UNIVERSIDADE
FEDERAL
DE SANTA
CATARINA
DEPARTAMENTO
DE
ECONOMIA
Curso
de
Graduação
em
Ciências
Econômicas
“O
racionamento
de
energia
elétrica
no
Brasil
no
período
2001-2002”
Monografia
submetida aoDepartamento
de CiênciasEconômicas
para obtençãode
carga horária na disciplinaCNM
5420
-
Monografia.Por
André
SchweitzerOrientador: Prof. João
Randolfo
PontesÁrea
de pesquisa:Economia
da
energia. Palavras-chave:1. Energia elétrica
2.
Racionamento
3. Eficiência energética
UNIVERSIDADE
FEDERAL DE SANTA CATARINA
DEPARTAMENTO
DE
ECONOMIA
Curso
deGraduação
em
CiênciasEconômicas
. _ . _
ø
-~
A
Banca Examinadora
resolveu
atribuira
...ãlunø
André
Schweitzer na disciplinaCNM
-
5420
-
Monografia, pela apresentaçã deste trabalho.Banca
examinadora:_/\
_ )'\
7~`
f. João Randolfo Pontes
-
residenteProf.
Renato
F.Lebarbechon
- Membro
Q
Ao
GERSON
RIZZATTI
pessoa
muito
especial
.
0 qual
me
apoiou
em
todos
os
momentos
difíceisdurante
minha
carreira
acadêmica.
Obrigado
por
tudo!
RESUMO
O
presente trabalhoexamina
as causasfundamentais do
racionamento de energiaelétrica ocorrido na
economia
brasileirano
período2001
-
2002.As
principais idéiasdesenvolvidas por diversos especialistas brasileiros
consideram que
o racionamento deeletricidade constitui
um
choque
de ofertamacroeconômica
com
sérias implicações parao
crescimentoeconômico
a curto emédio
prazos.A
falta de investimentos, baixaremuneração do
capital investido, tarifas incompatíveiscom
a estrutura operacional dosativos e
do
capital financeiro, restrições técnicas das linhas de transmissão da região Sul/Sudeste, quadro regulatório incompleto euma
baixa pluviometriaem
algumas
regiõesdo
país,foram
as causas centraisdo
racionamento.A
ocorrência desteracionamento
trouxe implicações para as indústriasque buscaram
desenvolvernovas
estratégias visando garantir a oferta de eletricidadesem
grandes traumas, modificações nos hábitos dos consumidores etambém
mudanças
na
gestão da produção econsumo
deenergia elétrica.
Com
isso,¿ogovemo
federal criou aCâmara
de Gestão da Crisede
Energia e reformulou os procedimentos que
visam
assegurar a oferta de eletricidade aAgradecimentos
A
DEUS,
pela
vida
e
por iluminar todos
os
passos
da
rninha
carreira
acadêmica.
A MEUS
PAIS,
pelo
amor,
carinho,
dedicação
e
educação
transmitidas
ao
longo da
minha
vida.A
meu
pai “inmemorin”.
Ao
orientador,Professor
JOAO
RANDOLFO
PONTES,
por
todos
os ensinamentos,
empenho
e
asinstruções
asquais
foram
fundamentais
para a
realização deste trabalho.
A
todos os professores e funcionários
do
Curso
de Econornia.
V
A
CRISTINA
(minha
irmã)
eseu
esposo
RAFAEL
por toda
a
ajuda
e
compreensão
durante o
decorrer
do
curso.
Ao
meu
padrinho
-
Antonio
Carlos
Gamba,
minha
avó
-
Luci
LISTA
DE
TABELAS
Tabela 01 - Trajetória do crescimento do PIB (%)
Tabela 02 - Projeção do PIB e do consumo de energia elétrica - Alternativa 2
Tabela 03 - Principais geradoras no Brasil
em
1995Tabela 04 - Carga própria de energia elétrica
em
GWh:
1997 - 2001 - Sistema InterligadoTabela 05 -Impacto do racionamento na produção das pequenas e médias empresas
Tabela 06 - Setores
em
que a produção industrial não foi atingido pelo racionamentoTabela O7 - Impacto do racionamento de energia elétrica na produção e no emprego -
Tabela 08 - Economia de energia no racionamento
em
2001 - Brasil (%)LISTA
DE
FIGURAS
Figura O1 - Ciclos econômicos
Figura 02 - Relação entre economia e energia
Figura 03 - Estrutura funcional da indústria de energia elétrica até 1995
Figura 04 - Modelo de organização da indústria de energia elétrica
Novo
Figura 05 - Novo modelo da indústria de energia elétrica no Brasil: 1995 - 2002
Figuras O6 e 07 - Choque de oferta vis-à-vis racionamento de demanda
LISTA
DE
GRÁFICOS
Gráfico 01 - Evolução do armazenamento (% do máximo) - J an/97 a Jun/01 ~ Região
Sudeste/Centro Oeste
SUMÁRIO
Resumo
ivAgradecimentos
v
Lista de Tabelas, Figuras e Gráficos vi
Capítulo
1-
Problemática
1.1 Contextualizaçãodo problema
01 1.2 Objetivos 1.2.1 Objetivo GeralO3
1.2.2 Objetivos Especzflcos03
. l .3Metodologia
04
1 .4 Hipóteses05
1.5 Estruturado
trabalho06
Capítulo 2
- Fundamentação
teórica2.1
Fundamentos
básicos das atividadeseconômicas
07
2.2
A
escassez dos bens e serviços naeconomia
09
A
2.3 Crises e ciclos
do
desenvolvimentoeconômico
112.4
O
racionamentona
economia
142.5 Teoria da escolha pública 16
Capítulo
3-
O
papel
da
energia elétricano
desenvolvimento
econômico
esocial
3.1 Introdução 19
3.2 Significado
da
energia para as atividadeseconômicas
20
3.3
A
questão da eficiência energética e seus impactos para o controle.
