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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CCS - CURSO DE ODONTOLOGIA DEPARTAMENTO DE ESTOMATOLOGIA CEPID- CENTRO DE ENSINO E PESQUISA EM IMPLANTES DENTÁRIOS CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM IMPLANTODONTIA

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CCS - CURSO DE ODONTOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ESTOMATOLOGIA

CEPID- CENTRO DE ENSINO E PESQUISA EM IMPLANTES DENTÁRIOS CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM IMPLANTODONTIA

FALHAS MECÂNICAS E BIOLÓGICAS

DAS

PRÓTESES

SOBRE IMPLANTES

Monografia apresentada ao Centro de Ensino e Pesquisa em Implantes Dentários para

obtenção do titulo de Especialista em Implantodontia

AUDREI PELISSER

00

.--. 00 .--. C,1 C)

Orientador: Prof. Dr.

Antônio

Carlos Cardoso

(2)

Data da defesa: / /

COMISSÃO JULGADORA

Prof. Dr.

Julgamento: Assinatura:

Prof. Dr.

Julgamento: Assinatura:

Prof. Dr.

(3)

"Alto deve ser o valor de sua idéias,

não o volume de sua voz. 0 mundo

ouve quem fala baixo, mas pensa

alto. Ghandi falava baixo, Chaplin

fazia cinema mudo e Jesus Cristo

jamais levantou a voz."

(4)

AGRADECIMENTOS

A Deus, que esteve a minha frente, durante esses dois anos de Curso de

Especialização, nas viagens, guiando e protegendo-me;

Aos meus pais, Ambrósio e Neusa, que me deram o dom mais precioso... a

vida e pela constante presença em meu dia a dia, orientando-me, vibrando com as

conquistas, compartilhando todos os momentos deste maravilhoso período.

Ao meu irmão Adauto, pelo companheirismo e amizade, desde nossa infância até os dias de hoje, acompanhando-me nos finais de semana em Florianópolis,

A minha noiva Fabiana, pelo amor que diariamente compartilhamos, pelo

incentivo e apoio neste momento que estamos semeando nosso futuro, e a sua família, que esteve sempre presente em minha formação;

Aos meus professores Dr. Antônio Carlos e Diego e á mestranda Dircilene,

pela constante presença nas aulas práticas de prótese;

Ao Dr. Ricardo e Marco Aurélio, pelas orientações nas cirurgias;

Ao Tito e Gilberto, colegas de cirurgia, pela paciência em me orientar, pela

(5)

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a meus pais e meu irmão, pelo apoio e

incentivo e, a minha futura esposa Fabiana pela vida que estamos

(6)

SUMARIO

RESUMO 03

ABSTRACT 04

1. INTRODUÇÃO 05

2. PROPOSIÇÃO 07

3. REVISÃO DA LITERATURA 08

4. DISCUSSÃO

E

CONSIDERAÇÕES FINAIS 17

(7)

RESUMO

O objetivo do presente trabalho foi revisar a literatura vigente, com relação a falhas mecânicas e biológicas ocorrediças nos implantes dentários. A

Implantadontia, em galopante ascendência na Odontologia, objetiva a reabilitação oral, valendo-se dos novos conceitos de osseointegração, em áreas onde a

ausência de elementos dentários limita a condição estético-funcional do paciente. Apesar do índice elevado de sucesso dos implantes dentários evidenciados em pesquisas longitudinais, um minucioso e correto diagnóstico de cada caso em

particular, planejamento terapêutico e projeção de possíveis prognósticos são de

suma importância para a obtenção do sucesso clinico e radiográfico dos mesmos.

Assim, o conhecimento de possíveis falhas passíveis de ocorrência merece

destaque. Afrouxamento do parafuso, fratura do implante, armação protética, materiais dos dentes, prótese antagonista e problemas nos mecanismos de retenção

das sobredentaduras são alguns exemplos de problemas mecânicos Falhas biológicas incluem deiscência, fistula, inflamação e proliferação gengival ao redor dos abutments.

Palavras chave: falhas biológicas, falhas mecânicas e prótese sobre

(8)

4

ABSTRACT

Title: Mechanical and Biological Failures of Implant Supported Prostheses.

The aim of this study was a literature review related to mechanical and

biological failures found in tooth implants. lmplantodontology has risen significantly in

Dentistry and aims at an oral rehabilitation by employing new osseointegration

concepts in areas where the absence of dental elements impairs the patient's

esthetic and functional condition. Despite the large number of successful tooth

implants attested by longitudinal research, a comprehensive and accurate diagnosis

of each particular case, treatment planning and forecasting prospective prognoses

are extremely important to achieve successful clinical and radiographical results.

