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Caderno Doutrinário n° 6 - Trânsito Urbano e Rodoviário (instrução para o mês de Novembro)

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CADERNO DOUTRINÁRIO 6

TRÂNSITO URBANO E

RODOVIÁRIO

MANUAL TÉCNICO-PROFISSIONAL

nº 3.04.06/2013-CG

(2)
(3)

CADERNO DOUTRINÁRIO 6

TRÂNSITO URBANO E

RODOVIÁRIO

MANUAL TÉCNICO-PROFISSIONAL

nº 3.04.06/2013-CG

Regula a Prática Policial Militar Especializada de Trânsito Urbano e Rodoviário na Polícia Militar de Minas Gerais.

Belo Horizonte - MG Academia de Polícia Militar

(4)

Direitos exclusivos da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais (PMMG).

Reprodução condicionada à autorização expressa do Comandante-Geral da PMMG. Circulação restrita.

Governador do Estado: Antonio Augusto Junho Anastasia Comandante-Geral da PMMG: Cel. PM Márcio Martins Sant´Ana Chefe do Estado-Maior: Cel. PM Divino Pereira de Brito

Chefe do Gabinete Militar do Governador: Cel. PM Luis Carlos Dias Martins Comandante da Academia de Polícia Militar: Cel. PM Sérgio Augusto Veloso Brasil Chefe do Centro de Pesquisa e Pós-Graduação: Ten.-Cel. PM Sílvio José de Sousa Filho Tiragem: 3.000 exemplares

ADMINISTRAÇÃO:

Centro de Pesquisa e Pós Graduação Rua Diábase 320 – Prado Belo Horizonte – MG CEP 30410-440

Tel.: (0xx31)2123-9513 E-mail: cpp@pmmg.mg.gov.br

SUPORTE METODOLÓGICO E TÉCNICO Seção de Emprego Operacional (EMPM/3) Quartel do Comando-Geral da PMMG

Cidade Administrativa/Edifício Minas, Rodovia Prefeito Américo Gianetti, s/n - 6º andar Bairro Serra Verde - Belo Horizonte - MG - Brasil - CEP 31.630-900

Telefone: (31) 3915-7799.

MINAS GERAIS. Polícia Militar. Comando-Geral. MANUAL TÉCNICO-PROFISSIONAL Nº 3.04.06/2013-CG: Regula a Prática Policial Militar Especializada de Trânsito Urbano e Rodoviário na Polícia Militar de Minas Gerais. Belo Horizonte: PMMG – Comando-Geral, 2013.

172 p.: il.

1. Policiamento de Trânsito 2. Trânsito Urbano. 3. Trânsito Rodoviário. 4. Policiamento Especializado. I. Lemos, Roberto (resp.). II. Costa, Winston Coelho (rev.). III. Polícia Militar. Comando-Geral. IV. Título.

CDU 351.81 CDD 352.91 Ficha catalográfi ca: Rita Lúcia de Almeida Costa – CRB – 6ª Reg. n.1730

(5)

RESOLUÇÃO N° 4256, DE 11 DE JUNHO DE 2013.

Aprova o Manual Técnico-Profissional de Trânsito Urbano e Rodoviário na Polícia Militar de Minas Gerais

O COMANDANTE-GERAL DA POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelo inciso I, alínea

I do artigo 6°, item V, do regulamento aprovado pelo Decreto n° 18.445, de 15Abr77 – (R-100), e à vista do estabelecido na Lei Estadual 6.260, de 13Dez73, e no Decreto n° 43.718, de 15Jan04, RESOLVE:

Art. 1° - Aprovar o Manual Técnico-Profissional nº 3.04.06/2013-CG, ilustrativamente denominado Manual Técnico-Profissional de Trânsito Urbano e Rodoviário, que visa a regular a prática policial militar especializada de trânsito urbano e rodoviário na Polícia Militar de Minas Gerais.

Art. 2° - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação. Art. 3° - Revogam-se as disposições em contrário.

QCG em Belo Horizonte, 11 de junho de 2013.

(a) MÁRCIO MARTINS SANT´ANA, CORONEL PM COMANDANTE-GERAL

(6)

GESTORES DO PROCESSO ELABORATIVO Coronel PM Fábio Manhães Xavier

Coronel PM Antônio de Carvalho Pereira Coronel PM Newton Antônio Lisboa Júnior Tenente-Coronel PM Marcelo Vladimir Correa SUPERVISÃO TÉCNICA

Tenente-Coronel PM Winston Coelho Costa Major PM Claudio José Dias

REDAÇÃO

Tenente-Coronel PM Roberto Lemos Major PM Agnaldo Lima de Barros Major PM Eduardo Domingues Barbosa Capitão PM Paulo Fernando Pereira Capitão PM Geraldo dos R. Cardoso Júnior 1º Tenente PM Gil Fábio de O. Rangel 1º Tenente PM Thiago Vitório de Oliveira 1º Tenente PM Romulo Morati F. Fontenele 1º Tenente PM Denísia Ferreira O. Souza REVISÃO DOUTRINÁRIA

Major PM Eugênio Pascoal C. Valadares Subtenente PM Geraldo Rosa de Carvalho 2º Sargento PM Luiz Henrique M. Firmino 3º Sargento PM Leonardo M. V. Casagrande

COLABORADORES

Tenente-Coronel PM Sílvio José de Sousa Filho Major PM Cleverson Natal de Oliveira

Major PM Gibran Conde Guedes Capitão PM Flávia R. Munhoz P. Santos

Capitão PM Ricardo Luiz Amorim Gontijo Foureaux Subtenente PM Renato Augusto de Campos Subtenente PM Antônio Geraldo Alves Siqueira 2º Sargento PM Danilo Teixeira Alcântara 2 º Tenente PM Geraldo Donizete da Silva 3º Sargento PM Lehônidas Santos Souza 3º Sargento PM Marcio Roberto Pereira 3º Sargento PM Edvaldo Magela Fernandes 3º Sargento PM Cláudio Pereira de Figueiredo Cabo PM Jonilson Ferreira da Cunha

Cabo PM Elias Sabino Soares REVISÃO FINAL

Tenente-Coronel PM Winston Coelho Costa REVISÃO DE GRAMÁTICA

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(8)
(9)

AET Autorização Especial de Trânsito

AINA Auto de Infração e Notificação da Autuação AIT Auto de Infração de Trânsito

ANTT Agência Nacional de Transportes Terrestres APM Academia de Polícia Militar

BOS Boletim de Ocorrência Simplificado BPM Batalhão de Polícia Militar

BPMRv Batalhão de Polícia Militar Rodoviária BPTran Batalhão de Polícia de Trânsito

CADA Comissão Administrativa de Defesa da Autuação CETRAN Conselho Estadual de Trânsito

CICOp Centro Integrado de Comunicações Operacionais CLA Certificado de Licenciamento Anual

CNH Carteira Nacional de Habilitação CONTRAN Conselho Nacional de Trânsito CONTRANDIFE Conselho de Trânsito do Distrito Federal

CP Código Penal

CPP Código de Processo Penal

CPU Coordenador de Policiamento da Unidade CRLV Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo CTB Código de Trânsito Brasileiro

DENATRAN Departamento Nacional de Trânsito DER Departamento de Estradas de Rodagem DETRAN Departamento Estadual de Trânsito DIAO Diretriz Integrada de Ações e Operação

DNIT Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte

LISTA DE ABREVIATURAS

(10)

DPRF Departamento de Polícia Rodoviária Federal

GPS Global Position Sistem (Sistema de Posicionamento Global) GTR Grupo Tático Rodoviário

GTU Grupo Tático Urbano INMETRO Instituto Nacional de Metrologia

JARI Junta Administrativa de Recursos de Infrações LCP Lei das Contravenções Penais

