• Nenhum resultado encontrado

ESTRESSE DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA (UTI)

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "ESTRESSE DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA (UTI)"

Copied!
10
0
0

Texto

(1)

ESTRESSE DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA (UTI)

CABRAL, João Victor Batista 1 NEVES, Simone Carvalho 2 OLIVEIRA, Fábio Henrique Portella Corrêa de 3 RESUMO

A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é o ambiente destinado à assistência especializada a indivíduos em situações graves que necessitam de cuidados permanentes. É considerada por muitos, como um dos locais mais ofensivos e traumatizantes, tanto para pacientes quanto para profissionais. O ruído constante, situações de emergência, lidar com o sofrimento e a morte, conflitos interpessoais, dentre outros, são fatores contribuintes a esta estereotipagem. Este trabalho objetivou avaliar a ocorrência do estresse nos profissionais de enfermagem em UTI Trata-se de uma revisão integrativa exploratória descritiva, com busca realizada por meio da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), nas bases de dados da Literatura Latino – Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LIACS) e da Base de Dados de Enfermagem (BDENF). Foram utilizados artigos científicos, na íntegra on-line, que continham o tema descrito, publicados em língua portuguesa, de 2010 a 2015. Verificou-se que a ocorrência do estresse no enfermeiro e na sua equipe na UTI é um tema complexo, presente no seu cotidiano, entretanto, passível de modificação. O enfermeiro, como agente de cuidados críticos, líder e referência da equipe, necessita encontrar-se equilibrado psicologicamente para que o trabalho por ele orquestrado seja efetivo, adequado e isento de iatrogenias.

Palavras-chave: Enfermagem; Estresse; Fatores de Risco; Cuidado; Unidade de Terapia Intensiva.

ABSTRACT

The Intensive Care Unit (ICU) is the environment for specialized care for individuals in severe situations who need permanent care. It is considered by many as one of the most offensive and traumatizing places for both patients and professionals. Constant noise, emergency situations, dealing with suffering and death, interpersonal conflicts, among others, are contributing factors to this stereotyping. This study

1 Especialista em Terapia Intensiva pela Faculdade Redentor-RJ, Mestrando em Ciências da Saúde

pela FCM/UPE e Professor do Curso de Enfermagem das Faculdades Integradas da Vitória de Santo Antão – FAINTVISA-PE. E-mail: jvbcabral@gmail.com.

2 Especialista em Terapia Intensiva pela Faculdade Redentor-RJ. E-mail: synoenf@gmail.com.

3 Mestre em Biotecnologia de Produtos Bioativos pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE e

Professor do Curso de Farmácia da Faculdade Escritor Osman Lins – FACOL-PE. E-mail:

(2)

aimed to evaluate the occurrence of stress in nursing professionals in the ICU. It is an exploratory descriptive exploratory review, with a search carried out through the Virtual Health Library (VHL), in the databases of Latin American and Caribbean Literature In Health Sciences (LIACS) and in the Nursing Database (BDENF). It was verified that the occurrence of stress in the nurse and in his / her team in the ICU is a complex subject, present in the Its daily life, however, susceptible of modification. The nurse, as a critical care agent, team leader and reference, needs to be psychologically balanced so that the work he or she performs is effective, adequate, and free of iatrogenies.

Keywords: Care; Intensive Care Unit; Nursing; Risk Factors; Stress.

INTRODUÇÃO

A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é o ambiente destinado à assistência especializada a indivíduos em situações graves que necessitam de cuidados permanentes. Ambiente com dinâmica complexa, no qual a concentração de recursos humanos e tecnológicos são necessários para o monitoramento contínuo, como também, para intervenções em situações de emergência. É considerada por muitos, como um dos locais mais ofensivos e traumatizantes, tanto para pacientes quanto para profissionais. O ruído constante, situações de emergência, lidar com o sofrimento e a morte, conflitos interpessoais, dentre outros, são fatores contribuintes a esta estereotipagem (MOURA et al., 2011).

A UTI é um local de possibilidade de vida, entretanto, o risco de morte é uma constante. Neste ambiente de ambiguidades, os conflitos são presentes e devem ser sempre resolvidos. Há necessidade de aptidão para se conviver entre vida, morte, fragilidade, onipotência e impotência. Diante desses fatores, a equipe precisa de preparo e cuidado para que não se desestruture em sua metodologia e estímulo de trabalho (RODRIGUES, 2012).

