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Trabalho Precoce Legal e Ilegal no Brasil: uma análise sobre o perfil dos trabalhadores de 10 a 17 anos

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Trabalho Precoce Legal e Ilegal no Brasil: uma análise sobre o perfil dos

trabalhadores de 10 a 17 anos

Resumo: O estudo aqui desenvolvido tem como objetivo analisar as características das crianças

e adolescentes de 10 a 17 ocupados de forma precoce em atividades legais e ilegais no país, buscando observar as disparidades e/ou semelhanças desses dois grupos, tendo como base de dados os microdados das PNADs de 2005 e 2015. A partir dos resultados apresentados concluiu-se que apesar da expressiva redução da reprodução do trabalho ilegal infanto-juvenil no país, tais atividades ainda representam a maior parcela dos trabalhos exercidos pelas crianças e adolescentes brasileiros, em todos os estados, tanto nas áreas urbanas como nas áreas rurais, e que para que o trabalho precoce ilegal seja erradicado é necessário que medidas sejam aplicadas para além do fenômeno da reprodução do trabalho ilegal exercido por crianças e adolescentes no país.

Palavras-chave: Trabalho precoce, microdados, PNAD.

Abstract: The purpose of this study is to analyze the characteristics of children and adolescents aged by 10 to 17 years, who were precociously employed in a legal and illegal activities in Brazil, seeking to observe the disparities and/or similarities of these two groups, using microdata from PNADs 2005 and 2015. Based on the results presented, it was concluded that despite the significant reduction in the reproduction of illegal work of children and adolescents in the country, these activities still represent the largest portion of the work carried out by Brazilian children and adolescents in all states, both in urban areas or rural áreas, and that for illegal early work could be eradicated it is necessary that some actions should be applied beyond the phenomenon of reproduction of illegal work developed for children and adolescents in the country.

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1. Introdução

O trabalho infantil e precoce não é um fenômeno recente e, apesar da sua tendência de declínio nas últimas décadas, tal fenômeno ainda se configura como um problema social de grande relevância no Brasil e no mundo.

Por definição, o termo trabalho infantil compreende toda e qualquer forma de trabalho realizado por crianças e adolescentes abaixo da idade mínima permitida por lei. Vários estudos apontam diversos determinantes para a ocorrência do trabalho precoce, entre eles destacam-se a pobreza, a escolaridade e a estrutura familiar na qual essas crianças e adolescentes estão inseridas. Em geral, esse tipo de atividade tem como finalidade prover o sustento próprio ou de complementar o rendimento familiar.

A partir da Constituição de 1988 o Brasil passou a constituir uma ampla rede de proteção contra o trabalho de crianças e adolescentes que pode ser vista por meio do Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, de órgãos como Conselho Tutelar, Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil – FNPETI, e de programas governamentais de transferência de renda e acompanhamento familiar como o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil – PETI e o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos – SCFV, que estão diretamente ligados ao Programa Bolsa Família.

Ainda como forma de combate ao trabalho precoce penoso foram criados no país programas de trabalho de aprendizagem legal como “Jovem Aprendiz” e “Meu Primeiro Emprego”, os quais apresentam natureza de trabalho distinta das demais formas de trabalho precoce exercidas, pois a mesma obriga o empregador a assegurar a formação técnico-profissional aos jovens maiores de 14 anos por ele empregados, criando assim uma interrelação entre o aprendiz, o empregador e a instituição de ensino frequentada pelo aprendiz. Porém, apesar dos avanços nas últimas décadas para erradicar o trabalho precoce, o Brasil ainda possui uma grande quantidade de crianças e adolescentes inseridas no trabalho infanto-juvenil ilegal e penoso.

Segundo os dados da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE e com referência para o ano

de 2015, havia no Brasil, 2.672.0001 crianças e adolescentes ocupados na semana de referência

1 Dados extraídos por meio do SIDRA - Sistema IBGE de Recuperação Automática

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da pesquisa (6.6% da população total de 5 a 17 anos), sendo que deste total 79 mil crianças estavam incluídas na faixa etária de 5 a 9 anos, 560 mil no grupo de idade de 10 a 14 anos, e as demais 2,033 milhões apresentavam de 15 a 17 anos.

Fazendo uma retrospectiva de dez anos vemos que, para a mesma pesquisa, o país apresentou um total de 5.533.000 crianças e adolescentes ocupadas (12,2% da população total de 5 a 17 anos). Quando separados os grupos de faixa etária, vemos que do total da mão de obra infanto-juvenil ocupada em 2005, 312 mil pessoas estavam no grupo de 5 a 9 anos de idade, 1.900.000 eram formados por crianças e adolescente de 10 a 14 anos, e 3,321 milhões tinham de 15 a 17 anos. Assim, em dez anos, pode-se notar uma redução de 48,3% no contingente total de crianças e adolescentes ocupados no país.

Dessa forma, por meio da alta adesão de programa de aprendizagem pelas empresas

(3.051.942 de aprendizes contratados desde 2005)2 e da redução do quantitativo de crianças e

adolescentes em situação de trabalho precoce de uma forma geral no Brasil, o mesmo deixou de ser tema principal da agenda de pesquisas brasileira nos últimos anos. Porém, a partir do exposto anteriormente nota-se que esse ainda é um problema presente no país, e por isso deve ser discutido e estudado.

Assim, o presente artigo tem como objetivo analisar as características das crianças e adolescentes de 10 a 17 ocupados em atividades legais e ilegais de trabalho precoce, buscando observar as disparidades e/ou semelhanças desses dois grupos, tendo como base o uso dos microdados das PNADs de 2005 e 2015.

Com isso, o trabalho aqui desenvolvido apresenta cinco seções além da introdução. Uma

seção de revisão literária, denominada ‘Trabalho Precoce: definições e seus determinantes’,

uma segunda seção para a demonstração da metodologia utilizada no estudo, outra seção para a exposição de resultados, uma quarta seção com as considerações finais gerada para a pesquisa realizada, e por fim, uma seção expondo todas as referências bibliográficas utilizadas ao longo do desenvolvimento do artigo.