da
demanda
24
3.4 Principais impactos
do uso
da energia parao
desenvolvimentoCapítulo
4
-
A
crisedo
racionamento de energia
elétricano
Brasilno
período 2001-
2002
4.1 Considerações gerais
4.2 Características e
mudanças na
organizaçao da indústriade
energiaelétrica
no
BrasilV
4.2.1
O
sistema elétrico brasileiro4.2.2
Modelo
industrial e comercialde
energia elétricade 1935-1994
4.2.3Modelo
industrial e comercialde
energia elétricaa
partir deJ
995
4.3 Desequilíbrios entre a oferta e a
demanda
de energia elétrica-
aspectos substancias dos planos
de expansao
4.4
O
racionamentode
eletricidadeno
Brasil: evolução e perspectivas4.4.1
A
origem
do
racionamentonos
derivadosde
petróleo eda
eletricidade nos
anos
1942,1967
e1987
4.4.2
Ocorrência
do
racionamentode
eletricidade nas regiões Sudeste-Centro
Oeste e Nordesteem
2001/2002
4.4.2.1
Origem:
como
aconteceuo racionamento
em
2001/2002
4.4.2.2
Quanto
ao
racionamentoem
síno
período 2001/2002
4.4.2.3
Impactos
do
racionamentona
economia
brasileira4.4.2.4
Medidas
adotadas
com
oadvento
do
racionamento
em
2001
4.5 Análise das hipóteses frente a realidade
do
racionamentoconsideradas
no
trabalhoCapítulo 5
-
Conclusões
erecomendações
Referências
29
30
30
32
3539
43
43
46
46
52
5558
62
64
66
CAPÍTULO
PROBLEMÁTICA
1.1 Contextualização
do problema
Nas
últimasdécadas
a maioria dos paísesvem
adotando políticas públicascom
o
objetivo depromover
modificaçõesno
desenvolvimento econômico, político e social,destacando-se a desregulamentação, privatização, criação de agências de regulação,
defesa à proteção da concorrência e a geração de
mecanismos
de incentivos voltados à criaçãode
novas empresas, rendas e emprego.Tais transformações estão inseridas
no
contexto de globalizaçãoonde
a buscada
prosperidadeeconômica
vem
se destacandocomo
um
elemento determinante paraasustentação de certas vantagens competitivas.
Há também
um
generalizadoconsenso
deque
é preciso continuaro
debate sobre o papel da competitividadecomo
fator geradordo
desenvolvimentoeconômico
e de riquezas.Se
porum
lado, osparadigmas
tecnológicos e culturais
vem
sendo consideradoscomo
elementos básicosque
pressionam
os países eempresas
a estabelecerem novas estratégias; por outro lado,constitui
motivo
depreocupação
também
sabercomo
a competitividade é afetado pelosfenômenos macroeconômicos, onde
sedestacam
as taxas de câmbio, taxas de juros edéficits governamentais
(Bonomo
e Brito, 2001),Não
apenas os Estados Unidos, Japão e Coréia eEuropa adotaram
mudanças
em
suas políticas,mas
também
os países comunistasque
buscam
meios
específicos demodificarem
seus sistemas econômicos, demodo
aconseguirem
maiores níveis deeficiência (Porter, 1993).
A
idéiada
competitividade intemacionalvem
se destacando nos debates,estudos e pesquisas
de
várias naturezas. Nessesentido, busca-secompreender porque
alguns paísesconseguem
maior
eficiênciano
planejamento e alocação dos recursosque
outros países.Uma
aparente forçaeconômica
capaz de explicar essemovimento
encontra respaldo
no desenvolvimento
de novas tecnologias quemudam
aconcepção
dos negócios e as estratégias das empresasl. Há, de certo
modo,
uma
necessidade dereavaliar os sistemas
econômicos
e políticos para respaldarem oque
os governos e as1 No
caso do mercado de eletricidade as turbinas de ciclo de gás combinado e pequenas turbinas mudaram completamente a concepção de eficiência e de economia de escala desta indústria
(MME,
1996).empresas
estao fazendo,podendo
se destacar a crescentebusca
denovos
processos deprodução
(inovações, reengenharia e inteligência artificial) e o_ aperfeiçoamento dosprocessos existentes (melhoria contínua),
com
vistas aoaumento da
eficiênciaeconômica (Moen,
1964; Kotler, 1997; Oliveira, 1997).Os
resultados de taismudanças
podem
ser vistosquando
seexamina
os efeitos da globalizaçao sobre acompetiçao
entre naçoes,onde
se visualiza o surgimento denovos padrões de concorrência e
uma
revolução noscampos
da
informática, eletrônica,telemática e multimídia. Para atender os novos conceitos dessa
produção
industrial, aenergia,
em
suas múltiplas fontesde
recursos, taiscomo:
petróleo, eletricidade, gásnatural, células de combustível, átomo, hidrogênio, etc., constitui
um
doselementos
vitais para a sustentação
do
crescimentoeconômico
(Porter, 1993;Hamel
e Prahalad, 1995; Ferraz et al, 1995;Hartman,
2001).A
atividade industrial, serviços e outrosmeios de
geração deempregos
e renda, estão associados à utilizaçãoda
energia elétrica,podendo-se
destacar sua importância, correlação e contribuiçãoem
quase
todas as atividadesda
vidahumana, ou
seja,produção
industrial,comércio
em
geral, residências e iluminação pública (Manners,1976; Leite, 1997).
No
rol dessasmudanças
é importante destacaro
modo como
a indústriade
energia elétricaimplementou
sucessivas modificaçõesem
seumodelo
industrial ecomercialque
pormais
de80
anos trabalhou sob aconcepção
monopolista. Chile(1978), Inglaterra (1982), Estados
Unidos
(1992), Argentina (1992),Espanha
(1994),Nova
Zelândia (1995),Noruega
(1996), Austrália (1997), Áustria (1997),Canadá
(1998) eAlemanha
(1998) constitui a lista dos paísesmais
expressivosque
mudaram
afonna
de equilibrar a oferta edemanda
de eletricidade (Pontes, 2002).De
forma
particular,o
Brasil, face as deformidadesdo
sistemamonopolista
regionalque
operouno
período1935-1995
(Greiner, 2001), introduziuum
novo
modelo
competitivo de energia elétrica, visando assegurar aexpansão da
oferta a longo prazo a custos compatíveiscom
a estrutura dos recursos energéticos (renovável e não-renovável), oportunidade
em
que
introduziu substanciais modificaçõesem
seus arranjosinstitucionais e operacionais
(Coopers
&
Lybrand, 1996; Greiner, 2002).No
conjuntodas diretrizes sugeridas havia a
preocupação
com
a ocorrênciade
um
possível déficitde
era
um
dado
muito
superiorao
adotado
tradicionalmente pelo setor elétricobrasileiro,
estimado historicamente
em
5%
(Kelman
et al, 2001).Sem
a continuidade de realização dos investimentos nos níveis projetados deacordo
com
o PlanoDecenal
deExpansão
1999/2008 (Eletrobrás/MME, 1999) ecom
o
agravamento
das condições hidrológicas verificadasno
finalde
2000
e 2001,o
país teveque adotar
medidas
visandopromover
uma
redução de20%
no
consumo
de
energiaelétrica
no
periodode
junho/2001 a fevereiro/2002(CGSE,
2001).Diante desse contexto
de
transformações e de racionamento vividos pelaeconomia
brasileira éque
o presente trabalho pretende fazer sua incursão, tendo oobjetivo principal
de
analisar as causas básicasque
levaram ogovemo
federal a adotaroracionamento de eletricidade para toda a populaçao.
