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Percepções Ambientais dos Gestores Públicos e Capacidade Institucional: Uma Avaliação a partir da MUNIC 2008

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Percepções Ambientais dos Gestores Públicos e Capacidade Institucional:

Uma Avaliação a partir da MUNIC 2008

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John Sydenstricker-Neto – CEBRAP Haroldo da Gama Torres – CEBRAP Maria Paula Ferreira – Fundação Seade

Resumo: O enfrentamento adequado das questões ambientais requer uma abordagem integrada. Além de

conhecimentos específicos é preciso que os gestores públicos tenham a sensibilidade e determinação para tratar de forma ampla com as problemáticas envolvidas. Explorando dados da MUNIC 2008 sobre as percepções e capacidades institucionais existentes nos municípios e confrontando esses resultados com dados ambientais, esse trabalho procura avaliar a capacidade de gestão e o nível de resposta dos municípios frente a alguns importantes desafios na área ambiental e com implicações para a qualidade de vida e bem estar da população. Os resultados mostam que a capaciadade organizacional dos municípios e o nível de resposta são bastante diversos.

Abstract: Environmental problems are by definition broad in scope and represent in many ways challenges to

municipalities. In order to properly address them, public officials ought to have minimal expertise as well as be sensitive and determined. Using data from the survey MUNIC 2008 for Brazil, this paper examines local managing capacity and level of response to environmental problems by municipalities. Environmental data from other sources are also examined. Results show that in regards to local government organization and level of response, municipalities are quite diverse.

Palavras-chave: aspectos institucionais; meio ambiente; políticas públicas; Brasil; Keyword: institutional aspects; environment; public policy; Brazil;

INTRODUÇÃO

As questões ambientais são multifacetadas abarcando um expressivo número de dimensões biofísicas e diversos aspectos sócio-culturais. Entre os aspectos sócio-culturais destacam-se a capacidade institucional e estrutura organizacional da sociedade e, em particular, o papel do poder público. A forma como os gestores públicos percebem os problemas ambientais e como os órgãos públicos se estruturam frente às realidades biofísicas e demandas decorrentes da ação antrópica são elementos determinantes no enfrentamento das questões ambientais.

Por outro lado, as questões ambientais são fenômenos espaciais, distribuindo-se e concentrando-se de modo específico no território. Por exemplo, o desmatamento e as queimadas são claramente concentrados em áreas florestais em processo de transformação agrícola e a poluição do ar tende a ocorrer mais comumente em cidades de grande porte e nas

1

Trabalho apresentado dentro do Tema: 3.4. Desigualdades Socioambientais e o Desenvolvimento no XVII Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, Caxambú- MG – Brasil, de 20 a 24 de setembro de 2010.

2 Esse artigo está baseado no Atlas Brasileiro de Vulnerabilidades Socioambientais elaborado pelo Centro

Brasileiro de Análise e Planejamento – CEBRAP no âmbito do Projeto BRA/04/048 – Modernização do Sistema Nacional de Vigilância em Saúde (VIGISUS II SVS), Acordo de Empréstimo 72227BR – Banco Mundial administrado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

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maiores concentrações industriais. Essa natureza espacial dos problemas ambientais exige um olhar específico para os diferentes territórios onde esses problemas se manifestam.

Esse trabalho tem por objetivo examinar as percepções dos gestores públicos e a capacidade institucional municipal frente aos problemas ambientais dentro de um enfoque espacial. Esse trabalho é um primeiro esforço no sentido de explorar dados da pesquisa Perfil dos Municípios Brasileiros (MUNIC) realizada pelo IBGE em 2008. A MUNIC é uma das poucas fontes de dados sobre gestão pública e aspectos institucionais relacionados ao meio ambiente com cobertura e uniformidade para todos os municípios do país. Procurando expandir o quadro obtido a partir dos dados da MUNIC, exploramos outras fontes de dados priorizando algumas questões ambientais importantes como desmatamento, focos de queima, saneamento e frota de veículos automotivos.

O trabalho está estruturado em três sessões. A primeira apresenta a metodologia, sendo seguida por uma sessão com os resultados das análises realizadas e as considerações finais.

METODOLOGIA Fontes de Dados

Tendo em vista o caráter multidisciplinar da área de saúde ambiental, utilizamos no estudo um conjunto diversificado de fontes de dados e optamos por informações coletadas e sistematizadas em bancos de dados sob a responsabilidade de órgãos públicos. As principais fontes de informação utilizadas no estudo foram: 1) Pesquisa Perfil dos Municípios Brasileiros 2008 (MUNIC), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); 2) Censo Demográfico 2000 e Contagem Populacional de 2007, realizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); 3) Dados de desmatamento gerados pelo Projeto PRODES – Monitoramento da Floresta Amazônica por Satélite, mantido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE); 4) Dados de focos de queima do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) e que integram o Sistema de Informações Ambientais (SISAM); 5) Dados da frota de veículos automotores compilados pelo Departamento Nacional de Trânsito e 6) Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), disponibilizado anualmente pelo Ministério do Trabalho.

A opção por essas fontes de informação justifica-se na medida em que tais fontes são largamente aceitas e reconhecidas pelas respectivas áreas técnicas, constituem bancos de dados padronizados, com série histórica e atualizados periodicamente, além de possuírem cobertura nacional que permitem a desagregação dos dados no nível municipal.

