DEPARTAMENTO
PRQGRAMA
DE
Pós-GRADUAÇÃO EM
ENGENHARIA
ELÉTRICA
DEFINIÇÃO
DE
PROCEDIMENTOSPARA LEVANTAMENTO
DE
PRODUTIVIDADE
E
EFICIÊNCIA
EM
SERVIÇOS DE
MANUTENÇÃO
DE
EQUIPAMENTOS ELETROMÉDICOS
-EEM
ERLON
DE
ROCCO
|=|.oR|ANÓPoL|s
1998
ERLON DE
ROCCO
DEFINIÇÃO
DE
PROCEDIMENTOS
PARA LEVANTAMENTO
DE
PRODUTIVIDADE
E
EFICIÊNCIA
EM
SERVIÇOS DE
MANUTENÇÃO
DE
EQUIPAMENTOS ELETROMÉDICOS
-EEM
Dissertação Apresentada
ao Programa de Pós-Graduação
em
Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Santa Catarina para aObtenção do Grau
de Mestre
em
Engenharia_
F|.oR|ANÓPoL|s
DEFINIÇÃO
DE
PROCEDIMENTOS
PARA LEVANTAMENTO
DE
PRODUTIVIDADE
E
EFICIÊNCIA
EM
SERVIÇOS
DE
MANUTENÇÃO
DE EQUIPAMENTOS ELETROMÉDICOS
-EEM
Esta dissertação foi julgadaade
. a para a obtençãodo
título de Mestre,especialidade
em
Engenhari 2 a e aprovadaem
sua forma final peloA
Programa de Pós
g çãoem
ngenharia Elétricai \ Pro' e ato a ' jeda, Dr.
P
QV
O
Prof. droaldo
RaI`|
PG
Coordenad
r dPós-graduaçalétrica
\
Banca
Examinadora: 'PROF.
RENAT
EDA,
Dr. (Presidente) Iç
A
×\
PROF.
FERNANDO
MENDES
DE
AZEVEDO,
Dr.Çš' I//Jvvf
AGRADECIMENTOS
A
minha
família, Reni, Naura,Eduardo
e a minha noiva Adriana, pelo apoio indispensávelem
todos os momentos.Ao
professor Renato Garcia Ojeda, pela oportunidade e orientação dada.Ao
pessoaldo NEC,
pelo ótimo convívio durante o desenvolvimento deste trabalho.A
todos os colegasque
ajudaram,de
forma sadia, paraque
estetrabalho se concretizasse,
em
especial,Wayne,
Carlos, Walter, Marcos,Cláudio, Joel, Ciro e Edileusa.
V
su|v|ÁRio
LISTA
DE
FIGURAS
... .. IXLISTA
DE
TABELAS
... ..X
LISTA
DE
SIGLAS
... .. XIRESUMO
... .. XIIABSTRACT
... ..XIII 1.INTRODUÇÃO
... ..1 1.1CONSIDERAÇÕES
PRELIMINARES
... ..1 1.2PROPOSTA DO TRABALHO
... ..3 1.2.1 Objetivo Geral ... ..3 1.2.2 Objetivos Específicos ... ..3 1.3JUSTIFICATIVAS
... ... ..4 1.4METODOLOGIA
... ..5 1.5oRGAN|zAÇÃo
Do
TRABALHO
... ..ô 2.INDICADORES
PARA MONITORAÇÃO DOS
SERVIÇOS DE
MANUTENÇÃO
...U7
24|NTRoDuÇÃo
...U7
2.1.1Resumo
Histórico sobreBenchmark
... ..82.1.2 Monitoração Através
de
Indicadores ... ..92.2
OBJETIVO
DOS
INDICADORES
... ..122.2.1 Monitorar
Operações
Internas ... ..132.2.2 Processo para Melhoria da Qualidade ... ..14
2.2.3
Comparações
Externas ... ._ 14 2.3CARACTERÍSTICAS
DE
UM
INDICADOR
... ..162.4
GERENCIAMENTO
DE
UM
INDICADOR
... .. 19z5REsuMo
... .. ....22
3.2
TIPOS
DE
MANUTENÇÃO
... ._3.2.1
Manutenção
Corretiva ... __3.2.2
Manutenção
Preventiva ... _.3.2.3
Manutenção
Preditiva ... _.3.3
PRINCIPAIS
ETAPAS
DA
MANUTENÇÃO
CORRETIVA..
3.3.1 Relato das Falhas ... _.
3.3.2 Inspeção no Local ... ._
3.3.3 Procedimento de Procura e Solução de Falhas ... _.
3.3.4
Manutenção
pela Assistência Técnica ... ._3.3.5 Testes
de
Desempenho
eSegurança
... ._3.4
PRINCIPAIS
ETAPAS
DA
MANUTENÇÃO
PREVENTI\I/A3.4.1 Inspeção Visual ... _.
3.4.2 Limpeza ... _.
3.4.3 Teste de
Desempenho
... _.3.4.4 Teste
de Segurança
... _.3.5
REGISTRO
DOS
SERVIÇOS
... ._3.6
EQUIPE
TÉCNICA
REQUERIDA
... ._3.7
HISTÓRICO
DA
MANUTENÇÃO
NO
HU/UFSC_..._\ ... ._3.8
RESUMO
... ._4.
TRATAMENTO
ESTATÍSTICO
DOS
DADOS
... ..4.1
INTRODUÇÃO
... _.4.2
COLETA
Dos
DADOS
... ._4.3
APURAÇÃO DOS DADOS
_______________________________________________ __4.4
APRESENTAÇÃO Dos DADOS
_____________________________________ __4.4.1 Apresentação Tabular _______ ... ._
4.4.2 Apresentação Gráfica __________________ ... __
4.5
ANÁLISE
E
INTERPRETAÇÃO
DOS
DADOS
... ._4.6
FORMAÇÃO
DE
UM
BANCO
DE
DADOS
... _.vii
5.
INDICADORES
DE
DESEMPENHO
PARA
EEC
... ..545.1
INTRODUÇÃO
... ..545.2
TIPOS
DE
INDICADORES
... ..545.2.1
Porcentagem de
Conclusãodo
Programa de Manutenção
... ..545.2.2
Tempo
de
Retorno ... ..555.2.3
Tempo
de
Resposta ... ..565.2.4
Tempo
Parado ... ..575.2.5
Tempo
Médio
paraReparo
... ..585.2.6 Reparos Repetidos ... ..58
5.2.7 Horas Trabalhadas por Unidade
do
Hospital ... ..595.2.8 Gasto Total por Unidade
do
Hospital ... ..6O 5.2.9Número
de
Ordens de
Serviço por Unidadedo
Hospital ... ..6O 5.2.10 Horas Trabalhadas porOrdens de
Serviço ... ..615.2.11
Ordens de
Serviço por Equipamentosque
SofreramManutenção
... ..615.2.12 Horas Trabalhadas por Equipamentos
que
SofreramManutenção
... ..625.2.13 Índice
de
FalhasComparado
com
Horasde
Serviço ... ..625.2.14 Custos
de
Serviço por Custosde
Aquisição ... ..645.2.15 Produtividade
do
Pessoal TécnicoUsando
Tarefas Padrão ... ..665.2.16 Horas Produtivas por Horas Disponíveis ... ..67
5.2.17
Tempo
Médio
entre Falhas ... ..685.3
PROPOSTA
DE
INDICADORES
PARA
MONITORAR OS
SERVIÇOS DE
MANUTENÇÃO
Do
NEC/Hu
... ..õ9 5.4RESUMO
... ..706.
