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Roda de educação permanente como prática no matriciamento em saúde mental: plano de ação para fortalecimento da equipe de saúde

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Academic year: 2021

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Fátima Virgínia Siqueira de Menezes Silva

RODA DE EDUCAÇÃO PERMANENTE COMO PRÁTICA NO MATRICIAMENTO EM SAÚDE MENTAL: PLANO DE AÇÃO PARA FORTALECIMENTO DA EQUIPE DE

SAÚDE

FLORIANÓPOLIS (SC)

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

Fátima Virgínia Siqueira de Menezes Silva

RODA DE EDUCAÇÃO PERMANENTE COMO PRÁTICA NO MATRICIAMENTO EM SAÚDE MENTAL: PLANO DE AÇÃO PARA FORTALECIMENTO DA EQUIPE DE

SAÚDE

FLORIANÓPOLIS (SC)

2014 Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Linhas de Cuidado em Enfermagem – Atenção Psicossocial do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista.

Profa. Orientadora: Giovana Dorneles Callegaro Higashi

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O trabalho intitulado

Roda de Educação Permanente como Prática no Matriciamento em Saúde Mental: Plano de Ação para Fortalecimento da Equipe de Saúde de autoria do aluno Fátima Virgínia Siqueira de Menezes Silva, foi examinado e avaliado pela banca avaliadora, sendo considerado APROVADO no Curso de Especialização em Linhas de Cuidado em Enfermagem – Área Cuidado em Enfermagem – Atenção Psicossocial.

_____________________________________

Profa. Dra. Giovana Dorneles Callegaro Higashi Orientadora da Monografia

_____________________________________

Profa. Dra. Vânia Marli Schubert Backes Coordenadora do Curso

_____________________________________

Profa. Dra. Flávia Regina Souza Ramos Coordenadora de Monografia

FLORIANÓPOLIS (SC) 2014

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho de conclusão as minhas queridas filhas Mariana e Maíra, por tudo que representam pra mim.

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AGRADECIMENTOS

Em especial quero agradecer:

À Deus, que em sua infinita bondade me diz sempre para prosseguir.

À minha mãe e meu pai por uma criação cheia de amor e incentivo aos estudos. Ao meu marido Wilson e minhas filhas Mariana e Maíra pelo companheirismo e carinho.

Ao meu irmão Antônio Carlos e toda minha família pelo afeto e apoio de sempre Aos colegas de trabalho na CAP 3.1/ RJ, que juntos sonhamos e contribuímos para a construção do SUS.

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 02 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA... 05 3 MÉTODO... 08 4 RESULTADO E ANÁLISE... 10 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS... 14 REFERÊNCIAS... 15

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LISTA DE TABELAS

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RESUMO

Nos territórios de implantação da Estratégia Saúde da Família no município do Rio de Janeiro, o cotidiano dos profissionais e da população moradora é constante a exposição à violência armada (conflitos armados entre o próprio narcotráfico e/ou a segurança pública). A “lei do silêncio” é presente nos territórios, por fortes mecanismos de controle e ameaças o que faz com que quadros de transtorno mental sejam deflagrados a partir destas situações e quadros estáveis sejam desestabilizados com tamanha pressão e sofrimento. O Objetivo Geral deste estudo teve como proposta Promover rodas de conversas com os agentes Comunitários de Saúde sobre o tema Saúde Mental e Violência, através dos matriciadores das equipes de NASF. Objetivos Específicos: Apoiar os matriciadores na implementação das rodas de conversas com os ACS; Promover a capacitação dos ACS para identificação e abordagem aos usuários vítimas de violência; Promover rodas de conversas bimestrais com os matriciadores como supervisão e avaliação do trabalho desenvolvido. Metodologia: Trata-se de um plano de ação para fortalecimento da equipe de saúde, como tecnologia de Educação em rodas de educação permanente aos ACS das ESF, sobre o tema Saúde Mental e Violência. Resultado e Análise: Foram realizadas discussões com a Coordenação e profissionais do NASF. Foram implementadas 14 Rodas de Conversas com a participação de 13 Unidades de Saúde, com a qualificação de 286 agentes comunitários de saúde. Considerações: O produto resultou em qualificação sobre o tema, fortalecimento do vínculo, ampliação do diálogo e melhor compreensão do papel de cada um dentro da equipe.

