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Avaliação da eficiência do processo físico-químico com cal no tratamento de águas residuárias domésticas.

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Academic year: 2021

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A V A L I A Ç Ã O D A E F I C I Ê N C I A D O P R O C E S S O F Í S I C O - Q U Í M I C O C O M C A L

HO T R A T A M E N T O D E A G U A S R E S I D U À R I A S D O M E S T I C A S

Vtt>&eitação apieòentada ao CUA-ÓC de Ueòtiado em Engenh.an.ta Ctvtl da Unt_ ven.6t.dade Vo.dzh.al da Van.aZ.ba, em cumpitmento ãò extgênctaò paia ob_ tenção do gn.au. de MeAtne.*

A R E A D E C O N C E N T R A Ç Ã O ; R E C U R S O S H Í D R I C O S

O R I E N T A D O R : S A L O M Ã O A N S E L M O S I L V A - M.Sc.-Ph.D.

CAMPINA GRANDE - PARAÍBA NOVEMBRO / 19 9 1

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N O T R A T A M E N T O D E A G U A S R E S I D U Á R I A S D O M É S T I C A S

IOSE ALMIR RODRIGUES PEREIRA

D I S S E R T A Ç Ã O A P R O V A D A EM P R O F , S A L O M V A - M.Sc, Ph.D; O r i e n t a d o r

Sff

P R O F , R U I D E O L I V E I R A Examinador I n t e r n o

-/

- M.Sc. Ph.D. f P R O F , S E R G I O R O L I M M E N D O N Ç A - M.Sc, Examinador Externo

-CAMPINA GRANDE - PARA13A 1 9 9 1

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Qjj.an.do noé defrontamos com os obstáculos e b a r r e i r a s I n e r e n t e s e natuJialS o. qualquer situação da vida, podemos ob_ s e r v a r , pela sucessão dos f a t o s , a quantidade e qualidade do apoio que recebemos, No meu mestrado, considero-me f e l i z , p o l s t i v e a confiança e permissão do meu empregador, a Companklade Saneamento do Paia - COSANPA, para p a r t i c i p a r deste curso. Fui aluno de p r o f e s s o r e s dedicados, que me ajudaram a minimizar as deficiências académicas; simultaneamente, encontrei funclo^ nãrlos solícitos e educados, e ainda t i v e , Incontáveis lições da prática pro f l s s l o n a l e dos conhecimentos académicos que me

foram f o r n e c i d o s p e l o s colegas de curso.

A pesquisa me f o i p o s s i b i l i t a d a pelo meu pro f e s s o r orientador e r e a l i z a d a nas dependências da Estação Experlmen t a l de Tnatamentos biológicos de Esgotos Sanitários - EXTRABES.

Contei não apenas com as Instalações e equipamentos necessã r i o s , mas, principalmente, com a Inestimável ajuda dos funclc_

nãrlos e pro f e s s o r e s que a l i trabalham3 Agradeço ã empresa Vo_ lomll Volomlta Minérios Ltda - VOLÕMIL, pelo fornecimento do produto químico, e aos Órgãos f i n a n c i a d o r e s da E X T R A B E S : Uni versldade Federal da Paraíba - UFPb, Companhia de Agua e Es_ gotos da Paraíba - CAGEPA, Superintendência do Vesenvolvlmen to do Nordeste - SUDENE, Fundo de I n c e n t i v o ã Pesquisa Tecnl c o - C i e n t i f i c o - F T P E C - Banco do B r a s i l S/A, Conselho Naclo_ nal de Vesenvolvlmento C i e n t i f i c o e TecnolÓglco - CNPq e Over seas Vevelopment Admlnlstratlon of the United Klngdom - OVA,

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lamento, os quais, por também serem colegas de curso, me I n centlvavam e ajudavam a nível académico e por sempre p r o p i c i a nem um clima de amizade e compankeZr

Em todo o período desse curso, c o n t e i com a força,ca

ninho e amor transmitido pelas pessoas que me são especlaZs , que são meus paZs, meus Zrmãos e minha namorada.

Procuro, propositadamente, agradecer a todos e s s e s , sem c i t a r nomes, p o i s poderia tornar-me I n j u s t o , caso, por um lapso de memória, esquecesse de alguém. Porém, tenho que cl-to.r uma pessoa multo Importante na minha vida pro f l s s l o n a l e que, I n f e l i z m e n t e , jã s e f o i , Norlval da S i l v a Moraes,de quem sempre me lembrarei como exemplo de chefe e de engenheiro ca pacltado,

F i n a l i z o agradecendo, por l i v r e vontade, dever de consciência e obrigação de sentimentos, a Véus, p o i s sem ele nada d i s s o t e r i a s i d o possível. Foi Véus que sempre esteve pre-sente, me provendo de força, paciência e determinação, E a

Véus que agradeço a Inigualável e Inestimável oportunidade de contar com todos e s s e s que estiveram ao meu lado. Por I s s o ê que d e s e j o para e s s a s pessoas, que não são c i t a d a s , porém sem pre serão lembradas, a I n f i n i t a f e l i c i d a d e , e que estejam ao lado de Véus.

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A e t a p a e x p e r i m e n t a l do p r e s e n t e t r a b a l h o f o i r e a l i z a d a , de 28,11,90 a 20.05.91, em um s i s t e m a p i l o t o de t r a t a m e n t o físico-químico l o c a l i z a d o n a Estação E x p e r i m e n t a l de T r a t a m e n t o s Biológicos de E s g o t o s Sanitários - EXTRABES. 0 o b

j e t i v o d a p e s q u i s a f o i v e r i f i c a r a v a l i d a d e d a aplicação de s i s t e m a fxsico-químico com c a l p a r a o t r a t a m e n t o de águas r e siduãrias d o m e s t i c a s .

