• Nenhum resultado encontrado

Sebenta de Enfermagem Médico-Cirúrgica e de Reabilitação

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Sebenta de Enfermagem Médico-Cirúrgica e de Reabilitação"

Copied!
311
0
0

Texto

(1)

Escola Superior de Enfermagem de Coimbra

ENFERMAGEM

MÉDICO-CIRÚRGICA

E DE REABILITAÇÃO

(2)

ÍNDICE

1.

A Pessoa e a transição saúde/doença

2.

A Pessoa e a doença Oncológica

3.

Bloco Operatório

4.

Tratamento de feridas

5.

Reabilitação

6.

A Pessoa e a doença Respiratória

7.

Cancro do Pulmão

8.

Doente com alterações da função Respiratória

9.

Exames complementares de diagnóstico - D. Respiratória

10.

Aspiração de Secreções, Oxigenoterapia, Humidificação

11.

Acidentes Vasculares Cerebrais

12.

Parkinson

13.

Esclerose Múltipla

14.

Traumatismo Crâneo-Encefálico

15.

Epilepsia

16.

Intervenções à pessoa vítima de Lesão Medular

17.

Avaliação Neurológica de Enfermagem

18.

Exames Complementares de diagnóstico do SN

19.

Posicionar, Movimentar e Transferir Hemiparéticos/plégicos

20.

Posicionar, Movimentar e Transferir Para/tetraplégicos

21.

A Pessoa e a Doença Cardiovascular

22.

A Doença Metabólica: Diabetes

23.

Exercícios Terapêuticos de Mobilidade Articular

24.

Doenças Infeto-contagiosas

25.

Reeducação Funcional da Marcha

26.

Intervenções à Pessoa submetida a Artoplastia coxo-femural

27.

Intervenções à Pessoa submetida a Amputação do MI

28.

Intervenções à Pessoa com Imobilização Gessada

29.

Intervenções à Pessoa com Imobilização por Sistema de Tração

30.

Cuidados à Pessoa com ferida cirúrgica

31.

A Pessoa e a doença gastrointestinal – Cavidade oral e Estômago, Cólon e Reto

32.

A Pessoa com alterações do sistema urinário

(3)

1

A PESSOA E A TRANSIÇÃO SAÚDE / DOENÇA

Saúde é:

“ o estado e, simultaneamente, a representação mental da condição individual, o controlo do sofrimento, o bem-estar físico e o conforto emocional e espiritual. (…) trata-se de um estado subjectivo; portanto, não pode ser tido como uma condição oposta ao conceito de doença”.

A representação mental da condição individual e do bem-estar é:

• variável no tempo (cada pessoa procura o equilíbrio de acordo com os desafios que a situação lhes coloca); • o reflexo de um processo dinâmico e contínuo.

 Toda a pessoa deseja atingir o estado de equilíbrio pelo controlo do sofrimento, pelo bem-estar físico e pelo controlo emocional, espiritual e cultural.

Modelo do contínuo saúde - doença

A saúde e a doença são altamente influenciadas por factores: genéticos, sociais, culturais, económicos e ambientais.

Doença é:

“ um estado em que o funcionamento da pessoa, em termos físicos, emocionais, intelectuais, sociais, de desenvolvimento, ou espirituais, está diminuído ou afectado, quando comparado com uma situação anterior”.

1.1.

Impacto / Ajustamento da Doença na Pessoa, Família e Comunidade

O foco central da enfermagem é facilitar as transições de vida aos clientes, família e comunidades ajudando-os a identificar as mudanças impostas pela situação e a procurar novas possibilidades a partir das experiências disruptivas, facilitando o processo de aprendizagem de novos conhecimentos e o desenvolvimento de competências relacionadas com a experiência vivida.

(4)

2

Transição saúde - doença

Passagem ou movimento, de uma fase da vida, condição ou status, para outro.

Para compreender a experiência do cliente durante a transição, é necessário desocultar as condições pessoais e ambientais que facilitam ou inibem o processo.

Exemplos de transições: saúde-dça, gravidez, nascimento de 1 filho, paternidade, morte, sociais e culturais (desemprego, cuidar de familiar dependente, aprender a cuidar de si próprio se tiver dça).

Modelo das transições de enfermagem

Natureza das Transições Condições de Transição Padrões de resposta (à mudança) Tipo: - Desenvolvimento - Situacional - Sáude/doença - Organizacional Padrões: - Único/múltiplos - Sequências/simultâneas - Relacionadas/ñ relacionadas Propriedades - Consciencialização

- Grau de envolvimento c/ sit. - Mudança

- Tempo de transição - Aconteciementos críticos

(Factores facilitadores ou inibidores)

Pessoais (enf. pode intervir)

- Significado pessoal - Crenças e atitudes - Status sócio-económicos - Conhecimento e capacidades Comunidade Sociedade Indicadores de processo: - Sentir-se envolvido - Interacção - Estar situado - Confiança e coping Indicadores de resultado: - Mestria - Identidade fluida

Terapias de

Enfermagem

(5)

3

1.2.

A doença AGUDA e a doença CRÓNICA

Doença Aguda

é de curta duração e grave;

os sintomas surgem de forma abrupta, são intensos, e muitas vezes reduzem após um período curto; pode afectar o funcionamento do indivíduo em qualquer domínio;

em regra, há recuperação total ou um término abrupto em morte; pode tornar-se crónica.

Doença Crónica

persiste, geralmente, por + de 6 meses; doença não curável;

prevenível e controlável (o controlo depende da adesão ao reg. terapêutico: de comp. de Autocuidado); a pessoa pode oscilar entre o funcionamento óptimo e sérias recaídas na saúde que podem constituir uma ameaça à vida;

é uma designação que abrange doenças prolongadas, muitas vezes associadas a um certo grau de incapacidade;

tem um impacto próprio no indivíduo, família e comunidade;

tem grandes efeitos adversos na qualidade de vida dos indivíduos afectados; causa morte prematura;

gera grandes efeitos económicos adversos para as famílias, comunidades e sociedades em geral.

(6)

4  O  da incidência e prevalência de doenças crónicas deve-se:  esperança de vida, pop. envelhecida.  Doenças crónicas com > prevalência: DCV, cancro, doenças respiratórias crónicas, diabetes.

 A expansão das doenças crónicas reflecte os processos de industrialização, urbanismo, desenvolvimento económico e globalização alimentar, que acarretam:

• Alteração das dietas alimentares;

• Aumento dos hábitos sedentários/ inactividade física; • Crescimento do consumo de tabaco.

 A maior parte das doenças crónicas não resulta em morte súbita. Ao contrário, elas provavelmente levarão as pessoas a tornarem-se progressivamente doentes e debilitadas, especialmente se as suas doenças não tiverem o tratamento adequado.

 A prevenção e o controlo das doenças crónicas ajuda as pessoas a viver vidas mais longas e saudáveis.

1.3.

Adesão ao regime terapêutico; Modelos de Intervenção

Adesão

- Grau de comportamento de cada pessoa.

- Acção auto-iniciada p/ a promoção do bem-estar, recuperação e reabilitação. Envolve-se, planeia e segue o reg. terapêutico, procura cuidados médicos e/ou execução de mudanças nos estilos de vida, corresponde com aceitação/concordância as recomendações dadas pelos prestadores de cuidados de saúde.

 A adesão ao regime terapêutico é influenciada por:

• Características da personalidade (auto-estima, auto-eficácia; motivação);

• Idade; Género (mulheres têm melhores níveis de adesão); Status socioeconómico; • Literacia;

• Desemprego;

• Acesso aos cuidados de saúde (distância do centro de tratamento);

• Alto custo da medicação e dos transportes; • Características da doença;

• Complexidade, duração e efeitos colaterais do tratamento; • Crenças culturais sobre a doença e tratamento;

• Interacção profissional de saúde/pessoa. Não adesão

Adesão com as características específicas: não seguir ou estar de acordo com o regime de tratamento. • Intencional – a pessoa decide não seguir o regime terapêutico.

