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APPLICATION OF HUMANISTIC NURSING THEORY IN HEALTHCARE: AN INTEGRATIVE LITERATURE REVIEW

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Academic year: 2020

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APPLICATION OF HUMANISTIC NURSING THEORY IN HEALTHCARE: AN INTEGRATIVE LITERATURE REVIEW APLICAÇÃO DA TEORIA HUMANÍSTICA DE ENFERMAGEM NOS SERVIÇOS DE SAÚDE: REVISÃO INTEGRATIVA DA

LITERATURA

APLICACIÓN DE LA TEORÍA HUMANÍSTICA DE ENFERMERÍA EN SALUD: UNA REVISIÓN INTEGRADORA DE LA LITERATURA

Ramonyer Kayo Morais de Oliveira1, Pétala Tuani Candido de Oliveira Salvador2, Viviane Euzébia Pereira Santos3 ABSTRACT

Objective: To examine the knowledge produced about the consolidation of humanistic nursing theory in healthcare services, highlighting the possibilities of practical application. Methods: It is an integrative literature review conducted in the databases BDENF, LILACS, SciELO and MEDLINE using the keywords controlled "nursing" and "health services" and the uncontrolled "humanistic theory". Results: After a systematic analysis of 26 selected scientific production, the results were grouped into two pillars: characterization of the studies found and theoretical issues brought by the studies, emphasizing the benefits of using humanistic theory in health services and the challenges reported in addition to the methods applicability described in the studies analyzed. Conclusion: To elucidate the many benefits reported on the practical experiences of applying humanistic theory, emphasizing the solidification of a humanized care, based on dialogue and reflection on overcoming the technical elements of professional practice of nursing. Descriptors: Nursing, Nursing theory, Patient care planning.

RESUMO

Objetivo: Analisar o conhecimento produzido sobre a consolidação da Teoria Humanística de Enfermagem nos serviços de saúde, destacando suas possibilidades de aplicação prática. Métodos: Trata-se de uma revisão integrativa de literatura realizada nos bancos de dados BDENF, LILACS, SciELO e MEDLINE, utilizando os descritores controlados “enfermagem” e “serviços de saúde” e o não controlado “teoria humanística”. Resultados: Após a análise sistemática das 26 produções científicas selecionadas, os resultados foram agrupados em dois pilares: caracterização dos estudos e questões teóricas trazidas pelos estudos, enfatizando os benefícios do uso da teoria humanística nos serviços de saúde e os desafios relatados, além dos métodos de aplicabilidade descritos nos estudos analisados. Conclusão: Elucidaram-se os inúmeros benefícios relatados nas experiências de aplicação da Teoria Humanística, enfatizando a solidificação de um cuidado humanizado, baseado no diálogo reflexivo e na superação dos elementos tecnicistas da prática profissional. Descritores: Enfermagem, Teoria de enfermagem, Planejamento de assistência ao paciente.

RESUMEN

Objetivo: Examinar el conocimiento producido sobre la consolidación de la teoría humanística de enfermería en los servicios de salud, destacando las posibilidades de aplicación práctica. Métodos: Revisión integradora de la literatura realizada en las bases BDENF, LILACS, SciELO y MEDLINE utilizando los descriptores controlados "enfermería" y "servicios de salud" y el no controlado "teoría humanista". Resultados: Después de un análisis de 26 producciones, los resultados se agruparon en dos pilares: la caracterización y las cuestiones teóricas presentadas por los estudios, haciendo hincapié en los beneficios de la utilización de la teoría humanística y los retos que informó además de los métodos de aplicación. Conclusión: Para dilucidar las muchas ventajas informó sobre las experiencias de aplicación de la teoría humanística, haciendo hincapié en la solidificación de una atención humanizada, basada en el diálogo y la reflexión de la práctica profesional. Descriptores: Enfermería, Teoría de Enfermería, Planificación de atención al paciente.

