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A crítica cultural na América Latina e seus modos de produção: uma tentativa de aproximação do conflito literatura indigenista/literatura indígena

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Academic year: 2020

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eISSN: 2238-3824

DOI: 10.17851/2238-3824.21.1.117-132

A crítica cultural na América Latina e seus modos

de produção: uma tentativa de aproximação do conflito

literatura indigenista / literatura indígena

1

Cultural criticism in Latin America and its modes of production:

an attempt to move closer towards the conflict between

indigenous literature / native literature

Silvina Carrizo

Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Juiz de Fora / Brasil silvinalit@gmail.com

Resumo: Este trabalho tem por objetivo iluminar o impacto e as

releituras de algumas linhas de pensamento desenvolvidas por José Carlos Mariátegui no que diz respeito à crítica da cultura, da literatura e da produção literária. A linha que focarei será aquela cunhada pelo próprio ensaísta – a da “literatura indigenista / literatura indígena” – por considerar sua grande produtibilidade em seus ensaios, nas obras de José María Arguedas e nos textos críticos de Antonio Cornejo Polar. Ou seja,

1 Este artigo é um desdobramento de uma das minhas pesquisas decorrentes do meu doutorado, por isso, gostaria de agradecer a Gonzalo Cornejo, Biagio D’Angelo, Rômulo Monte Alto, Maria Luiza Scher e a Lívia Reis, bem como ao Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários da Faculdade de Letras da UFJF. Sem ajuda de tod@s el@s não poderia realizar a pesquisa in loco e a posterior análise dos documentos colhidos. Uma primeira versão deste texto foi apresentada em 2010 na Faculdade de Letras da UFMG no Colóquio “A herança de Arguedas aos 40 anos de sua ausência” e publicada sob o título de “Diálogos en la historia cultural: Mariátegui y Arguedas en el pensamiento de Antonio Cornejo Polar”, na Magazine Alborada Internacional, versão essa traduzida ao espanhol.

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em outras palavras, pretendo destacar um trabalho de mais de 80 anos de crítica cultural na América Latina. Para desenvolver estas questões serão utilizados materiais produzidos nos começos dos projetos de Arguedas e Cornejo Polar, na procura de ressignificar as possíveis intenções e métodos do pensamento crítico, como colocadas por Edward Said em seu livro Beginnings, publicado em 1975.

Palavras-chave: Crítica cultural; José Carlos Mariátegui; José María

Arguedas; Antonio Cornejo Polar; Literatura indigenista / Literatura indígena.

Abstract: This article aims to highlight the impact and the readings

of some of the lines of thought developed by José Carlos Mariátegui regarding cultural criticism, literature and literary output. The line that I will emphasize is the one coined by the essayist himself – the “indigenous literature / native literature” – for considering its great productivity in his essays, in the works of José María Arguedas and on the critical texts of Antonio Cornejo Polar. That is, in another sense, I intend to highlight over 80 years of cultural criticism in Latin America. In order to develop such matters I will utilize materials produced in the beginning of projects by Arguedas and Cornejo Polar, seeking to resignify the possible intentions and methods of critical thinking, as put by Edward Said in his book

Beginnings, published in 1975.

Keywords: Cultural criticism; José Carlos Mariátegui; José María

Arguedas; Antonio Cornejo Polar; Indigenous literature / Native literature

Recebido em 16 de outubro de 2015. Aprovado em 2 de maio de 2016.

Este trabalho tem por objetivo iluminar o impacto e as releituras de algumas linhas de pensamento desenvolvidas – ou por desenvolver – no interior do pensamento de José Carlos Mariátegui (1894-1930) no que tange à crítica da cultura, da literatura e da produção literária. O recorte a ser revisado, em suas intenções e métodos – como explicou Edward Said em seu livro Beginnings, de 1975 –, inclui apenas os começos dos projetos de José María Arguedas (1911-1969) e de Antonio Cornejo Polar (1936-1997).

