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LEVANTAMENTO DE MACRÓFITAS AQUÁTICAS NO RIO MÉQUENS. Palavras-chave: Macrófitas Aquáticas, Rio Mequéns, Lagoas

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LEVANTAMENTO DE MACRÓFITAS AQUÁTICAS NO RIO MÉQUENS

Lucas Simão de Souza1 Reginaldo de Oliveira Nunes2

RESUMO

Considerando-se a escassez de informação existente sobre macrófitas aquáticas para as diversas regiões, onde não observa nenhuma referência para o estado de Rondônia, muito menos para região do Rio Mequéns, o presente estudo teve por objetivo coletar e identificar as espécies de macrófitas aquáticas presentes em quatro lagoas existentes na Bacia do Rio Mequéns. As lagoas são denominadas de Lagoas Tarumã, Rebojo, Brava e Lagoa do Morro, próximas ao Distrito Rolim de Moura do Guaporé, RO, localizado sob as coordenadas 13º05’17” S e 62º16’29” W. A escolha das lagoas foi aleatória, onde foram realizadas quatro coletas do material botânico entre o período de janeiro de 2008 a janeiro de 2009, compreendendo 02 (duas) saídas no período chuvoso, que contempla os meses março de 2008, e janeiro de 2009 e 02 (duas) saídas no período de seca, nos meses julho e setembro de 2008. O levantamento dos dados envolveu a demarcação das lagoas a ser estudadas, coleta de material botânico e a preparação de uma coleção de referência. Coletaram-se todas as espécies de macrófitas ocorrentes no local estudado, da margem e distante 10 metros para o centro das lagoas. Essa metodologia se justifica pelo fato que as macrófitas aquáticas podem estar distribuídas de maneira organizada e paralela à margem, formando um gradiente de distribuição da margem para o interior do lago, iniciando pelas macrófitas emersas, passando pelas de folhas flutuantes até as submersas enraizadas. Nas quatro lagoas foram identificadas e classificadas 15 famílias botânicas, totalizando 24 espécies de macrófitas aquáticas.

Palavras-chave: Macrófitas Aquáticas, Rio Mequéns, Lagoas

ABSTRACT

Taking the consideration of the scarcity of existing information on aquatic macrophytes the various regions, where it says no reference to the state of Rondônia, the least for the River Mequéns, the present study has beem to collect and identify the species of aquatic macrophytes in four existent lakes in the River Basin Mequéns. The lakes are called ponds Tarumã, Rebojo, Brava and the Morro, near the District of Rolim de Moura of Guaporé, RO, located under the coordinates 3º05’17” S and 62º16’29” W. The choice of the lakes was random, which were held four collections of botanic material among the period January 2008 to January 2009, including 02 (two) outlet in the period rainy, which covers the months of March 2008 and January 2009 and 02 (two) outlet in the period dryness, in the months July and September 2008. The survey at the bases involved the demarcation of the lakes to be studied, collection of material and preparation of a collection of reference. Collected all the species of macrophyte occurrence in the local studied, the margin and 10 meters distance to the center of the ponds. This methodology is for justify by the fact that aquatic macrophytes may be distributer in an organized form and parallel to margin, forming a gradient of distribution of the margin into the lake, initiated by the emergence macrophytes, floating through the sheets until the submerged rooted. In the four ponds were identified and classified 15 botanic families, totaling 24 species of aquatic macrophytes.

Key Works: Aquatic macrophytes, River Mequéns, lakes.

_________________________________________________________

2- Acadêmico do Curso de Licenciatura e Bacharelado em Ciências Biológicas da FACIMED. E-mail: lucas_sdesouza@hotmail.com

3 – Docente do Curso de Licenciatura e Bacharelado em Ciências Biológicas da FACIMED. E-mail: reginald_ufv@hotmail.com

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I - INTRODUÇÃO

A grande riqueza que se encontra no planeta em seus vários biomas, quando ainda não sofreu a influência negativa do homem é constituído de muitas formas de vida que desempenham várias funções necessárias para que se mantenha um perfeito equilíbrio da biodiversidade existente.