2 “Mais de 200 mil aprendizes foram contratados no primeiro semestre de 2017” – Matéria do site

Aprendiz Legal publicada em 28/08/2017. Disponível em <

http://site.aprendizlegal.org.br/noticia/mais-de-200-mil-aprendizes-foram-contratados-no-primeiro-semestre-de-2017> Acessado em 22 de

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2. Trabalho Precoce: definições e determinantes

O fenômeno do trabalho infantil pode ser definido como labor realizado por crianças e adolescentes que estão abaixo da idade mínima para a entrada no mercado de trabalho, segundo a legislação em vigor dentro de um determinado país. No Brasil (BRASIL/MEC, 2005), o conceito de criança e adolescente é determinado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, como sendo a criança a pessoa que ainda não completou 12 anos de idade, enquanto que o adolescente é aquele que apresenta idade entre 12 e 18 anos. Quanto à definição do termo ‘trabalho infantil’, o Brasil (BRASIL/MTE, 2011, p.6) define este como o trabalho que abrange “as atividades econômicas e/ou atividades de sobrevivência, com ou sem finalidade de lucro, remuneradas ou não, realizadas por crianças ou adolescentes em idade inferior a 16 anos, ressalvada a condição de aprendiz a partir dos 14 anos, independente da sua condição ocupacional”.

A partir das definições apresentadas, além do trabalho infantil, o trabalho aqui desenvolvido também considerou os indivíduos menores de idade como mão de obra juvenil inserida precocemente às atividades laborais. Assim, o estudo busca analisar o trabalho infanto-juvenil legal (jovem aprendiz e pessoas entre 16 e 17 anos com carteira assinada em trabalhos que não estejam sujeitos à atividades noturnas, perigosas ou insalubres conforme estabelece a

CLT - Consolidação das Leis do Trabalho3), e trabalho precoce ilegal (pessoas ocupadas com

menos de 14 anos, ou seja, abaixo do limite mínimo permitido por lei, e também as pessoas de 14 anos a 17 anos que não participem do programa jovem aprendiz ou não tenham carteira assinada).

Quando observado os estudos atuais dentro da temática do trabalho precoce produzidos por agencias de amplo reconhecimento, como a OIT – Organização internacional do trabalho e IBGE4, notou-se que a faixa etária adotada para as análises estava delimitada a partir das

pessoas ocupadas de 5 a 17 anos de idade. Porém, pelo fato do presente artigo utilizar dados da PNAD, que pesquisa com maior ênfase o trabalho e rendimento da população brasileira

3 EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1998, Art. 7°. Disponível em:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/emendas/emc/emc20.htm>. Acessado em 22 de

novembro de 2017.

4 Foram observadas as definições sobre trabalho infantil no site oficial da OIT e os estudos

disponibilizados no site como ‘Trabalho infantil na agricultura familiar’ e ‘Boas práticas: combate ao trabalho infantil no mundo’. Quanto ao IBGE verificou-se que as matérias vinculadas pela agencia de notícias da instituição, os suplementos da PNAD referentes ao trabalho infantil e publicação como ‘Síntese de indicadores sociais’. Disponível em <

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ocupada a partir dos 10 anos, e também pelo fato do maior quantitativo de crianças e adolescentes ocupados pertencerem ao grupo de idade de 10 a 17, optou-se investigar a mão de obra infanto-juvenil brasileira ocupada de 10 a 17, levando em consideração se as atividades exercidas pelos membros dessa população estavam incluídos dentro da classificação de trabalho legal ou ilegal, apresentadas anteriormente.

Quanto aos determinantes da reprodução do trabalho precoce, vemos que vários estudos foram desenvolvidos para analisar as características desse tipo de trabalho como o estudo da (KASSOUF, 2002; KASSOUF, 2005; SCHWARTZMAN e SCHWARTZMAN, 2004; MESQUITA e RAMALHO, 2011), avaliando que a pobreza, o nível de escolaridade dos pais (background familiar), a situação domiciliar, o fato de a família ser mono ou biparental, chefiado por uma figura masculina ou feminina, a idade em que os pais começaram a trabalhar, a quantidade de membros do domicílio, entre outros, são elementos significativos para explicar a escolha dos pais quanto à alocação de tempo de seus filhos entre a escola, lazer e o trabalho.

A partir do referencial teórico adotado, podemos entender que há três componentes principais para a reprodução e manutenção do trabalho precoce no Brasil, são eles: a pobreza, a educação e a estrutura familiar que envolve os domicílios e famílias das crianças e adolescentes inseridos em condição de trabalho precoce, porém, consideramos aqui a pobreza como um determinante principal para a ocorrência desse fenômeno, e a educação e a estrutura familiar como determinantes secundários.

Além disso, o trabalho aqui desenvolvido busca analisar dois tipos de trabalho precoce, o primeiro apresenta um caráter exploratório, ilegal, e reprodutor de um ciclo de pobreza, de baixa escolaridade e de trabalho infantil intergeracional, e também agrega outras atividades que apesar de ilegais, e em certos casos penosas, não são consideradas como exploratórias, como é o caso da agricultura familiar. Já o segundo tipo de trabalho precoce avaliado no estudo pode ser representado pelos trabalhos legais e de aprendizagem, que por lei podem ser exercidos por jovens a partir dos 14 anos, e apresentam diferentes relações sociais e empregatícias em relação ao primeiro tipo, e reproduz um trabalho considerado decente para o jovem nele empregado

Adentrando a discussão dos determinantes do trabalho precoce no país, podemos ver que em relação à pobreza o mesmo apresenta uma relação positiva, visto que o trabalho desempenhado precocemente por crianças e adolescentes funciona como uma estratégia para promover a sobrevivência e suprir as necessidades básicas das famílias em condição de pobreza e extrema pobreza, servindo a pobreza dessa forma como um mediador quanto a

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escolha dos pais em inserir seus filhos em atividades laborais ou não, ou seja, quanto maior a pobreza maior será a probabilidade de uma criança ou adolescente ser direcionada ao trabalho e não à escola, promovendo dessa maneira a manutenção de um ciclo de pobreza, e também um ciclo intergeracional do trabalho infantil (KASSOUF, 2002; KASSOUF, 2005).

O rendimento gerado pela mão de obra infanto-juvenil, é de suma importância para as

famílias pobres e indigentes, mesmo esta renda sendo de baixa proporção em relação ao montante gerado pela mão de obra adulta. Dessa forma, quanto mais baixo o decil de renda dessas famílias, maior é a probabilidade de que as crianças trabalhem. Portanto, o custo de oportunidade quanto a escolha dos pais em manter seus filhos apenas na escola e em atividades de lazer torna-se superior em relação à escolha de direcioná-los ao labor. (SCHWARTZMAN e SCHWARTZMAN, 2004; KASSOUF, 2002; MUNIZ e SOBEL, 2008; MESQUITA e RAMALHO, 2011).

Assim, proibir que crianças e adolescentes que trabalham permaneçam desempenhando suas atividades laborais não garante que o fenômeno do trabalho precoce seja extinto e na maioria dos casos pode agravar o nível de pobreza familiar, principalmente entre os decis de renda mais baixa, em famílias com desemprego da mão de obra adulta, ou com baixa massa salarial em razão da estrutura familiar ser monoparental, e, portanto, chefiada por um único adulto, pois como visto anteriormente o rendimento gerado por essas crianças é de suma importância para complementar a renda e garantir que o acesso a bens essenciais pela sua família seja mantido, bem como o seu sustento.