• Não-intencional – a pessoa não segue o tratamento pelas barreiras com que se depara (complexidade do tratamento, custos elevados).

(7)

5  Problemas de gestão e adesão existem em todos os países e em todas as situações que requerem auto-administração do tratamento, independentemente do tipo de doença, severidade, tipo de tratamento, duração e acessibilidade a recursos de saúde.

Requisitos para promover a adesão

o Avaliação dos conhecimentos e das capacidades da pessoa; o Avaliação dos recursos (familiares, sociais e económicos);

o Envolvimento da pessoa no plano (partilha activa das decisões entre profissional de saúde e doente);

o Desenvolvimento da confiança e motivação para usar as suas próprias competências.

Educação terapêutica da pessoa/família (para o auto-cuidado)  Promover auto-gestão da saúde

 Princípios da Educação Terapêutica

 Auto-gestão da Saúde

Exercício de actividades que protegem e promovem a saúde, monitoriza e gere os sintomas e sinais da doença, gere o impacto da doença sobre o funcionamento, as emoções e as relações inter-pessoais aderindo ao regime terapêutico.

Uma boa gestão

Os seis princípios de auto-gestão (que ensinam aos doentes): 1. Ter conhecimento sobre a sua condição;

2. Partilhar activamente as decisões com os profissionais de saúde;

3. Seguir o plano de tratamento/cuidados acordado com o profissional de saúde; 4. Monitorizar os sinais e sintomas associados à sua condição;

5. Gerir o impacto da doença na sua vida física, emocional e social; 6. Adoptar estilos de vida que promovem a saúde.

 Empodera os doentes;

 Melhora a sua qualidade de vida;  Previne crises e descompensações.

(8)

1

CONCEITO

A PESSOA E A DOENÇA ONCOLÓGICA - CANCRO

Afecta qualquer pessoa (jovens ou velhos, ricos ou pobres, brancos ou negros, homem mulher ou criança), mas é mais associada ao envelhecimento, podendo ser diagnosticada em qualquer idade.

Segundo a OMS, as doenças oncológicas têm sofrido um aumento constante da sua prevalência e incidência, sendo o cancro uma das principais causas de morte a nível mundial e acontecem em países com um baixo ou médio nível de desenvolvimento.

Mortes por cancro + frequente: Pulmão, Estômago, Fígado, Cólon e Recto e Mama.

Cerca de 40% dos cancros podem ser prevenidos (muitas mortes podem ser evitáveis).

O reflexo do cancro vai muito além das desordens fisiológicas e psicológicas, ultrapassa a esfera do individual, pois afecta não só a pessoa doente, mas também os seus cuidadores e a sua família.

Na sociedade continua a ser uma das doenças mais assutadoras, essencialmente porque aparece ligada ao que é incurável, à mutilação, ao sofrimento e à morte, interferindo no seu bem-estar físico, social e profissional. (Deve-se tentar alterar o prenúncio morte associado ao doente oncológico).

Termo genérico para um grande grupo de doenças que podem afetar qualquer parte do corpo. (…) Uma característica que define o cancro é a divisão rápida de células anormais que crescem além de seus limites habituais, e que podem invadir tecidos adjacentes do corpo e disseminar-se para outros órgãos – METASTIZAÇÃO (As metástases são a principal causa de morte por cancro)

Resultam

em

neoplasias

e

são

decorrentes de vários mecanismos que

podem ocorrer de forma isolada ou

conjuntamente durante vários anos.

(Desenvolvimento do cancro) Um

processo dinâmico e multifaseado,

influenciado por muitas variáveis

independentes.

(9)

2

Transformação de uma célula normal para uma célula tumoral resulta da interacção de:

Cancro com maior incidência

:

Sexo feminino: Cancro da mama

Sexo masculino: Cancro da prostata

Sobrevida:

é determinada através da relação entre os dados da incidência e de mortalidade. Os dados de sobrevivência podem indicar progressos no tratamento e no controlo do cancro.

Para o aumento da prevalência do cancro tem-se:

-

Aumento de novos casos diagnosticados cada vez mais cedo;

-

A maior sobrevida e cura das pessoas com esta doença;

-

O aumento da esperança de vida.

Há diferenças nas incidências de cancro dependendo da sua localização primária:

-

Sexo:

Homem os locais mais comuns são: próstata, pulmão e o cólon e reto. A incidência de cancro do pulmão tem vindo a diminuir.

Mulher os locais mais comuns são: mama, pulmão e o cólon e reto. A incidência de cancro da mama e do pulmão na mulher continua a aumentar.

-

Idade:

20 anos a probabilidade é de 1%;

50 é de 7% (de desenvolver cancro nos próximos 10 anos); 60 é superior a 16% no homem e 10% na mulher.

-

Caraterísticas raciais e étnicas - pelo diagnóstico tardio; estatuto socioeconómico díspar; acesso desigual aos cuidados de saúde.

Factores

genéticos

Factores

pessoais

Agentes

externos

*

(10)

3

Uma das prioridades do Plano Nacional de Saúde é o combate ao cancro

As doenças não são distribuídas ao acaso. Factores mensuráveis influenciam os padrões e causas da doença dentro de uma determinada população;

As causas das doenças são multifactoriais. Poucos agentes isolados são necessários ou suficientes para causar a doença. A doença resulta de uma multiplicidade de factores endógenos e exógenos.

PREVENÇÃO ONCOLÓGICA

- O cancro é precedido com muita frequência de um cancro, ou percursor ou lesão pré-cancerosa;

- Para mais de 75% das localizações neoplásicas existem meios de diagnóstico eficazes;

- A mortlidade por cancro pode ser reduzida em 50% se o cancro e o pré-cancro forem diagnosticados e tratados atempadamente.

Prevenção Primária

Adopção de medidas que assegurem que o cancro não se venha a desenvolver, isto é, visa eliminar os factores de risco ou o afastamento do ser humano à sua exposição (corresponde à profilaxia).

Prevenção Secundária ou Terciária

Detecção e tratamento precoce do cancro, cuja génese não pode ser evitada na sua fase inicial. Estão inculidas as medidas dirigidas à identificação de lesões pré-cancerosas ou cancros in situ.

Vigilância epidemiológica

Prevenção primária e secundária

Tratamento atempado

Cuidados paliativos

Com a finalidade:

Diminuição da mortalidade e morbilidade por cancro; Melhoria da qualidade de vida;

(11)

4 Estilos de Vida: Tabagismo, Obesidade, Dieta, Actividade física, Consumo de Álcool...

Factores Ambientais: Exposição a agentes cancerígenos Factores Genéticos (antecedentes familiares)

Os individuos com maior risco para o cancro são actualmente encaminhados para consultas de risco específico

• Implementação de estratégias baseadas na evidência de prevenção do cancro; • Vacinação contra HPV e vírus da hepatite B;

• Controlo dos riscos ocupacionais; • Reduzir a exposição à radiação solar.

Deteção precoce

- identificação de duas componentes de esforço:

Diagnóstico precoce - conhecimento dos primeiros sinais e sintomas de modo a facilitar o diagnóstico e tratamento antes que a doença evolua. Relevante em contextos de baixos recursos onde a maioria das pessoas é diagnosticada em estádios muito tardios.

Aplicação sistemática de testes de rastreio em populações assintomáticas.

O rastreio do cancro permite o diagnóstico precoce da doença ainda em fase sub-clínica e tem como objectivo reduzir a mortalidade por esta doença.

O PNPCDO recomenda o rastreio para as doenças: Cancro do colo do útero;

Cancro da mama; Cancro do cólon e reto.

A promoção da saúde e a prevenção primária afiguram-se como áreas de

intervenção fundamentais para o controlo das doenças oncológicas.

(12)

5

O PNPCDO (2009) recomenda como medidas de prevenção de prevenção

primária preconizadas:

A - Evitar o consumo de tabaco

B - Evitar a obesidade.