Muito embora o estudo dos ambientes aquáticos continentais seja muito antigo, somente a partir de 1900, com surgimento da Limnologia, foi dada maior atenção para fauna e a flora deste ambientes (ESTEVES, 1998, p. 4).

A definição ou conceito de planta aquática ou macrófita aquática é assunto que tem divergências entre autores. Consideram aquática a planta cujas partes fotossinteticamente ativas estão permanentemente ou por alguns meses, cada ano, submersos ou flutuantes e que são visíveis a olho nu (POTT e POTT, 2000, p. 35).

Para o Programa Internacional de Biologia (IBP), macrófitas aquáticas é a denominação mais adequada para caracterizar vegetais que habitam desde brejos até ambientes verdadeiramente aquáticos, incluindo macroalgas, uma denominação genérica, independente dos aspectos taxonômicos (ESTEVES, 1998, p. 317).

Conforme Esteves (1998, p. 317), entre vários ambientes colonizados por macrófitas aquáticas, pode-se destacar: fitotelmos, fontes termais com temperaturas de até 60ºC, cachoeiras, lagos, lagoas, represas, brejos, rios, corredeiras, ambientes salobros, ambientes salgados, como baias, recifes e praias arenosas e rochosas, e podendo ocorrer em águas com salinidade acima de 5%. Algumas espécies suportam condições próximas ao seu limite de tolerância, e realizam os processos fotossintéticos apenas para sua sobrevivência GOPAL (apud CANCIAM 2007, p. 16),

Segundo Pompêo (2003, p. 20), as macrófitas aquáticas são importantes componentes estruturais, e do metabolismo dos ecossistemas aquáticos, nesses ambientes cerca de 95% da biomassa total concentra-se nessas plantas.

De acordo com Esteves (1998, p. 329), o grande número de nichos é a vasta diversidade de espécies animais nas regiões litorâneas podem ser atribuídos principalmente á alta produtividade das comunidades de macrófitas aquáticas. Também cita que a influência das macrófitas aquáticas sobre o metabolismo dos ambientes aquáticos continentais pode ocorrer de várias maneiras, principalmente através da redução da turbulência da água, na ciclagem de nutrientes, na cadeia

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herbívora e detritívora de muitas espécies de animais aquáticos e terrestres, e como hospedeiras para associações de algas perifiticas e bactérias fixadoras de nitrogênio, muitas plantas aquáticas podem também ser utilizadas no controle de poluição e eutrofização artificial.

Segundo Esteves (1998, p.63), os lagos são elementos permanentes das paisagens da Terra, portanto surgem e desaparecem no decorrer do tempo. O seu desaparecimento está ligado a vários fenômenos, dentre os quais os mais importantes são: o seu próprio metabolismo como, por exemplo, o acúmulo de matéria orgânica no sedimento e deposição de sedimentos transportados por afluentes.

Segundo Welch (apud BEYRUTH 1992, p. 2) as macrófitas podem acelerar o envelhecimento de um lago provocando aumento na velocidade do processo de assoreamento, devido a sua grande produção de matéria orgânica.

Segundo Pott e Pott (2000, p. 29), estas áreas vêm tendo seu papel reconhecido como vital na conservação dos recursos hídricos, na mitigação de inundações, como filtro de poluentes, e habitat de vários organismos. Mostrada pela crescente preocupação com conservação, recuperação e reconstrução de áreas úmidas, por várias organizações em vários países.

Considerando a necessidade de se compreender o papel que cada forma de vida desempenha no ecossistema e escassez de informações existentes para as diversas regiões, esse trabalho teve por objetivo a realização de levantamento das espécies de plantas aquáticas existentes no Rio Mequéns.

II – MATERIAL E MÉTODOS 2.1. Descrição da Área de Estudo

O presente estudo foi realizado em quatro lagoas, que se comunicam com o Rio Mequéns, situadas próximo ao Distrito de Rolim de Moura do Guaporé, município de Alta Floresta D’Oeste – RO, tendo como coordenadas 13º05’03 21”S e 62º16’36.31” O.

