Ciclo hidrológico
Prof. Dr. Silvio F. Barros Ferraz Depto. Ciências Florestais ESALQ/USP
Quantidade de água disponível
A quantidade de água doce disponível para consumo
é extremamente escassa
Distribuição da água no planeta A cada 1000 L 97,5% nos oceanos
1,8% em geleiras
975 L 18 L 0,6% nas camadas subterrâneas 6 L 0,015% nos lagos e rios
0,005% de umidade no solo
150 mL 50 mL 0,0009% em forma de vapor na atmosfera 9 mL 0,00004% na matéria viva 0,4 mL
Água
Estados físicos Líquido Sólido Gasoso Densidadevaria em função da temperatura líquido: 800 x densidade do ar
Viscosidade:
resistência ao fluxo e movimento
Empuxo em função da densidade •da água •do corpo flutuante
Gases dissolvidos
Nutrientes
Teor de sais
Turbidez
Temperatura
Condutividade
Intensidade de Luz
Pressão Hidrostática
pH
Fatores abióticos
Características da água
Mudança de estado Fusão da água 0 grausCalor latente de fusão: 80 cal/g
Ebulição
100 graus
Calor latente de vaporização: 540 cal/g
Evaporação
Passagem para o estado gasoso a temperaturas menores que 100graus
Lv = 597,3 – 0,564T
• Lv em cal/g; T em graus C
Influência da água temperatura
A variação sazonal na temperatura aumenta com a distância a partir do Equador, especialmente no Hemisfério Norte, onde existe menos área de oceano para moderar as mudanças de temperatura.
Teixeira et al., 2001
Distribuição da água na Terra
Elementos do ambiente físico
ar atmosfera vapor d’água luz temperatura pressão hidrosfera água doce água salgada água salobra litosfera
solo minerais de rocha
elementos compostos
orgânicos inorgânicos
Ecossistemas aquáticos (hidrosfera)
Água doce
Lêntico (águas paradas)
Lótico (água corrente)
Alagados
Água salgada
Oceanos
Água salobra
Estuários
Lagos e tanques
Lagos naturais: formados pelo represamento natural das águas de um córrego. Lagos artificiais: modificados pelo homem: Represas Tanques Reservatórios Açúdes CETESB, 2003Rios e riachos
Comparação com lagos: correntes: fator limitante e de
controle
ecossistema mais aberto: maior interação terra x água tensão de oxigênio alta e
uniforme
não há estratificação térmica ou química
Teixeira et al., 2001
Elementos do ambiente físico
ar atmosfera vapor d’água luz temperatura pressão hidrosfera água doce água salgada água salobra litosferasolo minerais de rocha
elementos compostos orgânicos inorgânicos Teixeira et al., 2001
Água na litosfera
Água do solo
θ θθ θ(cm3/cm3) Z θ θθ θcc θθθsatθ θ θθ θpmp Zr 0 0 Água gravitacional Água residualCapacidade de Água Disponível (CAD)
CAPACIDADE DE ÁGUA DISPONÍVEL (CAD)
representa o máximo de água disponível que determinado tipo de solo pode reter em função de suas características físico-hídricas.
Sentelhas, 2005
Ponto de murcha permanente (PMP)
Umidade do solo na qual as plantas não mais conseguem manter suas folhas túrgidas.
PMP ocorre a uma pressão aproximada de 15 atm.
Capacidade de campo (CC)
umidade próxima ao nível de saturação do solo;
teoricamente significa a umidade que um dado solo sustenta sob a ação da gravidade
ocorre após cessada a chuva e o excesso de água ter sido drenado por gravidade.
Os níveis de CC e PMP variam de acordo com o solo ?
Água do solo
Água do solo
Água gravitacional
água drenada antes que a CC seja atingida. estoque de água em poros
grandes, em processo de percolação.