Therefore it is relevant to know the failures that may occur. Typical mechanical

problems are loose screws, fractured implants, prosthetic frameworks, tooth related

materials, opponent prostheses, and overdenture retention mechanism

complications. Biological problems include gengival dehiscence, fistula, inflammation

and proliferation surrounding the abutments.

(9)

1. INTRODUÇÃO

Implantes dentários constituem-se, basicamente, na inserção de pinos de

titânio no âmago ósseo da maxila ou mandíbula, através de técnicas especificas de cirurgia, objetivando a aposição de matriz óssea calcificada sobre esse material biocompativel.

Os implantes dentários poderiam ser definidos, para a comunidade leiga,

como substitutos das raizes dentárias perdidas por processos traumáticos, doença

cárie e/ou periodontal. Por assim ser, sobre a base dos implantes torna-se necessária a colocação de próteses totais, parciais e unitárias fixas, para que seja

devolvida ao paciente, qualidade mastigat6ria, estética e funcional.

A Implantodontia, após um período empírico, norteada por ausência de estudos longitudinais e de evidenciação cientifica fortemente comprovada, no que diz respeito à longevidade e sucesso clinico e radiográfico dos implantes

osseointegrados, desponta como uma área ascendente na Odontologia, com o

trabalho de ADEL et al. (1981), equipe sueca liderada por P. I. Branemark, que comunicou um sucesso de 91% dos implantes realizados em mandíbula, em

pacientes edêntulos, durante um período de 15 anos.

Apesar da evolução evidenciada nos implantes dentários, como a consagrada afinidade entre tecido ósseo e óxidos de titânio, a existência de inúmeros tipos de implantes para selecionar, numa variedade de diâmetros, extensão, superficie, plataformas, interfaces e tipos de corpo, complicações são evidenciadas,

(10)

6

As complicações em próteses implanto-suportadas podem ser estruturais,

biomecânicas, técnicas, estéticas, fonéticas, clinicas e biológicas.

Fatores biomecânicos, estéticos e oclusais deveriam ser enfaticamente

analisados durante o plano de tratamento de cada situação clinica, relacionada com

a colocação de implantes e posterior reabilitação protética do paciente.

A presente revisão da literatura enfatizará principalmente falhas de ordem

mecânica e biológica que interferem no sucesso do tratamento reabilitador

valendo-se de implantes dentários.

Falhas mecânicas relacionam-se, basicamente, a eventos oriundos em

decorrência da realização da prótese sobre implantes.

Com relação a falhas mecânicas, um primeiro pensamento que deve emergir,

é que a prótese sobre implantes está inserida em um ambiente dinâmico, que está

em constante movimentação, que é a cavidade bucal. Assim, diferentes vetores de

forças resultantes são criadas, em momentos distintos do dia, em magnitudes

diversas, resultando numa sobrecarga sobre os elementos que constituem a prótese

implanto-suportada.

Assim, o fator causal principal de complicações mecânicas relaciona-se com a

qualidade e quantidade de força distendida sobre o sistema protético, que não deve

exceder ao seu limiar próprio, baseado em características particulares dos

componentes dos implantes como precisão das interfaces, limiar máximo de carga

suportada nas interfaces parafusadas, técnicas de terminação e ajuste, etc.

A falha biológica ocorre quando há uma inadequação do hospedeiro, no que

diz respeito A manutenção e a estabilidade da osseointegração. Características

clinicas que potencializam tal evento seriam a ocorrência de periimplantite,

(11)

7

2. PROPOSIÇÃO

O objetivo da presente revisão de literatura será destacar e discutir aspectos

relacionados à falhas mecânicas e biológicas do sistema prótese-implante, vinculadas a riscos potenciais de fracasso da terapia instituída, se não corretamente

(12)

o

3. REVISÃO DE LITERATURA

A seqüência de interfaces dos componentes dos implantes do tipo Branemark 6: interface conexão implante, parafuso da conexão com a conexão, conexão com o

cilindro de ouro, cilindro de ouro com parafuso de ouro e parafuso da conexão com

parafuso de ouro. Um longo período de integridade na união desses componentes

essencial para o sucesso da prótese sobre o implante (GENG, TAN e LIU, 2001). Apesar do alto indice de sucesso reportado nos implantes, por um vasto

número de estudos clínicos, falhas precoces ou tardias podem ocorrer.