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O Distrito de Rolim de Moura do Guaporé, mais conhecido popularmente por Porto Rolim, é uma comunidade ribeirinha tradicional, e possui hoje cerca de 500 pessoas, com 95 famílias (Prefeitura Municipal de Alta Floresta D’Oeste, 2009), formada basicamente por descendentes de quilombolas e índios, é reconhecida pela Fundação Palmares (2009), como remanescentes de quilombolas, a população local vive basicamente da pesca e lavouras e para subsistência e turismo da pesca. Localizado as margens do rio Mequéns, um dos maiores berçários do rio Guaporé, e no entorno do parque estadual de Corumbiara. A cidade mais próxima e o município de Alta Floresta d’ Oeste.

A escolha das lagoas se deu mediante informações relatadas pelos moradores locais e usando ainda o critério de inundação dessas lagoas ao longo do ano. Após a escolha, todas foram demarcadas com GPS (Garmin 76).

As quatros lagoas escolhidas são perenes, comunicam-se por um canal ao Rio Mequéns, e apresenta característica de Lagoa de Inundação, com grande variação no nível da água ao longo do ano, este tipo de lagoas e muito comum no Pantanal e planície amazônica, onde também recebem o nome de Baia e lagoas de várzea (Esteves, 1998, p.79). As lagoas escolhidas foram:

Lagoa Brava (Figura 01): as suas margens de um lado apresentam características de vegetação de campo, predominando vegetação rasteira formada por gramíneas herbáceas, e o outro lado a vegetação formada por plantas característica de cerrado, tendo como coordenadas 13º 1’1.89”S e 62º 14’58.54”O, apresentando forma elíptica com tamanho de aproximadamente 916 x 1151 m.

Lagoa do Rebojo (Figura 01), as suas margens e formada por floretas ombrófila aberta, tendo como coordenadas 13º4’42.99”S e 62º 17’21.22”O, apresentando forma alongada, com tamanho de aproximadamente 200 m de largura por 570 m comprimento.

Lagoa do Morro (Figura 01), a vegetação a suas margens de um lado formada por floresta ombrófila aberta, e o outro lado formado por vegetação característica de cerrado, coordenadas 13º 4’6.82”S e 62º19’48.43”O, apresentando forma alongada, com um tamanho de aproximadamente 90 m de largura, por 2240 m comprimento.

Lagoa Tarumã (Figura 01), a sua vegetação de um lado formada por floresta ombrófila aberta, e do outro lado e formada por pastagem, e uma residência próxima da sua margem, tendo como coordenadas 13º 4’29.57”S e 62º 21’44.75”O,

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apresentando forma alongada, tamanho de aproximadamente 50 m de largura por 540 m de comprimento.

Figura 01 – Localização das Lagoas escolhidas para o estudo. Fonte: Google Earth

2.2. Procedimentos Metodológicos

As coletas foram realizadas no período de janeiro de 2008 a janeiro de 2009, compreendendo 02 (duas) saídas no período chuvoso, que contempla os meses março de 2008, e janeiro de 2009 e 02 (duas) saídas no período de seca, nos meses julho e setembro de 2008.

Foram usados os termos cheia para os períodos chuvosos, época em que as lagoas recebem grande quantidades de água, e seca para os períodos em que a uma queda o nível das águas, fenômeno muito comum na região amazônica, conforme Esteves (1998, p.79).

As saídas a campo para as coletas foram feitas com auxílio de um barco de alumínio de 6 metros motorizado, onde após registro fotográfico, usando uma câmara digital Canon OES Rebel xt 350 d (apêndice), as plantas foram acondicionadas em sacos plásticos, para posteriormente identificação e herborização. As macrófitas aquáticas foram coletadas de forma aleatória a partir da margem e distante 10 metros para o centro da lagoa, a fim de aumentar o número amostral de espécies.

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As amostras de macrófitas coletadas foram identificadas, utilizando literaturas e especialistas da área, e posteriormente depositadas no Laboratório de Botânica da Faculdade de Ciências Biomédicas de Cacoal onde serão herborizadas e mantidas em exsicatas.

III – RESULTADOS E DISCUSSÃO

Nas quatro lagoas foram identificadas e classificadas 15 famílias botânicas, totalizando 22 espécies, 02 gêneros de macrófitas aquáticas (Tabela 01).