C - Manter uma alimentação equilibrada

D - Moderar a ingestão de álcool

E - Realizar exercício físico diário e adequado

F - Moderar a exposição ao sol

G - Prevenir a exposição a substâncias/agentes cancerígenos e mutagénicos

Medidas de detecção precoce e rastreio

- Exame ginecológico e citológico – entre os 20 e 30 anos e até aos 60; no início das relações sexuais (pode prevenir até 80% dos casos de cancro do colo do útero)

- Vacinação - O Programa Nacional de Vacinação prevê a vacinação aos treze anos.

- Uso de preservativo – reduz o risco; não confere proteção total pela presença do vírus na pele em redor da região genital.

Medidas de detecção precoce e rastreio

- Auto- exame da mama mensalmente;

- Mamografia cada 2 anos em mulheres entre os 50 e 69 nos; A LPCC aconselha a partir dos 45 anos; - Mulheres com história familiar de cancro da mama devem começar o rastreio mais cedo e com uma frequência maior.

Medidas de detecção precoce e rastreio

- Valorização de alterações dos hábitos intestinais (obstipação ou diarreia sem razão aparente e/ou fezes muito escuras, perda de sangue pelo recto);

- Observação do intestino através de colonoscopia ou sigmoidoscopia; - Pesquisa de sangue oculto nas fezes dos 50 aos 74 anos.

Cancro do colo do útero

Cancro da mama

(13)

6

Conjunto das intervenções incluindo

apoio emocional

,

cirurgia

,

radioterapia

,

quimioterapia

que têm como objectivo:

 Cura da doença;

 Prolongar a vida;

 Promover a qualidade de vida da pessoa.

Antes do tratamento pondera-se:

As condições do tumor (localização, tamanho e tipo histológico);

A cinética das células (Taxa de crescimento e agressividade, invasão e potencial

metastático);

Variáveis associadas à pessoa (saúde geral, estado imunológico e qualidade de

vida).

Diagnóstico e determinação do estádio de desenvolvimento do tumor: Biopsia para identificação do tipoe grau de diferenciação celular;

Preventiva: Lesões pré-cancerosas ou com potencial de se tornarem malignas;

Curativa: Quando é possível a recessão do tumor e da cadeia linfática (por vezes é muito mutilante);

Paliativa: Objectivo de melhorar a qualidade de vida, evitar complicações e aliviar a sintomatologia;

Tratamento adjuvante: Em situações de emergência oncológica ou tratamento da dor.

TRATAMENTO DO CANCRO

Cirurgia, Radioterapia, Quimioterapia, Hormonoterapia,

Imunoterapia, Transplantes e outras terapêuticas complementares

,

(14)

7

Cuidados comuns a qualquer pessoa em situação cirúrgica e sempre dependente da

dimensão do tratmento --- deve atender-se sempre à singularidade da pessoa.

Na abordagem à pessoa é importante valorizar:

Utilização controlada de radiações ionizantes de grande energia para fins terapêuticos

(destrói a capacidade de crescimento e multiplicação das células cancerígenas);

Utilizada para intervir em 50 a 60% dos doentes oncológicos.

Objectivos:

Cura;

Controlo - do crescimento e disseminação do tumor;

Paliação – controlo de sintomas como a dor por metástases ósseas; tratamento de tumores

ulcerantes e sangrantes.

As radiações ionizantes lesam a célula directamente na cadeia de DNA por alterações de

natureza biomecânica – interferem na reparação e reprodução celular.

A prescrição da radioterapia depende da

radiosensibilidade dos tecidos-alvo

.

Radiosensibilidade

- medida da potencial susceptibilidade das células à lesão por radiação

ionizante e a velocidade de ocorrência dessa lesão (As células na fase M – mitose - são mais

radiosensíveis).

(15)

8

A (radio)sensibilidade das células cancerígenas depende de:

- Tipologia celular;

- Fase de vida celular;

- Taxa de divisão celular;

- Grau de diferenciação;

- Oxigenação celular.

Abordagem terapêutica:

Pré-operatório – visa reduzir o tamanho do tumor; aumentar o potencial de remoção da

totalidade do tumor; erradicar a doença subclínica que possa existir para além do campo

cirúrgico e erradicar gânglios linfáticos com potencial de desenvolvimento da doença;

Intra-operatória – visa controlar a recorrência local do tumor (ex: cancros abdominais

localmente avançados – gástrico, pâncreas; bexiga colorrectal);

Pós-operatório - visa erradicar qualquer tumor residual ou doença subclínica.

Vias de administração terapêutica:

Via externa ou teleterapia:

por fonte externa de radiação com isótopos radioactivos ou aceleradores lineares, geralmente colocadas a uma distância do corpo superior a 20 cm.

Antes do início da radioterapia por via externa, a pessoa é minuciosamente observada e

realizada o

cálculo da dose total de radiação.

É usada uma simulação para:

- Definir a área exata onde vai incidir a radiação; - A área é marcada com tinta;

- Definir o posicionamento da pessoa durante os tratamentos;

- Considerar a possibilidade de uso de dispositivos, de imobilização ou posicionamento;

- Identificar as áreas ou orgãos a proteger; considerar dispositivos de protecção de chumbo (são colocadas durante os tratamentos).

REACÇÕES ADVERSAS (via externa) - São consequentes ao efeito da radiação nas células em proliferação activa e da libertação de produtos do catabolismo pela morte celular. São localizadas e dependem do tipo de equipamento usado, do plano de tratamento e do modo como a pessoa vê o tratamento.

Reacções variam de acordo com:

- Área tratada;

- Tipo de radiação;

(16)

9 - Dose de radiação (se há ou não fraccionamento);

- Tempo de duração do tratamento; - Condições nutricionais do doente; - Diferenças individuais de cada pessoa.

Em geral as sequelas:

- Podem acontecer desde o início do tratamento;

- São ligeiras; de curta duração (não mais que uma semana);

- Locais (cutâneas: descamação seca com sensibilidade e prurido; eritema; …); - Sistémicas – fadiga, anorexia, náuseas, diarreia; supressão da medula óssea;

- Específicas (área sujeita a tratamento) – cabeça e pescoço: estomatites, xerostomia, cáries, queda de dentes, …; tórax: esofagite, tosse, pneumonite, …

- Podem ser tardias - são a progressão das primeiras reacções autocontroláveis, em geral localizadas. Situações malignas secundárias à radioterapia – lesões cancerígenas como a leucemia, o linfoma não-hodking, supressão da medula óssea.

INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM

Avaliação inicial:

-Identificar prioridades e necessidades de ensino/conhecimento da pessoa; - Identificar outras doenças e situações crónicas (afetar os resultados da terapia);

- Estado nutricional - a perda de peso vai afetar a capacidade da pessoa suportar um ciclo de tratamento longo;

- Estado da pele, especialmente a área de aplicação do tratamento; - Idade:

- Sistema imunitário declina com a idade; - Regeneração mais lenta da medula óssea; - A fadiga e os seus efeitos são mais acentuados;

- Tecidos e mucosas têm menos elasticidade e têm regeneração mais lenta; - Maior ansiedade e apreensão.

Informar sobre o tratamento

- Programa das intervenções: simulação, regime (ambulatório) e periodicidade do tratamento (diário), o ambiente onde vai decorrer o tratamento (irá permanecer sozinho na sala de tratamento), pode ouvir algum ruído e os aparelhos podem movimentar-se em redor do doente, que o tratamento em si é indolor, avaliações de rotina durante o ciclo de tratamento e “follow-up”. Efeitos secundários e medidas a adoptar.

- Assegurar ao doente e família que neste tipo de radioterapia o doente não é radioactivo.

Via interna ou braquiterapia: a fonte radioativa (isótopos radioativos) são colocados em contacto

com o tumor ou na cavidade orgânica onde é libertada a radiação ionizante (ex: cancro do colo do útero, vagina, endométrio e mama).