Nos e x p e r i m e n t o s , o hidróxido de cálcio [CaCOH^] f o i u t i l i z a d o p a r a e l e v a r o pH d a água residuãria b r u t a p a r a a

f a i x a de A l t o pH C e n t r e 11,0 e 1 1 , 5 ) . Com i s s o , as reações de floculação e de precipitação e r a m i n t e n s i f i c a d a s , s e n d o o b t i -d a p o r se-dimentação, a clarificação -d a água resi-duãria b r u t a .

Os m e l h o r e s r e s u l t a d o s e x p e r i m e n t a i s f o r a m c o n s e g u i d o s com o t e m p o de detenção hidráulica de 12 h o r a s , n a u n i d a de de sedimentação, e de 35 h o r a s n a u n i d a d e de r e c a r b o n a t a

-ção, q u a n d o f o r a m o b s e r v a d o s os m e l h o r e s e f l u e n t e s em t e r m o s de parâmetros físico-químicos e bacteriológicos. D u r a n t e os e x p e r i m e n t o s f o r a m v e r i f i c a d o s o consumo de hidróxido de c a l . c i o em relação ao v o l u m e de e s g o t o t r a t a d o , o v o l u m e de l o d o p r o d u z i d o e o v a l o r do pH d o e f l u e n t e d o s i s t e m a .

A p e s q u i s a p o s s i b i l i t o u c o n c l u i r q u e o s i s t e m a d e t r a t a m e n t o físico-químico a p r e s e n t a como i n c o n v e n i e n t e s uma g r a n d e produção de l o d o e um a l t o pH d o e f l u e n t e . P o r e m , ê e f i c i e n t e n a remoção de sólidos s u s p e n s o s , t u r b i d e z , DQO, fós_ f o r o C t o t a l e solúvel) e n a redução de C o l i f o r m e s f e c a i s . Sua

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aplicação e recomendável em l o c a i s com p o u c a área p a r a as instalações e/ou q u a n d o se d e s e j a e l e v a d a eficiência n a r e m o ção d o fósforo p r e s e n t e n a água residuãria b r u t a .

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The e x p e r i m e n t a l p h a s e o f t h e p r e s e n t w o r k was c a r r i e d o u t f r o m 23,11,9!-' to 20.05.91 a t t h e e x p e r i m e n t a l s t a t i o n f o r b i o i o g i c a l t r e a t m e n t o f w a s t e w a t e r s - EXTRABES u s i n g a p i l o t s c a l e p l a n t f o r p h y s i c a l c h e m i c a l treatment. The aim o f t h e r e s e a r c h was t o a s s e s s t h e v a l i d i t y o f a p h y s i c a l chemical system u s i n g l i m e f o r t h e t r e a t m e n t o f d o m e s t i c sewage.

I n t h e e x p e r i m e n t calcium nydroxide [CaCOH)^] was u s e d t o i n c r e a s e t h e pH o f raw sewage t o h i g h values ( b e t w e e n 11.0 and 11.5). T h u s t h e f l o c c u l a t i o n and p r e c i p i t a t i o n r e a c t i o n w e r e i n t e n s i f i e d , so t h a t r a w sewage c l a r i f i c a t i o n by sedimentation was o b t a i n e d ,

The b e s t r e s u l t s w e r e o b t a i n e d w i t h h y d r a u l i c r e t e n t i o n t i m e s o f 12 h o u r s i n t h e sedimentation u n i t and 3 5 h o u r s i n t h e r e c a r b o n a t i o n u n i t when t h e best e f f l u e n t q u a l i t y was o b t a i n e d i n t e r m s of p h y s i c a l chemical and bacteriológica!, q u a l i t y , D u r i n g t h e e x p e r i m e n t s l i m e c o n s u m p t i o n i n r e l a t i o n t o t h e t r e a t e d w a s t e w a t e r v o l u m e and t h e pH value o f t h e system e f f l u e n t were observed,

The r e s e a r c h a l l o w e d c o n c l u d i n g t h a t t h e p h y s i c a l c h e m i c a l t r e a t m e n t s y s t e m p r e s e n t as inconvenience l a r g e s l u d g e p r o d u c t i o n and h i g h e f f l u e n t pH„ However i t i s e f f i c i e n t i n t h e r e m o v a l o f s u s p e n s e d s o l i d s , t u r b i d i t y , COD, phosphorus and i n t h e r e d u c t i o n o f f e a c a l c o l i f o r m s . I t s a p p l i c a t i o n i s recornmended f o r s i t e s w i t h l i t t l e área f o r t h e i n s t a l l a t i o n s . a n d / o r w h e n h i g h r e m o v a l e f f i c i e n c y o f p h o s p h o r u s p r e s e n t i n t h e r a w waste water

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P a g i n a AGRADECIMENTOS i RESUMO i i i ABSTRACT . . . v 1 . - INTRODUÇÃO 1 2. - REVISÃO DE LITERATURA . . . 5 2.1 - T r a t a m e n t o FÍsico-Químico 5 2.2 - U n i d a d e s d o S i s t e m a de T r a t a m e n t o Físico-Químico . . . 6 2.3 - P r o d u t o s Químicos . . . 10 2.4 - T r a t a m e n t o FÍsico-Químico U t i l i z a n d o C a l . . 12 2 . 4 . 1 - T r a t a m e n t o com a l t o e b a i x o pH 14 2.4.2 - P u r e z a e dosagem d o hidróxido d e cálcio. , . 16

2.4.3 - Reações químicas 18 2 . 4 . 3 . 1 - Coagulação - Floculação 18

2.4.3.2 - Reações de precipitação 2 1 a ) Precipitação d o C a r b o n a t o d e Cálcio . . . 22

b ) Precipitação d o H i d r o x i a p a t i t a 23 c ) Precipitação de Hidróxido de Magnésio . . 24