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Este trabalho se propõe apresentar o caminho percorrido com a construção de Rodas de Educação Permanente em Saúde Mental como Plano de Ação para Fortalecimento da Equipe de Saúde, desenvolvido como trabalho de conclusão do curso de Especialização em Linhas de Cuidado em Enfermagem – Atenção Psicosocial/ UFSC. A partir das reflexões realizadas com o curso e o cenário desafiador de prática que se apresenta para o trabalho de matriciamento em saúde mental realizado pelo Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF), definimos como prioridade a atribuição técnica pedagógica, com valorização da educação permanente.

O Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF) é uma estratégia inovadora, criada pelo Ministério da saúde em 2008, com o objetivo de apoiar, ampliar e aperfeiçoar o trabalho desenvolvido pelas Equipes de Saúde da Família (ESF), aumentando a sua resolutividade na atenção básica em saúde. A qualificação do profissional da ESF é fundamental para que possa aumentar o seu escopo de atuação e autonomia.

Identificando a dificuldade dos nossos profissionais do NASF na utilização da educação permanente em seus processos de trabalhos e diante da exposição constante a violência armada (conflitos armados entre o próprio narcotráfico e/ou a segurança pública) nos territórios de implantação da Estratégia Saúde da Família na Área de Planejamento 3.11 no município do Rio de Janeiro, a nossa proposta foi de potencializar o trabalho de rodas de conversas com os agentes comunitários de saúde sobre o tema saúde mental e violência, principalmente as consequências da exposição à violência armada para a saúde mental do indivíduo, como é o caso da população assistida pelos profissionais das equipes.

Diante dos conflitos com a violência armada, várias são as consequências para a população, que sofrem com o coletivo, na família e/ou individualmente. O registro dessa violência não é formalizado, mas constatado pelos moradores e pelos profissionais em seus cotidianos. A “lei do

1 Área de Planejamentto 3.1 – A coordenação de saúde do município do Rio de Janeiro é dividida em 10 Áreas de Planejamento (AP), a fim de acompanhar a orientação VIII Conferência de Nacional de Saúde da Regionalização em saúde por distritos. AP 1.0 – Região do Centro ; AP 2.1 – Região da Zona Sul; AP 2.2 – Região da Zona Norte/ grande Tijuca; AP 3.1 Região da Leopoldina: AP 3.2 Região da zona Norte/ grande Méier, AP 4.0 Região da Zona Oeste/ Barra da Tijuca; AP 5.1 – Região da zona Oeste/ Bangu; AP 5.2 Região da zona Oeste Campo Grande e AP 5.3/ Região da Zona Oeste Santa Cruz.

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silêncio” é presente nos territórios, por fortes mecanismos de controle e ameaças o que faz com que quadros de transtorno mental sejam deflagrados a partir destas situações e quadros estáveis sejam desestabilizados com tamanha pressão e sofrimento.

-Algumas perguntas me fazem refletir e propor uma capacitação nessa direção, como:

- Os agentes comunitários de saúde, fazem relação entre as consequências da violência para a saúde mental?

- Os agentes comunitários de saúde estão aptos a identificar e abordar as pessoas vítimas de violência?

- Os agentes comunitários de saúde sabem como realizar o auto- cuidado diante das situações de violência?

O nosso objetivo foi o de realizar um plano de ação para o forttalecimento do processo de trabalho, de forma que fosse possível ampliar um trabalho que construímos (Coordenação de saúde Mental/ SMS/RJ) em parceria com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), de capacitação e rodas de conversas sobre a relação violência e sofrimento psíquico, com os matriciadores do NASF, para os agentes comunitários de saúde.

