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Paisagem sob o contexto de espaço e lugar: uma análise geográfica nas obras dicotômicas do Cortiço e Sertão sem Fim

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PAISAGEM SOB O CONTEXTO DE ESPAÇO E LUGAR:

Uma análise geográfica nas obras dicotômicas do Cortiço e Sertão sem Fim.

RESUMO

A escrita, para o autor, é o princípio da pesquisa tanto no sentido de iniciá-la quanto no sentido de que é o escrever numa determinada disciplina que a torna produtiva. Nesta viagem a curiosidade ao centro urbano com o “O Cortiço” de Aluísio Azevedo e “Sertão Sem Fim” de Bariani Ortêncio, a imaginação fará parte da bagagem. Ambas dão o impulso e, portanto, podem ser consideradas como grande aliadas do escrevente, enquanto que as analogias e as metáforas são recursos que transformam. Ao estudar as duas obras, procura-se fazer uma relação entre a migração e o desenvolvimento local onde acontece o fato, o qual aborda questões econômicas e sociais na tentativa de verificar de que forma as características dos migrantes impactam ou são impactadas pelas características dos locais de destino. Para atender o objetivo proposto, serão utilizados os seguintes procedimentos e técnicas: a) pesquisa teórica sobre as duas obras citadas (O Cortiço e Sertão Sem Fim) que contribuíram para o entendimento desta relação entre o homem urbano e o sertanejo e b) levantamento de dados estatísticos, em pesquisas documentais sobre a migração no Brasil. Portanto, o estudo do espaço não é nem uma coisa, nem um sistema de coisas, e sim uma realidade relacional. É por isso que não é possível defini-lo sem relacioná-lo com outras realidades, isto é, a natureza e a sociedade, mediatizadas pelo trabalho.

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PAISAGEM SOB O CONTEXTO DE ESPAÇO E LUGAR:

Uma análise geográfica nas obras dicotômicas do Cortiço e Sertão sem Fim.

RESUMO

A escrita, para o autor, é o princípio da pesquisa tanto no sentido de iniciá-la quanto no sentido de que é o escrever numa determinada disciplina que a torna produtiva. Nesta viagem a curiosidade ao centro urbano com o “O Cortiço” de Aluísio Azevedo e “Sertão Sem Fim” de Bariani Ortêncio, a imaginação fará parte da bagagem. Ambas dão o impulso e, portanto, podem ser consideradas como grande aliadas do escrevente, enquanto que as analogias e as metáforas são recursos que transformam. Ao estudar as duas obras, procura-se fazer uma relação entre a migração e o desenvolvimento local onde acontece o fato, o qual aborda questões econômicas e sociais na tentativa de verificar de que forma as características dos migrantes impactam ou são impactadas pelas características dos locais de destino. Para atender o objetivo proposto, serão utilizados os seguintes procedimentos e técnicas: a) pesquisa teórica sobre as duas obras citadas (O Cortiço e Sertão Sem Fim) que contribuíram para o entendimento desta relação entre o homem urbano e o sertanejo e b) levantamento de dados estatísticos, em pesquisas documentais sobre a migração no Brasil. Portanto, o estudo do espaço não é nem uma coisa, nem um sistema de coisas, e sim uma realidade relacional. É por isso que não é possível defini-lo sem relacioná-lo com outras realidades, isto é, a natureza e a sociedade, mediatizadas pelo trabalho.

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Introdução

Escrever é um processo complicado, pois exigem primeiramente muita leitura, e isso torna difícil de trabalhar em sala de aula num país que pouco se lê e escreve. Muitos ainda se questionam sobre qual a importância da literatura ou o que é a literatura? Estes questionamentos são plausíveis, pois, numa sociedade onde há poucos leitores e uma grande carência educacional o resultado é de poucas produções de artigos ou mesmo de pesquisas. Escrever exige tempo, incentivo e, sobretudo, coragem. Coragem para iniciar esta árdua tarefa. Contudo, não há pesquisa sem escrita e não há escrita sem leitura. Em sua obra, Escrever é Preciso, Marques (2006) se refere ao ato de escrever como sendo uma tarefa difícil, porém necessária e importante.

A escrita, para o autor, é o princípio da pesquisa tanto no sentido de iniciá-la quanto no sentido de que é o escrever numa determinada disciplina que a torna produtiva. Nesta viagem a curiosidade ao centro urbano com o Cortiço e ao rural com Sertão sem fim, a imaginação fará parte da bagagem. Ambas dão o impulso e, portanto, podem ser consideradas como grande aliadas do escrevente, enquanto que as analogias e as metáforas são recursos que transformam a escrita como cita o referido autor.