2.4.3.3 - Adsorção 2 6 2.4.4 - Remoção de m i c r o r g a n i s m o s . . . 27 2.4.5 - I n c o n v e n i e n t e s d o T r a t a m e n t o FÍsico-Químico com C a l 2 8 2 . 4 . 5 . 1 - E l e v a d o pH d o e f l u e n t e 28 2.4.5.2 - L o d o . . . 30

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Página 2.5 - T i p o s de S i s t e m a s de T r a t a m e n t o FÍsico-Quími co . . . 34 2 . 5 . 1 - Em estágio único . . . 34 2.5.2 - Em estágio c o m b i n a d o . . . 36 3. - MATERIAIS E MÉTODOS . . . 40 3 . 1 - Descrição do S i s t e m a E x p e r i m e n t a l . . . 42 3 . 1 . 1 ~ M a t e r i a - p r i m a . . . 42 3.1.2 - U n i d a d e de m i s t u r a rápida . . . 43 3.1.3 - U n i d a d e de sedimentação . . . 46 3.1.4 - U n i d a d e de recarbonatação . . . 5 1 3.2 - Hidróxido de Cálcio , 5 1 3.3 - A m o s t r a g e m . 53 3.4 - P r o c e d i m e n t o s Analíticos 55 3 . 4 . 1 - Análises físico-químicas . . . 55 3.4.2 - Análises bacteriológicas . . . 57 4. - RESULTADOS EXPERIMENTAIS . . . 58

4.1 - Fase de Observações, Medições P r e l i m i n a r e s e Aferições O p e r a c i o n a i s . . . 59 4.2 - P r i m e i r a f a s e de e x p e r i m e n t o s . . . 62 4 . 2 . 1 - E t a p a de 1 0 , 0 1 . 9 1 a t e 2 0 , 0 2 , 9 1 . . . 63 4.2.2 - E t a p a de 2 1 . 0 2 . 9 1 a t e 3 1 . 0 1 . 9 1 . . . 68 4.3 - Segunda Fase de E x p e r i m e n t o s . . . 72 4.4 - Comparação E n t r e os P e r f i s de 2 4 H o r a s . . . 76 4.5 - R e b a i x a m e n t o do pH d o E f l u e n t e . . . 87

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5. - CONCLUSÕES . . . 90

6o - SUGESTÕES 9U

7. - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 96

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O c r e s c i m e n t o a c e l e r a d o d a população m u n d i a l a l i a d o à evolução e ampliação d a a t i v i d a d e i n d u s t r i a l , provocará, em um c u r t o i n t e r v a l o de t e m p o , um e x o r b i t a n t e a u m e n t o n a p r o d u

ção d o s resíduos domésticos e i n d u s t r i a i s . Ao s e t o r tecnolõgi c o , c a b e a r e s p o n s a b i l i d a d e de e n c o n t r a r a l t e r n a t i v a s a d e q u a das p a r a o t r a t a m e n t o e disposição d e s s e m a t e r i a l q u e , p o r s u a o r i g e m , e n a m a i o r i a d a s v e z e s e s t e t i c a m e n t e i n a d e q u a d o e não r a r o uma d a s m a i o r e s , se não a m a i o r , f o n t e de poluição e c o n

taminação, c o l o c a n d o em r i s c o a a t i v i d a d e a m b i e n t a l e a pró p r i a v i d a d o s e u g r a n d e p r o d u t o r o homem»

Na área específica d o t r a t a m e n t o de resíduos líqui dos domésticos, e , a t u a l m e n t e , o b s e r v a d o o i n c r e m e n t o d e p e s q u i s a s e t e s t e s com d i v e r s o s s i s t e m a s que t r a t a m o m a t e r i a l e x c r e t a d o p e l o homem. As t é c n i c a s , p r o c e d i m e n t o s e p r o c e s s o s e m p r e g a d o s n e s t e s s i s t e m a s são r e s u l t a n t e s de séculos de e x p e riências e observações. Nas p r i m e i r a s c o m u n i d a d e s , a p u r i f i c a ção do m a t e r i a l i n d e s e j a d o o c o r r i a u n i c a m e n t e p e l a ação d a n a t u r e z a o 0 homem não d o m i n a v a o s m e c a n i s m o s d o s p r o c e s s o s b i o

lógicos e , d u r a n t e m u i t o t e m p o , os e x c r e m e n t o s f o r a m d i s p o s _ t o s em depressões n o t e r r e n o , lançados em c o r p o s d'água ou en t e r r a d o s n o s o l o , 0 c o n h e c i m e n t o d e s s e s m e c a n i s m o s , d e u - s e iní

c i o , tão l o g o o homem começou a p e r c e b e r q u e os p r o c e d i m e n t o s a t e então e m p r e g a d o s , n a c o l e t a e t r a t a m e n t o d a s águas r e s i . d u ã r i a s , r e p r e s e n t a v a m um r i s c o p o t e n c i a l a s u a saúde.

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como a matéria orgânica e r a t r a n s f o r m a d a , o homem p e r c e b i a a n e c e s s i d a d e de a c e l e r a r e s s e p r o c e s s o . Então começou, p o r o b servação e não p o r embasamento t e ó r i c o , a u t i l i z a r substâncias químicas, a s q u a i s r e d u z i a m o t e m p o de degradação e / o u d i m i n u i a m o s i n c o n v e n i e n t e s estéticos, corno o a s p e c t o e o o d o r de sagradãveis. 0 p a s s a r d o s a n o s f e z com q u e a s observações e e x p e r i m e n t o s f o s s e m s e n d o a p r i m o r a d o s e , então, o homem come

çou a e s t u d a r e e n t e n d e r o s m e c a n i s m o s d e degradação d o m a t e r i a l r e f u g a d o .