Desde 2009, o Programa de Saúde Mental do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (PSM - CICV) se propõe em parceria com a Coordenação de Saúde Mental e Coordenação de Saúde da Família da Secretaria Municipal de saúde/RJ, oferecer capacitação aos profissionais para que possam assistir em saúde mental, as pessoas que apresentam sofrimento psíquico em decorrência das situações de violência armada nas comunidades. Na área de planejamento 3.1/SMS/ RJ, esta atividade especificamente vem sendo realizada com quatro (04) Unidades de saúde da família e 04 profissionais do Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF).

A Estratégia Saúde da Família como eixo norteador da Atenção Básica e porta de entrada do serviço de saúde, deve qualificar os seus profissionais para o acolhimento e o cuidado qualificado com acesso, equidade e integralidade para esses usuários com os princípios e diretrizes do SUS. De acordo com a perspectiva do Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF) que traz a lógica central de apoio matricial às Equipes de Estratégia de Saúde da família (ESF), vem criando, segundo o Ministério da Saúde, uma co-responsabilização territorial ao mesmo

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técnico-pedagógicas para que possa ampliar o escopo de atuação das equipes de saúde da família. (BRASIL, 2009).

Portanto, é fundamental qualificar os Agentes Comunitários de Saúde, que desenvolvem o seu trabalho mais perto dos cidadãos expostos a estes riscos e que tem como atividade a interlocução entre a comunidade e os profissionais de saúde, para que possam implementar estratégias de trabalho para este contexto, que venham romper com os preconceitos existentes, realizando ações que promovam a inclusão social, possibilitando outras formas de abordagens dentro do próprio território e nas UBS, apostando na inclusão do cidadão e não em sua segregação por falta de cuidado.

Em minha prática profissional, constato que em geral os ACS compõem a equipe de saúde da família (ESF), inicialmente sem muita compreensão do seu trabalho. Algumas vezes como primeiro emprego com perspectivas passageiras e em outras como possibilidade de contribuir com o local onde mora e ajudar seus vizinhos e a população local. Portanto é fundamental qualificação do agente comunitário de saúde para o tema saúde mental e violência, já que este profissional é duplamente atingido por esta situação: A primeira como morador e a segunda como trabalhador deste mesmo local.

Objetivo Geral

Promover rodas de conversas com os agentes Comunitários de Saúde sobre o tema Saúde Mental e Violência, através dos matriciadores das equipes de NASF.

Objetivos Específicos

1) Apoiar os matriciadores na implementação das rodas de conversas com os ACS

2) Promover a capacitação dos ACS para identificação e abordagem aos usuários vítimas de violência

3) Promover rodas de conversas bimestrais com os matriciadores como supervisão e avaliação do trabalho desenvolvido.

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2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

De acordo com a OPAS (1993), a violência tornou-se um problema de saúde pública pelo número de vítimas e magnitude das sequelas emocionais e orgânicas deixadas em suas vítimas. No Brasil, a violência ocupa o 2º lugar nas causas gerais de morte entre a população. A violência atinge e traz consequências para a população diretamente envolvida, a não envolvida diretamente e para os profissionais de saúde que estão presentes e situações de risco social e que também cuidam das vítimas à violência.

O Ministério da Saúde tem como principal eixo de organização da Atenção Básica a Estratégia Saúde da Família, que foi implantada a partir de 1988 nas cidades brasileiras em áreas de maior risco social. A Estratégia Saúde da Família trabalha com a proposta de mudança nos processos de trabalhos para uma população adscrita e com uma equipe interdisciplinar mínima, composta por um médico generalista, um enfermeiro, um técnico ou auxiliar de enfermagem e quatro a seis agentes comunitários de saúde, para equipe de saúde da família ampliada. Cada ESF conta com 1 (um) dentista, 1 (um) técnico de saúde bucal e 1 (um) auxiliar de saúde bucal. Existe a orientação da relação de uma ESF responsável por uma área de 600 (seiscentos) a 1000 (mil) famílias, com o limite máximo de 4.000 (quatro mil) habitantes. A Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), aponta como diretriz para melhoria do acesso e qualidade a incorporação de 1 (um) agente de vigilância em saúde (AVS) para cada ESF, e da implantação do Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF ), para no mínimo 5 (cinco) e no máximo 09 (nove) ESF. (PNAB, 2011).