MTP Manual Técnico-Profissional ONU Organização das Nações Unidas

PB Ponto Base

PBT Peso Bruto Total PBTC Peso Bruto Total Combinado PC Posto de Controle

PCTran Posto de Controle de Trânsito PFTran Posto de Fiscalização de Trânsito

PFTRv Posto de Fiscalização de Trânsito Rodoviário PM Policial Militar

PMMG Polícia Militar de Minas Gerais PRF Polícia Rodoviária Federal

PROT Posto de Registro de Ocorrência de Trânsito REDS Registro de Eventos de Defesa Social RPM Região da Polícia Militar

RTRPP Regulamento para o Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos SAMU Serviço de Atendimento Médico de Urgência

SNT Sistema Nacional de Trânsito TIP Transporte Irregular de passageiros TSP Taxa de Segurança Pública

(11)

Figura 01 Colisão lateral. . . 55

Figura 02 Colisão transversal. . . . 56

Figura 03 Colisão frontal. . . 56

Figura 04 Colisão traseira. . . . 57

Figura 05 Choque. . . 57

Figura 06 Capotamento. . . . 58

Figura 07 Tombamento. . . 58

Figura 08 Engavetamento. . . . 59

Figura 09 Atropelamento. . . . 60

Figura 10 Posicionamento da viatura. . . 62

Figura 11 Triângulo de segurança. . . 63

Figura 12 Tipos de cones. . . 64

Figura 13 Sinalização com galhos de árvore. . . 65

Figura 14 Equipamentos de sinalização. . . 65

Figura 15 Representação do giroflex. . . 66

Figura 16 Isolamento de faixa com afunilamento gradual. . . . 67

Figura 17 Simulação de acidente sem vítima. . . . 70

Figura 18 Representação de sinal de trânsito vertical. . . 77

Figura 19 Representação de sinal de trânsito horizontal. . . 77

Figura 20 Representação de dispositivos auxiliares de sinalização. . . 78

Figura 21 Representação de sinal de trânsito luminoso.. . . 78

LISTA DE FIGURAS

(12)

Figura 22 Representação de materiais utilizados como sinais de trânsito sonoros. . . . 78

Figura 23 Representação de sinais gestuais . . . 79

Figura 24 Ilustra o policiamento de trânsito urbano . . . 87

Figura 25 Policial Militar empregado no PCTran . . . 90

Figura 26 Policial Militar empregado no PFTran . . . 91

Figura 27 Apresentação visual da viatura do serviço PaTran . . . 93

Figura 28 Motopatrulhamento de trânsito urbano . . . 94

Figura 29 Emprego do policiamento de trânsito urbano em eventos . . . 95

Figura 30 Ilustra o policiamento de trânsito rodoviário . . . 99

Figura 31 Rodovia em área urbana . . . . 101

Figura 32 Rodovia em área rural . . . 102

Figura 33 Rodovia vicinal . . . 102

Figura 34 Codificação rodovia federal . . . 104

Figura 35 Codificação rodovia estadual . . . 106

Figura 36 Postos de Fiscalização de Trânsito Rodoviário . . . . 108

Figura 37 Postos de pesagem de veículos DER . . . 110

Figura 38 Representação do policiamento de trânsito rodoviário a pé . . . 111

Figura 39 Radiopatrulhamento rodoviário . . . 112

Figura 40 Painel de segurança e rótulo de risco . . . 115

Figura 41 Identificação de painéis de segurança e rótulos de risco . . . 118

Figura 42 Carga excedente. . . 120

Figura 43 Transporte de carga indivisível . . . 120

(13)

Figura 45 Comboio. . . . 122

Figura 46 Veículos especiais . . . . 123

Figura 47 Escolta complexa - veículo trafegando na contra mão de direção . . . . 127

Figura 48 Operação Blitz de trânsito . . . . 131

Figura 49 Dispositivo com três policiais e uma viatura . . . . 132

Figura 50 Operação Blitz, modalidade pinçamento . . . 136

Figura 51 Operação Controle de Velocidade . . . . 137

Figura 52 Operação Varredura. . . 138

Figura 53 Operação Desmanche . . . 139

Figura 54 Fiscalização com o DER . . . . 140

Figura 55 Operação oxigênio . . . 141

Figura 56 Escolta . . . 142

Figura 57 Acompanhamento de carga indivisível . . . 143

Figura 58 Postos de pesagem de veículos . . . . 144

Figura 59 Abordagem a motociclista . . . . 145

Figura 60 Apreensão de contrabando . . . 146

Figura 61 Verificação de carga . . . 147

Figura 62 Controle do trânsito . . . 148

(14)
(15)

1 APRESENTAÇÃO. . . 21

2 CONSIDERAÇÕES INICIAIS . . . 27

2.1 Evolução da norma . . . 27

2.2 Competência da Polícia Militar para a execução do Policiamento Ostensivo de Trânsito . . 28

2.3 Atribuições Gerais do Policial Militar como Agente de Autoridade de Trânsito . . . . . 29

2.4 Variáveis do Policiamento Ostensivo de Trânsito. . . . 30

2.5 Sistema Nacional de Trânsito . . . . 32

3 TRÂNSITO E POLICIAMENTO. . . . 35

3.1 Autoridade de Trânsito . . . 35

3.2 Agente da Autoridade de Trânsito . . . 35

3.3 Trânsito . . . 35

3.4 Operação de Trânsito . . . 35

3.5 Policiamento Ostensivo de Trânsito . . . 36

3.6 Fiscalização . . . 36

3.7 Via . . . 36

3.8 Via Urbana . . . 36

3.9 Via Rural . . . 36

3.10 Infração de Trânsito . . . 36

4 PODER DE POLÍCIA, PENALIDADES E MEDIDAS ADMINISTRATIVAS. . . 39

4.1 Poder de polícia: discricionário ou vinculado. . . . 39

4.2 Penalidades. . . . 40

SUMÁRIO

(16)

4.3 Medidas administrativas. . . . 41

5 AUTUAÇÃO . . . 45

6 CRIMES DE TRÂNSITO . . . 49

6.1 Perigo de dano. . . . 50

7 ACIDENTE DE TRÂNSITO . . . 55

7.1 Tipologia dos Acidentes . . . 55

7.2 Deslocamento para o local do acidente. . . . 61

7.3 Acidente de trânsito fora da via pública. . . . 61

7.4 Posicionamento da viatura . . . 62

7.5 Sinalização do local de acidente. . . 63

7.6 Desobstrução da pista . . . . .67

7.7 Solicitação de perícia técnica . . . 68

7.8 Providências no local do acidente. . . 69

8 SINALIZAÇÃO . . . 77

8.1 Sinais de trânsito. . . 77

8.2 Sinais sonoros . . . 79

8.3 Gestos do agente da Autoridade de Trânsito. . . 80

8.4 Gestos dos condutores. . . 83

9 POLICIAMENTO DE TRÂNSITO URBANO . . . 87

9.1 Missão Geral . . . 87

9.2 Missões Específicas . . . 87

9.3 Execução . . . 88

(17)

9.5 Radiopatrulhamento . . . 92

9.6 Motopatrulhamento . . . 93

9.7 Emprego em eventos . . . .95

9.8 Posto de Registro de Ocorrência de Trânsito (PROT) . . . 96

10 POLICIAMENTO DE TRÂNSITO RODOVIÁRIO . . . 99

10.1 Missão Geral . . . 99

10.2 Missões Particulares . . . . 100

10.3 Classificação das Rodovias . . . 101

10.4 Conceitos atinentes ao policiamento rodoviário . . . . 107

10.5 Postos de Fiscalização de Trânsito Rodoviário - PFTRv. . . 108

10.6 Postos de Pesagem de Veículos . . . 110

10.7 Policiamento a pé . . . 111

10.8 Radiopatrulhamento . . . 112

10.9 Noções sobre transporte de produtos perigosos . . . . 113

10.10 Cargas Indivisíveis . . . . . 120

11 OPERAÇÕES . . . 131

11.1 Operação Blitz de Trânsito. . . . 131

11.2 Operação Controle de Velocidade . . . 137

11.3 Operação Varredura . . . . . 138

11.4 Desmanche . . . . 139

11.5 Transporte Escolar/Táxi ou Transporte Seguro . . . . . 140

11.6 Operação Oxigênio . . . 141

(18)