RESULTADOS
... ..726.1
|NTRoDuçÃo
... ..726.2
RESULTADOS
coM
A
soL|c|TAÇÃo
DE
sERv|ço PRov|sÓR|A
... ..726.3
RESULTADOS
COM
A
NOVA
ORDEM
DE
SERVIÇO
... ..736.4
RESULTADOS OBTIDOS
COM
OS
INDICADORES
... ..756.4.1 Porcentagem
de
Conclusãodo Programa de Manutenção
... ..766.4.2 Horas Trabalhadas por Unidade
do
Hospital eNúmero
deOrdens de
Serviço por Unidade do Hospital ... ..806.4.3 Horas Trabalhadas por
Ordens de
Serviço ... ..826.5
RESUMO
... ..831.
D|scussÃo
E
coNcLusÃo
... ..s4 7.1-PROPOSTA
PARA TRABALHOS
FUTUROS
... ..89ANEXO
A
-NOVA
ORDEM
DE
SERVIÇO
... ..91ANEXO
B
-'NOVA
SOLICITAÇÃO
DE SERVIÇO
... ..93ANEXO
C
-ANTIGA
ORDEM
DE
SERVIÇO
... ..95BIBLIOGRAFIA
... ..97ix
LISTA
DE FIGURAS
Figura 2.1 - Monitoração através
de
indicadores. ..._. 10
Figura 2.2 - Processo
de
gerenciamento deum
indicador (Autio,1995)... ..2O
Figura 3.1 - Fluxograma
de manutenção
corretiva (Webster, 1979).... ..26
Figura 3.2 - Procedimento
de
procura e soluçãode
falhas (Webster,1979). ..31
Figura 4.1 -
Exemplo de
apresentação tabular. ... ..48Figura 4.2 -
Exemplo de
apresentação gráfica (Médiada Porcentagem de
Conclusão
do Programa de Manutenção
-MPCPM).
... ..49Figura 5.1 - Índice de falhas/equipamento versus horas/equipamento -
dados
de 26
hospitais (Cohen, 1995) ... ..64Figura 6.1 -
Média
da porcentagemde
conclusãodo
programade manutenção
-
MPCPM
-em
meses. ... ..77Figura 6.2 -
Média da
porcentagem de conclusãodo
programade manutenção
-MPCPM
-em
dias ... ..78Figura 6.3 -
Média da
porcentagem de conclusão do programade manutenção
-MPCPM
-em
dias (1° semestrede
1995).Tabe
Tabe
Tabe
Tabe
Tabe
Tabe
Tabe
LISTA
DE
TABELAS
a 2.1 - Características dos indicadores. ... .. 18
a 3.1 - Informações necessárias sobre o equipamento (Webster, 1979).37
a 3.2 -
Formação de
uma
equipe técnica (Simmons, 1988). ... ..4Oa 5.1 -
Razão de
custosde
serviço/custosde
aquisição (Cohen, 1995).66
a 6.1 - Diferença no
número de
ordensde
sen/iço. ... ..8Oa 6.2 - Horas Trabalhadas x
Ordens de
Serviço x Unidadedo
Hospital. 81xi
LISTA
DE
SIGLAS
BMET
- Biomedica/Equipment
TechnicianCC
- Centro CirúrgicoCNEN
-Comissão
Nacionalde
Engenharia NuclearDIMA
- Divisãode
MateriaisEC
- Engenharia ClínicaEEC
- Estruturade
Engenharia ClínicaGPEB
-Grupo de
Pesquisasem
Engenharia BiomédicaHU
- Hospital UniversitárioJCAH
- JointCommission on
Accreditation of HospitaisJCAHO
- JointCommission on
the Accreditation of HealthcareOrganizations ~
MPCPM
Médiada Porcentagem de
Conclusãodo Programa de
Manutenção
NEC
-_ Núcleo
de
Engenharia ClínicaPTC
- Laboratóriode
Patologia ClínicaTMEF
-Tempo
Médio
Entre FalhasRESUMO
Este trabalho descreve procedimentos'
de
auxílio voltados àsatividades
de
gerenciamentode manutenção
em
equipamentos eletromédicos,através
da
utilizaçãode
indicadoresde
referência. Inicialmente, são discutidosos propósitos acerca da utilização desses indicadores,
algumas
caracteristicasessenciais
que
estesdevem
apresentar; o processode
gerenciamento propriamente dito,bem
como
as etapasque
devem
ser previamente conhecidas, necessárias à realização dos procedimentosde
monitoração. Essas etapas são ainda subdivididasem
quatro categorias: manutenção,onde
são apresentados os tipos de
manutenção
mais executados entre os equipamentos eletromédicos, suas principais fases, a necessidadede
registroadequado
das informações,bem
como
os diversos niveis e categoriasdo
pessoal técnico inserido na estrutura
de
engenharia clínica; dados,onde
édiscutida a maneira na-qual os dados, provenientes
da
solicitação eordem de
serviço,
devem
ser processados atravésda
aplicação da Estatistica Descritiva;indicadores,
onde
são apresentados os principais indicadores, alémde
uma
proposta
de
quatro indicadores, consideradosadequados
às atividadesde
monitoração dos serviços
de manutenção no
Núcleode
Engenharia Clínicado
Hospital Universitário,quando
este era gerenciado peloGrupo de
Pesquisasem
Engenharia Biomédica. Por fim, são apresentados os resultados obtidosatravés da realimentação das informações dos indicadores, além das propostas
de
um
modelo de
ordem
e solicitaçãode
serviço, mais eficientessob
o pontode
vista operacional. _xiii
Definition
of
Procedures
forEvaluating
Productivity
and
Efficacy
inMaintenance
Services
of
Electromedical
Equipment
ABSTRACT
This work describes the use of
benchmarks
as aid procedures for maintenancemanagement
of electromedical equipments. Purposes for using benchmarks,some
essencial characteristics, themanagement
process, as wellas the stages that must
be
previoslyknown
in order to succeed in monitoring procedures, are also discussed.These
stages are divided into four categories:maintenance, data, indicators,
and
feedback. Regarding to maintenance, the mostcommon
types of maintenance of electromedical equipments, as well as the knowledge level of tecnical staff required is discussed.The
topic data, it isdiscussed the
way
of processing data from form serviceand
work order by using descritive statistics.The
main indicators are presented; also, a proposal of four indicators for monitoring maintenance activities is also introduced,according to the
needs
of the Núcleode
Engenharia Clínica of the HospitalUniversitário,
when
itwas managed
byGrupo de
Pesquisasem
EngenhariaBiomédica. Finally, are presented the results of the feedback activities
and
aproposal of a form service
and
work order model,more
effective formanagement
purposes.1.1
CONSIDERAÇÕES
PRELIMINARES
A
necessidadede
consertar equipamentos,de
formaque
fossem
mantidas as condições Ótimas
de
operação, passou a existirdesde
osurgimento das primeiras
máquinas
a vapor,no
século XVII (Ariza, 1989).Após
a Revolução industrial, no iníciodo
século XX, verificaram-se grandes avanços
da
tecnologia, principalmentecom
a criação do primeiromotor elétrico. Essas inovações tecnológicas
também
trouxeram intensas transformações na prática médica, mais acentuadamente após a ll GuerraMundial.