A Estratégia Saúde da Família tem como princípio a territorialização, o contato direto com o usuário, a família e a comunidade, bem como a circulação constante dentro das comunidades, onde o trabalhador se torna mais vulnerável a convivência com as situações de violências. Portanto, coloca-se neste fato a relevância da qualificação dos profissionais para atuação diante desta nova prática e realidade encontrada, mas que na realidade dos processos de trabalho não constatamos ocorrer, já que na implantação as ESF, não foram organizadas conjuntamente capacitações para implementação de estratégias para o trabalho complexo, apoio e retaguarda para os profissionais (Lancmam, et AL, 2009).

Portanto, é preciso qualificar o profissional para que possa com o conhecimento, cuidar de si e do usuário do SUS. Tendo como referencial a política de Educação Permanente implantada a partir de 2004, que busca nos cotidianos de trabalhos, mediada por uma metodologia problematizadora, refletir e construir os processos de ensino aprendizagem, os matriciadores do

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ocorra mudança nas práticas realizadas, revisão na organização e nos processos de trabalho, resultando em efetiva mudança no modelo de atenção vigente de acordo com a PNAB (2011).

A consolidação e o aprimoramento da atenção básica como importante reorientadora do modelo de atenção à saúde no Brasil requerem um saber e um fazer em educação permanente que sejam encarnados na prática concreta dos serviços de saúde. A educação permanente deve ser constitutiva, portanto, da qualificação das práticas de cuidado, gestão e participação popular. ( PNAB, 2011: 38)

Para apoiar a Estratégia Saúde da Família em seu território de atuação, na sua relação com a rede de serviços de saúde, tendo como prioridade o aumento do escopo da resolutividade junto a população, o Ministério da Saúde criou os Núcleos de Apoio Saúde da Família (NASF), mediante a Portaria GM No. 154, de 24 de janeiro de 2008.

O NASF é uma estratégia inovadora que tem por objetivo apoiar, ampliar, aperfeiçoar a atenção e a gestão da saúde na Atenção Básica/Saúde da Família. Seus requisitos são, além do conhecimento técnico, a responsabilidade por determinado número de equipes de SF e o desenvolvimento de habilidades relacionadas ao paradigma da Saúde da Família. Deve estar comprometido, também, com a promoção de mudanças na atitude e na atuação dos profissionais da SF e entre sua própria equipe (Nasf), incluindo na atuação ações intersetoriais e interdisciplinares, promoção, prevenção, reabilitação da saúde e cura, além de humanização de serviços, educação permanente, promoção da integralidade e da organização territorial dos serviços de saúde. (Caderno AB:27)

O apoio matricial realizado pela equipe do NASF à sua equipe de referência, tem uma dimensão sinérgica ao conceito de educação permanente, como podemos ver:

Cabe, portanto, aos profissionais da área psi, quando percebem dificuldades de uma equipe nesse campo, exercitar a dimensão técnico-pedagógica a partir das discussões de casos e temas, de forma a compartilhar seu conhecimento específico com a equipe de SF, para que possa lidar com esse saber e fazer dele conhecimento de todos. (Caderno AB:27)

Para que se possa reorientar o modelo de atenção a saúde no Brasil e consolidar o aprimoramento da Atenção Básica, é importante a incorporação da prática de um saber e um fazer em Educação Permanente nas unidades de saúde. A prática da Educação Permanente

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pressupõe o cuidado com os valores e crenças locais, em que o processo pedagógico também inclua aquisição de novos conhecimentos e habilidades para lidar com o problema identificado.

