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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE PÓS-GRADUAÇÃO LATU SENSU A COMPETITIVIDADE ATRAVÉS DA LOGÍSTICA REVERSA

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU”

A COMPETITIVIDADE ATRAVÉS DA LOGÍSTICA REVERSA

POR: MARCIO ANDRÉ DE SOUZA MONTEIRO

ORIENTADOR

PROF. JORGE TADEU VIEIRA LOURENÇO

RIO DE JANEIRO

2011

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MARCIO ANDRÉ DE SOUZA MONTEIRO

A COMPETITIVIDADE ATRAVÉS DA LOGÍSTICA REVERSA

Monografia apresentada à

Universidade Candido Mendes

como requisito à obtenção de

título de Pós-Graduado em

Logística Empresarial.

ORIENTADOR: PROF. JORGE TADEU VIEIRA LOURENÇO

RIO DE JANEIRO

2011

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AGRADECIMENTOS

Agradeço à minha esposa e filha pela ajuda e compreensão nos momentos em que precisei me ausentar para pesquisar, planejar e executar esse trabalho monográfico.

Agradeço aos funcionários das bibliotecas das Universidades Gama Filho e Candido Mendes pela ajuda prestada quando utilizei as estruturas dessas instituições na procura por livros e artigos baseados no assunto pesquisado.

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DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho às organizações que já desenvolvem projetos visando o bem estar do nosso meio ambiente e também aqueles que ainda não acordaram para essa realidade.

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RESUMO

O presente trabalho tem por objetivo apresentar os resultados de uma pesquisa que mostrará a importância da utilização da logística reversa pelas empresas brasileiras varejistas que visam à competitividade e sustentabilidade. Atualmente, com a redução da margem de lucro e o aumento da competitividade no varejo, a busca pela sustentabilidade se torna cada vez mais importante para as empresas do setor. Esse trabalho também mostrará como a logística reversa, no setor varejista, pode ser uma fonte alternativa de renda, contribuindo para a sustentabilidade do negócio, reduzindo os desperdícios e os impactos sociais e ambientais, abordando impactos positivos da logística reversa para o meio-ambiente.

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SUMÁRIO

1 - INTRODUÇÃO...06 1.1 – Contexto...06 1.2 – Problemática...10 1.3 – Metodologia de Pesquisa...10 1.4 – Objetivos...10

2 LOGÍSTICA REVERSA, O NOVO FOCO DA LOGÍSTICA EMPRESARIAL...11

2.1 – A Importância da Logística Reversa nas Questões Ambientais... ...17

2.2 - A Importância da Logística Reversa nas Questões Econômicas...20

2.3 – Fatores que influenciam a eficácia do processo de Logística...21

3 – RECICLAGEM E REAPROVEITAMENTO:...24

4 – A LOGÍSTICA REVERSA PARA O MERCADO VAREJISTA...27

4.1 – Um estudo sobre o varejo...27

4.2 – Logística Reversa no Varejo...28

CONSIDERAÇÕES FINAIS...31

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1 – INTRODUÇÃO

1.1 – Contexto:

Conforme Leonardo Lacerda (2002), a Logística pode ser definida como o processo de planejar, implementar, e controlar de maneira eficiente o fluxo e a armazenagem de materiais, serviços e informações do seu ponto de aquisição até o seu ponto de consumo.

Nesse trabalho iremos estudar o processo inverso, conhecido como processo de logística reversa que trata o fluxo logístico do ponto de consumo até o ponto de origem e que também deve ser muito bem gerenciado conforme mostra a figura 1.

Processo Logístico Direto

Materiais Reaproveitados

Materiais Novos

Figura 1: Representação Esquemática dos Processos Logísticos Diretos e Reversos. Fonte: LACERDA, Leonardo. Logística reversa. Revista

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O processo de logística reversa gera materiais reaproveitados que retornam ao processo tradicional de suprimento, produção e distribuição, conforme indicado na figura 1. Este processo é geralmente composto por um conjunto de atividades que uma empresa realiza para coletar, separar, embalar e expedir itens usados, danificados ou obsoletos dos pontos de consumo até os locais de reprocessamento, revenda ou de descarte.

Existem variantes com relação ao tipo de reprocessamento que os materiais podem ter, dependendo das condições em que estes entram no sistema de logística reversa. Os materiais podem retornar ao fornecedor quando houver acordos neste sentido. Podem ser revendidos se ainda estiverem em condições adequadas de comercialização. Podem ser recondicionados, desde que haja justificativa econômica. Podem ser reciclados se não houver possibilidade de recuperação. Todas estas alternativas geram materiais reaproveitados, que entram de novo no sistema logístico direto. Em último caso, o destino pode ser o seu descarte final (figura 2).

Expedir Embalar Coletar

Descarte Retornar ao Fornecedor Revender Recondicionar Reciclar Materiais Secundário s

Processo Logístico Reverso

Figura 2: Atividades Típicas do Processo Logístico Reverso. Fonte: LACERDA, Leonardo. Logística reversa. Revista Tecnologística, VI. 74, jan.2002.

A logística reversa é a área da logística empresarial que tem a preocupação com os aspectos logísticos do retorno ao ciclo de negócios ou

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produtivo de embalagens, bens de pós-venda e de pós-consumo, agregando-lhes valores de diversas naturezas: econômico, ecológico, legal, logístico, de imagem corporativa.

Atualmente a busca contínua de novas soluções e a melhor exploração de todos os processos e atividades geradoras de renda torna-se relevante para a sustentação das empresas. Aspectos como a busca de eficiência, melhor compreensão do relacionamento com o consumidor, melhor gestão de custos e preço de venda dos produtos nas lojas e principalmente o melhor aproveitamento de produtos que seriam descartados, têm sido elementos importantes para as empresas varejistas submetidas a estas transformações econômicas.

