São José. o sonho da vocação. Ordem Hospitaleira de São João de Deus. 6ª SEMANA HOSPITALEIRA DE ORAÇÃO PELAS VOCAÇÕES del 19 al 25 de abril 2021

(1)

6ª SEMANA HOSPITALEIRA

DE ORAÇÃO PELAS VOCAÇÕES

del 19 al 25 de abril 2021

Ordem Hospitaleira de São João de Deus

São José

o sonho

(2)

6ª Semana hospitaleira de oração pelas vocações 2021 - Página | 2

Introdução

Querida Família Hospitaleira de S. João de Deus.

Desde a Comissão Geral da Pastoral Vocacional e Formação da Ordem Hospitaleira de S. João de Deus, nos colocamos em contacto convoco para enviarmos a nossa felicitação pascal e ao mesmo tempo para apresentamos o material de oração que preparamos para a 6º Semana Hospitaleira de oração pelas vocações.

Continuamos vivenciando em todo o mundo a situação de fragilidade devido à pandemia do COVID-19, a onde alguns membros da nossa família; irmãos e colaboradores, vem sofrendo em primeira pessoa as suas consequências, inclusivamente a morte. Nos unimos por meio da oração e pedimos por todos eles. No meio desta situação, e sem a querer esquecer, seguimos rezando, animando e promovendo vocações à hospitalidade. E fazemos neste ano em que, como igreja celebramos dois acontecimentos importantes: Por um lado estamos a celebrar este ano de 2021 em Espanha o ano jubilar do mosteiro de Guadalupe, lugar muito importante na vida e na vocação de S. João de Deus onde esteve a rezar, discernindo e aprendendo como organizar os cuidados do hospital que ele desejava criar para dar os melhores serviços aos pobres e doentes. Por outro lado, o Papa Francisco, em 8 de dezembro de 2020, por ocasião do 150º aniversário da declaração de São José como Padroeiro da Igreja universal, deu início ao Ano dedicado especialmente a ele. São muito poucas as referências explícitas que podemos ter de São José e a Ordem Hospitaleira de S. João de Deus, salvo algumas estruturas com o seu nome. Não obstante, sabemos que no Capítulo Geral da Ordem de 1965 se elegeu a São José como patrono das vocações hospitaleiras. São dois acontecimentos que queríamos ter presente no momento da preparação da VI Semana Hospitaleira de Oração pelas Vocações deste ano que se realizará de 19 a 25 de abril de 2021. No último dia, IV domingo de pascoa (domingo do bom pastor), nos uniremos à 58 Jornada Mundial de oração pelas vocações que a igreja celebra.

O esquema que seguimos e continuamos a propor é muito flexível para que o possais a utilizar no momento do dia em que acheis mais oportuno. Cada dia começa com uma admonição tirada de um parágrafo da mensagem do Papa Francisco para esta Jornada e um texto bíblico relacionado com a admonição, um lugar chave da vida de S. João de Deus começando no mosteiro de Guadalupe, algumas preces vocacionais e uma oração final pelas vocações hospitaleiras.

Convidamos-vos a que, como comunidade, nos unamos desde a oração para pedir o dom da vocação à igreja e em especial à Ordem de S. João de Deus.

Que São José, S. João de Deus e São Bento Menni intercedam por todos nós.

Comissão Geral da Pastoral Vocacional e Formação da Ordem Hospitaleira S. João de Deus

(3)

Deus vê o coração

Segunda-feira 19 de abril

Admonição

Queridos irmãos e irmãs!

No dia 8 de dezembro passado, teve início o Ano especial dedicado a São José, por ocasião do 150º aniversário da declaração dele como Padroeiro da Igreja universal). Da parte minha, escrevi a carta apostólica Patris corde, com o objetivo de «aumentar o amor por este grande Santo» (concl.). Trata-se realmente duma figura extraordinária e, ao mesmo tempo, «tão próxima da condição humana de cada um de nós» (introd.). São José não sobressaía, não estava dotado de particulares carismas, não se apresentava especial aos olhos de quem se cruzava com ele. Não era famoso, nem se fazia notar: dele, os Evangelhos não transcrevem uma palavra sequer. Contudo, através da sua vida normal, realizou algo de extraordinário aos olhos de Deus.

Deus vê o coração (cf. 1 Sam 16, 7) e, em São José, reconheceu um coração de pai, capaz de dar e gerar vida no dia a dia. É isto mesmo que as vocações tendem a fazer: gerar e regenerar vidas todos os dias. O Senhor deseja moldar corações de pais, corações de mães: corações abertos, capazes de grandes ímpetos, generosos na doação, compassivos para consolar as angústias e firmes para fortalecer as esperanças. Disto mesmo têm necessidade o sacerdócio e a vida consagrada, particularmente nos dias de hoje, nestes tempos marcados por fragilidades e tribulações devidas também à pandemia que tem suscitado incertezas e medos sobre o futuro e o próprio sentido da vida. São José vem em nossa ajuda com a sua mansidão, como Santo ao pé da porta; simultaneamente pode, com o seu forte testemunho, guiar-nos no caminho.

Mensagem do Papa Francisco para o 58º dia mundial de oração pelas vocações.