A terapia intensiva é constituída por um conjunto de elementos funcionalmente agrupados destinados ao atendimento de pacientes graves, que exijam assistência à saúde ininterrupta, além de equipamentos e recursos humanos especializados para assistir o paciente continuamente, utilizando tecnologias precisas e avançadas destinadas à observação contínua, a fim de sustentar decisões e intervenções em situações de descompensação (MACHADO et al., 2012).

(3)

Na UTI, a rotina de situações emergenciais e a concentração de pacientes críticos com alterações súbitas no estado de saúde torna este local de trabalho estressante e agressivo, gerando, muitas vezes, um ambiente emocionalmente comprometido para a equipe multiprofissional e, principalmente, para a equipe de enfermagem que possui uma rotina diária de pronto atendimento, responsabilização por pacientes graves e mortes frequentes (RODRIGUES, 2012).

A assistência em terapia intensiva é considerada como uma das mais complexas do sistema de saúde, demandando o uso inevitável de tecnologias avançadas e principalmente, exigindo pessoal capacitado para tomada de decisões rápidas e adoção de condutas imediatas organizadas, a partir do modelo clínico e curativo, em que as intervenções de enfermagem dependem ou complementam alguns procedimentos médicos, aliados à tecnologia indicada no tratamento dos pacientes (MONTEIRO-JÚNIOR, 2010).

A responsabilidade e complexidade do cuidado a um paciente de UTI requerem do enfermeiro conhecimento técnico-científico, principalmente, em relação à manipulação de drogas vasoativas, sedativas e antimicrobianas, realizadas comumente em alta escala e em infusões contínuas, além do gerenciamento da equipe e da dinâmica da própria UTI.

Em decorrência de tais complexidades, da estrutura física, do barulho constante, de equipamentos de alta tecnologia, da movimentação intensa, do sofrimento dos pacientes, dentre outros fatores, a UTI torna-se potencialmente propícia à ocorrência do estresse (RODRIGUES, 2012).

A palavra estresse tem sido muito utilizada nos tempos atuais associada a sensações de desconforto. A cada dia, o número de pessoas que se definem como estressadas ou julgam outros indivíduos como tal, está em ascensão. O trabalho parece ser um importante fator gerador de estresse, uma vez que o mercado está cada vez mais exigente e o homem como um ser produtivo passa, em geral, a maior parte de sua vida no ambiente de trabalho em busca de uma renda mais acessível e aprimoramento profissional (SOUZA et al., 2012).

Os profissionais de enfermagem que atuam na UTI e se submetem à carga horária excessiva de trabalho, apresentam níveis elevados de estresse psicológico, o que resulta em diminuição da sua capacidade de atuação e possibilidade de eventos adversos. O estresse ocorre quando há modificação ameaçadora, lesiva ou

(4)

tensa no ambiente, desencadeando um desequilíbrio no indivíduo, que se sente ou torna-se incapaz de realizar tarefas sob esta situação (MACHADO, 2012).

Os fatores estressores são variáveis e o que gera estresse em um indivíduo pode não gerar em outro. Estes podem ser distinguidos como físicos (agentes químicos, frio e calor), fisiológicos (fadiga, dor) ou psicossociais (medo de perder, falhar ou errar) (RODRIGUES, 2012).

Para Monteiro (2012), estudos apontam como fatores relacionados ao sofrimento psíquico no trabalho em UTI, algumas situações, como: o rígido controle do tempo, com trabalho corrido e estado constante de alerta; organização setorial, com muitos equipamentos e pouco espaço; falta de materiais, equipamentos e de pessoal; excesso de ruídos; conflitos interpessoais; a própria criticidade dos pacientes e o sofrimento moral dos trabalhadores ao lidar com pacientes terminais.

Dentro desse contexto, num cenário de capitalismo e também de instabilidades financeiras, o sentimento de “medo de desemprego” faz com que as pessoas se submetam a regimes de trabalho excessivos, com baixa remuneração e risco iminente à vida (MACHADO, 2012).