Observa-se que a Família Pontederiaceae apresentou o maior número de espécies de plantas aquáticas (n=05) que representa 20,8% do universo encontrado no trabalho, seguido da Família Cyperaceae (n=03), Araceae, Hydrocharitaceae, Onograceae com 02 espécies para cada família e, as demais famílias botânicas apresentaram apenas 01 espécie e 01 gênero cada.(Figura 02).

Número de espécies de Macrófitas Aquáticas

1 2 1 3 2 1 1 1 1 2 1 1 1 5 1 0 1 2 3 4 5 6 Alis mat acea e Ara ceae Azo llace ae Cyp erac eae Hyd roch arita ceae Lent ibul aria ceae Mar anta ceae May acac eae Nym phae acea e Ona grac eae Par keria ceae Poa ceae Pol ygon acea e Pon tede riace ae Sal vina ceae Família Botânica N ú m e ro d e Es p é c ie s

Figura 02. Número de Espécies de Macrófitas Aquáticas em relação as Famílias Botânicas.

Este resultado apresentado pela família Pontederiaceae pode ser justificado, por ser representadas por plantas perenes, invasoras e dominantes, como a Eichhornia azurea (Sw.) e Eichhornia crassipes (Mart.) (apêndice). Segundo Pott e Pott (2000, p. 277), e por vários trabalhos sobre plantas aquáticas, em todas as

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regiões do Brasil, como Pereira et al 2004 (MT), Castro et al 2007 (AP), Junior, 1999 (RS), Bortolotto et al 2005 (MS), Sanches et al 2000 (pantanal), Beyruth 1992 (SP), onde mostra ser uma das macrófitas aquáticas mais representativas nos ecossistemas aquáticos brasileiros e, conforme Esteves (1998, p.327) a Eichhornia crassipes (Mart.) (aguapé), e uma espécie nativa da região amazônica e em condições climáticas favoráveis e ausências de espécies competidoras e predadores, apresentam altas taxas de crescimento.

Quando analisado a relação existente entre o número de espécies e a sua distribuição de acordo com a sazonalidade, nota-se o seguinte resultados: Na lagoa Brava o número de espécies foi maior no período de seca, e do Morro a quantidade de espécies foi maior no período de cheia e, nas lagoas Tarumã e do Rebojo a quantidade foi igual para ambos períodos (Figura 03)

Número de espécies e sazonalidade

10 9 9 12 12 8 9 12 0 2 4 6 8 10 12 14

Lagoa Brava Lagoa do

Morro Lagoa do Rebojo Lagoa Tarumã Lagoas N ú m er o d e es p éc ie s Cheia Seca

Figura 03. Número total de espécies encontradas nas quatro lagoas estudadas.

Segundo Pott e Pott (2000, p. 33), a vegetação aquática apresenta uma grande dinâmica, na variação e na quantidade de determinadas espécies, de uma ano para outro, influenciada pelas condições de cheia e seca. Cita também que uma lagoa começa a ser colonizada por uma espécie, depois mudar para outra espécie, e depois que a lagoa seca recomeça tudo novamente. Isto significa que, retornando ao mesmo local, as plantas vistas em um ano podem não ser reencontradas no ano seguinte.

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Nota-se que nesta análise levou-se em consideração somente o número total de espécies, uma comparação mais completa sobre a diversidade de espécies é apresentada a seguir.

Conforme análise realizada (Tabela 01) observou-se que na Lagoa Brava foi encontrada a maior diversidade de espécies (n=15, 62,5%), sendo 04 espécies e 01 gênero registrados somente para o período de seca (Echinodorus sp, Urospatha sagittifolia (Rudge) Schot, Thalia geniculata L, Mayaca fluviatilis Aubl. Pontederia rotundofolia L) e 03 espécies registradas somente no período de cheia (Ludwigia helmintorrhiza (Mart.) Hara, Polygonum acuminatum H.B.K, Pontederia subovata (Seub.) Lowden), e, 07 espécies são registradas tanto para o período de cheia quanto de seca.