Partindo para a discussão quanto aos determinantes considerados como secundários para a reprodução do fenômeno do trabalho precoce, percebe-se que quanto à decisão familiar na determinação da disposição de tempo dos seus filhos sobre o eixo Trabalho-Educação-Lazer, tal tempo deve ser distribuído levando-se em consideração que os indivíduos desejam consumir o máximo que podem, e que o nível de consumo é dado pelos gastos de bens, de serviços e de lazer, sabendo-se que é preferível o dispêndio do tempo dos filhos com o lazer em relação ao trabalho, e que a restrição do consumo é dada pelo tempo e pela renda. Deve-se atentar que para essa condição, a vontade de consumir sempre mais bens e as restrições de consumo dadas através do tempo e da renda geram uma regulação entre as escolhas, já que o tempo utilizado em uma determinada atividade representa menos tempo que pode ser gasto em outra. Dessa forma, mesmo sendo o lazer uma opção preferível em relação ao trabalho, a escolha dos

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pais em conduzir seus filhos ao trabalho precoce ocorre quando a renda familiar é insuficiente para garantir o consumo de bens e serviços básicos para todos (KASSOUF, 2005).

“A escola é vista, nesse modelo, como um investimento, com custos presentes e benefícios futuros. A troca, neste caso, está relacionada à quantidade de bens de consumo e benefícios a que se deve renunciar no presente, uma vez que a criança não trabalha e tem custos com educação (taxas escolares, uniforme, material, transporte etc.), com relação ao ganho adicional obtido no futuro por ter um maior nível de instrução. Assim, o trabalho infantil e o tempo na escola são determinados pela alocação do tempo dos membros do domicílio em diversas atividades e pelo desejo por benefícios futuros, educação e consumo corrente. Qualquer fato que altere os benefícios ou custos da educação ou as restrições enfrentadas pela família poderá afetar a quantidade de educação que a criança recebe e a quantidade de tempo gasta com trabalho.” (KASSOUF, 2005, p.7-8)

Outro elemento que também pode influenciar na alocação de tempo das crianças e adolescentes entre a escola e o trabalho é o nível de escolaridade de seus pais, e o fato dos mesmos terem trabalhado ou não durante a infância. Pais mais educados tendem a apresentar uma renda maior e compreendem mais nitidamente a importância de terem seus filhos dedicados exclusivamente à escola. Pais que trabalharam na infância acumularam menor capital humano e tendem a obter baixos rendimentos na fase adulta, além de acharem mais natural ver seus filhos trabalharem precocemente da mesma forma que eles.

Sabe-se que o trabalho precoce quando exercido sob condições exploratórias e penosas reduz o desempenho escolar, e que quanto mais cedo um indivíduo inicia suas atividades laborais, menor será a possibilidade de o mesmo completar o ensino fundamental e médio e ter um bom rendimento futuramente. As crianças e adolescentes que trabalham possuem menor probabilidade de frequentar regulamente a escola, e quando conseguem conciliar o trabalho com o estudo apresentam dificuldades para se dedicar aos estudos em casa, em assimilar o que é ensinado em sala de aula devido ao cansaço e à fadiga, e possuem maiores chances de repetência ou evasão escolar. Assim, como expressa Kassouf (2002, p.74):

“A baixa escolaridade, causada por longos períodos de trabalho, tem o efeito de limitar as oportunidades de emprego a postos que não exigem qualificação e que dão baixa remuneração, mantendo o jovem dentro de um ciclo repetitivo de pobreza já experimentado por seus pais. Há, portanto, um trade-off entre o aumento de renda no domicílio obtida do trabalho e a perda de uma melhor remuneração futura pela interrupção dos estudos.”

A estrutura familiar quando aliada à pobreza apresenta grande influência para a inserção de uma criança ao trabalho precoce ou não. Pais e mães influenciam de formas distintas a vida de seus filhos, assim como a estrutura familiar seja ela biparental ou monoparental, chefiada pelo

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pai ou pela mãe. Segundo Kassouf (2002), o desemprego ou ausência do pai é um dos fatores encontrados para explicar a alta contribuição do trabalho infantil para o rendimento familiar, e quanto maior o salário do pai e da mãe menor a probabilidade de seus filhos trabalharem.

A elevação do quantitativo de famílias monoparentais e chefiadas por mulheres, torna-se cada vez mais comum e é esse tipo de estrutura familiar o mais presente entre os níveis mais baixos de renda. Assim, mulheres pobres e chefes de família são fortes candidatas à condução de seus filhos ao trabalho de forma prematura.

A feminização da pobreza tem um impacto multiplicador na sociedade, na medida em que vem crescendo entre a população pobre o número de famílias uniparentais, com a mulher como responsável pelo sustento. […] o número de famílias uniparentais em que somente a mulher tem a responsabilidade de sustentar, educar e cuidar dos filhos é muito maior nos primeiros decis de renda familiar per capita, ou seja, entre as famílias mais pobres (CAMPOS, 2011, p.89).

Existe também uma relação positiva entre o trabalho precoce e a fecundidade das famílias das crianças e adolescentes, pois quanto menor a renda per capita dentro de suas famílias seja devido ao grande número de membros ou pelo baixo rendimento gerado pelos adultos, maior será a probabilidade da ocorrência de trabalho infanto-juvenil. De forma oposta, quanto menor a quantidade de crianças e adolescentes em uma família, considerando que esta apresenta um rendimento satisfatório, maior será a possibilidade dos pais direcionarem seus filhos para a escola e atividades de lazer.

Além disso, percebe-se que além do tamanho da família há também a influência quanto à ordem de nascimento das crianças sobre a escolha dos pais em colocar seus filhos na escola ou no trabalho. Os filhos mais velhos apresentam maior probabilidade de trabalharem como uma forma de dar oportunidade para que os filhos mais novos estudem. Nota-se, então, que um maior número de irmãos diminui a probabilidade de uma criança ou adolescente de uma família com baixa renda per capita estudar e aumenta as chances das mesmas trabalharem, ou ainda que o número de irmãos mais novos tem relação positiva com o trabalho e negativa quanto ao nível de escolaridade. Portanto, vê-se que políticas de controle populacional se tornam importantes para que o índice de trabalho infantil seja reduzido (KASSOUF, 2002; KASSOUF, 2005).

