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DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA E DENSIDADE DOS CASOS DE HANSENIÁSE E TUBERCULOSE NA ÁREA URBANA DO MUNICÍPIO DE SOBRAL, CEÁRA, BRASIL NO PERÍODO DE 2004 A 2006

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D

64

SANARE, Sobral, v.7, n.1, p. 64-74, jan./jun. 2008

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA E DENSIDADE DOS CASOS DE

HANSENÍASE E TUBERCULOSE NA ÁREA URBANA

DO MUNICÍPIO DE SOBRAL, CEARÁ, BRASIL

NO PERÍODO DE 2004 A 2006

GEOGRAPHICAL DISTRIBUTION AND DENSITY OF TUBERTULOSIS CASES AND HANSEN’S DISEASE IN SOBRAL’S URBAN AREA FROM 2004 TO 2006 Valcides José Pio Alves 1 Maria Socorro Carneiro Linhares 2 Maria Socorro de Araújo Dias 3

RESUMO

A

hanseníase e a tuberculose (Tb) são doenças seculares que acometem populações carentes em regiões de aglomerados cujos fatores socioeconômicos contribuem para a proliferação das mesmas. Este estudo teve como objetivo conhecer a distribuição geográfica e a densidade por quadra dos casos de hanseníase e Tb na área urbana do município de Sobral - CE. Os dados foram coletados e transferidos para o Sistema geoprocessamento MapInfo Profissional e plotados no mapa de Sobral - CE. As áreas acometidas pela hanseníase são as mesmas da Tb. Os bairros com maior percentual de quadras com casos de hanseníase e Tb são respectivamente: Dom José (34,6 e 46,1) e Padre Palhano (33,8 e 38,00). Fica evidente a necessidade de investir em estratégias de controle com compromisso conjunto do gestor da saúde, profissionais de saúde e comunidade viabilizando a sustentabilidade das ações de prevenção e controle da hanseníase e Tb, essenciais na “erradicação” dessas infecções.

Palavras-chave: Hanseníase; Tuberculose; Geomapeamento

ABSTRACT

H

ansen’s disease and Tuberculosis are secular diseases that affect the needy in regions whose social-economic factors contribute to their proliferation. This study has as main objective to learn about the geographical distribution and the density, per quarters, of Hansen’s disease and Tuberculosis cases in the urban area of Sobral-CE. Data were collected and transferred to MapInfo geo-processing in Sobral map. The affected areas by Hansen’s disease are the same as of Tuberculosis. The quarters with higher percentage of cases by these diseases are: Dom Jose (34,6 and 46,1) and Padre Palhano (33,8 and 38, 0). It is evident the necessity of investing in control strategies with a combined commitment involving the city health manager, health professionals and the community, all of them aiming the sustainability of actions which come to prevent both Hansen’s disease and Tuberculosis.

Key-words: Hansen’s disease; Tuberculosis; Geo-mapping Sustainability

1 - Enfermeiro. Especialista em Saúde da Família pela Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA). Técnico da Vigilância Epidemiológica – Sobral - CE 2 - Enfermeira. Mestra em Enfermagem em Saúde Comunitária pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Coordenadora de Vigilância à Saúde – Sobral – CE

3 - Enfermeira. Doutora em Enfermagem pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Coordenadora do Curso de Enfermagem da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA). Diretora da Escola de Formação em Saúde da Família Visconde de Sabóia.

(2)

1. INTRODUÇÃO

A hanseníase e a tuberculose (Tb) são doenças seculares que deixaram sua marca na história da humanidade (HIJJAR et al., 2001; MARTELLI et al., 2002). Buscar formas de controle destas doenças é o que mais se tem procurado hoje em dia nos países com elevadas incidências como, por exemplo, o Brasil. Entretanto, os esforços das autoridades sanitárias tornam-se cada vez mais inoperantes nessa luta devido a fatores condicionantes que envolvem a situação epidemiológica dessas doenças.