A logística reversa no setor varejista pode se abrir como uma nova possibilidade de ganho para as empresas do setor, pois, passa a criar um fluxo reverso das sobras de embalagens e produtos que seriam descartados. Neste processo de retorno de mercadorias e materiais rejeitados e também acrescenta-se que a logística reversa pode auxiliar o desempenho da empresa ao possibilitar um aproveitamento ao que foi gerado e seria descarte, um aproveitamento econômico.

Numa visão ecológica, as empresas pensam com seriedade em um cliente preocupado com seus descartes, sendo estes sempre vistos como uma agressão à natureza. Desta forma surge uma Logística Verde baseada nos conceitos da Logística Reversa do Pós-consumo.

Numa visão estratégica, a preocupação fica por conta do aumento da confiança do cliente, com políticas de Logística Reversa da Pós-venda ou Administração de Devoluções. Desta forma a empresa se responsabiliza pele troca imediata do produto, logo após a venda.

Do ponto de vista financeiro, o estudo da logística reversa deixa claro que essas iniciativas têm trazido consideráveis retornos para as empresas. Economias com a utilização de embalagens retornáveis ou com o reaproveitamento de materiais para produção têm trazido ganhos que estimulam cada vez mais novas iniciativas.

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Além disso, os esforços em desenvolvimento e melhorias nos processos de logística reversa podem produzir também retornos consideráveis, que justificam os investimentos realizados nesse setor.

1.2 – Problemática:

A pesquisa foi elaborada e planejada para mostrar de uma forma didática, se as empresas varejistas conseguem aumentar a competitividade e a sustentabilidade através de uma Logística Reversa bem estruturada.

1.3 – Metodologia de Pesquisa:

Durante o projeto e o desenvolvimento da pesquisa foram observados alguns casos reais de empresas do varejo e estudos de algumas bibliografias. Foi realizada uma pesquisa bibliográfica em livros artigos e alguns sites da internet que abordam o assunto em questão.

Além disso, utilizei minha experiência no ramo varejista e alguns dados coletados na minha carreira na área de Logística.

1.4 – Objetivos:

Esse projeto de pesquisa tem como objetivo principal mostrar a importância da Logística Reversa para as empresas do varejo abordando os impactos positivos no meio-ambiente aliados ao aumento da competitividade e sustentabilidade.

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2 – LOGÍSTICA REVERSA, O NOVO FOCO DA LOGÍSTICA EMPRESARIAL:

Conceituação:

As diversas definições e citações de logística reversa revelam que o conceito ainda está em evolução, em face das novas possibilidades de negócios relacionadas com o crescente interesse empresarial, além daqueles em pesquisas, na última década.

Em Stock(1998:20) encontra-se a definição: “Logística reversa: em uma perspectiva de logística de negócios, o termo refere-se ao papel da logística no retorno de produtos, redução na fonte, reciclagem, substituição de materiais, reuso de materiais, disposição de resíduos, reforma, reparação e remanufatura...”

Rogers e Tibben-Lembke (1999:2), adaptando a definição de logística do Council of Logistics Management (CLM), definem a logística reversa como: “o processo de planejamento, implementação e controle da eficiência e custo efetivo do fluxo de matérias-primas, estoques em processo, produtos acabados e as informações correspondentes do consumo para o ponto de origem com o propósito de recapturar o valor ou destinar à apropriada disposição”.

Lacerda (2000) define que: “Logística reversa pode ser entendida como sendo o processo de planejamento, implementação e controle do fluxo de matérias-primas, estoque em processo e produtos acabados (e seu fluxo de informação) do ponto de consumo até o ponto de origem, com o objetivo de recapturar valor ou realizar um descarte adequado”

O conceito de logística reversa foi evoluindo ao longo das últimas décadas, não só enquanto definição, como também no que diz respeito às atitudes e à sua abrangência; de seu início quando era vista apenas como uma distribuição passou a ganhar importância e a se fazer presente com mais

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responsabilidade em todas as atividades logísticas relacionadas aos retornos de produtos.

A Logística Reversa tem sido citada com freqüência e de forma crescente em livros modernos de Logística Empresarial e em artigos, demonstrando sua aplicabilidade e interesse em diversos setores empresariais e apresentando novas oportunidades de negócios no Supply Chain Reverso, criado por esta nova área da Logística Empresarial.

No Brasil, mais recentemente, seu interesse empresarial tem sido demonstrado por inúmeros eventos realizados em associações, empresas e universidades e o interesse acadêmico pela sua inclusão como disciplina curricular em cursos de especialização em Logística Empresarial.

Preocupadas com questões ambientais, as empresas estão cada vez mais acompanhando o ciclo de vida de seus produtos. Isto se torna cada vez mais claro quando observamos um crescimento considerável no número de empresas que trabalham com reciclagem de materiais. Um exemplo dessa preocupação é o projeto Replaneta, que consiste em coleta de latas de alumínio e garrafas PET, para posterior reciclagem, e que tem como bases de sustentação para o sucesso do negócio a automação e uma eficiente operação de logística reversa, além do desenvolvimento de maquinários próprios para a atuação nesse campo.

No Brasil ainda não existe nenhuma legislação que abranja esta questão, e por isso o processo de logística reversa está em difusão e ainda não é encarado pelas empresas como um processo "necessário" , visto que a maioria das empresas não possui um departamento específico para gerir essa questão; assim, algumas Resoluções são utilizadas, como, por exemplo, a Conama nº258, de 26/08/99, que estabelece que as empresas fabricantes e as importadoras de pneus ficam obrigadas a coletar e a dar destinação final, ambientalmente adequada, aos pneus inservíveis, proporcionalmente às quantidades fabricadas e importadas definidas nesta Resolução, o que praticamente obriga as empresas desse segmento a sustentarem políticas de logística reversa.