1.2 Objetivos
1.2.1 Objetivo geral
O
objetivo central deste trabalho éexaminar
as causas fundamentaisque
levaram
o
govemo
federaldo
Brasil a divulgar e implementarmedidas do
racionamentode eletricidade nos anos 2001-2002.
. 1.2.2 Objetivos específicos
Dentre os objetivos secundários observados
no
desenvolvimento deste trabalhode investigação, buscou-se
examinar
o que
segue:a) as dificuldades encontradas para a gestão da crise de eletricidade;
b) os diversos
mecanismos
institucionais que integravam o quadro regulatóriopara
promover
aexpansão da
oferta e evitar o racionamento;c) identificar as estratégias adotadas pelos consumidores industriais para
evitar
novo
racionamento;d)
examinar
as diretrizes adotadas pelogovemo
federalcom
vistas a evitar4
1.3
Metodologia
O
desenvolvi-mento deum
trabalho de investigação científica requer aaplicação de
uma
metodologia específica ao casoque
se quer estudar.Nesse
sentido é preciso idealizarum
projeto de pesquisaonde
determinadofenômeno
está ou será observado. Para essa finalidade é preciso organizar osprocedimentos
que serãoutilizados na investigação sugerida.
O
usodo método
científico por sua vez dirigeo
modo
como
se deve realizaruma
pesquisa.Uma
metodologia éfundamental
paraque
sepossa organizar as idéias
de
como
os fatospodem
ser observados e tratados. Contudo,deve-se considerar
também
que
é preciso fazer a pergunta certa ao se buscaruma
explicação convincente para o
fenômeno
estudado (Porter, 1993).Para este trabalho o autor
usou
como
referência os trabalhosde
Godoy
(1995) eBorenstein (1995), oportunidade
em
que
os autores justificamo
método
“estudode
caso”
como
uma
das possibilidades aserem
utilizadas nas investigações decunho
científico.
Também
é possível registrar o fato deque
a iniciação científica caracteriza-secomo
instrumento de apoio teórico emetodológico
à realizaçãode
um
projetode
pesquisa, constituindo-senum
canaladequado de
auxílio para aformação
deuma
nova
mentalidade (Castro, 2003).
Não
obstante as pesquisaspoderem
ser variadas,o tema
racionamentode
eletricidade
no
Brasil,no
período 2001-2002, atendeo
objetivoem
tela, face tratar-sede
um
fenômeno
cuja investigaçãopode
responder a questões básicasdo
tipo“por
que”
e“como”
os fatos aconteceram ao longo dos anos (Godoy, 1995). .\
Segundo
Pontes, (1998)“O
estudode
caso permite fazer pesquisas empíricascom
o objetivo de investigarfenômenos contemporâneos
dentro de contextos de vidasreais,
em
situaçõesem
que
as fronteiras entreo
fenômeno
estudado eo
contextonão
estão claramente definidos
ou onde
se constata múltiplas fontes de evidência.Assim, para o desenvolvimento deste trabalho
foram
considerados os seguintesprocedimentos: a) escolha
do
objetode
estudo (conteúdo: racionamentode
eletricidade);b) local de estudo (Brasil); c) período
de
análise (2001-2002); d) contexto e o processode
mudanças
em
si decorrentedo
racionamento; e) as decisõesque
evitaram a continuidadedo
racionamento após 2002.O
estudo consideracomo
amostra estatística osdados
globaisdo
setorde
energia elétrica
no
Brasil nos anos 2001-2002, utilizando as variáveis carga própriaem
MWh,
investimentos, operação da rede elétrica (déficits) e níveis de reservatórios dasregiões
onde
seencontram
instaladas asmaiores
usinas hidroelétricas(ONS,
2002).Para efeito de análise
do
contexto e das causas básicasdo
racionamento,o
autor fezuma
pesquisa nos principais relatórios publicados pelo
MME,
Eletrobrás,ONS,
MAE
eANEEL,
além de
outras fontes bibliográficasque dão
apoio àcompreensão do
fenômeno
observado.Por fim, cabe ressaltar que os resultados deste trabalho
foram
observadosdentro das possibilidades
de
conhecimento,tempo
e recursos disponíveisque
o autorpôde
utilizar.u
1.4 Hipóteses
Para efeito de realização deste trabalho
foram
consideradas as seguinteshipóteses fundamentais:
a) o
racionamento
de eletricidade constituiuma
oferta dechoque
macroeconômico que
leva auma
intervençãodo
govemo
na organizaçãodo
mercado;b) a propagaçao
do
racionamentopode
aumentar
os riscos deexpansao
da redeelétrica a longo prazo;
-_
c) o racionamento traz implicações para
o
crescimento daeconomia
brasileira;d)
um
quadro
regulatório claro e concisopode
evitar riscos na oferta de energiaelétrica a
médio
e longo prazos.1.5 Estrutura
do
trabalhoE
Este trabalho
tem
a seguinte organizaçao: o Capítulo lcontém
a problemáticado fenômeno
estudado, a contextualizaçãoonde
ele ocorre, os objetivos, a metodologia,as hipóteses e a própria organizaçao
do
estudo.O
Capítulo 2 abordauma
revisao teóricabásica necessária à realização deste trabalho,
sem
a pretensão de aprofundar nostemas
expostos.
O
Capítulo 3busca examinar
o
papel da energiano
desenvolvimentoeconômico,
suas relações e implicações nas condições de equilíbriomacroeconômico.
O
Capítulo
4
expõe a situaçãodo
racionamentode
eletricidadeno
Brasilno
período2001-
2002, mostrando suas principais carateristicas, oportunidade
em
que se buscaexaminar
ascausas
fundailíieiitaisvfdeÊ'¡'su;à oV¿:orrên'ãc'ia. VÇ) Capítulo 5 'trata das conclusões erlecbmendaçiõès.7Poi“›fim`,i às7¿'lre'ferências lbiblióšrãififcflas registram as obras' utilizadas
Cómö
sapoio à pésquisàiifçalizada. ` ' ` ' **CAPÍTULO
2
-FUNDAMENTAÇÃO
T1-:ÓRICA
2.1
Fundamentos
básicos das atividadeseconômicas
Um
dosfundamentos
básicos da análiseeconômica
estáem
examinar
asquestões
do
equilibrio entre ademanda
e a ofertade
bens
e serviços,num
determinadosistema
econômico
enum
certomomento.