Pesquisar está associado com leituras, análises, e com os objetivos claros e bem definidos do que realmente se quer ou aonde se quer chegar, mesmo que durante o percurso a própria pesquisa nos faça mudar de rumo, enxergar outros horizontes, seguir por outros caminhos. “Pois é; escrever é isso aí: iniciar uma conversa com interlocutores invisíveis, imprevisíveis, virtuais apenas, sequer imaginados de carne e osso, mas sempre ativamente presentes” (MARQUES, 2006)

A disciplina de Letras e Literatura têm contribuído para o crescimento de leitores, porém há muito ainda por fazer. Exigem muito, tanto do professor de Ensino Fundamental, Médio, Graduação e Pós-Graduação. Entretanto, não se trata de uma atividade estanque, de uma determinada série ou disciplina, antes de tudo é um trabalho interdisciplinar, principalmente às cadeiras de geografia e história que muito tem haver com a literatura.

Portanto, ao estudar as duas obras, procura-se fazer uma relação entre a migração e o desenvolvimento local onde acontece o fato, o qual aborda questões econômicas e sociais na tentativa de verificar de que forma as características dos migrantes impactam ou são impactadas pelas características dos locais de destino. Portanto,

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para atender o objetivo proposto, serão utilizados os seguintes procedimentos e técnicas: a) pesquisa teórica sobre as duas obras citadas (O Cortiço e Sertão Sem Fim) que contribuíram para o entendimento desta relação entre o homem urbano e o sertanejo e b) levantamento de dados estatísticos, em pesquisas documentais sobre a migração no Brasil.

Material e Métodos

Dentre os procedimentos metodológicos serão utilizados: a) pesquisa teórica sobre as duas obras citadas (O Cortiço e Sertão Sem Fim) que contribuíram para o entendimento desta relação entre o homem urbano e o sertanejo e b) levantamento de dados estatísticos, em pesquisas documentais sobre a migração no Brasil.

Resultados

A análise da paisagem permite-nos verificar as diferentes dinâmicas concernentes ao funcionamento das sociedades, pois ela revela ou omite informações, de forma a denunciar as características econômicas, políticas e culturais que estruturam o processo de formação e organização do espaço social. Assim, o espaço não é nem uma coisa, nem um sistema de coisas, e sim uma realidade relacional. É por isso que não é possível defini-lo sem relacioná-lo com outras realidades, isto é, a natureza e a sociedade, mediatizadas pelo trabalho.

Discussão

Paisagem urbana como elemento em foco

Existem vários elementos conceituais sobre os quais nós podemos melhor observar e compreender o espaço geográfico e suas inúmeras formas de análise. Um dos elementos mais importantes nesse ínterim é o conceito de paisagem, que representa um dos aspectos mais notórios e necessários para a compreensão do mundo em que vivemos.

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A paisagem é – como afirma Tuan (2012) – os aspectos perceptíveis do espaço geográfico, isto é, a forma como compreendemos o mundo a partir de nossos sentidos, tais como a visão, o olfato, o paladar, entre outros. É claro que a visão é, geralmente, o mais importante dos sentidos quando falamos em compreensão da paisagem, porém não é o único, de forma que podemos perceber o espaço também pelos seus cheiros, sons, sabores e aspectos externos. Paisagem é um termo subjetivo, ou seja, está ligado ao que vemos, como ressalta muito bem Bertrand:

Paisagem é um têrmo (sic) pouco usado e impreciso, e por isto mesmo. Cômodo, que cada um utiliza a seu bel prazer, na maior parte das vêzes (sic) anexando um qualificativo de restrição que altera seu sentido (“paisagem vegetal”, etc.) (BERTRAND, 2004).

A análise da paisagem permite-nos verificar as diferentes dinâmicas concernentes ao funcionamento das sociedades, pois ela revela ou omite informações, de forma a denunciar as características econômicas, políticas e culturais que estruturam o processo de formação e organização do espaço social. Afinal de contas, o espaço geográfico é o resultado de uma complexa interação entre sociedade e a sua paisagem. Isto é bem sinalizado nas palavras de Rosendahl, 2004:

O registro geográfico deixa de considerar que os homens são independentes do meio onde se encontram: eles só podem existir nos meios geográficos com os quais mantêm relação mais complexas do que até então se pensava (ROSENDAHL, 2004).

É interessante observar que as paisagens apresentam aspectos e elementos referentes ao presente e ao passado, que muitas vezes convivem em um mesmo espaço. Se observarmos, por exemplo, a paisagem de uma cidade histórica, podemos notar elementos do passado que foram conservados em conjunto com aspectos do presente ou que surgiram em tempos mais recentes. Assim, é possível comparar essas paisagens do urbano com o rural e observar ao menos algumas de suas principais características, como a sua arquitetura, estilos culturais, a vegetação, a geomorfologia e outros.