11.8 Carga Indivisível . . . . . 143

11.9 Carga Pesada . . . . 144

11.10 Cerco/Bloqueio/Interceptação . . . . . 145

11.11 Combate ao contrabando e o descaminho . . . . . 146

11.12 Combate ao furto, roubo ou desvio de veículos com carga. . . . . 147

11.13 Férias/feriado . . . 148

11.14 Fronteira . . . 149

11.15 Minas em Segurança . . . 149

REFERÊNCIAS . . . 151

(19)

INTRODUÇÃO

SEÇÃO 1

(20)
(21)

Manual Técnico-Profissional 3.04.06

21

1 APRESENTAÇÃO

As cidades brasileiras estão enfrentando problemas crescentes de todas as ordens e, dentre eles, os acidentes de trânsito têm se destacado. Esses acontecimentos inesperados e ocasionais têm demonstrado a complexidade do problema e, principalmente, expõem a falta de estrutura viária das cidades. Os acidentes de trânsito constituem um grave problema de saúde e segurança, e o papel das Polícias Militares, na execução do policiamento ostensivo de trânsito urbano e rodoviário, ganha destaque quando de sua atuação na prevenção com a fiscalização permanente dos veículos e condutores ou no atendimento aos acidentes de trânsito.

O Policiamento de Trânsito Urbano e Rodoviário é, assim, executado a partir de variáveis próprias, a exemplo do efetivo e recursos materiais disponíveis, do fluxo de veículos, da sinalização, do grau de educação de trânsito dos usuários, das prioridades de lançamento e outros fatores relacionados a acontecimentos que fujam à rotina e situações particulares próprias de cada Região de Polícia Militar (RPM).

Este tipo de policiamento ostensivo, por suas características técnicas e por sua natureza especializada, exige do policial militar treinamento técnico específico para a perfeita aplicação das variadas normas e sua execução. O objetivo deste documento é fornecer bases gerais para capacitação do policial militar quanto à correta execução deste tipo de policiamento especializado, que, por sua generalidade, merece tratamento especial neste

Manual Técnico-Profissional (MTP) e em outros manuais que normatizam

condutas do policiamento ostensivo, de forma geral, e cujo conhecimento seja indispensável para a compreensão e complementação de determinadas peculiaridades do policiamento de trânsito.

(22)

PRÁTICA POLICIAL ESPECIALIZADA

22

NOTA: O Manual Técnico-Profissional de Trânsito Urbano e Rodoviário traz orientações que maximizam

o poder operativo do talento humano da Instituição, especializado nesta natureza. Sua leitura deve ser, obrigatoriamente, precedida do MTP 3.04.03 - Blitz

Policial e do MTP 3.04.04 - Cerco, Bloqueio e Abordagem a Veículos.

Este Manual contém, segundo seu objetivo, 11 Seções. A Seção 2 – Evolução

da Norma – apresenta as competências da Policia Militar no policiamento

de trânsito, variáveis do policiamento ostensivo de trânsito e os órgãos que compõem o Sistema Nacional de Trânsito.

A Seção 3 – Definições Diversas – traz um conjunto de conceitos previstos em Lei e doutrina de trânsito urbano e Rodoviário.

A Seção 4 – Poder de Polícia, Penalidade e Medidas Administrativas – traz a conceituação do Poder de Polícia em atividades de Trânsito urbano e Rodoviário e as penalidades a serem aplicadas aos condutores.

A Seção 5 – Autuação – enumera os tipos de Autuações existentes e obrigações do policial militar atuador.

A Seção 6 – Crimes de Trânsito – apresenta o rol de crimes de trânsito previstos no Código de Trânsito Brasileiro.

A Seção 7 – Acidente de Trânsito – elenca os tipos os tipos de Acidente e providências diversas no local de acidente.

A Seção 8 – Sinalização – relaciona os tipos de sinais de trânsito utilizados pelo agentes de transito, em suas diversas formas.

A Seção 9 – Policiamento de Trânsito Urbano – apresenta a missão geral e especifica, e a execução do policiamento de trânsito urbano, incluindo as diversas atribuições dos militares envolvidos neste tipo de policiamento.

(23)

Manual Técnico-Profissional 3.04.06

23 A Seção 10 – Policiamento de Trânsito Rodoviário – destaca a missão geral e particular neste tipo de policiamento, a classificação das rodovias e atribuições nas fiscalizações diversas de transito Rodoviário, além de noções sobre transporte de produtos perigosos e procedimento no atendimento de acidentes nas rodovias.

A Seção – 11 – Considerações Finais – ressalta os diversos tipos de operações a serem realizadas pelos policiais militares bem como a escolha do local de atuação, composição da equipe, os diversos conceitos das operações de trânsito e a necessidade de aprimoramento pessoal do policial militar empregado nesta atividade.

(24)
(25)

CONSIDERAÇÕES

INICIAIS

SEÇÃO 2

(26)
(27)

Manual Técnico-Profissional 3.04.06

27

2 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

2.1 Evolução da norma

A legislação brasileira sobre trânsito completou, no ano de 2010, cem anos e, pelo seu dinamismo e riqueza de conteúdo, apresenta uma variedade muito grande de leis, decretos, resoluções e portarias que permitem compreender, além da sua evolução, a importante necessidade de sua revisão e atualização permanentes, para fazer face às transformações sociais, políticas, tecnológicas e econômicas que ocorreram com o passar dos tempos.

A primeira legislação de trânsito no Brasil remonta o dia 27 de outubro de 1910, com a publicação do Decreto 8.324 (BRASIL, 1910), que aprovou o regulamento para o serviço subvencionado de transportes de passageiros ou mercadorias por meio de automóveis industriais, ligando dois ou mais Estados da União ou dentro de um só Estado.

Em face das transformações ocorridas até os dias atuais, a legislação foi atualizada e adequada às novas necessidades, sendo, portanto, editadas e publicadas as seguintes modificações:

1. Código Nacional de Trânsito, em 28 de janeiro de 1941;

2. Código Nacional de Trânsito, em 21de setembro de 1966;

3. Regulamento do Código Nacional de Trânsito, em 16 de janeiro de 1968;

4. Código de Trânsito Brasileiro, em 23 de setembro de 1997;

5. Legislação complementar que abrange: Convenção sobre Trânsito Viário de Viena de 1968, Leis, Decretos, Resoluções do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN), Portarias do Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN), mensagens e os volumes I, II e IV do Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito.

(28)

PRÁTICA POLICIAL ESPECIALIZADA

28

Observa-se um grande avanço na legislação moderna, e o trânsito no Brasil passou a ter responsabilidade compartilhada entre os três níveis de governo – federal, estadual e municipal – passando a responder cada um, objetivamente, em sua esfera de competência e dentro de sua circunscrição, por danos causados aos cidadãos, em virtude de ação, omissão ou erro na execução e manutenção de programas, projetos e serviços que garantam o exercício do direito do trânsito seguro. Como se não bastasse, o trânsito, em condições seguras, passa a ser um direito de todos e dever dos órgãos e entidades componentes do Sistema Nacional de Trânsito, aos quais cabe, no âmbito das respectivas competências, adotar as medidas destinadas a assegurar esse direito, devendo, em suas ações, dar prioridade à defesa da vida, nela incluída a preservação da saúde e do meio-ambiente.

2.2 Competência da Polícia Militar para a execução do

policiamento ostensivo de trânsito

A partir de 1969, com a reorganização das polícias militares estaduais, por meio da publicação do Decreto Lei Federal 667, de 02 de julho de 1969, e do Decreto Estadual n° 12.776, de 30 de junho de 1970, que atribuiu à Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) a responsabilidade de comandar operacionalmente o Policiamento de Trânsito, e com a publicação do Decreto n° 66.862, de 08 de julho de 1970, que aprovou o Regulamento para as Polícias Militares e Corpos de Bombeiros - R200, em seu capítulo II, artigo 1°, o policiamento de trânsito passou a ser considerado como Policiamento Ostensivo Fardado.