Mudanças
ocorreram nas áreasde
pesquisa,de
diagnóstico,de
tratamento e prevenção de
doenças
e na reabilitaçãode
pacientes.O
contínuoaumento
populacional e, conseqüentemente, o maior acesso _à assistênciamédica
também
exigiram rápidos avanços da ciência e da tecnologia.Com
isso, tornou-se impossível proporcionar
uma
assistência àsaúde
sem
uma
quantidade significativa
de
equipamentos, às vezes sofisticados ede
alto custo.. Frente a esse panorama, a
manutenção de
equipamentoseletromédicos tornou-se cada vez mais critica.
Além da
sua importânciaem
termos
de
reflexos diretos na qualidade dos serviços prestadosao
público, amanutenção
representauma
grande parcela nos custos diretos deum
hospital2
Diante desse contexto, engenheiros
começaram
a se envolverno
cenário clínico americano, por volta da
década de
60, a fimde
dar suportetecnológico ã problemática envolvida. Surgiu, então,
um
novoramo da
engenharia, a engenharia clínica, cuja principal preocupação,
no
início, era relacionadacom
a segurança dos pacientes; mais tarde, porém, surgiu a problemática dasmanutenções
inadequadas (Bronzino, 1992,apud
Beskow,1997).
No
Brasil, a engenharia clinica foi implantada mais tardecom
osobjetivos
de
diminuir os custoscom
amanutenção
ede
prolongar a vidados
equipamentos (Ariza, 1989).
Somente
a partir da'década de
1980, entretanto, passou-se a ter,em
nível internacional,uma
maior preocupaçãocom
a qualidadee
a eficiência namanutenção de
equipamentos eletromédicos. Para conseguirum
sistemade manutenção
eficiente ede
qualidade, Estruturasde
Engenharia Clínica -EEC
-passaram
a utilizaruma
poderosa ferramenta: os indicadoresde
referência, mais conhecidos
como
Benchmark,que
começaram
a fazer partedo
.sistema administrativoda manutenção
dentroda
assistência à saúde. Largamente utilizados na indústriacomo
estratégia competitivaem
práticasde
negócio, os indicadorestambém
passaram
a mostrar resultados interessantesna
manutenção de
equipamentos eletromédicos, fornecendouma
visão global1.2
PROPOSTA DO TRABALHO
1.2.1 V
Objetivo Geral
O
objetivo geral deste trabalho foi realizar estudos demétodos
que
permitam definir indicadoresde
produtividade e eficiência para monitorar os serviçosde manutenção
de equipamentos eletromédicosem
qualquerEEC.
1.2.2 Objetivos Específicos
Pretende-se, através da definição
de
indicadoresde
referência(Benchmark), monitorar o processo
de manutenção
no Núcleode
EngenhariaClínica -
NEC
-do
Hospital Universitário -HU
-de
Florianópolis - SC,no
decorrer
de
1997, períodode
desenvolvimentoda
pesquisa. Para isso, fazem-se necessários o estudo do processo
de
manutenção, a obtençãode dados
referentes a esse processo, a realizaçãode
um
tratamento estatístico para a apresentação dos dados, o usode
diversos indicadores para realizarreferências cruzadas e, por fim, a extração
de
resultados concretosdo
estudo proveniente dos indicadores paraque
se possa forneceruma
realimentaçãoao
NEC.
AVisa-se apresentar,
com
o trabalhode
pesquisa, os principaisindicadores utilizados atualmente na administração da manutenção, além
de
4
EEC,
as quais permitirão a melhoria dos serviços relacionadoscom
amanutenção de
equipamentos eletromédicos.1.3
JUSTIFICATIVAS
Considerando
que
o Brasil éum
paísem
pleno desenvolvimentoe
com
recursos limitados na áreada
saúde, amanutenção de
equipamentos eletromédicosmerece
atenção especial, pois, sebem
administrada, permiteum
controle maiorde
todos os gastos envolvidos na área.A
administração atravésde
indicadoresé
essencial para a sobrevivênciade
organizaçõescomo
asEEC, que
cuidamda manutenção de
equipamentos eletromédicos, e absolutamente necessária para
uma
administração efetiva.Com
indicadoresde
custo e qualidade, asEEC
podem
justificar seu
desempenho
num
nívelde
eficiência.Para isso,_é importante desenvolver
um
programade
indicadoresapropriados para documentar, monitorar e administrar os serviços
de
manutenção
aserem
fornecidos.Com
os indicadores, asEEC
poderão monitorar as operações internas, realizar processos para melhoriada
qualidade e, posteriormente, realizar
comparações
com
outras estruturas visando à melhoria de seudesempenho. É de
fundamental importância, então,que
todaEEC
possa quantificar seus serviçosem
termosde
qualidadee
reconhecimento
dos
custos envolvidos na manutenção.Toda
essa sistematização visa dotar oGrupo de
Pesquisaem
Engenharia Biomédica -GPEB
-de
conhecimentos necessários paraque
avaliação
adequados
também
permitirãoum
melhor planejamento euma
maior facilidadede
implementaçãode
programasde
engenharia clinica no país.1.4
METODOLOGIA
Visando atender aos objetivos
do
trabalho, procurou-se estudar,por meio de pesquisa
em
livros e artigos científicos, amanutenção que
envolve os equipamentos eletromédicos e os principais indicadores
que
são utilizados para monitorar este processo,como
formade
gerenciamento.Pesquisas
com
vários tiposde
indicadores,ou
seja, indicadoresde
custo,de
qualidade e a relação entre ambos,que
são indicadoresde
valor,permitiram
que
se globalizassem todos os pontosdo
gerenciamentoda
manutenção.