De
forma
bastante genérica, pode-seconsiderar
que
aseconomias
tem
algumas
funções básicasque
dinamizam
o processodo
crescimento econômico, quais sejam:
o que
produzir,modo
de produção, transporte edistribuição de bens e serviços entre os
membros
da
população.A
primeira função está intimamente relacionadacom
as necessidadesque
oshomens
precisam
atender parao
seu sustento. Tal fato leva aum
processo de escolha por parteda
população que decideo
que
gostariade
adquirir.Algumas
pessoaspodem,
por
exemplo,
preferiruma
casa aum
carro,um
carro aum
trem, etc.As
alternativas são múltiplas, e por vezes,apresentam
certas contradições para o estabelecimento daspolíticas públicas e empresariais.
Esta escolha individual
acaba
por vincular as necessidades aos recursos atravésda
seleção de bens, configurandoassim
uma demanda
específica. Se deum
lado osconsumidores
manifestam suas preferências pessoaispor
bens e serviços; por outrolado, eles
pressionam
seus representantes políticos atomarem
boas decisõesquando
seelabora as políticas públicas.
A
idéia fundamental éque
a população tenha a suadisposição
um
conjunto debens
e serviçosque
atenda as necessidades básicas dealimentação, vestuário, transporte, saúde,
educação
euma
infra-estrutura de serviçosque
asseguremelhor
qualidade de vida, destacando-se a eletricidade, água, tratamentode esgoto, etc. (Ackley, 1969; Fuenzalida, 1970; Furtado, 1971;
McConnick
et al,1976).
No
âmbito das decisõeseconômicas
e políticas osgovemantes
são levados aquestionarem sobre que bens e serviços
devem
ser produzidos eem
que quantidades.A
resposta a esta questão decorre
não
apenasdo
graude conhecimento que
setem
dosrecursos
na
econornia,mas
do
capital disponível, competência, experiência eda
capacidade
que
setem
para fazeruma
boa
escolha.A
nívelmacroeconômico,
porestradas
ou
fazermais
habitações novas,mais
toneladas de açodo que
kms
de linha detransmissão, etc.
No
caso específico daschamadas economias
de guerra,em um
certomomento,
osgovemantes
devem
optar entre produzirmais
alimentos emenos
canhões,ou
vice-versa (Rosseti, 2000).As
possibilidades deaumento
daprodução
eda
renda nacional estão associadasnão
apenas
às escolhas públicasde
seus dirigentes,mas
também
do
grau de cultura eeducação da
população, fatores essesque colaboram
para pressionar seus representantespolíticos a
promoverem
melhores arranjos institucionais e estabelecerem melhoressistemas
de
incentivos e escolhasmais
eficientes (North, 1991; Paiva, 2002).No
contexto
de
mudanças
dinâmicasonde
se visualiza os avanços tecnológicos, controle dedoenças,
aumento
da
violência, alterações nas regrasdo
jogo, etc., pode-se questionar sehaveria
um
outrocaminho
diferente para apromoção do
desenvolvimento que não sejaapenas
manter 0
equilíbrio entre ademanda
e a oferta por bens e serviços.De
certomodo,
as naçõesem
geralpreocupam-se
com
as fragilidades de suasorganizações e
com
aforma
pela qual os bens e serviços são produzidos e ofertados àpopulação.
A
ausência de detenninados produtosnuma
sociedadepode
gerar gravesproblemas
sociais eeconômicos
como
0desemprego
e a miséria social.Como
exemplo,
pode-se citar a falta de moradias,
problemas no
abastecimento de água e energiaelétrica, ausência de estações de tratamento de esgoto, inexistência de leitos nos
hospitais e a falta de escolas para as crianças.
Desse
modo,
pode-se dizerque
asescolhas
econômicas
são difíceis por levaremem
conta o fatode que
as sociedadesdispõe
de
recursos limitados.'
Quanto
aomodo
de produzir os países estãopreocupados
em
selecionar asmelhores combinações
entre os fatores de produção, visando0
alcance deuma
maior
eficiênciano
processo de alocação dos recursos.A
produção
agregadado
sistemaeconômico
seria então dependente das tecnologias escolhidas,da
mão-de-obra, dossalários
pagos
e dos preços.Assim,
paraum
certo nívelde
insumo
utilizado ter-se-iauma
produção
correspondente.Para Ackley
(1969), aiidéia fundamental éque
àmedida
em
que aprodução
nacional aumenta,o emprego
cresceria e estariatambém
aumentando
e modificando arenda nacional pelos salários
pagos
aos trabalhadores. Isto poderia provocar altas nospreços e modificar
o
ponto de equilibrio de mercado, devido anova
demanda
debens
eserviços
que
se daria devido auma
injeção de saláriosna economia. Maiores
saláriospodem
resultarem
maior
demanda
por
bens e serviços eaumentar
as atividadesindustriais e comerciais de
uma
economia,podendo,
por sua vez,provocar
repercussõesmomentâneas
no
equilíbriodo
mercado.As
funçõesde
transporte e distribuição são elementos básicos paratomar
possível
que
osconsumidores
possam
receber os produtos fabricados. Investimentosem
infra-estrutura de transportes (ferrovias, rodovias, pluvial, etc), eletricidade (rede
elétrica) e telecomunicações, são fundamentais para
que
o crescimentoeconômico
sejarealizado, permitindo, assim, o desenvolvimento das regiões e
comunidades.
2.2
A
escassez dos bens e serviçosna economia
A
escassezocupa
um
lugar centralna
teoriaeconômica.
Uma
primeiradefinição se apoia sobre a insuficiência quantitativa de
detemrinados
fatores deprodução
que,num
certomomento,
oshomens
poderiam
necessitar para suasobrevivência. Esta insuficiência
pode
revelarsegundo
uma
ocorrênciamais ou
menos
regular,
ou
mesmo
serpuramente
pontual.A
inexistência deum
fatorpode
prejudicarum
país atomar melhores
decisõescom
vistas aaumentar
sua riqueza. -Na
visãode
Dorfman
(1969) os recursospodem
significar qualquer coisaque
possa ser
usada
diretamenteou
atravésda
transformaçãoem
outras coisas parasatisfazer as necessidades
humanas.
Os
recursos são escassosquando
a oferta existenteé insuficiente para atender todas as necessidades que integram
uma
certademanda.
Quando
isso ocorre, as autoridades públicasdevem
buscar escolher entremodos
diferentes pelos quais os recursospodem
ser usados. Logo,uma
questão centralno
âmbito das decisões
econômicas
estão relacionadascom
aforma
pela qual aadministração dos recursos escassos é feita.
Segundo
Drucker (Apud
Petzinger JR, 2000), aeconomia
se baseiaem
trêssuposições
que não
são mais verdadeiras.A
primeira delas vê aeconomia
nacionalcomo
uma
unidade de atividadesem
que
as políticas monetária e tributáriadetemiinam
0comportamento
dos indivíduos e dos empresários.A
segunda
éo axioma
da escassez.A
terceira dizque quando
vendemos alguma
coisa, nós a alienamos, isto é, nós aperdemos.