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1Enfermeiro. Pós-graduando em Terapia Intensiva pela Faculdade Integrada de Patos/PB; membro do grupo de pesquisa laboratório de investigação do cuidado, segurança e tecnologias em saúde e enfermagem da UFRN. E-mail: ramonyerkayo@hotmail.com. 2 Enfermeira. Pós-graduanda em Saúde Coletiva com Enfoque na Estratégia de Saúde da Família pela FACEX/RN. E-mail: petalatuani@hotmail.com. 3 Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Professora do Colegiado de Enfermagem da Federal do Vale do São Francisco, Petrolina/PE. Membro do grupo laboratório de investigação do cuidado, segurança e tecnologias em saúde e enfermagem da UFRN/ Natal-RN. E-mail: vivianeepsantos@gmail.com.

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A enfermagem é conceituada, primordialmente, como a arte e a ciência do cuidar, sendo descrita como uma profissão permeada por uma ampla variedade de elementos que a compõem e caracterizam sua práxis. Dentre esses elementos, destaca-se o cuidado, constructo teórico central da enfermagem1. Assim, desde sua

confirmação como profissão do cuidar por Florence Nightingale, a enfermagem traz como binômio essencial arte-ciência do cuidado2.

Todavia, é válido ressaltar que a concepção do cuidado da enfermagem evoluiu paulatinamente em seu percurso histórico, isso em função dos princípios diferenciados que nortearam tal profissão ao longo do tempo, um reflexo dos paradigmas sanitários que embasaram as ações de saúde nesses períodos. Outrossim, historicamente a enfermagem conformou-se, basicamente, com uma cultura do fazer disciplinar sem, contudo, refletir acerca de novas possibilidades do ser e agir nos micro-espaços do cotidiano diário3.

Nessa perspectiva, o cuidado de enfermagem, inicialmente, é compreendido por uma visão caritativa, o que foi sendo modificado quando a enfermagem foi se consolidando como uma profissão de base científica, em que o cuidar, mesmo sendo seu elemento basilar, exige um embasamento teórico para a garantia de sua eficácia e resolutividade.

A literatura reflete que a tentativa de organizar o conhecimento da enfermagem ocorreu a partir da década de 1950, época em que houve um avanço significativo na construção e na organização dos modelos conceituais da enfermagem, os quais serviram de embasamento para a construção das teorias de enfermagem4.

Na atualidade, o cuidado de enfermagem fundamenta-se na recuperação e na promoção do bem-estar do indivíduo e encontra-se

fundamentado em conhecimentos científicos e na autonomia profissional4.

Diante desses ares, reconhece-se o enfermeiro como um profissional articulador e integrador de diferentes saberes, regido por legislações específicas que buscam a solidificação de tais princípios, sendo enfática a necessidade de a equipe de enfermagem conhecer o lado teórico filosófico da prática assistencial.

No presente estudo, destacamos a teoria da Enfermagem Humanística de Josephine Paterson e Loretta T. Zderad, cada vez mais divulgada e reconhecida nos serviços de saúde.

A teoria Humanística é derivada de uma experiência fenomenológica em que os seres humanos envolvidos são os cuidadores (enfermeiros) e os seres cuidados, que em um plano linear, podem relacionar-se de forma criativa na esperança de buscar o bem estar, favorecendo a intersubjetividade e reconhecendo a condição humana do enfermeiro e da pessoa cuidada5.

Dessa forma, a teoria Humanística da Enfermagem aponta três conceitos principais: os seres humanos, a saúde e a Enfermagem6. Os seres

humanos vivem num processo existencial de vir-a-ser, relacionam-se com outros seres humanos, no tempo e no espaço. São capazes, abertos a opções, com valores e apresentam-se como resultado de seu passado, presente e futuro.

A saúde é entendida como uma questão de sobrevivência pessoal, portanto, mais do que a ausência de doenças, como potencial para o bem-estar e para o bem-estar melhor. A saúde é vivenciada no processo de viver. Ser saudável significa estar aberto para as experiências da vida6.