Assim como a quantidade de irmãos, sendo eles mais novos ou mais velhos, a idade da criança também apresenta influência sobre o fato da mesma trabalhar ou não, visto que quanto mais velha esta criança for maior será a possibilidade de a mesma dedicar-se exclusivamente ao trabalho, pois as oportunidades de emprego e remuneração são maiores quanto mais

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elevada for a idade. Desse modo, o efeito da idade sobre a probabilidade de uma criança ou adolescente trabalhar é positiva.

Além do número de pessoas residentes em um domicílio, a situação do mesmo também tende a incitar ou não a decisão dos adultos em conduzir crianças e adolescentes para o trabalho precoce. A área rural apresenta o fator cultural muito forte, ainda com a tradição de os pais ensinarem o trabalho que desempenham aos filhos, algo que é comum à agricultura familiar. Além disso, as áreas rurais possuem estrutura escolar mais dispersa e maior nível de informalidade no mercado de trabalho. Já nas áreas urbanas, há mais oportunidades de trabalho, e com maior remuneração para crianças e adolescentes, além dos o custo de vida das famílias nas cidades ser mais elevado. Quanto a isso, Mesquita e Ramalho (2011, p.1) certificam que:

“Na zona rural, o trabalho infantil é marcado principalmente por fatores culturais, enquanto no meio urbano funciona como estratégia de sobrevivência para famílias de baixa renda, ao permitir maiores oportunidades de trabalho e de remuneração. Nessas últimas áreas, os incentivos econômicos ao trabalho infantil tornam elevado o custo de oportunidade de manter as crianças exclusivamente na escola.”

Além dos determinantes apresentados existe também a questão de que o uso da mão de obra infanto-juvenil promove a desvalorização da mão de obra adulta, e que essa situação é decorrente do alto nível de informalidade do mercado de trabalho, visto que a oferta da mão de obra adulta é inelástica, enquanto que a oferta da mão de obra infanto-juvenil é influenciada pelo nível de informalidade do mercado de trabalho e pela renda familiar. Sendo assim, percebe-se que o nível de informalidade no mercado de trabalho é um indicador para a reprodução ou não do trabalho precoce, pois ambos apresentam uma relação positiva, ou seja, quanto maior o grau de informalidade de um determinado mercado, maior a probabilidade da ocorrência do trabalho precoce. Dessa forma, as leis que proíbem o trabalho infanto-juvenil ilegal podem não promover a redução da ocorrência desse fenômeno, mas sim a migração de crianças e adolescentes para atividades informais onde as leis não são obedecidas (KASSOUF, 2002; MESQUITA E RAMALHO, 2011; MUNIZ E SOBEL, 2008).

Considerando o referencial teórico apresentado, busca-se a partir das próximas seções explicitar os procedimentos metodológicos utilizados ao longo do estudo, analisar os resultados obtidos por meio dos microdados extraídos e debater as características encontradas para as crianças e adolescentes de 10 a 17 anos ocupadas no Brasil nos anos de 2005 e 2015.

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3. Metodologia

Conforme exposto no referencial teórico, considera-se como determinantes do trabalho precoce a pobreza, a educação e a estrutura familiar. Assim, buscou-se elencar variáveis da PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios que agregassem informação sobre essas três esferas, além de informações quanto ao trabalho exercido por pessoas de 10 a 17 anos. Quanto a nível geográfico, as variáveis selecionadas para o estudo abrangem informações para o nível nacional, para as vinte e seis unidades federativas brasileira, mais o Distrito federal, e leva em consideração para a análise as áreas rurais, urbanas.

Além das características demográficas da população investigada, como sexo, idade, cor

ou raça, foram selecionadas variáveis educacionais sobre analfabetismo (V06015 – sabe ler e

escrever), sobre frequência escolar (V0602 – Frequenta escola), e rede de ensino frequentada (V6002 – qual rede de ensino), e ainda uma variável de rendimento, referente à faixa de rendimento mensal domiciliar per capita (V4743 – sem rendimento, até ¼ de salário mínimo, de ¼ a ½ salário mínimo, ..., até mais de 5 salários mínimos).

Já quanto as variáveis relacionadas ao trabalho exercido por crianças e adolescentes de 10 a 17 anos, foram considerados apenas os resultados que tinham como período de referência de pesquisa a semana de referência da realização da PNAD, sendo selecionadas informações quanto à posição na ocupação (V4706), grupamentos de atividade principal do empreendimento do trabalho principal (V4809), e horas habitualmente trabalhadas por semana em todos os trabalhos (V4719).

Como ferramenta de manipulação dos microdados foi adotado o uso do software ‘R’,

utilizando a libary survey e devtools para a aplicação dos pesos amostrais na análise dos microdados, calibração da amostra, filtragem e extração dos dados. E, a partir dos dados gerados no R, foi utilizado para a construção do gráfico e da tabela, a serem apresentadas na seção seguinte, o software ‘Excel’.

Para a análise dos dois tipos de trabalho precoce aqui avaliados foram criadas as categorias ‘trabalho legal’ que engloba os adolescentes de 14 a 17 anos que estão vinculados ao Programa Jovem Aprendiz e os adolescentes de 16 ou 17 que tenham carteira assinada, exercendo atividades formais e adequadas para essa faixa etária como permitido por lei. Assim,

5 Códigos das variáveis utilizadas na base dos microdados e disponíveis no dicionário da PNAD de

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dentro da variável de posição na ocupação (V4706) foram consideradas as categorias ‘empregado com carteira de trabalho assinada’ e ‘trabalhador doméstico com carteira de trabalho assinada’.

Em relação a segunda categoria de análise, denominada ‘trabalho ilegal’, diz respeito às crianças e adolescentes que exercem trabalhos exploratórios, de cooperação ou informal, agregando as crianças e adolescentes abaixo dos 14 anos (proibido por lei), acima de 14 anos e que não fazem parte de programas de aprendizagem, ou estão dentro da faixa etária de 16 a 17 anos e não apresentam carteira assinada por exercerem trabalhos informais, noturnos, perigosos ou insalubres. Dessa forma, para a mesma variável em questão (V4706), foram selecionados os casos de crianças e adolescente que estavam inseridos em atividades que representavam a categoria de “outro empregado sem carteira de trabalho assinada’, ‘trabalhador doméstico sem carteira de trabalho assinada’, ‘conta própria’, ‘trabalhador na produção para o

próprio consumo’, ‘trabalhador na construção para o próprio uso’ e ‘não remunerado’6 para a

construção da categoria de pessoas ocupadas em trabalhos ilegais.