Nenhum
dos três correspondemais
à realidade.Para
ele,o axioma da
Além
dosproblemas
associados ao tipo de organizaçao produtivaque
se desejae tipo de tecnologia exigida para produzir
um
determinado produto, a escassez dosfatores de
produção
no
mercado pode
afetar a eficiênciaeconômica
e interferirmomentâneo
no
equilíbrioda
economia. Issopode
ser visto, por exemplo,quando
existeescassez de mão-de-obra, matéria
prima
e outros fatores essenciais à produção.No
casodo
fornecimentode
eletricidadecom
baseno
sistema deprodução
hidrelétrica, a águaconstitui
o elemento
essencialque
não deve
faltar.Sendo
aágua
um
produtocom
múltiplos usos, a inexistência devolumes
para gerar eletricidadepode
darorigem
amais
um
custo de utilização da água, habitualmentedesignado por custo
de
escassezou
de recurso.Um
mercado
funcionando livrementetenderia a mostrar
uma
elevaçãono
preço daágua
e da eletricidade, todas as vezes quehouvesse
a sua escassez, levando, portanto, auma
intervençãodo
govemo
nosmecanismos
em
que
as condições afetamo
seu funcionamento (Palma, 1999).Keynes
(1985) considerava que, sob certas condições, a escassez poderia sersuprimida e os
povos
ingressariam entãono
nirvana terrestre da abundância.Por
outrolado, o
aumento da
escassez de certos benspode
trazer soluções e-melhorias para apopulação.
No
caso específico da água, àmedida
em
que
ela deixar de serum
bem
em
abundância
no
meio
ambiente, asempresas
passarao a termaior
interesseem
comercializa-la
com
inovações e tecnologiasque
irão solucionar osproblemas
depoluiçao ambiental.
Praticamente durante toda a história de desenvolvimento dos países, o
problema da
escassez foi equacionado através da exploraçãodo
meio
ambiente, porvezes, de
modo
devastador.Em
decorrência disso, na atualidade, a maioria dos recursosnaturais,
em
todas as partesdo
mundo, tem
suas reservascomprometidas
em
quantidadee qualidade,
comprometendo
até a perpetuação da vidana
terra(Roman,
1996).Os
recursoseconômicos
são escassos e, por isso, as sociedades defrontam-secom
o problema da
decisão de escolha de produções econsumos
a realizar.Quem
fazas escolhas e
o
modo
como
elas são feitaspodem
fazer diferençasno
processo dedesenvolvimento.
Contudo,
a necessidade de se fazer escolhas écomum
a todas associedades, grupos
econômicos
e indivíduos.A
escassez implicana
necessidadede
escolhas,mas
as escolhasimplicam
na.
ll
menos
deuma
outra coisa qualquer.Ter
menos
de
outra coisa,pode
ser vistocomo
um
custo de termais
deuma
outra coisa.2.3 Crises e ciclos
do
desenvolvimentoeconômico
As
economias
são dinâmicas ecomplexas
e por essa razãosofrem
as perturbaçoes decorrentes das inovações tecnológicas, modificaçoes nas políticaspúblicas, pressões da concorrência e
do comércio
mundial.As
transformaçõesque
seprocessam
no
sistemaeconômico
nem
semprepodem
acomodar
os interesses de toda apopulação.
Assim,
pode-se dizerque
aseconomias
passam
por crises e ciclos dedesenvolvimento diferentes
uma
das outras.As
fasesdo
ciclopodem
ser longas e curtase a
expansão
pode
ser rápidaou
lenta.Os
cicloseconômicos
sao as flutuaçoesda
atividade globalda
economia,caracterizada pela
expansão
ou
contração simultâneada
produçãoda
maioria dossetores.
O
comportamento
cíclicoda
atividadeeconômica pode
sermedido
através demuitas variáveis e
não
somente
com
a produção nacional,mas
também
com
a taxa deinflaçao, taxa de
desemprego,
número
deempresas
quebradas, criaçaode
negócios,medida do
déficit público, etc.Os
cicloseconômicos não
são idênticos, tantono que
refere a sua duração
como
na
intensidade;mas
estesmovimentos, que
em
princípioparecem
erráticos,podem
decompor
seem
movimentos
que
constituemuma
sucessao de fases ascendentes e descendentes (Furtado, 1971).Segundo
Haberler (1976), as características básicas deum
cicloeconômico
podem
ser entendidas por duas fases distintas: ade expansao ou
ascendente e decontração
ou
descendente.Na
fase ascendenteo
ciclo daeconomia
tem
duas fasesdistintas a recuperaçao e a prosperidade.
Na
recuperaçao aeconomia retoma o
ciclode
crescimento
com
mudanças
nas políticaseconômicas
e nos arranjos institucionais.Uma
baixa
na
taxa de juros, por exemplo, poderia incentivar a realizaçãode novos
investimentos e
aumentar o consumo,
fazendocom
que
aeconomia
recupere suascondições
de
crescimento.Na
fasede
prosperidade, o país conseguemaior acumulação de
capital e usa osfatores de
produção
com
maior
eficiência, resultandoem
maior
nívelde
emprego
erenda.
As
políticas são dirigidas para a buscade
inovações e a distribuiçãode
renda seintensidade.
Por
outro lado, aeconomia pode
também
entrarem
ciclos de depressãoou
mesmo
de
recessão.Os
cicloseconômicos,
portanto, são variaçõesno
ritmodo
crescimentodo PIB
de
um
paísque
seproduz de maneira
repetitivano
tempo.Ao
se observar a evoluçãodurante
um
longo períododo
ritmo de crescimentodo
PIB, é possível observarcomo
elese
comporta
com
certa regularidade.Cada
onda
corresponde aum
cicloeconômico.
Na
evolução
de
longo prazodo
PIB, sepode
distinguir quatro fases distintasconforme
seobserva
na
Figura 1 abaixo:Figura 1 - Ciclos
econômicos
Pico
C
Recupeäí)
ContraçãoB
A/
D
PIB
Â
, CicloA
Hafb¢1C( 'Tempo›
O
ponto
(A)mais baixo do
ciclo sedenomina
de vale e se caracteriza pelabaixa capacidade produtiva,
desemprego, queda
nos lucros das empresas, investimentosparalisados, etc. Neste
ponto
aeconomia tem
dificuldades paramanter
as atividades produtivas.Na
fase de recuperação (B)ou expansão
os negócios são acelerados,começam
aumentar
as ventas, os lucros são maiores, odesemprego
decresce,retomam
os investimentos, os preçoscomeçam
lentamente a crescer, etc.No
ponto
(C)denominado
de pico éonde
aeconomia
alcança omáximo
deprodução,
há
dificuldadesde manter o
ritmo de crescimento, as tensões sobre os preçossão fortes,
há
dificuldades para encontrarmão-de-obra
qualificada, as expectativasempresariais
começam
a deteriorar-se anteo
surgimentoda
inflação, repercutindonegativamente sobre os investimentos previstos.