Em 1989 a Constituição Estadual do Estado de Minas Gerais estabeleceu, no inciso I do artigo 142, como competência exclusiva da Polícia Militar, a polícia ostensiva de trânsito urbano e rodoviário.

Foi no ano de 1997, com a entrada em vigor do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) – Lei 9.503, de 23 de setembro de 1997 (BRASIL, 1997), que as Polícias Militares tiveram extinguidas suas competências para atuar na fiscalização do trânsito administrativamente, podendo fazê-la somente mediante convênio com os órgãos executivos de trânsito urbano e rodoviários com circunscrição sobre a via (ANTT, DNIT, PRF, DER, DETRAN e Municípios), ficando as Polícias Militares com sua atuação restrita aos crimes de trânsito.

(29)

Manual Técnico-Profissional 3.04.06

29

2.3 Atribuições gerais do policial militar como agente de

autoridade de trânsito

O policial militar, como agente da autoridade de trânsito, tem as seguintes atribuições:

a) prevenir e reprimir as ocorrências de crimes de trânsito;

b) atuar na fiscalização do trânsito através da execução de operações e controle da fluidez;

c) aplicar as medidas administrativas específicas para cada caso, durante as fiscalizações e no local em que forem constatadas as infrações previstas no CTB e Resoluções do CONTRAN;

d) fazer intervenção e controle do fluxo de trânsito, sobrepondo-se à sinalização, quando necessário;

e) isolar e preservar local de acidente com vítima, quando necessário1, ou se envolver veículos oficiais;

f ) autorizar a imediata remoção das pessoas que tenham sofrido lesão e dos veículos envolvidos, se estes estiverem no leito da via pública e prejudicarem o tráfego, conforme o contido na Lei 5.970/73;

g) prestar informações ao público;

h) executar batedor de cargas excedentes;

i) prestar cobertura ao órgão com circunscrição sobre a via, ou seu preposto, para execução de obras;

j) comunicar, em tempo hábil, a necessidade de intervenções de engenharia nas vias visando garantir ou melhorar a segurança dos usuários;

k) fiscalizar a faixa de domínio das vias, urbanas e rurais, coibindo a ocupação e construções irregulares.

(30)

PRÁTICA POLICIAL ESPECIALIZADA

30

2.4 Variáveis do policiamento ostensivo de trânsito

Conforme contido no Manual Técnico do Soldado PM (PMMG, 1990), fundamentalmente o policiamento ostensivo de trânsito urbano e rodoviário é executado pela combinação das seguintes variáveis:

1) P

roc

esso

a pé

motorizada

2) Modalidade

patrulhamento

permanência

escolta

3) Cir

cunstância

ordinário

extraordinário

especial

4) L

ugar

urbano

rural

(31)

Manual Técnico-Profi ssional 3.04.06 31

5) Dur

ação

Turno

jornada

6) Ef

etiv

o

fração elementar

fração constituída

7) Suplementação

equipamentos peculiares

notebook com acesso a internet móvel

câmeras filmadoras e fotográficas

GPS

etilômetro (bafômetro)

radar

8) Desempenho

atividade de linha

atividade auxliar

rádio transceptor

(32)

PRÁTICA POLICIAL ESPECIALIZADA

32

2.5 Sistema Nacional de Trânsito

No CTB, o Sistema Nacional de Trânsito (SNT) é o conjunto de órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios como exposto no Quadro 1, que têm por finalidade: o exercício das atividades de planejamento, administração, normatização, pesquisa, registro e licenciamento de veículos; formação, habilitação e reciclagem de condutores; educação, engenharia, operação de sistema viário, policiamento, fiscalização, julgamento de infrações e de recursos e aplicação de penalidades.

Quadro 1 - Órgãos e entidades que compõem o snt

FUNÇÕES FEDERAIS ESTADUAIS MUNICIPAIS

Coordenador,

Normati-vo e ConsultiNormati-vo CONTRAN

CETRAN e

CONTRANDIFE _

Executivo de Trânsito DENATRAN DETRAN Órgãos Municipais

Executivo Rodoviário DNIT – PRF DER Órgãos Municipais

Fiscalização PRF Polícia Militar Município

Recursais JARI JARI JARI

Fonte: Código de Trânsito Brasileiro – CTB e legislação complementar.

A esses órgãos cabe a coordenação e o gerenciamento das atividades, em nível federal, estadual e municipal, dentro de suas competências e circunscrição, não havendo subordinação entre eles2.

2 Em que pese não haver subordinação direta, há a subordinação técnica, ou seja, o órgão máximo e coordenador do sistema CONTRAN é quem estabelece as diretrizes da Política Nacional de Trânsito, entre outras funções - Art. 12 do CTB.

(33)

TRÂNSITO E

POLICIAMENTO

(34)
(35)

Manual Técnico-Profissional 3.04.06

35

3 TRÂNSITO E POLICIAMENTO

Para o perfeito entendimento do assunto e conhecimento das atividades atinentes à função exercida pelo policial militar especializado em trânsito, torna-se indispensável a definição dos termos a seguir, de acordo com o estabelecido pelo CTB3, sendo eles:

3.1 Autoridade de Trânsito

Dirigente máximo de órgão ou entidade executivo integrante do S N T ou pessoa por ele expressamente credenciada.

3.2 Agente da Autoridade de

Trânsito

Pessoa, civil ou policial militar, credenciada pela autoridade de trânsito para o exercício das atividades de fiscalização, operação, policiamento ostensivo de trânsito ou patrulhamento.

3.3 Trânsito

Considera-se trânsito a utilização das vias por pessoas, veículos e animais, isolados ou em grupos, conduzidos ou não, para fins de circulação, parada, estacionamento e operações de carga ou descarga.

3.4 Operação de Trânsito

É o monitoramento técnico, baseado nos conceitos de Engenharia de Tráfego, das condições de fluidez, de estacionamento e parada na via, de forma a reduzir as interferências tais como veículos quebrados, acidentados, estacionados irregularmente atrapalhando o trânsito, prestando socorros imediatos e informações aos pedestres e condutores.

3 Conceituação preconizada pela Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Institui o Código de Trânsito Brasileiro).

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PRÁTICA POLICIAL ESPECIALIZADA

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3.5 Policiamento Ostensivo de Trânsito

Função exercida pelas Polícias Militares com o objetivo de prevenir e reprimir atos relacionados com a segurança pública e de garantir obediência às normas relativas à segurança de trânsito, assegurando a livre circulação e evitando acidentes.

3.6 Fiscalização

Ato de controlar o cumprimento das normas estabelecidas na legislação de trânsito, por meio do poder de polícia administrativa de trânsito, no âmbito de circunscrição dos órgãos e entidades executivos de trânsito e de acordo com as competências definidas neste CTB.

3.7 Via

Superfície por onde transitam veículos, pessoas e animais, compreendendo a pista, a calçada, o acostamento, ilha e canteiro central. São classificadas como: via de trânsito rápido, via arterial, via coletora e via local.

3.8 Via Urbana

São ruas, avenidas, vielas, ou caminhos e similares, abertos à circulação pública, situados na área urbana, caracterizados principalmente por possuírem imóveis edificados ao longo de sua extensão.

3.9 Via Rural

São as estradas e rodovias sendo considerado estrada a via rural não pavimentada e a rodovia, a via rural pavimentada

3.10 Infração de Trânsito

É a inobservância a qualquer preceito da legislação de trânsito, às normas emanadas do CTB, do CONTRAN e a regulamentação estabelecida pelo órgão ou entidade executiva do trânsito.