4. Análise dos Resultados

Iniciando a seção de análise dos resultados, é apresentada a Figura 1 que nos traz informações quanto ao nível de ocupação, ou seja, o percentual de pessoas de 10 a 17 anos ocupadas na semana de referência em relação ao total de pessoas que faziam parte da faixa etária de 10 a 17 anos, [ocupados de 10 a 17 anos/total de pessoas com 10 a 17anos] x 100, para as atividades legais, ilegal e em relação ao total de pessoas ocupadas nas duas categorias no Brasil.

A partir da representação abaixo, nota-se que os resultados quanto ao nível de ocupação da população brasileira de 10 a 17 anos mantiveram-se semelhantes nos dois anos de análise em relação ao desempenho de trabalhos legais, enquanto que para as atividades ilegais houve

6 Pelo fato de nem todas as categorias da variável posição na ocupação (v4706) terem sido

consideradas para a construção dos tipos de trabalho precoce aqui avaliados, o total de casos de trabalho precoce gerado por meio dos microdados não tem o mesmo valor do total gerado a partir da plataforma Sidra, apresentado na introdução do presente artigo. Foram excluídas as categorias ‘militar’ e ‘funcionário público estatutário’ por não terem registros para pessoas de 10 a 17 anos, e a categoria ‘empregador’, que apesar de apresentar registros para o público alvo do estudo não se adequava em nenhum dos tipos de trabalho precoce aqui elencados.

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uma redução considerável de 8.9 pontos percentuais, impulsionando o nível de ocupação geral também a diminuir, de 19,7% em 2005 para 9,8% em 2015.

Apesar da considerável redução de 9,9 pontos percentuais no nível de ocupação total das crianças e adolescentes de 10 a 17 anos no país, compreendemos que mesmo de forma benéfica e esperada, a redução no nível de ocupação da mão de obra infato-juvenil não refletiu um progresso positivo quanto aos resultados obtidos para as atividades legais. Assim, observa-se que em dez anos, as políticas de combate ao trabalho infantil foram capazes de reduzir tal fenômeno, mas isso não promoveu a ampliação ocupação da mão de obra infanto-juvenil em trabalhos legais, o que nos permite constatar que as atividades ilegais ainda são o motor principal para a consolidação do nível de ocupação da população de 10 a 17 anos, em ambos os anos analisados.

Figura 1 – Nível de Ocupação do total da população brasileira de 10 a 17 anos, e por tipo de trabalho exercido (2005 e 2015).

Fonte: Microdados da PNAD/IBGE.

Quando observado o nível de ocupação da população de 10 a 17 anos e a distribuição daqueles que estão ocupados nessa mesma faixa etária a partir da situação do domicílio (Tabela 1), nota-se que em relação ao nível de ocupação da população alvo pesquisada no meio urbano, vemos que em uma década houve um singelo aumento de 0,3 pontos percentuais no nível de ocupação dentro das atividades legais, e que a redução dos trabalhos exercidos de forma ilegal, em 5,7 pontos percentuais, proporcionou a melhoria no resultado apresentado para o nível de

1,4% 17,2% 19,7% 1,5% 8,3% 9,8% 0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0%

Legal Ilegal Total Legal Ilegal Total

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ocupação total de pessoas de 10 a 17 nas áreas urbanas brasileira, passando de 13,5% em 2005 para 8,0% em 2015.

Em relação à zona rural brasileira, percebe-se que para a mesma variável o nível de ocupação em atividades legais é irrelevante, o que faz com que o nível de ocupação total da população de 10 a 17 anos no meio rural acompanhe os resultados obtidos para o nível de ocupação nas atividades ilegais rurais. É importante enfatizar a elevada participação da população de 10 a 17 anos nas atividades laborais ilegais exercidas no meio rural, que em 2005 incorporava 37,5% dessa população, passando para 17,4% em 2015. No entanto, mesmo com a redução de 12,6 pontos percentuais em dez anos, o nível de ocupação de crianças e adolescentes em atividades ilegais nas áreas rurais brasileiras ainda é elevado.

Quanto a distribuição das pessoas ocupadas em atividades legais e ilegais nas áreas urbanas brasileiras, nota-se que as ocupações exercidas nas regiões urbanas brasileiras expandiram em 8,9 pontos percentuais de 2005 a 2015, passando a alocar 66,3% do total das ocupações das crianças e adolescentes de 10 a 17 anos no país em 2015. De forma positiva, pode-se notar também ao longo dos dez anos aqui avaliados, que houve uma ampliação de 10,7 pontos percentuais na participação das atividades legais em relação ao total do trabalho precoce desempenhado nas áreas urbanas.

Já quanto a distribuição das atividades legais e ilegais nas áreas rurais brasileiras, vemos que as atividades legais não são representativas nessas regiões, sendo os trabalhos ilegais responsável por quase toda a totalidade das atividades precoces das áreas rurais brasileiras, e isso pode ser um reflexo da predominância da agricultura familiar nessas localidades, onde as atividades de cooperação e um maior grau de informalidade estão presentes de maneira mais forte no mercado de trabalho, além do fator cultural existente de o trabalho precoce ser mais consistentes nessas regiões, como já expresso anteriormente durante a revisão de literatura.

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Tabela 1 – Nível de Ocupação e Distribuição da População Ocupada de 10 a 17 anos por Tipo de Trabalho, segundo a situação do domicílio (2005 e 2015)

Fonte: Microdados da PNAD/IBGE.

Por meio dos dados apresentado na Tabela 2 podemos perceber que o nível de ocupação em atividades legais é muito baixo em todas as unidades federativas, não passando de 6% do total de pessoas de 10 a 17 anos de idade para os dois anos da PNAD aqui avaliados, e não apresentando registros para os estados do Amapá e Piauí em 2015. Já o nível de ocupação em trabalho ilegais, apesar de apresentar resultados preocupantes para o ano de 2005 para todos os estados, exclusive São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal, demonstrou melhorias expressivas para o ano de 2015, tendo como destaque os estados do Tocantins, Maranhão, Piauí e Ceará, que reduziram seus níveis ocupacionais em mais de quinze pontos percentuais para as atividades ilegais.

Dessa forma, torna-se visível, por meio das informações apresentadas na Tabela 2, que não houve muitos avanços na participação da parcela de adolescente com carteira assinada e em trabalhos legais de 2005 para 2015, sendo as atividades ilegais as maiores responsáveis pelo nível de ocupação geral da mão de obra infanto-juvenil nas unidades federativas, apesar dos avanços observados ocorridos na categoria do trabalho legal durante o período de análise.