Percepções Ambientais e Gestão Institucional – MUNIC 2008

Quanto à MUNIC 2008, ela possui diversas questões sobre as áreas de meio ambiente e planejamento dos municípios brasileiros. A MUNIC é respondida pelos gestores municipais e, portanto, retrata a percepção e visão desses gestores. Dados sobre a infra-estrutura e programas existentes no município são também fornecidos pelos gestores. A maioria das questões tem respostas do tipo sim/não, o que limita bastante o tratamento dos dados. Apesar dessa limitação imposta pelos dados, a conversão das respostas em valores numéricos (sim=1 e não=0) para alguns sub-conjuntos de questões permite a construção de escalas que são muito úteis na hierarquização do municípios. A partir dos dados da MUNIC 2008,

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Em termos de ocorrências de problemas ambientais no município, os gestores foram indagados sobre a existência de 13 ocorrências, previamente definidas, no município no último ano, sendo elas: 1) poluição do ar; 2) poluição do recurso d`água; 3) escassez do recurso d`água; 4) assoreamento de corpo d`água no município; 5) contaminação do solo; 6) degradação de áreas legalmente protegidas; 7) desmatamento; 8) alteração prejudicando a paisagem; 9) queimadas; 10) redução da quantidade/diversidade ou perda da qualidade do pescado; 11) atividade agrícola prejudicada por problema ambiental; 12) atividade pecuária prejudicada por problema ambiental; e 13) outra ocorrência diferente das anteriormente listadas.

Usando a codificação “sim=1” e “não=0”, recodificamos as variáveis e construímos a partir da lista de 13 ocorrências a Escala de Ocorrências Ambientais no Município. Essa escala varia de zero (nenhuma ocorrência) a 13 (todas as ocorrências listadas), fornecendo um quadro geral do número de problemas ambientais enfrentados pelos municípios. O objetivo dessa escala é captar, ainda que de forma muito geral, a percepção dos gestores quanto aos problemas ambientais existentes no município. Os resultados obtidos mostram que a escala é robusta e consistente. Entretanto, essa escala tem algumas características que merecem ressalvas e as listamos abaixo.

A primeira ressalva é que essa escala de ocorrências ambientais reúne um conjunto muito diverso de problemas ambientais. Do ponto de vista substantivo seria melhor organizar as ocorrências por grandes temas e criar mais de uma escala. O grande problema para essa subdivisão é o pequeno número de variáveis, o que criaria alguns problemas de pequena variabilidade. O segundo limite é que esses dados de ocorrências indicam a existência de problemas ambientais, mas não mencionam nada sobre a gravidade ou extensão desses problemas. Finalmente, esses dados refletem a percepção do gestor acerca do problema e não são o resultado de medidas objetivas seguindo protocolos de coleta estabelecidos para cada um dos problemas listados.

A Escala de Gestão reúne dados sobre a estrutura da área de meio ambiente no município e alguns instrumentos de gestão. Assim, foram consideradas sete questões, sendo três sobre estrutura administrativa e quatro sobre gestão. A escala varia de 0 a 7 e foi construída usando a mesma técnica acima descrita para escala de ocorrências ambientais. As variáveis sobre estrutura administrativas incluídas na escala são: 1) existência (ou não) de um órgão tal como uma secretaria ou departamento encarregado do meio ambiente; 2) existência de um conselho municipal de meio ambiente; e 3) existência de um fundo municipal de meio ambiente. As quatro questões sobre gestão no município cobrem os seguintes aspectos: 1) existência de um plano diretor; 2) existência de uma lei de zoneamento ou instrumento equivalente; 3) se o conselho municipal se reuniu nos últimos 12 meses e 4) se o fundo municipal financiou algum projeto nos últimos 12 meses.

Já a Escala de Alianças e Parcerias capta a articulação municipal com municípios vizinhos e com programas estaduais. Com o uso da mesma metodologia foram consideradas as quatro variáveis sobre esse tema existentes na MUNIC. A escala varia de 0 a 4 e os quatro aspectos considerados são: 1) participação do município em consórcio intermunicipal na área de meio ambiente de bacias; 2) participação do município em comitê de bacia hidrográfica; 3) se o município tem algum instrumento de cooperação com órgão estadual na área de meio ambiente; e 4) se o município participa de outra associação ou parceria na área de meio ambiente. Considerando que do ponto de vista substantivo os instrumentos de gestão e as parcerias são muito interligadas, criamos uma escala síntese englobando as duas escalas anteriores. Essa Escala de Gestão, Programas, Alianças e Parcerias é um indicador com maior variabilidade (0-11), permitindo uma melhor hierarquização dos municípios brasileiros.

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Técnicas de Moran

Partindo do pressuposto de que os fenômenos ambientais são por natureza fenômenos espaciais, examinamos a associação espacial dos fenômenos analisados. Para tanto, utilizamos o Índice de Moran que mede a autocorrelação espacial a partir do produto dos desvios em relação à média. Através desse índice, verificamos até que ponto o valor das variáveis consideradas era semelhante (ou não) à média dos valores dessas mesmas variáveis para as localidades vizinhas.

O diagrama de espalhamento de Moran, construído a partir de dados normalizados, é uma forma de se visualizar a dependência espacial. Através desse gráfico, comparamos os dados normalizados de uma área, no nosso caso município, com a média dos municípios vizinhos ou que fazem fronteira (primeira ordem). A título de ilustração, apresentamos o diagrama de espalhamento de Moran para o indicador IND64 – Número de veículos automotivos registrados no município por 1.000 habitantes (dezembro/2008), que ilustra o significado dessa associação. Podemos observar que existe um alto grau de associação entre a variável IND 64 para um dado município e a variável W_IND64 que é a média para os municípios vizinhos, perfazendo um Índice de Moran de 78% (0,7826).