Também é comum nos referirmos à paisagem quando relatamos algo, quando queremos situar um determinado acontecimento ou ainda quando esta nos remete a uma lembrança. Assim sendo, torna-se importante entender o que é a paisagem e em que ela se difere do espaço. Podemos conceituar paisagem fundamentando nas sábias palavras de Bertrand, 2004:

Como sendo uma determinada porção do espaço, resultado de uma combinação dinâmica, mas instável, que é composta de elementos físicos,

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biológicos e antrópicos no qual reagem dialeticamente, uns sobre os outros, e fazem a paisagem indissociável, sendo um único conjunto que está em constante evolução (BERTRAND, 2004).

Desta forma faz jus estudar as duas obras literárias dentro desse conceito de paisagem associada à classificação segundo a síntese da paisagem, adotada por Bertrand 2004, em unidade de paisagem inferior e subunidade de geofácies para o Cortiço e em unidade de paisagem superior e subunidade de domínio para Sertão sem fim. Partimos desta observação visto que aquela obra se limita a um à uma rua perto de uma pedreira no centro urbano, enquanto esta se localiza numa extensa área de acometimento estendendo não só no sertão goiano, mas a todos os sertões do país.

Podemos observar em “O Cortiço”, que essa noção de tempo é trabalhada de maneira linear, com princípio, meio e desfecho da narrativa. A história se desenrola no Brasil do século XIX, sem precisão de datas. Há, portanto, que ressaltar a relação do tempo com o desenvolvimento do cortiço e com o enriquecimento de João Romão. O espaço em que ocorre a narrativa é o espaço urbano, mais precisamente no cortiço e na casa do Miranda, o que já possibilita uma diferenciação de classes sociais.

Num primeiro fragmento desta obra, relato a descrição do personagem de João Romão. A história dá detalhes da ambição do mesmo que se aproveita do trabalho de Bertoleza para levar suas intenções a cabo. Nota-se que o desejo de enriquecer de João Romão é tratado como um propósito que pode ser considerado exagerado, pois age de forma desonesta e desumana, inclusive consigo mesmo, para atingir o que tanto almeja.

“João Romão foi, dos treze aos vinte e cinco anos, empregado de um vendeiro que enriqueceu entre as quatro paredes de uma suja e obscura taverna nos refolhos do bairro do Botafogo; e tanto economizou do pouco que ganhara nessa dúzia de anos, que, ao retira-se o patrão para a terra, lhe deixou, em pagamento de ordenados vencidos, nem só a venda com o que estava dentro, como ainda um conto e quinhentos em dinheiro” [...] p.7

“Proprietário estabelecido por sua conta, o rapaz atirou-se à labutação ainda com mais ardor, possuindo-se de tal delírio de enriquecer, que afrontava resignadas as mais duras privações. Dormia sobre o balcão da própria venda, em cima de uma esteira, fazendo travesseiro de um saco de estopa cheio de palha” [...] p. 7

A história de sertão sem fim é contada em um livro composto por onze contos e uma novela, todos marcados por um forte traço regionalista. Conforme o título já indica, nesses contos o sertão é descrito como um lugar com temporalidade própria e

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geograficamente ilimitado, ou seja, um lugar sem fim. Essa região também é sem fim porque abre um leque infindável de possibilidades para que o autor construa suas narrativas e movimente seus personagens. É um ambiente que, apesar de inóspito, árido e selvagem, revela-se cheio de surpresas e encantos, assim como seus habitantes.

O retrato representado pela obra o Sertão sem fim, observamos a preservação da honra familiar como tema central. Enquanto no Cortiço João Romão revela a necessidade de crescer financeira, independe dos meios, legais ou ilegais, revelando uma imensa desonestidade do seu tempo.

Em “Paciência de goiano”, Seu Ingrácio e Dona Romualda desesperam-se ao, ver Alvarino adentrando sua propriedade. Alvarino é um peão namorador que se apaixonara por Conceição, filha de Ingrácio. Os pais da moça não aprovavam o namoro, e, por isso, o rapaz anunciou que a buscaria para morar consigo mesmo sem o consentimento deles. Em lugar onde a honra vale mais que um vintém, na maioria das vezes leva a reações bem violenta, a qual vem representar a honra desejada, fato este representado no trecho:

Os tiros, um após o outro, reboaram beirada de serra abaixo, serra afora, e responderam um por sua vez, lá, bem longe, no campo, assim crescendo e sumindo, como onda mansa do Paranaíba [...] p. 20.

