Revista ALPHA
Revista do Centro Universitário de Patos de Minas
UNIPAM | Centro Universitário de Patos de Minas
Reitor do UNIPAM Milton Roberto de Castro Teixeira Pró-reitor de Ensino, Pesquisa e Extensão
Fagner Oliveira de Deus
Pró-reitor de Planejamento, Administração e Finanças Renato Borges Fernandes
Coordenadora de Extensão Adriana de Lanna Malta Tredezini
Coordenadora do Núcleo de Editoria e Publicações Elizene Sebastiana de Oliveira Nunes
A Revista ALPHA é uma publicação semestral dos cursos de História, Pedagogia e Letras, do Centro Universitário de Patos de Minas. Coordenador dos cursos de Pedagogia e História: Marcos Antônio Caixeta Rassi. Coordenadora do curso de Letras: Mônica Soares de Araújo Guimarães.
Catalogação na Fonte | Biblioteca Central do UNIPAM
R454 Revista ALPHA / Centro Universitário de Patos de Minas. – v. 1, n. 1 (dez. 2000) – Patos de Minas : UNIPAM, 2016.
Anual: 2000-2015. Semestral: 2016-.
Disponível em: <http://alpha.unipam.edu.br>. ISSN 1518-6792 (2000-2015)
ISSN 2448-1548 (2016)
1. Cultura – Periódicos. I. Centro Universitário de Patos de Minas.
CDD 056.9
Bibliotecária responsável: Carolina Simões Barbosa CRB6-2110
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NEP | Núcleo de Editoria e Publicações
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Revista ALPHA
Revista do Centro Universitário de Patos de Minas
ISSN
2448-1548
ano 18 – vol. 18, n. 2, ago./dez. de 2017
Patos de Minas: Revista Alpha, UNIPAM, 18(2):1-201
Revista ALPHA © Revista do Centro Universitário de Patos de Minas http//:alpha.unipam.edu.br. e-mail: revistaalpha@unipam.edu.br
Editor
Luís André Nepomuceno
Conselho Editorial Interno
Agenor Gonzaga dos Santos Carlos Roberto da Silva Elizene Sebastiana de Oliveira Nunes
Geovane Fernandes Caixeta Gisele Carvalho de Araújo Caixeta
Luís André Nepomuceno Mônica Soares de Araújo Guimarães
Conselho Consultivo
Alckmar Luiz dos Santos (UFSC)
Ana Margarida Dias Martins (University of Cambridge) Betina Ribeiro Rodrigues da Cunha (UFU)
Carlos Henrique de Carvalho (UFU) Dermeval Saviani (UNICAMP)
Divino José da Silva (UNESP/ Presidente Prudente) Elza Kioko Nakayama Nenoki do Couto (UFG) Esmeralda Blanco Bolsonaro de Moura (USP)
Frederico de Sousa Silva (UFU) Helena Maria Ferreira (UFLA)
Hugo Mari (PUC Minas) Jorge Megid Neto (UNICAMP)
Justino Pereira de Magalhães (Universidade de Lisboa/ Portugal) Jorge Ruedas de la Serna (Universidad Nacional Autónoma de México)
Lorenzo Teixeira Vitral (UFMG) Luciano Marcos Curi (IFRR)
Manuel Cadafaz de Matos (CEHLE, Portugal) Maria Beatriz Nascimento Decat (UFMG)
Maria Violante C. F. C. P. Magalhães (Escola Superior de Educação João de Deus/ Portugal) Perciliana Pena (FUNDEC)
Raquel de Almeida Moraes (UNB) Rita Marnoto (Universidade de Coimbra) Roberta Guimarães Franco Faria de Assis (UFLA)
Rodrigo Garcia Barbosa (UFLA) Rosa Maria Ferreira (Escrita Criativa)
Selva Fonseca Guimarães (UFU) Sueli Maria Coelho (UFMG)
Walquiria Wey (Universidad Nacional Autónoma de México) Wenceslau Gonçalves Neto (UFU)
Avaliação ad hoc para este número
Jorge Luis Rodriguez Gutiérrez (Universidade Presbiteriana Mackenzie); Luís Guilherme Assis Kalil (UFRRJ); Ana Cristina Oliveira Lopes (USP);
José Henrique Motta de Oliveira (Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro); Débora Regina de Paula Nunes (UFRN); Luciene Almeida de Azevedo (UFBA).