Enfermagem é vista como uma resposta de cuidado de uma pessoa com a outra, num momento de necessidade que visa ao desenvolvimento do bem-estar e do estar melhor. Trabalha ainda na perspectiva de aumentar a INTRODUCÃO

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possibilidade de fazermos escolhas responsáveis no processo de vir-a-ser.

A Enfermagem é um diálogo vivido, em que o enfermeiro e outra pessoa relacionam-se de forma criativa, através do relacionar-se e do estar-presente. Há um encontro, onde há uma demanda e uma resposta; há uma relação sujeito-objeto, em que é possível adquirir-se certo conhecimento sobre a pessoa; há relacionamento intersubjetivo, isto é, sujeito-sujeito, tornando-se possível o conhecimento de uma pessoa em sua individualidade única; ambas as relações são essenciais ao processo clínico e constituem-se como elementos integrantes da Enfermagem Humanista7.

As teoristas, além dos conceitos, propuseram uma metodologia congruente para o processo assistencial e desenvolveram o conceito de "nursologia", para afirmar a Enfermagem como ciência fenomenológica. Sua teoria é, pois, uma filosofia e, ao mesmo tempo, uma metodologia de enfermagem e pesquisa, cujo objetivo é a qualidade tanto do cuidado como da vida do enfermeiro.

Diante dessa concepção, apreende-se que o trabalho da enfermagem possui muitas implicações acerca do cuidado, isso porque os enfermeiros enfrentam e vivenciam situações alheias, permitindo que ele, como indivíduo, seja protagonista da recuperação do outro a partir dos valores, crenças e perspectivas de que ambos (paciente-enfermeiro) trazem a esse encontro8.

Destarte, todo cuidado, sobretudo o da enfermagem, não deve prescindir o feitio humano-relacional, ou seja, o cuidado não se restringe apenas a uma ação técnica na hora de executar um procedimento – cuidado mecânico e tecnicista. O aspecto atitudinal muitas vezes sobressai sobre qualquer técnica, pois este é relacional, considerando os valores e sentimentos do ser doente9.

Diante da relevância da temática e da ainda incipiência de estudos que revelem a edificação da teoria Humanística nos serviços de saúde, apresenta-se como questão norteadora do estudo: em quais serviços de saúde a teoria humanística está sendo aplicada? E ainda, de que forma a teoria Humanística está sendo aplicada nos serviços de saúde?

O Objetivo: Analisar, por meio de revisão integrativa, o conhecimento produzido sobre a consolidação da Teoria Humanística de Enfermagem nos serviços de saúde, destacando suas possibilidades de aplicação prática.

Trata-se de uma revisão integrativa de literatura acerca da consolidação da Teoria Humanística de Enfermagem nos serviços de saúde. A revisão literária tem a finalidade de reunir, analisar e sintetizar estudos já existentes através dos resultados de pesquisas sobre um determinado tema ou questão, de maneira sistemática e ordenada, no intuito de aprofundar e debater o conhecimento a ser investigado10.

Efetuou-se o levantamento dos dados nos bancos de dados BDENF (Banco de Dados em Enfermagem), LILACS (Sistema Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde), SciELO (Scientific Electronic Library Online) e MEDLINE (Medical Literature Analysis and Retrieval System Online).

Para a localização dos estudos, foram utilizados os descritores controlados “enfermagem” e “serviços de saúde” e o descritor não controlado “teoria humanística”.

A pesquisa foi realizada nos meses de fevereiro e março de 2011.

A revisão literária foi estruturada em três etapas, a saber: primeiro, identificamos os descritores controlados junto à BIREME (Biblioteca

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Virtual em Saúde) através do DeCS (Descritores em Ciências da Saúde), selecionando aqueles considerados pertinentes para a consecução da pesquisa - Enfermagem/Nursing/Enfermería, Serviços de Saúde/Health Services/Servicios de Salud, os quais foram combinados com o descritor não controlado “Teoria Humanística”, sendo utilizadas duas combinações – enfermagem/teoria humanística e enfermagem/serviços de saúde/teoria humanística e; na segunda etapa, realizamos a pesquisa por meio desses descritores nas bases de dados supracitadas; e, por fim, procedemos com a análise crítica dos estudos, excluindo aqueles não condizentes com o escopo da pesquisa, bem como as produções duplicadas.