2005 2015 2005 2015

Urbano - legal 1,5% 1,8% 11,5% 22,2%

Urbano - Ilegal 11,9% 6,2% 88,5% 77,8%

Total - Urbano Brasileiro 13,5% 8,0% 57,4% 66,3%

Rural - legal 0,7% 0,4% 1,7% 2,1%

Rural - ilegal 37,5% 17,4% 98,3% 97,9%

Total - Rural Brasileiro 38,2% 17,7% 42,6% 33,7%

Nivel de Ocupação da população de 10 a 17 anos

Distribuição da população ocupada de 10 a 17 anos Situação do Domicílio

(15)

Tabela 2 – Nível de Ocupação da população de 10 a 17 anos por UF e por Tipo de Trabalho Desempenhado (2005 e 2015)

Fonte: Microdados da PNAD/IBGE.

Por meio da Tabela 3, referente às características dos trabalhadores legais e ilegais de 10 a 17 anos no Brasil, podemos observar que a distribuição dos sexos, em ambos os tipos de trabalho precoce aqui considerados, manteve um padrão de distribuição ao longo da década analisada, sendo a proporção de trabalhadores do sexo masculino próximo ao dobro do percentual feminino em situação de trabalho precoce nos dois anos de análise.

Quando observado a distribuição de ocupação em 2005 e 2015 a partir da cor e raça da mão de obra infanto-juvenil ocupada, vemos que dentro da porção de trabalhadores em atividades legais a população branca em 2005 foi a cor/raça mais representativa, com 65% dos empregos legais, e apesar de ter reduzido sua participação na proporção de ocupados em 12,4 pontos percentuais para o ano de 2015, se manteve majoritária dentro dos ocupados na categoria de trabalho legal. Quanto a população parda, vemos que apesar da mesma manter resultados semelhantes para a proporção de crianças e adolescentes ocupados para os dois

Legal Ilegal Total Legal Ilegal Total

Rondônia 1,0% 22,6% 25,2% 1,6% 10,1% 11,6% Acre 0,3% 22,5% 20,3% 0,0% 11,9% 11,9% Amazonas 0,4% 12,0% 10,2% 0,5% 8,9% 9,3% Roraima 0,5% 16,9% 13,5% 0,5% 7,3% 7,8% Pará 0,4% 24,3% 23,9% 0,4% 11,9% 12,2% Amapá 0,6% 11,5% 10,7% - 5,0% 5,0% Tocantins 0,7% 23,7% 26,0% 1,2% 7,8% 9,0% Maranhão 0,1% 30,1% 28,5% 0,1% 11,7% 11,7% Piauí 0,2% 29,1% 30,3% - 14,0% 14,0% Ceará 0,3% 23,0% 26,9% 0,2% 5,6% 5,8%

Rio Grande do Norte 0,9% 16,6% 17,7% 0,3% 8,6% 8,9%

Paraíba 0,1% 24,2% 26,9% 0,1% 12,6% 12,7% Pernambuco 0,2% 21,1% 22,8% 0,3% 8,8% 9,1% Alagoas 0,1% 20,0% 21,9% 0,2% 5,7% 5,9% Sergipe 0,3% 19,5% 18,3% 0,3% 13,4% 13,8% Bahia 0,3% 23,0% 24,4% 0,2% 10,1% 10,3% Minas Gerais 2,0% 17,9% 21,9% 1,6% 10,5% 12,1% Espírito Santo 2,0% 16,9% 19,6% 1,6% 8,2% 9,8% Rio de Janeiro 0,7% 6,5% 7,6% 0,5% 3,3% 3,8% São Paulo 2,4% 9,4% 12,7% 2,6% 5,3% 7,9% Paraná 2,8% 18,0% 23,2% 3,2% 8,4% 11,7% Santa Catarina 3,2% 19,5% 25,7% 5,6% 6,9% 12,5%

Rio Grande do Sul 2,0% 18,5% 23,5% 3,7% 9,6% 13,3%

Mato Grosso do Sul 2,6% 14,2% 18,1% 2,5% 10,6% 13,2%

Mato Grosso 2,4% 19,1% 24,6% 2,4% 11,3% 13,7%

Goiás 1,5% 15,2% 16,8% 2,4% 9,1% 11,5%

Distrito Federal 1,4% 6,6% 7,1% 1,2% 3,7% 4,9%

(16)

anos em trabalhos ilegais e de ser o grupo mais expressivo da categoria, nos chama a atenção o ganho de representatividade que a população parda obteve dentro das atividades legais, um aumento de 10,2 pontos percentuais, sendo esse o maior responsável pela perca de participação da população branca nas atividades laborais consideradas legais.

Em sequência, percebeu-se que em dez anos houve uma maior adesão de pessoas de 14 e 15 anos em atividades de aprendizagem, uma redução expressiva do quantitativo absoluto empregado para todas as idades, em ambos os tipos de trabalhos, exceto para as idades de jovens com 16 e 17 anos empregados em atividades legais, que manteve um contingente de pessoas ocupadas próximo para os dois anos.

Como resultado positivo, observou-se a redução da participação de pessoas de 10 a 14 anos, e que são mais expostas à vulnerabilidade, em atividades ilegais, o que pode ser um reflexo da redução do grau de informalidade no país (caindo de 55,5%, em 2005, para um

mercado de trabalho 47,5% informal em 20147), da expansão do programa jovem aprendiz, e

melhor fiscalização no mercado de trabalho.

Tabela 3 – Sexo, Cor ou Raça, e Idade dos Trabalhadores Precoces – 2005 e 2015

Fonte: Microdados da PNAD/IBGE.

7O grau de informalidade aqui utilizado foi disponibilizado por meio do banco de dados do IPEADATA

e definido com base dos resultados obtidos pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) realizada pelo IBGE. Tal taxa é calculada por meio da seguinte forma: (empregados sem carteira + trabalhadores por conta própria) / (trabalhadores protegidos + empregados sem carteira + trabalhadores por conta própria). A série histórica de tal variável apresenta 2014 como o último ano de análise. Dados disponíveis em < http://www.ipeadata.gov.br/>. Acessado em 26 de novembro de 2017.