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Na verdade, quase todas as empresas trabalham com o conceito de logística reversa, porém nem todas encaram esse processo como parte integrante e necessária para o bom andamento ou para o aumento nos custos das empresas. Apenas utilizam o processo e não dispensam maior importância e nem investem em pesquisas para o mesmo. Uma empresa que recebe um produto como fruto de devolução por qualquer motivo já está aplicando conceitos de logística reversa, bem como aquela que compra materiais recicláveis para transformá-los em matéria-prima novamente. Esse interessante processo pode ser visto pelas empresas com enfoques diferentes, ou seja, para algumas, esse processo trará benefícios diversos, a começar pela redução de custos, enquanto que para outras pode ser um grande problema, pois representa custos que precisam ser controlados. Nesse caso, observa-se que, nas empresas onde o processo de logística reversa representa custos, existe uma grande preocupação com o processo, para que ele seja extremamente controlado, a fim de que esses custos sejam reduzidos, uma vez que a extinção do processo de logística reversa numa empresa é praticamente impossível.

Assim, podemos observar que o processo logístico não se encerra na entrega do produto ao cliente, consumidor, ou usuário, mas até o ponto que seu valor entra em fase de declínio para seu utilizador. Neste ponto o produto começa a ser tratado como sucata, lixo, dejeto, rejeito ou resíduo, e não mais como produto, diferentemente da utilização que tinha quando ele foi concebido e fabricado.

Neste enfoque, a melhor solução na destinação dos resíduos é aquela em que o binômio meio-ambiente e lucro estejam combinados de tal forma que tanto as diretrizes do meio-ambiente quanto o resultado financeiro sejam satisfatórios, consolidando esta visão com a visão de reciclagem.

As atividades de logística reversa variam desde a simples revenda de um produto até processos que abrangem inúmeras etapas como: coleta, inspeção, separação, levando a uma remanufatura ou reciclagem. A logística reversa envolve todas as operações relacionadas à reutilização de produtos e

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materiais, na busca de uma recuperação sustentável. Como procedimento logístico, trata-se também do fluxo de materiais que retornam por algum motivo: devoluções de clientes, retornos de embalagens, retorno de produtos e/ou materiais para atender à legislação etc. A logística reversa não trata apenas do fluxo físico de produtos, mas também de todas as informações envolvidas nesse processo.

Alguns autores descrevem três tipos de Logística Reversa: Logística Reversa de pós-venda; Logística Reversa de pós-consumo; e Logística Reversa de embalagem.

− Logística Reversa de pós-venda: trata do fluxo logístico e das informações logísticas correspondentes de bens de pós-venda, sem uso ou com pouco uso, que são devolvidos. Nessa categoria incluem-se erros nos processamentos dos pedidos, garantia dada pelo fabricante, defeitos ou falhas no funcionamento do produto, avarias no transporte, mercadorias em consignação, liquidação de estação de vendas, pontas de estoque etc. Trata-se de produtos que podem retornar ao ciclo de negócios agregando-lhes valor comercial, serem enviados à reciclagem ou para um destino final na impossibilidade de reaproveitamento.

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Produtos de Pós-Venda Matérias Primas

Fabricação Seleção / Destino

Destinação Distribuição Reversa

Mercados Secundários R e u so /D e sm a n ch e R e ci cl a g e m I n d u st ri a l Varejo Consumidor Coleta

Figura 3: Fluxograma da Logística Reversa da Pós-venda. Adaptado de LACERDA, Leonardo. Logística reversa: uma visão sobre os conceitos básicos e as práticas operacionais. Disponível em: www. sargas.com.br

− Logística Reversa de pós-consumo: operacionaliza o fluxo físico e as informações correspondentes de bens de consumo descartados pela sociedade, em fim de vida útil ou usados com possibilidade de reutilização, e resíduos industriais que retornam ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo pelos canais de distribuição reversos específicos. Esses produtos de pós-consumo poderão originar-se de bens duráveis ou descartáveis que poderão sofrer reuso – normalmente em mercado de segunda mão até atingir o “fim da vida útil” -, desmanche – após o produto ser desmontado, componentes poderão ser aproveitados ou remanufaturados -, e reciclagem – onde os materiais constituintes são reaproveitados e se constituirão em matérias-primas

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secundárias retornando ao ciclo produtivo. No caso de não haver nenhuma dessas possibilidades mencionadas, o produto deverá ter um “destino final” em aterros sanitários, lixões ou sofrerem incineração.

Destinação Destino não Seguro Coleta Varejo Reverso Distribuição Reversa Matérias Primas Mercados Secondários Matérias Primas Fabricação Reuso/Desmanche Reciclagem Industrial Varejo Consumidor

Destino Seguro Produtos de Pós-Consumo

Figura 4: Fluxograma da Logística Reversa do Pós-consumo. Adaptado de LACERDA, Leonardo. Logística reversa: uma visão sobre os conceitos básicos e as práticas operacionais. Disponível em: www.sargas.com.br

− Logística Reversa de embalagem: apesar de enquadrar-se na logística reversa de pós-venda ou pós-consumo, sua importância faz com que seja classificada numa categoria separada. Com a distribuição a mercados cada vez mais afastados, verifica-se um incremento com gastos de embalagem o que repercute no custo final do produto – dependendo do tipo de produto e de distribuição têm-se a embalagem primária, secundária, terciária,

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quaternária, e a de quinto nível que é a unidade conteinerizada ou embalagens especiais para envio à longa distância. Existe uma tendência mundial de se utilizar embalagens retornáveis, reutilizáveis ou de múltiplas viagens, tendo em vista que o total de resíduos aumenta a cada ano, causando impacto negativo ao meio ambiente.

2.1 - A Importância da Logística Reversa nas Questões Ambientais.

Atualmente, devido à falta de recursos, à disposição de resíduos, aos congestionamentos e aos índices de poluição, os governos e as empresas têm dado prioridade às resoluções desse e de outros problemas de natureza similar.

Com o aumento dos efeitos ambientais decorrentes de operações logísticas, surge um vasto campo para estudos e pesquisas, sejam estes no plano teórico ou em aplicações de pequeno ou grande porte.

As empresas estão buscando realizar suas operações logísticas da maneira mais amigável possível com o meio ambiente.

Em decorrências desses fatores, é sabido que esse será o maior assunto na área de logística dos próximos anos, incorporando-se o gerenciamento ambiental.