Este trabalho objetivou avaliar a ocorrência do estresse nos profissionais de enfermagem em UTI, por meio da análise dos fatores desencadeadores, de manutenção e potencialização dos seus sintomas, assim como os aspectos de que evidenciam sua ocorrência.

- Metodologia

O estudo fundamentou-se na revisão integrativa exploratória descritiva, composta por seis etapas: seleção de questões para a revisão; seleção dos estudos que irão constituir a amostra da revisão; definição das características primárias que compõem a amostra da revisão; análise dos achados dos artigos; interpretação dos resultados; e relato da revisão, proporcionando exame crítico dos achados (MENDES et al., 2008; SOUZA et al., 2011).

Para realização da busca dos artigos, o delineamento deste estudo guiou-se pela seguinte pergunta condutora: “Qual a ocorrência e como o estresse se apresenta em profissionais de enfermagem em UTI?”.

A coleta de dados foi realizada a partir de fontes secundárias, por meio de levantamento e análise bibliográfica de publicações realizadas entre os anos de 2010 a 2015, através de busca pelas palavras-chave na Biblioteca Virtual em Saúde

(5)

- BVS por meio das fontes de dados Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde – LILACS e Base de Dados da Enfermagem – BDENF, associados ao repositório Scientific Electronic Library Online – SciELO. Consultando-se os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS/MeSH), foram selecionadas as palavras-chave “Enfermagem”, “Estresse”, “Fatores de Risco”, “Cuidado” e “Unidade de Terapia Intensiva”, combinando-os com a utilização do operador booleano “and”.

Os critérios de inclusão definidos para a seleção foram: artigos publicados em língua portuguesa, disponíveis on-line de forma gratuita, com texto completo, que retratassem a temática referente ao estresse dos profissionais de enfermagem em UTI, artigos publicados e indexados nos referidos bancos de dados no período já mencionado. Excluíram-se artigos de opinião e editoriais ou não conformes com os critérios de inclusão.

A coleta dos dados guiou-se pelos critérios acima estabelecidos e pela leitura crítica dos resumos de cada artigo e posterior leitura na íntegra, caso o mesmo fosse coeso com a temática proposta. Ressalta-se que alguns artigos da amostra se apresentaram essenciais à construção bibliográfica, sendo também utilizados no decorrer do texto.

Para a expressão dos dados dos artigos, foi elaborado um quadro comparativo que contém os seguintes itens: ano de publicação, base de dados/periódico de publicação, formação dos autores, título do artigo, tipo de estudo e evidências.

Foram encontrados 15 artigos, destes cinco foram selecionados como amostra final e discussão e os demais, como fomento para discussão da amostra e construção teórica do trabalho.

1. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A amostra desta revisão foi constituída por cinco artigos científicos, selecionados pelos critérios de inclusão previamente estabelecidos. De acordo com a distribuição das produções por ano não foram encontradas publicações nos anos de 2010, 2014 e 2015. Das publicações, três são provenientes do LILACS e duas da BDENF sendo todos os periódicos da área de Enfermagem.

No que se refere aos autores, verificou-se que 14 são enfermeiros e três acadêmicos do Curso de Enfermagem. Dentre os artigos, três relatam experiências

(6)

de pesquisa de campo, enquanto dois artigos foram do tipo revisão, conforme pode ser visto no Quadro 1.

Quadro 1 - Artigos selecionados nas Bases de Dados LILACS e BDENF que compõe a amostra.

Ano Base de Dados/ Periódico

Formação

dos Autores Título Tipo de Estudo Evidências

2011 LILACS / Revista

Rene Fortaleza 5 Enfermeiros

A Vivência do Enfermeiro em Terapia Intensiva: Estudo

Fenomenológico Pesquisa Descritiva / Exploratória / Qualitativa Vivência do Enfermeiro no Processo do Cuidar em UTI 2012 LILACS/ Revista Gaúcha de Enfermagem 6 Enfermeiros

Estresse Ocupacional: Avaliação de Enfermeiros Intensivistas que

Atuam no Período Noturno

Pesquisa Descritiva Transversal Evidenciou o Nível de Estresse de Enfermeiros do Período Noturno 2012 BDENF/ Revista de Pesquisa: Cuidado é Fundamental Online 3 Enfermeiros e 2 Acadêmicos de Enfermagem O Estresse de Enfermeiros Atuantes no Cuidado do Adulto na