Como critérios de inclusão dos estudos, foram selecionadas as produções científicas que evidenciassem a temática proposta, disponíveis em modo texto completo e publicadas nos últimos 10 anos (2001-2011).

Desse modo, a análise dos artigos encontrados foi sistematizada, seguindo as etapas da pesquisa bibliográfica, contemplando: o levantamento bibliográfico preliminar nas bases de dados supracitadas; a leitura exploratória dos estudos, verificando a viabilidade dos estudos encontrados para a revisão literária; a leitura seletiva, analisando, de maneira específica, a pertinência dos estudos; a leitura analítica, sumarizando as informações encontradas de maneira crítica; a leitura interpretativa, articulando os conhecimentos versados em todos os estudos analisados; e a elaboração do texto final que sintetiza os resultados da pesquisa literária11.

Para reunir os dados coletados da pesquisa, usaram-se tabelas para melhor análise, descrevendo as propriedades dos artigos.

Após a análise sistemática das 26 produções científicas selecionadas, os resultados foram agrupados em dois pilares: inicialmente, apresenta-se a caracterização dos estudos encontrados, quanto ao ano de publicação, revista, tipo de pesquisa, dentre outros fatores; e posteriormente colocam-se em relevo questões teóricas trazidas pelos estudos, enfatizando-se os benefícios do uso da teoria humanística nos serviços de saúde e os desafios relatados, além dos métodos de aplicabilidade descritos nos estudos analisados. Tais pilares teóricos são expostos a seguir.

Caracterização dos estudos selecionados A tabela 1 são os achados derivados da pesquisa bibliográfica sobre a teoria humanística, considerando base de dados, combinação de descritores, critérios de inclusão/exclusão e variáveis mencionadas na metodologia.

B ase d e dad os C omb in ão 1* C omb in ão 2* * Ex cl u íd os R ep et id os Est u do s se le ci on ad os BDENF 4 53 37 2 18 MEDLINE 0 5 1 3 1 LILACS 0 54 32 15 7 SciELO 0 13 3 10 0 Total 4 125 73 30 26

Tabela 1: Distribuição dos artigos segundo resultado da revisão literária, 2011.

*Combinação 1: Enfermagem - serviços de saúde - teoria humanística

**Combinação 2: Enfermagem - teoria humanística A pesquisa totalizou a quantia de 129 artigos selecionados a partir das combinações adscritas, onde 56 se apresentaram em forma de texto completo na primeira seleção (sendo 73 excluídos); na segunda seleção, 28 artigos enquadraram-se nos moldes de inclusão/exclusão por responder à questão norteadora, havendo

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repetição de 29 estudos entre as bases de dados e, 01 artigo incluído no indexador advindo de uma dissertação também indexado no mesmo, restando assim 26 artigos para submissão da análise, caracterização e, por fim, discussão.

A tabela 2 descreve a caracterização dos estudos para posterior análise.

Revista Ano Título do Artigo Serviço de Saúde e federação* Gaúcha de

Enfermagem 2008 crianças com Existir de AIDS em casa de apoio: compreensões à luz da enfermagem humanística Casa de Apoio a crianças com HIV/AIDS. Rio Grande do Sul Texto Contexto Enfermagem 2005 O modo de cuidar no encontro com o ser-criança que convive com AIDS: o experienciar da finitude e a ética Unidade de Internação Pediátrica. Rio Grande do Sul

Anna Nery 2008 A relação intersubjetiva

entre o enfermeiro e a criança com dor

na fase pós-operatória no ato de cuidar Unidades de cuidados pós-operatórios de um hospital infantil. Paraná Dissertação