As empresas que visam um desenvolvimento sustentado, pesquisando produtos e serviços que representem menores impactos ao meio ambiente, acabam criando um diferencial no mercado e abrem novos horizontes em seus lucros devido à implantação de um planejamento estratégico ligado a sua preocupação com o meio ambiente.

Situado em uma posição intermediária na cadeia de venda de produtos ao consumidor final, o varejista pode exercer algumas funções que contribuam para a reciclagem e reuso das sobras, conforme Parente e Gelman (2006):

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- O varejo pode ser articulador social nas comunidades que são definidas pelo raio de abrangência dos consumidores do estabelecimento;

- Pode desempenhar um papel de modificador na cadeia de valor onde o varejista atua como intenso agente, estabelecendo vínculos comerciais com o consumidor, estimulando ações juntamente com fornecedores e recebendo doações dos consumidores;

- Pode ter uma representatividade e capilaridade geográfica definida pela sua forte participação na economia e pelo grande número de empresas.

O Gerenciamento Ambiental é a estrutura administrativa das organizações que trata o impacto imediato e longo prazo de seus produtos, serviços e processos no meio ambiente. Fornece ordem e consistência nas metodologias organizacionais através da alocação de recursos, definição de responsabilidades e avaliação contínuas de práticas, procedimentos e processos. É essencial para a habilidade da organização em satisfazer as expectativas de desempenho ambiental e assegurar conformidade contínua com as exigências nacionais e internacionais.

Alguns aspectos motivam as organizações a adotarem um SGA (Sistema de Gerenciamento Ambiental), conforme segue:

- maior conformidade com os requisitos legais e regulatórios da região. - prevenção da poluição e redução de resíduos

- valoração pela comunidade.

- aumento da competitividade diante dos seus concorrentes. - desejo de lucrar com atividades reversas.

- melhorar métodos gerenciais internos e externos.

Diante desses fatores, algumas organizações passaram a encarar o processo logístico reverso como uma fonte muito rica de oportunidades para celebrar lucros e competitividade no mercado Nacional.

Existe uma clara tendência de que a legislação ambiental caminhe no sentido de tornar as empresas cada vez mais responsáveis por todo ciclo de

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vida de seus produtos. Isto significa ser legalmente responsável pelo seu destino após a entrega dos produtos aos clientes e do impacto que estes produzem no meio ambiente.

Um segundo aspecto diz respeito ao aumento de consciência ecológica dos consumidores que esperam que as empresas reduzam os impactos negativos de sua atividade ao meio ambiente. Isto tem gerado ações por parte de algumas empresas que visam comunicar ao público uma imagem institucional “ecologicamente correta”.

As normas ISO14000 fornecem à administração dos negócios uma estrutura para gerenciar os impactos ambientais. Elas incluem ampla variedade de procedimentos ambientais, tais como sistema de gestão básico, auditoria, avaliação de desempenho, certificações, avaliações dos ciclos de vida e aspectos ambientais de normas de produto. Trata-se de um conjunto de normas técnicas referentes a métodos e análises que possibilitam certificar determinado produto quando de sua produção, sua distribuição e descarte, a organização que o produziu, utilizando um processo ambiental e técnico que não proporciona, ou reduz ao mínimo, os danos ambientais, e que estejam de acordo com a legislação ambiental. A instituição normatizadora do país, ou outra por ela delegada, emite então o certificado sobre o processo produtivo ou operacional.

As normas ISO14000 são uma série de normas divididas conforme abaixo:

- NBR ISO14001: Sistema de gestão Ambiental, especificação e diretrizes para uso.

- NBR ISO14004: Sistema de gestão Ambiental, diretrizes gerais sobre princípios, sistemas e técnicas de apoio.

- NBR ISO14010: Diretrizes para Auditoria Ambiental, princípios gerais. - NBR ISO14011: Diretrizes para Auditoria Ambiental, procedimentos de auditoria – auditorias e sistemas.

- NBR ISO14012: Diretrizes para Auditoria Ambiental, critérios de qualificação para auditores ambientais.

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Conforme demonstra a tabela 1, Harrington e Knight (2001) e Ashley (2002) apresentam como essa constante preocupação em desenvolver sem poluir fez a administração das questões ambientais mudarem ao longo do tempo dentro das empresas.

Tabela 1: Evolução da postura empresarial sobre a questão ambiental. Extraído do site www.simpoi.wivix.com.br acessado em 10/02/2011.

Período Características

Baseda em artifícios Baseada em respostas Baseda em conformidades

A empresa está atenta aos requisitos exigidos por lei. Controla os riscos e a questão ambiental é um custo planejado

Gestão abiental

A empresa gerencia suas questões ambientais integrando-as à administração global. Identifica os aspectos e impactos de suas atividades e desenvolve políticas, objetivos e metas. A gestão ambiental é tida como investimento para reduzir custos de produção.

Prevenção de poluição

Todas as atividades da empresa apresentam preocupação com o ambiente e procuram sempre reduzir os possíveis impactos. A gestão ambiental é considerada investimento e vantagem competitiva.

Desenvolvimento sustentável

A empresa não considera apenas o impacto ambiental, mas inclui também o social e econômico de suas atividades. As questões ambientais são vistas como responsabilidade social, ética e moral.

Década de 80 e início

dos anos 90 Gestão ambiental passiva

A partir da década de

90 Gestão ambiental proativa

Postura empresarial básica

A empresa está sempre buscando lugares onde pode poluir sem ser incomodada Décadas de 60 e 70 Alienação

Buscando o desenvolvimento econômico, a preocupação com o meio ambiente foi tratada principalmente no tocante ao aspecto do custo, pois tinha-se uma visão em curto prazo e de recursos inesgotáveis.

2.2 - A Importância da Logística Reversa nas Questões Econômicas.

As iniciativas relacionadas à logística reversa têm trazido consideráveis retornos para as empresas. Economias com a utilização de embalagens

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retornáveis ou com o reaproveitamento de materiais para produção têm trazido ganhos que estimulam cada vez mais novas iniciativas.