(17)

10 Pode ser aplicada por:

- Método fechado – dose concentrada de radiações diretamente na lesão ou na área do tumor sob a forma de moldes, placas, agulhas, fios (colocação é feita em bloco operatório, sala de tratamento ou na unidade de radioterapia);

- Método não fechado – radioisótopos aplicados por ingestão; como líquido instilado numa cavidade orgânica ou; IV.

Via sistémica: administração de isótopos radioativos por via oral ou i.v.

Quimioterapia é a utilização de substâncias químicas com actividade citotóxica, com o

objetivo de tratar pessoas com doença oncológica, de forma isolada (monoquimioterapia) ou

combinada (poliquimioterapia).

Mecanismo de acção

: A quimioterapia funciona a nível celular por uma interrupção no

ciclo celular. Modifica a divisão celular das células normais bem como das neoplásicas.

Objectivos:

Cura (erradicação de todas as células neoplásicas)

Controlo da doença (impedir a progressão)

Profilaxia (prevenir crescimento tumoral a partir de células neoplásicas remanescentes após

cirurgia ou radioterapia)

Paliação (quando não é possível controlar a doença e se pretende alívio dos sintomas).

Consoante o objectivo pode ser:

Neo-adjuvante – de altas doses habitualmente combinada, usada para reduzir o tamanho do tumor antes da remoção cirúrgica. Primária.

Adjuvante* – de altas doses utilizada em ligação com outra estratégia terapêutica (cirurgia, radioterapia ou bioterapia), com o objectivo de destruir 1 baixo nº de células neoplásicas residuais. Curativa – quando é usada como recuso terapêutico de primeira linha e só por si pode curar (ex. Leucemias). De indução; de consolidação. paliativa – utiliza-se para controlo de sintomas e melhoria da qualidade de vida

* Sem evidência de neoplasia residual.

(Nota - surgem outras designações como: de intensificação, de manutenção, de 2ª linha, …)

Quimioterapia

(18)

11

Local de administração terapêutica:

Sistémico

O agente é administrado por via endovenosa (a via mais utilizada) periférica ou central (cateter parcialmente implantado ou totalmente implantado), oral, subcutânea e intramuscular.

Local e Regional

O agente é aplicado directamente numa artéria ou cavidade.

- Intra-arterial – tratamento de metástases hepáticas

- Intracavitária – intra-pleural, intraperitoneal e intra-vesical

Vias de administração dos fármacos quimioterapicos

- Oral;

- Subcutânea e intramuscular; - Tópica;

- Intra-arterial – cateter arterial próximo do tumor;

- Intracavitária – instilação da droga na bexiga ou cavidade pleural;

- Intraperitoneal – na cavidade abdominal por um cateter implantado (ex. suprapúbico externo); - Intratecal (realizada pelo médico);

- Intravenosa – cateter venoso central ou periférico.

FÁRMACOS QUIMIOTERAPICOS

- Alquilantes

citostáticos ciclocelulares não especificos.

- Antimetabolitos

são ciclocelular específicos da fase S.

- Derivados de plantas

ciclo celular específico da fase M.

- Derivados de culturas microbianas

-

a acção pode ser ciclocelular não específica, específicas ou ambas.

TIPOS DE CITOSTÁTICOS QUANTO À TOXICIDADE LOCAL

- Vesicantes - agentes capazes de provocar destruição do tecido e ulceração local quando há

extravasamento – necrose (ex. – cisplatina, vimblastina).

- Irritantes – agentes causadores de dor, flebite ou irritação no local da injecção ou ao longo da linha da

veia (ex. – carmustina, fluorouracilo).

- Não agressivos – geralmente não causam problemas quando há extravasamento (ex. –

ciclofosfamida, metrotexato) .

(19)

12

Manipulação de citostáticos: Normas de segurança

Área Centralizada para esse fim (protecção das pessoas doentes, dos profissionais, ambiente e dos próprios medicamentos);

Área próxima do local onde se procederá a administração;

Todas as operações de preparação devem ser realizadas numa câmara biológica de fluxo laminar vertical que protege o manipulador do contato com o medicamento e previne contaminação microbiana.

Boa ventilação e iluminação; Água canalizada e frigorífico; Contentores para resíduos; Manual de instruções;

Profissionais em número suficiente; Registo individual do nº de doses preparadas e administradas e tempo de exposição;

Enfermeiro que supervisione o cumprimento das normas

PROTECÇÃO DOS PROFISSIONAIS

Os trabalhadores de saúde, que manipulam drogas citotóxicas podem estar expostos a baixas doses do fármaco por contato direto- absorção, inalação e ingestão, pelo que devem:

- Possuir conhecimentos adequados sobre esta terapêutica; - Registar o nº de doses preparadas e o tempo de exposição; - Realizar vigilância médica periódica (6 em 6 meses).

Medidas de proteção individual:

Prevenção de absorção de drogas citotóxicas: - Lavar as mãos com sabão desinfetante;

- Vestir bata descartável, de tecido não permeável, de apertar atrás, de manga comprida com punho de elástico ajustado;

- Calçar dois pares de luvas sem pó (1 de látex e 1 de borracha rugosas);

- Mudar de luvas cada 30 minutos, após preparação de 5 fármacos ou após contaminação/rotura; - Barrete para protecção total dos cabelos;

- Óculos de proteção lateral e máscara (obrigatório/opcional);

- Calçado impermeável para uso exclusivo dentro da sala de preparação.

Prevenção de inalação de aerossóis

- Preparar todas as drogas citotóxicas em câmara de fluxo laminar Tipo II, BII ;

- Colocar máscara impermeável com viseira. Se a máscara não tiver viseira, colocar óculos de protecção; - Mudar a máscara sempre que ficar húmida;

- Utilizar seringas de luer-lock, dispositivos de reconstituição-Mini-Spike (filtro para preparação de fármacos com válvula anti-refluxo integrada) e sistemas de circuito fechado;

(20)

13 Prevenção de ingestão

- Lavar correctamente as mãos, antes e após a preparação ou administração de drogas; - Não comer, beber, mascar pastilha elástica, ou fumar em áreas de preparação;

- Evitar o contacto das mãos com a boca ou com os olhos, quando estiver a manipular as drogas

Administração de citostáticos - Protecção idêntica à da preparação;

- Utilizar sistemas com várias entradas, para administração de citostáticos e outros fármacos; - Usar resguardo sob o local de administração dos citostáticos;

- Lavar imediatamente a pele e/ou mucosas, se houver contacto com citostáticos.

Medidas Protecção dos profissionais:

A preparação e administração de fármacos deve ser evitada pelos enfermeiros que constituam grupos de risco:

- Mulheres grávidas ou a amamentar; - Mulheres com história de aborto;

- Profissionais com história de doença oncológica; - Profissionais que trabalhem com radiações ionizantes;

(21)

14

FACTORES INTERVENIENTES

- Propriedades químicas do citostático; - Susceptibilidade do profissional;

- Hábitos tabágicos, dietéticos e contacto com outros tóxicos; - Nº e tempo de exposição e efeito cumulativo das mesmas;

Cuidados paliativos são

Cuidados holísticos à pessoa com doença oncológica avançada progressiva que não

responde ao tratamento curativo, e à sua família. A gestão da dor e de outros sintomas e a

prestação de apoio psicológico, social e espiritual são fundamentais.

Os cuidados ao doente em fase terminal devem ser desenvolvidos por uma equipa multidisciplinar, e tem como objectivo dignificar a condição humana do doente e da sua família. Prolongam-se até ao período de luto.

Os Cuidados Paliativos envolvem...

Alivio do sofrimento do doente e família

Promoção da máxima qualidade de vida/conforto

(22)

15

GESTÃO DE SINTOMAS/AVALIAÇÃO

Qual o impacto emocional e físico dos sintomas?

- Como é que X afecta a vida da pessoa?