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Meu interesse está centrado nas primeiras aproximações a essas linhas de pensamento na obra de Arguedas (décadas de 1930 e 1940), enquanto intelectual e escritor, assim como, posteriormente, nas primeiras interpretações do crítico e teórico Antonio Cornejo Polar, cujos segundo e terceiros livros (década de 1970) se aventuraram nas obras de Arguedas e Alegría (1909-1967), reativando e atualizando conceitos formulados pelo pensador marxista. Nesse sentido, a linha que focarei será a da “literatura indigenista / literatura indígena”, cunhada por Mariátegui (1928), escolha que se fundamenta na grande produtividade que ela adquiriu tanto nos ensaios do próprio Mariátegui, nas obras de Arguedas e nos textos críticos de Cornejo Polar. Essa produtividade revelada nos instigantes desdobramentos teóricos e metodológicos desses críticos da cultura, aprofunda minha tarefa de escavação dessas temporalidades-chave da construção do pensamento sobre e da crítica cultural na América Latina.

Para tanto, parto de uma etapa anterior àquela sistematizada pelo crítico Antonio Melis, que em seu artigo “Mariátegui en el itinerario crítico de Antonio Cornejo Polar” (2002) analisa o momento em que o crítico peruano se concentra, de forma direta, no pensamento de José Carlos Mariátegui, problemática observada e abordada a partir de 1980.

Dentro das trajetórias artísticas e intelectuais, – e pensando nisso em diálogo com Said –muitas vezes o ponto de virada de um pensamento, aquele momento a partir do qual as questões começam a se movimentar em direções diferentes e, por isso mesmo, a iluminar os projetos artísticos e intelectuais a posteriori, costumam ser um privilégio do trabalho crítico e, notadamente para o caso deste trabalho, da história da Crítica Cultural. Dessa forma, Mariátegui, Arguedas e Cornejo Polar se constituem em poderosas luzes do pensamento latino-americano, tanto no que diz respeito à questão política quanto à humana. Eles se cruzam e dialogam na história e, de certa maneira, Cornejo Polar poderia ser a síntese, nada harmoniosa, da força desses outros dois colossos.

No caso de Mariátegui vou me deter em particular nesse momento-chave do beginning, quando ele, já em Lima, publica o artigo “El problema primario del Perú” em fevereiro de 1925,2 pois 2 No Jornal Mundial, em fevereiro de 1925; depois recompilado em: Peruanicemos El

Perú. 8. Ed. Lima: Biblioteca Amauta, 1983. Esse mesmo artigo é depois retomado quase

na sua totalidade em Siete ensayos [Sete ensaios], no ensaio intitulado “El problema del indio” [O problema do índio].

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nele vai se dar centralidade ao problema do indígena; e, num segundo momento, quando da publicação de Siete ensayos de la interpetación de

la realidad peruana(1928), em particular no sétimo ensaio “El proceso

de la literatura”, no qual irá refletir sobre as condições de produção da literatura indigenista e indígena.

Como bem percebera Terán (1985),3 o artigo “El problema

primário del Perú” representa, dentro da produção de Mariátegui, a virada para a questão nacional, superando a etapa anterior que se ancorava numa reflexão internacionalista, muito mais abstrata, refletindo sobre pautas como a urbanização e o proletariado. O artigo coloca, pela primeira vez, o centro do debate na questão do indígena, entendido como problema da nacionalidade peruana e do socialismo no Peru e na América Latina, assim como começa a tecer os conteúdos que depois serão colocados em 1926, com a criação da revista Amauta e, em 1928, com a publicação de Sete

Ensaios. Mariátegui não apenas sublinha o problema do índio como uma

questão da nacionalidade em formação, mas também assenta as linhas do problema agrário, do campesinato peruano, sugerindo que a mudança estrutural do país não pode ser pensada sem a integração do povo: a necessária união das forças que constituem as comunidades indígenas dispersas pelo país, com o pequeno operariado urbano. Ele argumenta: “Una política nacional no puede prescindir del indio, no puede ignorar al indio. El indio es el cimiento de nuestra nacionalidad en formación […] Sin el indio no hay peruanidad posible” (MARIATEGUI, 1983, p. 44).4

Nesse sentido, observa-se que a inserção do problema da nacionalidade, na contramão da Internacional,5 traz a necessária discussão

sobre o grande setor de excluídos. Além disso, o conceito de alicerce importará numa leitura que aos poucos será aprofundada, nas suas várias vertentes de conteúdos, visto que os sentidos irão se expandindo ao

3 Estou fazendo referência ao Capítulo IV: “El discurso de la nación” [O discurso da nação], p. 83-99.

4 “Uma política nacional não pode prescindir do índio, não pode ignorar o índio. O índio é o alicerce da nossa nacionalidade em formação [...] Sem o índio não há peruanidade possível” (Tradução minha).