Por ocasião dos tiros, Alvarino recebeu o primeiro debaixo do braço, e, virando-se na ânsia da defesa, levou o outro em cima da maminha esquerda, de baixo pra cima [...] p. 20.

Como podemos perceber nestes relatos, há presença de dois lugares e atitudes antagônicas com hábitos e costumes diferentes, pois em cada caso, os personagens trazem consigo uma bagagem de experiência e costumes que lhe é peculiar frente aos registros feitos durante suas vivências, que segundo Tuan, 2012:

A experiência está voltada para o mundo exterior. Ver e pensar claramente vão além do eu... A experiência tem uma conotação de passividade; a palavra sugere o que uma pessoa tem suportado ou sofrido... A experiência implica a capacidade de aprender a partir da própria vivência (TUAN, 2012)

Assim, para ratificar a percepção da paisagem que se interpõe entre o mundo real e o comportamento humano se faz necessário uma filtragem dos conhecimentos que trazemos de nossa vivência para podermos fazer uma dileção sobre algo que desejamos concretizar. Esta visão pode ser encontrada em alguns trechos nas obras estudadas quando se trata ao respeito e desvalorização da mulher, comum nas duas

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obras, porém com ênfase divergente no Cortiço, João Romão mostra sua ambição de ficar rico contando com ajuda dos conhecimentos que Bertoleza trazia consigo.

“João Romão não saía nunca a passeio, nem ia à missa aos domingos; tudo o que rendia a sua venda e mais a quitanda seguia direitinho para a caixa econômica e daí então para o banco. Tanto assim, que um ano depois da aquisição da crioula, indo em hasta pública algumas braças de terra situadas ao fundo da taverna, arrematou-as logo e tratou, sem perda de tempo, de construir três casinhas de porta e janela” [...] p. 9

“Que milagres de esperteza e de economia não realizou ele nessa construção! Servia de pedreiro, amassava e carregava barro, quebrava pedra; pedra, que o velhaco, fora de horas, junto com a amiga, furtavam à pedreira do fundo, da mesma forma que subtraíam o material das casas em obra que havia por ali perto”[...] p. 9

E no Sertão sem fim, o que observamos nos contos “A mulher do Elpídio” e “No garimpo” tratam de assédios a mulheres casadas.

“As mulheres, senhoras casadas do patrimônio, sempre são importunadas pelas ofertas excusas do sêo Elesbão. Na maioria das vêzes a coisa sai pela culatra, porque a dona sobe a serra e ameaça-o de contar ao marido” [...] p.25.

No primeiro, Elesbão, senhor de meia-idade, faz uma proposta indecente a Tianinha, esposa de Elpídio. Ela mostra-se muito esperta ao colocar seu Elesbão em maus lençóis, sugerindo que ele fizesse a proposta ao marido, que estava chegando.

Tianinha contou:

- sêo Elesbão achou que tudo que você possui Elpídio, é de muita estimação.... porisso êle me ofereceu duzentos mil réis... Ora, o quê!... então tu não vende a égua?! – perguntou, com a cara mais lambida deste mundo.

No segundo, Maria dá abrigo a um viajante, chamado Eduardo, enquanto seu esposo, Josino, estava trabalhando no garimpo. Ao contrário de Tianinha, Maria não age como uma esposa fiel e trai Josino.

“Vendo a alegria, aquela satisfação do companheiro, não sentia remorsos por tê-lo traído. Até mantinha esperanças de encontrar-se, ainda, com Eduardo: aquilo sim que deixou saudades”. [...] p.161.

Espaço dicotômico entre urbano e sertão

O espaço e as categorias a ele possíveis de interpretação contém elementos importantes para significar o texto literário, por isso me proponho a discutir

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categorias geográficas que considero significativas no contexto das Literaturas. Desta forma, trato, em um primeiro momento, do espaço tanto rural como urbano, tendo em vista as obras literárias que estudo neste texto dissertativo - “O Cortiço” de Aluísio Azevedo e “Sertão Sem Fim” de Bariani Ortêncio.

Considerando que a primeira narrativa se dá no espaço urbano e a segunda no espaço rural, acreditando ser pertinente trazer estes conceitos para melhor situar as obras e desenvolver as análises, uma vez que estas têm uma narrativa em que espaço se faz presente.

A Geografia se caracteriza por estudar o espaço, contudo, isto não implica que o estudo se dê apenas sobre objetos fixos ou móveis, mas também sobre os sujeitos e suas ações. Baseados, nessas considerações, busco entender melhor o espaço, como também outras categorias que dele podem ser depreendidas, segundo Santos (2006):

O espaço não é nem uma coisa, nem um sistema de coisas, e sim uma realidade relacional. É por isso que não é possível defini-lo sem relacioná-lo com outras realidades, isto é, a natureza e a sociedade, mediatizadas pelo trabalho. Desta forma, é impossível pensar o espaço sem a sociedade que o movimenta, que interage com ele (SANTOS, 2006).