Unidade de Terapia Intensiva

Revisão Sistemática Fatores Estressantes Prejudiciais à Saúde dos Enfermeiros e as Medidas de Prevenção

2012 Revista Mineira BDENF / de Enfermagem

1 Acadêmico de Enfermagem

Fatores Estressores para a Equipe de Enfermagem da Unidade de

Terapia Intensiva

Revisão Sistemática

Fatores que Geram Estresse à Enfermagem na UTI 2013 LILACS / Acta Paulista de Enfermagem 5 Enfermeiros

Estresse dos Profissionais Enfermeiros que Atuam na Unidade de Terapia Intensiva

Pesquisa Descritiva/ Exploratória O Desempenho das Atividades leva a um Maior Índice de Estresse.

Fonte: Elaborado pelos Autores (2016)

A discussão dos resultados está categorizada de acordo com a evolução teórica apresentada pela amostra, de modo a permitir uma construção ideológica da questão “estresse nos profissionais de enfermagem” nas Unidades de Terapia Intensiva.

1.1. O Papel do Enfermeiro na Unidade de Terapia Intensiva: da Assistência à Gerência

Segundo Monte et al. (2013), o profissional enfermeiro precisa compreender as diversas situações que surgem diante de um internamento na UTI, não se detendo somente à cura ou cuidados paliativos do paciente, sem considerar que existem várias outras questões inerentes a esta pessoa que sofre com a situação.

O enfermeiro é um profissional com condições estressantes e desgastantes na UTI, tanto pela carga de trabalho como pela especificidade das tarefas. Nessa rotina, assistencial e gerencial, destaca-se a presença de óbitos, frequentes

(7)

situações de emergência, controle de materiais e equipamentos, realização de atividades com tempo mínimo disponível, falta de pessoal e material, ruído e atendimento as necessidades dos familiares.

É de extrema importância para os enfermeiros saber destacar quais itens são desencadeadores do estresse, para que assim, possam reverter as situações consideradas negativas, refletir sobre como está sendo desempenhado o trabalho através de dinâmicas, com o intuito de buscar as causas e procurar soluções para possíveis agentes estressores.

1.2. Fatores Estressores à Enfermagem em Unidade de Terapia Intensiva

A sobrecarga de trabalho é um dos principais fatores associados ao estresse em UTI de acordo com Versa et al., (2012), em estudo realizado com enfermeiros intensivistas atuantes no período noturno em UTI’s adulto, pediátrica e neonatal de cinco instituições hospitalares da região oeste do Paraná. Destas, quatro são privadas e uma é pública, sendo visto que no que se refere ao profissional enfermeiro, ressalta-se que este desempenha muitas atividades com alto grau de dificuldade e responsabilidade, as quais consistem em fatores psicossociais, que condicionam à presença do estresse no trabalho que quando associado ao ritmo acelerado, às jornadas excessivas e ao trabalho em turno, podem resultar em estresse ocupacional.

O número reduzido de funcionários e de material, sobrecarga de tarefas, pouca experiência profissional, grande quantidade de dias trabalhados sem folga e a falta de assiduidade e pontualidade dos profissionais exigem que estes realizem inúmeras tarefas, que deveriam ser divididas com outros membros da equipe, implicando o aumento das exigências físicas e/ou mentais, influenciando diretamente e negativamente, na qualidade do cuidado (MONGE et al., 2013).

Segundo Machado (2012), fatores estressores são fontes de preocupação para empregadores devido ao absenteísmo dos profissionais, onde as principais causas para isso são a indisposição (ou doença que afasta das atividades) e a fadiga relacionada à sobrecarga de trabalho. Dentro deste contexto, reflexo de um capitalismo contemporâneo desenfreado, o sentimento de “medo do desemprego”, faz com que as pessoas se submetam a regimes de trabalho excessivos, com baixa remuneração e risco iminente à vida.