No século X I X , p r i n c i p a l m e n t e n a E u r o p a , a u t i l i z a -ção d e p r o d u t o s químicos f o i i n t e n s i f i c a d a . E n t r e o s p r o d u t o s químicos m a i s u t i l i z a d o s e s t a v a a c a l , s e n d o que s e u e m p r e g o não p u r i f i c a v a a agua residuãria, mas s i m , p r o m o v i a o r e t a r d a m e n t o d a a t i v i d a d e m i c r o b i a n a ( G a m b r i l l , 1 9 9 0 ) . E s s a p r a t i c a

e r a e s t e t i c a m e n t e c o n v e n i e n t e , p o i s diminuía a produção de o d o r e s desagradáveis até que os resíduos f o s s e m a f a s t a d o s d a c o m u n i d a d e p r o d u t o r a ; porém não a p r e s e n t a v a a segurança d e v i _ da c o n t r a a proliferação de d o e n ç a s , jã q u e não e l i m i n a v a sa t i s f a t o r i a m e n t e o s m i c r o r g a n i s m o s p a t o g i n i c o s . A adição d e c a i n a s a g u a s residuãrias domésticas e r a p r i n c i p a l m e n t e e m p r e g a d a

em c o m u n i d a d e s que lançavam e s s e s resíduos em c u r s o s d ' a g u a . Um e x e m p l o típico d i s s o e r a as p r i n c i p a i s c i d a d e s d a I n g l a t e r r a , q u e t i n h a m s u a s águas residuãrias t r a t a d a s com c a l e e n tão lançadas em r i o s q u e l o g o a t i n g i a m o m a r .

As p e s q u i s a s p r o s s e g u i r a m , e , no início do século XX, f o r a m d i r e c i o n a d a s p a r a os p r o c e s s o s biológicos. F o i a p a r t i r d e s s e período q u e os s i s t e m a s de l o d o s a t i v a d o s e d e f i l t r o s

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t e m a s biológicos o c o r r e u n a mesma época em que as z o n a s u r b a n a s s o f r e r a m um g r a n d e c r e s c i m e n t o geográfico e p o p u l a c i o n a l ; com i s s o , f o r a m e x p e r i m e n t a d o s em- m u i t o s l o c a i s , s e n d o q u e s u a aplicação p e r d u r a até o s d i a s a t u a i s .

Com a evolução d o s p r o c e s s o s biológicos, o homem p e r c e b e u a n e c e s s i d a d e d e m i n i m i z a r os i n c o n v e n i e n t e s i n e r e n t e s a c a d a s i s t e m a d e s s a n a t u r e z a . E n t r e t a n t o , i m e d i a t a m e n t e c o n s t a t o u que e s s e s p r o c e s s o s , a p e s a r de v a n t a j o s o s em d i v e r s o s a s p e c t o s , irão sempre d e p e n d e r d a a t i v i d a d e m i c r o b i a n a , a q u a l o s c i l a com a s alterações a m b i e n t a i s . 0 homem d e c i d i u então e n c o n t r a r n o v a s opções, e e n t r e e s t a s r e s u r g i u o empre go de p r o d u t o s químicos através d a interação de processos quí m i c o s com operações f í s i c a s , o r i g i n a n d o o t r a t a m e n t o

físico-químico, o q u a l a p a r e c e como uma d a s opções n o t r a t a m e n t o de águas residuãrias domésticas.

A p r o x i m a d a m e n t e n a década de 6 0 , f o i r e a t i v a d a a utilização de p r o d u t o s químicos p o r intermédio d a s p e s q u i s a s

em s i s t e m a s de t r a t a m e n t o físico-químico. I n i c i a l m e n t e f o i o b s e r v a d o q u e o e m p r e g o d e s s e t i p o de s i s t e m a p o d e r i a s e r a solução p a r a a s l o c a l i d a d e s o n d e a aplicação d e s i s t e m a s biológicos não f o s s e r e c o m e n d a d a . P a r a l e l a m e n t e ã evolução d o s s i s t e m a s de t r a t a m e n t o físico-químico, a p a r e c i a um n o v o e n f o q u e a m b i e n t a l , d e s e n c a d e a n d o legislações c a d a v e z m a i s r i g o r o s a s . E s t e f a t o a c e l e r o u o r i t m o d a s p e s q u i s a s , demons t r a n d o a n e c e s s i d a d e de uma v a r i e d a d e de a l t e r n a t i v a s p a r a o t r a t a m e n t o d a s águas residuãrias domésticas, o que acabou p o r c o n s o l i d a r o e m p r e g o d o s s i s t e m a s físico-químicos.

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O d e s e n v o l v i m e n t o d a s p e s q u i s a s e o s r e s u l t a d o s d a s aplicações em e s c a l a r e a l d o s s i s t e m a s físico-químicos são a n i m a d o r e s . D i v e r s o s s i s t e m a s e s t u d a d o s p r o m o v e r a m s i g n i f i c a t i v a s remoções de matéria orgânica e inorgânica, n u t r i e n t e s e m i c r o r g a n i s m o s . E n t r e t a n t o , m u i t o a i n d a d e v e s e r f e i t o p a r a r a t i f i c a r o s r e s u l t a d o s até a g o r a e n c o n t r a d o s e/ou p a r a

s o l u c i o n a r a s f a l h a s e i n c o n v e n i e n t e s d e s s e s sistemas.Porém, e p e r c e b i d o que o e m p r e g o de p r o d u t o s químicos através d a interaçao de p r o c e s s o s químicos e operações físicas s u r g e c o mo uma boa opção p a r a o t r a t a m e n t o d a s a g u a s residuãrias d o -mésticas .