Leitura bìblica: 1ª Samuel 16, 1-7

O Senhor disse a Samuel: «Até quando chorarás Saul, tendo-o Eu rejeitado para que não reine em Israel? Enche o teu chifre de óleo e vai. Quero enviar-te a Jessé de Belém, pois escolhi um rei entre os seus filhos.» Samuel respondeu: «Como hei-de ir? Se Saul souber, irá tirar-me a vida.»

O Senhor disse: «Levarás contigo um novilho e dirás que vais oferecer um sacrifício ao Senhor. Convidarás Jessé para o sacrifício e Eu te revelarei o que deverás fazer. Darás por mim a unção àquele que Eu te indicar.» Fez Samuel como o Senhor ordenara. Ao chegar a Belém, os anciãos da cidade saíram-lhe ao encontro, inquietos, e disseram: «É de paz a tua vinda?» Ele respondeu: «Sim. Venho oferecer um sacrifício ao Senhor;

(4)

purificai-vos e acompanhai-me para o sacrifício.» Ele mesmo purificou Jessé e os filhos e convidou-os para o sacrifício. Logo que entraram, Samuel viu Eliab e pensou consigo: «Certamente é este o ungido do Senhor.» Mas o Senhor disse a Samuel: «Que te não impressione o seu belo aspecto, nem a sua alta estatura, pois Eu rejeitei-o. O que o homem vê não importa; o homem vê as aparências, mas o Senhor olha o coração.»

Reflexão: O Mosteiro de Guadalupe

João de Deus tinha consciência que não possuía conhecimentos médicos e não sabia como organizar um hospital, mas tinha à certeza de que poderia prepara-se para isso. Também não tinha dinheiro para começar a obra, mas não tinha medo de trabalhar, sair para pedir esmola… O que mais o animava era a certeza de que não se tratava de uma obra sua, mas de uma obra de Deus, e tinha a certeza de que Ele providenciaria. Assim o disse a João de Ávila, e o encorajou a peregrinar ao santuário de Guadalupe para oferecer o projeto à Virgem Maria. Ali poderia praticar sua devoção e ao mesmo tempo adquirir conhecimentos necessários para o cuidado dos doentes e da organização de um hospital, já que os monges Jerónimos dirigiam ali um complexo hospitaleiro cuja fama superavam as fronteiras de Espanha.

Ao chegar a Guadalupe foi recebido pelo padre prior Frei Francisco de Benavides e em troca se ofereceu para trabalhar nos serviços que lhe fossem confiados, permitiram-lhe viver com eles. Pôde descobrir que o tempo que ali estivesse lhe ajudaria a projetar como teria que organizar o sonho que Deus tinha preparado para ele: criar um hospital para os pobres onde fossem tratados com humanidade.

Desde o primeiro dia que cruzou os muros do mosteiro o surpreendeu a limpeza, a ordem, o silêncio, a boa distribuição dos doentes, a farmácia bem completa e organizada, o trato delicado e eficiente que se oferecia aos doentes…. Descobriu ali um bom lugar de descanso para o corpo e para a alma de peregrinos de todas as condições.

Vestido com hábito doado, que lhe tinham oferecido para levar durante sua estadia em Guadalupe, participava da liturgia dos monges e dedicava-se a oração todo o tempo que tinha. Era para João de Deus os momentos muito importantes de simples comunicação com Deus e com a Virgem. Contemplando a Virgem sempre inteira, pôde aprender como acolher os pobres e os doentes de Cristo e oferece-lhes alivio e consolo e escutar a cada um para satisfazer as necessidades que tinham.

(5)

Preces do dia: Oremos por los jóvenes que están en discernimiento vocacional.

1. Pela igreja para que mostre ao mundo a mensagem misericordiosa do Evangelho de Jesus e nos convide a viver sempre com disponibilidade à vontade de Deus Pai. Oremos.

2. Pelos jovens, para que se abram à voz do Senhor e afastem de sua vida os medos e fragilidades que lhes impede de escutar a voz de Deus. Oremos.

3. Por aqueles jovens que se encontram neste momento em discernimento vocacional para que o senhor os ilumine e o sustente. Oremos.

4. Pelas familias dos jovens que sentirem o chamamento para consagrar a sua vida a Deus, para que reconheçam o dom precisoso da vocação e os apoiem em todo o momento. Oremos.

5. Por todos os que fazemos parte da familia hospitaleira, para que sejamos generosos e suscite, de entre nós, abundantes vocações para a ordem e sua igreja. Oremos.

Oração pelas vocações hospitaleiras

Pai de misericórdia,

que destes o vosso Filho pela nossa salvação

e sempre nos sustentais com os dons do vosso Espírito, concedei-nos comunidades cristãs vivas, fervorosas e felizes, que sejam fontes de vida fraterna e suscitem nos jovens o desejo de se consagrarem a Vós e à evangelização. Sustentai-as no seu compromisso de propor

uma adequada catequese vocacional e caminhos de especial consagração.