Além disto, os esforços em desenvolvimento e melhorias nos processos de logística reversa podem produzir também retornos consideráveis, que justificam os investimentos realizados.

2.3 - Fatores que influenciam a eficácia do processo de Logística Reversa.

De acordo com Leonardo Lacerda (2000), Dependendo de como o processo de logística reversa é planejado e controlado, este terá uma maior ou menor eficiência. Alguns dos fatores identificados como sendo críticos e que contribuem positivamente para o desempenho do sistema de logística reversa são comentados abaixo:

 Bons controles de entrada

No início do processo de logística reversa é preciso identificar corretamente o estado dos materiais que retornam para que estes possam seguir o fluxo reverso correto ou mesmo impedir que materiais que não devam entrar no fluxo o façam. Por exemplo, identificando produtos que poderão ser revendidos, produtos que poderão ser recondicionados ou que terão que ser totalmente reciclados.

Sistemas de logística reversa que não possuem bons controles de entrada dificultam todo o processo subseqüente, gerando retrabalho. Podem também ser fonte de atritos entre fornecedores e clientes pela falta de confiança sobre as causas dos retornos. Treinamento de pessoal é questão chave para obtenção de bons controles de entrada.

 Processos padronizados e mapeados

Um das maiores dificuldades na logística reversa é que ela é tratada como um processo esporádico, contingencial e não como um processo regular.

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Ter processos corretamente mapeados e procedimentos formalizados é condição fundamental para se obter controle e conseguir melhorias.

 Tempo de Ciclo reduzidos

Tempo de ciclo se refere ao tempo entre a identificação da necessidade de reciclagem, disposição ou retorno de produtos e seu efetivo processamento. Tempos de ciclos longos adicionam custos desnecessários porque atrasam a geração de caixa (pela venda de sucata, por exemplo) e ocupam espaço, dentre outras aspectos.

Fatores que levam a altos tempos de ciclo são controles de entradas ineficientes, falta de estrutura (equipamentos, pessoas), dedicada ao fluxo reverso e falta de procedimentos claros para tratar as “exceções” que são, na verdade, bastante freqüentes.

 Sistemas de informação

A capacidade de rastreamento de retornos, medição dos tempos de ciclo, medição do desempenho de fornecedores (avarias nos produtos, por exemplo) permite obter informação crucial para negociação, melhoria de desempenho e identificação de abusos dos consumidores no retorno de produtos. Construir ou mesmo adquirir estes sistemas de informação é um grande desafio. Praticamente inexistem no mercado sistemas capazes de lidar com o nível de variações e flexibilidade exigida pelo processo de logística reversa.

 Rede Logística Planejada

Da mesma forma que no processo logístico direto, a implementação de processos logísticos reversos requer a definição de uma infra-estrutura logística adequada para lidar com os fluxos de entrada de materiais usados e fluxos de saída de materiais processados. Instalações de processamento e armazenagem e sistemas de transporte devem desenvolvidos para ligar de forma eficiente os pontos de consumo onde os materiais usados devem ser coletados até as instalações onde serão utilizados no futuro.

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Questões de escala de movimentação e até mesmo falta de correto planejamento podem levar com que as mesmas instalações usadas no fluxo direto sejam utilizados no fluxo reverso, o que nem sempre é a melhor opção.

Instalações centralizadas dedicadas ao recebimento, separação, armazenagem, processamento, embalagem e expedição de materiais retornados podem ser uma boa solução, desde que haja escala suficiente.

 Relações colaborativas entre clientes e fornecedores

No contexto dos fluxos reversos que existem entre varejistas e indústrias, onde ocorrem devoluções causadas por produtos danificados, surgem questões relacionadas ao nível de confiança entre as partes envolvidas. São comuns conflitos relacionados à interpretação de quem é a responsabilidade sobre os danos causados aos produtos.

Os varejistas tendem a considerar que os danos são causados por problemas no transporte ou mesmo por defeitos de fabricação. Os fornecedores podem suspeitar que está havendo abuso por parte do varejista ou que isto é conseqüência de um mal planejamento. Em situações extremas, isto pode gerar disfunções como a recusa para aceitar devoluções, o atraso para creditar as devoluções e a adoção de medidas de controle dispendiosas.

Fica claro que práticas mais avançadas de logística reversa só poderão ser implementadas se as organizações envolvidas na logística rever

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3 – RECICLAGEM E REAPROVEITAMENTO:

O objetivo principal da logística reversa é o de atender aos princípios de sustentabilidade ambiental como o da produção limpa, em que a responsabilidade é do "início ao fim", ou seja, quem produz deve responsabilizar-se também pelo destino final dos produtos gerados, de forma a reduzir o impacto ambiental que eles causam. Assim, as empresas organizam canais reversos, ou seja, de retorno dos materiais, seja para conserto ou após o seu ciclo de utilização, para terem a melhor destinação, seja por reparo, reutilização ou reciclagem.

A reciclagem é o reaproveitamento dos materiais como matéria-prima para um novo produto. Muitos materiais podem ser reciclados e os exemplos mais comuns são o papel, o vidro, o metal e o plástico.

A finalidade é possibilitar a utilização das sobras do processo de produção, bem como retirar do local aquilo que não tenha aproveitamento, deixando a área livre e desimpedida.

Um subproduto do processo de fabricação e logística é o refugo. Se esse material não puder ser utilizado para produzir outros produtos, deve ser removido de alguma maneira. Qualquer que seja o subproduto, a logística é responsável por seu manuseio, transporte e armazenamento.

A palavra reciclagem difundiu-se na mídia a partir do final da década de 1980, quando foi constatado que as fontes de petróleo e de outras matérias-primas não renováveis estavam se esgotando rapidamente, e que havia falta de espaço para a disposição de lixo e de outros dejetos na natureza. A expressão vem do inglês recycle (re = repetir, e cycle = ciclo).