Na
fase de contração (D),o
govemo,
em
sua luta contra a inflação, adotamedidas
de retração da economia, traduzindo-seem
quedas
das vendas e lucros.O
ambiente de negócios é de desânimo,aumentam
asoutros mercados.
Deve-se
assinalarque
num
cicloeconômico
a fase de retraçaonao
tem
que
ter amesma
duraçãoque
a fase de expansão,dependendo somente do
modo
como
os agentes
econômicos reagem
ao período de instabilidade.Ao
retomar a conceitualizaçao dos cicloseconômicos
longosSchumpeter
(1982), admiti
que
eles seriam perturbaçõesdo
sistemaeconômico
relativamente aum
estado de equilíbrio.Nesse
sentido,surgem
as definições de sobreprodução,excesso
decapacidade e de
mão
de obra (desemprego).Os
ciclosmais
longosservem de
linhade
base,
de proximidade
ao equilibri-o, sobre a qual sedesenvolvem
os outros ciclosmais
curtos.
O
desenvolvimentoeconômico
seria então o resultado de três categoriasde
fatores: fatores
extemos
(como
grandesencomendas da
administração pública), fatoresde crescimento gradual e inovação,
que
seriao
fator dominante.A
inovaçao éo
fatorque
determina a evoluçao econômica,atuando
descontinuamente e impulsionando os ciclos longos de Kondratieff (Kondratiev cycle).
A
inovaçaonao
se restringe à invençao e patente,mas
também
as outras formascomo
matérias primas, fontes de aprovisionamento,
mecanismos de
tratamento e transportede
mercadorias,métodos
organizacionais aplicados pelasempresas
indústrias e comércio, etc (Harberler, 1976).Na
fase deexpansão
econômica há
uma
multiplicação de novas empresas,aumento
de crédito e investimentos, receitas e emprego,mas
também
da
elevaçaode
preços.A
prosperidademinimiza
os conflitos sociais e gera oportunidades aosempreendedores
e inovadores.No
entanto,o
esgotamentodo uso
de fatores deprodução
nessa fase
pode
estarpróximo
dos limites de crescimento da economia.Com
a elevaçãoda taxa de juros,
mal desempenho
da
indústria e elevaçao dos preços, a fasedo
cicloeconômico
de prosperidadepode
mudar
para a fasede
recessão,onde
ocorrem
a falência de empresas, desativaçãode
investimentos, obtenção demenores
receitas,reduçao
do
crédito e da poupança, os quaislevam
auma
contraçaodo
nível deemprego
(Keynes, 1985).
Após
esta fase aeconomia pode
entrartambém
no
ciclo de depressaoque
revela investimentosmal
sucedidos e capacidade excessiva, devido o baixo nívelda
procura.Algumas
açõesgovemamentais
podem
direcionar aeconomia
para seaproximar a
um
novo
estado de equilíbrio, até que se inicie a recuperaçao.Por
vezes, aconjuntura
econômica
dá sinaisde
fragilidades.O
desaquecimento da
economia
como
programado,
registrando, assim,menores
níveis de contratações.A
economia
demora
para ser reativada,devendo
o governo
adotar açoes pró-ativas para incentivaro
crescimento
econômico.
No
quadro
conceptual deSchumpeter
(1982),o
ciclo longo é caracterizado pelaconfluência
ou
agregação de inovaçõesque desencadearam
a fase inicial deprosperidade;
cada
ciclotem
uma
identidade própria e o sistemaeconômico no fim de
um
dado
ciclo é qualitativamente diferentedo que
erano
fimdo
ciclo queo
antecedeu.Não
se trata poisde
um
processo repetitivo.O
próprioSchumpeter
identificou trêsciclos longos: a revoluçao industrial
(1787
1842, algodao, têxteis, ferro emáquina
avapor),
o
ciclo burgês (1842-1897,caminhos
de ferro, vapores marítimos) e o ciclo neo-mercantilista
(1897
1950, indústrias químicas, eletrificaçao, veículos automóveis).Para Harbeler (1976), Kondratieff observou a existência de ciclos longos
na
economia, cuja duraçao teria
aproximadamente 54
anos, através deuma
análisedo
comportamento da
economia
norte-americana entre1780
e 1926. Outros investigadores posterioresconseguiram
mostrarque
aeconomia
inglesa havia secomportado
deforma
parecida desde 1.271 até a atualidade. Basicamente, este ciclo secompõe
de quatrofases:
expansão
com uma
duraçãoaproximada
de20
anos, depressãocom
cinco anosde
duração, recuperação financeira
que
varia entre 5 a20
anos e aqueda
daeconomia
com
duração de
20
anos.Por
fim, pode-se dizerque
as criseseconômicas
estão diretamente relacionadascom
os ciclosde
desenvolvimentoda economia.
As
crises são as manifestaçõesde
instabilidades dos fatoresque
afetam a posição de equilíbrio da economia,como
o casodo
racionamentode
bens e serviços, guerras,mudanças
nas taxas de câmbio, fuga decapitais para outros mercados, etc.
2.4
O
racionamento naeconomia
Como
já apresentado anteriormente aseconomias
dispõe de recursos limitadose, por essa razão, seus dirigentes
devem
fazer escolhas quelevem
ao alcance deuma
eficiência
econômica.
Uma
exigência nesse sentido está relacionadocom
o
processode
tomada
de decisõesde
ordem
racional, isto é,com
uma
escala de preferênciasbem
definida e consistente, é possível traçar políticas públicas
que
tome
aeconomia mais
As
crisesque
seprocessam
naseconomias
capitalistastem
origem
distintas eexplicações diferentes,
mas
todas elasderivam de
um
fuga do estadode
equilíbrio.Numa
situação de guerra, por exemplo, o paísnão
dispõe de todos osbens
e sen/içospara atender a
demanda
da população.Assim,
o racionamento surgecomo
uma
situaçãoem
que
envolve a falta de mercadorias essenciais para o sustento dapopulação
e dedifícil substituição, podendo-se relacionar
com
o
processo deacomodação
de
choquesde oferta
num
determinadomomento.
