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BATALHAS ENTRE PERSAS, ROMANOS E GODOS

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Academic year: 2021

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BATALHAS ENTRE PERSAS, ROMANOS E GODOS

Ana Paula Fazolla ¹ Uiara Barros Otero ²

Este trabalho se concentra na investigação de fenômenos históricos que correspondem ao período de transição entre antiguidade e o medievo, analisando as batalhas históricas travadas em contexto de conflitos civis e desestruturação do Império Romano, os quais opuseram persas e romanos nas fronteiras orientais, romanos e godos em Adrianópolis, na Trácia, província romana. Identificam-se processos de assentamento godo, germânico, em território romano e outros diferentes tipos de relacionamento político existentes em diferentes conjunturas. Além disso observamos, pressões externas nas fronteiras romanas, através dos persas, na disputa por áreas de influência na região, em momentos de conflitos e usurpações de poder em Roma. O objetivo principal da pesquisa é criar um jogo utilizando tecnologia de RPG, com fins educacionais, reconstruindo os cenários de época, transformados em cartoons nos quais o aluno (usuário) participa de forma interativa com os personagens e situações contextualizadas, cumprindo tarefas, ao mesmo tempo, que conhece, compreende e aprende processos e conceitos históricos.

Para alcance de nossas propostas traçamos alguns objetivos, dentre eles: a) Identificar e selecionar conteúdos curriculares abordados no período que medeia a desestruturação do Império Romano do Ocidente e a construção do mundo medieval; b) Analisar conceitos históricos construídos no processo de assentamentos, ocupação, negociação, conquista, pilhagens e guerras, entre os povos germânicos e romanos, e destes com os persas nas fronteiras orientais, dentro das dinâmicas política, espaço-temporal e geográfica; c) Identificar diferentes tipos de relacionamento travados entre romanos e povos estrangeiros de acordo com a política imperial.

Esta apresentação se propõe a explicar o contexto de criação e concepções históricas retratadas nos cenários (figuras 1, 2 e 3).

No séc. III – Pressão persa na fronteira oriental. Uma série de conflitos militares opõe romanos e persas pelo controle de áreas da Síria e ao Eufrates. Esses conflitos se intensificam no século III com a fundação do Império Sassânida. Em 260 o rei persa Shapur I derrota o imperador romano Valeriano em batalha. A dinastia Sassânida foi um constante tormento para Roma.

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¹ Discente do Curso de História, UNIGRANRIO

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Figura 1 – Batalha Entre Persas E Romanos No Oriente

Ano 378 – Batalha de Adrianópolis. Foi uma batalha travada em Adrianópolis, em 378 d.C, entre romanos e germânicos. Os godos pediram proteção e asilo em território romano, porém sentiram-se humilhados comprando comida a peso de ouro. Inicialmente a batalha foi uma luta entre forças equilibradas. Porém, houve um elemento surpresa, os cavaleiros góticos apareceram subitamente e derrotaram a cavalaria romana. Grandes números de guerreiros góticos cercaram o exército romano e começou uma luta corpo a corpo, diante da falta de cavaleiros o exército não conseguiu sair do cerco. Com a chegada da noite, o imperador Valente, comandante do império romano, recuou para a casa de um camponês que logo foi incendiada pelos godos.

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Após 378 – IV SÉC – Os godos são assentados, instalados na região dos Bálcãs em acordo com o imperador romano Teodósio, tornando-se federados. Como novos aliados desejam se fixar em território romano, recebendo terras para suas famílias, provisão em alimentos e recursos financeiros, enquanto os hunos se aproximam. Alarico, chefe godo assume o título de magister militum do Ilírico, e seu povo auxilia na defesa contra usurpadores e contras outros povos estrangeiros que desafiavam o poder romano. Os godos além de serem romanizados, também são cristianizados.

Figura 3 – Assentamento Godo

O projeto é coordenado pela profa. Uiara Barros Otero do curso de Licenciatura em História e segue algumas diretrizes fundamentais: a) uso da transposição didática, defendido por Chevalard, ou seja, transformar conteúdos curriculares acadêmicos em linguagem do saber a ser ensinado no ensino fundamental do segundo ciclo, em sala de aula na disciplina de História; b) selecionamos o período de transição da antiguidade para o medievo (sécs. III-V), a fim de abordar o processo de migrações germânicas atravessando fronteiras territoriais do Império Romano, fixando-se neste espaço e transformando-se em reinos; pretende-se favorecer a compreensão de um processo histórico complexo e de longa duração, utilizando cenários de época em forma de desenhos, cartoons, a fim de que o aluno se identifique com os conteúdos históricos e participe ativamente, interagindo com contextos e personagens; selecionamos dez cenários, os quais julgamos necessários para abarcar um período longo na História; optamos pela imparcialidade, ao descrever as culturas germânicas e romanas ao mesmo tempo, buscando descontruir a imagem do senso comum a qual consagra a superioridade romana sobre os outros, interpretados como “bárbaros”; c) selecionamos os povos germânicos de etnia goda (visigodos e ostrogodos), porque constatamos os diferentes tipos de relacionamento que os mesmos travaram com Roma, como aliados, federados até definirem-se