Foram registradas 13 espécies para a Lagoa Tarumã, sendo 01 espécie registrada somente para o período de seca (Limnobium laevigatum (Humb. & Bonpl.ex Willd) e 01 espécies para o período de cheia (Pistia stratiotes L.) e, 11 espécies são registradas tanto para o período de cheia quanto de seca).

A lagoa Tarumã mesmo levando em consideração o seu tamanho em relação com as demais lagoas, mostrou uma alta taxa de diversidades de macrófitas aquáticas, podendo esta relacionada à ação antrópica, a sua vegetação de um lado formada por floresta ombrófila aberta, e de outro formada por pastagem, e uma residência próxima da sua margem. Segundo CAMARGO et al (apud PEREIRA et al 2004, p. 3) as atividades humanas aumentam a disponibilidade de nutrientes nos corpos d’água, propiciam condições favoráveis ao desenvolvimento de determinadas espécies, as quais crescem excessivamente, prejudicando os usos múltiplos dos ecossistemas aquáticos. As plantas aquáticas, em ambientes eutrofizados são estudadas como um efeito do desequilíbrio causado pela poluição e/ou alagamento dos rios. (CARVALHO et al., 2001, p. 02). Em ambientes eutrofizados artificialmente, vários pesquisadores têm mostrado a possibilidade da utilização de macrófitas aquáticas na eliminação de compostos ligados aos processos de eutrofizaçâo como fosfato, amônia e nitrato JORGA (apud ESTEVES 1998.).

Para a Lagoa do Morro e do Rebojo foram registradas 10 espécies em cada, sendo para a Lagoa do Morro, o registro de 01 gênero no período de seca (Utriacularia sp) e 02 para o período de cheia (Pistia stratiotes L. Ceratopteris pteridoides (Hook.) Hieron), sendo 07 espécies registradas nos dois períodos. Para a Lagoa do Rebojo ocorreu 01 espécie para o período de seca (Ludwigia

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helmintorrhiza (Mart.) Hara) e 01 gênero para o período de cheia (Echinodorus sp) e 08 espécies tiveram ocorrência nos dois períodos.

Foram registradas 06 espécies, que aparecem em todas as lagoas (Cyperus gardneri Nees, Ludwigia helmintorrhiza (Mart.) Hara, Panicum elephantipes Nees ex Trin., Polygonum acuminatum H.B.K., Eichhornia azurea (Sw.) Kunth, Salvinia auriculata Aubl.) sendo que 04 espécies registradas em todos os períodos de coleta (Cyperus gardneri Nees, Panicum elephantipes Nees ex Trin., Eichhornia azurea (Sw.) Kunth, Salvinia auriculata Aub). Comparando as formas biológicas das espécies que foram encontras em todas as lagoas, observou-se que todas são plantas perenes. Plantas perenes são todas aquelas que persistem de um ano para outro ou ciclo de vida dura mais de dois anos segundo dados de Art (1998, p.399). Comparando-se a flora aquática com outras regiões do Brasil, e do Pantanal, com a região do Mequéns, nota-se coincidência entre muitas espécies, como trabalho feito por Thomaz et al (1992) nas planície de inundação do alto rio Paraná, apenas 3 familia botanicas de plantas aquáticas encontradas no Rio Mequéns ( Mayacaceae, Nymphaeaceae, Poaceae) não foram citadas por ele, e também todos espécies e gêneros de macrófitas descritas neste trabalho, foram identificas por Pott e Pott (2000) no pantanal, e apenas uma espécie (Victoria amazônica (Poepp.) Sowerby) não foi encontrada no Guia de Campo Plantas Aquáticas e Palustres do Estado de São Paulo de Amaral et al (2008, p. 452), o que comprova a ampla distribuição das plantas aquáticas no Brasil.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os dados obtidos na pesquisa são de grande importância, tanto para formação profissional, quanto para o registro de informações do ecossistema aquático.

Para melhor avaliar o papel e a importância ecológica das macrófitas aquáticas para o ecossistema da região, há necessidade de estudos periódicos através de levantamento de uma série de dados envolvendo pesquisas de campo e laboratório, ficando a sugestão para realização de trabalhos futuros na região.