Falhas tardias, principalmente biomecânicas, são observadas após a entrega

da prótese sobre o implante (SAHIN, QEHRELI e VALQIN, 2002).

Goodacre, Kan e Rungcharassaeng (1999), em uma metanâlise, avaliaram

estudos clínicos de 1981 a 1997, apontando as freqüências das complicações que

ocorrem em implantes osseointegrados. A perda da prótese e do implante foi

quantificada e relacionada de acordo com seu tipo, forma do arco do paciente, tempo de uso e comprimento do implante, assim como com a qualidade óssea. As

principais complicações observadas foram o afrouxamento e fratura do parafuso e

do implante, da infraestrutura e do material de revestimento das próteses, fratura da prótese antagonista e problemas no sistema de retenção das sobredentaduras. Problemas periimplantares também foram evidenciados, estando os mesmos relacionados com as falhas biomecânicas.

0 afrouxamento do parafuso foi a complicação mecânica mais reportada, apresentando uma oscilação entre 1% a 38% nos parafusos da prótese e, de 2% a

(13)

A estabilidade do parafuso envolve um número critico de fatores, sendo três

os mais importantes: adequada pré-carga, precisa adaptação dos componentes ao implante e característica anti-rotacional da interface abutment implante. 0 torque é

transferido para o parafuso durante a aplicação da pré-carga, que aproxima os

componentes, mantendo-os unidos (SCHWARZ, 2000).

A exatidão dos componentes fabricados que se apóiam um sobre o outro é de

extrema importância para restauração protética bem sucedida. Os parafusos

basicamente mantêm os componentes em contato através da compressão. Os componentes devem apoiar-se exata e intimamente, com intuito de evitar

movimentos de rotação que possam provocar o afrouxamento dos parafusos. Quanto mais ajustado estiverem os elementos, rienos jogo haverá entre as

respectivas partes e, portanto, decrescerá o potencial de fracassos da Interface

parafusada (KANCYPER, CAGNONE e RODRIGUlEZ apud DINATO e POLIDO

2001).

Quando o parafuso é apertado para fixar a prótese, forma-se uma força de tensão sobre a perna do parafuso. A pré-carga deve ser alta a ponto de originar um

grampo de força entre a conexão e o implante. Desse modo, o parafuso deve

permitir torque máximo, sendo o design do mesmo, fundamental (GENG, TAN e LIU, 2001).

As falhas ou fracassos na interface parafusada, descritas por Brickford (1981),

(14)

10

segunda etapa, a carga atua mais rapidamente sobre o local de junção, resultando em vibração e micro-movimento e, finalmente, no afrouxamento do parafuso

A aplicação da pré-carga, quando da utilização do sistema de hexágono

externo, objetiva a retenção do abutment ao implante, resistindo ás forças oclusais funcionais do paciente. Se a pré-carga é excedida pelas forças oclusais e,

especialmente, se o mecanismo de colocação não tiver precisão anti-rotacional, o

parafuso irá afrouxar. Igualmente, quando o fator anti-rotacional estiver presente, problemas poderão surgir quando tolerâncias de fabricação do acoplamento das partes permitir movimentos rotacionais (SCHWARZ, 2000).

0 mecanismo de liberdade entre as superfícies acopladas do implante resulta

em vibrações e micro-movimentos durante a carga luncional, resultando em perda da pré-carga até ocorrerá falha da união do parafuso (BINON ,1994).

0 indicador mais comum da presença de sobrecarga mecânica é justamente o afrouxamento constante do parafuso. A sobrecarga biomecânica pode acarretar

problemas mais sérios, como fratura dos componentes protéticos, dos parafusos e

do próprio implante. Além dos problemas mecânicos o sistema biológico também é afetado, resultando em mucosites peri-implantares e perda da osseointegração

(SAKAGUCHI e BORGERSEN, 1995).

Os problemas de sobrecarga mecânica estáo associados à presença de

hábitos parafuncionais, desenhos protéticos incorretos e assentamento impróprio da

prótese (SENDYK e SENDYK apud DINATO e POLIDO 2001).