Estudos revelam que tanto a hanseníase quanto a tuberculose estão intimamente ligadas às condições de vida da população. Todas as doenças infecciosas proliferam em áreas de grande concentração humana, geralmente nas periferias das grandes cidades, com precários serviços de infraestrutura urbana como saneamento e habitação, onde coexistem a fome e a miséria (BRASIL, 2007a).

A Estratégia de Saúde da Família (ESF), projeto dinamizador do Sistema Único de Saúde (SUS), tem contribuído na produção de resultados positivos nos indicadores de saúde da população assistida. Como uma ferramenta estruturante dos sistemas municipais de saúde, provocou um importante movimento de reordenação no modelo de atenção à saúde, buscando maior racionalidade na utilização dos demais níveis assistenciais, aproximando da comunidade o diagnóstico, o tratamento e a prevenção de agravos como a hanseníase e a Tb (BRASIL, 2007a).

O município de Sobral, situado na região noroeste do estado do Ceará, hoje apresenta indicadores de saúde cujos determinantes econômicos, culturais, ecológicos, psicossociais e biológicos estão diretamente ligados a essas duas doenças. A incidência de hanseníase e Tb em Sobral - CE vem se mantendo elevada na área urbana e com evidência entre a população economicamente menos favorecida.

Há uma década, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a Tb como estado de emergência no mundo, sendo ainda hoje a maior causa de morte por doença infecciosa em adultos. Segundo estimativas da OMS dois bilhões de pessoas, correspondendo a um terço da população mundial, está infectada pelo Mycobacterium

tuberculosis. Destes, oito milhões desenvolverão a doença

e dois milhões morrerão a cada ano. O Brasil ocupa o 15º lugar entre os 22 países responsáveis por 80% do total de casos de Tb no mundo. Estima-se uma prevalência de 50 milhões de infectados com cerca de 111.000 casos novos e 6.000 óbitos ocorrendo anualmente (BRASIL, 2007b).

A taxa de incidência da Tb pulmonar no município de Sobral é de 80 casos para cada 100.000 habitantes, o que

representa o dobro daquela encontrada em todo o estado do Ceará (SOBRAL, 2008).

Com relação à hanseníase, também se observa uma elevada prevalência no município de Sobral, com 6,5 casos em cada 10.000 habitantes em 2007. Esta doença tem uma grande repercussão epidemiológica, pois sua eliminação não deve se limitar somente ao tratamento dos casos, mas na descoberta de novos doentes através da busca de casos sintomáticos dermatoneurológico e do exame dos contatos domiciliares (CHIN, 2002). De fato, segundo o Ministério da Saúde (MS) uma das principais estratégias para interromper a cadeia de transmissão intra-domicílio é realizar o exame dos contatos domiciliares do paciente com hanseníase uma vez que cada um desses pacientes convive com quatro pessoas, em média, no seu domicílio (BRASIL, 2006).

Diante dessas considerações entende-se que desenvolver estratégias para a descoberta de novos casos de hanseníase e Tb e controlar o avanço da transmissão dessas doenças são desafios permanentes para os serviços de saúde.

O mapeamento espacial dos casos de hanseníase e Tb é uma importante ferramenta para a visualização geográfica das áreas, permitindo identificar as maiores concentrações de tais doenças, o que possibilitará melhor direcionamento das ações de intervenção (LAPA et al., 2006). O conhecimento da distribuição destas doenças em uma região hiperendêmica pode ajudar bastante na identificação de novos casos, como também promover campanhas locais, com resultados mais efetivos (LOURENÇO E LANDIM, 2005).

Desta forma, o presente estudo teve como objetivo conhecer a distribuição geográfica e a densidade dos casos diagnosticados de hanseníase e Tb na área urbana do município de Sobral-CE no período de 2004 a 2006.

2. METODOLOGIA

Trata-se de um estudo observacional, descritivo dos casos de hanseníase e Tb diagnosticados no período de 2004 a 2006 na sede do município de Sobral-CE, realizado através de técnicas de geomapeamento.

O município de Sobral-CE está localizado na Região Noroeste do Ceará, com uma população estimada pelo IBGE para o ano de 2007 de 178.916 habitantes.