Gastão Wagner (2000), afirma que é preciso pensar na co-gestão, para assim pensar novos valores e uma nova ética. Será preciso organizar uma vida material que estimule esta lógica de co-gestão e não a outra da dominação. Os novos dispositivos em construção devem instituir compromissos e corresponsabilidades. O compromisso e a autonomia do Sujeito como uma relação dialética, uma relação indissociável do modo como se opera a relação entre democracia e instituição. Isto como modo sistemático de análise do método da roda.

Afirmamos também a importância do planejamento, de uma organização onde a própria ESF matriciada possa ser sujeito na proposição e no diálogo sobre suas necessidades, seus nós críticos possibilitando uma construção coletiva das estratégias necessárias para uma efetiva roda de educação permanente.

Para o trabalho com a violência, o profissional do NASF deve propor as rodas de educação permanente junto aos ACS, com o envolvimento de diversos atores (gestores, profissionais e usuários) em ampla troca e cooperação, possam estar implicados nos processos de trabalhos com práticas transformadoras da vida e saúde, com reflexão, enfrentamento e atuação diante da realidade.

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Utilizamos para a implementação do estudo a construção de espaços coletivos, com participação dos matriciadores de saúde mental do NASF, para discussão, pactuação e organização das oficinas a serem realizadas com os ACS como educação permanente para discussão e construção do trabalho com o tema da Violência e Saúde Mental.

No processo de reflexão e diálogo nas rodas de conversas as palavras são entendidas como palavras de ação, com respeito as diferentes opiniões e escuta do outro. O diálogo promove a conscientização e promove a construção com luta para libertação (Freire, 1989). A atividade das rodas de conversas se constituiu como uma tecnologia de educação, a partir da problematização coletiva da realidade com propostas de reflexão, atuação e cuidado.

Assim, após o levantamento do problema e considerando a primeira etapa já realizada em parceria com o CICV em quatro (04) Unidades de saúde da Família, para oitenta (80) ACS e com a participação de três (03) matriciadores de saúde mental, o projeto de intervenção é indicado para realização com todos os ACS das cento e trinta e nove (139) equipes de saúde da família que estão em vinte sete (27) Unidades de Saúde, através dos matriciadores do NASF, tendo como definição o tema Violência e Saúde Mental, como prioridade para qualificação dos Agentes Comunitários de Saúde.

A nossa proposta para o primeiro trimestre (dezembro/2013; janeiro e fevereiro/2014) de implementação do Plano de Ação foi para qualificação de 15 Unidades de Saúde da Família com a participação de sete (07) matriciadores do NASF.

Considerações Éticas

Todos os matriciadores e agentes comunitários de saúde que participaram do estudo foram esclarecidos que não sofreriam nenhum risco ou prejuízo. As rodas de conversas tinham como objetivo qualificar o conhecimento sobre o tema violência e saúde mental, possibilitando a reflexão sobre a atuação e ampliando o escopo de cuidado com o próprio e a população. O estudo não foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), por não se tratar de uma pesquisa. Também não foram utilizados dados relativos aos sujeitos ou descrições sobre situações

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assistências, apenas produzimos a tecnologia da educação, com reflexão sobre a prática e atuação coletiva.

Plano de Ação

O Plano de ação para fortalecimento da equipe de saúde, foi realizado na Área de Planejamento 3.1, localizada no município do Rio de Janeiro, região metropolitana I do Estado do Rio de Janeiro. Segundo censo do IBGE 2010 tem uma população estimada em 886,551 habitantes, possui uma área geográfica de 85,36 km². Esta área concentra grandes complexos de favelas da cidade, como: Complexo da Maré, Complexo do Alemão, Complexo da Penha, Complexo de Manguinhos entre outras comunidades como Dendê, Parada de Lucas e Vigário Geral, onde moram a maioria da população deste território. Atualmente a AP 3.1 conta com 147 ESF implantadas, oferecendo 54% de cobertura de Estratégia Saúde da Família, neste território.