Assim, quando do planejamento do desenho da prótese sobre o implante, ha

(15)

fatores são determinantes do êxito ou fracasso d trabalho (JIMENEZ-LOPES,

2001)

Ranged, Jemt e Jorneus (1989) verificaram que a mastigação induz a forças verticais na dentição. Entretanto, forças transversais também são criadas pelos

movimentos horizontais da mandíbula e pelas inclinações das cúspides dos dentes. Essas forças são transferidas diretamente da prótese ao implante e, finalmente, ao

osso. Durante o escoamento dessas forças, criam-se vetores oclusais com padrões completamente diferentes de esforço e estresse, devido a configuração geométrica

das próteses. Dois tipos de carga na unidade de ancoragem são consideradas:

forças axiais e forças transversais, sendo essas completamente diferentes. A força

axial é mais favorável e distribui o estresse uniformemente no implante, enquanto as forças transversais produzem gradientes diferentes de estresse no implante e no

osso.

Renouard e Rangert (2001) classificaram os problemas biomecânicos relacionados com as próteses sobre os implantei em geométricos, oclusais e

tecnológicos. Os problemas de ordem geométrica re lacionam-se com o número de

implantes colocados na reabilitação, com a confguração trip6ide no caso de

próteses parciais fixas, com a extensão protética, com a altura excessiva da restauração e com o uso de implantes de plataforma larga para regiões posteriores. Já fatores parafuncionais, como bruxismo e contatos oclusais laterais, são mencionados como problemas biomecânicos oclusais. Nos problemas de ordem

(16)

complicação leve ao insucesso. 0 principal sinal dE alarme é o afrouxamento do

parafuso.

A natureza da perda ou deslocamento das próteses sobre implantes é

complexa, envolvendo fatores como material do pilar protético, tipo de encaixe, grau

de conicidade, precisão de usinagem dos componentes do sistema, fadiga cíclica, penetração de fluidos bucais e variedade de padr6es mastigatórios. 0 resultado clinico do afrouxamento do parafuso, provavelmente, seja resultante desses eventos

(SAKAGUC HI e BORGERSEN, 1993).

0 desajuste entre a base do implante e o pilar protético e a falta de adaptação

passiva entre a prótese e os pilares podem levar a fratura, tanto dos componentes protéticos, quanto do parafuso do pilar ou do próprio implante, a distribuição

inadequada das forças ao osso de suporte, ao acOrnJlo de bactérias e, até mesmo, perda da osseointegração (GUIMARÃES, NISHIOKA e BOTTINO, 2001).

Após o parafuso afrouxar, o metal do mesmo pode sofrer fadiga e resultar em fratura. 0 parafuso do abutment no sistema de 2 estágios é o que mais

freqüentemente fratura, uma vez que as forças oclusais formam um longo brag() de alavanca entre a interface de fixação do abutment e a crista alveolar (SCHVVARZ,

2000).

A fratura do implante não é comum, ocorrendo em apenas 1,5% dos casos. A

maior parte das fraturas ocorre entre a terceira e quarta linha do mesmo, que justamente coincide com a última linha do parafuso do abutment. A desadaptação da

estrutura e sobrecarga oclusal têm sido sugestivos Je serem as causas primárias (GOODACRE, KAN e RUNGCHARASSAENG, 1999).

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próteses suportadas por apenas dois implantes. Em todos os casos em que

ocorreram fraturas nos implantes, os pacieites apresentavam hábitos

parafuncionais.

GOODACRE, KAN e RUNGCHARASSAENG (1999) reportaram outras

complicações envolvendo a infraestrutura, material de revestimento e sistemas de

retenção das sobredentaduras. A fratura da infraestrutura tem sido atribuida a

inadequada qualidade do metal, pobre união de solda, excessiva extensão de cantillever, pacientes com hábitos parafuncionais e desenho impróprio da

infraestrutua. Ainda, foi reportado indices relativameme altos de complicações com o

sistema de retenção das sobredentaduras (5 a 56%), principalmente o afrouxamento e fratura do clip de retenção. Em relação ao material Je revestimento, o acrilico e as resinas fraturam com mais freqüência. Com próteses parciais fixas, o acrilico e os

compósitos fraturam mais que a porcelana.

