Brasil: Retorno ao Grau
Especulativo
Rafael Guedes, Diretor-executivo
Ascensão e Queda do Grau de Investimento do Brasil
2 0 0 3 2 0 0 4 20 05 2 0 0 6 2 0 0 7 2 0 0 8 2 0 0 9 2 0 1 0 2 0 1 1 2 0 1 2 2 0 1 3 2 0 1 4 2 0 1 5 2 0 1 6Histórico do Rating Soberano do Brasil
Fonte: Fitch BB- B+ B B- BBB+ BBB BBB- BB+ BB Grau de Investimento Grau Especulativo
Ascensão Para o Grau de Investimento: Aumento dos colchões externos, maior estabilidade econômica, forte
crescimento, melhoria na credibilidade das políticas
No entanto, o Brasil manteve um alto nível de liquidez
internacional e boa posição como credor externo líquido soberano Ratings Rebaixados: Aprofundamento da recessão econômica, significativa deterioração fiscal e dificuldade em reduzir déficits, rápido aumento da dívida pública e maior incerteza política
Ratings Estagnados: Moderada deterioração das métricas de crédito, dúvidas relacionadas às políticas F e ME e credibilidade, menor crescimento e maior inflação e evidência de maior intervenção do governo na economia
2008
Atual
2003-2007 2008 2015 2016e 2017e Desempenho Macroeconômico
Crescimento Real do PIB (%) 4,0 5,1 -3,8 -3,5 0,7
Preços ao Consumidor (média anual % ) 7,2 5,7 9,0 8,5 6,8
Desemprego (% da força de trabalho) 10,7 7,9 7,1 9,4 10,3
PIB/capita à taxa de câmbio de mercado (USD) 4.948 8.843 8.079 7.396 7.533
Finanças Públicas
Superávit Primário (% do PIB) 3,6 3,9 -1,8 -0,9 -0,5
Déficit Nominal (% do PIB) -3,4 -1,7 -10,7 -8,4 -8,0
Endividamento Bruto (% do PIB) 56,6 56,0 66,5 73,5 77,3
Finanças Externas
Saldo em Conta Corrente (% do PIB) 1,1 -1,7 -3,3 -2,0 -1,9
Dívida Externa Líquida (% de CXR) 76,2 -3,0 84,3 79,0 70,8
Reservas Internacionais (USDbn) 84,4 193,8 363,4 363,4 363,4
Fonte: Fitch; Projeções de Março de 2016
Fatores Que Levaram ao Grau Especulativo
•
Aprofundamento da Recessão Econômica
• Crescimento revisado para -3,5% em 2016 e 0,7% em 2017
• Queda da confiança, demanda doméstica fraca, ambiente externo desafiador, incertezas levando à contração da economia
•
Piora da Perspectiva Fiscal
• Déficit primário em cerca de -2% do PIB em 2015 e cerca de -1% do PIB em 2016
• Piora na dinâmica da dívida
• Enfraquecimento da credibilidade da política fiscal
•
Aumento da Incerteza Política
• Falta de coesão na base política
• Dificuldade em negociar com Congresso, aprofundamento da recessão, possíveis manifestações também turvam o horizonte • Investigações de corrupção na Op. Lava-Jato
-5 0 5 10
Crescimento do PIB
Brasil BB Med BBB Med
0 3 6 9 12 Inflação
Brasil BB Med BBB Med (%)
(% ano a ano)
Fonte: Fitch, órgãos nacionais
Declínios Acentuados na Confiança
dos Empresários e Consumidor
30 34 38 42 46 50 54 58 62 66 70 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 Consumidor (RHS) Empresários (LHS)
Consumo e Investimento em Retração
-8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8 10
Com Priv Com Gov
Inv Imp Exp Líq
PIB (% PIB)
(Índice) (Índice)
Fonte: BCB, Fitch
Deterioração do Desempenho Fiscal
Saldo Primário Muda de Superávit Para
Déficit
-2 -1 0 1 2 3 4 5 J an 0 3 Apr 04 J ul 0 5 N ov 06 F eb 08 M ay 09 Sep 10 D ec 11 Apr 13 J ul 1 4 Oc t 15(% PIB, ano a ano)
03-05 média 3,6% 06-08 média 3,4% 09-11 média 2,4% 12-14 média 1,7% 15 média -0,7%
Receitas Impactadas Pela Recessão
Econômica
-14 -12 -10 -8 -6 -4 -2 0 2 T ota l IR -P F IR -P J IPI Acumulado de Jan-Nov 2015Crescimento Real das Receitas do Tesouro
(% ano a ano)
Ambiente Político Desafiador Produz Incertezas
Aprovação Presidencial: Baixa Histórica
• Riscos à governabilidade aumentaram em2016
• Atraso no avanço dos ajustes macro e fiscais
• Círculo vicioso: deterioração da confiança e recessão
• Aceitação do processo de impeachment e maior extensão das investigações da Lava-Jato aumentam as incertezas