(8)

1.3. Estímulos Profissionais e Valorização do Trabalhador

Em relação ao ambiente, Souza et al., (2012) referem-se à estimulação pessoal, através da realização de confraternizações periódicas como festa para aniversariante do mês, para modificar a rotina e fazer uma integração entre a equipe de saúde. Outras atividades para melhoria da assistência, como realização de ginástica laboral, antes da jornada de trabalho, para que seja proporcionado um relaxamento e momentos de reflexão que minimizaram o estresse, devem ser estimuladas.

A satisfação no trabalho tem se tornado um conceito importante. Schmidt et al., (2013), estudando a qualidade de vida no trabalho relata que é importante a mensuração da satisfação profissional e a associação da mesma, com melhor qualidade de vida, menor índice de estresse ocupacional, ansiedade e depressão, com senso de coerência e menor prevalência de doenças para as escolhas de bem-estar e percepção do que pode ser feito, para atender expectativas de gestores e trabalhadores.

1.4. Perspectivas e Melhorias

A saúde mental do trabalhador de enfermagem é fundamental para eficácia do seu trabalho (MACHADO et al., 2011). Reportando a Política Pública de Humanização do Ministério da Saúde, ressalta-se que para que o trabalho em saúde e o cuidado prestado aos clientes sejam adequados, são necessários ambientes, recursos e condições dignas de trabalho, possibilitando, desta maneira, que os profissionais de enfermagem, desenvolvam com qualidade as suas atividades laborais sem comprometer a sua própria saúde.

Segundo Peres et al., (2011), o desenvolvimento de uma intervenção baseada em grupos de encontros com profissionais de enfermagem da UTI foi oportuno, tendo em vista que os mesmos estimulam a expressividade emocional de seus participantes mediante a troca de experiências. São capazes de desencadear mudanças de comportamento, valores e atitudes, e na medida em que, podem auxiliar seus participantes a vislumbrar novas possibilidades de se relacionarem entre si, contribuindo para a convivência de profissionais de enfermagem no contexto do trabalho.

Para minimizar ou eliminar os riscos nos locais de trabalho, Monteiro-Júnior (2010), refere que se faz necessário que gestores e trabalhadores tenham

(9)

conhecimento sobre os fatores de risco no trabalho, para poderem realizar o seu controle. E, a partir daí, elaborar programa de promoção ou proteção à saúde dos trabalhadores, objetivando proporcionar motivação para realização de suas atividades profissionais, viabilizando uma melhor assistência ao paciente.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Verificou-se que a ocorrência do estresse no enfermeiro e na sua equipe na UTI é um tema complexo, presente no seu cotidiano, entretanto, passível de modificação. A utilização das tecnologias, a necessidade de agilidade e precisão nas ações e tomadas de decisão tornam-se características indispensáveis ao profissional intensivista. Todavia, fica entendido que o cuidar envolve não só o paciente, não é apenas uma execução, e sim, um ato conjugado e harmonioso, entre o profissional, o indivíduo e o seu ambiente de trabalho.

Ressalta-se que, embora o desgaste profissional ainda não passou a ser visto com sua devida importância, tal fato deve ser avaliado como impactante à prática da assistência humanizada. O enfermeiro, como agente de cuidados críticos, líder e referência da equipe, necessita encontrar-se equilibrado psicologicamente para que o trabalho por ele orquestrado seja efetivo, adequado e isento de iatrogenias.

A UTI, reconhecidamente como essencial na recuperação de vidas, tem na enfermagem o alicerce e os pilares de sustentação do cuidado integral e ininterrupto. Entretanto, a sobrecarga de trabalho, a desvalorização salarial e falta de reconhecimento, fragilizam esta estrutura, uma vez que, o estresse, distancia o profissional de suas práticas preventivas, holísticas e integradoras intrínsecas ao enfermeiro e à equipe de enfermagem intensivista.

REFERÊNCIAS

MACHADO, D. A. et al. O Esgotamento dos Profissionais de Enfermagem: Uma Revisão Integrativa sobre a Síndrome de Burnout em UTI. Revista de Pesquisa: Cuidado é Fundamental, v.4, n.4, p. 2765-75, 2012.

MENDES, K. D. S. et al. Revisão integrativa: métodos de pesquisa para incorporação de evidências na saúde e na enfermagem. Texto & contexto Enfermagem, v.17, n.4, p.758-64, 2008.