Água não disponível:
Umidade higroscópica; Constituída de filmes finos
em torno de partículas de solo abaixo do PMP. Não está disponível para as
plantas. Brady, 1989; Vianei, 2002 areia areia fina arenoso barrento areia fina barrento barrolimo barro argila barro leve argila barro argila barro pesado argila CC CAD PMP ÁGUA GRAVIT ACION AL ÁGUA N ÃO DIS PONÍVEL SATURAÇÃO AR SECO D is tr ib u iç ã o r e la ti v a d e u m id a d e Brady, 1989 textura
Umidade do solo
Conteúdo de água no solo, estimada pela secagem em estufa e pesagem.
Pode ser calculada em relação ao volume, ou em relação ao peso. Em volume: Em peso
V
V
w v=
θ
s w wW
W
=
θ
Ww é o peso da água Ws é o peso do solo Vw é o volume da água V é o volume do soloElementos do ambiente físico
ar atmosfera vapor d’água luz temperatura pressão hidrosfera água doce água salgada água salobra litosfera
solo minerais de rocha
elementos compostos
orgânicos inorgânicos
Água na atmosfera
Umidade do ar:
Vapor d´água constituinte variável do ar atmosférico (0-4%)
Temperatura
• Fator determinante
• Influencia a capacidade de contenção do vapor d´água
Vapor d´água
• Originado do solo
• Diminui a medida que se afasta da superfície
• Elemento de troca energética da atmosfera
•Movimentação
•Armazenamento
• Condicionante dos processos de troca entre as plantas e a atmosfera (evapotranspiração)
Ometto, 1981
Pressão de saturação de vapor (es) é a pressão parcial de vapor
d'água na condição de saturação. É uma função da temperatura, dada por:
+ × = t t es 3 . 237 27 . 17 exp 11 . 6 Em que esé em mbar e t em oC 0 1 2 3 4 5 6 7 8 0 10 20 30 40 50 Temperatura (oC) P re s s ã o d e s a tu ra ç ã o d e v a p o r, e s ( K P a )
Conceitos
Vianei Soares, 2002Conceitos
PressãoExercida por gases devido à energia cinética de suas moléculas
Pressão parcial:
Exercida pelo vapor d´água no ar atmosférico, denominada de pressão de vapor (e)
• e = % em volume de vapor x pressão total (em atm)
Pressão de saturação de vapor (es)
Pressão parcial exercida pelo vapor d´água quando o ar se encontra no ponto de saturação
É expressa em bars (b) ou milibars (mb):
1 b = 1000 mb = 0,987 atm (pressão atmosférica ao nível do mar)
1 b = 105N/m2= 105Pa = 0,1 MPa
Umidade específica (q)
Quantidade de vapor d´água existente em uma massa de ar. Massa de vapor d´água por unidade de massa de ar
p
e
Kg
g
q
(
/
)
=
622
Soares, 2007Onde: q = umidade específica em grama de vapor d´água por Kg de ar úmido
e = pressão parcial de vapor (mbar) p = pressão atmosférica (mbar)
ma
mv
mv
q
+
=
Umidade de saturação (US)
Expressa a massa de vapor d´água em condições de saturação, por volume de ar
Soares, 2007
Onde: U.S. = umidade de saturação (g / m3)
es = pressão parcial de vapor na condição de saturação (mbar) T = temperatura do ar
T
es
S
U
+
=
273
.
288
.
.
Convergência intertropical
Definição: Região na qual as correntes de ar dos subtrópicos norte e sul se encontram, perto do Equador, e iniciam a subida sob o aquecimento do Sol.
Característica: o ar quente e úmido se resfria, condensando a umidade e formando nuvens e causando precipitação.
Regiões tropicais chuvosas
O ar resfriado (mais denso) que desce na região subtropical forma o cinturão subtropical de alta pressão.
Desertos
Ricklefs, 2003
Umidade relativa (UR)
Relação entre o teor de vapor d´água que o ar contem e o teor máximo que poderia conter, à temperatura ambiente
Obtenção pela pressão de vapor d´água:
Umidade relativa do ar é razão entre a pressão de vapor e a pressão de saturação
Obtenção pela umidade de saturação
100
(%)
=
⋅
se
e
UR
100
.