 1º Passo – Reunião com a coordenação da Área de Planejamento 3.1 para apresentação da proposta – Dezembro/2013

 2º Passo - Reunião com os matriciadores do NASF, para apresentação da proposta e do material a ser usado durante as Oficinas com os ACS.

 Roteiro para o desenvolvimento da Oficina co os Agentes Comunitários de Saúde, com a leitura da Cartilha “O cuidado ajuda a reatar laços”- material produzido pelo CICV em parceria com a SMS/RJ (Coordenação Saúde Mental e Coordenação Saúde da Família)

 3º Passo - Reunião com as Direções, Gerentes e assistentes das direções das Unidades de Saúde da Família, para apresentação do projeto a ser desenvolvido e pactuações sobre a sua organização - Dezembro/2013.

 4º Passo - Apoio e Realização das oficinas de Capacitação com os agentes Comunitários de Saúde – Janeiro e fevereiro/ 2014.

 5º Passo - Realização da roda de conversa com os matriciadores como supervisão e avaliação do trabalho desenvolvido – fevereiro/ 2014.

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Entendendo a importância das Políticas Públicas atuais e acreditando que a reflexão crítica do processo de trabalho promove um avanço diferencial nas ações, a valorização das reflexões críticas com o coletivo e a instituição de programas de educação permanente, possibilitou a troca e aproximação do conhecimento a respeito do trabalho proposto e principalmente do manejo com grupos.

O estudo iniciou com a discussão com a Coordenação de Área que prontamente apoiou e mostrou interesse em sua execução. Foi disponibilizado pela gestão espaço e o reembolso do valor do transporte para os agentes comunitários de saúde, que precisavam se deslocar para a realização da atividade.

RODAS DE CONVERSAS REALIZADAS COM OS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE

RODAS DE CONVERSAS

MATRICIADOR Unidade Saúde da Família

NÚMERO ACS 1ª CF Auguto Boal 02 psicólogos

01 fisioterapeuta

CF Augusto Boal, Parque União, Nova Holanda 30 participantes 2ª CMS Américo Veloso 02 psicólogos 01 dentista CMS Américo Veloso e Helio Smidt 32 participantes 3ª CMS Américo Veloso 02 psicólogos 01 fisioterapeuta CMS Américo Veloso e Samora Machel 30 participantes

4ª CF Felipe Cardoso 01 psicólogo 01 TO 01 fisioterapeuta CF Felipe Cardoso e Aloysio Novis 16 participantes 6ª CMS Nagib Jorge Farah 02 psicólogos 01 tec. de enfermagem 01 tec de farmácia CMS Nagib Jorge Farah e Heitor dos Prazeres 26 particpantes 7ª CMS Nagib 02 psicólogos 01 tec. de enfermagem 01 tec de farmácia CMS Nagib e João Candido 16

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8ª CF Heitor dos Prazeres 02 psicólogos 01 tec. de enfermagem 01 tec de farmácia CMS Heitor dos Prazeres e José Breves

16

9ªCF Joãosinho Trinta 02 psicólogos

01 tec. de enfermagem 01 tec de farmácia

CF Joãosinho Trinta e CMS Nagib J Farah

13

10ªCF Felipe Cardoso 01 psicólogo 01 TO 01 fisioterapeuta CF Aloysio Novis e Felipe Cardoso 15 ACS 11ª CF Joãosinho Trinta 02 psicólogas 01 tec. de enfermagem 01 tec de farmácia CF Joãosinho Trinta e CMS Nagib J Farah 22 ACS

12ª CF Aloysio Novis 01 psicólogo 01 TO

01 fisioterapeuta

CF Aloysio Novis e Felipe Cardoso

20 ACS

13ª CF Felipe Cardoso 01 psicólogo 01 TO

01 fisioterapeuta

CF Aloysio Novis e Felipe Cardoso

18 ACS

14ªCF Felipe Cardoso 01 psicólogo 01 TO 01 fisioterapeuta CF Aloysio Novis e Felipe Cardoso 16 ACS TOTAL – 14 rodas de conversas 15 profissionais do NASF matriciadores 13 Unidades de Saúde da Família 286 agentes comunitários de saúde Tabela 1 – Construído pela autora

O quadro 01 apresenta o número total de 14 (quatorze) Rodas de conversas realizadas nos três meses, com a participação de 15 (quinze) profissionais do núcleo de apoio a saúde da família (NASF), com a participação de 13 (treze) Unidades de Saúde da Família onde foram qualificados com o tema saúde mental e violência 286 (duzentos e oitenta e seis) agentes comunitários de saúde, atendendo ao nosso objetivo para o primeiro trimestre.