Dai sabedoria para o necessário discernimento vocacional, de modo que, em tudo, resplandeça

grandeza do vosso amor misericordioso. Maria, Mãe e educadora de Jesus, e São José intercedam por cada comunidade cristã, para que, tornada fecunda pelo Espírito Santo, seja fonte de vocações autênticas

para o serviço do povo santo de Deus. Amen

(6)

A vida só se tem, se se dá

terça-feira, 20 de abril

Admonição

A vida de São José sugere-nos três palavras-chave para a vocação de cada um. A primeira é sonho. Todos sonham realizar-se na vida. E é justo nutrir aspirações grandes, expectativas altas, que objetivos efémeros como o sucesso, a riqueza e a diversão não conseguem satisfazer. Realmente, se pedíssemos às pessoas para traduzirem numa só palavra o sonho da sua vida, não seria difícil imaginar a resposta: «amor». É o amor que dá sentido à vida, porque revela o seu mistério. Pois só se tem a vida que se dá, só se possui de verdade a vida que se doa plenamente. A este propósito, muito nos tem a dizer São José, pois, através dos sonhos que Deus lhe inspirou, fez da sua existência um dom.

Os Evangelhos falam de quatro sonhos (cf. Mt 1, 20; 2, 13.19.22). Apesar de serem chamadas divinas, não eram fáceis de acolher. Depois de cada um dos sonhos, José teve de alterar os seus planos e entrar em jogo para executar os misteriosos projetos de Deus, sacrificando os próprios. Confiou plenamente. Podemos perguntar-nos: «Que era um sonho noturno, para o seguir com tanta confiança?» Por mais atenção que se lhe pudesse prestar na antiguidade, valia sempre muito pouco quando comparado com a realidade concreta da vida. Todavia São José deixou-se guiar decididamente pelos sonhos. Porquê? Porque o seu coração estava orientado para Deus, estava já predisposto para Ele. Para o seu vigilante «ouvido interior» era suficiente um pequeno sinal para reconhecer a voz divina. O mesmo se passa com a nossa vocação: Deus não gosta de Se revelar de forma espetacular, forçando a nossa liberdade. Transmite-nos os seus projetos com mansidão; não nos ofusca com visões esplendorosas, mas dirige-Se delicadamente à nossa interioridade, entrando no nosso íntimo e falando-nos através dos nossos pensamentos e sentimentos. E assim nos propõe, como fez com São José, metas elevadas e surpreendentes.

(7)

6ª Semana hospitaleira de oração pelas vocações 2021 - Página | 7 Leitura Bíblica: Mateus 1, 18-25

O nascimento de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, estava desposada com José; antes de coabitarem, notou-se que tinha concebido pelo poder do Espírito Santo. José, seu esposo, que era um homem justo e não queria difamá-la, resolveu deixá-la secretamente.

Andando ele a pensar nisto, eis que o anjo do Senhor lhe apareceu em sonhos e lhe disse: «José, filho de David, não temas receber Maria, tua esposa, pois o que ela concebeu é obra do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, ao qual darás o nome de Jesus, porque Ele salvará o povo dos seus pecados.» Tudo isto aconteceu para se cumprir o que o Senhor tinha dito pelo profeta:

Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho; e hão-de chamá-lo Emanuel, que quer dizer: Deus connosco. Despertando do sono, José fez como lhe ordenou o anjo do Senhor, e recebeu sua esposa. E, sem que antes a tivesse conhecido, ela deu à luz um filho, ao qual ele pôs o nome de Jesus.

Reflexão: A casa dos Venegas

Ao regressar de sua viagem a Guadalupe João de Deus, visita algumas pessoas importantes da cidade, muitos amigos do mestre Ávila para falar de seus planos. Uma dessas visitas foi no palácio da família Venegas, também chamada Casa de Tiros que tinha pendurado na fachada um coração atravessado por uma espada… O receberam com muita compressão e afeto e oferecera-lhe estadia para passar ali as noites, também podia contar com comida quente e ajuda para socorrer ao pobres.

Ele não disse que não à oferta. Na primeira noite, chegou ao salão com um pobre incapaz de se mover sozinho; se o deixasse abandonado ele poderia morrer de frio. Dia a pós dia, João chegava carregado com um ou dois enfermos. O salão estava ficando pequeno demais para tantos. Por outro lado, os proprietários se sentiram incomodados ao ver tanta miséria acumulada dentro de sua própria casa. E por isso falaram com João e pediram-lhe que desocupasse o salão.

Em seguida, João saiu para procurar um novo lugar adequado e barato, perto da rua Lucena, muito próximo da praça da pescadaria, encontrou o que buscava.

(8)

6ª Semana hospitaleira de oração pelas vocações 2021 - Página | 8 Preces do dia: Oremos pelos Irmãos de S. João de Deus.

1. Por todos os Irmãos de S. João de Deus, para que sejam capazes de transmitir com suas vidas a alegria da vocação da hospitalidade e que saibam atualizar em cada dia o chamamento para servir e amar os pobres e enfermos. Oremos

2. Pelos Irmãos da nossa Ordem que se encontram em situações de crise e vulnerabilidade, alguns afetados pelo Covid-19, que o Senhor Jesus seja seu bálsamo e cura no meio da fragilidade. Oremos

3. Pelos Irmãos mais jovens, para que não tenham medo de sonhar e proporcionar novas formas de hospitalidade e que respondam às necessidades emergentes. Oremos

4. Pelos Irmãos que atualmente se dedicam ao governo da Ordem, para que exerçam seu serviço com sabedoria e discernimento. Oremos

5. Por todos os Irmãos que se encontram nas enfermarias ou casas de repouso, para que

sintam a presença de Jesus no meio de suas enfermidades e sofrimentos. Oremos.

para o serviço do povo santo de Deus. Amen.