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como ocupantes da península ibérica, herdando títulos e estrutura de poder romanos. Portando, busca-se seguir a trajetória das incursões dos godos sobre os limes/fronteiras até assentarem-se no interior do território romano; d) Visualiza-se o processo histórico através do auxílio de mapas que abarcam os contextos históricos específicos, demonstrando as ocupações godas e também dos demais povos germânicos em território romano; e) busca-se utilizar moedas cunhadas no mundo romano e os vestuários dos guerreiros romano e germano para conceder movimento às tarefas realizadas pelo personagem central, e ao mesmo tempo favorecer o conhecimento sobre as culturas, os valores, hábitos, costumes, e ideologias; f) sobretudo, opta-se por uma nova visão historiográfica que entende que o termo invasões e bárbaros não são mais satisfatórios, para abarcar um processo de infiltração lenta e gradual de povos e culturas nas estruturas do sistema imperial romano. O Império absorve e integra membros germânicos como aliados mais que invasores.

Neste momento nos encontramos na fase 4 (quatro) do planejamento, segundo cronograma proposto transformando cenários em desenhos-cartoons, criando contextos, diálogos, tarefas, personagens e transformando na técnica de RPG na tela do computador.

O jogo se desenvolve da seguinte maneira: a tela de abertura apresenta o título: Atravessando fronteiras na História: da antiguidade ao medievo. O cenário apresenta um portal que permite a entrada no jogo, com imagens de moedas e personagens que veiculam características romanas de domínio e germanas. Segue-se a introdução do jogo, em cujo cenário se apresentam como personagens um aluno e um professor do mundo contemporâneo, entrando num Museu de História, na seção de antiguidade e do medievo, no qual o mestre guiará o jovem para uma aula de História de experiência real, quando o personagem se transportará para as situações contextualizadas do passado. O aluno-personagem atravessará dez cenários, cumprindo tarefas com a interação do usuário no jogo.

Esperamos aplicar conteúdos da História Antiga e Medieval em linguagem lúdica e interativa para alunos do ensino fundamental do CAP CAXIAS, através de um jogo usando cenários e contextos reconstruídos de acordo com a época retratada em situação real na sala de aula. Ao final pretendemos produzir um relatório que narre a experiência desde a primeira etapa até a sua conclusão, através da aplicação do jogo na turma da sétima série do CAP/CAXIAS. Após a experiência vamos avaliar seus resultados e permitir o uso do jogo como ferramenta da sala de aula para outras unidades escolares.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ESPINOSA, Fernanda. Antologia de Textos Históricos Medievais. Lisboa: Sá da Costa, 1981. ORÓSIO, Paulo. Historias. Introd. trad. y notas Eustaquio Sanchez salor. Madrid: Gredos, 1982. TÁCITO, Cornelio. Germânia. Trad. João Penteado Stevenson. São Paulo: Brasil Editôra, s/d. Disponível em www.ebooksbrasil.org.

Bibliografia específica:

CARLAN, C. U. As invasões germânicas e o império romano: conflitos e identidades no Baixo Império. História: Questões & Debates, Curitiba, n. 48/49, p. 137-146, 2008. Editora UFPR.

FUNARI, P.P.; CARLAN, C.U. Romanos e germanicos: lutas, guerras, rivalidades na antiguidade tardia. BRATHAIR: 7, (1) 2007: 17-24.

LE GOFF, Jacques. A Civilização do Ocidente Medieval. Lisboa: Estampa, 1984. v.1 MAZZARINO, Santo. O fim do mundo antigo. São Paulo: Martins Fontes, 1991.

MENDES, Norma Musco. Sistema político do império romano do ocidente: um modelo de colapso. Rio de Janeiro: DP&A, 2002.

MENDES, N.M.; BUSTAMANTE, R.; DAVIDSON, J. A experiência imperialista romana: teorias e práticas. TEMPO. vol. 9, núm. 18, junio, 2005, pp. 17-41.

NUMISMATIC. Ancient coins greeks et romains, byzantines, celtic. Disponível em: http://www.wildwinds.com. Acesso em 15 de agosto de 2011.

OLIVEIRA, Waldir freitas. Antiguidade Tardia - de Marco Aurelio a Romulo Augustulus. São paulo: Ática, 1990.

SILVA, Marcelo Cândido. 4 de setembro de 476 – a queda de Roma. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2006.

SONSOLES GUERRAS, Maria. Os povos bárbaros. São Paulo: Ática, 1991.

VENTURA, Gilvan & MENDES, N. M. (orgs.) Repensando o Império Romano: perspectiva socioeconômica, política e cultural. Rio de Janeiro; Mauad; Vitória, ES: EDUFES, 2006.

Referências

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