Gráfico 1 – Diagrama de espalhamento do Índice de Moran Número de veículos por 1.000 habitantes, dezembro 2008

Na Tabela 1, apresentamos as variáveis que foram testadas do ponto de vista de sua associação espacial segundo o Índice de Moran. Podemos observar que a maior parte das variáveis selecionadas apresenta elevado grau de associação espacial. A exceção refere-se aos aspectos institucionais, onde o grau de associação espacial observado é baixo para todas as dimensões consideradas. A falta de um alto grau de associação espacial poderia ser o resultado de variáveis que apresentavam uma baixa ocorrência, um padrão muito variado ou de características específicas dos fenômenos captados pelas variáveis consideradas.

O Índice de Moran é uma medida sintética ou geral. Um refinamento dos resultados obtidos com o Índice de Moran é o chamado Moran Local ou Indicador Local de Associação Espacial (LISA). Essa estatística quantifica o grau de associação espacial de cada ponto

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Tabela 1 – Variáveis submetidas às técnicas de Moran.

Variável Índice de Moran

Aspectos Ambientais

Percentual de domicílios particulares permanentes em assentamentos

precários ou aglomerados subnormais (2000) 0,4263

Percentual de pessoas com acesso a abastecimento de água (2000) 0,5035

Percentual de pessoas com acesso a esgotamento sanitário (2000) 0,6893

Percentual de pessoas com coleta de lixo (2000) 0,6085

Número de focos de queima (2005) 0,6158

Número de focos de queima (2006) 0,5699

Número de focos de queima (2007) 0,6041

Número de focos de queima (2008) 0,5942

Percentual de área desmatada, em quilômetros quadrados (km2), do

município (2005) – Amazônia Legal 0,7552

Percentual de área desmatada, em quilômetros quadrados (km2), do

município (2006) – Amazônia Legal 0,7561

Percentual de área desmatada, em quilômetros quadrados (km2), do

município (2007) – Amazônia Legal 0,7569

Percentual de área desmatada, em quilômetros quadrados (km2), do

município (2008) – Amazônia Legal 0,7571

Número de veículos automotivos registrados no município por 1.000

habitantes (Dezembro/2008) 0,7826

Razão entre os vínculos empregatícios da indústria de transformação de

alto risco e a população de 15 anos e mais (2008) 0,3709

Aspectos Institucionais

Escala - Ocorrências Ambientais no município (2008) 0,1919

Escala - Gestão e Programas – Planejamento e Meio Ambiente (2008) 0,2856

Escala - Alianças e Parcerias – Meio Ambiente (2008) 0,2411

Escala - Gestão , Programas, Alianças e Parcerias (2008) 0,3096

O mapa do Moran Local permite identificar quatro tipos ou padrões diferentes de áreas. O primeiro é o padrão alto-alto, onde o município em questão e os municípios vizinhos apresentam um elevado nível para o fenômeno considerado. O outro extremo é o padrão baixo-baixo, onde o município apresenta um baixo nível, assim como seus vizinhos. Entre esses dois extremos, encontramos dois padrões intermediários ou de transição, sendo eles: alto-baixo, indicando um município com alto nível para a variável considerada em contraste com baixos níveis para os seus vizinhos e o baixo-alto, onde o município tem baixo nível e os seus vizinhos apresentam valores altos para a variável em questão. Em muitos trabalhos, não é incomum que esses grupos intermediários ou de transição sejam agrupados em um único grupo. Finalmente, o modelo também discrimina as chamadas áreas não significantes, identificadas em branco no mapa. Essas áreas têm um baixo grau de diferenciação espacial e/ou o seu indicador tem valor próximo à média dos municípios considerados.

RESULTADOS

Nessa sessão apresentamos os resultados obtidos a partir do tratamento dos dados descrito na Metodologia. Inicialmente discutimos os dados das percepções ambientais e gestão institucional obtidos a partir da MUNIC 2008, concluindo essa sessão com uma análise de alguns importantes problemas ambientais.

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Percepções e Gestão Institucional

O Gráfico 2 apresenta os resultados da Escala de Ocorrências Ambientais para o conjunto dos municípios brasileiros. Como mencionado acima, essa escala inclui 13 ocorrências ambientais. Destacamos no gráfico a boa variabilidade com uma distribuição próxima da curva normal (sobreposta). A média de ocorrências identificadas no município é de 3,9, sendo a mediana igual a 4,0. Para um total de 13 ocorrências, esses valores são relativamente baixos e poderíamos nos perguntar se são mesmo poucos os problemas ambientais ou eles não são reportados ou, quem sabe, não identificados e classificados como tal pelos gestores públicos.

Gráfico 2 – Escala de Ocorrências Ambientais, 2008

10 5

0

Número de ocorrências ambientais

1.000 800 600 400 200 0 Fre que nci a

Quanto aos resultados espaciais sobre o número de ocorrências ambientais, cabe destacar o padrão muito salpicado, chamando a atenção alguns nichos de maior concentração no sul do Pará, norte do Mato Grosso, região na fronteira de Rondônia, Amazonas e Acre, a região de Juazeiro (BA) - Petrolina (PE) incluindo porções na Bahia mais ao sul e a barragem de Sobradinho mais a oeste e todo o oeste de Pernambuco até a divisa com Piauí e Ceará e, por fim, o Distrito Federal e seu entorno. Esses dados, juntamente com o mapa do Moran Local, são apresentados no Mapa 1, abaixo.