(9)

O Senhor sempre sorpreende

Quarta-feira, 21 de abril

Admonição

Na realidade, os sonhos introduziram José em aventuras que nunca teria imaginado. O primeiro perturbou o seu noivado, mas tornou-o pai do Messias; o segundo fê-lo fugir para o Egito, mas salvou a vida da sua família. Depois do terceiro, que ordenava o regresso à pátria, vem o quarto que o levou a mudar os planos, fazendo-o seguir para Nazaré, onde precisamente Jesus havia de começar o anúncio do Reino de Deus. Por conseguinte, em todos estes transtornos, revelou-se vitoriosa a coragem de seguir a vontade de Deus. Assim acontece na vocação: a chamada divina impele sempre a sair, a dar-se, a ir mais além. Não há fé sem risco. Só abandonando-se confiadamente à graça, deixando de lado os próprios programas e comodidades, é que se diz verdadeiramente «sim» a Deus. E cada «sim» produz fruto, porque adere a um desígnio maior, do qual entrevemos apenas alguns detalhes, mas que o Artista divino conhece e desenvolve para fazer de cada vida uma obra-prima. Neste sentido, São José constitui um ícone exemplar do acolhimento dos projetos de Deus. Trata-se, porém, de um acolhimento ativo, nunca de abdicação nem capitulação; ele «não é um homem resignado passivamente. O seu protagonismo é corajoso e forte» (Carta ap. Patris corde, 4). Que ele ajude a todos, sobretudo aos jovens em discernimento, a realizar os sonhos que Deus tem para cada um; inspire a corajosa intrepidez de dizer «sim» ao Senhor, que sempre surpreende e nunca desilude!

Leitura Bíblica 1º Corintios 1,25-31

Portanto, o que é tido como loucura de Deus, é mais sábio que os homens, e o que é tido como fraqueza de Deus, é mais forte que os homens. Considerai, pois, irmãos, a vossa vocação: humanamente falando, não há entre vós muitos sábios, nem muitos poderosos, nem muitos nobres. Mas o que há de louco no mundo é que Deus escolheu para confundir os sábios; e o que há de fraco no mundo é que Deus escolheu para confundir o que é forte. O que o mundo considera vil e desprezível é que Deus escolheu; escolheu os que nada são, para reduzir a nada aqueles que são alguma coisa. Assim, ninguém se pode vangloriar diante de Deus. É por Ele que vós estais em Cristo

(10)

Jesus, que se tornou para nós sabedoria que vem de Deus, justiça, santificação e redenção, fim de que, como diz a Escritura, aquele que se gloria, glorie-se no Senhor.

Refelxão: Na rua Lucena

Sabia que tinha de trabalhar muito, para que aquele lugar que tinha encontrado na rua Lucena, para instalar os pobres e enfermos, ficasse parecido com o hospital que tinha sonhado, porém vontade não lhe faltava.

Com a ajuda de benfeitores conseguiu adquirir o essencial para começar: algumas mantas e esteiras de madeira estendidas no chão, serviriam de cama no princípio; também precisava de alguns utensílios para arrumar um pouco a casa, panelas para aquecer a comida e servir ... o resto, com o tempo.

Alguns médicos e cirurgiões da cidade, se ofereciam para ajudá-lo generosamente para atender os pobres de João, ficavam admirados pela ordem e a caridade que brilhava em sua casa. À medida que as ajudas aumentavam, colocava os doentes em cada cama e separava-os por doenças. Era algo novo na sua época e, como tal, surpreendeu até mais aos entendidos do que ao ao resto das pessoas.

Assim com esta simplicidade começou algo que nem ele imaginava: no mesmo dia que alugou o imóvel na rua Lucena, nasceu o que mais tarde viria a ser a Ordem Hospitaleira com o seu nome.

(Y Dios se hizo Hermano, vida de San Juan de Dios, Valentín A. Riesco Álvarez)

Preces do dia: Oremos pelos colaboradores da Família Hospitaleira de S. João de Deus.

1. Por todos os trabalhadores de nossos centros, para que, cheios do Espirito Santo, possam mostrar com seu trabalho e testemunho a hospitalidade que herdamos de S. João de Deus. Oremos

(11)

2. Por todos os voluntários da Ordem, para que vivam seu compromisso do serviço com as pessoas por meio da compaixão e da gratuidade. Oremos

3. Por todos os benfeitores que colaboram com os projetos que a Ordem tem por todo o mundo. Ajude-os nas suas necessidades. Oremos

4. Por todas as pessoas próximas de S. João de Deus e que se sentem unidas espiritualmente à nossa Ordem, para que continuem a partilhar, a descobrir e aprofundando o evangelho da Misericórdia. Oremos

5. Por todos os Irmãos e Irmãs que tem a Carta de Hermandade da Ordem Hospitaleira de S. João de Deus, para que sejam testemunhas do evangelho e dos valores da nossa Instituição. Oremos

(12)