Os dados foram coletados no período de 2004 a 2006 pelos Agentes Comunitários de Saúde e Agentes de Endemias nos territórios de atuação da ESF a partir de planilhas contendo os espaços para registro dos casos de hanseníase e Tb, com os respectivos endereços e coluna

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para o registro do número da quadra. Estas informações foram apresentadas em forma de tabelas, com o cálculo de valores absolutos e relativos, e mapas.

Os dados obtidos foram transferidos para o Sistema Geoprocessamento MapInfo Profissional (versão 6.0) onde está o mapa de Sobral-CE com os bairros e numeração das quadras e apresentados em mapas com distribuição da densidade dos casos de hanseníases e Tb por quadra e território da Estratégia Saúde da Família.

3. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

No período de 2004 a 2006, foram diagnosticados 271 casos de hanseníase e 256 casos de Tb. Para análise e discussão dos resultados, apresenta-se inicialmente o quantitativo de casos de hanseníase e Tb por quadra, considerando os bairros que compõem a sede do município de Sobral – CE. Em seguida, são dados os mapas dos casos definidos por quadra.

Dos 25 bairros pesquisados na sede do município de Sobral, 20 tinham casos de hanseníase e Tb. Ainda, observou-se que as áreas acometidas pela hanseníase são as mesmas da Tb. De fato, ambas as doenças são patologias transmitidas por bacilos que têm como principal reservatório o homem, acometem principalmente os países em desenvolvimento e estão estritamente ligadas a aglomerados humanos com características socioeconômicas desfavoráveis (HIJJAR et al., 2001; CHIN, 2002). BAIRRO QUADRASNº DE QUADRA COM CASOS % Dom José 52 24 46,10% Padre Palhano 71 27 38,00% Alto da Brasília 58 16 27,50% Sumaré 45 12 26,60% Sinhá Sabóia 61 18 20,50% COHAB II 73 15 20,50% COHAB I 25 5 20,00% Vila União 56 11 18,60% Terrenos Novos 131 23 17,50% Expectativa 61 18 17,30% Dom Expedito 52 9 17,30% Centro 297 45 15,10% M o n s e n h o r Aloísio 93 10 10,70% Conjunto Cesário Barreto 55 5 9,00% Junco 136 6 6,90% Campos dos Velhos 86 6 6,90% Parque Silvana 65 3 4,70% COHAB III 53 2 4,60% Pedrinhas 29 1 3,40% Total 1499 256

---BAIRRO QUADRASNº DE COM CASOSNº QUADRA %

Dom José 52 18 34,60% Padre Palhano 71 24 33,80% Sumaré 45 12 26,60% Terrenos Novos 131 33 25,10% Sinhá Sabóia 61 15 24,50% Pedrinhas 29 7 24,10% Expectativa 61 24 22.9,% Alto da Brasília 58 12 20,60% COHAB I 25 5 20,00% COHAB II 73 12 16,40% Centro 297 48 16,10% Dom Expedito 52 8 15,30%

Campo dos Velhos 86 10 11,60%

Vila União 56 6 10,70% Parque Silvana 65 7 10,70% Alto do Cristo 127 13 10,20% Junco 136 11 8,00% Monsenhor Aloísio 93 4 4,30% Conjunto Cesário Barreto 55 1 1,90% COHAB III 53 1 1,80% Total 1626 271

---Os bairros com maior percentual de quadras com casos de hanseníase foram: Dom José (34,6%), Padre Palhano (33,8%), Sumaré (26,6%), Cidade José Euclides, Terrenos Novos (25,1%), Sinhá Sabóia (24,5%), Pedrinhas (24,1%), Expectativa (22,9%), Alto da Brasília (20,6%) e COHAB I (20,0%).

Segundo o Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB) e o Programa Bolsa Família (PBF), todos os bairros

TABELA 1 – Número total e percentual de casos de hanseníase por quadra na sede do município de Sobral – CE, 2008.

mencionados têm características bem expressivas de aglomerados populacionais com uma renda mensal per

capita igual ou inferior a R$ 60,00 (SOBRAL, 2008).

