- 00845/2005 SEM ESCALA

DIAGRAMA UNIFILAR DA RDS A SER INSTALADA

Referências

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