Sua vocação é serviço

Quinta-feira, 22 de abril

Admonição

Uma segunda palavra marca o itinerário de São José e da vocação: serviço. Dos Evangelhos, resulta como ele viveu em tudo para os outros e nunca para si mesmo. O Povo santo de Deus chama-lhe castíssimo esposo, desvendando assim a sua capacidade de amar sem nada reservar para si próprio. Libertando o amor de qualquer posse, abriu-se realmente a um serviço ainda mais fecundo: o seu cuidado amoroso atravessou as gerações, a sua custódia solícita tornou-o patrono da Igreja. Ele que soube encarnar o sentido oblativo da vida, é também patrono da boa-morte. Contudo o seu serviço e os seus sacrifícios só foram possíveis, porque sustentados por um amor maior: «Toda a verdadeira vocação nasce do dom de si mesmo, que é a maturação do simples sacrifício. Mesmo no sacerdócio e na vida consagrada, requer-se este género de maturidade. Quando uma vocação matrimonial, celibatária ou virginal não chega à maturação do dom de si mesmo, detendo-se apenas na lógica do sacrifício, então, em vez de significar a beleza e a alegria do amor, corre o risco de exprimir infelicidade, tristeza e frustração» (Ibid., 7).

Leitura Bíblica; São Mateus 20, 20-28

Aproximou-se então de Jesus a mãe dos filhos de Zebedeu, com os seus filhos, e prostrou-se diante dele para lhe fazer um pedido. «Que queres?» - perguntou-lhe Ele. Ela respondeu: «Ordena que estes meus dois filhos se sentem um à tua direita e o outro à tua esquerda, no teu Reino.» Jesus retorquiu: «Não sabeis o que pedis. Podeis beber o cálice que Eu estou para beber?» Eles responderam: «Podemos.» Jesus replicou-lhes: «Na verdade, bebereis o meu cálice; mas, o sentar-se à minha direita ou à minha esquerda não me pertence a mim concedê-lo: é para quem meu Pai o tem reservado.»

"Os dez outros, que haviam ouvido tudo, indignaram-se contra os dois irmãos. Jesus, porém, os chamou e lhes disse: “Sabeis que os chefes das nações as subjugam, e que os grandes as governam com autoridade. Não seja assim entre vós. Todo aquele que quiser tornar-se grande entre vós, se

(13)

faça vosso servo. E o que quiser tornar-se entre vós o primeiro, se faça vosso escravo. Assim como o Filho do Homem veio, não para ser servido, mas para servir e dar sua vida em resgate por uma multidão”.

Reflexão; Pelas ruas de Granada

Andava pelas ruas mal vestido, descalço com os pés e as pernas, com a cabeça e a barba rapada. Sua atitude humilde e grande amor que tinha pelos pobres e doentes, aos poucos contagiava o coração de todos que o viam. Toda a Granada se admirava pela capacidade daquele homem simples e sem formação que, do nada, mantinha diariamente todos os pobres e doentes que chegavam ao seu hospital ou que ele mesmo encontrava pelas ruas. Era cada vez mais comum vê-lo carregando um pobre doente que não conseguisse caminhar sozinho e levá-lo ao seu hospital.

Todos os dias saia pelas ruas de Granada em busca de comida e utensílios para sustentar os pobres que ali começava a receber. Os habitantes da cidade ouviam todos os dias as mesmas palavras: “Fazei o bem a vós próprios, dando esmola aos pobres”. Aumentaram logo as esmolas e, o mais importante é que, se juntaram a ele pessoas voluntárias que o auxiliava no cuidado com os pobres e enfermos.

(Y Dios se hizo Hermano, vida de San Juan de Dios, Valentín A. Riesco Álvarez)

Preces do dia: Oremos pelas casas de formação da Ordem.

1. Pelos jovens que estão realizando alguma experiência vocacional em nossas comunidades da Ordem, para que experimentem a alegria do chamamento de Deus no serviço aos pobres e enfermos. Oremos.

2. Pelos jovens que estão na etapa do postulantado, para que respondam ao chamamento do serviço da Hospitalidade de S. João de Deus. Oremos.

(14)

3. Pelos jovens que estão na etapa do noviciado, para que vivam este tempo de discernimento como uma oportunidade de converte-se e configura-se com o Cristo compassivo e misericordioso. Oremos.

4. Pelos jovens que estão na etapa do escolasticado, para que fortaleçam a sua vocação hospitaleira e mostrem com a sua vida e os seus exemplos a alegria de consagra-se como Irmão de S. João de Deus. Oremos.

5. Por todos os Irmãos professos solenes que se dedicam a promover, acolher, acompanhar, e formar as novas vocações hospitaleiras para que vivam com fidelidade a sua vocação e mostrem com seu testemunho de vida a alegria do Evangelho. Oremos.

(15)

Disponilidade para servir

sexta-feira, 23 de abril

Admonição

O serviço, expressão concreta do dom de si mesmo, não foi para São José apenas um alto ideal, mas tornou-se regra da vida diária. Empenhou-se para encontrar e adaptar um alojamento onde Jesus pudesse nascer; prodigalizou-se para O defender da fúria de Herodes, apressando-se a organizar a viagem para o Egito; voltou rapidamente a Jerusalém à procura de Jesus que tinham perdido; sustentou a família trabalhando, mesmo em terra estrangeira. Em resumo, adaptou-se às várias circunstâncias com a atitude de quem não desanima se a vida não lhe corre como queria: com a disponibilidade de quem vive para servir. Com este espírito, José empreendeu as viagens numerosas e muitas vezes imprevistas da vida: de Nazaré a Belém para o recenseamento, em seguida para Egito, depois para Nazaré e, anualmente, a Jerusalém, sempre pronto a enfrentar novas circunstâncias, sem se lamentar do que sucedia, mas disponível para dar uma mão a fim de reajustar as situações. Pode-se dizer que foi a mão estendida do Pai Celeste para o seu Filho na terra. Assim não pode deixar de ser modelo para todas as vocações, que a isto mesmo são chamadas: ser as mãos operosas do Pai em prol dos seus filhos e filhas.