TABELA 2 – Número total e percentual de casos de Tb por quadra na sede do município de Sobral - CE – 2008

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O percentual de quadras com casos de Tb é superior aos de hanseníase com os seguintes dados: Dom José (46,1%), Padre Palhano (38,0%), Alto da Brasília (27,5%) Sumaré (26,6%), Sinhá Sabóia (20,5%), COHAB II (20,5%) e COHAB I (20,0%).

Dom José, antigo bairro Alto Novo, com uma população de 7.079 habitantes, fica localizado numa área de antiga favela e é o local que apresenta maior concentração de casos (SOBRAL, 2008).

FIGURA 1 - Representação esquemática de quadras do bairro Dom José - Sobral – CE com casos de hanseníase no período de 2004 a 2006.

FIGURA 2 - Representação esquemática de quadras do bairro Dom José – Sobral – CE com casos de tuberculose no período de 2004 a 2006.

Percebe-se no mapa (Figura 1) que das 52 quadras existentes, 34,6% já tiveram ou têm casos de hanseníase. A Tb também chama a atenção nesta área, alcançando um percentual de 46,1% das quadras no período de 2004 a 2006 (Figura 2).

Essa área começou a ser habitada em 1920 com a formação da primeira vila de casas. O bairro cresceu de forma desordenada, com ocupação de terrenos particulares, sem controle do poder público municipal (SOBRAL, 2008).

0 1 - 2 3 - 4 > 5 _

Legenda

1 Controle/Avaliação ESTABILIZAC+O LAGOA DE ESTABILIZAC+O LAGOA DE 268 274 273 272 275 276 280 278 277 279 26 27 28 29 25 33 31 32 24 30 PR AÇ A 39 05 04 20 21 12 13 11 14 19 22 03 06 15 18 7 10 8 9 16 17 23 40 41 42 34 35 37 36 38 51 49 50 43 45 44 01 46 47 48 52

02 RUA LUIZ G. PRADO

RUA JÂNIO QUADROS

RUA DA C ASTANHOLA RUA DA CAS TANHO LA RUA J O A Q UI M M IGUE L VI LA SO B RA L VI LA SO B RA L

RUA GUARANI RUA TUPI RUA TUPI RUA IPIRANGA

RUA TAPAJÓS RUA TAPAJÓS RUA IPIRANGA RUA IPIRANGA R U A S .D .O. 1 6 RUA GUARANI RUA TUPI RUA TAPAJÓS R U A S .D .O. 1 6 RUA TUPI RUA GUARANI RUA TAPAJÓS AV. JOSÉ SENADOR ERMÍNIO DE MORAES

RUA DO TRILHO DA UBAJARA RUA DO TRILHO DA UBAJARA

RUA IPIRANGA

RUA GUARANI

RUA DO ARAME R U A BAT IST A D EM ET R IO RUA IRACEMA RUA CO RO NE L A LBUQ UE RQ UE VILA INCA R U A BEL A VIS TA RUA P RE FEIT O J ERÔ NI M O PRA DO RUA P RE FEIT O J ERÔ NI M O PRA DO 13 D E M AIO

RUA FRANCISQUINH

A FROTA RUA T ANCRE DO NE VE S TRAV. J ANTUNES RUA FRANCIS QUINHA FROTA R U A M ON S. D OM IN GOS RUA J ACI NT O A NT UNE S TR AVESSA T R ILH O U BAJ AR A TRA V. F RA NCI SQ UI NHA F RO TA R U A J O ÃO AL VES D E M EL O

RUA DO TRILHO DA UBAJARA

RUA OCÁCIO ALCÂNTARA RUA J A CI NT O ANT UNE S

AV. SENADOR JOSÉ ERMÍNIO DE MORAES

R U A PE. J O SÉ G ER AR D O G O M ES R U A PE. J O SÉ G ER AR D O G O M ES

DOM

JOSÉ

1 1 5 2 1 1 2 1 1 1 1 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 - 2 3 - 4 > 5 _

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O bairro Padre Palhano está situado na periferia da sede do Município de Sobral e limita-se com os bairros Sumaré e Dom José. Localiza-se numa área pantanosa, próximo ao riacho Mucambinho, motivo pelo qual o bairro também é conhecido como Pantanal (SOBRAL, 2008).