Um
envolvimento maior nas atividadesdo NEC,
ligadas à administração da manutenção, permitiumudanças
naordem
de serviçoutilizada no
HU
e
experimentos na solicitaçãode
serviço dessa instituição.Dessa
forma, conseguiu-se obterdados
essenciais para a formaçãode
determinados indicadores.
A
participaçãono
lFórum
Internacionalde
Tecnologiaem
Saúde,realizado
em
novembro de
1997,em
São
Paulo, propiciou grandes avançosna
pesquisa, principalmente na discussão
com
profissionaisde
outras instituiçõesdo
nosso país,como
o, Hospital Unimed,de
Sorocaba, os quais realizam programasde
gerenciamentoem
equipamentos eletromédicos nos moldesda
6
1.5
oRGAN|zAÇÃo
Do
TRABALHO
lEste trabalho encontra-se estruturado
em
sete capítulos,sendo
que, no segundo, apresenta-se a idéia das etapas
do
processode
monitoraçãoda manutenção
através de indicadoresde
referência, oque
determina a seqüência dos demais capítulos.Discutem-se, no terceiro capítulo, os principais tipos
de
manutenção
em
equipamentos eletromédicos, suas principais etapase a
necessidade
de
registro dos serviços fazendo-seum
histórico sobre amanutenção
noHU
e, no final, tecendo-se considerações sobre a formaçãode
uma
equipede
engenharia clínica.Na
seqüência, têm-sedesde
o processode
coleta dosdados da
solicitaçãode
serviço eda
ordem de
serviço até a apresentação e análise dos dados, alémde
fornecer-seum
tratamento estatístico indispensável dosdados
provenientesda
manutenção.No
quintocapítulo, encontram-se os principais indicadores utilizados atualmente para a monitoração dos serviços
de
manutenção, dando-se, a cadaum
deles, a definição, além dos principaisdados
para a sua formação.No
sexto capítulo, apresenta-se a última etapa do processode
monitoração,que
consisteem
mostrar os resultados provenientes da utilização
de
determinados indicadores.Por fim, encontram-se as conclusões relacionadas
ao
trabalho realizado e a propostade
trabalhos futuros nessa linha de pesquisa.2.1
INTRODUÇÃO
Toda
e qualquerEEC
que
realiza serviçosde manutenção
em
equipamentos eletromédicos
deve
sempre
preocupar-seem
manter seusserviços
num bom
nívelde
qualidade.Segundo
Stiefel (1991),uma
das
maiores razões para
que
o administradorde
uma
estrutura se interesseem
medir a qualidade
de
seus serviços, oubusque
melhorarum
sistema já existente, é a satisfaçãode
estar executandoum
negócio sadio.Nos
Estados Unidos,duas
grandes ênfases sãodadas nesse
sentido: a primeira é
dada
pela filosofia deDeming
em
Total QualityManagement
-TQM
-,que
relata o primeiro principioda
qualidade: “fazer direito na primeira vez”, oque
evita repetiçõesde
serviço,consumo
de tempo
excessivo para realizaçãode
um
serviçode manutenção
eum
mau
funcionamentodo
equipamento, perigoso devido àengano
ou omissão;uma
segunda
ênfase se dá sobre o controlede
qualidade e a segurançade
equipamentos na
Equipment Management,
seçãoda
JointCommission
on theAccreditation of Healthcare Organizations -
JCAHO
-,que
forneceuma
grandemotivação para os administradores.
Segundo
Autio (1995), aJCAHO
éuma
instituição responsável por verificar se os hospitais respeitam asnormas e
8
Embora
a inspeçãodo
.usuário seja reconhecidacomo
uma
importante e útil ferramenta para avaliar a qualidadeda manutenção de
equipamentos eletromédicos, ela
não
éuma
ferramentaque
oencaminha
para oBenchmark
(Cohen, 1995). Neste trabalho, serão utilizados indicadoresde
referência (Benchmark), os quaiscompõem
uma
ferramentaque
permite monitorar e avaliar as atividadesde manutenção
na engenharia clínica.Dessa
maneira, pode-se conhecer e comparar os verdadeiros custos
e
o realdesempenho
de
toda estrutura.2.1.1
Resumo
Histórico sobreBenchmark
Existem dois provérbios antigos
que ajudam
a esclarecerbem
o significadode
Benchmark.Um
deles datado ano 500
a. C. e -é atribuídoao
general chinês
Sun
Tzu,que
escreveu: “Se vocêconhece
seu inimigoe
conhece
a si próprio, entãonão
precisa temer o resultado das batalhas”.O
outro provérbio,
de
origem desconhecida, diz: “Ser o melhor dos melhores”(Pinto, 1993).
A
primeira manifestação formalde
Benchmark
surgiu nos Estados Unidos por voltade
1979, apresentada pelaempresa
Xerox (Camp, 1989,apud
Pinto, 1993). Esta foi interpretada, na época,como
sendo
uma
reação norte-americana aos japoneses, devido à crescente perdade mercado
porparte dos primeiros, tanto
em
nível interno quantono
externo (Pinto, 1993).Não
existe, no idioma português,um
termoque
expressecom
fidelidade o significado de Benchmark.
Uma
tradução aproximada, adotadaexcelência”,
que
tem, entretanto, o inconvenientede não
ser suficientemente abrangente, por restringir-se aosnúmeros ou
indicadores utilizados pelatécnica (Spendoiini, 1992,
apud
Ribeiro, 1996).2.1.2 Monitoração Através
de
indicadoresCom
as exigênciasdo
mercado
cada vez maiores,ou
seja,exigências na qualidade dos serviços, no
tempo de
retornodo
equipamento para a realizaçãode
sua função,no tempo de
resposta da equipe técnicaem
atender a
uma
chamada
de
serviço, asEEC
obrigam-se a buscar formas mais aprimoradasde
desenvolver e administrar seus serviços.O
usode
indicadoresé
umaforma
encontrada para monitorar os serviçosde manutenção
oferecidos poruma
EEC em um
determinado hospital ou noutro estabelecimentode
assistência àsaúde que
necessite desse tipode
sen/iços.O
usode
indicadores envolveum
longo processo,que
consisteem
avaliar oque
já existede
melhor,no
caso damanutenção de
equipamentoseletromédicos, e
que
servecomo
pontode
partida para novas descobertas.Além
disso, éum
processode
melhoramento contínuo, no qual as informaçõesinternas dos serviços
devem
ser reavaliadas e atualizadas constantemente.Com
a monitoração dos serviçosde manutenção
atravésde
indicadores, determinadas informações tornam-se disponíveis, como, por exemplo, otempo consumido
e o custo envolvidoem
cada serviço, possibilitando, então, a melhoriada
qualidade dos serviços por meio-de
avaliações,tomada
de decisões e implementaçãode
ações corretivas.Desse
modo, asEEC
podem
“visualizar” e quantificar seus serviços,sendo
possível10
representar através
de dados
estatísticos o resultadode
todo o processode
manutenção, tornando-o, assim, mais claro.