Por isso gosto de pensar em São José, guardião de Jesus e da Igreja, como guardião das vocações. Com efeito, da própria disponibilidade em servir, deriva o seu cuidado em guardar. «Levantou-se de noite, tomou o menino e sua mãe» (Mt 2, 14): refere o Evangelho, indicando a sua disponibilidade e dedicação à família. Não perdeu tempo a cismar sobre o que estava errado, para não o subtrair a quem lhe estava confiado. Este cuidado atento e solícito é o sinal duma vocação realizada. É o testemunho duma vida tocada pelo amor de Deus. Que belo exemplo de vida cristã oferecemos quando não seguimos obstinadamente as nossas ambições nem nos deixamos paralisar pelas nossas nostalgias, mas cuidamos de quanto nos confia o Senhor, por meio da Igreja! Então Deus derrama o seu Espírito, a sua criatividade sobre nós; e realiza maravilhas, como em José.

(16)

6ª Semana hospitaleira de oração pelas vocações 2021 - Página | 16 Leitura Biblica; Mateus 2,13-21

Depois de partirem, o anjo do Senhor apareceu em sonhos a José e disse-lhe: «Levanta-te, toma o menino e sua mãe, foge para o Egipto e fica lá até que eu te avise, pois Herodes procurará o menino para o matar.» E ele levantou-se de noite, tomou o menino e sua mãe e partiu para o Egipto, permanecendo ali até à morte de Herodes. Assim se cumpriu o que o Senhor anunciou pelo profeta: Do Egipto chamei o meu filho. Então Herodes, ao ver que tinha sido enganado pelos magos, ficou muito irado e mandou matar todos os meninos de Belém e de todo o seu território, da idade de dois anos para baixo, conforme o tempo que, diligentemente, tinha inquirido dos magos.

Cumpriu-se, então, o que o profeta Jeremias dissera: Ouviu-se uma voz em Ramá, uma lamentação e um grande pranto: É Raquel que chora os seus filos e não quer ser consolada, porque já não existem. Morto Herodes, o anjo do Senhor apareceu em sonhos a José, no Egipto, e disse-lhe: «Levanta-te, toma o menino e sua mãe e vai para a terra de Israel, porque morreram os que atentavam contra a vida do menino.» Levantando-se, ele tomou o menino e sua mãe e voltou para a terra de Israel.

Reflexão: A casa do morto

Na rua Horno de Marina, que faz esquina com a rua Lucena, onde João de Deus tinha instalado seu primeiro hospital, conserva-se ali um edifício conhecido como “Casa do Morto”.

Uma das obras de misericórdia a que ele se dedicava era recolher os defuntos que encontrava pelas ruas e sepultá-los de forma cristã. Certa manhã, quando estava indo pedir esmola, encontrou um cadáver abandonado. Porém, não tinha dinheiro suficiente para comprar um lençol que o envolvesse para depois sepultá-lo. Pensou que o dono daquela mansão, bem situada, o ajudaria a colocar em prática a obra de misericórdia. Porém, o senhor se rejeitou em ajuda-lo. João de Deus, sem dizer uma palavra, regressou onde o cadáver estava e carregou-o nos ombros e voltou para aquela casa. Chamando, disse ao dono que estava à sua frente, apontando para o cadáver; “a mesma obrigação que eu tenho, tem também você de fazer, como cristão, de sepultar a este morto. E ali o teria deixado se o dono da casa não lhe tivesse dado o qua antes tinha negado.

João de Deus não confundia sensibilidade de coração com ingenuidade. Isto lhe deu a liberdade interior que necessitava para advertir com firmeza o que não se oferecia por amor ao próximo.

(17)

Preces do dia:Oremos pelas pessoas que são atendidas em nossos centros.

1. Por Todas as pessoas que estão neste momento hospitalizadas em alguns de nossos centros Hospitaleiros, principalmente os infectados pelo COVID-19, para que o Senhor seja luz e esperança neste momento. Oremos

2. Por aqueles que sofrem de doenças incuráveis para que possam viver com serenidade as situações de vulnerabilidades e incertezas. Oremos.

3. Pelas pessoas que sofrem de problemas de saúde mental, para que encontrem nas pessoas que cuidam, amor compassivo e a Misericórdia de Cristo. Oremos.

4. Pelas pessoas que possuem habilidades diversas, para que compreendam que a sua diversidade é uma riqueza para o mundo na diversidade. Oremos

5. Pelas pessoas que vivem em situações de pobreza ou exclusão social, para que encontrem em S. João de Deus novas oportunidades de reconstrução de vida. Oremos.