Quanto à situação de moradia e saneamento, 74% de seus habitantes vivem em casa de tijolo, 98% recebem água do Serviço Autônomo e Água e Esgoto de Sobral

(SAAE), 69% contam com rede de esgoto, 81% com a coleta de lixo realizada pelo setor público municipal e 99% têm acesso à rede elétrica (SOBRAL, 2008).

Das 71 quadras do bairro Padre Palhano, 33,8 % apresenta casos notificados de hanseníase (Figura 3). Com relação à Tb, o percentual é de 38% (Figura 4). O achado faz com que o bairro ocupe o 2º lugar no percentual de casos de hanseníase e Tb (Tabelas 1 e 2).

FIGURA 3 - Representação esquemática de quadras do bairro Padre Palhano – Sobral – CE com casos de hanseníase no período de 2004 a 2006.

0 1 - 2 3 - 4 > 5 _

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FIGURA 4 - Representação esquemática de quadras do bairro Padre Palhano – Sobral – CE com casos de tuberculose no período de 2004 a 2006.

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O bairro Sumaré limita-se a oeste com o bairro Padre Palhano, a leste com o Rio Jaibaras e ao norte com o riacho Mucambinho. De acordo com os dados do SIAB 2008, esse bairro possui atualmente uma população de 6.384 habitantes. Em virtude de invasões freqüentes de terrenos insalubres o bairro possui características bem variadas, a saber: 83,20% da população moram em casa

de tijolo e 16,67% residem em casa de taipa; 98% das casas têm abastecimento de água fornecido pelo SAAE e 99% têm acesso à energia elétrica (SOBRAL, 2008).

A área de extensão do bairro Sumaré é representada por 45 quadras das quais 26,6% apresentam casos notificados de hanseníase (Figuras 5) e Tb (Figura 6).

FIGURA 5 - Representação esquemática de quadras do bairro Sumaré – Sobral - CE com casos de hanseníase no período de 2004 a 2006. 0 1 - 2 3 - 4 > 5 _

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FIGURA 6 – Representação esquemática de quadras do bairro Sumaré – Sobral – CE com casos de tuberculose no período de 2004 a 2006. 0 1 - 2 3 - 4 > 5 _

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No bairro Cidade Dr. José Euclides, também conhecido como Terrenos Novos, apesar do percentual das casas de alvenaria ser grande (80%), a situação de moradia e de saneamento ainda é precária. Em grande número de quadras, observou-se de 01 a 02 casos de hanseníase,

chegando a um percentual de 25,1% do total de quadras (Figura 7). Além disso, observou-se que em 17,5% das quadras também predomina de 01 a 02 casos de Tb (Figura 8).

FIGURA 7 - Representação esquemática de quadras do bairro Cidade Dr. José Euclides (Terrenos novos) – Sobral – CE com casos de hanseníase no período de 2004 a 2006.

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FIGURA 8 - Representação esquemática de quadras do bairro Cidade Dr. José Euclides (Terrenos Novos) – Sobral – CE com casos de tuberculose no período de 2004 a 2006.

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O bairro Expectativa situa-se ao norte da zona urbana de Sobral, limitando-se com os Bairros Campo dos Velhos, Coração de Jesus e Alto da Brasília. Sua urbanização iniciou-se, há aproximadamente 50 anos, por ocupações de terras doadas pela Diocese de Sobral (SOBRAL, 2008).

De acordo com os dados do SIAB 2008, o bairro Expectativa conta hoje com uma população de 11.728 habitantes.