UFC 2007 Transplante hepático: o significado para aqueles que vivenciam a espera pelo procedimento cirúrgico Ambulatório do centro de transplante de fígado. Ceará Dissertação

UFSC 2002 A atuação da enfermeira frente à dor do cliente em pós-operatório – uma abordagem humanizada Clínica cirúrgica de um hospital Escola. Santa Catarina Dissertação

UFSC 2002 possibilidades de Novas humanização na hemodiálise: o cliente e a equipe de enfermagem na construção do mais-ser Clinica Renal. Santa Catarina Latino-am Enfermagem 2004 O cuidado de enfermagem na unidade de terapia intensiva (UTI): teoria humanística de Paterson e Zderad UTI Pediátrica. Latino-am

Enfermagem 2004 nascido sob O recém-fototerapia: a percepção da mãe Unidade de Internação Neonatológica. Ceará Latino-am

Enfermagem 2005 Análise da teoria humanística e a relação interpessoal do enfermeiro no cuidado ao recém-nascido UTI Neonatal Enferm UERJ 2006 Teoria de Paterson e Zderad: um cuidado de enfermagem ao cliente crítico sustentado no diálogo vivido UTI adulto Latino-am

Enfermagem 2007 Palliative care to the cancer patient: reflections according to Paterson and Zderad„s view UTI oncológica Eletrônica de Enfermagem 2006 A relação dialógica permeando o cuidado de enfermagem em uti pediátrica cardíaca UTI pediátrica cardíaca Online Brazilian Journal Of Nursing 2007 Cuidado à família de crianças em situação de abuso sexual baseado na teoria humanística ONG que atende crianças com história de abuso sexual. Ceará Tese

UFRGS 2005 Assistência cuidativa humanística de enfermagem para familiares cuidadores de idosos com doença de alzheimer a partir de um grupo de ajuda mútua Grupo de Ajuda Mútua com familiares de idosos com Alzheimer

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Dissertação UFRGS 2006 Comunicação entre a enfermagem e clientes em um centro de terapia intensiva com base na teoria humanística de Paterson e Zderad Centro de Terapia Intensiva. Rio Grande do Sul

Anna Nery 2008 Existencialidade da criança com AIDS: perspectivas para o cuidado de enfermagem Unidade de Internação Pediátrica. Rio Grande do Sul REEUSP 2008 Diálogo como

pressuposto na teoria humanística de enfermagem: relação mãe- enfermeira-recém nascido - REEUSP 2006 A interação enfermeira-recém-nascido durante a prática de aspiração orotraqueal e coleta de sangue UTI Neonatal. Ceará Cogitare

Enfermagem 2006 O cuidado do enfermeiro à criança com dor

pós-operatória: construção de um marco conceitual à luz de Paterson e Zderad Centro de Recuperação Pós-operatória Pediátrico. Paraná REEUSP 2009 Experiência existencial de mães de crianças hospitalizadas em Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica UTI pediátrica. Paraíba

RENE 2009 Aplicação dos conceitos da teoria humanística numa unidade de queimados Centro de Tratamento de queimados. Paraíba Ciencia y

enfermería 2006 Enfermagem e o cuidado humanístico: proposta de intervenção para a mãe do neonato sob fototerapia Unidade de Internação Neonatal. Ceará

REE 2006 Diálogo vivido entre enfermeira e mães de crianças com câncer Unidade de Oncologia Pediátrica. Paraíba Anna Nery 2006 Aconselhamento

pós-teste anti-hiv: análise à luz

de uma teoria humanística de enfermagem Unidades Básicas de Saúde da Família. Ceará Tese

UFC 2006 humanística: Enfermagem contribuição para o desenvolvimento da enfermeira na unidade neonatal Unidade de Internação Neonatal. Ceará REBEN 2006 A convivência da família com o portador de Síndrome de Down à luz da Teoria Humanística Associação de Pais e Amigos excepcionais. Ceará Tabela 2: Caracterização dos artigos analisados na revisão literária, 2011.