Nessa primeira observação da presença do espaço na obra de Aluísio Azevedo que uniu no “O Cortiço” grupos humanos em um único coletivo, figura 1. Nesse espaço foram descritos tipos sociais, só que esses tipos apenas manifestavam-se como uma consequência do meio em que vive, afinal, o grande personagem dessa história é na verdade a soma de tudo, ou seja, o cortiço.

A descrição do cortiço é feita como se faz com qualquer outro personagem, isto é, minuciosamente, o que me leva a entendê-lo como um dos personagens do romance, senão um dos mais importantes.

“E aquilo se foi constituindo numa grande lavandeira, agitada e barulhenta, com as suas cercas de varas, as suas hortaliças verdejantes e os seus jardinzinhos de três e quatro palmos, que apareciam como manchas alegres por entre a negrura das limosas tinas transbordantes e o revérbero das claras barracas de algodão cru, armados sobre os lustrosos bancos de lavar. E os gotejantes jiraus, cobertos de roupa molhada, cintilavam ao sol, que nem lagos de metal branco” [...] p. 15.

E a Geografia como ciência social tem preocupação em estudar o espaço e suas relações. Não é o espaço, portando, como nas definições clássicas de geografia, o resultado de uma interação entre o homem e a natureza bruta, nem sequer um amálgama forma pela sociedade de hoje e o meio ambiente.

O espaço deve ser considerado com um conjunto indissociável de que participam de um lado, certo arranjo de objetos geográficos, objetos naturais

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e objetos sociais, e, de outro, a vida que os preenche e os anima, seja a sociedade em movimento (SANTOS, 2006).

Figura 1: Cortiço na Rua Visconde do Rio Branco, Rio de Janeiro, 1906. Disponível em: <http://.educacao.vol.com.br/portugues/cortiço-azevedo.htm>. Acesso em: 05 de Março de2018 Já na obra “Sertão sem fim”, o autor trabalha, mesmo de forma inconsciente a noção de espaço quando delimita o fato ocorrido em uma chácara, história acontecida no conto “O menino, o cão e... o espanhol” narra a amizade entre Clemente e Capitán, cão de propriedade do espanhol Diogo. O espanhol tinha uma chácara com duas dezenas de pés de tangerina. Ninguém ousava roubar as frutas, pois eram vigiadas por Capitán.

“A chácara do espanhol ficava tangente à cidade. Cidade pequena, subdesenvolvida, como as demais que ficam às margens das estradas de ferro do centro-oeste do país. A chácara, como era chamada, não passava de um enorme quintal de um quarteirão quadrado.” [...] p.115.

Observamos que nestas obras o pensar urbano e o rural é pensar o lugar onde a vida acontece, mas também nas transformações que ambos veem enfrentando. No urbano a infraestrutura criada pelo homem, no rural um pouco mais de contato com a natureza, mas nem tanto, porque a tecnologia já chegou até lá. Para Santos (2006), durante alguns séculos a interação entre campo e cidade se dava mutuamente, mas devido a alguns processos como as grandes navegações e a revolução industrial, que deram início a evolução tecnológica, não é mais possível continuarmos com os mesmos conceitos. As relações cidade campo se modificaram. Nas próximas descrições é possível percebermos o crescimento da cidade que rapidamente estava sendo povoada, o que mostra a rapidez da urbanização que se expandia sem planejamento. O surgimento do cortiço facilitou as acomodações dos

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trabalhadores que povoavam o local. Como já foi dito anteriormente são dois os espaços explorados na obra, o sobrado de Miranda e o cortiço. Este último era um amontoado de casebres mal-arranjados, onde os pobres vivem.

Neste espaço está representada a mistura de raças, e a promiscuidade das classes baixas. O cortiço funciona como um organismo vivo. Junto ao cortiço está também a pedreira e a taberna de João Romão. Esta última era quem abastecia os moradores do cortiço o que significava um alto rendimento para João Romão.

“Entretanto, a rua lá fora povoava-se de um modo admirável. Construíam-se mal, porém muito; surgiam chalés e casinhas da noite para o dia; subiam os aluguéis; as propriedades dobravam de valor” [...] p. 14

“Não obstante, as casinhas do cortiço, a proporção que se atamancavam, enchiam-se logo, sem mesmo dar tempo a que as tintas secassem. Havia grande avidez em alugá-las; aquele era o melhor ponto do bairro para a gente do trabalho. Os empregados da pedreira preferiam todos morar lá,

porque ficavam a dois passos da obrigação” [...] p. 14

Enquanto no Sertão sem fim, observamos que aquele mundo pouco evoluiu, mantendo ainda uma crendice nos trabalhos de benzedores de fazenda, com o objetivo de manter uma cultura arraigada de misticismo, por um lado e domínio do coronelismo por outro lado, mostrando que a educação e o marco primordial para a transformação da cultura, figura 2.