(18)

a fidelidade de cada dia

memoria de S. Bento Menni

sábado, 24 de abril

Admonição

Além da chamada de Deus – que realiza os nossos sonhos maiores – e da nossa resposta – que se concretiza no serviço pronto e no cuidado carinhoso –, há um terceiro aspeto que atravessa a vida de São José e a vocação cristã, cadenciando o seu dia a dia: a fidelidade. José é o «homem justo» (Mt 1, 19) que, no trabalho silencioso de cada dia, persevera na adesão a Deus e aos seus desígnios. Num momento particularmente difícil, detém-se «a pensar» em tudo (cf. Mt 1, 20). Medita, pondera: não se deixa dominar pela pressa, não cede à tentação de tomar decisões precipitadas, não segue o instinto nem se cinge àquele instante. Tudo repassa com paciência. Sabe que a existência se constrói apenas sobre uma contínua adesão às grandes opções. Isto corresponde à laboriosidade calma e constante com que desempenhou a profissão humilde de carpinteiro (cf. Mt 13, 55), pela qual inspirou, não as crónicas da época, mas a vida quotidiana de cada pai, cada trabalhador, cada cristão ao longo dos séculos. Porque a vocação, como a vida, só amadurece através da fidelidade de cada dia.

Leitura Bíblica:Mateus 13, 53-58

Depois de terminar estas parábolas, Jesus partiu dali. Tendo chegado à sua terra, ensinava os habitantes na sinagoga deles, de modo que todos se enchiam de assombro e diziam: «De onde lhe vem esta sabedoria e o poder de fazer milagres? Não é Ele o filho do carpinteiro? Não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas? Suas irmãs não estão todas entre nós? De onde lhe vem, pois, tudo isto?» E estavam escandalizados por causa dele. Mas Jesus disse-lhes: «Um profeta só é desprezado na sua pátria e em sua casa.» E não fez ali muitos milagres, por causa da falta de fé daquela gente.

(19)

6ª Semana hospitaleira de oração pelas vocações 2021 - Página | 19 Carta 788 de São Bento Menni

Pedi, com confiança, ao glorioso São José que praticou as virtudes da vida religiosa com tanta perfeição e por isso, Deus lhe confiou tão grande poder para favorecer ás almas religiosas que imploram seu parternal patrocínio.

Reflexão; A encosta de los Gomeles

A afluência em massa, de homens e mulheres que necessitavam de assistência e acolhida era constante, e por isso João de Deus teve que pensar novamente em um outro lugar maior e melhor equipado para prosseguir com sua missão. Na encosta de Gomeles, encontrou um que lhe parecia adequado. Tratava-se de um amplo edifício, com horta e jardim, habitado até 1540 por uma comunidade de monjas da ordem terceira de São Francisco, muito próximo da porta das Granada, que dava acesso ao bosque da Alhambra.

O antigo convento despertou em João de Deus as memórias da sua experiência no Hospital Real, e o que viu e admirou durante o tempo de experiência em que esteve em Guadalupe. Os peregrinos que precisavam de cama e jantar quente seriam acomodados no andar térreo; ali ele instalaria a cozinha e a farmácia, na segunda acomodaria os enfermos.

No lugar mais isolado acomodaria os doentes mentais para que pudessem dispor de um espaço silencioso e tranquilo e assim também, evitar os transtornos que poderia ocasionar a outros pacientes. Também um espaço para os enfermos infectados e um lugar reservado para os moribundos. Por último, calculou quantos leitos poderiam ser instalados, já que cada paciente teria sua própria cama. Sem se dar conta, estava revolucionando a organização e o atendimento hospitalar.

Até meados de 1546, realizou a transferência da rua de Lucena para a encosta de Gomeles. Granada estava acostumada a procissões, mas nunca viu algo semelhante: João de Deus e seus irmãos, além de muitos voluntários, fazendo viagens de um lugar a outro, carregando os enfermos: Cristos quebrados, moribundos, excluídos da sociedade, exposto à contemplação de um povo curioso, desta vez, admirados pela capacidade de amor e resistência que Deus comunica a alguns homens.

(20)

6ª Semana hospitaleira de oração pelas vocações 2021 - Página | 20 Preces do dia: Oremos por um mundo mais hospitaleiro.

1. Pelo Papa e pelo os Bispos, para que fiés ao Espírito de Jesus sejam bons pastores da Igreja e a conduzam por caminhos cada vez mais evangélicos. Oremos

2. Pelos gobernantes das nações, para que exerçam sua responsabilidade desde o serviço e zelem pela paz e justiça dos povos. Oremos.

3. Por aqueles homens e mulheres que se desviaram da fé para que nosso testemunho de cristãos os audem a reencontrar novamente a vida e a salvação que lhes ofereceis. Oremos 4. Hoje, celebramos a memória de São Bento Menni, Irmão de S. João de Deus e fundador

das Irmãs Hospitaleiras. Que seu exemplo nos estimule a viver a nossa consagração hospitaleira. Oremos.

5. Para todos nós, para que no meio desta pandemia global não deixemos de sonhar que um mundo mais hospitaleiro é possível, e coloquemos nossos talentos ao serviço da Ordem.

Oremos.