A
Figura 2.1 representaum
procedimentode
monitoração dosserviços
de manutenção
prestados poruma
EEC
aum
hospital, atravésdo
usode
indicadores.MANUTENÇÃO
(1)DADOS
(2)iND|cADo~REs
ia) ~ ' _REALIMENTAÇÃO
(4)REALIMENTACAO
(4)Figura 2.1 - Monitoração através
de
indicadores.Conforme
a Figura 2.1, existem, basicamente, quatro etapas aserem
conhecidasda
relaçãoEEC
- Hospitalem
todo o procedimentode
monitoração
da
manutenção. _o
Manutenção
-Abrange
o conhecimentodo
que
envolve amanutenção de
equipamentos eletromédicos,sendo
eles: o tipode manutenção que
éempregado
(corretiva, preventiva, preditivaou
os três);como
é realizada a manutenção, ou seja, as etapasfundamentais deste processo; o
espaço
físico disponível para o desenvolvimento dos serviços; a existênciade
equipamentosde
teste (multímetros, osciloscópios, equipamentosde
avaliaçãotecnológica, etc.); o
número
e o “tipo”de
pessoal envolvido(técnico, engenheiro, etc.) e seus níveis
de
treinamento e, porúltima, verificação da existência
de
registro dos serviços (solicitação de serviço eordem de
sen/iço). Neste último item, deve-se observar se todas as informações necessárias estão incluidas, pois são elasque
vão fornecer osdados
para a formação dos indicadores.e
119%
- Consiste na coleta dosdados
para a formação dosindicadores, os quais
devem
ser precisos e completos.Além
da
coleta,
um
banco de dados deve
ser formado, seja nocomputador
seja no papel.Com
o usode
sistemas computacionais,o
esforço requerido para análise émenor
e o nivelde
sofisticaçãodas
ferramentas analíticas
que
podem
ser usadas é maior (Autio,1995).
É
importante salientarque
denada
adianta coletardados
se estes
não
serão utilizados no processode
avaliação.o Indicadores -
É
a etapa da formação dos indicadores etambém
do
usode
vários deles, pois indicadores diferentespodem
ser necessáriosdependendo do
propósito final.Um
único indicadornão
é suficiente para fornecer todas as informações; assimmúltiplos indicadores são necessários para fornecer referências
cruzadas e verificação (Autio, 1995).
o Realimentação - Consiste
em
informar tanto àEEC
quantoao
hospital os resultados provenientes dos indicadores. Nesta etapa,
12
irão determinar os procedimentos
que
devem
ser tomados, por exemplo, o treinamentode
um
técnico.Este
mesmo
procedimento é utilizado para monitorar os serviçosde
manutenção
oferecido peloNEC, do Grupo de
Pesquisasem
Engenharia Biomédica,ao
Hospital Universitário eque
pode
também
serusado
para monitorar outras atividades, pois sabe-seque
amanutenção de
equipamentos eletromédicos ésomente
uma
das responsabilidades de administraçãotecnológica dentro
de
uma
EEC.
Avaliações antes da compra, investigaçãode
acidentes, avaliação tecnológica, etc.,também
fazem
partedo
dia-a-diado
pessoal técnico envolvido.2.2
OBJETIVO
DOS
lNDICADORES
O
usode
indicadores torna-se importante a partirda
decisãodas
estruturasde
engenharia clínicade
realizaremum
adequado
procedimentode
avaliação interna, ou seja, monitorarem e, principalmente, visualizarem todos
os custos envolvidos no processo de manutenção.
Além
disso,como
qualqueroutra organização, as
EEC
devem
se preocuparcom
a competitividade dossen/iços prestados; portanto, por meio de indicadores de referência, torna-se
possível
que
tais estruturasconheçam
suas condições paraque
possam
realizar
uma
posteriorcomparação
externa.Um
programade
indicadores apropriadospode
ser desenvolvido para documentar, monitorar e administrar os sen/iços aserem
fornecidos.Uma
vez
que
os indicadores efetivos são implementados, elespodem
serusados
operações internas, medindo, essencialmente, o
que é
feito ecomo
tudo éfeito internamente; no processo para melhoria
da
qualidade,no
qual indicadores são essenciais durante o processo, para monitorá-loe
paramelhorá-lo; nas
comparações
externas,quando
os administradoresde
engenharia clínica poderão comparar seus serviços
com
outras estruturas(Autio, 1995).
2.2.1 Monitorar
Operações
InternasA
monitoração de operações internas serve para determinaro
que
de melhorpode
ser aplicado internamente.Pode
ser monitorado odesempenho
deum
único técnico, deuma
equipe oude
todo o departamento envolvido na manutenção. Indicadorestambém podem
ser usados para forneceruma
avaliação exata e objetiva dos diferentes serviços fornecidos na estrutura. Indicadores típicos incluem registros simples da qualidadeou
nívelde
esforço para cada atividade, produtividade, percentagemde
tempo
gastodesempenhado
em
cada atividade,tempo
médio por tarefa, tarefasde
reparonão
completadasem
trinta dias, etc. (Autio, 1995).De
acordocom Cohen
(i995), pode-se realizar acomparação do
desempenho
de
qualidade e custoscom
odesempenho
prévio, visualizando ospróprios negócios. Instituições encarregadas
de
cuidados da saúde,como
recomendado
pelaJCAHO,
têm desenvolvido muitos programas de melhoriade
desempenho
que
monitoramuma
variedadede
parâmetros internos, tendências estatisticas e eventos sentinelas,que
sãocomparações
internas14
A
monitoraçãode
operações internas é a tarefa mais importante e aque
requermenor
esforço para a coletade
informações.Os
dados
dentroda
estrutura,
quando
registrados, deveriam estar disponíveis para qualquer processo de análise.2.2.2 Processo para Melhoria
da
QualidadeQuando
programasde
indicadores são usadosnum
processode
melhora
da
qualidade,um
passo adicional é necessário, ou seja, expectativasdevem
ser quantificadasem
termos dos indicadores utilizados. Juntamentecom
os indicadores,devem
ser estabelecidas expectativas (valores-limitedos
indicadores)
que
identificam as oportunidades para melhoriade
qualidadedos
serviços prestados.Os
valores-limite indicarão seo
programa está acimaou
abaixo,medindo
sucesso ou falha; assim, se ele estiver forado
limite aceitáveldo
indicador,um
problemapode