5 Em 1919, após a vitória dos comunistas na Revolução Russa, foi criada a Terceira Internacional, ou Internacional Comunista, ou ainda Komintern. Seu principal objetivo era criar uma União Mundial de Repúblicas Soviéticas. Dominada pelo Partido Comunista da União Soviética, a Internacional emitia diretrizes que deveriam ser seguidas por todos os seus filiados.

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desenhá-los protagonistas reais da exclusão, mas também como possíveis atores da mudança, como sujeitos que dizem respeito à identidade da nação, como substrato vivo da tradição e como portadores de energias para um indigenismo socialista, no interior da própria obra de Mariátegui.

A segunda questão, muito instigante, aparece em 1928 no seu sétimo ensaio “O processo da literatura” de Sete ensaios, no capítulo intitulado “Las corrientes de hoy. El indigenismo”. Nele, refletindo sobre as relações históricas e seu vínculo com as práticas culturais Mariátegui observa que no panorama da literatura peruana se faz necessária a ativação de novos dispositivos, de um método próprio de leitura:

El dualismo quechua-español del Perú, no resuelto aún, hace de la literatura nacional un caso de excepción que no es posible estudiar con el método válido para las literaturas orgánicamente nacionales, nacidas y crecidas sin la intervención de la conquista. Nuestro caso es diverso de aquellos pueblos de América, donde la misma dualidad no existe, o existe en términos inócuos (MARIÁTEGUI, 1979, p. 210).6

Mariátegui compreende com aguda intuição tanto o problema da assimetria linguística do Peru, quanto a repercussão da experiência da conquista e da colonização no interior mesmo das práticas culturais do país, isso também em função de outras experiências históricas similares dentro do continente. Nessa mesma orientação, lança sua paradigmática reflexão que atinge a todas as formas de produção cultural, pois elas estariam afetadas transversalmente e de modo efetivo pela questão do sujeito produtor – e aqui a questão do intelectual tradicional e do orgânico que se espalha, de formas diferentes, por toda a sua obra – e sua posição dentro do campo cultural, da questão de classe e da identidade étnica, criando o chão, para o que depois será formulado como conceito teórico-crítico por Cornejo Polar, quer dizer, o conceito de heterogeneidade não dialética. Mariátegui ressalta:

6 “O dualismo quéchua-espanhol do Peru, ainda não resolvido, faz da literatura nacional um caso de exceção, que não é possível estudar com o método adequado para as literaturas organicamente nacionais, nascidas e desenvolvidas sem a intervenção da conquista. Nosso caso é diferente daqueles povos da América, onde a mesma dualidade não existe, ou existe em termos inócuos” (Tradução minha).

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La literatura indigenista no puede darnos una versión rigurosamente verista del indio. Tiene que idealizarlo y estilizarlo. Tampoco puede darnos su propia ánima. Es todavía una literatura de mestizos. Por eso se llama indigenista y no indígena. Una literatura indígena si debe venir,vendrá a su tiempo. Cuando los propios indios estén en grado de producirla (MARIÁTEGUI, 1979, p. 306).7

O autor expõe, assim, a complexidade dos produtos culturais e dos sujeitos produtores, sem chegar a questionar a categoria “literatura”, porém deixa clara a hipótese “se há de vir, viráno seu momento. Quando os próprios índios estejam prontos para produzi-la”. Se a revolução socialista pode depender dos sujeitos históricos de mudança – índios e mestiços / camponeses e operários –, imaginar a possibilidade de uma literatura escrita por indígenas seria dar um passo à frente dessa batalha, ou a batalha mais contundente no plano cultural-simbólico.