Uma visão mais sintética é fornecida pelo mapa do Moran Local, onde além das áreas já destacadas anteriormente, o padrão alto-alto também aparece no norte de Minas, o Espírito Santo (concentração de indústrias de celulose), o sul do Mato Grosso do Sul e algumas concentrações urbanas como Curitiba e capitais nordestinas. Já o padrão baixo-baixo, ainda que esparso, é bem mais presente nos estados da região Sul, São Paulo e pontos no sul de Minas Gerais e em Goiás. Áreas de transição são identificadas pelos padrões baixo-alto e alto-baixo, sendo que áreas em branco são não significativas.

Os dados dessa escala de ocorrências ambientais se tornam mais interessantes quando contrastados com os resultados obtidos a partir das Escalas de Gestão, cujos resultados apresentamos abaixo.

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Mapa 1 – Escala de Ocorrências Ambientais, 2008

Número de ocorrências ambientais Índice de Moran (19%)

Os histogramas da Escala de Gestão e Programas, Escala de Alianças e Parcerias e a soma dessas duas na Escala de Gestão, Programas, Alianças e Parcerias com a distribuição dos resultados para o conjunto dos mais de 5.500 municípios e algumas medidas resumo são apresentados no Gráfico 3.

Gráfico 3 – Escalas Ambientais, 2008 Gestão e Programas

Meio Ambiente e Planejamento

Alianças e Parcerias Meio Ambiente

Gestão, Programas, Alianças e Parcerias 8 6 4 2 0 -2 Escala variando de 0 a 7 1.500 1.200 900 600 300 0 Fre que nci a 5 4 3 2 1 0 -1 Escala variando de 0 a 4 2.500 2.000 1.500 1.000 500 0 Fre que nci a 12 10 8 6 4 2 0 -2 Escala variando de 0 a 11 1.000 800 600 400 200 0 Fre que nci a

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Ao examinarmos essas escalas, notamos que para o conjunto de municípios brasileiros a estrutura administrativa e de gestão (incluídas as parcerias e alianças) é bastante limitada. Na média, os municípios brasileiros alcançam 25% dos pontos possíveis em cada uma das três escalas (médias variando de 1,1 a 3,6 para um total de 4 a 11 pontos, respectivamente). Para a medida síntese, Escala de Gestão, Programas, Alianças e Parcerias (11 pontos possíveis), 8% dos municípios tiveram valor zero, enquanto que no outro extremo somente 8% alcançaram uma pontuação igual ou superior a sete. Municípios com 10 ou mais pontos não perfazem 1%. Uma outra forma de visualizar os dados das escalas de gestão e alianças acima descritas é o mapa do espalhamento de Moran, que pode ser visualizado no Mapa 2, abaixo. Como já apontamos na metodologia, esse mapa é muito adequado para a identificação dos

hot-spots.

Em termos de gestão, chama a atenção o padrão alto-alto em dois contextos. De um lado, estados como Pará e Mato Grosso do Sul onde as questões agrárias e rurais, incluindo áreas de conservação, têm grande destaque. De outro, áreas onde as questões ligadas à urbanização são preponderantes. Esse segundo grupo alto-alto está espalhado por diversos estados das regiões Sul e Sudeste e em Goiás. O grande destaque do padrão alto-alto é o Rio Grande do Sul, formando uma grande mancha. Nesse estado, há um padrão mais complexo, combinando questões do meio rural e as mais diretamente ligadas às aglomerações urbanas. No outro extremo, o padrão baixo-baixo se mostra mais presente no Piauí, com algumas áreas no norte de Tocantins e em outros estados do Nordeste, tais como Maranhão, Paraíba e Bahia.

Quanto às alianças e parcerias (mapa no centro), notamos que é relativamente pequeno o número de áreas com aglomerações alto-alto e as áreas com padrão baixo-baixo reforçam a distribuição espacial já notada para a escala de gestão e programas. Finalmente, a escala síntese reunindo gestão, programas, alianças e parcerias (mapa à direita) oferece um quadro mais completo dos aspectos institucionais. Quanto ao padrão alto-alto, chama a atenção a forte presença no oeste do Mato Grosso do Sul, um maior número de áreas em estados do Sul-Sudeste e a menor presença no Pará, quando comparado com os dados paraenses no mapa da escala de gestão. O padrão baixo-baixo fica em maior destaque no Nordeste, onde as estruturas administrativas são de forma geral menos desenvolvidas. Chama a atenção que grandes regiões pelo país, tais como as áreas de grande expansão agrícola mais recente no Mato Grosso e no oeste da Bahia apresentem padrões não significativos (cor branca). Esse resultado pode ser indicativo da orientação distinta de municípios vizinhos, com alguns municípios mais ativos na gestão ambiental e outros praticamente inoperantes.

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Mapa 2 – Gestão e parcerias na área de meio ambiente, 2008 Gestão e Programas

Meio Ambiente e Planejamento

Alianças e Parcerias Meio Ambiente

Gestão, Programas, Alianças e Parcerias

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Alguns Importantes Problemas Ambientais

Como um contraponto aos dados de percepção e gestão institucional discutidos acima, analisaremos alguns importantes problemas ambientais utilizando dados de outras fontes. Organizamos essa análise em quatro grandes tópicos. Iniciamos com uma discussão sobre o desmatamento que se complementa com a dos focos de queima. Em seguida, examinamos alguns indicadores ambientais mais ligados a aspectos relacionados à “pobreza” tal como o acesso a serviços de saneamento. Finalmente, abordamos alguns elementos relacionados aos aspectos ambientais concernentes ao desenvolvimento.