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específicos, como plano de ação em saúde:

 Apoiar aos matriciadores na implementação das rodas de conversas com os ACS

O encontro com os profissionais do NASF, em especial os matriciadores de saúde mental, para acolher e apoiar a proposta de trabalho a ser desenvolvida, facilitou a aproximação e discussão com o tema, possibilitando a troca com o coletivo e a inclusão de novos arranjos diante de cada realidade.

Como ponto muito relevante é possível destacar a participação de outros profissionais do NASF, para além da saúde mental, como movimento diferenciado em cada território e em cada equipe. As discussões e trocas eram ricas e potencializadas pela realidade de cada contexto.

 Promover a capacitação dos ACS para identificação e abordagem aos usuários vítimas de violência

O olhar geral do grupo sobre o processo de intervenção, diante das diferentes rodas de conversas formadas, constatou a importância da troca sobre o tema e a construção diante das reflexões de um novo olhar do agente comunitário de saúde para as questões relacionadas a saúde mental e violência. Outro ponto importante dentro deste processo de educação permanente foi durante as discussões de um tema tão complexo, ter sido levantado uma demanda também para as questões dos processos de trabalho e do lugar do agente comunitário como aquele que vive constantemente as questões de violência.

Estruturamos as demandas apresentadas durante as rodas de conversas em quatro eixos distintos:

 O próprio tema violência e saúde mental como desafio para o trabalho do ACS em seu cotidiano exposto.

 A necessidade de organização do cuidado aos ACS, como espaço terapêutico.

 Queixas sobre as condições de trabalho dos ACS e falta de reconhecimento por parte de outros profissionais.

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A reflexão sobre os quatro temas nos apontam os limites e possibilidades do profissional de saúde mental no NASF, como um apoiador da Estratégia Saúde da Família para ampliação de sua resolutividade.

A alta rotatividade de profissionais, o trabalho com equipes incompletas, cumprimento das metas e um excesso de burocracia, foram apresentado pelos agentes comunitários de saúde como a principal dificuldade no trabalho, o que também apresenta uma limitação, para o profissional do NASF, já que fogem do seu gerenciamento estas situações. Porem foi possível ampliar a discussão no campo das políticas públicas e de organização dos trabalhadores.

Para demanda de atenção e cuidado ao agente comunitário de saúde, é possível identificar também na literatura cientifica (BORNSTEIN et AL, 2010) sobre a saúde dos ACS, que esta é uma profissão de elevado risco. O que aponta uma necessidade real de cuidado e um apoio específico de suporte para este profissional.

A leitura da cartilha em rodas de conversas tendo como disparador o tema saúde mental e violência, possibilitou também a reflexão sobre os problemas nos processo de trabalho, relacionamento nas equipes e permitiu um avanço significativo no encaminhamento dessas questões, com possibilidades de esclarecimentos e fortalecimento do vínculo entre os participantes.

 Promover rodas de conversas bimestrais com os matriciadores como supervisão e avaliação do trabalho desenvolvido.

Nas rodas de conversas com os profissionais dos NASFs para acompanhamento do Projeto e supervisão dos casos, temos como resultados pelos que em seus cotidianos, vem sendo possível constatar novas formas de lidar com os casos relacionados a violência pelos ACS. As situações de violência passaram a ter um lugar nos trabalhos realizados e passaram a serem vistas e não mais silenciadas. Os próprios ACS também passaram a se colocar em um lugar de proteção, cuidando de si e do seu grupo. As rodas também vêm proporcionando o fortalecimento do vínculo entre os profissionais com construção e responsabilização coletiva pelo processo de trabalho e seus impasses, respeitando a limitação de cada um.