(10)

MONGE, F. J. C. et al. Avaliação da carga de trabalho de enfermagem em três grupos de pacientes em uma UTI usando o Nursing Activities Score. Revista da Escola de Enfermagem da USP. São Paulo: USP v.47, n.2, 2013.

MONTE, P. F. et al. Estresse dos Profissionais Enfermeiros que Atuam na Unidade de Terapia Intensiva. Acta Paulista de Enfermagem, v.26, n.5, p. 421-7, 2013.

MONTEIRO, J. K. Sofrimento Psíquico de Trabalhadores de Unidade de Terapia Intensiva.Revista Psicologia: Organizações e Trabalho, v.12, n.2, p. 245-250, 2012. MONTEIRO JUNIOR, A. T. Riscos Ocupacionais e Problemas de Saúde Associados às Condições de Trabalho de Enfermagem em Unidades Intensivas Hospitalares. 2010. (Dissertação de Mestrado em Enfermagem) Rio de Janeiro: UFRJ, 2010.

MOURA, K. S. et al. A Vivência do Enfermeiro em Terapia Intensiva. Estudo Fenomenológico. Revista Rene, v.12, n.2, p. 316-23, 2011.

NASCIMENTO, K. C. A Estrutura Representacional do Cuidado Intensivo para Profissionais de Unidade de Terapia Intensiva Móvel. Revista da Escola de Enfermagem da USP. São Paulo: USP, v.47, n.1, p. 176-84, 2013.

PERES, R. S. Compartilhar para Conviver: Relato de uma Intervenção Baseada em Grupos de Encontro para Abordagem de Estressores Ocupacionais. Revista SPAGESP, v.12, n.1, p. 14-21, 2011.

RODRIGUES, T. D. F. Fatores Estressores para a Equipe de Enfermagem da Unidade de Terapia Intensiva. Revista Mineira de Enfermagem, v.16, n.3, p.454 – 462, 2012.

SCHMIDT, D. R. C. Qualidade de Vida no Trabalho e Burnou tem Trabalhadores de Enfermagem de Unidade de Terapia Intensiva. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 1, n.66, p.13-7, 2013.

SOUZA, M. T. et al. Revisão integrativa: O que é e como fazer? Einstein, v.80, n.1, p.102-6, 2010.

SOUZA, S. S. Situações de Estresse Vivenciadas pela Equipe de Enfermagem no Cuidado ao Potencial Doador de Órgãos.Revista de Pesquisa: Cuidado é Fundamental, v.5, n.3, p.42-52, 2013.

SOUZA, V. R. et al. Estresse dos Enfermeiros Atuantes no Cuidado do Adulto na Unidade de Terapia Intensiva.Revista de Pesquisa: Cuidado é Fundamental,

Edição Suplementar, p. 25-28, 2012.

VERSA, G. L. G. S. et al. Estresse Ocupacional: Avaliação de Enfermeiros Intensivistas que Atuam no Período Noturno. Revista Gaúcha de Enfermagem,

v.33, n.2, p. 78-85, 2012.

Submetido em: 30/06/2016 Aceito em: 14/07/2016

Referências

Documentos relacionados

anti-Candida potential and toxicity results, showed in our study, there may be a large margin of safety for the therapeutic use of this extract, especially in relation to

Nessa situação temos claramente a relação de tecnovívio apresentado por Dubatti (2012) operando, visto que nessa experiência ambos os atores tra- çam um diálogo que não se dá

Conclui-se que a Terapia Ocupacional poderia contribuir no esclarecimento de questões como: aspectos gerais sobre as pessoas com síndrome de Down; atraso no

Foram consideradas ainda, algumas características a fim de verificar a existência de fatores explicativos para a variação do nível de evidenciação das

No Brasil, a partir da segunda metade da década de oitenta do século XX, notadamente com a Constituição de 1988, como muito bem apontado por Draibe 1998 e outros autores, as

Há ainda o caso de Maria Jovina de Pancada (Lino de Zezé) que, embora também tenha praticado ADULTÉRIO, não foi morta pelo seu companheiro – foi deixada com

J ) Saída de Torreões para Juiz de Fora via Estrada da Lagoa.. C ) Extensão até Fazenda do Nandi/Adelson +2680