Na tabela acima, apresentamos os artigos selecionados para o estudo de revisão, destacando informações relativas aos nomes das revistas, ano de publicação, título do estudo e serviço de saúde e unidade de federação concomitantemente. Analisou-se 26 estudos, dentre artigos, dissertações e teses que atenderam aos objetivos e responderam a questão norteadora.

Dos artigos apresentados a maior porcentagem foi publicada na revista Latino-americana de Enfermagem com 15,3%, seguida de 11,5% da revista da Escola Paulista de Enfermagem; sobre o ano, foram publicados, em 2006, 38,4% dos estudos e, em 2008, 15,3%; com relação ao tipo de artigo, 50% são estudos originais, 27% são teses e dissertações e 23% são estudos teóricos; sobre os setores de saúde, os estudos apontaram uma proporção bastante superior para unidades pediátricas, sendo essas em casas de apoio, clínicas cirúrgicas, e, sobretudo, em Centros de Tratamentos Intensivos; foram abrangidos também unidades especializadas, como clínica renal, de transplante,

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oncologia; é importante relatar os estados federados onde se realizaram a pesquisa, no Nordeste com os estados do Ceará (CE) e da Paraíba (PB); no Sul, os estados do Rio Grande do Sul (RS), Santa Catarina (SC) e Paraná (PR); todos no Brasil.

Discussões teóricas alçadas nos estudos selecionados

A teoria humanística tem como pressuposto a enfermagem como uma ciência que convive em um processo essencialmente interativo, resultante do encontro de dois seres humanos: um que necessita ser cuidado e o outro comprometido com o cuidar12.

Caracteriza-se como enfermagem humanística por preocupar-se com as experiências dos indivíduos, buscando compreender a natureza humana e a enfermagem13. Nesse sentido, um

aspecto basilar de tal teoria constitui a comunicação entre os sujeitos envolvidos no processo de cuidar.

Semelhante à grande variedade de ambientes descritos, diversos métodos de aplicabilidade foram alçados nos estudos analisados, desde pesquisas convergentes-assistenciais com descrição prática e observação de práticas de saúde seguindo os preceitos humanísticos, até a descrição de entrevistas realizadas com familiares de usuários de saúde e com profissionais de saúde, visando identificar elementos medulares da teoria humanística nas práticas de saúde.

No concernente aos benefícios proporcionados pelo uso da teoria humanística nos serviços de saúde, destacaram-se: a possibilidade de superação do tecnicismo por meio da solidificação de uma assistência sensibilidada14-15;

a valorização do diálogo reflexivo por meio da escuta terapêutica13-14,16; a edificação de um

cuidado humanizado, valorizando todos os sujeitos

envolvidos no processo de cuidar13-17; a

comunicação integral com o usuário, apreendendo os aspectos não-verbais da comunicação intrínseca ao processo de cuidar16; a melhoria assistencial,

por meio do atendimento sensibilizado aos chamados dos usuários18; o autocuidado das

enfermeiras, possibilitando a melhoria do estado de alma das enfermeiras, do autocuidado, da auto-aceitação18; e a teorização das práticas da

enfermagem, iluminando os passos para a pesquisa e a prática profissional13,19.

Em síntese, defende-se a teoria humanística como a possibilidade de humanizar as práticas de saúde, entendendo que a prática cotidiana da enfermagem humanística requer do enfermeiro, conhecimento profundo do ser humano, isto é, de “si” e do “outro” e das relações que o cercam, denotando um compromisso existencial voltado para entender e valorizar o potencial humano14.