Figura 2: https://noticias.uol.com.br/album/2012/05/15/veja-imagens-da-seca-no-nordeste.htm#fotoNav=34. Acesso em: 05 de março de 2018

“Benzedor de cobras” é um conto que se destaca dentre os outros. Ele traz a história de um sujeito enigmático chamado Francisco, que benze fazendas cheias de cobras, “mandando-as embora”. Por conta de um mal-entendido, Chico Benzedor foi procurado pelos jagunços de João Galdino, fazendeiro famoso por sua perversidade.

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O confronto entre o coronel e o benzedor explicita duas formas diferentes de poder e, logo, dois sistemas de educação.

“Aqui é o lugar; não pode escapar! Vocês toma cuidado com o homem que êle é feiticeiro, hein negrada! Se êle fizer uma reza lá dele, é bem capaz de sumir aí no limpo, nos olhos da gente, feito cadorna no pasto limpo.” [...] p. 132

Assim o espaço geográfico é concebido, como um produto social e histórico que

permite analisar a realidade em sua dimensão material e em sua representação. A Geografia busca, pois, ter um olhar mais integrador e aberto às contribuições de outras áreas da ciência, um olhar mais compreensivo, mais sensível ao senso comum, ou seja, ao sentido atribuído pelas pessoas as suas práticas, interação bem lembrado como explica nosso colega Antônio Carlos Robert Moraes em seu livro Geografia – Pequena História Crítica;

A ideia de que a Geografia é uma ciência de síntese provém de E. Kant, segundo o qual, existiam “duas classes de ciências: as especulativas, apoiadas na razão e as empíricas, apoiadas na observação. Entre estas últimas haveria duas disciplinas de síntese. A Antropologia, síntese dos conhecimentos relativos ao homem e a Geografia, síntese dos conhecimentos relativos à natureza” (MORAES, 1983).

A Geografia lida com conhecimentos sobre o espaço na tentativa de desenvolver o raciocínio espacial, que se entende ser necessário ao exercício da cidadania, uma vez que é uma dimensão da realidade. Todavia, uma das formas de contribuir com o raciocínio espacial seria através de conceitos, os quais aconteceriam através de processos de construção de instrumentos simbólicos que ajudam na relação do sujeito com o mundo.

Lugar onde as relações acontecem

O estudo do lugar é de extrema importância, pois embora possamos falar que o mundo é global, é no lugar que as relações acontecem, é nele que o homem vive e se constitui. Estudar e compreender o lugar para Callai (2009) significa entender o que acontece no espaço onde se vive para além de suas condições naturais ou humanas. O espaço construído é resultado da história das pessoas, dos grupos que nela vivem, como trabalham, se alimentam e usufruem do lazer. Isto resgata a identidade, e neste processo, é muito importante reconhecer os vínculos afetivos que ligam as pessoas aos lugares.

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Compreender o lugar em que vive, permite ao sujeito conhecer a sua história e conseguir entender as coisas que ali acontecem. Nenhum lugar é neutro, pelo contrário, é repleto de história e com pessoas historicamente situadas num tempo e num espaço.

Nos próximos fragmentos o autor trata o cortiço como um organismo vivo que cresce e expande suas raízes aumentando as forças daninhas de maneira a atingir o caráter de quem habita o seu interior. O que me remete a pensar sobre o lugar. O cortiço só tem vida por que as pessoas o habitam, são elas que o movimentam. O lugar/cortiço é o palco dos acontecimentos. Desta forma, baseado em Santos, (2006) pode-se inferir que “é o lugar que oferece ao movimento do mundo a possibilidade de sua realização mais eficaz”.

Contudo, a força do lugar pode fazer com que não seja apenas palco, mas também sujeito que interfere na vida das pessoas que ali habitam, e coloca possibilidades e dificuldades.

