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Academic year: 2021

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Vote pelo seu ambiente

Um apelo ambiental para a ação do Parlamento Europeu de 2014-2019

F o to s : S u s a n a A lv e s , R ú b e n C o e lh o e P e d ro G e ra ld e s

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Um papel claro para Europa

O grande volume de desafios que a Europa enfrenta são aparentemente divergentes, mas na verdade muitos dos problemas económicos e sociais estão fortemente ligados com o ambiente. Frequentemente as causas de fundo desses problemas estão relacionadas com a forma insustentável como a sociedade usa os seus recursos naturais finitos – dentro e fora da Europa.

Um parlamento que garanta a liderança ambiental

A Europa tem liderado mundialmente a ambição da melhoria ambiental. Os deputados do Parlamento Europeu têm sido decisivos em tornar essa ambição em políticas concretas. A União Europeia (UE) corre o risco de perder o seu papel de liderança ao sacrificar a estabilidade ambiental de longo prazo por ganhos económicos insustentáveis de curto prazo. A crise planetária que hoje vivemos requer uma ação consistente em todos os campos da política Europeia. Os factos comprovam que os cidadãos da Europa são a favor de um papel forte da UE na área do ambiente, que apoiam a liderança e a mudança.

O Homem está a usar o dobro dos recursos disponíveis no planeta. Por todo o Mundo, milhões de pessoas têm os seus meios de subsistência ameaçados devido ao colapso dos ecossistemas, o uso insustentável de recursos naturais, alterações climáticas e a perda de biodiversidade. Esta crise ambiental está progressivamente a fomentar conflitos relacionados com o uso da terra, da água e de outros recursos. Se nenhuma ação for tomada já, a UE vai provavelmente falhar o seu objetivo de 2020: parar a perda de biodiversidade e iniciar a sua recuperação.

Os Eurodeputados estão numa posição única para pôr em prática a visão Europeia para uma economia verde e de baixo carbono que salvaguarde e recupere a sua herança natural. Isso dará à sociedade os serviços ambientais dos quais depende e a proteção que precisa face às alterações climáticas. A atual tempestade económica apresenta-se como uma oportunidade para reorientar a Europa para uma maior sustentabilidade e eficiência no consumo de recursos. As oportunidades apresentar-se-ão àqueles que agirem primeiro.

Este manifesto apresenta a visão da BirdLife International para uma reforma da política ambiental

Proteger e recuperar os nossos ecossistemas

A natureza é o suporte vital da sociedade. Os serviços e o funcionamento destes serviços. Por outro lado, há ainda que considerar que todas as espécies selvagens têm um direito próprio de coexistir com os humanos.

A UE comprometeu-se com o objetivo de parar toda a perda de biodiversidade e recuperar os serviços fornecidos pelos ecossistemas até 2020. A UE tem a melhor legislação ambiental mundial que, entre outros resultados importantes, estabeleceu a Rede Natura 2000: a maior rede de áreas protegidas do Mundo. Contudo, tem havido uma implementação reduzida das diretivas europeias que suportam a consolidação da rede no terreno; algumas zonas existem apenas no papel e muitas estão já deterioradas ou significativamente ameaçadas. Simultaneamente, as políticas de uso da terra e de energia insustentável, tal como um ordenamento do território

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inadequado, estão a acelerar a degradação dos habitats e os fundos a favor da proteção à biodiversidade permanecem lamentavelmente limitados.

Os Eurodeputados devem:

• Assegurar que a avaliação intermédia da estratégia 2020 para a biodiversidade da UE leve

à sua implementação legislativa nos Estados-Membros, para que a UE se posicione para atingir as metas na biodiversidade;

• Supervisionar a correta transposição e cumprimento das Diretivas Aves e Habitats em

todos os Estados-Membros, assegurando também a adoção de financiamento para proteger as áreas ameaçadas na Rede Natura 2000;

• Defender um aumento significativo do financiamento do bem sucedido e eficiente

programa LIFE através da flexibilização de mecanismos no orçamento Europeu, para melhorar a conservação e gestão da Rede Natura 2000;

• Garantir que a adoção e implementação de novas iniciativas Europeias irão fortalecer e

complementar a Rede Natura 2000, ao mesmo tempo que reforçam a resiliência dos ecossistemas naturais no território;

• Supervisionar a implementação de uma legislação Europeia efetiva que lide com os

impactos de espécies introduzidas invasoras nos habitats e da atividade humana no território europeu.

Mares Produtivos & Saudáveis

Os mares da Europa estão entre os melhores recursos naturais de que dispomos e são a casa de algumas das maiores populações de aves marinhas do mundo. A recente reforma da Política Comum das Pescas trouxe alguma esperança que, depois de décadas de uma má gestão das

pescas na UE, os stocks europeus irão recuperar e a pesca tornar-se-á mais segura para as aves e

a restante biodiversidade.

Contudo, isto só acontecerá se a UE e os Estados-Membros escolherem o caminho para uma implementação ambiciosa e coerente da nova política, alicerçada em bons investimentos. O novo Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos e das Pescas (FEAMP) é por isso crucial para sustentar uma abordagem aos nossos recursos marítimos baseada na ótica do ecossistema.

A captura acidental de aves, a poluição, o desenvolvimento desordenado da orla costeira e as alterações climáticas estão também a contribuir para a degradação do ambiente marinho. Ao mesmo tempo, poucas áreas marinhas da Rede Natura 2000 para proteger e recuperar a vida marinha selvagem foram identificadas e muito menos foram designadas e corretamente geridas.