Como destaca Carmen Pinilla, o ponto de virada de José Maria Arguedas se daria na sua chegada em 1928 à Universidad Nacional Mayor de San Marcos (UNMSM), quando, num ambiente amplamente comprometido com a figura de Mariátegui, ele se assume como índio quéchua-falante (PINILLA, 1994, p. 61). Devido a várias referências, Pinilla interpreta que Arguedas leu os Sete Ensaios e, aliás, o ensaio aqui em foco. Isso lhe deu a oportunidade de redirecionar seu projeto literário, na medida em que compreendeu o lugar heroico de narrador futuro que preencherá os vazios de uma literatura ainda por vir. Como eu já havia observado em minha tese, esse vazio dentro da literatura peruana, segundo o processo de Mariátegui, seria dado pela falta de uma literatura social e indigenista, ou seja, revolucionária (CARRIZO, 2004, p. 168, nota 27);8 Mariátegui era um pensador heterodoxo e nunca se fechou a

uma única possibilidade. Pinilla, nesse sentido, observa apenas a questão indigenista sem levar em conta a questão social e revolucionária que, de

7 “A literatura indigenista não nos pode dar uma versão rigorosamente realista do índio. Ela tem que idealizar e estilizar ele. Também não pode nos dar a sua própria alma. È ainda uma literatura de mestiços. Por isso se chama indigenista, e não indígena. Uma literatura indígena, se há de vir, virá no seu momento. Quando os próprios índios estejam prontos para produzi-la” (Trradução minha).

8 Tese depois transformada em livro: Discutir o regional. Gilberto Freyre e José Carlos

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fato, é uma intenção, naquele momento, da qual Arguedas aos poucos vai se afastando; mas não como nos casos de Vallejo e Alegría que, por sinal, a intensificaram.

Assim, quem sabe, poderíamos pensar que o final da última versão corrigida do primeiro conto de Arguedas, “Warma Kuyay (amor de niño) (1933/1935)” [Warma Kuyay (amor de menino) (1933/1935)], – estou me referindo ao trecho: “Mientras yo, aquí, vivo amargado y pálido, como un animal de los llanos fríos, llevado a la orilla del mar, sobre los arenales candentes y extraños” (ARGUEDAS, 1977b, p. 127)– funcionaria e ativaria a metáfora literária desse momento-chave que faz como numa espiral, que o conto leve o título em quéchua e sua tradução ao castelhano entre parênteses. Metáfora literária que diz respeito a esse momento inaugural do projeto de escritura de Arguedas, mas que também é uma encenação do conflito apontado por Mariátegui sobre a diferença estrutural entre literatura indigenista / literatura indígena.9

Essa metáfora literária volta a ser encenada em seu primeiro romance, Yawar Fiesta, de 1941, nos capítulos dedicados aos estudantes-migrantes do Centro Lucanas, que moram em Lima, no entanto, a partir de outro ângulo. Aqui, os estudantes conversam em torno de uma fotografia de Mariátegui. A referência ao retrato, apesar de ser uma homenagem, não é central; entretanto paira nas discussões que atravessam o capítulo VII, “Los serranos” [Os da serra] (ARGUEDAS, 1977c, p. 66-95), e em todo o romance.10 O fracasso desses estudantes

perto do final da narrativa funcionaria como um “processo” – no sentido

9 Se Arguedas pôde argumentar em 1950 que El tungsteno, de Vallejo, e Don Segundo

Sombra, de Güiraldes, “iluminaram seu percurso” (“le alumbraron el camino”)

(ARGUEDAS, 1977a, p. 170), também é evidente que ele sabe que o conflito literário dele é muito mais complexo. Cf. “La novela y el problema de la expresión literária em el Perú” (ARGUEDAS, 1977a, p. 165-174).