Os resultados da reciclagem são expressivos tanto no campo ambiental, como nos campos econômico e social.

No aspecto econômico a reciclagem contribui para a utilização mais racional dos recursos naturais e a reposição daqueles recursos que são passíveis de re-aproveitamento.

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A Logística Reversa entra nas empresas fazendo parte das operações de gerenciamento que compõem o fluxo reverso conhecido por PRM – Product Recovery Management, ou administração da recuperação de produtos. O objetivo do RPM é obter o mais alto nível da recuperação do produto, tanto nas questões ecológica, componentes e materiais. O nível em que estes produtos podem ser recuperados são: nível de produto, módulo, partes e material. As principais áreas de atuação do sistema PRM são: Tecnologia, Marketing, Informação, Organização, Finanças, Logística Reversa e Administração de Operações. À logística cabe o fluxo reverso para a recuperação destes produtos.

Tabela 2. Resumo de operações de recuperação de produtos. Extraído do site www.simpoi.wivix.com.br acessado em 10/02/2011.

Opções de PRM Nível de Desmontagem Exigências de Qualidade Produto Resultante

Reparo Produto Restaurar o Produto

Partes reparadas ou substituídas Renovação Módulo Inspecionar e atualizar os Módulos Módulos reparados ou substituídos Remanufatura Parte Inspecionar e atualizar as Partes Partes usadas em novos produtos Canibalização Recuperação seletiva de Partes

Depende do Uso em outras opções de PRM Partes reutilizadas ou descartadaspara Reciclagem Reciclagem Material Depende do uso em Remanufatura

Materiais para novos produtos

Para dar uma idéia do quanto o reaproveitamento é importante para o ciclo industrial, seguem alguns dados coletados durante a pesquisa e que mostram o volume percentual de materiais que são reaproveitados:

- 80% dos materiais dos automóveis - 80% de baterias de automóveis - 60 a 80% das latas de alumínio

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- 50% de ferro e aço - 30% do alumínio - 30 a 60% de papéis - 70% do papelão - 15% de plásticos

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4 – LOGÍSTICA REVERSA PARA O MERCADO VAREJISTA.

4.1 – Um estudo sobre o varejo.

As atividades envolvidas na venda de bens e serviços para consumo pessoal do consumidor final são conhecidas como varejo. Elas ocorrem sem a necessidade da venda acontecer em uma loja, pois, a mesma pode acontecer pelo telefone, correio, internet ou outros meios. O varejista é o intermediário que se encarrega de vender para os consumidores finais Qualquer empresa que venda mercadorias ou presta serviços ao consumidor final para consumo pessoal ou doméstico está desempenhando a função de varejo.

O varejo moderno é extremamente competitivo, orientado para a inovação, formado por uma variedade cada vez maior de instituições e constantemente afetado por um ambiente altamente fluido.

As três tarefas básicas do varejo são: (1) fazer com que os consumidores da sua área de atuação entrem na loja; (2) converter esses consumidores em clientes leais; (3) operar da maneira mais eficiente possível para reduzir custos e com isso ter preços mais baixos.

Cabe ao varejista a função de manter o estoque dos produtos que comercializa, oferecendo variedade aos consumidores e prestação de serviço de distribuição aos fabricantes. Além de vender pequenas quantidades ao consumidor final o varejista agrega valor ao produto ou serviço que comercializa.

Há seis tipos básicos de varejistas que usam o formato baseado em lojas: lojas de departamentos, lojas de especialidade, supermercados, supercentros, especialistas por categorias (category killers) e lojas de conveniência. Podemos também classificar os varejos com lojas baseada nas categorias de produtos comercializadas: varejistas de alimentos; de mercadorias em geral e de serviços. Os varejistas de alimentos subdividem-se

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em supermercados; empórios e mercearias; superlojas; lojas de conveniência; padarias e lojas de desconto.

4.2 – Logística Reversa no Varejo.

Atualmente o processo da logística reversa no varejo ainda é pouco explorado e como conseqüência o varejista acaba deixando de lado uma fonte alternativa de recursos financeiros. Outro aspecto relevante é a agregação de valor da empresa, que pode resultar na geração de competitividade num mercado tão agressivo.

Nos dias de hoje, as empresas fornecedoras do setor varejista se utilizam da logística para minimizar os custos que envolvem desde o planejamento e controle até a entrega e permanência do produto no estoque do cliente, mas por outro lado, poucas se preocupam em recolher as embalagens ou os produtos que seriam descartados. Sendo assim, fica para o varejista a oportunidade de ganho e, caso não aproveite esta oportunidade, passa a ser o responsável pelo impacto ambiental que estes produtos e embalagens descartadas produziriam no meio ambiente.

Buscando o desenvolvimento econômico, a preocupação com o meio ambiente foi tratada principalmente no tocante ao aspecto do custo, pois tinha-se uma visão em curto prazo e de recursos inesgotáveis.

A quantidade de produtos descartados pela sociedade vem aumentando a cada ano, no entanto, o fluxo reverso de produtos que podem ser reaproveitados ou retrabalhados para tornarem-se matéria-prima novamente, vem sendo aproveitado apenas pela indústria em quantidades ainda pequenas frente ao potencial existente. Esta evolução permitiu ao varejista perceber que também pode contribuir com o processo e assim gerar uma receita que, até antão, só era vista na indústria. Assim, o reuso destes materiais pela indústria, passou a ser visto como um mercado secundário, um

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espaço para a atuação do varejo na alocação dos materiais descartados pelo consumidor final e que teriam o lixo como destino final.

Como pode se deduzir da figura 5, o volume de lixo produzido nos varejos principalmente como o papelão e o plástico poderia ser reduzido com a venda destes produtos para o mercado secundário e, como conseqüência, ter a contribuição da empresa na redução do impacto ambiental local.

Ao analisar a logística reversa que um supermercado ou uma rede de lojas de departamentos podem praticar, fica possível mapear esta cadeia de suprimentos reversa da qual a varejista faz parte e pode ser constituída por três elementos principais, sendo eles: as indústrias, o varejo supermercadista e as empresas de reciclagem (mercado secundário).