(21)

Deus é fiel às suas promesas

Domingo, 25 de abril

Admonição

Como se alimenta esta fidelidade? À luz da fidelidade de Deus. As primeiras palavras recebidas em sonho por São José foram o convite a não ter medo, porque Deus é fiel às suas promessas: «José, filho de David, não temas» (Mt 1, 20). Não temas: são estas as palavras que o Senhor dirige também a ti, querida irmã, e a ti, querido irmão, quando, por entre incertezas e hesitações, sentes como inadiável o desejo de Lhe doar a vida. São as palavras que te repete quando no lugar onde estás, talvez no meio de dificuldades e incompreensões, te esforças por seguir diariamente a sua vontade. São as palavras que descobres quando, ao longo do itinerário da chamada, retornas ao primeiro amor. São as palavras que, como um refrão, acompanham quem diz sim a Deus com a vida como São José: na fidelidade de cada dia.

Esta fidelidade é o segredo da alegria. Como diz um hino litúrgico, na casa de Nazaré reinava «uma alegria cristalina». Era a alegria diária e transparente da simplicidade, a alegria que sente quem guarda o que conta: a proximidade fiel a Deus e ao próximo. Como seria belo se a mesma atmosfera simples e radiosa, sóbria e esperançosa, permeasse os nossos seminários, os nossos institutos religiosos, as nossas residências paroquiais! É a alegria que vos desejo a vós, irmãos e irmãs que generosamente fizestes de Deus o sonho da vida, para O servir nos irmãos e irmãs que vos estão confiados, através duma fidelidade que em si mesma já é testemunho, numa época marcada por escolhas passageiras e emoções que desaparecem sem gerar a alegria. São José, guardião das vocações, vos acompanhe com coração de pai

Leitura Bíblica: São João 10, 11-18

Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas. O mercenário, e o que não é pastor, a quem não pertencem as ovelhas, vê vir o lobo e abandona as ovelhas e foge e o lobo arrebata-as e espanta-as, porque é mercenário e não lhe importam as ovelhas. Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas conhecem-me, assim como o Pai me conhece e Eu conheço o Pai; e ofereço a minha vida pelas ovelhas. Tenho ainda outras ovelhas que não são deste redil. Também estas Eu preciso de as trazer e hão-de ouvir a minha voz; e haverá um só rebanho e um só

(22)

pastor. É por isto que meu Pai me tem amor: por Eu oferecer a minha vida, para a retomar depois. Ninguém ma tira, mas sou Eu que a ofereço livremente. Tenho poder de a oferecer e poder de a retomar. Tal é o encargo que recebi de meu Pai.»

Reflexão: A casa dos Pisas

Em Granada no século XVI, João de Deus andava em seus trabalhos: cuidando pessoalmente dos doentes e mendigos, percorria a cidade em busca de ajuda e comida, faz a comida, lava a louça, esfrega, varre, limpa a casa, lava a roupa, leva a água, vai buscar lenha. Outras tarefas era visitar os bordéis às sexta-feiras e tentar convencer aquelas mulheres a se dedicarem a outros trabalhos, proporcionando-lhes meios de subsistência e famílias para acolhê-las.

Muitas coisas podiam ser contadas sobre sua vida, de seu trabalho, de suas qualidades, de sua forma de escutar, porém, naquela tarde, na mansão dos senhores dos Pisas, respirava-se um certo ar de esperança porque Irmão João de Deus estava mais sereno e lúcido. Talvez estivesse se recuperando de sua doença. Eles tinham-no afastado de seus pacientes contra sua vontade para que ele se pudesse recuperar adequadamente.

Após o jantar, ele pediu para ficar sozinho, eles pensaram que fosse para rezar ou descansar e todos se retiraram. Como se respondesse a uma voz intima, levantou-se da cama, vestiu o saco cinza e, com o cruxifixo nas mãos, caiu de joelhos. No seu interior ressoavam os versos de um salmo: abençoe, minha alma, o Senhor, e todo o meu ser seu santo nome. Ele perdoa todas as suas faltas e o enche de ternura e misericórdia. O Senhor é bom para todos, é amoroso para com todas as suas criaturas. O Senhor é clemente e misericordioso, lento para irar e rico em misericórdia. Como o leste está longe do pôr-do-sol, tão longe está nossa culpa. Assim como um pai sente ternura por seus filhos, o Senhor sente ternura por seus fiéis. Abençoe, minha alma, o Senhor. E como uma brisa suave, ele entregou seu espírito a Deus. Era 8 de março de 1550.

(23)

6ª Semana hospitaleira de oração pelas vocações 2021 - Página | 23 Preces do dia: Oremos pelas diferentes vocações da igreja.

1. Pela Vida Consagrada para que renovemos em cada dia o chamamento e o envio que Senhor nos faz para entregar a nossa vida ao serviço de nossos irmãos e ao mesmo tempo, contagiar com o nosso testemunho a quem nos roedeia. Oremos.

2. Pela Vida Contemplativa, totalmente dedicada a Deus na oração e no silêncio e no oculto. Todos eles são faróis que apontam o porto, tochas que iluminam a noite, sentinelas que anunciam o novo dia. Oremos.

3. Pelos Sacerdotes, para que Deus os abençoe e ajude, na sua dedicação à Evangelização, com espírito de serviço às suas comunidades. Oremos.

4. Pelas pessoas que sentem seu chamamento ao laicato dentro da Igreja para semear com coragem o chamamento de Cristo que receberam no meio do mundo. Oremos.

5. Por toda as famílias cristãs, para que seu testemunho de vida compartilhada seja uma fonte onde possam nascer futuras vocações eclesiais. Oremos.

(24)