10 “Cuando terminó la sesión, Escobar se levantó de su asiento y se dirigió junto al retrato de Mariátegui, empezó a hablarle, como si el cuadro fuera otro de los socios del ‘Centro Unión de Lucanas’. / –Te gustará werak’ochalo que vamos a hacer. No has hablado por gusto, nosotros vamos a cumplir lo que has dicho. No tengas cuidado tayta: nosotros no vamos a morir antes de haber visto la justicia que has pedido. Aquí está Rodríguez, comunero de Chacralla, aquí estamos los cholos Córdova, Vargas, Martínez, Escobaracha; estamos en Lima; hemos venido a saber desde donde apoyan a los gamonales, a los terratenientes; hemos venido a medir su fuerza. Por el camino de los ayllus hemos llegado! Si hubieras visto esta faena, tayta! Capaz hubieran ganado tus piernas y tu

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mariateguiano de julgamento e balanço – sobre o lugar do intelectual, do sujeito produtor. Mariátegui tinha achado uma ponta do conflito ao sinalizar o lugar particular da produção poética do Vallejo. Arguedas tinha compreendido bem a mensagem, porém Vallejo era um mestiço e não era quéchua-falante. A discussão com esses estudantes-migrantes, serranos e falantes do quéchua é ainda mais profunda, pois volta sobre a própria figura de Arguedas e seu lugar dentro do campo literário e cultural. Entre o sujeito mestiço cosmopolita que levanta José Carlos Mariátegui e Vallejo, Arguedas era um tipo de mestiço que, em grande parte, domina essa dualidade linguística e espaço-cultural. As figuras do sujeito entre dois mundos que remetem diretamente às variações de mestiços / intelectuais tradicionais e orgânicos, apontados por Mariátegui no ensaio aqui estudado, são operacionalizadas tanto no primeiro romance de Ciro Alegría, La serpiente de oro [A serpente de ouro] (1935), a partir da voz que enuncia “nosotros” [nós], quanto no narrador-personagem de Ernesto em “Warma Kuyay” e nos estudantes-migrantes, como o Escobar de Yawar Fiesta. Na medida em que se narrativizam os vários níveis do conflito, Arguedas vai aperfeiçoando seu projeto; ele é o vazio.

Antonio Cornejo Polar publica seu primeiro livro Discurso em

loor de la Poesía. Estudio y Edición [Discurso em homenagem da Poesia,

estudo e dição] (1962-1964), obra dedicada à literatura colonial, e no qual como já percebera Escajadillo (2004), aparece uma “leve crítica” à questão apontada por Mariátegui sobre a ausência de um poema épico na literatura colonial. Fato esse que nos leva a pensar que é a primeira referência escrita sobre o maestro (referência essa ao sétimo ensaio dos 7

Ensaios). Sua saída de Arequipa coincide com seu ingresso na UNMSM

em 1966. Seu primeiro artigo sobre Arguedas, “El sentido de la narrativa de José María Arguedas [O sentido da narrativa de José Maria Arguedas]”, é de 1970. La Trilogia novelística clásica de Ciro Alegría [A trilogia do

romance clássico de Ciro Alegria] começa a ser produzida em 1967, mas

ele termina de organizá-lo em 1992 e só será publicada em 2004. Em 1972, encontra-se escrevendo seu primeiro grande sucesso da crítica, Los

universos narrativos de José María Arguedas [Os universos narrativos de José Maria Arguedas], publicado em 1973, em Buenos Aires. A partir

sangre! Si hubieras conocido Puquio! Pero nuestro ‘obispo’ te a va a tocar un wayno lucana y nosotros vamos a cantar para ti, como juramento” (ARGUEDAS, 1977c, p. 83).

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da elaboração desse livro se iniciará o diálogo com o crítico uruguaio Ángel Rama (1926-1983).

Escajadillo reconhecera “el punto de quiebre”, a virada dentro do trabalho de Cornejo Polar, na conjunção entre a entrada em San Marcos e a redação do artigo “La estructura del acontecimiento de Los

perros hambrientos”, publicado na revista Letras em 1967, que depois

integrará, em edição póstuma com as modificações feitas em vida pelo autor entre 1975-1976, a trilogia sobre Ciro Alegría, organizada pelo próprio Escajadillo.11 O ponto de virada está relacionado ao momento em