ser identificado. Indicadores para oaumento
de
qualidadepodem
ser, por exemplo,o
número de
reparos completados durante24
ou48
horas,o número de
chamadas
para reparo, onúmero de
defeitos causados por errosdo
operador, avaliação ou aceitaçãode novos
equipamentos, etc. (Autio, 1995).2.2.3
Comparações
ExternasO
indicadorusado
neste tipode comparação
é oBenchmark;
essa forma
é
altamente valiosa para muitos administradoresde
hospitais eIndicadores externos ou padrões
de
desempenho podem
identificar áreasde
atividade específicas
que
necessitamde
melhorias (Autio, 1995).Conforme
Camp
(1989),usando
Benchmark, as instituições poderão unir a visãoe
o entendimentode
seu interior e exteriorcom
a busca constante dos melhoresmétodos
ede
práticas inovadoras de negócios. Indicadoresde
referênciaou
Benchmark
têm
sido definidos como:J
O
processode comparação de
práticasde
negócioe
níveisde
desempenho
entrecompanhias
(ou divisões) paraganhar
novas visões
e
identificar oportunidades para obter melhorias (Cohen, 1995).Medições numéricas
de
desempenho
são necessárias paraque
sejam quantificadas as diferenças comparativas entre organizações, fornecendo a necessária direção para a aplicação dos recursos
de
administração.Se
acomparação de
desempenhos
numéricos fornece a visão, então o entendimentodo
processoque
mostra os resultados, internaou
externamente, propicia a clareza
em
termosda
identificaçãodo que
precisa sermudado
ede
como
fazê-lo (Cohen, 1995)._
Um
grande cuidado deve sertomado quando
se estabeleceum
indicador
de
referência ou Benchmark.Os
objetivos e responsabilidadesdos
programas de engenharia clínica variam largamente
de
um
hospital para outro; assim também, as equipes técnicas, oespaço ocupado
e os procedimentos para realizaçãoda manutenção
são diversos e medidosem
unidades diferentes. Simples estatísticas edados não
padronizados, como, por exemplo,16
indicadores
de
referência. Portanto, é impossível identificarum
únicoprograma
de
engenharia clinicaque
possa servircomo
referência para todos os outros programas, ou seja,pode
ser necessário desenvolver e utilizar indicadoresdiferentes para monitorar o processo
de manutenção
numa
determinadaestrutura
de
engenharia clínica (Baretich, 1992).Valendo-se
de
indicadores, asEEC
podem
realizarcomparações
com
organizaçõesque
desenvolvem omesmo
tipode
serviço e que'possuem
prestígio
no
mercado. Ocorre, porém,que
nem
sempre
essas organizações sedispõem
a fornecer informações sobre suas práticas.O
esforço, entretanto,pode
ser válido namedida
em
que
sepercebam
as deficiênciasda
própria estruturaem
relação àque
se está comparando.Outro cuidado
deve
sertomado quando
foremcomparados
serviçosde
departamentos de engenharia clínica localizadosem
instalaçõesdiferentes.
É
importanteque
a definição dos indicadores sejabem
entendida eque não
ocorram falhas no entendimento dos detalhese
naturezada
comparação, pois os resultados
podem
ser erradosou
mal interpretados.Indicadores para realizar
comparações
externaspodem
ser o custo por horade
trabalho, o custo por reparo, o custo total por reparo, a percentagemde
tempo
dedicado para cada reparo, etc. (Autio, 1995).2.3
CARACTERÍSTICAS
DE
UM
INDICADOR
Antes
de
utilizar qualquer indicadorde
Benchmark
na relatadamanutenção de
equipamentos eletromédicos, é fundamentalque
se definam suas características gerais.Um
indicador deve ser fácilde
entender, fácil paramedir, voltado para o processo
que
se deseja analisar ebem
definido. Paraque
um
indicador seja válido, ele deve medircom
precisão o conceitoque
deseja quantificar.
Na
Tabela 2.1, encontram-sealgumas
das principaiscaracterísticas
que
devem
ser consideradas na definiçãode
um
indicador(Cohen, 1995, e Paladini, 1994). Essas características são citadas
com
o objetivode
formar indicadores voltados para o processode
manutenção,mas
podem
ser utilizadas para monitorar outros processos.Indicadores
podem
ser categorizadoscomo
indicadoresde
qualidade e indicadores
de
custo. ldealmente, indicadoresde
qualidade,no
sistema
de
cuidadoda
saúde, focalizam resultadosdo
paciente.É
raro, entretanto,que
EEC
possam
ser mantidas diretamente responsáveis porresultados
do
paciente, ou seja, é muito mais provável tero
controledo
processo,
do que
indiretamente afetar os resultadosdo
paciente.Na
engenharia clínica, essa é
uma
áreaque
necessitade
maiores pesquisas antesque algum
conjunto padronizadode
sistemasde medida
da qualidade possa ser vastamente usado. Porém, alguns indicadoresde
qualidade válidospodem
ser utilizados, como, por exemplo,tempo de
retornodo
equipamento,tempo do
equipamento parado, etc. (Cohen, 1995).Quanto
aos indicadoresde
custo, eles se justificam pelos custos diretos do negócio realizado; são ferramentasque
já estão disponiveis paraserem
utilizadas dentroda
engenharia clínica. Alguns indicadores de custosão
18
. Tabela 2.1 - Características dos indicadores. .
~
r ~Caracteristica . Descriçao
~
ObjetivosDevem
ser mensuráveis e permitir o uso de escalascontínuas para
serem
medidos (numérica, por exemplo).Também
devem
ser reais,sem
distorção pela opinião, sentimento pessoalou
preconceito.Claros
Devem
ser perfeitamente compreensíveis.Precisos
Não devem
permitir duplicidade de interpretações,nem
podem
ser usadosde
forma diversaem
situações similares.
Bem
definidosDevem
facilitar a coleta dos dados.Deve
haveruma
precisa e consistente definição, prevendo múltiplos
coletores.
Viáveis
Não
sepode
requerer informaçõesque não
estãodisponíveis.
Representativos
Devem
refletir a verdadeira realidadedo
processo.Baseado
sobre atuaisconhecimentos
Significante pesquisa
acadêmica não
será requerida para desenvolver o indicador.Permitir rápida visualização do processo
Devem
ser resumidos,sem
perder a abrangência.Podem
ser usados gráficos, tabelas e outrosmodelos
de representação.