Entre as questões ambientais de destaque no Brasil está o desmatamento na Amazônia Legal. O Mapa 3, abaixo, apresenta os dados de desmatamento para 2008 confrontando a área total desmatada com o mapa do Moran Local. O perfil de 2008 é o mesmo que o encontrado ao longo de mais de uma década. No mapa é nítido o “arco do fogo” que parte do sudeste do Pará, passa pelo norte de Mato Grosso e se estende até o estado de Rondônia (mapa da esquerda). Ao longo dos anos, esse arco tem se movido de maneira consistente para o norte, dando indicações claras do avanço da fronteira agrícola.

Apesar de algumas variações, o conjunto de municípios com as maiores áreas desmatadas por ano tem permanecido o mesmo. O “arco do fogo” inclui municípios com sérios problemas fundiários e tensões sociais que estão refletidos em baixos indicadores socioeconômicos (renda e educação) e altas taxas de mortalidade por causas externas, com destaque para acidentes de trabalho, transporte e violência em geral. Os dados de desmatamento evidenciam o complexo grupo de municípios no sul do Pará, norte de Mato Grosso e Tocantins que emergiram como uma “região-problema”, tornando-se um lócus de atenção quanto a diversos aspectos da vida social.

Mapa 3 – Desmatamento na Amazônia Legal, 2008

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Quanto aos números, no período de 2005-2008, a área desmatada para o conjunto de quase 800 municípios da Amazônia Legal passou de 678 mil km2 para 713 mil km2. Apesar do crescimento na área desmatada total, o incremento anual caiu de 23,6 mil km2 (2005) para 13,4 mil km2 em 2008, representando uma queda de mais de 40%. Quedas e oscilações nos níveis anuais de desmatamento são sempre difíceis de serem interpretadas quanto às causas. Entretanto, os níveis são ainda muito altos e, como tem sido demonstrado em estudos, o processo de desmatamento não tem significado melhorias diretas dos indicadores de desenvolvimento (Alencar et al. 2004; Brasil, MMA. 2001; Fearnside, 2001; Geist, e Lambin. 2002; Hall. 1991; Margulis. 2003; Sydenstricker-Neto, 2004; Wood e Porro. (ed.). 2002).

Quanto ao mapa do Moran Local para o desmatamento em 2008, as áreas com padrão baixo-baixo (Amazonas, Roraima, noroeste do Pará, Amapá, praticamente todo Tocantins, sul de Mato Grosso e o sul do Maranhão), de uma maneira geral, são o reverso do “arco do fogo”. As exceções correspondem à área central de Rondônia e parte do leste do Pará que revelam um padrão alto-alto. A grande mancha de municípios com dados não significativos (em branco no mapa) na região do “arco do fogo” é indicativa de um complexo mosaico de municípios muito grandes em termos de área e que combinam manchas com variadas taxas de desmatamento e unidades de conservação com alta preservação da vegetação. Nesses casos de elevada diversidade intra-municipal, o Índice de Moran tomando o município como a unidade e o critério de vizinhança acaba encobrindo essa diversidade.

Um outro indicador ligado ao desmatamento e para o qual existem dados para todo o Brasil é o número de focos de queima. A interpretação desses dados coloca alguns desafios em função da diversidade de fatores que motivam os focos de queima e da sazonalidade regional desses focos nas diversas regiões do país. Por exemplo, na região Norte a queima está muito ligada ao processo de desmatamento, enquanto no estado de São Paulo os focos concentram-se num período muito curto de tempo durante a colheita da cana. Já em Minas Gerais, a produção de carvão vegetal tem um importante papel e aparece como grave problema do ponto de vista ambiental e social. Ainda, em muitas áreas do país, o fogo é uma prática corrente e abusiva na limpeza do pasto e controle de ervas e arbustos invasores.

Num esforço de entendermos melhor os dados de focos de queima, trabalhamos esses dados de três formas diferentes (Mapa 4). O ponto de partida foi o número total médio de focos de queima entre 2005-2008. O gradiente vai, de um lado, de um conjunto de mais de 20% dos municípios brasileiros com menos de 10 focos por ano, para o outro extremo com cerca de 160 municípios (menos de 3% do total de municípios) com mais de 1.000 focos/ano para cada um. Como era de se esperar, a grande maioria desses municípios com elevado número de focos de queima está nos estados do Pará, Mato Grosso, Rondônia, a região de Humaitá (AM) e pontos no Tocantins, seguindo a esteira do “arco do fogo”.

Um ponto que chama a atenção no Mapa 4 é uma concentração de focos de queima no oeste da Bahia que vem registrando uma expansão agrícola importante e todo o oeste de Mato Grosso, cobrindo parte do pantanal. Áreas de atividades agro-pastoris em Mato Grosso do Sul, pontos na região canavieira de São Paulo, cerrado Goiano e o norte de Minas Gerais também podem ser claramente identificados. Esses dados são também apresentados no Mapa 4, abaixo.

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Mapa 4 – Focos de Queima, 2005-2008

Número médio de focos de queima, 2005-08 Focos de queima por 1.000 habitantes, 2008 Número de focos de queima, 2008 Índice de Moran (59%)

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O número de focos de queima é um dado importante para informar o monitoramento e vigilância ambiental. Entretanto, esse dado é parcial, já que ele nada diz sobre a população exposta aos focos. Nesse sentido, calculamos o número de focos de queima por 1.000 habitantes que também é mostrado no Mapa 4. No exame desses resultados (mapa central), vemos que as áreas “problemáticas” em termos do número total médio de focos de queima (mapa à esquerda) continuam presentes no mapa. No entanto, o mapa de focos/hab. apresenta uma situação mais salpicada. Identificamos a formação de alguns nichos significativos no sul do Pará, noroeste de Mato Grosso e sua divisa com o Tocantins, oeste da Bahia, sul do Piauí e áreas limítrofes com o Tocantins e o extremo sul do Maranhão. Outras áreas no interior do Nordeste e na Amazônia, que apareciam em termos do total de focos de queima, perdem relevância no cálculo de focos/hab.