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PODER DE POLÍCIA

PENALIDADES

E MEDIDAS

ADMINISTRATIVAS

SEÇÃO 4

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4 PODER DE POLÍCIA, PENALIDADES E MEDIDAS

ADMINISTRATIVAS

4.1 Poder de polícia: discricionário ou vinculado

Poder de polícia, segundo Hely Lopes Meirelles (2006, p. 149), “é a faculdade de que dispõe a administração pública para condicionar e restringir o uso e o gozo de bens, atividades e direitos individuais em benefício da coletividade ou do próprio Estado.”.

A administração procura conter os abusos do direito individual através do poder de polícia, com o fim de manter o bem comum ou alcançá-lo.

O artigo 78 do Código Tributário Nacional (BRASIL 1966) considera poder de polícia a atividade pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.

Ainda, no parágrafo único do mesmo artigo, é estabelecido como sendo regular o poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente, nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.

No exercício do poder de polícia, o ato pode ser discricionário ou vinculado. Ele será discricionário se existe a possibilidade da análise da administração a respeito da conveniência ou não do exercício daquele poder, sempre na proteção do interesse público. No entanto, se não existe essa possibilidade, o ato é vinculado, ou seja, existe norma que rege seu modo e sua forma de realização.

No caso da Polícia Militar, é fato que o ato de polícia é discricionário até o momento em que sua existência não se faz vinculada às normas vigentes. Uma abordagem ou uma busca podem ser realizadas discricionariamente, ao

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passo que, ocorrido um crime, são obrigatórias as providências de socorro à vítima, prisão do meliante, se possível, e isolamento do local, visto que, vinculada, se tornou a atuação.

A ordem, o consentimento, a fiscalização, as medidas administrativas e coercitivas adotadas pelas autoridades de trânsito e seus agentes terão, por objetivo prioritário, a proteção à vida e à incolumidade física da pessoa (BRASIL, 1997), e são realizadas em conformidade com o Manual Brasileiro de Fiscalização de Trânsito (Aprovado pela Resolução CONTRAN nº 371/2010) e legislação complementar.

4.2 Penalidades

Penalidades são sanções previstas no CTB e impostas ao condutor, quando do cometimento de infrações, e somente as Autoridades de Trânsito podem aplicá-las, ou seja, não cabe sua aplicação por parte do policial militar.

Nem todas as Autoridades de Trânsito têm a mesma competência e seu exercício é delimitado pela circunscrição onde atua e exerça suas atribuições. Assim, de acordo com as competências estabelecidas pelo CTB e dentro de sua circunscrição, as autoridades de trânsito deverão impor às infrações cometidas, quando previstas, as seguintes penalidades:

a) advertência por escrito;

b) multa4;

c) suspensão do direito de dirigir;

d) cassação da CNH;

e) cassação da Permissão para Dirigir;

f ) frequência obrigatória em curso de reciclagem.

4 O termo multa, constante neste texto e no CTB, não pode ser interpretado como sendo o ato praticado pelo agente de trânsito nas vias urbanas e rurais, pois trata de uma medida administrativa conhecida como Autuação (preenchimento do Auto de Infração de Trânsito).

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41 Torna-se importante destacar que a aplicação das penalidades previstas no CTB não elide as punições originárias de ilícitos penais, decorrentes de crimes de trânsito.

4.3 Medidas administrativas

Medidas administrativas são procedimentos iniciais adotados pelas autoridades de trânsito ou seus agentes, no momento da constatação das infrações de trânsito nas vias públicas. Esse conceito diverge daquele estabelecido para as penalidades, pois estes são de competência exclusiva da autoridade de trânsito.

Assim, as medidas administrativas visam à correição de determinada conduta ou determinam o saneamento de alguma irregularidade identificada quando da abordagem do veículo ou ao condutor, durante uma fiscalização.

Sobre o conceito de medida administrativa, citamos o que se segue:

[...] ato de polícia administrativa, acautelatório e impositivo, ordenado e plano, sem observância de formalidades protelatórias, para fazer face a situações anômalas – práticas infracionais, incidentes e acidentes [...] Pela natureza é, em regra, discricionária, coercitiva, e autoexecutória. (ALMEIDA, 2006, p. 166).

A aplicação de medidas administrativas na atividade de trânsito depende de atributos, quais sejam, presunção de legitimidade e veracidade, imperatividade, autoexecutoriedade e tipicidade. As medidas administrativas, via de regra, são aplicadas durante as fiscalizações de trânsito, tanto por agentes empenhados no policiamento a pé quanto no policiamento motorizado. Almeida (2010), a esse respeito, traz que:

Nos locais de acidente de trânsito, torna-se elemento de grande utilidade, em face das providências policiais que têm de ser adotadas no tocante à segurança, normalização do tráfego e verificação de situação de legalidade de veículos e condutores. Mas sua utilidade se estende em controles posteriores ao acidente ou na sequência de providências para regularizar situações de veículos ou condutores.

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As medidas administrativas, previstas no CTB, são as seguintes: a) retenção do veículo;

b) remoção do veículo;

c) recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação;

d) recolhimento da Permissão para Dirigir;

e) recolhimento do Certificado de Registro;

f ) recolhimento do Certificado de Licenciamento Anual;

g) transbordo do excesso de carga;

h) realização de teste de dosagem de alcoolemia ou perícia de substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica;

i) recolhimento de animais que se encontrem soltos nas vias e na faixa de domínio das vias de circulação, e encaminhamento à autoridade trânsito. Não sendo possível o encaminhamento por falta de meios, serão tomadas providências pertinentes em cumprimento à determinação da citada autoridade.

As medidas administrativas devem ter por objetivo prioritário a proteção à vida e a incolumidade física das pessoas, e não devem elidir a aplicação das penalidades legais, por parte da autoridade de trânsito.

A impossibilidade de aplicação de medida administrativa prevista para infração não invalidará a autuação pela infração de trânsito, nem a imposição das penalidades previstas5.

Tanto as medidas administrativas quanto as penalidades vêm expressas em artigos que compõem o Capítulo das infrações, do CTB e no texto das Resoluções do CONTRAN, de acordo com cada situação em particular.

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AUTUAÇÃO

SEÇÃO 5

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5 AUTUAÇÃO

Autuação é um ato administrativo, uma comunicação ou denúncia através da qual o Agente de Trânsito comunica à Autoridade de Trânsito que foi praticada uma infração. Importante considerar que o agente não multa, apenas autua. A autuação pode se dar em flagrante, situação em que o Agente de Trânsito interpela o motorista infrator e lavra o auto de infração, mas pode haver, ainda, a autuação sem ser flagrante e a Autuação Eletrônica.

No bloco de atuações, mesmo que os fatos se deram com ou sem abordagem, independentemente do convênio firmado, os seguintes campos têm seu preenchimento obrigatório:

a) placa do veículo;

b) marca;

c) espécie;

d) local e data da infração: via, nº/km, bairro, município, UF, data e hora completa;

e) identificação da infração: código e descrição do código;

f ) identificação do agente: número, Cia, Batalhão e assinatura.

Faz-se necessária a lavratura do Registro de Evento de Defesa Social (REDS) quando forem adotadas as seguintes providências: remoção, recolhimento de documentos do condutor e/ou veículo, animais, transbordo de pessoas e/ou carga, realização de teste de dosagem de alcoolemia que configure infração e/ ou crime, o qual levará à autoridade de trânsito a informação sobre a infração. Para tanto, devem ser citadas, no histórico, todas as infrações confeccionadas. Sempre que um REDS for lavrado em decorrência de uma infração de trânsito, o número deste deve ser constado no Auto, de forma a subsidiar tanto a autoridade de trânsito, no julgamento da consistência do auto, quanto a Junta Administrativa de Recursos de Infrações (JARI) e as Comissões Administrativas de Defesa da Autuação (CADA), no julgamento dos recursos.