E s t a p e s q u i s a f o i r e a l i z a d a em um s i s t e m a , em e s c a -l a p i -l o t o , de t r a t a m e n t o físico-químico com operação contí n u a e manutenção p r e v e n t i v a d e s u a s u n i d a d e s , e q u i p a m e n t o s e tubulações, 0 Hidróxido de Cálcio f o i m i s t u r a d o â a g u a r e s i -duãria b r u t a , f o r m a n d o m a t e r i a l f l o c u l e n t o e p r e c i p i t a d o , c o m c o n s e q u e n t e clarificação d a massa líquida. A eficiência do s i s t e m a em e s c a l a p i l o t o f o i a v a l i a d a através d a análise de parâmetros físico-químicos e de C o l i f o r m e s f e c a i s .

D u r a n t e a p e s q u i s a f o r a m c o m p a r a d o s os t e m p o s de detenção hidráulica n a u n i d a d e de sedimentação ( 1 2 e 10 ho r a s ) e n a u n i d a d e de recarbonatação (3 5 e 2 3,13 h o r a s ) , t e n d o a i n d a , s i d o e s t i m a d o s o consumo de hidróxido d e cálcio, a produção de l o d o e o v o l u m e de água residuãria t r a t a d a . Além d i s s o , f o r a m a v a l i a d o s os níveis de r e b a i x a m e n t o d e pH do

e f l u e n t e do s i s t e m a n a u n i d a d e de recarbonatação e em d o i s a e r a d o r e s . F i n a l m e n t e , f o i i n v e s t i g a d a a influência d o t a n que de recarbonatação n a clarificação d a massa líquida.

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2.1 - T r a t a m e n t o FÍsico-Químico

0 S i s t e m a d e T r a t a m e n t o FÍsico-Químico de Aguas Re siduárias Domésticas é b a s e a d o n a s reações de coagulação,fio culaçao e de precipitação, a s q u a i s são d e c o r r e n t e s d a m i s t u r a de p r o d u t o s químicos com a a g u a residuãria. A d e s e s t a b i l i zação d o s colõides^'"^ p o s s i b i l i t a a formação de f l o c o s c o n t e n d o matéria orgânica, matéria inorgânica e m i c r o r g a n i s m o s . A l g u m a s substâncias, d i s s o l v i d a s n a massa líquida, r e a g e m com o p r o d u t o químico a d i c i o n a d o e, d e v i d o a i s s o , p r e c i p i t a m . 0 m a t e r i a l f l o c u l e n t o e p r e c i p i t a d o é r e m o v i d o p o r sedimentação

e , d u r a n t e s u a t r a j e t o r i a d e s c e n d e n t e , a d s o r v e a s partículas o r g â n i c a s , partículas inorgânicas e os m i c r o r g a n i s m o s a i n d a p r e s e n t e s n a massa líquida, p r o m o v e n d o a clarificação d o S £ b r e n a d a n t e . E s s e m a t e r i a l s e d i m e n t a d o f o r m a a camada de l o d o , a q u a l d e v e s e r p e r i o d i c a m e n t e r e m o v i d a p a r a não c o m p r o m e t e r a eficiência d a u n i d a d e de sedimentação e , c o n s e q u e n t e m e n t e , a q u a l i d a d e d o e f l u e n t e d o s i s t e m a . As b o a s remoções de m a t e r i a l p a r t i c u l a d o e d i s s o l v i _ do (orgânico e inorgânico) de m i c r o r g a n i s m o s e de n u t r i e n t e s , e s p e c i a l m e n t e o fósforo, q u a l i f i c a m o s i s t e m a de t r a t a m e n t o

( 1 ) ColÕldes são partículas com dimensões e n t r e 1 e 1000 ml

l l m l c r o n s , comumente encontrados em aguas residuãrias na forma de organismos microscópicos, matéria orgânica e Inorgânica,

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físico-químico como uma a l t e r n a t i v a ao s i s t e m a c o n v e n c i o n a l de t r a t a m e n t o , a p r e s e n t a n d o a i n d a as v a n t a g e n s d e r e q u e r e r m e n o r espaço p a r a as instalações, de p o s s u i r m a i o r f a c i l i d a -de -de c o n t r o l e e operação automáticos, -de p o d e r se a d e q u a r as variações de f l u x o e de c a r g a e de a p r e s e n t a r t o t a l i m u n i d a d e a c o m p o n e n t e s b i o l o g i c a m e n t e tóxicos. N e s b i t t ( 1 9 6 7 ) , Weaver ( 1 9 6 9 ) e M e t c a l f e Eddy ( 1 9 7 9 ) , são a l g u n s d o s a u t o r e s q u e c o n s i d e r a m o t r a t a m e n t o físico-químico como solução a d e q u a d a e e f i c i e n t e p a r a remoções a c i m a d e 90% d o fósforo t o t a l p r e s e n t e n a água residuãria b r u t a . B r o u z e s (197 6 ) c o m e n t a q u e a ausência d e o d o r e a p e q u e n a área r e q u e r i d a p a r a i m plantação são v a n t a g e n s do t r a t a m e n t o físico-químico d u r a n t e a e s c o l h a d o l o c a l de aplicação do s i s t e m a , p r i n c i p a l m e n t e q u a n d o em áreas u r b a n a s .