Com relação às condições de moradia da população,

91,02% das casas são de tijolo e 99,70% recebem água tratada; 90,22% contam com sistema de esgoto; 99,70% têm acesso à rede elétrica e coleta de lixo realizada pelo setor público municipal (SOBRAL, 2008). Das 61 quadras, 14 apresentam notificação de casos de hanseníase, representando um percentual 22,9% do total de quadras (Figura 9). Com relação à Tb, das 61 quadras, 15 apresentam de 1 a 2 casos e 03 apresentam de 3 a 4 casos, representando um percentual de 17,3% do total de quadras (Figura 10).

FIGURA 9 - Representação esquemática de quadras do bairro Expectativa - Sobral – CE com casos de hanseníase no período de 2004 a 2006.

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FIGURA 10 - Representação esquemática de quadras do bairro Expectativa – Sobral - CE com casos de tuberculose no período de 2004 a 2006.

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O bairro Dom Expedito não apresenta aglomerados populacionais devido ser uma área residencial composta por sítios. Em 2007, esta vila passou por um processo de urbanização que implicou na demolição das casas e no deslocamento de seus moradores para o Conjunto

Habitacional Monsenhor Aloísio Pinto no bairro Sinhá Sabóia (SOBRAL, 2008). No período do presente estudo, observou-se que das 52 quadras existentes, 15,3% e 17,3% apresentaram notificação de casos de hanseníase e Tb, respectivamente (Figuras 11 e 12).

FIGURA 11 - Representação esquemática de quadras do bairro Dom Expedito – Sobral - CE com casos de hanseníase no período de 2004 a 2006.

FIGURA 12 - Representação esquemática de quadras do bairro Dom Expedito – Sobral - CE com casos de tuberculose no período de 2004 a 2006.

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Legenda

UNIMED CEM CEO CENTRO REABILITAÇÃO COLÉGIO SINHÁ SABÓIA ESCOLA DINORAH RAM OS R. RAM OS COLÉGIO DR. J OÃO J OSÉ FERREIRA COLÉGIO M ONSENHOR CENTRO EDUCACIONAL SANTO ANTÔNIO ANEXO OSM AR DE SÁ PONTE SABÓIA IMAC ULAD A

CENTRO ED. M ARIA ACARA+ACARA+RIORIO

RIO ACARA+ RIO ACARA+ RIO ACARA+ RIO ACARA+ R I O A C A R A + N I B O HO H R I O A C A R A + I N B 10 09 35 13 05 06 07 08 11 12 19 20 14 15 1 3 21 22 17 18 34 36 37 2 4 16 23 24 26 30 27 28 25 39 46 45 38 40 41 31 32 29 33 42 47 44 48 43 49 17 18 19 20 24 12 11 16 13 15 14 60 59 58 61 12 8 11 02 01 03 04 47 48 79 78 80 120 122 121 123 124 117 125 126 119 130 118 116 131 135 132 129 127 128 136 138 133 134 137 177 178 179 171 172 173 175 174 166 168 167 170 169 165 176 185 182 181 183 184 186 187 188 197 198 195 196 200 199 213 212 214 216 221 218 50 51 52 203 180 201 206 205 204 202 207 211 210 208 209 293 301 302 292 291 251 250 252 290 294 300 253 222 223 217 219 220 215 245 248 247 249 246 244 242 243 RUA RAIM UNDO RO DRI GUES RUA PR ESI DEN TE JOÃO GO ULAR T RUA S.D.O. 14 RUA S.D.O. 10 TRAV. SÃO JOSÉ RUA DO ARAM E BECO DA COSM AC RUA M AR INHA PAI VA