.
.
.
(%)
=
⋅
S
U
A
U
UR
Onde:e = pressão parcial do vapor d´água es = pressão de saturação do vapor d´água
Onde:
U.A. = Umidade atual do ar U.S. = Umidade de saturação do ar
Déficit de pressão de vapor
Déficit de pressão de vapor é a diferença (es- e)
em mb (ou KPa) Ponto de orvalho
é a temperatura na qual o ar em processo de resfriamento se satura.
Resfriamento adicional resulta em condensação provocando orvalho.
Soares, 2007
Água precipitável
Quantidade total de vapord´água existente na atmosfera. Quantidade potencial de chuva,
caso todo o vapor d´água fosse precipitado
∫
=
∆
0
,
01
p1 pUEdp
x
P
Onde: ∆P = água precipitável (mm) UE = umidade específica P1 e P – pressão atmosférica (mbar)
Ciclos Biogeoquímicos
O transporte de matéria nos ecossistemas reside na
existência de circuitos nos quais os diversos
elementos são
constantemente reciclados
. Os seres
vivos têm necessidade de mais de 40 elementos
para fazer a síntese de seu protoplasma.
CICLO
Matéria
Rickefs, 2003
Ciclo dos elementos nos ecossistemas
Ciclo hidrológico
Ciclo hidrológico
Precipitação:condensação de gotículas a partir de vapor d’água, dando origem as chuvas, neve ou granizo
Evaporação é a transformação da água no seu estado líquido para o estado gasoso à medida que se desloca da superfície para a atmosfera. Transpiração é a forma como a água existente nos organismos passa para a
atmosfera.
Evapotranspiração (evaporação e transpiração):
evaporação direta é causada pela radiação solar e vento e a transpiração pela atividade biológica dos organismos
Interceptação:
água fica retida nos caules e folhas sofrendo evaporação posteriormente (regiões florestadas)
Infiltração:
água das chuvas penetra o solo Escoamento superficial:
água escoa pela superfície do solo, convergindo para córregos e rios Precipitação:
condensação de gotículas a partir de vapor d’água, dando origem as chuvas, neve ou granizo
Evaporaçãoé a transformação da água no seu estado líquido para o estado gasoso à medida que se desloca da superfície para a atmosfera. Transpiraçãoé a forma como a água existente nos organismos passa para a
atmosfera.
Evapotranspiração(evaporação e transpiração):
evaporação direta é causada pela radiação solar e vento e a transpiração pela atividade biológica dos organismos
Interceptação:
água fica retida nos caules e folhas sofrendo evaporação posteriormente (regiões florestadas)
Infiltração:
água das chuvas penetra o solo
Escoamento superficial:
água escoa pela superfície do solo, convergindo para córregos e rios
Teixeira et al., 2001
Ciclo hidrológico
Rickefs, 2003 Valores em Tt (teratoneladas)
Fluxos anuais
Balanço global da água
Balanço global - Brasil
Balanço hídrico
O ciclo hidrológico pode ser representado pela chamada Equação do Balanço Hídrico, que em geral está associada a uma bacia hidrográfica. Essa equação é dada por:
P – EVT – Q = ∆R onde:
P – total precipitado sobre a bacia em forma de chuva, neve, etc., expressa em mm;
EVT – peradas por evapotranspiração, expressa em mm; Q – escoamento superficial que sai da bacia. É normalmente
dado em vazão média ao longo do intervalo (por exemplo m3/s ao
longo do ano);