“E naquela terra encharcada e fumegante, naquela umidade quente e lodosa, começou a minhocar, a esfervilhar, a crescer, um mundo, uma coisa viva, uma geração, que parecia brotar espontânea, ali mesmo, daquele lameiro, e multiplicar-se como larva no esterco” [...] p. 15

“Durante dois anos o cortiço prosperou de dia para dia, ganhando forças, socando-se de gente. E ao lado o Miranda assustava-se, inquieto com aquela exuberância brutal de vida, aterrado defronte daquela floresta implacável que lhe crescia junto da casa, por debaixo das janelas, e cujas raízes, piores e mais grossas do que serpentes, minavam por toda a parte, ameaçando rebentar o chão em torno dela, rachando o solo e abalando tudo” [...] p. 15

O lugar é uma categoria que se torna peculiar para cada sujeito por conter elementos que lhe fazem sentido, e por isso, são relevantes nas decisões que tomam nas suas vidas. “O lugar é autêntico porque é o espaço do vivenciado ontem ou hoje, mas com a particularidade de ter identificação e pertencimento com a pessoa” (ANDREIS, 2009).

No livro Sertão sem fim está o sertão de terra dura, ocre, agreste, banhado pelo sol escaldante, de estradas empoeiradas, lajedos e pedras calcinadas. A pobreza, fome, seca, fadiga, o amor e o sangue, a possessão das terras, as lutas pelas cabras e carneiros, a vida e a morte, tudo que é elementar no homem está presente na primeira segunda-feira de Agosto.

“O sêo Prudêncio é um homem de cheirar e guardar. Muito caridoso e progressista. É o único que possui um carinho de animal. Uma vez por semana vai à cidade, três léguas dali, levar alguns produtos de sua colheita: amendoim, batata doce, uma meia carguinha de fumo e, de vez em quando, uma mandioquinha. Volta sempre no dia seguinte, depois de pousar na casa do compadre Firmino,

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homem que fica com os seus trens, pois toca uma pequena frutaria. O sêo Prudêncio volta com querosene, sal, doce e, alguma vez, por que não, com algum pedaço de tecido para a mulher, para os filhos.” [...] p. 166.

E ainda, baseado em Santos, (2006) pode-se inferir que “é o lugar que oferece ao movimento do mundo a possibilidade de sua realização mais eficaz. Para se tornar espaço, o Mundo depende das virtualidades do Lugar. Nesse sentido pode-se dizer que, localmente, o espaço territorial age como norma”. Em meio às questões referentes ao lugar, ressalto a identidade que diz respeito à subjetividade do lugar, e mais propriamente as experiências vividas no cotidiano.

Quero chamar a atenção para a identidade, pois essa relação está presente nas obras literárias que são estudadas. A identidade é um fenômeno relacional, seu aparecimento se dá na interação entre os indivíduos com os lugares, as formas de vida e os modos de expressão. O indivíduo vai se identificando com o lugar e adquire um sentimento de pertencimento que é construído com a familiaridade, a afetividade que tem com o lugar.

Portanto, é notável que os dois mundos presentes na obra, o cortiço e o sobrado se distanciam. Pois, enquanto João Romão deseja ter o reconhecimento social e aristocrático do vizinho, este por sua vez, inveja o fato de João Romão ter se tornado rico sem precisar se sujeitar a hipocrisia social. A revolta de Miranda é pelo fato de sofrer calado com a traição de sua esposa, visto que o que possuí é referente ao dote trazido por ela. O que permite refletir sobre o quanto a sociedade é hipócrita e o quanto o homem está preso a ela, uma vez que Miranda se mantém no casamento mesmo sendo traído para não perder os bens e a imagem social. Mais uma forte presença da influência do meio, pois Miranda para não perder sua condição social prefere abrir mãos dos valores pessoais.

“Tinha inveja do outro, daquele outro português que fizera fortuna, sem precisar roer nenhum cifre; daquele outro que, para ser mais rico três vezes do que ele, não teve de casar com a filha do patrão ou com a bastarda de algum fazendeiro freguês da casa!” [... ] p. 16

“... Aquele animal que se alimentava pior que os cães, para pôr de parte tudo, que ganhava ou extorquia; aquele ente atrofiado pela cobiça e que parecia ter se abdicado dos seus privilégios e sentimentos de homem; aquele desgraçado, que nunca jamais amara senão o dinheiro, inveja agora

o Miranda”[...] p 75“... A casa do Miranda estava em preparos de festa. Lia-se no “Jornal do

Comércio” que Sua Excelência fora agraciado pelo governo português com o título de Barão do Feixal; e como os seus amigos se achassem prevenidos para ir cumprimentá-lo no domingo, o negociante dispunha a recebê-los condignamente” [...] p. 7

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A noção de lugar, embora sendo obra de imaginação e criação literária, contém uma verdade que pode estar além daquela advinda da observação do registro sistemático dos fatos. Esta capacidade ambígua encontrada na Literatura nasce de um reconhecimento de que a verdade do mundo seria além da imaginação dada por geógrafos. Não se trata de substituir a análise científica pela artística, mas permitir novas maneiras de interpretação, além de reconhecê-la como enriquecimento. Finalizando, observa que a obra de Aluísio Azevedo reitera o valor que o ser humano tem na sociedade que é medido pelo dinheiro e em que o caráter é secundário para não dizer insignificante. Ao mesmo tempo em que Bertoleza percebendo que fora enganada desespera-se e comete suicídio, João Romão recebe em sua nova residência uma comissão de abolicionistas que o prestigiavam com o diploma de sócio benemérito.