Sumário
7 Apresentação
Luís André Nepomuceno
Dossiê temático: “Religião, cultura e sociedade”
9 Educação, Estado Laico e Ensino Religioso: o Ensino Religioso diante do Estatuto Jurídico da Igreja Católica no Brasil
Robson Stigar
20 Da colonização aos dias atuais: um ensaio sobre as tensões religiosas no Brasil
Lázaro Evangelista
27 Corpo surdo também recebe orixás: um estudo de caso Diego Jonata Carvalho Dias & Silvio Santiago-Vieira
46 O pluralismo religioso brasileiro: a umbanda nascida para não ser tolerada? Bruna David de Carvalho
63 Marcas da religiosidade popular na canção Congo, interpretada por Pena Branca e Xavantinho
Andréa Cristina de Paula
Estudos literários
79 De la digresión a la abdicación: trayectoria epistémica de la poética mexicana de Juan Vicente Melo a Julián Herbert
Alfredo Lèal
103 “Divinity of hell”: um ensaio acerca das imagens diabólicas em Othello, de Wil liam Shakespeare
Andrio J. R. dos Santos
120 Teatro do Absurdo ou Metateatro? Análise de aspectos de metapeça em O Balcão, de Jean Genet
Cristina Matos Silva e Dias
134 O maravilhoso em Kipling: análise do conto “Como o camelo arranjou a bossa” Rodrigo Conçole Lage
147 Representação das vítimas do franquismo em Hernández e da ditadura civil-militar argentina em Kohan
Estudos pedagógicos
164 Provinha Brasil: um instrumento de aprendizagem nos primeiros anos do ensino fundamental
Anderson Oramisio Santos & Guilherme Saramago de Oliveira
178 Teoria das representações sociais como referencial teórico-metodológico e episte-mológico para pesquisas em educação: contribuições e perspectivas
Monaliza Angélica Santana
191 Drama and the teaching of culture in the English class Yuri Andrei Batista Santos
Apresentação
LUÍS ANDRÉ NEPOMUCENO
Editor da Revista Alpha
com alegria que oferecemos ao público leitor o segundo número do vol. 18 da Revista Alpha, que ora apresenta como dossiê temático as relações entre religião, cultura e sociedade. Não é uma temática simples, a julgar pela com-plexidade das divergências e radicalizações oferecidas pelo cenário contemporâ-neo, em que a falência dos modelos iluministas já há muito nos coloca diante dos fundamentalismos e das intolerâncias que grassam por todos os cantos do planeta. Conforme observa Sérgio da Mata (2010, p. 18), “o que importa saber é se, num contexto de radicalização como o atual [...], ainda há espaço para um estudo histó-rico das religiões numa perspectiva reflexiva e crítica, o que equivale a dizer: teo-ricamente fundamentado, não confessional e sem quaisquer aspirações de natu-reza proselitista”.
Foi pensando nessa perspectiva histórica, sociológica e antropológica que o dossiê propôs refletir sobre o espaço concedido às práticas e crenças religiosas no mundo de hoje. Nesse sentido, estudiosos de várias instituições de ensino su-perior ofereceram suas contribuições, que caminham no sentido de expor um qua-dro das tensões religiosas no Brasil, voltado essencialmente para o estudo das opressões contra minorias, sobretudo afro-brasileiras, e para um esboço do cenário atual do ensino religioso no país, desde os primórdios da educação jesuítica.
Para iniciar as discussões, Robson Stigar procura compreender, a partir de um acordo assinado em 2008 entre o governo brasileiro e a Santa Sé, como têm se estabelecido as relações entre o estado laico e o ensino religioso diante do Estatuto Jurídico da Igreja Católica no Brasil. O autor ainda apresenta um breve contexto histórico sobre as ambiguidades e contradições do ensino religioso nas diversas legislações brasileiras que permitiram a promulgação desse acordo, levantando questões polêmicas como a ausência de diálogo inter-religioso e a falta de respeito à pluralidade religiosa.