Finalmente, examinamos o mapa do Moran Local para os focos de queima em 2008. O padrão resultante (mapa à direita) realça a realidade já descrita para a Amazônia e Centro-Oeste com padrões alto-alto. Esse mesmo padrão aparece com muita nitidez para grande extensão da caatinga indo do norte de Minas Gerais ao Maranhão. Em contraste, o padrão

baixo-baixo toma toda a extensão dos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina,

passando pelo Paraná (sudoeste, faixa central e litoral), litoral paulista, Zona da Mata Mineira e algumas manchas no Rio de Janeiro e no Espírito Santo. O litoral nordestino que vai do sul da Bahia ao Rio Grande do Norte também é marcado por esse padrão. São poucas as áreas de transição (alto-baixo, baixo-alto).

As discussões acima sobre desmatamento e focos de queima privilegiaram o contexto rural. Nas análises abaixo, vamos abordar aspectos que dizem mais respeito aos contextos urbanos. Iniciamos com uma discussão das questões ligadas ao saneamento e concluímos com a abordagem de elementos ambientais ligados ao desenvolvimento. Privilegiamos para tal o exame de dois indicadores, sendo eles: frota de veículos automotivos e população na indústria de transformação de alto risco.

A disponibilidade de infra-estrutura de saneamento é um aspecto importante relacionado à questão ambiental e diz respeito, em especial, aos grupos mais pobres ou a dimensão da “pobreza” da questão ambiental. Para tanto, examinamos o percentual de pessoas com acesso a abastecimento de água, esgotamento sanitário e com coleta de lixo, para 2000. Esses são os dados mais recentes com cobertura para todo o Brasil no nível municipal. De forma geral, o quadro apresentado por esses indicadores é a contraposição clássica Norte-Sul, mas com algumas diferenças expressivas. Esses indicadores são apresentados no Mapa 5, abaixo.

Antes de examinar o Mapa 5, propriamente dito, cabe destacar o baixo nível de cobertura para os três indicadores de saneamento no país como um todo. Enquanto a média do percentual de pessoas com acesso a abastecimento d’água é de 57,1% (mediana 60,1%), para o esgotamento sanitário a média cai para 33,7% (mediana 24,4%), ficando a coleta de lixo com uma média de 52,4% (mediana 53,0%). Precisamos ter esse referencial em mente para não sobreestimarmos o perfil apresentado pelo Mapa 5.

Em termos gerais e com relação ao padrão alto-alto, para os três indicadores no Mapa 5 o destaque é o estado de São Paulo, formando quase que uma mancha única, com a exceção do Vale do Ribeira na porção sul e o Pontal do Paranapanema no extremo oeste do estado que formam os bolsões com os piores indicadores socioeconômicos do estado. Esse padrão alto-alto é seguido pelo estado do Rio de Janeiro (esgoto e lixo), Minas Gerais (sul e Triângulo Mineiro), o noroeste do Paraná (água e lixo), nordeste de Santa Catarina (esgoto e lixo) e algumas manchas no Rio Grande do Sul. Outras manchas alto-alto para abastecimento aparecem na parte oeste do Mato Grosso do Sul e sudeste de Mato Grosso e algumas capitais. Para a coleta do lixo, esse mesmo padrão aparece no centro-sul de Goiás, incluindo Brasília, e diversas capitais por todo o Brasil.

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Mapa 5 – Condições de Saneamento

Percentual de Pessoas com Acesso aos Serviços, 2000 Abastecimento de água Índice de Moran (50%) Esgotamento sanitário Índice de Moran (69%) Coleta de lixo Índice de Moran (61%)

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Em termos das áreas com padrão baixo-baixo, a região Norte se destaca para os três indicadores, com o Centro-Oeste para esgoto e água (norte de Mato Grosso). Já para o Nordeste, esse mesmo padrão é encontrado no Maranhão, Piauí, interior cearense e o Vale do São Francisco (norte de Minas e Bahia) e algumas áreas em Pernambuco e Alagoas.

Além dos baixos níveis de oferta de serviços acima mostrados, é importante destacar que esses dados não trazem nenhuma informação sobre qualidade da água, tratamento de dejetos e destinação final do lixo, incluindo reciclagem. Ainda que venham surgindo diversas experiências bem sucedidas nesse campo no país, as iniciativas são ainda muito limitadas mesmo nos centros mais desenvolvidos do país. Esse quadro geral reforça a precariedade do saneamento no país como um todo, colocando muitos desafios no que tange à qualidade de vida e saúde pública e ambiental.

O detalhamento e qualificação do quadro da questão do saneamento para áreas geográficas de maior interesse e a realização de análises mais refinadas requerem acesso a outros dados. Para algumas áreas, essa complementação pode vir a partir da pesquisa de outras fontes como o Sistema Nacional de Informação de Saneamento (SNIS), a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (IBGE), o VIGIAGUA (Ministério da Saúde) e dados das companhias prestadoras. Os três grandes problemas com essas fontes são: a cobertura espacial que não é completa para o conjunto dos municípios brasileiros, a periodicidade de coleta e a distribuição dos dados. Esses elementos dificultam em muito as análises para regiões maiores do país, mas com a crescente institucionalização desses sistemas esses problemas com os dados tendem a diminuir. Assim, os dados do Censo 2010 serão importantes para atualizar o quadro, incluindo os investimentos no setor de saneamento realizados na década. Mas as indicações dos especialistas nessa temática não são animadoras.