2,2 - U n i d a d e s d o S i s t e m a d e T r a t a m e n t o FÍsico-Químico

Os S i s t e m a s d e T r a t a m e n t o FÍsico-Químico u t i l i z a m operações físicas unitárias e p r o c e s s o s químicos unitários a s s o c i a d o s e n t r e s i . D i v e r s a s f o r m a s de composição de u n i d a d e s podem s e r e m p r e g a d a s , s e n d o q u e o s i s t e m a é" b a s e a d o n a formação de m a t e r i a l f l o c u l e n t o e/ou p r e c i p i t a d o a s e r p o s t e _ r i o r m e n t e r e m o v i d o , A F i g u r a 2.1 e s q u e m a t i z a a l g u m a s das p r i n -c i p a i s u n i d a d e s -c o m p o n e n t e s de s i s t e m a s físi-co-quími-cos, A formação d o m a t e r i a l f l o c u l e n t o e p r e c i p i t a d o é i n i c i a d a n a u n i d a d e de m i s t u r a rápida, s e n d o c o n s o l i d a d a n a u n i d a d e de floculação, ou p o d e n d o o c o r r e r no i n t e r i o r de uma canalização, q u a n d o a u n i d a d e de floculação e d i s p e n s a d a . Ge_

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F L O T A C A O AGUA RESIDUÃRIA BRUTA / S E D I M É N T A Ç i Ó / / / / / /

UNIDADE DE TRATAMENTO D E LODO

T O R R E D E A E R A Ç Ã O U N I D A D E DE A J U S T E DE pH A O S O g C A O C O M C A R V Ã O A T I V A O O D E S I N F E C Ç Ã O F I O U R A 2.1 - E S Q U E M A D E U M S I S T E M A D C T R A T A M E N T O FÍSICO - Q U Í M I C O E F L U E N T E

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r a l m e n t e o m a t e r i a l é r e m o v i d o n a u n i d a d e de sedimentação;en t r e t a n t o , d e p e n d e n d o d a composição d a a g u a residuãria ( p a r t i c u i a s f i n a m e n t e d i v i d i d a s , ó l e o s , g r a x a s , e t c ) , d a i n t e n s i d a de d a s reações de precipitação e do t i p o de f l o c o f o r m a d o , a u n i d a d e de flotação p o d e s e r u t i l i z a d a n a clarificação do e f l u e n t e , Após a clarificação, c a s o s e j a necessário, o pH d a massa líquida e a j u s t a d o . Os b a i x o s v a l o r e s de pH podem s e r c o r r i g i d o s com a adição d e c a l , c a r b o n a t o d e sódio, e t c . P o r s u a v e z , os a l t o s v a l o r e s são r e d u z i d o s em u n i d a d e s de recarbonatação através d a s t r o c a s g a s o s a s e n t r e o dióxido de c a r b o n o e a massa líquida. A u n i d a d e de filtração s e r v e p a r a r e m o v e r m a t e r i a l f l o c u l e n t o e p r e c i p i t a d o r e m a n e s c e n t e no s o b r e n a d a n t e e , c o m u m e n t e , p r e c e d e a u n i d a d e de adsorção com carvão a t i v a d o q u e e e m p r e g a d a n a remoção d a matéria o r gânica solúvel a i n d a p r e s e n t e . Quando e r e q u e r i d a uma s e g u rança a d i c i o n a l c o n t r a os m i c r o r g a n i s m o s , e e m p r e g a d a a u n i -d a -d e -d e -desinfecção. C o n f o r m e o s i s t e m a , o l o -d o po-de ser a -d e n

s a d o , t r a t a d o em l e i t o s de s e c a g e m , d i g e s t o r e s , i n c i n e r a d o -r e s , e t c , p o d e n d o a i n d a s o f -r e -r calcinação p a -r a a c a l s e -r -r e u t i l i z a d a no s i s t e m a .

Os e x p e r i m e n t o s em e s c a l a de laboratório de G a m b r i l l ( 1 9 3 0 ) , c o n f i r m a n d o a l i t e r a t u r a e s p e c i a l i z a d a , d e m o n s t r a r a m que a u n i d a d e de floculação e dispensável em s i s t e m a s d e t r a t a m e n t o físico-químico, com t e m p o s p e q u e n o s p a r a a m i s t u r a rápida e t e m p o s g r a n d e s p a r a a sedimentação. A formação d o f l o c o n o s i s t e m a p i l o t o , e s t u d a d o p o r G a m b r i l l ( 1 3 9 0 ) , e r a i n i c i a d a n a u n i d a d e de m i s t u r a rápida ( t e m p o < 2 0 s e g u n d o s ) e e r a concluída no i n t e r i o r d a tubulação a f l u e n t e d o s e d i m e n

(20)

t a d o r t e m p o de 10 s e g u n d o s ) , s e n d o o t e m p o d e detenção h i drãulica n a u n i d a d e de sedimentação de 12 h o r a s .

Segundo B r o u z e s ( 1 3 7 6 ) , em e x p e r i m e n t o s r e a l i z a d o s em e s c a l a p i l o t o , n o s i s t e m a físico-químico d e B l u e P l a i n s , W a s h i n g t o n , D,C. - E.U.A., o e f l u e n t e do s i s t e m a a p r e s e n t o u b o a s remoções de DBO ( a c i m a d e 8 0 % ) , d e sólidos s u s p e n s o s

( a p r o x i m a d a m e n t e 9 0 % ) , d e DQO ( a c i m a de 8 0 % ) e d e fósforo ( a p r o x i m a d a m e n t e 9 5 % ) , s e n d o que e s s e s r e s u l t a d o s f o r a m me l h o r a d o s q u a n d o f o i u t i l i z a d a uma u n i d a d e d e f i l t r a ç ã o , t e n do a p r e s e n t a d o a i n d a n o v a s remoções com o e m p r e g o d e u n i d a d e s d e t r o c a iõnica e d e carvão a t i v a d o . N e s b i t t (1969) a c o n s e l h a o e m p r e g o d a u n i d a d e d e filtração apôs o t r a t a m e n t o fí sico-químico, p o r p r o m o v e r um n o v o acréscimo n a remoção d e DBO e d e fósforo, i n d e p e n d e n t e m e n t e d o p r o d u t o químico u t i l i z a d o n o s i s t e m a . M e t c a l f e E d d y (197 9 ) c o m e n t a q u e o e m p r e g o da u n i d a d e d e filtração e recomendável, p r i n c i p a l m e n t e q u a n d o a n t e c e d e a u n i d a d e d e adsorção com carvão a t i v a d o , p o i s , d i m i n u i a p e r d a d e c a r g a e r e d u z a aglomeração d e partículas n a s c o l u n a s d e carvão.