que Cornejo Polar inicia seu trabalho sobre a literatura contemporânea latino-americana, e peruana, marcada pela experiência do indigenismo socialista apregoado por Mariátegui. Ainda com Escajadillo, é importante frisar que isso se dá a partir de Ciro Alegría, mesmo que depois se dedique integralmente à redação de Los Universos, para voltar em 1974 a Alegría. O abandono momentâneo da pesquisa sobre Alegría poderia ser lido hoje, como uma metáfora do trabalho crítico de Cornejo Polar. Penso que seja possível imaginar uma hipótese na qual, até pela afirmação do próprio Alegría12 sobre a problemática do projeto de Arguedas, Cornejo tenha

percebido que é a literatura de Arguedas, que Cornejo tenha percebido que é a literatura de Arguedas que condensa esse vazio e as possibilidades da literatura indigenista e indígena.

Observemos como já se manifestava essa virada em 1965, durante o 1º Encontro de Narradores na Casa da Cultura de Arequipa, da qual Cornejo era diretor. Mariátegui volta a estar no centro dos debates, sobretudo nas falas dos dois escritores, Arguedas e Alegría. No discurso de inauguração, Cornejo deixa ver sua forma de compreender a literatura dentro de um “proceso” histórico, que se reportaria “ao processo do romance peruano” e, que, por sua vez, o crítico peruano vê o processo também ligado a métodos e a avaliações. Assim como percebemos isso na sua fala (CORNEJO POLAR, 1986, p. 234-250), quando aponta que o indigenismo, no Peru, nasce com a República, havendo “una

correlación absoluta del indigenismo con nuestra nación”,13 podendo

11 Por ainda não ter acesso ao manuscrito dessa data, esta pesquisa não poderá trabalhar com esse importante documento.

12 Os comentários e discussões de Alegría encontram-se em Primer encuentro de

narradores peruanos (Cf. CORNEJO POLAR, 1986).

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ser pensando como uma constante de literatura peruana. Já para 1965, o crítico manifesta um amplo conhecimento da literatura nacional e da problemática específica do indigenismo. É bom salientar que foi ele mesmo quem fez os convites aos escritores e críticos presentes em tal evento. Ao se discutir o realismo, o romance e o indigenismo, as questões entravam de modo quase permanente com os postulados de Mariátegui. Em decorrência disso, poderíamos pensar que, em grande medida, esse encontro de narradores resulta num “processo” do indigenismo e de Mariátegui. Lembremos que para a época, Alegría e Arguedas já eram dois escritores consagrados; Arguedas publicara Diamantes y pedernales (1954), Los ríos profundos (1958), El sexto (1961) e Todas las sangres (1964).

No artigo de 1967 sobre Los Perros Hambrientos (1938), de Ciro Alegría, Cornejo Polar apresenta pela primeira vez o indigenismo literário como um paradoxo, um problema da teoria social e da teoria literária. Segundo ele, esses produtos culturais são produzidos pela mesma tensão social; traspassando os conteúdos, os sujeitos produtores e os sujeitos leitores. Criando, por sua vez, um permanente conflito entre o narrador e o mundo narrado (interioridade / exterioridade, realismo, autenticidade em relação especialmente às duas normas linguísticas e ao mundo índio, adesão ao mundo índio e à questão sócio política). Embora não apontada de forma direta a referência a José Carlos Mariátegui sobre a distinção entre literatura indigenista / indígena, Antonio Cornejo Polar dedica-se a dar conteúdo literário e teórico, problematizando essa reflexão paradigmática. Dessa forma, e acompanhando os passos do crítico Antonio Melis (MELIS, 2002, p. 75-87), pensamos que os começos da elaboração do conceito de literaturas heterogêneas é ainda anterior a 1973, ou seja, a Los Universos.

Escajadillo explica que, talvez, devido à metodologia de trabalho de Cornejo Polar, ele tenha decidido abandonar, apenas por um tempo, a pesquisa sobre Alegría, para poder, desse modo, terminar a de Arguedas. Por isso, e até pela generosa sugestão de Escajadillo, é melhor ficarmos no livro sobre Arguedas redigido em 1972 e publicado em 1973.