Produto

Acabado Venda

INDÚSRIA VAREJO CONSUMIDOR

Retorno de Embalagens Retorno de Embalagens Compra e Venda de Embalagens Venda de Embalagens MERCADO SECUNDÁRIO

Figura 5: Fluxo de retorno e mercado secundário. Extraído do site www.simpoi.wivix.com.br acessado em 10/02/2011.

Com a redução da margem de lucro e o aumento da competitividade no setor varejista, assim como a diminuição do poder de compra do trabalhador, a busca pela sustentabilidade se torna cada vez mais importante para as empresas do setor.

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Desta forma, a busca contínua de novas soluções e a melhor exploração de todos os processos e atividades geradoras de renda torna-se relevante para a sustentação da empresa.

Aspectos como a busca de eficiência, melhor compreensão do relacionamento com o consumidor, melhor gestão de custos e preço de venda dos produtos nas lojas e principalmente o melhor aproveitamento de produtos que seriam descartados, têm sido elementos importantes para as empresas varejistas submetidas a estas transformações econômicas.

A pressão por melhor competitividade no varejo tem aumentado com a adoção de técnicas que agregam valor como, por exemplo, a diferenciação do produto ou a redução de custos. Nesse sentido, tem ocorrido uma recente cooperação e coordenação entre varejista e fornecedores no desenvolvimento de técnicas mais eficientes de fornecimento de mercadorias como o ECR e o EDI.

Os fornecedores entregam os produtos comprados pelo varejista, embalados em caixas de papelão ou protegidos pelo mesmo, como também, embalados em pallets protegidos por plástico.

O varejo supermercadista recebe e abastece as gôndolas com os produtos, separa e prepara o material a ser vendido no mercado secundário. O papelão e o plástico são vendidos para empresas de reciclagem no mercado secundário.

Por fim, o papelão e o plástico voltariam à indústria que seria o consumidor final do produto semi-acabado fechando a cadeia.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A competição intensa vivida pelas empresas nos dias atuais tem levado as empresas a organizações em cadeia de suprimento privilegiando relacionamentos duradouros com seus clientes e fornecedores. O cliente direto na cadeia de suprimento torna-se tão importante quanto o consumidor final, alvo principal do marketing tradicional, transformando-se em foco de trabalho do marketing de relacionamento. Esta visão moderna baseia-se no fato comprovado de que é mais econômico manter clientes do que conquistar novos clientes. Desta forma é necessário criar valor diferenciado ao cliente propiciando-lhe a percepção dos benefícios do fornecimento, melhorando a relação “Percepção de Benefícios” sobre o “Custo total de propriedade”.

Os custos empresariais tiveram modificações importantes nas últimas décadas motivadas principalmente pela intensa globalização das economias, automatização e pela tendência de terceirização das atividades meio empresariais. Estas tendências aumentam os custos indiretos de administração e de fornecimentos externos em relação aos custos diretos do produto.

A nítida redução do ciclo de vida de produtos que se observa nas últimas décadas gera excedentes de produtos de pós-consumo e de pós – venda cujo retorno precisa ser equacionado. As empresas terão estratégias diferentes na busca de preservação de suas imagens corporativas: serão proativas, reativas ou aproveitarão as oportunidades de gerar valor aos clientes por meio da introdução das variáveis ambientais em sua estratégia empresarial. (LEITE, 2003, p. 135).

As considerações anteriores sugerem que a identificação de oportunidades de oferta de serviços diferenciados e o equacionamento de seus correspondentes custos poderão fornecer condições diferenciadas de competitividade através de serviços perceptíveis aos clientes. A Logística Reversa é uma das oportunidades que empresas modernas utilizam para a geração deste valor aos seus clientes diretos.

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O gerenciamento logístico tem impacto sobre os resultados do marketing, fazendo com que os serviços logísticos oferecidos aos clientes passe a ocupar seu espaço nas estratégias mercadológicas que antes focavam basicamente nas marcas, no preço e promoção. A visão estratégica e integrada da rede de operações, o Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos (SCM), tem permitido ampliar a visão dos fluxos logísticos além da entrega dos produtos ao mercado. A decisão de gerenciar os fluxos reversos amplia ainda mais as oportunidades de acréscimo de valor de diferentes naturezas que a atividade logística pode agregar valores consideráveis.

A Logística Reversa em sua visão atual preocupa-se com o projeto do produto visando o seu reaproveitamento sob diferentes formas, com as legislações ambientais restritivas ao retorno dos produtos do mercado, com o relacionamento dos players das cadeias direta e reversa, com o desenvolvimento de condições mais adequadas à melhor agregação de valor de diversas naturezas, com o destino final dos produtos, entre outros aspectos, que envolvem outras áreas e ambientes empresariais. Desta maneira a Logística Reversa torna-se uma potente ferramenta estratégica de competitividade empresarial, quando sua atuação é utilizada sob a forma de agregação de valor econômico, ou de obediência a legislações, ou de reforço de marca e imagem empresarial.

Empresas modernas utilizam-se da Logística Reversa, diretamente ou através de terceirizações com empresas especializadas e o fazem principalmente como uma forma de ganho de competitividade no mercado conforme atestam os a tabela 3, que foram extraídos de uma pesquisa nos Estados Unidos (Rogers e Tibben- Lembke, 1999).

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Tabela 3 - Motivos estratégicos de empresas operarem os canais reversos. Adaptado de Leite Consultorias / * Logística Reversa de Produtos não Consumidos.

Motivo Estratégico Porcentagem de Empresas Respondentes

Aumento de Competitividade 65,20%

Limpeza de Canal – Estoques 33,40%

Respeito à Legislações 28,90%

Revalorização Econômica 27,50%

Recuperação de Ativos 26,50%

O setor varejista se apresenta dinâmico e sensível as variações econômicas e do comportamento do consumidor. Por este motivo, buscar alternativas de melhoraria na rentabilidade e mostrar ao consumidor que o varejo tem participação e preocupação com as questões ambientais, pode reduzir a sensibilidade às variações do comportamento do consumidor no resultado da empresa.