Finalmente, concluímos esse item sobre meio ambiente examinando aspectos ligados ao desenvolvimento. O nosso objetivo aqui não é oferecer uma análise abrangente, pois isso requereria examinar muitos aspectos que fogem ao escopo desse trabalho. Além disso, para muitos temas, confrontamo-nos com a falta de dados disponíveis e/ou indicadores confiáveis. Assim, resolvemos destacar dois aspectos cruciais dos problemas ambientais ligados à modernidade urbana, sendo eles: o transporte e a indústria de transformação. Concentramos nossa análise em dois indicadores robustos, para os quais temos dados para todo o Brasil. O primeiro é a frota de veículos automotivos e o segundo é a população envolvida com a indústria de transformação de alto risco.

As sociedades contemporâneas são cada vez mais dependentes dos meios de transportes e têm intensificado seus usos com a crescente mobilidade dos indivíduos a nível local, regional e agora global. Os transportes em geral, e em particular o uso de veículos automotivos, têm implicações diretas para as questões ambientais e de qualidade de vida. Entre essas questões, podemos apontar a poluição atmosférica, sonora e do solo, o lixo tecnológico e a disposição final de sucata, sem falar na morbimortalidade de agravos ligados ao transporte.

Quanto aos veículos automotivos, nos últimos anos as grandes montadoras vêm registrando recordes seguidos nas vendas em todos os setores, com destaque para os veículos de passeio. Esse aumento de vendas decorre de vários fatores, destacando-se a estabilização econômica, o maior acesso ao crédito e a incorporação de uma significativa massa de novos consumidores (classes C e D). Assim, no período de 2005 a 2008 a frota de veículos automotivos no país passou de 42,1 milhões para 54,5 milhões, representando um crescimento de 29,6% em apenas três anos. Estimativas mais recentes revelam que, mesmo com a crise econômica mundial de 2009, o setor continuou superando seu desempenho em vendas.

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Apesar do tamanho da frota trazer várias informações relevantes, esse indicador nada diz sobre a população exposta aos problemas ambientais relacionados ao transporte. Nesse sentido, um indicador mais refinado e de maior utilidade é o número de veículos por 1.000 habitantes para uma dada área. Esse indicador foi calculado para 2008 e a partir dele construímos o mapa do Moran Local. O Mapa 6, abaixo, apresenta esses resultados. Como podemos ver, os dados revelam um padrão Norte-Sul, ainda mais acentuado do que o obtido com indicadores de renda e escolaridade para o país (dados não apresentados nesse trabalho).

Mapa 6 – Frota automotiva, 2008 Índice de Moran (78%)

As regiões Norte e Nordeste são majoritariamente marcadas pelo padrão baixo-baixo. Algumas poucas áreas, como capitais estaduais tais como Manaus, Rio Branco e Porto Velho apresentam transições (baixo-alto ou alto-baixo), mas nenhuma área tem o padrão alto-alto. Já o estado de São Paulo e os estados da região Sul são característicos do padrão alto-alto. No caso da Paraná, chama atenção a indicação clara da região metropolitana de Curitiba e da rede de cidades do oeste do estado incluindo Foz do Iguaçu, Cascavel e Londrina. Santa Catarina é praticamente uma mancha uniforme e no Rio Grande do Sul somente a chamada Metade Sul ficou de fora (dados não significativos). No caso de Minas Gerais, a contraposição norte-sul é marcante e o estado do Espírito Santo também revela uma grande concentração em boa parte de seu território. Chama a atenção o leste do Mato Grosso do Sul e a região de Cuiabá (MT), com

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Por fim, examinamos a indústria de transformação. Para tanto, selecionamos os diversos ramos da indústria classificados sob essa categoria abrangente, selecionando os setores considerados de alto risco pela legislação e normas em vigor. Com base nos dados da RAIS de 2008, identificamos o número de vínculos empregatícios. Com base nesses dados, calculamos o indicador “razão entre os vínculos empregatícios da indústria de transformação de alto risco e a população de 15 anos e mais”.3 Esse indicador varia de zero a um (ou 0-100) e apresenta a proporção da população de 15 anos ou mais que está diretamente exposta aos riscos da indústria de transformação, devido ao trabalho regular nesse setor. Através desse indicador, verificamos não apenas a presença industrial mas também relacionamos essa presença à população submetida ao risco. Com isso, criamos um indicador mais refinado. O mapa do Moran Local para esse indicador é apresentado no Mapa 7, abaixo.

O Mapa 7 revela um padrão Norte-Sul, com maior concentração industrial no Sul-Sudeste do país. Entretanto, esse padrão não é mais a representação dicotômica clássica de um país particularmente heterogêneo do ponto de vista socioeconômico revelada pelo Projeto do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). A fotografia do IDH revelou, de um lado, uma região Nordeste pobre, pouco escolarizada e pouca industrializada que se contrasta com um Sul-Sudeste muito mais rico e escolarizado. Esse contrate com o Sul-Sul-Sudeste é bem marcado em relação às principais regiões metropolitanas dessas regiões e em alguns eixos de desenvolvimento mais relevantes, tais como o interior de São Paulo, o Triângulo Mineiro, o Norte Catarinense e a Serra Gaúcha.