- O que o faz piorar ou melhorar?

- Piora em parte do dia ou da noite?

- Provoca-lhe grandes problemas do sono?

O que já tentou e não surtiu efeito?

MONITORIZAR OS SINTOMAS

- Utilização de instrumentos de medida standardizadas (escalas de pontuação

ou escalas analógicas)

- Registo adequado (esquema corporal da dor, tabelas de frequência de

sintomas, diários da dor ou de outros sintomas)

- Recorrer a escalas de hetero-avaliação preenchidas pelos prestadores de

cuidados informais

(23)

16

Gestão da dor:

Trabalhar com a pessoa e/ou família para:

- Identificar a origem da dor;

- Identificar formas de alívio.

Factores que afectam a intensidade da dor

Tratamento farmacológico

Privilegiar a medicação oral

Administrar regularmente

Fármaco adequado, na dose

certa

(24)

17

Impossibilidade de ingestão por via oral

Impossibilidade de acesso venoso

Possibilidade de permanência do doente no domicilio

Limitações:

Volume diário 2.000ml (1000ml local)

(25)

1

A PESSOA E A RESPOSTA AO TRATAMENTO:

RADIOTERAPIA E QUIMIOTERAPIA

As respostas são muito variáveis e dependem de:

Da área corporal tratada

Do volume de tecido irradiado

Do fraccionamento

Da dose total

Do tipo de radiação

Da susceptibilidade individual da pessoa

As respostas podem ser:

PRECOCES: aparecem após o início do tratamento; são sensíveis a uma terapêutica sintomática e

desaparecem algumas semanas após a irradiação.

Locais: cutâneas

Sistémicas: fadiga; anorexia; imunossupressão (citopenia); cefaleias; náuseas e vómitos; dor e depressão.

Pele: o eritema da pele pode variar de moderado a intenso. À medida que o tratamento é instituído, a pele

pode tornar-se seca, irritada e ocorre descamação. Classificação do eritema:

Eritema (radiodermite Grau 1) - Diminuição da sensibilidade

Eritema + descamação seca acentuada + edema (radiodermite Grau 2)

Eritema + descamação húmida c/ fibrina + edema (radiodermite Grau 3)

Necrose (radiodermite grau 4) - Diminuição da pilosidade Efeitos locais de acordo com a área irradiada:

CABEÇA E PESCOÇO: faringite; xerostomia; disfagia; estomatite; alterações do paladar; cáries,…

TORAX: esofagite; tosse, …

ABDOMEN: náuseas, vómitos, diarreia, cistite, …

REGIÃO PÉLVICA: diarreia; cistite; rectite; esterilidade, perda de capacidade de erecção, estenose vaginal…

CÉREBRO: edema cerebral; alopécia

MEDULA ÓSSEA: citopenia, …

TARDIAS: podem aparecer alguns meses após a irradiação, habitualmente nos primeiros 2 anos mas

podem ocorrer, até 5 anos.

Tóracicas: pneumonia com dispneia e tosse, fibrose pulmonar, fractura de costelas, esclerose do topo pulmonar.

Abdomino-pélvicas: sigmoidites, aperto da sigmóide, rectite c/ dores abdominais e tenesmo, fractura do colo do fémur, perturbações sexuais.

(26)

2

RESPOSTA AO TRATAMENTO DE RADIOTERAPIA

FOCO DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM

Eritema –

radiodermite grau I

Conhecimento não demonstrado em grau elevado

Instruir sobre monitorização do eritema

Instruir sobre banho diário (lavar área que vai ser sujeita a radiação, diariamente, c/ água morna e secar c/ uma toalha (s/ esfregar)

Instruir sobre a aplicação de Bepanthene creme - 3h antes do tratamento ou Biafine – emulsão

Instruir sobre medidas preventivas (exposição ao calor – proteger a área; uso de roupas largas e de algodão; aumentar ingestão hídrica; evitar usar: cintos apertados e soutien, adesivos, redes, zinco, iodopovidona, talco…)

Eritema/descamaçã

o húmida com

fibrina +

edema-radiodermite Grau

3

Conhecimento não demonstrado em grau elevado

Instruir sobre monitorização do eritema

Instruir sobre banho diário

Instruir sobre tratamento à lesão, irrigação c/ SF e aplicação de Biafine – emulsão

Instruir sobre medidas preventivas (iguais às da radiodermite grau 1 e 2)

Fadiga Muscular

Conhecimento não demonstrado em grau elevado

Instruir sobre identificação das limitações

Negociar c/ o dte a realização de 1 plano p/ as actividades

Ajudar o dte a planear as actividade de forma a programar períodos de repouso. Repousar após o tratamento

Assistir o dte nas actividades em que sente dificuldade p/ as executar

Aconselhar recurso a meios ou dispositivos auxiliares

Radioterapia

interna/dtes c/

fontes seladas

Instruir o dte sobre:

a necessidade de isolamento (temporária)

a restrição de contactos (o nº de visitas deve ser restrito, evitar visitas de pessoas c/ - de 18 anos e, que estejam ou possam estar grávidas; o enfº permanecerá no quarto apenas o tempo necessário à realização das intervenções)

a necessidade de se distrair – leitura e visualização de TV

a necessidade de realizar o seu autocuidado

após retirar o implante deixa de estar radioactivo (radioterapia interna selada)

Radioterapia

interna/dtes c/

fontes não seladas

Instruir o dte sobre a necessidade de:

isolamento (temporário: 4 a 5 dias) – s/ visitas

restrição dos contactos pelo facto de estar radioactivo. O enfº permanece no quarto apenas o tempo necessário à realização das intervenções

distração através da leitura e da visualização de TV

realizar o seu autocuidado

utilização de material descartável: talheres, copos e pratos

lavar a sanita 2 ou 3 vezes após cada utilização

Instruir o dte sobre os cuidados a ter após a alta:

Dormir em quarto individual

Usar casa de banho individual

Evitar o contato c/ crianças e mulheres grávidas

(27)

3

RESPOSTA AO TRATAMENTO DE QUIMIOTERAPIA

FOCO DIAGNÓSTICO

DE ENF. INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM

- Conhecimento ñ demonstrado em grau

- Não adesão ao regime terapêutico

Informar sobre o procedimento: em que consiste e vantagens

Orientar sobre os efeitos secundários (imediatos, a curto e a longo prazo)

Gestão do ambiente - permitir o acompanhamento de 1 familiar

Orientar sobre os efeitos secundários (imediatos, a curto e a longo prazo)

Náuseas e vómitos

(a

incidência está

relacionada c/ o potencial emético da droga

citotóxica; pode causar irritação nas paredes do estômago e intestino, provocando náuseas e até mm o vómito)

Tomar antieméticos, conforme prescrição

Fazer refeições pequenas e frequentes (5 a 6 refeições diárias)

Beber líquidos no intervalo das refeições

Evitar alimentos c/ gordura excessiva, fritos, condimentados e doces

Procurar ingerir alimentos mornos ou à T ambiente

Evitar deitar-se c/ o estômago cheio – repousar sentado após as refeições

Procurar permanecer em ambientes arejados, tranquilos, livres de odores fortes

Proporcionar/aconselhar higiene oral

Anorexia

(alt. hormonais, no

metabolismo dos glícidos e hidratos de carbono, alt. da mucosa gástrica e intestinal)

Evitar tomar refeições sozinho

Refrescar a boca antes das refeições

Procurar ingerir 1 terço das calorias ao pequeno-almoço (refeição + tolerada do dia)

Encorajar o dte a comer mm qd não tem fome

Encorajar o dte a descansar antes as refeições – ajuda a coordenar as energias necessárias à alimentação

Monitorizar e registar semanalmente o peso

Diarreia

(sintoma de mucosite do trato GI baixo…)

Ingerir dieta de baixo teor em resíduos, elevado valor proteico e calórico

Incentivar hidratação, evitar bebidas alcoólicas e café

Instruir sobre a necessidade da realização de cuidados de higiene peri-anal após cada dejecção