~
É
proposto, ainda,um
método
de integrar indicadoresde
custo eindicadores de qualidade
em
termosde
valor,como
descrito porCohen
(1995),(Valor = qualidade + custo) (2.1)
(Valor
=
-qualidade × minimizaçãode
custo) (2.2)Com
isso, o “Valor”aumenta na
proporção doaumento da
qualidade
ou da
diminuiçãodo
custo.É
útil monitorarum
indicadorde
qualidade e tentá-lo manter constante (se ele já está
num bom
nívelde
qualidade aceitável) enquanto decresce o custo.Um
verdadeiro -indicadorde
valor integrará custos
e
qualidade. ParaCohen
(1995), o índicede
falhaversus horas por equipamento
que
sofreu manutenção, ou índicede
falhaversus custo por equipamento
que
sofreu manutenção, éusado
como
indicadorde
valor.Como
os indicadoresde
qualidade ainda estãoem
desenvolvimento, os indicadoresde
valortambém
estão.2.4
GERENCIAMENTO
DE
UM
INDICADOR
Segundo
Autio (1995), o processo desenvolve, monitora, analisae gerencia indicadores
como
mostrado na Figura 2.2.Os
diferentespassos
nesse processo incluem a definição
do
indicador, o estabelecimentodo
limiar,a monitoração
do
indicador, a avaliaçãodo
indicador, a identificação das oportunidadesde
aperfeiçoamentoda
qualidade e a implementaçãodos
_l____
Definiro indicadorI
Estabelecer o limiar Monitoraro indicador A . Sim
Identificara oportunidade de melhoria de qualidade Implementar ` Dlano e acão Criar novo indicador? indicador Limiar excedido _ ou tendencias/ N30 padroes identificados?Ê-
Não Simo Definir o indicador -
O
indicador a ser monitoradodeve
sercuidadosamente definido; para isso, alguns termos específicos
são usados.
Também
se deve categorizar o indicador (evento sentinela, processoou
resultado, desejávelou
indesejável).O
objetivo para o indicadordeve
ser definido,bem
como
o quantoele será usado.
ø Estabelecer o limiar -
Um
limiar éum
ponto deum
dado
específico
que
identifica a necessidadede
o departamentoresponder ao indicador e determinar por
que
o limiar foi atingido.ø Monitorar o indicador -
Sendo
definido o indicador, osprocessos
de
aquisiçãode dados
identificam as fontesde dados
e os elementos destes. Indicadores múltiplos 'podem ser
usados
para a avaliação e a
comparação
cruzada.O
usode
uma
base
de
dados
computadorizada permiteo
acesso rápido dos dados, os quais,uma
vez reunidos,devem
ser apresentadosem
um
formatoadequado
para avaliação.É
importante a apresentação gráficados dados,
que
permiteuma
análise visual rápida dos Iimiares, tendências e padrões.o Avaliar o indicador - Este processo abrange a
comparação da
informação
com
limiares estabelecidos e a analise atravésde
algumas
tendênciasou
padrões.Uma
tendênciaé
a direção geralque
a mediçãodo
indicadortoma
sobreum
periodode
tempo,podendo
ser desejável ou indesejável; o padrão, por sua vez, é22
análise
do
padrão é freqüentemente acionadaquando
os Iimiaressão contraditos
ou
são identificadas tendências.Uma
informaçãoadicional
do
indicadortambém
é freqüentemente solicitada.Se
um
indicadorde
limiarnão
foi atingido,uma
açãopode
sernecessária.
O
departamentotambém
pode
concluir por melhorar o nivelde
desempenho
pelamudança
do
limiar. .o Identificar a oportunidade
de
aperfeiçoar a qualidade -Uma
oportunidade
de
aperfeiçoar a qualidade équando
um
indicadorde
limiar é alcançado,uma
tendência é identificadaou
um
padrãoé
reconhecido.o Implementar o plano de
ação
-Um
planode
ação é necessáriopara identificar
como
a soluçãodo
aperfeiçoamento da qualidade será implementada. Esta definição abrange as diferentes tarefasa
serem
executadas, aordem
na qual elas serão dirigidas, oque
se fará
em
cada tarefa ecomo
este melhoramento será monitorado.Quando
o planode ação
é implementado, osindicadores são monitorados e avaliados para
que
se possaverificar
mudanças
apropriadasno
processo.Novos
indicadores e Iimiarespodem
ser desenvolvidos para monitorar a solução.2 5
RESUMO
É
importanteque
o administradorde
engenharia clínica se preocupeem
medir a qualidade de seus serviços.Uma
maneirade
melhorar e manter a qualidade nos serviçosde manutenção
em
equipamentoseletromédicos é monitorar esses serviços através
de
indicadores de referênciaou Benchmark.
Foram
apresentadas aqui as principais etapasque
devem
ser conhecidas para realizar o procedimentode
monitoração.Também
foramcitados os propósitos
de
seusarem
indicadores,sendo
o primeiro deles monitorar os serviçosde manutenção
internamente; o segundo, melhorar a qualidade dos serviços e, por último,comparar os próprios serviçoscom
outrasEEC
para identificar a necessidadede
melhorias. Por fim, apresentam-sealgumas
característicasque
cada indicador deve ter e o processode
3.
CARACTERIZAÇÃO
DA
MANUTENÇÃO
s1|NTRoDuçÃo
A
manutenção de
equipamentoscomeçou
a
ser implementadacom
o surgimento das primeirasmáquinas
a vapor,mas
somente após
a Revolução Industrial,no
iníciodo
século XX,com
a criaçãodo
motor elétrico, atecnologia passou a evoluir rapidamente. Sistemas mais complexos,
como
a
eletrônica,
começaram
a fazer parte dos equipamentos, e amanutenção
passou a ser exigida cada vez mais.
Com
isso, nasceutambém
amanutenção
preventiva,
que tem
como
objetivo principal reduzir onúmero de manutenções
corretivas._
-
Sempre
houve
uma
maior preocupaçãocom
amanutenção de
equipamentos eletromédicos, principalmente nos paises mais desenvolvidos,como
os Estados Unidos,onde
a Engenharia Clínica -EC
- passou a existircom
o objetivode
oferecer maior segurançaao
paciente eao
operador.No
Brasil, por sua vez, além
de
aEC
iniciar mais tarde, o seu primeiro objetivosempre
foi diminuir os custoscom
amanutenção
e prolongar a vida dos equipamentos.Somente
agora, estáhavendo
uma
preocupação maiorcom
o
desempenho
e segurança dos equipamentos eletromédicos (Ariza, 1989).Como
discutido anteriormente neste estudo, é preciso conhecer as quatro etapas fundamentais no processode
monitoração atravésde
indicadores,sendo
uma
delas a man_utençäo.Em
seqüência, portanto, será3.2
TIPOS
DE
MANUTENÇÃO
De
um
modo
geral, amanutenção
consiste na consen/açãode
todos
os equipamentos, de formaque
estejamem
condições ótimasde
operação
quando
solicitados ou,em
casode
-defeito,possam
ser reparadosno
menor tempo
possível e da maneira tecnicamente mais correta. Existem,basicamente, très tipos
de
manutenção: corretiva, preventiva e a preditiva.3.2.1
Manutenção
CorretivaA
manutenção
corretiva,também chamada
de
reparo ou conserto,envolve procedimentos realizados
em um
equipamento para encontrar acausa
de
uma
falha e realizar a substituição ou ajustede componentes ou
subsistemas, conservando o potencial
do
equipamento para o seu funcionamento normal e garantindo parâmetrosde
segurança,desempenho
e
confiabilidade (Bronzino, 1992,apud
Esperança, 1996).Além
de garantiresses parâmetros do equipamento, o
tempo
e o custotambém
são fatoresimportantes e
promovem
a eficiênciada manutenção
em
uma
EEC.Somente
com
a uniãode
todos esses fatores, é possivel forneceruma
satisfação-global, ou seja, satisfação para o usuário, para o operador, para o administradordo
hospital e, principalmente, paraia própria estrutura.