Ano

Variável Legal % Ilegal % Total Legal % Ilegal % Total Masculino 237.766 62,3% 3.153.537 65,3% 3.391.303 240.548 60,1% 1.467.754 66,9% 1.708.302 Feminino 144.126 37,7% 1.677.845 34,7% 1.821.971 159.522 39,9% 724.584 33,1% 884.106 Total 381.892 100,0% 4.831.382 100,0% 5.213.274 400.070 100,0% 2.192.338 100,0% 2.592.407 Indígena 389 0,1% 12.046 0,2% 12.435 0 - 19.180 0,9% 19.180 Branca 244.742 64,1% 1.846.254 38,2% 2.090.996 206.847 51,7% 752.631 34,3% 959.478 Preta 21.779 5,7% 239.784 5,0% 261.563 28.208 7,1% 187.015 8,5% 215.223 Amarela 893 0,2% 6.090 0,1% 6.982 678 0,2% 3.101 0,1% 3.779 Parda 114.090 29,9% 2.726.314 56,4% 2.840.405 164.337 41,1% 1.230.412 56,1% 1.394.749 Sem declaração 0 - 893 - 893 0 - 0 - 0 Total 381.892 100,0% 4.831.382 100,0% 5.213.274 400.070 100,0% 2.192.338 100,0% 2.592.407 10 anos 0 - 220.420 4,6% 220.420 0 - 33.114 1,5% 33.114 11 anos 0 - 276.280 5,7% 276.280 0 - 55.782 2,5% 55.782 12 anos 0 - 347.881 7,2% 347.881 0 - 88.799 4,1% 88.799 13 anos 0 - 447.885 9,3% 447.885 0 - 155.785 7,1% 155.785 14 anos 2.512 0,7% 604.518 12,5% 607.030 4.663 1,2% 222.274 10,1% 226.937 15 anos 17.934 4,7% 759.053 15,7% 776.988 24.964 6,2% 400.215 18,3% 425.179 16 anos 106.076 27,8% 1.005.053 20,8% 1.111.130 109.536 27,4% 547.298 25,0% 656.834 17 anos 255.369 66,9% 1.170.292 24,2% 1.425.661 260.907 65,2% 689.070 31,4% 949.976 Total 381.892 100,0% 4.831.382 100,0% 5.213.274 400.070 100,0% 2.192.338 100,0% 2.592.407 Idade 2005 2015 Sexo Cor ou raça

(17)

A partir da Tabela 4, que nos traz informações quanto à educação e rendimento da mão de obra infanto-juvenil estudada, podemos observar que de 2005 para 2015 todos adolescentes empregados em atividades legais passaram a ser alfabetizado, e que apesar de no ano de 2015 o percentual de jovens analfabetos exercendo atividades ilegais ter caído de 4,7% para 1,1%, em termos absolutos, para o ano ultimo da pesquisa, esse grupo representava no país um contingente de 23.570 pessoas de 10 a 17 anos que ainda não sabiam ler e escrever.

Quanto a frequência escolar e a rede de ensino frequentada por crianças e adolescentes inseridas precocemente em atividades laborais, vemos que para ambas as variáveis os resultados apresentados mantiveram comportamentos semelhantes para os dois anos avaliados. Porém, nos chama a atenção para o fato das crianças e adolescentes que desempenhavam trabalho ilegais apresentarem maior frequência escolar do que aqueles que estavam inseridos em atividades legais.

Em relação à variável de faixa de rendimento mensal domiciliar per capita, nota-se que a categoria de jovens ocupados de forma legal era mais representativa (42,2% do total) dentro da faixa de renda domiciliar per capita de 1 a 2 salários mínimos para o ano de 2005, porém para os anos de 2015 sua concentração esteve dentro da faixa de mais de ½ a um salário mínimo. Já para a categoria de atividades ilegais ocorre um movimento inverso, que apesar de estar mais concentrado nas faixas de renda mais baixas quando comparado com o trabalho legal, a participação dessa categoria era mais expressiva para a faixa de renda domiciliar per capita de mais ¼ a ½ salário mínimo no primeiro ano de análise, subindo sua representatividade para a faixa de mais de ½ a um salário mínimo no ano de 2015.

(18)

Tabela 4 - Educação e Rendimento do Trabalhador Precoce – 2005 e 2015

Fonte: Microdados da PNAD/IBGE.

Em relação a Tabela 5, que nos traz informações sobre as características do trabalho exercido pela mão de obra infanto-juvenil ocupada em 2005 e 2015, podemos observar que a atividade agrícola é onde a maior parcela dos trabalhadores inserido em atividades ilegais estão alocados, representando 45,5% dos trabalhos ilegais em 2005, e passando para 35,7% do total da categoria ilegal em 2015.

Já as categorias de ‘comércio e reparação’ e de ‘alojamento e alimentação’, elevaram de forma relevante suas proporções na participação de crianças e adolescente ocupados em ambas as categorias em relação ao primeiro ano de análise da pesquisa.

Quanto à variável ‘horas habitualmente trabalhadas por semana em todos os trabalhos’,

vemos que os trabalhadores que exerciam atividades de forma ilegal concentravam-se de forma majoritária na faixa de 15 a 39 horas de trabalho para ambos os anos aqui avaliados, e que para 2015 as faixas com maior tempo de duração de trabalho semanal, apesar de serem as menos representativas em relação ao total, tiveram o percentual de trabalhadores alocados nessas faixas reduzidos quase pela metade.

Ano

Variável Legal % Ilegal % Total Legal % Ilegal % Total

Sim 381.085 99,8% 4.606.215 95,3% 4.987.300 400.070 100,0% 2.168.767 98,9% 2.568.837 Não 808 0,2% 225.166 4,7% 225.974 0 - 23.570 1,1% 23.570 Total 381.892 100,0% 4.831.382 100,0% 5.213.274 400.070 100,0% 2.192.338 100,0% 2.592.407 Sim 282.185 73,9% 3.868.136 80,1% 4.150.321 293.041 73,2% 1.744.019 79,6% 2.037.060 Não 99.707 26,1% 963.246 19,9% 1.062.953 107.028 26,8% 448.319 20,4% 555.348 Total 381.892 100,0% 4.831.382 100,0% 5.213.274 400.070 100,0% 2.192.338 100,0% 2.592.407 Pública 256.129 90,8% 3.739.619 96,7% 3.995.748 269.923 92,1% 1.679.476 96,3% 1.949.399 Privada 26.057 9,2% 128.516 3,3% 154.573 23.118 7,9% 64.542 3,7% 87.661 Total 282.185 100,0% 3.868.136 100,0% 4.150.321 293.041 100,0% 1.744.019 100,0% 2.037.060 Sem rendimento 0 - 16.733 0,3% 16.733 0 - 2.549 0,1% 2.549 Até ¼ salário mínimo 2.089 0,6% 1.207.441 25,2% 1.209.530 3.416 0,9% 401.402 18,3% 404.818 Mais de ¼ até ½ s.m. 27.382 7,2% 1.348.546 28,1% 1.375.928 33.567 8,4% 542.771 24,8% 576.338 Mais de ½ até 1 s.m. 120.426 31,8% 1.277.243 26,6% 1.397.669 155.900 39,1% 738.883 33,7% 894.783 Mais de 1 até 2 s.m. 160.441 42,4% 661.592 13,8% 822.033 151.890 38,1% 350.813 16,0% 502.703 Mais de 2 até 3 s.m. 40.972 10,8% 136.914 2,9% 177.886 33.044 8,3% 60.153 2,7% 93.197 Mais de 3 até 5 s.m. 12.324 3,3% 58.979 1,2% 71.303 6.158 1,5% 24.407 1,1% 30.565 Mais de 5 s.m. 6.642 1,8% 23.885 0,5% 30.527 2.250 0,6% 9.102 0,4% 11.352 Sem declaração 7.927 2,1% 62.498 1,3% 70.424 12.717 3,2% 60.372 2,8% 73.089 Total 378.203 100,0% 4.793.829 100,0% 5.172.032 398.941 100,0% 2.190.453 100,0% 2.589.393