Embora
a literatura tenhasempre
levadoem
conta que a escassez éum
pontocentral nos estudos de avaliação da economia, foi
com
0 artigo pioneirode
Weitzman
(Apud
Arida, 1982) que o racionamento foi estudado sobre vários ângulos. Ele exploroua idéia de
que
seriamelhor
executarum
controle sobreuma
variáveleconômica usando
o preço
como
instrumento (por exemplo, impostos)ou
a quantidade (por exemplo,definição de quotas para o
consumo
d'água).Demonstrou
aindaque
a incerteza a respeitodo
custo marginaldo
controle afetaria a escolha entre estes dois instrumentos regulatórios.O
raciocínio básico adotado éque
o benefício de se adotaruma
reduçao nas quantidades, torna-se relativamentemais
convincente para apopulação
do
que
adotaruma
elevação de preçosou
mesmo
de impostos.O
racionamento ocorrequando
uma
economia
é obrigado a racionaro
consumo
de gênerosde
primeira necessidadecomo
oleite, trigo, leitos hospitalares
ou
serviços básicoscomo
aágua
e eletricidade;mas
também
em
situações de calamidade ecológicaou
guerra.Outro
casotambém
importante está relacionado
com
reduçãodo
consumo
de mercadorias importadasou
mesmo
em
situações de desequilíbrioda
dívida externa (Aria, 1982; Modigliani, 1982).Para Arida (1982) “Racionar por via das quantidades
supõe
uma
distribuiçãode quotas
ou
coupons, talque
o total distribuídonão
ultrapasse limites globais deconsumo
praticados.A
escolha entre as duas estratégias de racionamento é tipicamentedificultada por incertezas quanto à intensidade
ótima
do
racionamento a ser implantadoe quanto às características da
demanda
pela mercadoriaem
questão”.Associado
às decisões duranteo
períodode
racionamento, a regulamentação daeconomia
deve sofrer formalização pública deuma
lei, demodo
a se ter respaldo jurídico para a cobrança de resultados.Segundo
Arida (1982)“Quando
a mercadoriaM,
cujo
consumo
se deseja restringir a níveis inferiores ao normal, éproduzido
diretamenteracionamento naturalmente suscita
uma
respostapor
parte dos responsáveis pela políticaeconômica
(é o casode
regularo
consumo
de
energia elétrica proveniente de usinasestatais
em
situações ecológicas)”.Portanto, o
govemo
deve examinar
quais estratégias seriam melhores para aperformance
e equilíbrioda economia.
O
racionamento
via preçospode tomar
injusto ograu de utilização dos
bens
inexistentes,uma
vez que
estaria penalizando a populaçãode renda
mais
baixa.A
estratégia deracionamento
via quantidades, por sua vez,pode
ser superior ao racionamento via preços se possibilitar ex-ante
um
menor
desviodo
consumo
efetivoem
relaçãodo
consumo
ótimo
de
M,
dadas as restrições existentes.Na
opinião de Arida (1982), a utilização ótima
do
racionamento
via quantidades consisteem
determinar oconsumo
globalde
modo
aminimizar o
valor esperadoconforme
pode
ser visto
na
equaçao a seguir:MinL
=h.
(q-q*)2
} ,sendoh>Oeq<Q.
A
soluçãoótima
neste caso équando
a quantidade ex-ante fosse igual aquantidade ex-post, isto é, prefixar o
consumo
global de acordocom
o valor ótimo.O
que
sepode
observar ainda éque o
racionamentosempre
traz expectativas aos agenteseconômicos, pois
não
se sabe corretamente a sua extensão enem
o
tempo
de duração.As
incertezaspodem
levar os agentes amudarem
suas estratégias dianteda
situação deracionamento. Para
Modiano
(1982),“No
período subsequente, os países importadoresde petróleo, de
uma
forma ou de
outra, recorreram ao racionamentocomo
medida
derestriçao ao
consumo
de
derivados”.2.5 Teoria
da
escolha públicaO
criador da teoriaeconômica
das escolhas públicas (Public Choice Theory) éJames Buchanann, ganhador
do
Prêmio Nobel de
Economia
em
1986. Suas idéias seconcentraram no desenvolvimento
das condições contratuais e constitucionais para a solidificação da teoriado
processoeconômico
e político,no
tocante àtomada de
decisões.Em
1962, ele setoma
co-fundadorda
SociedadeAmericana
de EscolhasPúblicas
em
conjuntocom
Gordon
Tullock.Buchanan
foi consideradoo
principal investigador desta área de pesquisa,onde
se visualiza os aspectos relacionadoscom
a teoria ortodoxa dos gastos públicos e suasrelações
com
os impostos, desenvolvimentoeconômico,
decisões públicas (PublicChoice) e seus reflexos nos mercados, inflação, natureza
da
dívida pública,poder
do
Estado, constituição e análise de
problemas econômicos
sob o ponto de vista inter-disciplinar,
envolvendo
a política, sociologia, direito, psicologia e outros afins.Segundo
Pereira (2001), a teoria da escolha públicatem
o objetivo de aplicarum
método
da
ciênciaeconômica
à analise das decisoes políticas, ressaltando-se osgrupos
de
interesse, partidos políticos, processo eleitoral, análise da burocracia, escolhaparlamentar e análise constitucional.
A
teoriada
escolha pública busca analisar osfracassos e os limites
do
governo ao elaborar estratégias, políticas e diretrizesque
afetam o
sistema produtivo.A
eficiência daeconomia
estaria portanto entreuma
maior
ou
menor
intervençãodo
Estadona
economia.Para Porter (1993)
o
objetivo das escolhas públicas estão associadas àbusca
deuma
vantagem
nacional, através da qual muitas características influem no processo eno
sucesso
de
determinadas políticas.Condições
de fatores (mecanismos), condições dedemanda
(pressão do mercado), indústrias correlatas ede
apoio e estratégia, estrutura e rivalidade das empresas, são elementosque
influenciam
a obtenção-deuma
vantagem
competitiva e, portanto,
dão maior
sustentação a boas escolhas públicas.Esta teoria busca -analisar a presença
do governo na
economia, contrapondo-seà habitual ênfase descritiva e de julgamentos
que
envolvem
otema no
debate nacional,onde
a políticaeconômica
é definidanum
contexto institucionalque pode
estabelecer as regrasdo
jogo.A
idéia de considerar os arranjos institucionaiscomo
um
jogo
(North, 1991), visa destacar a interaçãoque
envolve os diferentes participantes das escolhaspúblicas, a saber: o cidadão-eleitor-contribuinte, os políticos (os legisladores e
0
Presidente
da
República), os burocratas, e os grupos de interesses preferenciais, sobum
conjunto
de
regras, ou seja, as instituições políticas.Para Monteiro (2002),
“A
complexidade
observada nessa interaçãoimpõe
um
prêmio
à habilidade dos agentes econômicos: osque dispõem
de maiores emelhores
conhecimentos
sobre regras e processosdominarão
o jogo, de vez que eles estarãomais
aptos a jogá-lo, recorrendo às suas melhores estratégias e antecipando
com
maior
precisão os resultados
que
lhes serãomais
favoráveis”.Ainda
segundo Monteiro (2002),“Modemamente,
a trajetória dessesegmento
da
teoriaeconômica
está relacionada à vertenteda
public choice(meados
dos anos60
z
18
mainstream da macroeconomia,
a partir dos anos 80.Em
ambos
os casos, as instituiçõespolíticas contam,
ou
seja, sãotomadas
como
variáveisendógenas
aomodelo
macroeconômico.