A
Figura 3.1 mostraum
fluxogramade
procedimentosde
manutenção
corretivaque
uma
estruturade
engenharia clínica deve seguir para a localizaçãode
defeitos (Webster, 1979).26
Falha relatada
quer nsco _
'
Obter detalhes da falha e informar
I _ sobre qual Inspeção no local Erro de Sim . opehação? Treinamento Problema sim localizado? Não Remover equipamento do local Não Procedimento de procura e solução de falhas F encontrada? ç ' Envolve alha Sim Testes de segurança e desempenho Não Na° assistência técnica? à._
4?
Sim «Reparo da assistência técnicaFigura 3.1 - Fluxograma de
manutenção
cRealizar o serviço de reparo
de
equipamentos éum
significanteda
engenharia corretiva (Webster, 1979).
línica. Portanto, alguns procedimentos
pa
l Retornar
para o serviço
a atividade
métodos de
rotinadevem
ser estabelecidos paraque
se realize o reparo tãoeficientemente quanto possível.
Através
do
fluxograma, pode-se observarque
o procedimentode
manutenção
corretiva partedo
relatoda
falha, seja ele feito pelo usuárioou
pela própria equipe técnica.
Uma
inspeção no local mostra-se importante, pois,com
ela, problemas fáceisde
resolverpodem
ser verificados, como, por exemplo,um
cabo
mal-conectado, oque
evita aremoção do
equipamentodo
local.Caso
a falhanão
possa ser solucionadano
local,convém
removero
equipamento e utilizar procedimentos padrão
de
auxílio na procurae
soluçãode
falhas. Se, ainda, a falhanão
for encontrada, pode-se envolveruma
empresa de
assistência técnica ou atémesmo
o fabricante. Por último, é importanteque
todos os equipamentospassem
por testes paraque
avaliem seudesempenho
e segurança antesque
retornem para o serviço (Bronzino, 1992,apud
Esperança, 1996).3.2.2
Manutenção
PreventivaA
manutenção
preventiva consistenum
trabalhode
prevençãode
defeitosque
possam
originar a parada ou o baixo rendimentodos
equipamentos
em
operação. Esta prevenção é feitacom
baseem
estudos estatísticos (experiências anteriores), como, por exemplo, estadodo
equipamento (ano de fabricação e conservação), localde
instalação(adequado ou não), condições elétricas
que
osuprem
(adequadasou
não),dados
fornecidos pelo fabricante, taiscomo
condições ótimasde
28
De
acordocom
Webster
(1979),um
programade manutenção
preventiva reduzirá onúmero de
reparos requeridos, e o mais importante, reduzirá a inconveniência e frustraçãocausada
pelomau
funcionamentodo
equipamento.
Além
disso, amanutenção
preventiva prolonga a vida útildo
equipamento por fornecer
adequada
limpeza, lubrificação e reparo préviode
peças defeituosas antes
que
apresentemuma
falha séria.Com
o equipamentoem
boas
condiçõesde
funcionamento, certamente elenão
se deteriorará tão facilmente.É
importanteque
o procedimento demanutenção
preventiva seja realizado pelomesmo
técnicoque
faz o reparo,que
teráuma
familiaridademaior
com
o equipamento e sua operação.Com
isso,quando
ocorreuma
falhano
equipamento, otempo
parado para reparoé
freqüentementemenor
porque o técnicopode
mais rapidamente determinar a causado
defeito (Webster,1979).
3.2.3
Manutenção
PreditivaEste tipo
de manutenção
éum
processoque
detecta mais rapidamente as anomalias,podendo
preverquando
apane
irá acontecere
também
quando
o reparo deve ser feito, oque
tornauma
forma mais eficazde
manutenção.
Além
disso, passa a existiruma
otimizaçãocom
o custo dos materiais,que
são substituídos antes da falha ocorrer; a disponibilidadedo
equipamento torna-se maior; as peças para substituição
passam
a ser adquiridas previamente; a falha e as paradas são programadas (Mirshawka,A
manutenção
preditiva éum
processo mais complexo e surgiuda
necessidadede
reduzir onúmero de manutenções
preventivas. Alguns autores atéa
consideramuma
manutenção
preventiva dentroda manutenção
preventiva. ~
3.3
PRINCIPAIS
ETAPAS
DA
MANUTENÇÃO
CORRETIVA
3.3.1 Relato das Falhas
O
documento de
notificaçãode
falhas, normalmentechamado
de
Solicitação
de
Serviço, deve conter informações para o auxiliona
procurado
defeito ocorrido. Ele deve ser preenchido pelomembro
que
relatou a falhade
uma
maneira padronizada e logo após a descobertado
defeito.Uma
formapadrão
de
solicitaçãode
serviço é proposta atravésde
questões feitasda
seguinte maneira (Webster, 1979):0 Qual foi o item
do
equipamentoque
falhou (númerode
controle se possível, oumodelo e
número de
série)?ø
Onde
o equipamento está localizado? 0Quem
está relatando a falha?0
Quem
estava operando o equipamentoquando
a falhaocorreu?
o
A
que
horas a falha ocorreu?o Descrever resumidamente o defeito e verificar o que estava
30
Todas
essas questõespodem
ajudarno
procedimentode
encontro e solução
de
falhasquando
respondidas adequadamente. Existem situaçõesem
que
tais questõesnão
podem
ser respondidas logo após a falha,mas devem
ser relatadas tão logo quanto possível (Webster, 1979).3.3.2 Inspeção
no
Local_
A
inspeçãono
local éum
passo importante a ser realizado,devendo
ser feita pelo técnicode manutenção
em
conjuntocom
apessoa que
detectou a falha. Esta inspeção levará à descoberta
de
problemas fáceisde
resolver, como, por exemplo,
uma
conexão que
se soltou,um
controle mal-ajustado,
um
fusívelqueimado
ou, atémesmo,
um
errodo
usuárioque
tenha ocasionado a falha técnica. Esse 'procedimento evita que, apósexame
exaustivo
no
equipamento, o técnico concluaque
nenhumproblema
foi encontrado. Portanto,sem
remover o equipamentodo
local, torna-se mais fácildetectar a causa
do
defeito) (Webster, 1979).3.3.3 Procedimento
de
Procura e Soluçãode
FalhasSe
a inspeção no local foi realizada e a causado
defeitonão
foi encontrada, o equipamentodeve
ser removido dalie
passar porum
procedimento