0 e m p r e g o de t o r r e s d e aeração é" c i t a d o , por N e s b i t t ( 1 9 6 7 ) , como a d e q u a d o p a r a a remoção d e amónia q u a n d o o pH do e f l u e n t e e a c i m a d e 1 1 . 0 . Hammer ( 1 9 7 7 ) r e l a t a q u e remo

ções d e amónia de a t e 9 5 % a um pH 11,5 f o r a m c o n s e g u i d a s , n a estação de t r a t a m e n t o d e Lago T a h o e , Califórnia - E.U.A. ,com

a utilização d e t o r r e s d e aeração com f l u x o de a r em c o n t r a -c o r r e n t e , t e n d o s i d o -c o n s u m i d o s 3 m^ de a r p o r l i t r o de água residuãria. G a m b r i l l ( 1 9 9 0 ) , a p e s a r de t e r o b t i d o em l a b o r a tório r e s u l t a d o s a n i m a d o r e s de remoção de amónia, não c o n s e

(21)

-g u i u remoções e x p r e s s i v a s q u a n d o u t i l i z o u a e r a d o r e s em f o r m a de t a b u l e i r o e em f o r m a de e s c a d a no s i s t e m a p i l o t o de t r a t a m e n t o físico-químico, A g r a n d e diversificação d a s u n i d a d e s possíveis de s e r e m u t i l i z a d a s e os d i f e r e n t e s o b j e t i v o s d e c a d a c o m u n i d a -de t o r n a m difícil a padronização -de um s i s t e m a g e r a l p a r a o t r a t a m e n t o físico-químico. M a r t i n e I w u g o ( 1 9 7 8 ) c o n s i d e r a m como p r i n c i p a i s u n i d a d e s a s de m i s t u r a d o p r o d u t o químico , clarificação,, filtração e adsorção com carvão a t i v a d o , E l e s r e l a t a m s i s t e m a s em q u e , 7 0 - 8 0 % d a matéria orgânica r e m o v i d a

no s i s t e m a o c o r r i a n a u n i d a d e de clarificação e 20-3 0% n a u n i d a d e d e carvão a t i v a d o . Os e x p e r i m e n t o s d e M a r t i n e I w u g o

( 1 9 7 8 ) d e m o n s t r a r a m q u e a matéria orgânica solúvel s o f r e maior remoção p o r clarificação química que p o r adsorção com carvão ativado» Hammer ( 1 9 7 7 ) d e s c r e v e um s i s t e m a de t r a t a m e n t o físi co-químico com a s u n i d a d e s de m i s t u r a rápida - floculação sedimentação ( p a r a p r o m o v e r a remoção de fosforo,sólidos s u s p e n s o s e DBO), recarbonatação e t o r r e s d e aeração ( p a r a a r e moção de amónia e a j u s t e d o p H ) ; t a n q u e d e equalização d e v a

zão ( p a r a a operação u n i f o r m e ) ; filtração (remoção de sôli d o s s u s p e n s o s não sedimentáveis); t a n q u e de oxidação(remoção a l t e r n a t i v a de nitrogénio a m o n i a c a l ) , c o l u n a s d e carvão a t i v a d o (remoção de matéria orgânica d i s s o l v i d a ) e a d e s i n f e c

-ção f i n a l com c l o r o .

2.3 - P r o d u t o s Químicos

Os p r o d u t o s químicos n o r m a l m e n t e u t i l i z a d o s n o s s i s t e m a s de t r a t a m e n t o físico-químico são a c a l (hidróxido de

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cálcio e óxido de c á l c i o ) , o s s a i s de alumínio ( s u l f a t o de alumínio e s u l f a t o de alumínio e potássio) e o s s a i s d e f e r r o ( s u l f a t o férrico e c l o r e t o férrico) , s e n d o também e m p r e g a d o s p r o d u t o s a u x i l i a r e s como os polieletrólitos. A l g u n s s i s t e m a s u t i l i z a m m a i s de um p r o d u t o químico, como s u l f a t o fér r i c o e c a l , c l o r e t o férrico e c a i , e t c .

A e s c o l h a d o p r o d u t o químico é , de acordo com M e t c a l f e Eddy (197 9 ) , d e p e n d e n t e d a q u a l i d a d e r e q u e r i d a para o e f l u e n t e d o s i s t e m a , d a f a c i l i d a d e de obtenção, d o s c u s t o s de a q u i sição e utilização, d a p o s s i b i l i d a d e de a r m a z e n a m e n t o d o p r o d u t o químico e d o s r i s c o s a d v i n d o s d a s u a utilização, d o v o lume de l o d o p r o d u z i d o e d o i m p a c t o d o e f l u e n t e n o c o r p o r e -c e p t o r . Um d o s critérios i n i c i a i s p a r a a elaboração d o p r o j e t o d e s i s t e m a s d e t r a t a m e n t o físico-químico é a definição do p r o d u t o químico a s e r u t i l i z a d o . N o r m a l m e n t e , são r e a l i -z a d o s e x p e r i m e n t o s em j a r - t e s t com a f i n a l i d a d e de a v a l i a r a eficiência d o p r o d u t o químico e s c o l h i d o em relação ã o p e r a -ção p r e v i s t a p a r a o s i s t e m a . E s t e t i p o de precau-ção m o t i v o u G a m b r i l l ( 1 9 9 0 ) a p e s q u i s a r , em laboratório, q u a l o p r o d u t o químico m a i s i n d i c a d o a s e r u t i l i z a d o n a s u a estação p i l o t o de t r a t a m e n t o físicoquímico. F o r a m u t i l i z a d o s c a l , C l a r i

( 2 )

f l o c e hidróxido de s ó d i o , t e n d o os r e s u l t a d o s d e m o n s t r a -do q u e a utilização d o hidróxi-do de sódio e r a desaconselhá-v e l p o r r e q u e r e r m a i o r e s d o s a g e n s e p o r p r o d u z i r um e f l u e n t e

( 2 ) Clarlfloc ê uma suspensão aquosa estável de cal e vários polleletrÕ_

lltos desenvolvida e patenteada na InglateAAa, pela Blue Clície Industries plc, especificamente para o tratamento de águas residuã-rias [Gambrill, 199 0 ) .