Para solucionar problemas de perda e fraturas de parafusos de retenção das próteses implanto-suportadas, VERSLUIS e CARDOSO (1999) demonstraram o

efeito das arruelas usadas em conjunto com os parafusos de ouro para retenção de próteses parafusadas do sistema Branemark. Hipoteticamente, demonstraram a

capacidade das arruelas de aumentarem a tolerância á deformação da estrutura dos

parafusos de ouro, através de testes do elemento finito. Os autores concluiram que o uso de arruelas poderia perfeitamente diminuir os problemas de perda ou fraturas

dos parafusos de ouro, pois, nos testes comparativos, as próteses, onde as arruelas

foram utilizadas, resistiram muito mais a fratura e ao afrouxamento dos parafusos do que as próteses que não utilizaram as mesmas. ESSEi S arruelas são anéis elásticos,

(18)

14

A desadaptação entre os componentes da prótese e o implante pode causar sobrecarga na conexão e distribuição não axial das forças ao implante e osso marginal. A fenda gerada por esta desadaptação também pode formar uma loja

propicia para colonização bacteriana, que pode gerar reações inflamatórias nos

tecidos moles periimplantares, determinando as falhas biológicas dos implantes (JANSEN et al., 1997; ABRAHAMSSON et al., 1998). Além da desadaptação entre o

implante e o componente, Geng, Liu e Kan (2001) relataram que a própria superfície

dos componentes apresenta micro-rugosidades, sendo um nicho para colonização

bacteriana, além de permitir micro-movimentos, quando a interface do parafuso é

submetida a cargas externas.

Jansen et al. (1997), estudaram, in vitro, a infiltração microbiana na interface

abutment/implante, assim como a dimensão da fenda nessa interface em 13 diferentes combinações de nove sistemas de implante. Após 14 dias, 69% dos

sistemas de implantes mostraram infiltração bacteriana. A extensão da fenda marginal entre os componentes pré-usinados, avaliados com microscopia eletrônica

de varredura, foi menor que 10p.m em todos os sistemas. Assim, adaptação marginal

dos componentes não previne micro-infiltração.

Falha biológica é definida como a incapacidade do hospedeiro de manter a osseointegração (ESPOSITO et al., 1998). A inabilidade para estabelecer a

osseointegração é considerada uma falha precoce, enquanto que a inabilidade de mantê-la, sobre condições funcionais, é traduzida por perda óssea.

Estudos da biologia óssea sugerem que a sobrecarga nos implantes pode levar a falhas nos mesmos. Quando há sobrecarga, uma alta deformação ocorre no

(19)

-

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15

gradiente de tensão excedem o limiar de tolerância fisiológica do osso, causando

micro-fraturas na interface osso implante (SAHIN, CEHRELI e YALCIN, 2002).

Stegariou et al. (1998), utilizando a 3D FEA (análise de elemento finito -

tridimensional), compararam a distribuição de estresse no segmento posterior mandibular, restaurado com diferentes tipos de próteses sobre implantes (3

implantes suportando 3 coroas unidas, 2 implantes suportando cantilever e 2 implantes suportando uma prótese parcial fixa). A prótese com cantilever induziu

estresse mais alto em nível ósseo, quando comparada aos outros dois tipos, que apresentaram estresse ósseo equivalentes.

A discussão entre fracasso do implante, prodlemas na osseointegração e complicações biológicas é critica. Clinicamente, falta de osseointegração é

caracterizada pela mobilidade do implante. Em principio, a mobilidade indica a perda do implante. Entretanto, o processo de falência pode ser lento e gradual. Um

implante que está progressivamente perdendo ancoragem óssea, mas está clinicamente estável ainda pode ser recuperado. No entanto, deve ser entendido que alterações nos tecidos moles, ainda que sem perda do osso de suporte, podem

indicar um aumento no risco de falhas na osseointegração (ESPOSITO et al., 1999). Uma resposta tecidual adversa como inflamação ou proliferação gengival foi

reportada com uma incidência de 1% a 32%, sendo essa a complicação

periinnplantar mais comum quando do uso de sobredentadura implanto-suportada. As alterações dos tecidos moles geralmente ocorrem ao redor dos abutments e sobre as barras, estando associadas a higiene oral pobre, uso impróprio dos abutments e cicatrizadores, presença de espaços vazios na base da prótese e perda do embricamento da mucosa. Alguns estudos reportaram níveis de incidência entre

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periimplantar associa-se à higiene precária e á presença de fendas entre os

componentes do implante, causada pelo afrouxamento do parafuso do abutment ou desadaptação da estrutura da prótese, que ocorre mais freqüentemente quando do

uso de coroas unitárias (GOODACRE, KAN e RUNGCHARASSAENG, 1999).

Gross et al. (1999) avaliaram o grau de microirifiltração na interface abutment / implante quando valores diferentes de torque foram utilizados: 10Ncm, 20Ncm e o

torque recomendado pelos fabricantes. A microinfiltração diminui significativamente

com o acréscimo de 10N/cm aos valores recomendados. Verificou-se que, com um torque de 35Ncm, todas as amostras mostraram uma grande diminuição nos valores

de micro-infiltração.