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As ações de fiscalização influenciam diretamente na segurança e fluidez do trânsito, contribuindo para a efetiva mudança de comportamento dos usuários da via, e, de forma específica, do condutor infrator, através da imposição de sanções, propiciando a eficácia da norma jurídica. São critérios

legais a serem observados na confecção do AIT/AINA:

t O policial militar deve ser designado pela autoridade de trânsito com circunscrição sobre a via, no âmbito de sua competência, para a lavratura do AIT/AINA. Para exercer suas atribuições, o policial militar deverá estar devidamente uniformizado, conforme padrão da Instituição, e no regular exercício de suas funções.

t O agente de trânsito deve nortear-se, dentre outros, pelos princípios constitucionais da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

t O uso de veículo, na fiscalização de trânsito, deverá ser feito com os mesmos caracterizados.

t É vedada a lavratura do AIT por solicitação de terceiros.

t A lavratura do AIT é um ato vinculado na forma da Lei, não havendo discricionariedade com relação a sua lavratura, conforme dispõe o artigo 280 do CTB.

O agente de trânsito deve priorizar suas ações no sentido de coibir a prática das infrações de trânsito, porém, uma vez constatada a infração, só existe o dever legal da autuação, devendo tratar a todos com urbanidade e respeito, sem, contudo, omitir-se das providências que a lei lhe determina.

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CRIMES DE

TRÂNSITO

SEÇÃO 6

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6 CRIMES DE TRÂNSITO

São as condutas humanas, provocadas por ação ou omissão, que se amoldam perfeitamente aos tipos previstos como crime no CTB.

Conforme contido no Código de Trânsito Brasileiro (BRASIL, 1997), em suas disposições gerais, verifica-se que aos crimes de trânsito aplicam-se as normas gerais do Código Penal e do Código de Processo Penal, sempre que o CTB não dispuser de modo diverso. Há, também, a possibilidade de aplicação de normas que disponham sobre crimes de menor potencial ofensivo aos crimes de trânsito, o que não anula a aplicação do Código Penal aos condutores. Foi estabelecido pelo CTB que, ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de que resulte vítima, não se imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá fiança, se prestar pronto e integral socorro à vítima.

São os seguintes, os crimes previstos no CTB:

a) homicídio culposo na direção de veículo automotor;

b) lesão corporal culposa na direção de veículo automotor;

c) omissão de socorro em acidente de trânsito;

d) afastar-se do local de acidente de trânsito;

e) conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool (embriaguez) ou de outra substância psicoativa que determine dependência;

f ) violação da suspensão ou proibição do direito de dirigir;

g) participar de disputas automobilísticas não autorizadas;

h) dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Permissão para Dirigir ou Habilitação ou, ainda, se cassado o direito de dirigir, gerando perigo de dano;

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i) permitir, confiar ou entregar a direção de veículo automotor a pessoa não habilitada, com habilitação cassada ou com o direito de dirigir suspenso, ou, ainda, a quem, por seu estado de saúde, física ou mental, ou por embriaguez, não esteja em condições de conduzi-lo com segurança;

j) trafegar em velocidade incompatível com a segurança nas proximidades de escolas, hospitais, estações de embarque e desembarque de passageiros, logradouros estreitos, ou onde haja grande movimentação ou concentração de pessoas, gerando perigo de dano;

k) alterar local de acidente com vítima, a fim de induzir a erro o agente policial, o perito ou o juiz.

6.1 Perigo de dano

A questão principal é o perigo de dano e não o dano em si. Logo, se uma pessoa dirigiu perigosamente, não é preciso causar dano físico ou material a alguém ou a alguma coisa, pois o que se pretende é prevenir o dano real. Contudo, o perigo deve ser concreto, isto é, deve estar descrita no REDS a conduta anormal da pessoa que dirigia e as possíveis vítimas e testemunhas dessa conduta. Assim, a punição será pelo perigo gerado ou pela possibilidade da sua ocorrência e não pelo dano causado.

Em nossa atividade de Policiamento de Trânsito, podemos citar como exemplos de Perigo de Dano o veículo no avanço do semáforo em sinal vermelho, o zigue-zague de veículos na pista de rolamento, o derrubamento de cones de sinalização por veículos em deslocamento, a passagem de veículos por cima de canteiros centrais das vias, o trânsito pela contramão de direção, o trânsito pela calçada, o envolvimento em acidente estando embriagado ou inabilitado, o trânsito em marcha ré em alta velocidade, a ocorrência de frenagem desnecessária, a arrancada brusca e/ou velocidade incompatível próxima à aglomeração de pessoas ou em local onde o trânsito esteja sendo controlado pelo agente.

Exemplo de como citar no histórico do REDS: O condutor do veículo (descrever o veículo), ao avistar a operação policial, (descrever a conduta. Ex.: parou repentinamente, imprimiu marcha a ré por uma longa distância, transitou por

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51 cima do canteiro divisor por onde várias pessoas faziam caminhada, evadiu pela contra mão de direção, freou bruscamente com arrastamento de pneus ou saiu com o veículo de forma brusca com deslizamento de pneus, transitou em velocidade incompatível para o local, entre outras, de acordo com o caso concreto), gerando perigo de dano. O fato foi presenciado pelas testemunhas (citar os nomes). Lembrando que esses dizeres devem estar dentro do contexto do caso real.

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ACIDENTE DE

TRÂNSITO

SEÇÃO 7

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7 ACIDENTE DE TRÂNSITO

É todo evento, em tese, não premeditado, de que resulte dano em veículo ou na sua carga e/ou lesões em pessoas e/ou animais, em que pelo menos uma das partes está em movimento na via terrestre, ou áreas abertas ao público. Pode originar-se, terminar ou envolver veículo na via pública.

7.1 Tipologia dos Acidentes

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7.1.1 Colisão

Acidente em que há impacto entre veículos em movimento.

7.1.1.1 Colisão lateral

Impacto lateral entre veículos que transitam na mesma via, podendo ser no mesmo sentido ou em sentidos opostos (Figura 1).

Figura 1 – Colisão lateral.

6 A classificação dos tipos de acidentes segue a NBR -10.697, de junho de 1980, da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT / Imagens retiradas da Internet: <http://www.polmil. sp.gov.br/unidades/cprv/acidente.asp>. Acesso em: 29 abril 2013.

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7.1.1.2 Colisão transversal

Impacto entre veículos que transitam em direções que se cruzam, perpendicularmente ou não (Figura 2).

Figura 2 – Colisão transversal.

7.1.1.3 Colisão frontal

Impacto entre veículos que transitam na mesma via, em sentidos opostos (Figura 3).

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7.1.1.4 Colisão traseira

Impacto entre veículos que transitam na mesma via, no mesmo sentido, tendo um dos veículos atingido de frente a parte traseira do outro (Figura 4).

Figura 4 – Colisão traseira

7.1.2 Choque

Impacto de um veículo em movimento contra qualquer obstáculo fixo, podendo ser um poste, uma árvore, um muro, um veículo estacionado ou outro elemento objeto (Figura 5).

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7.1.3 Capotamento

É quando o veículo gira sobre si mesmo, em qualquer sentido, chegando a ficar com as rodas para cima, imobilizando-se em qualquer posição (Figura 6).

Figura 6 – Capotamento.

7.1.4 Tombamento

É quando o veículo tomba sobre sua lateral, imobilizando-se (Figura 7).

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7.1.5 Engavetamento

Colisão tipo traseira, envolvendo três ou mais veículos (Figura 8).

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7.1.6 Atropelamento

Acidente em que o(s) pedestre(s) e/ou animal(is) impacta(m)-se ou sofrem impacto de veículo motorizado ou não, estando pelo menos uma das partes em movimento (Figura 9).

Figura 9 – Atropelamento.

7.1.7 Quedas

Acidente em que há impacto em razão de queda livre de veículo, ou queda de pessoas ou cargas por elas transportadas.

7.1.8 Outros acidentes

Há acidentes de trânsito incompatíveis com os descritos anteriormente, por isso, necessitam ser bem esclarecidos, tais como:

t Soterramento: quando o veículo é encoberto por terra.

t Submersão: quando o veículo é encoberto por água ou outra

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t Incêndio: quando ocorre fogo não controlado no veículo e/ou sua

carga;

t Explosão: quando, no veículo e/ou sua carga, ocorre súbito aumento

de volume e grande liberação de energia, acompanhados por altas temperaturas e produção de gases.