Monitorizar o nº e a consistência das dejecções

Obstipação

(na administração de alcalóides de vinca, analgésicos opiáceos…)

Aumentar o consumo de alimentos ricos em fibras

Aumentar o consumo diário de líquidos

Encorajar o consumo de sumos de fruta fresca e de líquidos quentes ao pequeno-almoço

Adoptar medidas p/ 1 regime de eliminação intestinal diária

Ingerir mediação prescrita – emolientes das fezes

Mucosite/estomatite

Instruir sobre inspecção oral p/ despiste de ulcerações (uso de próteses)

Instruir sobre bochechos profiláticos

Encorajar a realização de cuidados orais após as refeições e ao deitar

Instruir sobre a utilização de escova de dentes macia e pasta de dentes c/ flúor

Usar nistatina oral ou outro antibiótico consoante prescrição

(28)

4

Tratamento de Quimioterapia

Efeitos secundários + comuns

o

Alterações hematopoiéticas

o

Alopécia

o

Náuseas e vómitos

o

Fadiga e mal-estar

o

Toxicidade ao nível dos vários sistemas (cardíaco, metabólico, pulmonar, renal, reprodutor…)

Imediatos:

- Dor no local da punção - Sensação de queimadura

- Reacções alérgicas (rubor da face, prurido, rush cutâneo)

- Náuseas e vómitos

Alopécia

(perda temporária, voltará a crescer após o términos da quimioterapia)

Incentivar a pessoa a cortar o cabelo, informar sobre uso de perucas, lenços, turbantes, … antes de ocorrer a perda de cabelo

Usar champô e condicionador suave

Evitar o uso de secador, prender os cabelos, usar escova macia p/ o cabelo

Encorajar o uso de pincel p/ pintar as sobrancelhas e de pestanas artificiais

Evitar fazer permanente ou pintar o cabelo ( o ritmo de queda do cabelo)

Toxicidade

Hematopoiética

Instruir sobre a necessidade e como evitar fontes de infecção, evitar o contacto c/ familiares ou visitas c/ infecções

Instruir pessoa e família sobre a importância de uma correcta higiene pessoal

Avaliar a secura da boca: usar saliva artificial se necessário

Instruir pessoa e família sobre o despiste de sinais e sintomas de infecção (febre, tosse, dor de garganta, arrepios, micção dolorosa) –

avaliação dos locais de sondas, cateteres e de solução de continuidade;

Instruir sobre a necessidade de evitar: ingestão de vegetais crus, frutas e ovos, ter plantas e flores na cama ou perto, contacto c/ animais, imunização

Disfunção

reprodutiva e sexual

Informar sobre a possibilidade de infertilidade, temporária ou permanente

Informar a mulher sobre a possibilidade de apresentar sintomas, como: amenorreia, calores, insónia, dispareunia e secura vaginal. Instruir sobre a necessidade de aplicar lubrificante vaginal no acto sexual e sobre a possibilidade de ter de realizar terapêutica com estrogénios

Aconselhar a utilização de práticas de contracepção durante 2 anos após a quimioterapia, nos homens permite a recuperação da

espermatogénese

Nos homens informar sobre a possibilidade de recolha de esperma antes do inicio da quimioterapia

(29)

5 Curto prazo (até 7 dias):

- Anorexia - Diarreia - Obstipação - Mucosite - Estomatite - Alopécia - Toxicidade hematopoiética Longo prazo: - Osteoporose, - Amenorreia, - Irregularidades menstruais, - Infertilidade, - Carcinogénese Sintomas de extravasamento:

Dor no local da punção

Sensação de queimadura

Intervenções:

Parar imediatamente a perfusão e manter a punção

Conectar uma seringa ao sistema de punção e aspirar a medicação residual

Aplicar antídoto se recomendado

Elevar o membro

Aplicar gelo ou calor nas primeiras 24 a 48h. Seguir os procedimentos protocolares indicados p/ o citostático em causa

Fotografar a área

Notificar o médico e registar: data, hora, tipo de droga, quantidade extravasada, sintomas apresentados e medidas tomadas

Protecção dos Profissionais

Os trabalhadores de saúde, que manipulam drogas citotóxicas podem estar expostos a baixas doses do fármaco por contacto directo-absorção, inalação e ingestão, pelo que devem:

Possuir conhecimentos adequados sobre esta terapêutica

Registar o nº de doses preparadas e o tempo de exposição

Realizar vigilância médica periódica (6 em 6 meses)

A preparação e administração de fármacos deve ser evitada pelos enfºs que constituam grupos de risco:

Mulheres grávidas ou a amamentar

Mulheres c/ história de aborto

Profissionais c/ história de dça oncológica

Profissionais que trabalhem com radiações ionizantes

(30)

6

Medidas de protecção individual

- Prevenção de inalação de aerossóis

Preparar todas as drogas citotóxicas em câmara de fluxo laminar Tipo II, BII

Colocar máscara impermeável com viseira. Se a máscara não tiver viseira, colocar óculos de protecção;

Mudar a máscara sempre que ficar húmida

Utilizar seringas de luer-lock, dispositivos de reconstituição

Mini-Spike (filtro para preparação de fármacos com válvula anti-refluxo integrada) e sistemas de circuito fechado

- Prevenção de absorção de drogas citotóxicas

Vestir bata de tecido impermeável, de apertar a trás, de manga comprida c/ punho de elástico ajustado

Calçar 2 pares de luvas s/ pó (1 de latex e 1 de borracha rugosas)

Mudar de luvas de 60 em 60 min

Retirar de imediato as luvas, se forem atingidas por salpicos da solução do fármaco ou se se danificarem

Barrete p/ protecção total dos cabelos

Calçado impermeável p/ uso exclusivo dentro da sala de preparação

- Prevenção de ingestão:

Lavar correctamente as mãos, antes e após a preparação ou administração de drogas

Não comer, beber, mascar pastilha elástica, ou fumar em áreas de preparação

Evitar o contacto das mãos c/ a boca ou c/ os olhos, qdo estiver a manipular as drogas

- Em caso de contaminação acidental (roupa pele ou mucosas):

Mudar o equipamento contaminado

Lavar imediatamente e abundantemente, durante 15 min c/ água corrente e sabão, as zonas da pele contaminadas

Os olhos devem ser lavados c/ SF ou água limpa, consultar sempre oftalmologista

REGISTOS:

Citostáticos administrados e sua sequência

Términos do tratamento

Respostas ao tratamento

Início do tratamento

Caso ocorra extravasamento deve registar-se: o medicamento extravasado, concentração, estimativa do volume extravasado, local e alterações apresentadas

(31)

1

BLOCO OPERATÓRIO

1.1.

Estrutura Física

 Zona protectora ou envolvente  Zona limpa (depois do transfer)  Zona asséptica ou protegida (S.O.)

 Zona suja (faz a ligação das S.O. com contentores e zona central de esterilização)

Centralização

• Desvantagens: muita gente; > probabilidade de contaminação e outro tipo de erros. • Vantagens: > produtividade.

Blocos periféricos

• afectos a uma determinada especialidade • > humanização de cuidados (e proximidade) • < probabilidade de infecção

Condições ambientais  Temperatura

Inverno: 22/24ºC Verão: 20/22ºC

 Humidade: 55% (se o ambiente fosse seco: desidratação de tecidos expostos, < electricidade estática)

 Ventilação

P superior ao restante hospital

Ar condicionado com 20 renovações/hora Fluxo de ar laminar

 Iluminação: incandescente

 Todo o doente deve estar dentro de uma manta térmica em cirurgias de longa duração.

1.2.

Segurança no B.O.

B.O. é dos locais onde + se exige dos enfermeiros, quer pela situação do doente, quer pelo seu nível de consciência, quer ainda pelos procedimentos terapêuticos de que necessita.