Ainda no plano das questões que envolvem a intolerância religiosa, Lázaro Evangelista levanta um questionamento sobre a omissão do Estado que, de uma forma ou de outra, contribui nitidamente com a intolerância e a violência contra religiões de matriz africana, que ainda hoje representam profundo significado his-tórico e social para a formação do país.
Na esteira das pesquisas sobre religiões de origem africana, Diego Jonata e Silvio Santiago-Vieira apresentam, a partir de um estudo de caso de caráter
etno-É
gráfico, uma curiosa reflexão sobre a religião afro-brasileira Tambor de Minas, con-siderando especificamente o processo de transe e possessão do médium Surdo no cenário doTerreiro Casa Grande de Mina Jêje-Nagô de Toy Lissá e Abê Manja Huevy, localizado no bairro do Coqueiro, periferia de Belém/PA. O artigo fecha com a ideia de que o transe pode ser visto como algo que integra o Surdo e lhe confere uma condição de destaque no rito e no ambiente do terreiro.
Bruna David de Carvalho, por sua vez, busca compreender como, em meio à propagação das religiosidades afro-brasileiras, a Umbanda tem sido objeto de preconceito e intolerância, desde as primeiras condenações católicas, até as agres-sões das iniciativas neopentecostais mais recentes. A autora propõe que é preciso renovar um entendimento mais profundo sobre a natureza dessas experiências re-ligiosas na sociedade brasileira, em especial da Umbanda, uma vez que tiveram impacto histórico decisivo na formação de nossas mentalidades.
O dossiê encerra seus estudos com uma curiosa análise de Andréa Cristina de Paula sobre a canção Congo, interpretada pela dupla Pena Branca e Xavantinho, dois artistas importantes dentro da tradição e da cultura popular, buscando iden-tificar neste texto marcas da identidade afro-brasileira, especialmente no que diz respeito à religiosidade. O artigo propõe atribuir à música caipira o instrumento de comunicação capaz de agregar elementos complexos que remetem à diversi-dade cultural brasileira.
Na seção “Estudos literários”, a revista apresenta análises diversas: Alfredo Leal Rodríguez argumenta sobre as modificações que sofreu a poética mexicana entre 1968 e 2002, a partir das obras de Juan Vicente Melo y Julián Herbert. Andrio J. R. dos Santos sugere uma análise da peça Othello, de William Shakespeare, bus-cando elementos demoníacos ao longo do texto e mostrando que a presença dia-bólica não se encontra apenas na figura do vilão Iago. Cristina Matos Silva e Dias investiga a peça O balcão, de Jean Genet, misturando elementos teóricos que se re-ferem tanto ao conceito de “teatro de absurdo”, de Martin Esslin, quanto ao con-ceito de “metateatro”, de Lionel Abel. Rodrigo Conçole Lage analisa um conto de Rudyard Kipling, conforme a célebre teoria de “conto maravilhoso”, proposta por Tzvetan Todorov, e a questão do elogio do trabalho proposto pela ética protestan-te. Por fim, Taislane Vieira e Juliana Helena Gomes Leal analisam textos do espa-nhol Miguel Hernández e do argentino Martín Kohan, propondo uma proximi-dade temática entre os dois no que diz respeito à representação das vítimas de regimes ditatoriais.
Na seção de “Estudos pedagógicos”, Anderson Oramisio Santos e Guilher-me Saramago de Oliveira analisam a Provinha Brasil, modelo de avaliação pro-posto pelo Sistema de Avaliação da Educação Básica, evidenciando que seus ins-trumentos não correspondem às reais necessidades das crianças, vistas em suas singularidades, uma vez que os elementos construídos como ferramentas avaliati-vas não respondem à realidade das crianças avaliadas. Monaliza Angélica Santana
propõe uma análise teórico-metodológica e epistemológica da Teoria das Repre-sentações Sociais, de Moscovici, ressaltando suas contribuições e perspectivas para as pesquisas em educação.
Com os artigos aqui apresentados, a Alpha conclui os seus trabalhos deste segundo número de seu vol. 18, apresentando aos pesquisadores os resultados de suas contribuições. É sempre uma gratificação ter correspondido às propostas e expectativas dos autores que submeteram seus trabalhos.
REFERÊNCIAS
Mata, Sérgio da. História & Religião. Belo Horizonte: Autêntica, 2010 (Coleção His-tória & Reflexões).