Os Eurodeputados devem:

• Exigir que se complete a Rede Natura 2000 em meio marinho de forma a proteger áreas

chave de vida selvagem marinha;

• Exigir a urgente implementação do Plano de Ação Europeu para reduzir a captura

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• Garantir que os mecanismos financeiros europeus estão acessíveis e prontos para apoiar medidas de monitorização e gestão ambiental;

• Garantir que os Planos Plurianuais para as pescas, no âmbito do recente reforma da

Política Comum das Pescas, adotem uma abordagem baseada na ótica dos ecossistemas e que tenham o objetivo de atingir o Rendimento Máximo Sustentável (MSY) em 2015 ou o mais tardar em 2020;

• Garantir que o novo Programa plurianual de Recolha de Dados de monitorização

ambiental é alterado de modo a estar em conformidade com a Diretiva-Quadro Estratégia Marinha, as diretivas Aves e Habitats e o Plano de Ação Europeu para as aves marinhas (Plano de Ação para reduzir a captura acidental de aves marinhas em artes de pesca), com o objetivo de obter informação científica que fundamente processos de decisão e implementação de legislação;

• Garantir que a revisão do enquadramento para medidas técnicas (no âmbito da Política

Comum das Pescas), está totalmente integrada com a Diretiva-Quadro Estratégia Marinha, as diretivas Aves e Habitats e o Plano de Ação Europeu para as aves marinhas, por forma a garantir que as pescas se processam de uma forma ambientalmente sustentável.

Alimentação e meios rurais saudáveis

No decurso do período de 2014 a 2019 os Eurodeputados vão ter um papel crucial na supervisão da implementação da Política Agrícola Comum (PAC) e assegurar que a agricultura dará

mais-valias públicas como retribuição dos fundos públicos. Uma “Smart Regulation” será vital para

garantir que a agricultura não ponha em causa a concretização de outras políticas Europeias nas áreas da qualidade ambiental e proteção da natureza, através da Diretiva dos Nitratos, Diretiva-Quadro de ação comunitária da política da água, Diretiva de Avaliação de Impactes Ambientais,

Diretiva Aves, Diretiva Habitats e o financiamento da PAC para High Nature Value Farming

(Agricultura de alto valor acrescentado para a Natureza).

No decurso deste período a PAC precisa de demonstrar que consegue produzir benefícios para o bem comum, assegurando um retorno dos milhares de milhões de Euros do dinheiro dos contribuintes que são investidos nesta política. Se não o fizerem, então a próxima reforma pós-2020 da Política Agrícola Comum será fortemente influenciada por isso.

Os Eurodeputados devem:

• Supervisionar a implementação da nova PAC e assegurar que a agricultura produz retorno

a partir de dinheiro público;

• Apoiar uma “Smart Regulation” que assegura a proteção do ambiente e dos serviços do

ecossistema;

• Assegurar que a pegada ecológica local e global da UE esteja dentro dos limites

sustentáveis e saudáveis;

• Fazer com que os preços dos produtos agrícolas e dos produtos fornecidos às explorações

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• Certificar-se que o setor da agricultura faz parte da nova economia verde, que contribui para a mitigação e adaptação às alterações climáticas e que coopera para o cumprimento de todos os objetivos ambientais na sociedade.

Evitar uma alteração climática perigosa

O mundo está em direção a um aumento perigoso da temperatura, de 3,5 a 4 graus Célsius acima dos níveis pré-industriais, ainda este século. Apesar da Europa ter vindo a liderar em conversações internacionais sobre alterações climáticas e nas políticas que implementa no seu território, a sua ambição ambiental tem cambaleado recentemente. Os objetivos de redução de emissões para 2020 são ainda insuficientes para ajudar na resolução do problema do clima. O Regime Europeu de comércio de licenças de emissão de gases com o efeito estufa (ETS), precisa de uma reestruturação profunda para funcionar. Por outro lado as políticas de bioenergia em vigor estão a levar à destruição de habitats ricos em biodiversidade e importantes no fornecimento de serços essenciais, incluindo a fixação de carbono atmosférico. O novo Parlamento Europeu deverá decidir objetivos ambiciosos no combate às alterações climáticas, que ajudem a EU a liderar de novo este processo. O Parlamento também deve assegurar que a Europa está a transitar para um sistema energético limpo, sustentável, baseado em renováveis e que funcione em harmonia com a natureza.

Os Eurodeputados devem:

• Fazer pressão na Conferência do Clima de Paris de 2015 e apoiar o objetivo de reduzir as

emissões de gases de efeito estufa em pelo menos 55% até 2030 e ampliar o objetivo de 2020 para 40%, tendo como base os níveis de emissão de 1990;

• Defender, na Convenção Climática das Nações Unidas, um regime de financiamento forte

e extensivo que trave a destruição das florestas tropicais;

• Adotar para 2030 um objetivo ambicioso, de pelo menos 45% para a cota de fontes de

energias renováveis no consumo de energia final e um objetivo de eficiência energética de pelo menos 40% no consumo de energia primária;

• Garantir que as políticas da UE que envolvam o abastecimento de energia concretizam

reduções de emissões genuínas, tenham em conta outros aspetos, tais como as alterações indiretas do uso do solo e a acumulação da dívida de carbono, apoiem uma transição para um sistema energético limpo e sustentável, que evitem a perda de biodiversidade;

• Garantir que os biocombustíveis prejudiciais não sejam subsidiados pelo dinheiro dos

contribuintes, nem sejam contabilizados nos objetivos de energias renováveis;

• Desenvolver uma estratégia de adaptação às alterações climáticas coerente, que inclua a

biodiversidade e ecossistemas, bem como as pessoas, usando sempre que possível abordagens baseadas nos ecossistemas, generalizando a sua aplicação a outros setores que beneficiem e não afetem negativamente o ambiente natural.

Referências

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