Hoje, ainda que haja elementos dessa representação clássica, o quadro socioeconômico do país é mais complexo. A participação do valor adicionado setorial (administração pública, agropecuária e indústria) no valor adicionado total, os dados da indústria, e em particular esses da indústria de transformação, mostram uma nova configuração. O espraiamento do crescimento industrial já atinge um número maior de localidades do interior de diferentes estados. Isso é particularmente o caso de boa parte das regiões metropolitanas. Essa configuração espacial que vai tomando forma pode significar a disseminação de problemas ambientais típicos de áreas industriais antigas. Entre esses problemas estariam questões de gestão e institucionalização por parte do poder público envolvendo a pequena presença e estruturação de agências de controle da poluição, limitado monitoramento e a falta de fiscalização das condições de saúde do trabalhador. Essas precariedades poderiam ser encontradas também em outros setores como o da indústria extrativa. De forma geral, a indústria extrativa é ainda mais interiorizada e muitas vezes localizada em áreas remotas e distantes de centros mais estruturados e com melhor oferta de serviços.

3

Cabe destacar que o dado da RAIS é sobre vínculos empregatícios. Assim, se um indivíduo exerce atividades em mais de um estabelecimento e ele estiver devidamente registrado, ele tem mais de um vínculo empregatício. Ao mesmo tempo, esse dado de vínculo não capta o trabalho realizado de forma informal. Apesar desses limites, esse dado é uma boa estimativa da população trabalhadora.

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Mapa 7 – Indústria de Transformação de Alto Risco

Razão entre os vínculos empregatícios e a população de 15 + anos, 2008 Índice de Moran (37%)

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pela sua abrangência, a análise de questões ambientais coloca alguns desafios importantes. Esses desafios são ainda mais sentidos pela limitada produção de dados sócio-ambientais confiáveis, padronizados, com ampla cobertura espacial, ao nível municipal e com boas séries históricas.

Nesse trabalho exploramos a MUNIC 2008, uma das poucas (se não a única) fontes de dados institucionais para o setor público no nível municipal, contrastando os resultados obtidos com dados ambientais de outras bases de dados públicas. Mesmo com os limites impostos pelos dados acima descritos e no escopo de uma primeira aproximação, o trabalho com variáveis robustas cobrindo algumas áreas chaves da problemática ambiental, permitiu que identificássemos algumas questões relevantes e traçássemos um panorama geral para o país. Os resultados obtidos trazem novos elementos e não reproduzem o “mapa mental” clássico dos problemas ambientais do país.

Quanto aos dados da MUNIC, o confronto das ocorrências ambientais (Mapa 1) com o da gestão e parcerias ambientais (Mapa 2) revela um quadro multifacetado e bastante desafiador.

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combinam a pequena institucionalização dos órgãos públicos e formalização de parcerias na área de meio ambiente com a inadequada percepção e/ou identificação de problemas ambientais e, consequentemente, pequena atuação nessa frente.

Esses resultados não são uma novidade, propriamente dito. A novidade é a espacialização permitindo a identificação de casos bem sucedidos que poderão servir de modelo para ações a serem replicadas em outras áreas. Ao mesmo tempo, a espacialização auxilia na identificação de diferentes nichos, que dada as suas especificidades, exigem distintos desenhos e formas de implementar ações de vigilância e enfrentamento de problemas na área ambiental. Nesse sentido, o aprofundamento e refinamento das análises acima com um olhar mais focado em algumas áreas geográficas de maior interesse poderão contribuir para avançarmos na compreensão mais geral dos processos em curso e de experiências a partir das quais podem ser extraídas lições a serem replicadas em maior escala.

Os padrões espaciais apresentados são consistentes com outras interpretações da dinâmica regional brasileira presentes na literatura sobre a questão regional no Brasil (Azzoni, 1995; Cano, 1995; Diniz e Diniz, 2004; Gonçalves, Brandão e Galvão, 2003, IPEA et al 1999; Pacheco, 1998). Entretanto, deve-se salientar que alguns dos resultados obtidos permitem uma diferenciação do espaço que chama a atenção para aspectos bastante relevantes da política ambiental.

As discussões sobre desmatamento e focos de queima privilegiaram o contexto rural enquanto o contexto urbano foi enfocado a partir das questões ligadas ao saneamento e uma abordagem de elementos ambientais ligados ao desenvolvimento como a frota de veículos automotivos e população na indústria de transformação de alto risco. Mas esse rural e urbano não são representações mutuamente excludentes e que se opõem em termos de seus elementos constitutivos. Em muitos casos, o rural se elitizou e se modernizou, enquanto outras áreas apesar de serem consideradas urbanas, substantivamente pouco se diferenciam quanto ao grau ou adequação em termos de melhor infra-estrutura, serviços e qualidade ambiental de outras menos urbanizadas.

Embora não se tenha investigado, o confronto dos municípios com condições institucionais distintas pode, muito provavelmente, ter um rebatimento com diferenciações significativas em relação a condições socioeconômicas, tamanho populacional e potencial de desenvolvimento. Essas diferenciações apontariam para o fato de que as políticas de desenvolvimento e vigilância ambiental poderiam e mesmo deveriam ser mais bem segmentadas, tendo em mente cada um dos subgrupos de municípios.

Os resultados desse trabalho possibilitam um diálogo com a literatura na área de economia regional e estudos sócio-ambientais, destacando aspectos relevantes da política de vigilância ambiental. Entre esses aspectos, chamamos a atenção para a dimensão espacial dos fenômenos examinados, revelando ao mesmo tempo a abrangência e complexidade de situações e algumas especificidades só captadas com análises bastante localizadas em termos espaciais e temporais. A melhor compreensão acerca das percepções dos gestores públicos e da capacidade institucional municipal frente aos problemas ambientais podem contribuir para o avanço no desenho e implementação de políticas públicas voltadas para as áreas de desenvolvimento e meio ambiente entendidas no sentido mais amplo.

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