Na obra “O Cortiço” “a análise da sociedade e dos caracteres individuais é feita de “fora para dentro”; a tendência dos personagens e de se simplificarem, pois são “utilizados” como marionetes, pacientes dos fatores históricos, sociais e biológicos que determinam suas ações, sentimentos e reflexões” caracteres observado em (SILVA, 2010).

“Atravessaram o armazém, depois um pequeno corredor que dava para um pátio calçado, chegaram finalmente à cozinha. Bertoleza, que havia já feito subir o jantar dos caixeiros, estava de cócoras, no chão, escamando peixe, para a ceia do seu homem, quando viu parar defronte dela aquele grupo sinistro” [...] p. 155

“Bertoleza então, erguendo-se com ímpeto de anta bravia, recuo de um salto e, antes que alguém conseguisse alcançá-lo, já de um só golpe certeiro e fundo rasgara o ventre de lado a lado” [...] p. 155 “Nesse momento parava à porta da rua uma carruagem. Era uma comissão de abolicionistas que vinha, de casaca, trazer-lhe respeitosamente o diploma de sócio benemérito” [...] p. 155

Enquanto, na obra Sertão sem fim, a sua leitura também se revela de extrema importância para todos que se preocupam com a educação, pois a literatura regional é um caminho bastante produtivo para se conhecer a realidade já que promove uma integração natural entre o real e o imaginário. Esse conhecimento sobre a realidade que envolve os agentes do processo educativo se faz necessário em qualquer discussão séria sobre a educação e sobre a sua relação com a sociedade. Além disso, nos contos aparecem vários aspectos da educação, implícitos nas falas e silêncios sobre educação formal e nas situações de aprendizagem informal. O livro também nos possibilita compreender a origem de alguns tipos sociais presentes em

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nossa região e pode ser usado como instrumento didático-pedagógico de diversas formas.

“Casinha de beira de estrada, lá em cima do barranco. Casinha poética, baixinha, da altura dos seus pés de flores. Só lhe passam em altura as copas de mamoeiro da frente e das bananeiras do fundo. Em frente, pés de manjericão, de bico de papagaio, de crista de galo. Rasteiros, beijos e periquitos, cravos de defunto. Tudo isso plantado ao saber da mão jogada, nada ordenado.” [...] p.185.

O sertão de Bariani é um ambiente de representação dos infinitos aspectos educativos, ou seja, um lugar onde as questões educacionais florescem a todo o momento como uma educação sem fim.

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Bibliografia

ANDREIS, Adriana Maria. Da informação ao conhecimento: cotidiano, lugar e

paisagem na significação das aprendizagens geográficas na educação básica.

Dissertação (Mestrado em Educação nas Ciências) – Programa de Pós-Graduação em Educação nas Ciências, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do SUL, Ijuí: Unijui, 2009.

AZEVEDO Aluísio. O Cortiço. São Paulo: Ciranda Cultural, 2008.

BERTRAND, Georges. Paisagem e geografia física global. Curitiba, 2004

CALLAI, Helena Copetti. Estudar o lugar para compreender o mundo. In: CASTROGIOVANI, Antonio Carlos (org). Ensino de Geografia: práticas e

textualizações no cotidiano. Porto Alegre: Mediação, 2009, 7 ed. Cap 2. p 83- 134.

MARQUES, Mário Ozório. Escrever é preciso: o princípio da pesquisa. 5ª ed. rev. - Ijuí: Ed. Unijuí, 2006.

MORAES, Antônio Carlos Robert. Geografia: Pequena História Crítica, HUCITEC. São Paulo, 1986.

ORTÊNCIO Waldomiro. Bariani. Sertão sem fim: Contos. Rio de Janeiro, 1965.

ROSENDAHL, Zeny. & CORRÊA, Roberto Lobato. paisagens, textos e identidade. Eduerj. Rio de Janeiro, 2004.

SANTOS, Milton. Metamorfose do espaço habitado, fundamentos Teórico e

metodológico da geografia. Hucitec. São Paulo 1988.

TUAN, Yi Fu. Espaço e Lugar. A perspectiva da experiência. Difel. São Paulo, 2012.

Referências

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