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REFERÊNCIAS:

AMARAL, Maria do Carmo E. et al. Guia de Campo de Plantas Aquáticas e Palustres do Estado de São Paulo. Ribeirão Preto – SP: Holos, 2008. 452p.

ART, Henry W. Dicionário de ecologia e ciências ambientais. São Paulo: Melhoramento, 1998. 583p.

BEYRUTH, Zuleika. Macrófitas aquáticas de um lago marginal ao rio Embu-mirim, São Paulo, Brasil. Rev. Saúde Pública, São Paulo, 1992.

BORTOLLOTO, Ieda Maria, e NETO, Germano Guarim, O uso do camalote, Eichhornia crassipes (Mart.) Solms, Pontederiaceae, para confecção de artesanato no Distrito de Alburquerque, Corumbá, MS, Brasil. Acta bot. bras. Corumbá – MS, 2005

CANCIAM, Leonardo Farege. Crescimento das macrófitas aquáticas flutuantes Pistia

strationte e salvinia molesta em condições de temperatura e fotoperíodo. Dissertação

(Mestrado)- UNESP, Jaboticabal, São Paulo, 2007.

CASTRO, K. C. e SÁ-OLIVEIRA, J. C. Dados preliminares do levantamento de

macrófitas aquáticas na fazenda Novo Arycary, Ferreira Gomes – AP. Universidade Federal do Amapá, Laboratório de Limnologia , Macapá – AP, 2007.

CARVALHO, F.T. et al. Plantas aquáticas e nível de infestação das espécies presentes no reservatório de Barra Bonita, no rio Tietê. UNESP, São Paulo, 2001.

ESTEVES, F. A. Fundamentos da Limnologia. Rio de Janeiro: Interciência, 1998. 602p.

Fundação Cultural Palmares – Ministério da Cultura. Certidões atualizadas em Rondônia . Disponível em: http://www.palmares.gov.br/005/00502001.jsp?ttCD CHAVE=86. Acesso em: 01/07/2009.

JUNIOR, Cláudio Vinícius de Senna Gastal. Ponteria cordata L. Vs Pontederia

Lanceolata NUTT. UFRGS, Uruguaiana – RS, 1999.

PEREIRA, Elidiane Santos et al. Macrófitas aquáticas na Ilha da Mini Praia, Pantanal Norte, Cáceres (MT), Brasil. IV Simpósio sobre Recursos Naturais e Sócio-economico do Pantanal, 23 a 26 de novembro 2004, Corumbá - MS.

PREFEITURA MUNICIPAL DE ALTA FLORESTA D’OESTE – RO. Avenida Nilo Peçanha, 4513 – CEP 76954-000 TEL. (69) 3641-2463.

POMPÊO, M. L. M. e MOSCHINI-CARLOS, V. Macrófitas aquáticas e perifíton: Aspectos Ecológicos e Metodológicos. São Paulo: Rima, 2003. 124p.

POTT, V. J. e POTT, A. Plantas Aquáticas do Pantanal. Brasília: Embrapa, 2000. 404p.

SANCHES, Andréa da Luz, et al. Levantamento de pontederiaceae Kunth do Pantanal,

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THOMAZ, Sidinei. M. et al. Macrófitas aquáticas da planície de inundação do Alto rio Paraná: listagem de espécie e padrões de diversidades em ampla escala. UEM, Maringá – PR, 1992.

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A. Eichhornia azurea

Kunth

Planta flutuante fixa, perene, abundante e dominante as margens de rios e lagoas, em solos arenosos ou argilosos ácidos ou alcalinos.

B.Victoria amazônica (Poepp.) Sowerby

Planta flutuante fixa; folhas juvenis sagitadas, submersas, perene de vida curta, prefere águas não acidas, rica em nutrientes.

C. Pontederia parviflora

Alexander

Erva aquática emergente,

perene, fase jovem e submersa ou não geralmente ocorre na borda de lagoas, floresce em grande parte do ano

D. Eleocharis elegans

(H.B.K.)

Erva aquática emergente, rizomatosa, perene floresce durante e após a cheia, cresce em água de pouca profundidade, solos argilosos ou siltosos férteis.