Penso que, para melhor falar sobre o contexto de produção desse livro de Antonio Cornejo Polar e sobre a importância de Arguedas no interior do seu trabalho teórico-crítico, não existe nada mais iluminador do que as próprias palavras dele em sua “Introdução” de 1972. Por isso, apesar de a citação ser extensa, é melhor focarmos a questão nisso:

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Pese a la inocultable displicencia con que algunos creadores y críticos (Cortázar, Rodríguez Monegal, Harss) tratan la obra de José María Arguedas, la importancia de sus relatos breves y sobre todo de sus novelas es manifiesta; importancia doble, intrínseca y extrínseca, porque deviene tanto de los valores que realizan sus obras, aisladamente o como corpus, cuanto de la significación que el conjunto de su narrativa tiene para el proceso y destino de la literatura hispanoamericana. Se explica parcialmente esta displicencia, que a veces llega al desplante, porque suele incorporarse la obra de Arguedas, haciendo las salvedades de más bulto, a la novela regional o a la corriente indigenista, ahora mal afamadas. Tal adscripción requiere un profundo replanteo, como lo urge, también,

el enjuiciamiento globalmente negativo que viene siendo

habitual en lo que toca a las instancias que preceden el período que Vargas Llosa denomina de la “novela de creación”, que comenzaría con la obra de Onetti (CORNEJO POLAR, 1997, p. 15, grifos meus).14

Assim como Mariátegui e Arguedas nos começos de seus projetos, Cornejo Polar posiciona-se em função de um campo literário e cultural amplo, como é o da região latino-americana. Lembremos, nesse sentido, que Arguedas já havia apontado que começara a escrever tentando corrigir muitas das visões sobre a questão da serra e do índio que apareciam na revista Amauta, revista que ele lera entre os anos de 1926 e 1928, antes e

14 “Em que pese o inocultável desdém com que alguns criadores e críticos (Cortázar, Rodríguez Monegal, Harss) tratam a obra de José María Arguedas, a importância dos seus relatos breves e, sobretudo, dos seus romances é manifesta; importância dupla, intrínseca e extrínseca, porque vem tanto dos valores realizados nas suas obras, de forma isolada, ou como corpus, quanto da significação que o conjunto da sua narrativa tem para o processo e destino da literatura hispano-americana. Explica-se parcialmente esse desdém, que às vezes atinge o atrevimento, porque costuma buscar incorporar a obra de Arguedas, salvando alguns casos, ao romance regionalista ou à corrente indigenista, na atualidade com uma fama em decadência. Esse tipo de inscrição requer de uma aprofundada reflexão, bem como é necessário, também, o julgamento globalmente negativo que vem sendo feito no que tange às instâncias anteriores ao período que Vargas Llosa denomina ‘romance de criação’, que iniciaría com a obra de Onetti” (Tradução minha).

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depois de sua chegada a Lima e cuja repercussão fora de grande impacto para o Arguedas jovem (PINILLA, 1994, p. 31-101).

No ano de 1972, Antonio Cornejo Polar é convidado, junto a outros críticos como Alberto Escobar e o chileno Nelson Osorio, para oferecer um seminário sobre problemas de Teoria Literária na Universidad Nacional Mayor de San Marcos (UNMSM). Para esse mesmo ano, Cornejo Polar já tinha participado como membro jurado do Premio Casa de las Américas; e, em 1973, a Revista Textual, do Instituto Nacional de Cultura de Lima, fez uma importante entrevista aos três críticos. Por um lado, quero destacar, que o crítico peruano já era reconhecido dentro do campo cultural latino-americano e, por outro, no que tange à entrevista, que se mostra comprometido em alavancar um setor da crítica em pleno momento de efervescência decorrente, em grande parte, do chamado boom latino-americano.

Na entrevista, que se inscreve no mesmo contexto de produção de

Los Universos, Antonio Cornejo Polar ressalta a importância de colocar

sob suspeita o engano de pensar que o novo romance latino-americano surge do vazio e em oposição a elementos anteriores já em desgaste (CORNEJO POLAR, 1973, p. 27). Ele retoma os conceitos de processo histórico, de semelhanças, continuidades e tradições para não perder o conteúdo histórico dentro da literatura latino-americana e, por sua vez, discute e afirma a necessidade da “valoração social dentro da crítica literária”, entendida como julgamento, ou seja, o outro sentido dado por José Carlos Mariátegui. Conteúdos que, é preciso enfatizar, serão retomados e reafirmados pelas discussões posteriores entre intelectuais e que a crítica chilena Ana Pizarro organizará em vários livros – hoje faróis e clássicos – sobre a literatura e a crítica cultural da região.