∆R – variação de todos os armazenamentos, superficiais e subterrâneo. É expresso em m3ou em mm. Teixeira et al., 2001
Balanço hídrico
P - E - Q (±∆S) = 0 onde: P = precipitação total sobre a bacia E = evapotranspiração Q = volume escoado pela bacia ∆S = variação devido ao armazenamento no interior da baciaBalanço hídrico - componentes
Lima, 1996 Bebedouro, SP 0 5 10 15 20 25 30
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
T e m p e ra tu ra m é d ia ( oC ) 0 50 100 150 200 250 300 350 C h u v a ( m m /m ê s ) Chuva Tmed Itabaianinha, SE 0 5 10 15 20 25 30
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
T e m p e ra tu ra m é d ia ( oC ) 0 50 100 150 200 250 300 350 C h u v a ( m m /m ê s ) Chuva Tmed Taquarí, RS 0 5 10 15 20 25 30
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
T e m p e ra tu ra m é d ia ( oC ) 0 50 100 150 200 250 300 350 C h u v a ( m m /m ê s ) Chuva Tmed Uberaba, MG 0 5 10 15 20 25 30
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
T e m p e ra tu ra m é d ia ( oC ) 0 50 100 150 200 250 300 350 C h u v a ( m m /m ê s ) Chuva Tmed Sentelhas/Angelocci Bebedouro, SP -200 -150 -100 -50 0 50 100 150 200
Jan Fev Mar Abr Mai JunJulAgo SetOut Nov Dez
D e f (m m ) E x c ( m m ) Exc = 327mm Def = 198mm Lat.: 20o50'S Long.: 48o30'W Alt.: 567m Itabaianinha, SE -200 -150 -100 -50 0 50 100 150 200
Jan Fev Mar Abr Mai JunJulAgo SetOut Nov Dez
D e f (m m ) E x c ( m m ) Exc = 123mm Def = 291mm Lat.: 11o 07'S Long.: 37o49'W Alt.: 223m Sentelhas/Angelocci
Balanço hídrico
Caracterização regional da disponibilidade hídricaExtrato do Balanço Hídrico Mensal
-200 -100 0 100 200 300 400
JanFevM arAbrMaiJunJulAgoSetOutNovDez
m
m
DEF(-1)EXC
Extrato do Balanço Hídrico Mensal
-180 -160 -140 -120 -100 -80 -60 -40 -20 0 20 40
JanFevM arAbrMaiJunJulAgoSetOutNovDez
m
m
DEF(-1)EXC Extrato do Balanço Hídrico Mensal
-100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80 100
JanFevMarAbrMaiJunJulAgoSetOutNovDez
m
m
DEF(-1)EXC
Extrato do Balanço Hídrico Mensal
-100 -50 0 50 100 150 200 250 300 350
JanFevMarAbrMaiJunJulAgoSetOutNovDez
m
m
DEF(-1)EXC
Extrato do Balanço Hídrico Mensal
-50 0 50 100 150 200
JanFevMarAbrMaiJunJulAgoSetOutNovDez
m
m
DEF(-1)EXC Extrato do Balanço Hídrico Mensal
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180
JanFevMarAbrMaiJunJulAgoSetOutNovDez
m
m
DEF(-1)EXC
Extrato do Balanço Hídrico Mensal
-150 -100 -50 0 50 100 150 200
JanFevMarAbrMaiJunJulAgoSe tOutNovDe z
m
m
DEF(-1)EXC
Sentelhas/Angelocci
Questão
Num ecossistema hipotético de 1m2, a energia que chega do sol é de 208 Watt / m2. seg.
Sabendo-se que: eficiência fotossintética é de 1,2% 1 Watt = 1 joule/seg 1 caloria = 4,18 joules
1 caloria eleva a temperatura de 1cm3de água em 1 grau Celsius temperatura inicial da água = 25 graus Celsius temperatura de evaporação da água = 100 graus Celsius Calor latente de vaporização: 540 cal/g
Calcule:
a produtividade primária bruta do ecossistema (em calorias/seg). a perda de energia para o ambiente (em calorias/seg)
Se neste ecossistema (em 10 minutos) houve uma precipitação de 1cm, calcule a quantidade de água evaporada se a energia perdida fosse utilizada totalmente para este processo.