Com
a reentradada
teoria dos jogosna
economia
-o que
ocorreu naprimeira
metade
dos anos 80 - toda a perspectiva analítica quanto ao estudo de políticaeconômica
foi renovada,expondo
os economistas à necessidade de vincular amacroeconomia
aum
modelo
de escolhas coletivas”.O
que
se observa nas sociedadesmodemas
éque
as escolhaseconômicas
saofundamentais para
o
alcancedo
bem-estar de seusmembros.
À
medida
em
que
osistema político e social evolui, as pessoas ficam
mais
sensíveis aos problemasque
afetam o conjunto.
Uma
populaçãocom
maior
nívelde educação pode
exigir de seusrepresentantes políticos melhores decisoes e evitar o
aumento
dos custos das transaçoeseconômicas. Para Santos (1993), e preciso considerar
que
os estudos sobre as escolhaspúblicas
possam
chamar
a atençaodo
fato político e institucionalno
processo detomada
de decisão de
uma
políticagovemamental.
Boas
escolhaseconômicas
sao fundamentais parao
alcance deuma
maior
eficiência dos recursos utilizados e issopode
favorecero
país a conseguirmaior
independência e melhores vantagens competitivas a
longo
prazo. Para o caso atualda
poluiçao ambiental, por exemplo, as escolhas
econômicas
podem
recair diante deum
mercado
livreem
que
os empresáriospossam
fazer os investimentosque
desejarem e/ouCAPÍTULO
3
-O
PAPEL
DA
ENERGIA
NO
r
DESENVOLVIMENTO
ECONOMICO
E
SOCIAL
A3.1 Introdução
Uma
das grandes questoes enfrentadas pelos países refere se ao atendimentoda
crescente
demanda
por energiaem
suas diversas fonnas, constatando-se a existênciade
uma
íntima correlação entre oconsumo
de energia, renda eo
produto interno brutoper
capita.
Assim,
os aspectos da produçao, transporte e distribuiçaoda
energia estao entreos mais importantes e
complexos temas
para aquelesque elaboram
edecidem
aspolíticas públicas.
A
energia integra a própria naturezado
desenvolvimentoeconômico
aopossibilitar diversas aplicações
no
processo produtivo sob múltiplas formas,colaborando para
que
indústrias, comércio eo
desenvolvimento urbano ofereçammaiores
comodidades
à vida das populaçoes.Segundo
Manners
(1967)“A
importânciada
energiano
desenvolvimento econômico, portanto, é muitíssimomais do
que amodesta
contribuiçao por ela proporcionada ao produto nacional intemo,ou
o seu custopara aquela
economia.
Servindo de catalisador,bem como
de elemento
essencial, seupapel
no
crescimentoeconômico
é tanto qualitativocomo
quantitativo”.A
utilizaçaoda
energia nas atividadeseconômicas
permite a criaçao deriquezas,
sendo
um
fator de geração de inúmerosempregos na
sociedade.No
campo
industrial,
por exemplo,
fábricas de várias nacionalidades ofertam produtoscomo
conversores
de
freqüência, variadores eletromagnéticos, painéis elétricos, motores,sistemas de
medição,
análise, monitoração e controle de energia elétrica, controlede
acesso, segurança ecomunicação
de dados, etc.Um
outroexemplo
decomo
a energia é vital para aeconomia
dos países,pode
ser visto
no caso da
Inglaterra, cuja indústria de petróleo e gás constitui hoje amaior
conquista industrial pós-guerra
do
país. Antes de1970
o
país importava praticamentetodo o petróleo e a partir de 1996 já estava entre os lO maiores produtores de petróleo
do
mundo
e entre os quatro maiores de gás.Segundo
o Consulado-Geral Britânicode
São
Paulo (2003)“Em
particular, empresas especializadasem
serviços e fornecimentoofi-shore e gás.
A
prática das várias empresas contratantes britânicasem
gerenciamento deprojetos, aquisição e pedidos as fizeram pioneiras
na
estratégiade
formar
alianças paraadministrar custos dos projetos,
quando empresas de
petróleo e contratantes seunem
edividem
riscosem
joint-ventures”.Como
se observa a energiatem
sérias implicaçoes na criaçaode
riquezas, poisao utilizar
uma
combinação
de múltiplos fatoresde produção
aumenta
as possibilidadesdo
paísem
assegurar o crescimento econômico.Nesse
sentidopode-se
dizer que renda,emprego,
consumo
e qualidade de vida estãointimamente
associadoscom
o
uso dasdiferentes
formas
de energia. Por vezes, as indústriaspodem
também
substituir certosinsumos
taiscomo
o capitalou
amão-de-obra por
recursos vindosda
energia, oque
pode
demonstrar a existência deuma
correlação entre oconsumo
de
energia e o padrãode vida da sociedade.
Por outro lado, é importante considerar
que
a natureza e a rapidezcom
que
se deseja o desenvolvimento econômico, osgovemantes
podem
modificar as políticaspúblicas e
com
isso alterar o padrão de vidada
população.Em
virtudedo
desenvolvimento tecnológico associado à produção, transmissão e distribuição de
eletricidade, por exemplo, a grande maioria
da população tem
acesso auma
série decomodidades que
afetam o conforto pessoalcomo
o chuveiro elétrico, televisão,telefones, fogões elétricos, batedeiras, etc.2
3.2 Significado
da
energia para as atividadeseconômicas
A
energiaprovém
de diferentes fontes energéticas e combustíveisque
apresentam
problemas
demedida
comparativa entre si. ParaManners
(1976),“As
diferentes características físico-químicas das várias
formas
de energia, os variados grausde eficiência
com
que
são utilizadas e ascomplexidades
das suas modalidades deconsumo
oferecem
graves obstáculos-
eem
última análise insuperáveis óbices-
aoemprego
deuma
única unidade pela qual as diferentes formasde
energiapodem
ser exatamente comparadas.”Segundo
Bertuliano (2003) as transformações da energiapodem
remeter asinvestigações científicas à
origem do
universo.O
uso
da energiaremonta há
mais de7
Na
indústna de petróleo novas nomias intemacionais estao surgindo, inicialmente sob aresponsabilidade do
TC67
Comitê Técnico do ISO que busca o consenso intemacional de mais de 1.000especialistas do setor no mundo.