Retomando a citação anterior, na “Introdução” de Antonio Cornejo Polar, podemos repensar esse contexto e na clivagem com Arguedas, pois serão Cornejo Polar e Ángel Rama os grandes impulsionadores de José Maria Arguedas, embora cheguem a ele a partir de reivindicações muito diferentes. Rama publica em 1964/1969 “Diez problemas para el novelista latinoamericano” (RAMA, 2008, p. 43-114); entre outras coisas este é o artigo citado e destacado por Antonio Cornejo Polar em Los Universos, inclusive como propulsor de ideias para o livro. Cornejo encontra nele um interlocutor da problemática teórico-prática, posto que Rama anuncia a exemplaridade da experiência arguediana, sobretudo porque seria uma

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das mais difíceis tentativas de um romancista na América. Então, Cornejo Polar (1997, p. 16) afirma:

Julio Cortázar, luchador también contra el lenguaje emputecido de la literatura acartonada, no vio que Arguedas alcanzaba realizaciones extraordinarias dentro de una situación esencialmente compleja, confusa y quebradiza: el bilingüismo pluricultural de la zona andina, situación que representa el clímax de un estado común a toda Hispanoamérica y que, de alguna manera, define su realidad y su historia. Esta experiencia es ejemplar – decía Ángel Rama –, sobre todo porque es la más difícil que ha intentado un novelista en América.15

A modo de conclusão, na negação de Arguedas – ou nesse novo vazio –, Antonio Cornejo Polar observa um grande problema da crítica e da teoria literária da década que lhe serve ao mesmo tempo como elemento estruturador/metodológico e também como elemento de reafirmação de seu lugar dentro do campo da crítica cultural. Se o vazio visto por Mariátegui e sua reflexão paradigmática estavam sendo discutidos pela própria obra de Arguedas, um novo vazio era decretado por um importante setor da crítica do momento. Como já o percebia ao refletir sobre Julio Cortázar, Arguedas não apenas se importava pela obra, mas, também, pelo sentido dos caminhos do pensamento crítico latino-americano.

Como afirmara Arguedas no seu texto-conferência (Prêmio Inca Garcilaso de la Vega, 1968) sobre a importância de Mariátegui na sua visão de mundo, Antonio Cornejo Polar além de ser um crítico que sabia bem conectar o marxismo com as práticas culturais, na melhor das tradições de Raymond Williams – apesar dele nunca o citar, e sim a Luckács e a Goldman –, já a partir dos seus primeiros livros desenvolve um trabalho no qual a percepção do conflito como mola propulsora da

15 “Julio Cortázar, lutador também contra a linguagem furibunda da literatura careta, não percebeu que Arguedas atingia realizações extraordinárias dentro de uma situação essencialmente complexa, confusa e fragmentada: o bilinguismo pluricultural da zona andina, situação que representa o ápice de um estado comum a toda Hispano-américa e que, de certa forma, define sua realidade e sua história. Essa experiência é exemplar – já tinha dito Ángel Rama –, sobretudo porque é a mais difícil que um romancista tenha tentado na América” (Tradução minha).

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história é permanente. No lugar onde muitas vezes Ángel Rama escorrega, Cornejo Polar se nutre. E muito me reporto ao conflito no mais puro sentido marxista: a luta se dá sempre e é objetiva. Esse conflito estava assinalado já desde Mariátegui, na linha de pensamento referida às literaturas indigenistas / indígenas e que para a década de 1990, Antonio Cornejo Polar ampliaria as várias problemáticas da literatura e da cultura latino-americana.

Referências

ALEGRÍA, Ciro. El mundo es ancho y ajeno. Madrid: Alianza Editorial, 2000.

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Referências

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