 Factores de risco no B.O.:

• Químicos – medicamentos, óxido de etileno • Físicos – luxação da PTA, queda, incêndios

• Biológicos – úlceras de P, sistema de perfusão, contaminação com fluidos orgânicos

(32)

2  Factores de risco no B.O. para a equipa de saúde

• Químicos – anestésicos, desinfectantes e esterilizantes.

• Físicos – laser, incêndios, radiações (cirurgias raio-x: profissionais de saúde com aventais de chumbo e doentes tb),

poluição sonora, electricidade.

• Biológicos – sida, hepatite, tuberculose.

1.3.

Competências do enfermeiro no intra-operatório

Qualquer que seja o seu nível de consciência o utente necessita:

• Cuidados que visem o tratamento da sua patologia específica; • Não agravamento de patologias associadas;

• Prevenção da sua integridade física, de infecções, acidentes e a satisfação das suas necessidades. Enfermagem Perioperatória

Identificar as necessidades físicas, psicológicas e sociológicas do indivíduo, pôr em prática um plano de cuidados individualizados, que coordene as acções, baseado no conhecimento das ciências humanas e da natureza, a fim de restabelecer ou conservar a saúde e o bem-estar do indivíduo, antes, durante e após a cirurgia.

Acto cirúrgico

 Pré-operatório – avaliar globalmente o utente; definir diagnósticos.

 Intra-operatório – pôr em prática o plano, tendo em atenção as funções respiratória, circulatória, a prevenção do choque, infecções e acidentes.

 Pós-operatório – avaliar a qualidade dos cuidados desenvolvidos, reformular o plano se necessário.

1.4.

Equipa multidisciplinar do B.O.

No B.O. o trabalho individualizado não é possível. Cada elemento deve situar-se num trabalho de complementaridade com os outros e fazer parte deste de uma forma dinâmica.

A equipa da S.O. é constituída por:

o Enfermeiros: ajudante do anestesista, circulante e instrumentista. o Cirurgião: responsável pela intervenção cirúrgica.

o Anestesista: responsável pela anestesia e pela manutenção das funções vitais do utente. o Ajudantes: do cirurgião e do anestesista.

o Auxiliar de acção médica.

Podem ainda estar presentes: técnicos de radiologia, técnicos de anatomia patológica, médicos de outras especialidades.

(33)

3 Enfermeiro de apoio à anestesia

o Na véspera recebe marcações p/ o dia seguinte;

o Visita pré-operatória do enfº: conhecer o dte e verificar necessidades especiais do dte; planeamento individualizado p/ o doente; ↓ansiedade pré-cirúrgica do dte;

o Ver informações do dte antes da visita (processo do dte); o Transmitir informações aos colegas (instrumentista e circulante); o Na S.O.: liga aparelhos (ventilador e aparelhos cardíacos) e calibra-os; o Prepara todo o material de anestesia;

o Vai buscar o dte do transfer, sem máscara (só se coloca qdo se abre material esterilizado); o Posicionamento, anestesiar dte e estabilizar anestesia;

o Durante a anestesia

o Levar dte ao transfer e recobro, transmitir oralmente todas os dados relevantes do acto cirúrgico;

o Volta p/ S.O., arruma material, limpa aparelhos e prepara sala p/ o dte seguinte (repõe medicação por níveis).

Enfermeiro circulante

o Coordenador do B.O. (tem > mobilidade dentro da sala, mantém ligação com o exterior); o Estende material em cima das mesas: contam-se tampões, compressas;

o Ajuda a equipa a vestir-se;

o Antes do fim da cirurgia volta a contar todas as compressas;

o Zela pelo conforto e segurança do dte e equipa de saúde; mantém portas fechadas, silêncio na sala, T e humidade adequada;

o Registos;

o Embala tudo o que é retirado do dte (peças anatómicas, tecidos);

o No fim da cirurgia ajuda o instrumentista a realizar o penso cirúrgico, a conectar o frasco de drenagem e orienta a auxiliar p/ que ela retire todo o material sujo da sala e limpe a sala totalmente c/ anti-séptico.

Enfermeiro instrumentista o Funções técnicas;

o Colabora directamente na cirurgia, sabe o tipo de cirurgia e dá o material sequencialmente ao cirurgião; o Prepara o material p/ o tipo de cirurgia logo de manhã

o Dispõe as mesas cirúrgicas c/ os materiais por uma sequência lógica de utilização o Mantém a assepsia cirúrgica

• Material cirúrgico

• Material específico p/ cirurgia • Trouxas de roupa, bata, compressas • Prepara os fios, lâminas de bisturi • Soros p/ lavagem

• Manutenção anestésica

• Manutenção do eq. Hidroelectrolítico • Administração de sangue

• Administração de anestésicos qd necessário • Aspirar dte se necessário

• Evitar complicações • Fazer todos os registos • Fazer o acordar do doente • Vigilância do dte

(34)

4 Visita pós-operatória (já no internamento: 24-48h após a cirurgia)

- Estado clínico do dte - Estado de satisfação do dte

- Saber, através dos enfsº, se houve queixas.

1.5.

Posicionamento do utente para o acto cirúrgico

(Função do circulante + colaboração do cirurgião – antes da lavagem cirúrgica das mãos do cirurgião) Implica conhecer:

• Regras básicas sobre o posicionamento (respeitar alinhamento anatómico, circulação e respiração conveniente durante todo o acto cirúrgico, aliviar zonas de P);

• Factores determinantes do posicionamento (idade do doente, patologia);

• Tipos de posicionamento • Retorno à posição normal

Factores determinantes do posicionamento do utente Tipo de cirurgia

Tipo de anestesia

Características do utente

Tipos de Posicionamento

Supina, Pronação, Fowler, Tredelemburg, Sims e Litotomia (posição em que as mulheres têm os filhos; para cirurgia anal, rectal, do cólon, escroto, pénis, uretra).

Decúbito dorsal – maioria das cirurgias; doente é sempre anestesiado neste decúbito.

Decúbito ventral – cirurgia da coluna lombar e alguma cirurgia da fossa posterior (hérnias), cirurgia anal, rectal e quistos pilonidais.

Decúbito lateral – cirurgia renal, pulmonar e glândulas suprarrenais.

Posição de sentado – p/ neurocirurgias; posicionamento gradual (demora 2h – vai-se levantando a mesa com intervalos regulares para estabilização de SV e FC, até aos 90º, com ritmo cardíaco e SV normais; prende-se doente).

Retorno à posição normal – doente ainda está anestesiado; penso feito; drenos… Manutenção e controlo da ventilação

Manutenção do utente anestesiado Observação dos parâmetros vitais

(35)

5 Objectivos para um correcto posicionamento

Conhecer os riscos de cada posicionamento (fazer compressão de nervos, músculos, má ventilação); Conhecer o alinhamento anatómico para poder mobilizar sem risco o utente anestesiado; Conhecer a intervenção cirúrgica e respectivo posicionamento;

Conhecer a mesa operatória e seus acessórios.

Finalidade do posicionamento do utente Manutenção da função respiratória; Manutenção da função circulatória; Prevenção da P sobre nervos e músculos; Boa exposição do campo operatório;

Bom acesso p/ administração de fármacos, sangue e observação dos seus efeitos; Minimização do desconforto pós-operatório.

Atitude que o enfermeiro deve assumir

Verificar os recursos humanos e materiais; Manipular o utente delicadamente, sem pressa;

Manter o alinhamento corporal – o relaxamento favorece luxações e estiramentos de músculos;

Respeitar o pudor do doente;

(36)

1

TRATAMENTO DE FERIDAS

Cuidados de enfermagem ao utente com ferida cirúrgica  Pensos cirúrgicos

 Sistemas de drenagem cirúrgica  Meios de sutura

Ferida: solução de continuidade das células. Cicatrização: restauro da continuidade. Consequência de uma ferida

1.1.

Mecanismo de Lesão

 Contusas  Incisas  Lacerantes  Perfurantes

1.2.