7.2 Deslocamento para o local do acidente

Este é um momento crítico, pois a guarnição, na ânsia de chegar rapidamente ao local da ocorrência, muitas vezes pode descuidar-se e expor a riscos desnecessários seus integrantes, os transeuntes e o patrimônio público e privado.

O deslocamento para o local da ocorrência deverá ser o mais rápido possível, procurando o melhor itinerário – ressaltando-se que um itinerário impensado poderá levar a guarnição a ficar retida no congestionamento causado pelo acidente – sem, contudo, deixar de observar rigorosamente as normas e legislação em vigor. A sirene e a utilização de luz intermitente vermelha, pela guarnição, quando em deslocamento, servem para solicitar passagem (e não é preferência sobre os demais veículos e, sim, solicitação de prioridade de passagem).

7.3 Acidente de trânsito fora da via pública

O CTB é aplicado somente no âmbito do espaço público, não abrangendo o espaço particular. Compreendem as vias públicas abertas à circulação, onde cabe a aplicação da Legislação de Trânsito, as vias terrestres urbanas e rurais, as ruas, as avenidas, os logradouros, os caminhos, as passagens, as estradas e as rodovias. Vale lembrar que o dispositivo legal observa que, dentro desse conceito, estão incluídas as praias abertas à circulação pública e as vias internas pertencentes aos condomínios constituídos por unidades autônomas. Entende-se por unidade autônoma a via pertencente aos condomínios com unidades independentes, residências separadas por espaços delimitados. É comum, na atividade operacional, a ocorrência de acidentes de trânsito em locais particulares, como no interior de posto de gasolina, pátio de

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estacionamentos de shoppings, supermercados e universidades. Nesses casos, quando acionada a viatura PM para o atendimento de ocorrência de trânsito, o policial militar deve observar que não constituem exemplos de via pública abrangidos pelo CTB, sendo locais de natureza particular.

Vale lembrar que, nesse caso, a tipificação correta no registro da ocorrência no REDS é o T 99.000 – outros tipos de ocorrências de trânsito –, sendo necessária a discriminação no histórico das circunstâncias que envolveram o fato. Não se trata de ocorrência de dano – C 01.163 –, a qual tem a vontade intencional do agente, o dolo, diferente do acidente de trânsito, causado por imprudência, negligência ou imperícia.

7.4 Posicionamento da viatura

A viatura deverá ser posicionada em local seguro e visível, de preferência fora da pista de rolamento (acostamento, estacionamento ou canteiro lateral/central, etc.) e paralela (ou “45º graus”) à pista com o pisca-alerta e luz intermitente vermelha (giroflex) acionados, para alertar os condutores (Figura 10). O posicionamento adequado da viatura é essencial para evitar seu envolvimento em novo acidente. Havendo mais de uma viatura, esta deverá ser utilizada para sinalização da retaguarda do local.

Figura 10 – Posicionamento da viatura.

7.4.1 Cuidando da segurança do local

O policial militar, no local de acidente, deverá:

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63 b) evitar aglomerações de policiais e demais pessoas no local, gerenciando as tarefas, tais como: sinalização da retaguarda do congestionamento, desvio e controle de trânsito, proteção do patrimônio e da vida, busca de dados e de meios para remoção de veículos e vítimas, entre outros procedimentos julgados necessários para o atendimento do acidente;

c) isolar o local com cordas e/ou fita zebrada, sempre que necessário, procurando, com esse procedimento, afastar os curiosos.

7.5 Sinalização do local de acidente

A sinalização do local de acidente é de grande importância para evitar que outros acidentes venham a acontecer, além de proporcionar segurança às partes envolvidas e ao policiamento, bem como alertar aos demais condutores sobre o perigo na via.

7.5.1 Tipos de sinalização

Triângulo de segurança: sinalização de emergência, independente do

circuito elétrico do veículo. Deverá ser colocado a no mínimo 30 metros do veículo acidentado (Figura 11);

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Cones: deverão ser refletivos (Figura 12), para melhor visualização noturna,

e são colocados a partir do bordo da pista, sendo o primeiro em distância que levará em conta a velocidade permitida e as condições de frenagem dos veículos, conforme tabela estabelecida pelo CONTRAN;

Figura 12 – Tipos de cones.

Sinalização de fortuna: na falta ou insuficiência de equipamentos de

sinalização, todo recurso que puder despertar a atenção dos usuários da via é válido para sinalização de locais de acidente de trânsito, como galhos de árvore (Figura 13), tambores refletivos, lata de óleo com mecha, etc.;

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Figura 13 – Sinalização com galhos de árvore.

Outros equipamentos utilizados na sinalização noturna são bastões

luminosos, lanternas, sinalizadores (pisca-pisca), placas de advertência, etc. (Figura 14).

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Sinalização com a viatura: com a viatura corretamente posicionada (ver

item 7.4), as luzes de emergência desempenham um importante papel na

sinalização do local de acidente. As luzes intermitentes vermelhas é um claro sinal de alerta aos usuários (Figura 15).

Figura 15 – Representação do giroflex.

7.5.2 Regras para sinalização

A distância da sinalização deverá obedecer ao contido na Tabela 1, a seguir. Há de se levar em conta que o aumento da retenção do trânsito implicará o aumento/movimentação da sinalização à retaguarda.

Tabela 1 – Distância de sinalização de local de acidente

TIPOS DE VIAS VELOCIDADE

V (KM/h) DISTÂNCIA MÍNIMA A SER SINALIZADA (em metros) URBANAS V < 60 60 < V > 80 V > 80 50 100 150 RURAIS V < 60 60 < V < 80 V > 80 100 150 200

BRASIL. Resolução 236, de 11 de Maio de 2007. Aprova o Volume IV – Sinalização Horizontal, do Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito.

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67 A implantação da sinalização deverá iniciar-se no ponto mais distante do acidente, observada a distância mínima constante na Tabela 1, devendo o militar que executá-la estar sempre de frente para o fluxo de veículos (enquanto procede a implantação, o militar estará sempre de costas para o acidente e de frente para o fluxo de veículos).

O recolhimento da sinalização deverá ser iniciado pelo equipamento (cone/ placa, etc.) que se encontrar mais próximo do acidente. Dessa forma o militar caminhará de frente para o fluxo de veículos, protegido pelos cones mais distantes.

A sinalização para isolamento de faixa de trânsito deve ser implantada com afunilamento gradual (Figura 16).

Figura 16 – Isolamento de faixa com afunilamento gradual.

7.6 Desobstrução da pista

O policial militar deverá restaurar a fluidez do trânsito o mais rápido possível. Qualquer obstáculo à livre circulação de veículos e pedestres é sempre um risco à segurança do trânsito, principalmente nas rodovias.

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Portanto, socorridas as vítimas de ferimentos e sinalizada a pista, é hora de se pensar na liberação da via, mediante a remoção de veículos acidentados, carga derramada e mesmo as vítimas fatais. Se necessário, o policial militar deverá buscar apoio do poder público local (Prefeitura, Estado etc.).

Ao remover veículos, carga ou vítima fatal do leito da via, o policial militar deverá cuidar para que não haja agravamento dos danos ao patrimônio e, principalmente, ao sentimento das pessoas (parentes/público presente). Sempre que possível, recomenda-se a solicitação de apoio a profissionais e entidades especializadas.

Nos casos de derramamento de carga, com riscos de saque por populares, a guarnição deverá solicitar o apoio policial necessário para evitar tal prática. Deve-se observar, também, que não nos compete doar carga derramada a populares. Além de não sermos proprietários, não temos como avaliar se o produto está em condições de consumo/utilização (contaminação, riscos de explosão, e outros).