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As Rodas de Conversas, realizadas como processo de Educação Permanente pelos profissionais do NASF além de qualificar os agentes comunitários para o trabalho com o tema violência e saúde mental, também possibilitou o fortalecimento do vínculo entre os profissionais da Equipe de Saúde da Família (ESF) e o Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF), permitindo um diálogo maior e uma compreensão melhor sobre o papel de cada profissional dentro da equipe em uma construção de coresponsabilidade, respondendo amplamente ao nosso objetivo.

As discussões sobre o tema da violência com os ACS possibilitou aos matriciadores a aproximação com o tema a partir de outro olhar, já que as situações de violência (tráfico de drogas, incursões policiais e crises familiares) são tão presentes na vida e no trabalho dos ACS, permitindo reflexões sobre os fatos, avaliações e mudanças de atitudes com o auto cuidado e o cuidado coletivo.

Ter realizado as atividades de rodas de conversas dentro das Unidades de Saúde, possibilitou que outros profissionais também de alguma forma, ficassem mais próximos do tema, o que é muito importante para a expansão do trabalho com outras categorias.

Uma estratégia fundamental para garantia deste trabalho são as rodas de conversa com os matriciadores, como espaço de reflexão e qualificação sobre as questões discutidas com os grupos.

A nossa principal dificuldade, foi com relação a infra - estrutura, espaço físico e apoio logístico, o que apostamos que com vontade política e apoio da gestão pode ser resolvida

Até o presente final da implementação deste Plano de Ação nos processos de trabalho da Equipe de NASF, principalmente os matriciadores de saúde mental, da Área de Planejamento 3.1/Secretaria Municipal de Saúde do município do Rio de Janeiro, temos como produto o fortalecimento das rodas de educação permanente como uma ferramenta de trabalho, sendo possível afirmar que houve uma resposta muito favorável aos objetivos propostos como nosso tema central.

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REFERÊNCIAS

BRASIL.Ministério da Saúde. Lei n. 10.216, de 6 de abril de 2001. Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. Diário Oficial da União, Brasília, 6 abr. 2001b.78

________. Ministério da Saúde. Portaria N.2488, de 21 de outubro de 2011. Política Nacional de Atenção Básica. 2012, p.19.

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2005.

_________Ministério da Saúde. Caderno de Atenção Básica N. 27 / NASF. 2011

CAMPOS. G. W. Um método para análise e co-gestão de coletivos. São Paulo. Ed. Hucitec. 3ª edição 2000 .

CONCHA, Eastman, Alberto; MALO, Miguel. Da depressão `prevenção da violência: desafio para a sociedade civil e para o setor saúde. Ciência e Saúde Coletiva ; 11 (supl): 1179- 1187, 2006

FREIRE, P. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam, São Paulo: Autores Associados: Cortez, 1989.

LANCMAN, Selma. GHIRARDI, Maria Isabel G. CASTRO, Eliane D. TUACEK, Tatiana A. Repercussões da violência na saúde mental dos trabalhadores do Programa Saúde da Família. Rev. Saúde Pública 2009,43 (4): 682-8.

OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde), 1993. Resolução XIX: Violência e Saúde. Washington, DC: Opas. (mimeo)

Acesso em 15/11/2013 In:http://www.scielo.br/scielo.php

O Cuidado Ajuda a Reatar Laços: Cartilha Sobre Saúde Mental e Violência para os Agentes Comunitários de saúde.

Acesso em 15/11/2013 In: http://saudementalrj.blogspot.com.br/2013/01/o-cuidado-ajuda-reatar-lacos.html?view=sidebar

Relatório Final da Coordenação do Programa de Saúde Mental/ Comitê Internacional da Cruz Vermelha/2013.

Referências

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