• Cenário pós-impeachment difícil de prever • No curto prazo: baixa confiança e
crescimento; ajuste fiscal poderá atrasar e se diluir
• Riscos de governabilidade,
enfraquecimento econômico, inflação elevada, desequilíbrios fiscais devem persistir em qualquer cenário
• Incerteza em torno das perspectivas de reforma
• Retomada do crescimento só deverá ocorrer quando a situação política se estabilizar
Fonte: Datafolha Protestos Jun 2013 Eleições Out 2014 Início do Segundo Mandato Jan 2015 0 10 20 30 40 50 60 70 80
Macro
Posição
Finanças
Públicas
Contas
Externas
Aspectos
Estruturais
Neutra
Negativa
• Profunda recessão econômica e inflação mais alta; riscos negativos significativosEstável
Negativa
Ponto Fraco
Neutra
Ponto Forte
• Enfraquecimento da dinâmica da dívida • Desafios e atrasos na
consolidação fiscal
• DCC em Queda • Fluxo IDP resiliente
Tendência
Negativa
• Economia não dolarizada • Adequada capacidade de absorver choques • Aumento da carga da dívida • Enfraquecimento da credibilidade fiscal • Carga tributária pesada • Rigidez orçamentária • Fortes colchões de reservas de liquidez externa • Bom financiamento de DCCs• Forte posição externa de credor soberano líquido, mas aumento da dívida do setor privado
• Um país diversificado • Sólido sistema bancário • Indicadores de governança adequados • Fatores negativos: • Baixas Taxas S e I • Ambiente de negócios difícil • Governabilidade em risco; incerteza quanto aos procedimentos de
impeachment ; e
investigações da Lava-Jato
Estável
Negativa
•
Recessão econômica mais profunda
contamina dinâmica da dívida e fomenta a
instabilidade social e/ou política
•
Deterioração fiscal e incapacidade em conter
o aumento da carga da dívida do governo
•
Passivos contingentes serão monitorados
•
Severa erosão das reservas internacionais
•
Deterioração significativa na composição da
dívida do governo
•
Melhora no ambiente político
•
Melhor consistência e credibilidade
nas políticas econômicas r
redução dos desequilíbrios macros
•
Consolidação fiscal melhor
dinâmica da dívida
•
Maiores investimentos e
perspectiva de crescimento
Sensibilidades dos Ratings do Brasil no Futuro
Soberanos Cruzando o Patamar de Grau de Investimento
•
25 países cruzaram para o limiar de GI em 27 ocasiões (Romênia, Uruguai)
•
18 países perderam o GI em 19 ocasiões (Croácia)
•
10 de 19 rebaixados para GE voltaram ao GI após 6,1 anos em média
•
Perspectivas Positivas (BB+) duraram em média 12,6 meses
•
Perspectivas Negativas (BBB-) duraram em média 7,3 meses
•
Duração das perspectivas praticamente iguais em todos os níveis (12,1; 7,8)
•
Características dos “Fallen Angels”: crescimento zero, dívida bruta + 3%/ano
•
Características dos “New Kids on the Block”: crescimento rápido,
endividamento decrescente e abaixo da mediana de “BB” ou “BBB”
País Data do rebaixamento para GE
Razões para o rebaixamento para GE Quanto tempo até retornar ao GI?
Rating Mais Baixo
Rating Atual
Croácia Set 2013 Enfraquecimento da dinâmica da dívida n/a BB BB Colômbia Mar 2000 Política, petróleo, bancos, fiscal 11,3 anos BB BBB Islândia Jan 2010 Crise bancária 2,1 anos BB+ BBB+ Indonésia Dez 1997 Balança de pagamentos, crise bancária 14 anos B- BBB- Coreia Dez 1997 Crise internacional de liquidez 1 ano B- AA- Tunísia Dez 2012 Instabilidade política n/a BB- BB-
Dez dos 19 soberanos classificados pela Fitch que foram rebaixados para grau especulativo (GE)
recuperaram posteriormente o grau de investimento (GI). Estes soberanos levaram 6,1 anos, em média, para retornar novamente ao grau de investimento
Fonte: Fitch
Retorno Rápido Grau de Investimento Não Garantido
1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014
Colômbia Croácia Islândia Indonésia Coreia Tunísia
BB B+ B- AA+ AA- A BBB+ BBB-
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