E. Salvinia auriculata Aubl. Eva aquática flutuante livre anual ou perene, as raízes são folhas modificadas ; pioneiras em locais perturbados,

F. Panicum elephantipes

Nees ex Trin.

Erva emergente ou flutuante fixa, perene, o caule pode chagar a vários metros de comprimento, colonizadora quando vem a cheia, mas pode sobrevive a seca.

G. Ceratopteris pteridoides

(Hook.) Hieron

Erva flutuante livre; tem dois tipo de folhas, largas e fendidas e folhas partidas, com enrolamentos das margens, pioneiras, em águas ricas em nutrientes, abundante em solos argilosos.

H. Azolla filiculoides Lam. Erva flutuante livre, plantas jovem é verde, depois torna-se avermelhada, pode ser fixa solos úmidos, não cresce em águas acidas pobre em fósforo, freqüentes em águas paradas, solo argilosos, arenosos férteis ou em baceiros.

I. Eichhornia crassipes

(Mart.)

Erva flutuante livre, perene, cresce em água rica em nutrientes, prefere águas rasas, duplica de biomassa a cada duas semanas.

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J. Ludwigia sedoides

(H.B.K.)Hara

Erva aquatica flutuante fixa, perene, floresce quase todo o ano, prefere águas rasas, e capaz de sobreviver em solos úmidos, arenosos ou argilosos ácidos ou alcalinos, ás vezes e dominantes em lagoas e vazantes.

L. Pontederia subovata

(Seub.) Lowden

Erva aquática flutuante fixa, rizomatosa, anual ou perene, fase jovem com folhas submersas lineares e folhas flotantes, prefere águas rasas levemente corrente, abundante em lagoas temporárias, campos alagados, e, solos arenosos e argilosos

M. Utricularia sp

Erva submersa livre.

N. Mayaca fluviatilis Aubl. Erva aquática submersa ou terrestre, podendo ser flutuante, perene, floresce de abril a agosto, normalmente ocorre nas borbas de vazantes e lagoas, solos arenosos e siltosos.

O. Egeria najas Planch. Erva submersa fixa, perene, floresce de abril a outubro, indicador de eutrofização e perturbação, dominante em campos alagáveis, lagoas e vazantes, solos arenosos ou argilosos.

P. Cyperus gardneri Nees Erva aquática cespitosa, perene, inicialmente epífita sobre vegetação aquática suporte, depois e enraizada em ilha flutuante (baceiro),

freqüente em lagoa, vazantes brejos

Q. Thalia geniculata L. Erva aquática emergente, perene, rizomatosa, em touceira, parte área geralmente seca e morre após a cheia, cresce em qualquer solo, sendo abundante em lagoas e brejos.

R. Echinodorus sp

Erva aquática emergente

S. Urospatha sagittifolia

(Rudge) Schot

Erva aquática emergente, perene, rizomatoza, floresce em abril e maio, encontrada em solos ácidos arenosos ou argilosos; abundante em brejos

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T. Polygonum acuminatum

H.B.K. Erva aquática emergente, perene, muito freqüente em campos alagáveis, vazantes, em lagoas, também sobre camalote e baceiro, solos arenosos e argilosos.

U. Eleocharis debilis Kunth Erva aquática emergente, rizomatoza, perene, comum em solos úmidos

V. Pontederia rotundofolia

L. f. Erva aquática flutuante fixa, rizomatoza ou estolonífera; pode ser perene ou anual, floresce de fevereiro a outubro; freqüente em planícies de inundação e solos argilosos férteis.

X. Ludwigia helmintorrhiza

(Mart.) Hara *

Erva aquática flutuante livre, com flutuadores esponjosos (pneumatóforos), passando de fixa quando a agua baixa ou se estiver na borda; perene, sua freqüência aumenta com adição de nutrientes, como esterco.

Z. Pistia stratiotes L. * Erva aquática flutuante livre, rosulada, estolonífera, anual ou perene; cresce em água parada ou pouco corrente, pioneira indicadora de eutrofização

Y. Limnibium laevigatum

(Humb. & Bonpl.ex Willd.) *

Erva flutuante livre, estolonífera, perene; freqüente em lagoas, água parada ou pouco corrente, solos arenosos ou argilosos.

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