A logística reversa do papelão e do plástico surgiu como uma alternativa para melhorar dos ganhos do varejista e acabou apresentando com ela a possibilidade de desenvolver a gestão ambiental no setor. Mesmo assim, ainda não atinge a percepção imediata do consumidor que somente passa a notar a gestão ambiental do varejo ao longo do tempo com a redução da poluição visual que era gerada pelo descarte dos resíduos.

Assim, as práticas de logística reversa com o papelão e o plástico não só possibilitou a criação desta nova fonte de receita como também, ao abrir espaço para a gestão ambiental dentro do setor, buscou colocar em prática conceitos, já aplicados pela indústria e que acabam gerando valorização da empresa como o da ecoeficiência, produção limpa, produção mais limpa ou de desenvolvimento sustentável.

A percepção de que o varejo também contribui no impacto social gerado pelo descarte de resíduos no meio ambiente, fizeram que atitudes para reduzir os descartes, reciclar o que seria descartado, aproveitar os recursos gerados para buscar sustentação do negócio e envolver o consumidor no

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processo, foram alguns pontos estudados sobre a responsabilidade do varejo como agente causador.

Assim, mesmo que os conceitos que levam a responsabilidade socioambiental ainda estejam em processo de desenvolvimento dentro do varejo, com o surgimento de leis que passam a orientar esta responsabilidade socioambiental do setor, este estudo também permitiu propõe aos gestores das empresas do varejo, uma maior atenção às questões ambientais e principalmente a logística reversa que pode ser considerada uma fonte geradora de recursos financeiros, competitividade e pode levar ao desenvolvimento sustentável do negócio.

A sugestão que se coloca, a partir dos aspectos observados e das implicações para a empresa quando incorporada a gestão ambiental, é que o papel do varejista ao desempenhar a função de coordenador e fornecedor na cadeia da logística reversa do papelão e do plástico no varejo, deve ser encarado como uma atividade parte do negócio da empresa, pois pode gerar ganhos financeiros, sociais e ambientais.

Pode-se dizer que estamos em um estado inicial no que diz respeito ao desenvolvimento das práticas de logística reversa. Esta realidade, como vimos, está mudando em resposta a pressões externas como um maior rigor da legislação ambiental, a necessidade de reduzir custos e a necessidade de oferecer mais serviço através de políticas de devolução mais liberais.

Esta tendência deverá gerar um aumento do fluxo de carga reverso e, é claro, de seu custo. Por conseguinte, serão necessários esforços para aumento de eficiência, com iniciativas para melhor estruturar os sistemas de logística reversa. Deverão ser aplicados os mesmos conceitos de planejamento que no fluxo logístico direto tais como estudos de localização de instalações e aplicações de sistemas de apoio à decisão (roteirização, programação de entregas etc.)

Isto requer vencer desafios adicionais visto ainda a necessidade básica de desenvolvimento de procedimentos padronizados para a atividade de logística reversa. Principalmente quando nos referimos à relação indústria -

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varejo, notamos que este é um sistema caracterizado predominantemente pelas exceções, mais do que pela regra. Um dos sintomas desta situação é a praticamente inexistência de sistemas de informação voltados para o processo de logística reversa. Como esta é uma atividade onde a economia de escala é fator relevante e onde os volumes do fluxo reverso são ainda pequenos, uma opção viável se dá através da terceirização. Já é comum no Brasil a operação de empresas que prestam serviço de gerenciamento do fluxo de retorno de pallets. Se considerarmos o escopo mais amplo da logística reversa, existe espaço também para operadores que prestam serviços de maior valor agregado como o rastreamento e o reprocessamento de produtos usados.

Enfim, juntamente às vantagens competitivas está a questão ecológica da Logística Reversa. Quando a empresa investe neste setor ela garante bons resultados para o futuro, tanto para si como para todos.

Diante desses resultados, confirma-se a importância da logística reversa como também uma ferramenta estratégica para abrir competitividade do varejo. No entanto, há alguns aspectos que precisam ser considerados para que a logística reversa tenha esse perfil.

Em primeiro lugar, a utilização do potencial de logística reversa está condicionada às decisões estratégicas da empresa, ou seja, é necessário que parta da direção a iniciativa de explorar as oportunidades, como forma de agregar valor aos resultados.

Em segundo lugar, é necessário também que o processo de logística reversa seja conduzido de maneira a garantir sinergia das decisões, isto é, é preciso que as decisões tomadas em seu âmbito estejam em consonância com as decisões da empresa.

Este estudo permite sugerir aos gestores das empresas do varejo, uma maior atenção à questão logística do varejo e principalmente a logística reversa que podemos considerar como uma fonte real de renda e competitividade.

Outro fator relevante foi a contribuição da logística reversa na redução de materiais que seriam descartados no meio ambiente e que estariam impactando de forma negativa. Quanto à questão social, abre novas frentes de

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trabalhos e oportunidades de emprego direto e indireto, num setor que cresce anualmente na casa dos 7%.

Finalizando, como pode ser observado o segmento de varejo pode ser caracterizado, como vivendo um momento de crescente competição no Brasil. Existe uma crescente pressão para a melhoria do desempenho operacional das diversas unidades varejistas. Nesse sentido, este estudo procurou mostrar que a adoção de práticas de logística reversa pode ser uma interessante alternativa de agregação de valor a este segmento.

Em um setor de grande concorrência a obtenção de ganhos médios de oito por cento em relação ao lucro é de significativa relevância, principalmente se considerado que a margem de lucro líquido média deste setor gira em torno de dois por cento. Assim sendo, a sugestão, desenvolvida a partir da análise da importância do papel do varejista ao desempenhar o papel de coordenador desta cadeia e os ganhos obtidos pelo varejista são de tal magnitude que justificariam encarar-se esta atividade como parte fundamental do negócio.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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