7.7 Solicitação de perícia técnica

7.7.1 Preservação do local de sinistro

Caso seja necessário retirar os veículos da posição assumida após o sinistro, o policial militar deverá promover a marcação de sua posição inicial, utilizando, para tanto, material que deixe, junto ao pavimento, traços firmes.

7.7.2 Situações em que o perito comparecerá no local:

a) acidentes de natureza grave (vítimas graves ou fatais);

b) quando dos acidentes resultarem lesões corporais e se constatar que o agente estava sob influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa;

c) quando dos acidentes resultarem lesões corporais e se constatar que o agente estava participando, em via pública, de corrida ou competição

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69 automobilística, de exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada pela autoridade competente;

d) quando dos acidentes resultarem lesões corporais, constatado que o agente estava transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via, em 50 Km/h;

e) envolvendo veículo oficial.

7.8 Providências no local do acidente

7

7.8.1 Acidentes sem vítima

Em locais onde tenha ocorrido acidente sem vítima (Figura 17), o policial militar de trânsito, sempre que possível, deverá adotar as seguintes providências:

a) sinalizar o local;

b) verificar:

t se há vazamento de combustível, de óleo, de produtos químicos e queda de carga ou outra circunstância que tornam o local inseguro, ocasião em que deverá ser acionado o CBMMG,

t se há risco de incêndio/explosão, deve-se manter distância segura do local e interditar a via, acionando o CBMMG,

t os documentos de porte obrigatório dos veículos e dos condutores, atentando para a autenticidade e os antecedentes criminais dos condutores, sempre que necessário;

t a condição do(s) condutor(es) quanto à capacidade psicomotora e física;

c) priorizar a fluidez do trânsito (Leis 5.970/73 e 6.174/74) e, havendo necessidade de controle e desvio do tráfego, acionar, num primeiro momento, o órgão de trânsito com circunscrição sobre a via;

7 Providências baseadas na Diretriz Integrada de Ações e Operações (DIAO), disponível no site: https://diao.sids.mg.gov.br/, acesso em 06/03/13.

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d) adotar as providências específicas, caso haja indícios de infração penal e/ou administrativa por parte do(s) condutor(es) envolvido(s), relatando o fato no REDS;

e) preencher o termo de vistoria de veículo em três vias, quando houver remoção/apreensão, anexando-o ao REDS. Quando na localidade houver empresa devidamente habilitada/credenciada pela autoridade competente, o policial militar responsável pela remoção/apreensão acompanhará a vistoria do veículo, realizada pela empresa responsável, constando no histórico do REDS os dados do funcionário e do reboque, anexando uma via do termo de vistoria, devidamente assinado pelo respectivo reboquista, pelo policial militar e, sempre que possível, pelo condutor/responsável

f ) qualificar o(s) envolvidos(s) e testemunha(s), bem como suas versões, sempre que possível;

g) cumprir as demais normas vigentes na Corporação, conforme o caso específico;

h) redigir o REDS, constando os dados inerentes ao acidente, veículo(s), pessoa(s), com vistas a proporcionar a identificação da autoria e materialidade do delito.

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7.8.2 Acidente com vítima

Em locais onde tenha ocorrido acidente de trânsito com vítima, sempre que possível, deverá o policial militar:

a) sinalizar o local;

b) verificar a(s) condição(ções) da(s) vítima(s) quanto aos ferimentos e sinais de vida;

c) verificar:

t se há vazamento de combustível, de óleo, de produtos químicos e queda de carga ou outra circunstância que tornam o local inseguro, ocasião em que deverá ser acionado o CBMMG;

t se há risco de incêndio/explosão, deve-se manter distância segura do local e interditar a via, acionando o CBMMG;

t os documentos de porte obrigatório dos veículos e dos condutores, atentando para a autenticidade e os antecedentes criminais dos condutores, sempre que necessário;

t a condição do(s) condutor (es) quanto à capacidade psicomotora e física.

d) acionar:

t Corpo de Bombeiros, Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU), ambulância para socorro à(s) vítima(s);

t autoridade policial competente, perícia e rabecão, se for o caso; e) auxiliar ou promover o atendimento aos feridos, quando não houver Corpo de Bombeiros, SAMU, ambulância ou particulares para tal;

f ) isolar e preservar o local até a conclusão dos trabalhos periciais, salvo se dispensada a cobertura policial militar;

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PRÁTICA POLICIAL ESPECIALIZADA

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g) caso não seja possível manter o isolamento, demarcar a posição do(s) veículo(s), corpos, objetos e outros, retirando-os e restabelecendo a fluidez do tráfego (Leis 5.970/73 e 6.174/74) até a chegada da perícia técnica;

h) no caso de liberação de veículo, constar os dados do condutor/ responsável no REDS;

i) relacionar os documentos e objetos encontrados no veículo, constando-os no REDS, caso não seja encontrado nenhum proprietário/responsável pelo veículo no local do acidente, após o comparecimento ou não do(s) perito(s) e/ou autoridade policial. Importante considerar que, a partir do momento em que a guarnição assume a ocorrência, ela se torna responsável também pelos bens públicos e particulares existentes no local, principalmente veículos, pertences e cargas cujos envolvidos/proprietários/vítimas não estejam em condições de guardá-las.

j) apresentar o(s) condutor(es), juntamente com o(s) veículo(s), à autoridade policial quando houver indícios de crime, exceto em virtude de força maior;

k) relacionar e qualificar as testemunhas que presenciaram o fato, que detenham informações sobre o evento ou acompanharam a atuação;

l) redigir o REDS, constando os dados inerentes ao acidente, bem como veículo(s) e pessoa(s), com vistas a proporcionar a identificação da autoria e materialidade do delito.

NOTA: É recomendado que a VP seja posicionada após o acidente, devendo ser a retaguarda sinalizada com os instrumentos já citados (ver item 7.5.1), iniciando com a antecedência pertinente (ver item 7.5.2), desviando/ sinalizando o trânsito de forma imperativa.

Adequações poderão ser feitas pelo Comandante da GuPM, visto o cenário a sua frente, sempre com vistas à maximização da segurança.

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7.8.3 Acidente envolvendo veículo oficial

Nos casos de acidente envolvendo veículo oficial, o policial militar deverá: a) solicitar a presença da autoridade policial competente e perícia; caso não compareçam ao local, constar no histórico do REDS o nome do transmissor da mensagem do respectivo órgão, bem como o motivo do não comparecimento;

b) isolar e preservar o local até a conclusão dos trabalhos periciais, salvo se dispensada a cobertura policial militar pelos peritos;

c) caso não seja possível manter o isolamento, demarcar a posição do(s) veículo(s) no local, restabelecendo a fluidez do trânsito (Leis 5.970/73 e 6.174/74), aguardando a chegada da perícia;

d) relacionar e qualificar as testemunhas que presenciaram o fato, que detenham informações sobre o evento ou acompanharam a atuação.

7.8.4 Local de encerramento da ocorrência de acidentes de

trânsito

O local de encerramento das ocorrências de acidente de trânsito deverá seguir o contido na Diretriz Integrada de Ações e Operação (DIAO).

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SINALIZAÇÃO

SEÇÃO 8

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8 SINALIZAÇÃO

É o conjunto de sinais de trânsito e dispositivos de segurança colocados na via pública com o objetivo de garantir sua utilização adequada, possibilitando melhor fluidez no trânsito e maior segurança dos veículos e pedestres que nela circulam.

A responsabilidade de sinalizar a via e de mantê-la em boas condições de visibilidade e legibilidade será do órgão executivo de trânsito ou rodoviário com circunscrição sobre a via.

8.1 Sinais de trânsito

Os sinais de trânsito são elementos de sinalização viária que se utilizam de placas, marcas viárias, equipamentos de controle luminosos, dispositivos auxiliares, apitos e gestos, destinados exclusivamente a ordenar ou dirigir o trânsito dos veículos e pedestres e classificam-se em:

a) verticais;

Figura 18 – Representação de sinal de trânsito vertical.

b) horizontais;

Referências

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