Nível de contaminação

 Limpas (próteses, tiróide, mama, coração);

 Limpas contaminadas (cirurgia que envolve abertura do tubo digestivo, sistema respiratório, urinário, genital);  Contaminadas (resultantes de queimaduras, hemorróides);

 Sujas (esfacelos, fracturas expostas) – > probabilidade de infecção, não se colocam meios de sutura;  Infectadas (abcessos – colecções purulentas).

1.3.

Processos celulares que contribuem para a cicatrização

o Regeneração celular

o Proliferação celular o Produção de colagénio

o Resposta do tecido à lesão

• Perda imediata da função • Hemorragia • Contaminação • Morte celular • Hemostase • Inflamatória • Proliferativa • Maturação

4

(37)

2

1.4.

Fases da Cicatrização

1ª intenção 2ª intenção 3ª intenção

 Para uma boa cicatrização da ferida: dtes quentes, bem alimentados e bom senso na execução do penso à ferida.

Factores que contribuem para a cicatrização:

Intrínsecos Extrínsecos Idade Alimentação e hidratação Imunidade Oxigenação celular Doenças associadas Ambiente Assepsia

Ambiente húmido na fase de epitelização

1.5.

Execução de Pensos

- Fora da hora das visitas - Fora da hora das refeições

Preparação

Antes da preparação p/ a realização de um penso é necessário conhecer:  Área traumatizada

 Indicações clínicas  Condições ambientais Tipos de pensos

• Oclusivos – de contenção, de compressão • Não oclusivos (impermeáveis, transparentes)

Vantagens de realizar um penso não oclusivo

o Eliminar algumas das condições necessárias ao crescimento de microrganismos o Permitir a observação directa

o Facilitar os cuidados de higiene o Evitar reacções ao adesivo

o Maior conforto, facilitando a actividade física o Maior economia de recursos humanos e materiais

Utente

Material – ver registos anteriores (o que fizeram os colegas, prescrição médica, retirar drenos/pontos?)

Enfermeiro – lavar mãos assepticamente

(38)

3 Quando se deve abrir um penso?

Quando houver indicação p/ tal:

• Sinais de infecção (local ou sistémica); • Penso humedecido;

• Qd dte refere dor ou desconforto; • P/ retirar pontos e/ou drenos.

Princípios comuns na execução de pensos: Sala reservada

Evitar qualquer actividade que levante pó Fechar portas e janelas

Restringir a circulação na sala

Portadores de infecções não devem executar pensos Substituir pensos o mínimo necessário

Usar material individualizado

Lavar as mãos antes e depois de realizar o penso Executar o penso com suavidade

Não tocar com as mãos: na ferida, na área em redor da ferida, nos drenos

Usar luvas apenas na execução de pensos a feridas infectadas, nas restantes usam-se pinças

Registos após efectuar um penso ◘ Aspecto da ferida

◘ Evolução cicatricial

◘ Presença de drenos, tipo, quantidades e características do produto drenado ◘ Solutos utilizados

◘ Reacção do utente

◘ Prescrição de enfermagem (qd voltar a fazer penso e como fazer)

1.6.

Complicações da ferida cirúrgica

 Hematoma e/ou hemorragia;

 Infecção -  da FC,  da T,  do nº de leucócitos, dor na incisão que se apresenta edemaciada e quente;  Abcesso (infecção bacteriana localizada, implica sempre drenagem cirúrgica);

 Quelóide (cicatriz que apresenta um crescimento excessivo);

 Deiscência (ferida abre: por não haver colagénio ou proliferação celular);  Evisceração (qdo ferida abre a nível abdominal: vísceras saem).

(39)

4

1.7.

Sistemas de drenagem da ferida cirúrgica – localização e finalidade de 1 sistema de drenagem

cirúrgica

Tipos de drenagem cirúrgica

Tipos de drenos cirúrgicos

 O penso no local de inserção do dreno é sempre independente do penso da ferida cirúrgica.

1.8.

Meios de Sutura

o Fios

o Agrafos

o Clips (absorvíveis e não absorvíveis)

o Cola (biológica absorvível e não biológica absorvível)

o Steri-strip (tiras aderentes que aproximam os bordos da pele)

o Fios de sutura (entrançado, monofilamento, torcido)

Naturais - Absorvíveis - Não absorvíveis Sintéticos - Absorvíveis - Não absorvíveis

Drenagem livre ou passiva – por acção da gravidade Drenagem por baixa pressão ou activa

Folhas de borracha – drenagem livre Multitubulares – drenagem livre

Tubulares (vacum dreno) – drenagem livre ou por baixa P Dreno de kherr ou T – drenagem livre

(40)

1

REABILITAÇÃO

História e conceitos

- A Reabilitação dos deficientes físicos desenvolveu-se a nível internacional de forma

estruturada após a 2ª guerra mundial.

- 1940 Dr. Rusk, referia-se à reabilitação como a terceira fase da assistência médica.

- 1947, foi reconhecida como especialidade nos EUA.

- 1944, foi criado o centro de traumatizados medulares na Grã-Bretanha,pelo Sir L. Guttmann.

- 1940 foi criado o centro de traumatologia e reabilitação em Bruxelas, pelo Prof. Pierre

Houssa.

(Em Portugal)

- 1964 foi criado o Centro de Medicina Física e Reabilitação, como serviço da Santa Casa da

Misericórdia de Lisboa, no Alcoitão

REABILITAÇÃO NA PERSPECTIVA DA HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA

Por História Natural entenda-se a evolução de uma doença, ao longo do tempo.

(41)

2

REABILITAÇÃO NA PERSPECTIVA ECONÓMICA

Eficiência económica = Benefícios obtidos / Investimento

Ou seja:

EE =

P= produtividade vocacional;

Csr = Custo da assistência em manutenção sem Reabilitação; Cpr = Custo da assistência e manutenção após Reabilitação; Cr = Custo da Reabilitação;

T = Tempo de sobrevivência em anos

REABILITAÇÃO NA PERSPECTIVA FUNCIONAL

- O desempenho funcional da pessoa saudável desenvolvese, sobretudo, até à idade adulta e é, actualmente, mantido ao longo de toda a vida. (Figura 1)

- O desempenho funcional de um adulto que se torne incapacitado pode permanecer no nível de dependência ou pode ser apenas parcialmente recuperado, sem a reabilitação adequada seguida por um programa apropriado de manutenção. (Figura 2)

(42)

3

Figura 1

Referências

Documentos relacionados

Après 120 heures de fonctionnement, avec le moteur arrêté, les touches de la vitesse touches B, C, D et E clignotant pendant 30 secondes pour signaler qu’il faut nettoyer les filtres

Penalizações de faltas pessoais – Se a falta for cometida sobre um jogador que não está em pacto de lançamento, a falta será cobrada por forma de uma reposição de bola

Como avaliações estudou-se o pH, teor de sólidos solúveis, acidez titulável, viscosidade aparente e número de células viáveis no extrato de soja adoçado com sacarose (ES),

1.1 O “GALINHA PINTADINHA” é um conteúdo de vídeos da Galinha Pintadinha e também da Galinha Pintadinha Mini da empresa DIGITAL VIRGO DO BRASIL SERVIÇOS DE

Em 26 de outubro de 2020, em continuação ao plano de expansão a Companhia por meio de sua Controlada Notre Dame Intermédica Saúde S.A., assinou acordo de intenção de compra e venda

O pagamento desta PR, conforme disposto no artigo 3º da Lei 10.101 de 19/12/2000, não integrará a remuneração para quaisquer efeitos, bem como não constituirá base de

Porém a diretoria não deve apenas vê-los como ditadores que controlam seus passos, pois muitas vezes trazem valiosos conselhos e visão empresarial e contribuem para o sucesso e

D ELIBERAÇÃO DA REUNIÃO DA  C ÂMARA  M UNICIPAL DE  19  DE ABRIL DE  2016