A lmplantodontia está passando por um período de transição entre a

utilização da conexão externa e interna. Esta última mostrou-se mais estável e

resistente, facilitando a restauração protética. Nesse sistema o estresse gerado é

mais bem distribuído ao osso, resultando numa maior passividade dos parafusos. 0 esforço dos fabricantes para melhorar a qualidacie da adaptação do sistema

protético resultará no aumento da segurança e confiabilidade do conjunto

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1 7

4. DISCUSSÃO e CONSIDERAÇÕES FINAIS

0 paciente que necessita de tratamento reabilitador protético associado a

implantes sofreu perdas dentárias associadas a traumatismos e, principalmente, a carie e doença periodontal, problemas esses associabas a falta de higiene oral.

Assim, quando do planejamento do tratamento protético, medidas protocolares de manutenção e preservação da saúde gengival e periodontal

deveriam ser enfaticamente discutidas e aplicadas nesses pacientes, no intuito de

minimizar as falhas de natureza biológica associada ao uso dos implantes. Antes do

inicio do tratamento, uma conscientização da necessidade de boa higiene e sua relação com o sucesso dos implantes deveria ser desenvolvida no paciente,

tornando-o co-responsável, juntamente com o cirurgiao-dentista, com as resultados clínicos do tratamento, a curto e longo prazo.

As falhas de ordem biológica estão relacionadas com a presença de placa bacteriana nas interfaces da prótese e o implante (GUIMARÃES, NISHIOKA e BOTTINO, 2001; JANSEN et al., 1997; ABRAHAMS:30N et al., 1998). Como uma

adaptação perfeita nunca é conseguida entre os corr ponentes (GENG, TAN e LIU,

2001), a instituição de uma boa higiene oral, permitindo uma homeostase entre a presença de placa presente nessa interface e a resposta imunológica do hospedeiro

é fundamental para o controle e prevenção de falhas biológicas (ESPOSITO et al.,

1999).

Já as falhas de ordem mecânica, sendo a prin:ipal delas o afrouxamento do

parafuso (GOODACRE, KAN e RUNGCHARASSAENG, 1999) devem ser vistas com

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18

visto que características oclusais e a presença de hábitos nocivos do paciente como

o bruxismo são fatores potenciais relacionados con essa falha (SAKAGUCHI e BORGERSEN, 1993; SCHVVARZ, 2000).

Assim, no momento do planejamento do tratamento protético e dos implantes,

fatores relacionados com as características do paciente (tipo e forma do arco,

qualidade óssea, características da prótese antagonista, presença de hábitos parafuncionais)(SCHVVARZ, 2000; BINON ,1994), do implante (comprimento,

número, grau de conicidade e extensão protética)( GOODACRE, KAN e RUNGCHARASSAENG, 1999) e da prótese (material de revestimento, desenho

protético, altura excessiva da restauração, ajuste protético, material do pilar protético)(SENDYK e SENDYK apud DINATO e ROLIDO 2001; GUIMARÃES,

NISHIOKA e BOTTINO, 2001) devem ser consideradcs.

A relação entre os componentes da prótese e co implante deveria ser estática (KANCYPER, CAGNONE e RODRIGUEZ apud DINATO e POLIDO 2001), de modo que nenhum tipo de movimentação ocorresse durante , a aplicação de forças sobre o

sistema. No entanto, a aplicação de forças mastigatórias sobre esse conjunto, que

ocorrem em diferentes intensidades e direções, leva a micromovimentos na interface

implante/prótese, causando a desadaptação entre os componentes, visto que a força intrínseca da pré-carga é sobrepujada pela força resultante oclusal (RANGERT, JEMT E JORNEUS 1989).

Outro fato relevante que merece destaque é o fato de que a presença de falhas mecânicas, como o afrouxamento do parafuso, potencializa a existência de falhas biológicas associadas, uma vez que uma fenda é criada, devido a

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I ()

de difícil controle por parte do paciente (JANSEN et al., 1997; ABRAHAMSSON et

al., 1998).

0 afrouxamento do parafuso é a causa mecânica mais comum associada com

o insucesso das próteses sobre os implantes. Na tentativa de minimizar ou controlar tal fato, novos design de implantes vem sendo testados, valendo-se da conexão interna, visto que essa apresenta melhor distribuiçãc do estresse no tecido ósseo,

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Referências

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