Saber ler e escever

Frequenta a escolar

Rede de Ensino

Faixa de rendimento mensal domiciliar per capita

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Já em relação ao grupo dos adolescentes ocupados em atividades legais, nota-se que também houveram reduções consideráveis quanto ao percentual de jovens que exerciam as duas últimas maiores jornadas de trabalho semanais, e que para o ano de 2005 a faixa de 40 a 44 horas abarcava 50% do total dos trabalhadores legais, mas que em 2015 tal grupo diminuiu sua representatividade em 14,7 pontos percentuais, e passou a ter a maior concentração de jovens ocupados legalmente na faixa de 14 a 39 horas, com 48,8% do total da ocupação legal em 2015.

Tabela 5 – Características do Trabalho Precoce Legal e Ilegal no Brasil – 2005 e 2015

Fonte: Microdados da PNAD/IBGE. Ano

Variável Legal % Ilegal % Total Legal % Ilegal % Total

Agrícola 20.970 5,5% 2.198.414 45,5% 2.219.384 5.479 1,4% 783.378 35,7% 788.857 Outras atividades industriais 3.559 0,9% 13.181 0,3% 16.740 2.067 0,5% 4.483 0,2% 6.550 Indústria de transformação 96.269 25,2% 478.933 9,9% 575.202 83.757 20,9% 171.645 7,8% 255.402 Construção 7.397 1,9% 176.864 3,7% 184.260 4.513 1,1% 149.240 6,8% 153.752 Comércio e reparação 132.655 34,7% 872.750 18,1% 1.005.406 162.205 40,5% 485.009 22,1% 647.215 Alojamento e alimentação 21.101 5,5% 208.453 4,3% 229.553 33.233 8,3% 155.779 7,1% 189.012 Transporte, armazenagem e comunicação 7.497 2,0% 95.298 2,0% 102.795 17.330 4,3% 51.189 2,3% 68.519 Administração pública 5.771 1,5% 44.352 0,9% 50.123 9.710 2,4% 29.338 1,3% 39.048 Educação, saúde e serviços

sociais 23.567 6,2% 107.837 2,2% 131.404 21.351 5,3% 52.891 2,4% 74.242 Serviços domésticos 6.779 1,8% 400.524 8,3% 407.302 2.678 0,7% 153.174 7,0% 155.853 Outros serviços coletivos,

sociais e pessoais 14.036 3,7% 111.463 2,3% 125.499 11.445 2,9% 83.040 3,8% 94.484 Outras atividades 42.291 11,1% 108.349 2,2% 150.641 46.303 11,6% 70.109 3,2% 116.412 Atividades maldefinidas 0 - 14.964 0,3% 14.964 0 - 3.061 0,1% 3.061 Total 381.892 100,0% 4.831.382 100,0% 5.213.274 400.070 100,0% 2.192.338 100,0% 2.592.407 Até 14 horas 5.328 1,4% 1.086.188 22,5% 1.091.517 16.345 4,1% 589.532 26,9% 605.876 15 a 39 horas 89.761 23,5% 2.384.204 49,3% 2.473.965 195.407 48,8% 1.127.640 51,4% 1.323.047 40 a 44 horas 191.100 50,0% 705.072 14,6% 896.172 141.283 35,3% 327.558 14,9% 468.841 45 a 48 horas 64.650 16,9% 320.158 6,6% 384.807 37.565 9,4% 81.787 3,7% 119.353 49 horas ou mais 31.054 8,1% 335.600 6,9% 366.653 9.471 2,4% 65.820 3,0% 75.291 Sem declaração 0 - 160 0,003% - 0 - 0 - 0 Total 381.892 100,0% 4.831.382 100,0% 5.213.274 400.070 100,0% 2.192.338 100,0% 2.592.407 2005 2015

Grupamentos de atividade principal do empreendimento do trabalho principal

(20)

5. Considerações Finais

A partir do estudo desenvolvido notou-se que houve uma redução de forma expressiva nos casos de trabalho precoce no país, em especial e de maneira benéfica sob as atividades penosas, exploratórias e ilegais. Porém, tais atividades ainda representam a maior parcela dos trabalhos exercidos pelas crianças e adolescentes brasileiros, em todos os estados, tanto nas áreas urbanas como nas áreas rurais. Quando observada a distribuição de pessoas de 10 a 17 anos ocupadas no país nota-se que em dez anos o Brasil passou a ter 2/3 do total das ocupações do público alvo aqui pesquisado alocados nas áreas urbanas.

Quanto ao perfil da mão de obra infanto-juvenil ocupada no país, observou-se que os indivíduos que desempenhavam atividades legais eram representados em sua maioria por indivíduos brancos do sexo masculino que frequentavam escola pública, apresentavam rendimento mensal domiciliar per capita concentrado entre as faixas de ½ a dois salários mínimos, e desenvolviam atividades no setor do comércio e da indústria de transformação, onde trabalhavam em grande parte com uma jornada de 15 a 39 horas ou de 40 a 44 horas.

Já quanto ao perfil dos trabalhadores de 10 a 17 anos inseridos em atividades ilegais, percebeu-se que estes são formados majoritariamente por homens pardos que frequentavam escolas públicas, alocados em domicílios com faixa de rendimento mensal per capita de ¼ a um salário mínimo, e desempenhavam funções dentro do setor agrícola e comercial, trabalhando de 15 a 39 horas por semana.

Por fim, compreende-se que apesar dos avanços em busca da erradicação do trabalho precoce ilegal, ainda há um longo caminho a ser percorrido para que esse objetivo seja alcançado, e que medidas para além dessas atividades são essenciais para que essa meta seja alcançada, como a valorização da mão de obra adulta, redução do grau de informalidade no mercado de trabalho, diminuição da pobreza e o fortalecimento de políticas educacionais e de assistência social.

6. Referências Bibliográficas

BRASIL, MEC - Ministério da Educação. ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente. Brasília: Ministério da Educação, 2005.

BRASIL, MTE – Ministério do Trabalho e Emprego. O impacto do trabalho precoce na vida

(21)

Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, 2002. Disponível em

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Referências

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