VILA SINHÁ SABÓIA

SINHÁ SABÓIA Cerâmica Torres

DOM EXPEDITO

AVEN IDA SEN AD OR F ER NAND O TÁVO RA RUA CA M PO GRA ND E RUA S.D.O. 19 RUA IT ÁLIA RUA ANTÔNIO M AGALHÃES RUA ITÁLIA VI LA O LINDA RUA S.D.O. 20 VI LA C LAU D EN E RUA CA M PO GRA ND E RUA LUCI MAR RUA ROMA RUA PE. OSVAL DO CHAVES RUA DOM EXPED ITO RUA IT ÁLIA TRAVESSA ROMA RUA LUCI MAR RUA AN TÔNIO MAG ALHÃES RUA C EL. MONT ' ALVERNERUA M ONS . FE RREIRA TV . DR . MONTE II TV. DR. M ONTEIRO AL VES RUA S .D.O. 04 VÁRZEA GRANDE RUA IT ÁLIA RUA CA M PO GRA ND E CLUBE PALMEIRAS CASA DO ALBE RGADO CLUBE DO S 20 IGREJA EVANG ÉLI CA PRAÇA ESCOLA PADRE O SWALDO CHAVES QU ADRA DE ESPOR TE PARQUE ZOOM RUA HÉLIO ARR UDA RUA H ÉLIO ARR UDA RUA ROM A RUA S.D. O. 26 SIDICATO DO S G ARÇOS INTA RUA MAUR O RUA PE. OSVA LDO C HAVES R. S.D.O. 27 RUA ANTÔ NIO M AGALHÃES HOSPITAL VE TERINÁRIO DO INTA SÍTIO TMBAL ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIA CRECOCHERAÇÃO DE MARIA

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CRECHE LÚCIA ANEXO

DA CÂM ARA DOS VEREADORES ALM OXARIFADO DA PREFEITURA EJA COM UNIDADE CORAÇÃO DE M ARIA RUA CEL. ERNE STO D EOCL ECIANO TRAVESSA AD RIAN O SI LVA RUA S .D. O. 0 7 BIBLIOTECA IVA RUA CEL ERNEST O DEO CLESI AN O AVEN IDA D OM JOSÉ TV. XER EZ RUA G ALDINO G OLDINI RUA DOM INGOS OLÍMPIO CASA DO CAPITÃO M OR RESTAURANTE POPULAR RUA DR. C ARLITO POMPEU ECOA ANEXO ESCO LA PAD RE OSWALDO RU A CAUBI VASC ONCEL OS R. S.D.O. 28 TV. MONTE CAST ELO R. ESPAN HA R. S.D.O. 28 RUA CAU BI VASC ONCELOS OLA R IAS DIVISÃO TÉ CNICA SAAE PALACE BUFFET PRAÇ A DA VÁR ZEA TERMINA L RODOVIÁRIO RUA CONS ELHEIRO RODRIGUE S JÚNI OR RUA MENINO DEUS

AVENIDA DOM JOSE PRAÇA RUA AR AC AJÚ RUA

TAMARINDO

CASA DE ORAÇÃO ASSOCIAÇÃO COM UNITÁRIA CRECHE PERPÉTUO SOCORRO

CENTRO

CORREIOS INSS RAINHA DA PAZ CO SMAC RUA N OSSA SE NHO RA DE FÁT IM A RUA S.D.O. 25

RIO OITICICA R. ESPAN HA AVENID A MON S. A LOÍS IO P INTO FORU M ESCO LA D E ARTES E OFÍCIOS

AESC SINDESP RUA DR. MONT E II

VILA DAS FLO RES

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AVENIDA TABELIÃO IDELFONSO CAVALCANTE

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AVENIDA TABELIÃO IDELFONSO CAVALCANTE

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Na região sul do bairro Centro localiza-se o bairro Santa Casa. Nesta área os casos de hanseníase foram observados em 16,1% das quadras (Figura 13) e os casos

de Tb em 15,1% das quadras (Figura 14). Os casos de Tb concentram-se em áreas povoadas próximo à beira do riacho Mucambinho.