Quanto às dificuldades relatadas na solidificação da teoria humanística nos serviços de saúde, foram enfatizados: a hegemonia do modelo cartesiano16,18,20; a estrutura física dos ambientes

hospitalares, enfaticamente das unidades de terapia intensiva, com espaço restrito para a circulação, camas com grades elevadas dificultando a proximidade de quem está querendo tocar e acolher16,18; os ruídos

característicos dos ambientes de cuidado, não somente os provindos dos equipamentos tecnológicos, vozes e gemidos, mas os provenientes entre enfermagem e familiares, através da limitação de informações12,16; o

desgaste físico e emocional nos profissionais18,20; a

gravidade dos pacientes, uma vez que o enfermeiro se vê compelido a eleger as prioridades na realização da assistência e privilegia o cuidado instrumental17; a sobrecarga

de trabalho, má remuneração, falta de treinamentos, déficit de recursos humanos,

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desmotivação, falta de reconhecimento, desvio de função e relacionamento deficiente com a equipe interdisciplinar18.

Em suma, compreende-se que “a assistência não deve ser direcionada somente para condutas técnicas operacionais, mas também para uma tecnologia associada ao acolhimento”18:113.

É essencial para a solidificação da teoria humanística nos serviços de saúde, superar as dificuldades por meio da valorização de um cuidado humanizado, o que requer o trabalho subjetivo de todos os envolvidos: profissionais de saúde e usuários. Apreende-se que as relações EU-TU e EU-ISSO precisam ser igualmente valorizadas, uma vez que permitem que o ser seja visto de maneira integral, quer na sua objetividade, na relação EU-ISSO, quer na subjetividade, na relação EU-TU.

A revisão literária proporcionou vislumbrar alguns aspectos fundamentais relativos à Teoria Humanística de Paterson e Zderad, destacando os métodos de aplicabilidade relatados na literatura, seus benefícios para a prática de Enfermagem e os desafios vivenciados em sua solidificação.

Nessa perspectiva, visualizam-se os preceitos humanísticos fundamentais, quem tem como eixo medular o diálogo reflexivo, entendendo que a Enfermagem constitui uma profissão intrinsecamente interativa, em que se relacionam sujeitos carentes de cuidados e profissionais cuidadores, em que ambos protagonizam um processo subjetivo de atenção/assistência à saúde.

Pode-se identificar que um grande contingente de estudos traz relatos das práticas em unidades pediátricas, sobretudo unidades de terapia intensiva, o que pode decorrer da alta complexidade dos cuidados edificados nesses

ambientes e da humanização fundamental ao lidar com o público infantil, exigindo dos profissionais de saúde a utilização de ferramentas diferenciadas de cuidado.

Além disso, existe uma predominância de relatos no ambiente hospitalar, o que reflete a ainda incipiente valorização da busca da teorização das práticas de Enfermagem na Atenção Básica, aspecto que merece maior atenção dos profissionais de saúde, já que esse ambiente possui como elementos fundamentais o trabalho com o vínculo e com o acolhimento dos usuários, questões defendidas na Teoria Humanística.

Também, foram elucidados os inúmeros benefícios relatados nas experiências práticas de aplicação da Teoria Humanística, enfatizando a solidificação de um cuidado humanizado, baseado no diálogo reflexivo e na superação dos elementos tecnicistas da prática profissional da Enfermagem. Por outro lado, foram descritas as dificuldades vivenciadas na prática cotidiana dos profissionais de saúde, elementos que devem ser criteriosamente refletidos em cada realidade, buscando alternativas de superação para que a qualidade assistencial não seja negligenciada.

Portanto, espera-se contribuir para a visualização das experiências de aplicabilidades da Teoria Humanística nos serviços de saúde, proporcionando um norte de reflexão para que os profissionais de Enfermagem resgatem a cientificidade de sua profissão, integrando-a aos aspectos de humanização assistencial, fundamental a todos os ambientes de trabalho, visto que, desse modo, os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde sejam eficazmente consolidados.

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Recebido em: 21/05/2011

Aprovado em: 05/12/2011

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Tabela 1: Distribuição dos artigos segundo resultado da  revisão literária, 2011.
Tabela  2:  Caracterização  dos  artigos  analisados  na  revisão literária, 2011.

Referências

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