FIGURA 13 - Representação esquemática de quadras do bairro Centro – Sobral-CE com casos de hanseníase no período de 2004 a 2006. 0 1 - 2 3 - 4 > 5 _

Legenda

FIGURA 14 - Representação esquemática de quadras do bairro Centro–Sobral-CE com casos de tuberculose no período de 2004 a 2006. 0 1 - 2 3 - 4 > 5 _

Legenda

(11)

4. CONCLUSÕES

O conhecimento da distribuição geográfica e da densidade por quadra dos casos de hanseníase e Tb na área urbana do município de Sobral-CE, utilizando-se da tecnologia do geoprocessamento, permite compreender melhor o processo de produção dessas doenças em função da ocupação do espaço urbano. Além disso, essa tecnologia propicia a construção de indicadores que fomentam um sistema integrado de vigilância à saúde, sendo possível definir áreas populacionais mais homogêneas quanto às características que determinam maior probabilidade de adoecer.

O uso do geoprocessamento na saúde permite a aplicação de um conceito epidemiológico de vigilância do espaço. Por meio da construção de “mapas” é possível identificar situações de risco à saúde, registrar e disponibilizar informações que serão úteis ao planejamento e ao controle das ações de saúde, contribuindo para o avanço dos sistemas de vigilância à saúde.

A identificação de áreas com base em indicadores de risco coletivo permite enxergar o município em partes heterogêneas, nas quais as ações podem ser planejadas em harmonia com critérios de necessidades e prioridades em nível local, guardando coerência com as diretrizes do SUS.

Todavia, a incorporação dessa tecnologia em nada beneficiará a qualidade dos sistemas de saúde se não houver compromisso conjunto dos gestores, profissionais de saúde, comunidade, e demais setores responsáveis pela qualidade de vida da população, a fim de assegurar a sustentabilidade dos serviços que acolhem os pacientes acometidos pela hanseníase e Tb.

O trabalho integrado com a Estratégia Saúde da Família transcende ações individuais, tornando-se, pois imperioso a adoção de medidas de controle e prevenção. Estas se devem basear em intervenções que atuem sobre um ou mais elos conhecidos da cadeia epidemiológica, atingindo as raízes da manutenção e disseminação da hanseníase e da Tb.

O uso do

geoprocessamento

na saúde permite a

aplicação de um conceito

epidemiológico de

vigilância do espaço.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Guia de vigilância epidemiológica / Fundação

Nacional de Saúde. 6ª edição. Brasília: FUNASA, v. 1 e

v. 2, 2006.

________. Ministério da Saúde - Cadernos de Atenção

Básica - Série A: Normas e Manuais Técnicos, n. 21,

2007a.

_________. Tuberculose: Guia de Vigilância

Epidemiológica. FUNASA 2007b.

CHIN, J. Lepra. In: Manual de controle das doenças

transmissíveis. 17 ed. Porto Alegre: Armed; p.

308-311, 2002.

HIJJAR, M.A.; OLIVEIRA, M.J.P.R.T.; GILMÁRIO, M.A.

Tuberculose no Brasil e no mundo. Bol. Pneumol. Sanit.,

v. 9, n. 2, p. 9-16, dez. 2001.

LAPA, T.M. et al. Análise da demanda de casos de hanseníase aos serviços de saúde através do uso de

técnicas de análise espacial. Cad Saúde Pública. 22(12):

p. 2575-83, 2006.

LOURENÇO, R.W.; LANDIM P.M.B. Mapeamento de áreas de risco à saúde pública por meio de métodos geoestatísticos.

Cad Saúde Pública. 21(1): p. 150-60, 2005.

MARTELLI, C.M.T. et al. Endemias e epidemias brasileiras, desafios e perspectivas de investigação científica:

hanseníase. Rev Bras Epidemiol. 5(3): p. 273-85, 2002.

SOBRAL. Relatório de Gestão 2007 – Secretaria da

Imagem

TABELA 2 – Número total e percentual de casos de  Tb por quadra na sede do município de Sobral - CE  – 2008
FIGURA 1 - Representação esquemática de quadras do bairro Dom José - Sobral – CE  com casos de hanseníase no período de 2004 a 2006
FIGURA 4 - Representação esquemática de quadras do bairro Padre Palhano – Sobral – CE  com casos de tuberculose no período de 2004 a 2006
FIGURA 6 – Representação esquemática de quadras do bairro Sumaré – Sobral – CE com casos  de tuberculose no período de 2004 a 2006
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