(23)

i n a d e q u a d o p a r a a irrigação e ura m a i o r v o l u m e de l o d o . E s s e l o d o e r a o menos i n d i c a d o p a r a a disposição em t e r r a s agríco l a s p o i s p r a t i c a m e n t e não c o n t i n h a cálcio. Q u a n t o â u t i l i z a ção de c a l ou C l a r i f l o c , os r e s u l t a d o s o b t i d o s f o r a m e q u i v a -l e n t e s , p o r i s s o , n o v o s e x p e r i m e n t e s f o r a m r e a -l i z a d o s com es s e s d o i s p r o d u t o s . 0 Q u a d r o 2 . 1 m o s t r a as características d a água residuãria b r u t a e o r e s u l t a d o do s e u t r a t a m e n t o com c a l e com C l a r i f l o c ,

Os r e s u l t a d o s e n c o n t r a d o s n o s e x p e r i m e n t o s de l a b o -ratório d e m o n s t r a r a m uma g r a n d e semlhança n o e f l u e n t e d o t r a t a m e n t o de água residuãria b r u t a u t i l i z a n d o c a l e C l a r i f l o c . G a m b r i l l ( 1 9 9 0 ) p r e f e r i u u t i l i z a r c a l [ C a ( 0 H )2] no s i s t £ ma p i l o t o de t r a t a m e n t o físico-químico p o r e s s e p r o d u t o quínvi c o a p r e s e n t a r uma g r a n d e eficiência n a clarificação do e f l u e n t e , a l e m do c u s t o e f a c i l i d a d e de obtenção s e r e m m e l h o r e s d o que n o c a s o d o C l a r i f l o c .

2,4 - T r a t a m e n t o FÍsico-Químico U t i l i z a n d o C a l

A m a i o r i a d o s s i s t e m a s de t r a t a m e n t o físico-químico e m p r e g a como p r o d u t o químico a c a l n a f o r m a de hidróxido de cálcio [ C a í O H ^ J . A m i s t u r a d o hidróxido de cálcio, q u e e de n a t u r e z a a l c a l i n a , com a água residuãria b r u t a p r o v o c a , s i m u l t a n e a m e n t e , elevação d o pH e a desestabilização d a s partícu

( 3 ) " A á rochas calcárias [compostas principalmente por carbonatos] são

calcinadas próximo a 1000°C para produzir cal virgem [CaO]tpela per-da de seus constituintes [CO^l. Quando se adicionam agua a cal vir gem, os óxidos são transformados em hidróxidos, resultando a cal hl dratada ou hidróxido de cálcio" ÍGulm ara es e Clncotto, / 9 S 5 ) .

(24)

QUADRO 2.1 COMPARAÇÃO DO TRATAMENTO DE ÁGUA RESIDUÁRIA BRUTA COM O E M -PREGO DE CAL E DE C L A R I F L O C . ÁGUA RESIDUÃRIA BRUTA C A L C L A R I F L O C Dosagem ( m g / l )

-

4 9 9 5 9 0 PH 7,5 1 1,3 1 1,5 Alcalinidade total (mg C a C 03 / I ) 2 84 22 1 ( 1 5 % ) * 2 13 ( 1 5 % ) * DOO ( m g 02/ l ) 4 9 8 82 ( 8 0 % ) 53 ( 8 6 % ) Turbidez (NTU) 2 1 6 22 ( 9 0 % ) 1 9 ( 9 1%) Sólidos suspensos (mg/l) 369 10 ( 9 5 % ) 14 ( 9 6 % ) Fósforo total (mg P/l) 5,4 0,3 ( 9 4 % ) 0,03 ( 9 9 , 5 % )

Coliformes fecais /IOO ml 3,8 5 E 0 7 317 ( 9 9 , 9 9 9 % ) 5 9 0 ( 9 9 , 9 9 9 % ) Estreptococos fecais/lOOml 6,82 E 0 6 1,72 E 0 4 ( 9 9 , 8 % ) 2,69 E 0 3 ( 9 9 , 9 % ) Clostndium Perfrigens / 100 ml 5,23 E 0 5 183 ( 9 9 , 9 % ) 4 3 6 ( 9 9 , 9 % ) Salmonella / 100 ml 7 6 9 3 (9 9 , 2 % ) 1 ( 9 9 , 9 % ) Ovos de helmintos / 1 6 3 7 2 ( 9 9 , 9 % ) 0 ( 1 0 0 % ) Cistos de protozoários /1 4 9 8 4 1 ( 9 9 , 9 9 % ) 0 ( 1 0 0 % ) Rotavírus semeados (ff. 10 4 /ml ) 2,08 E06 1,8 E 0 4 ( 9 9 % ) 4,9 E 0 4 ( 9 9 % ) Rotavírus nativos (f f.10 4 /ml ) 1,83 E04 21 ( 9 9 , 9 0 % ) N. D.**

* O percentual de ternoc^ao é o valor médio dos resoWados experimentais individuais e não dos valores médios mostrados acima.

**Não determinado FONTE: GAMBRILL, 1990

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l a s c o l o i d a i s . Com i s s o as reações de coagulação-formação de f l o c o s e de precipitação de c a r b o n a t o de c á l c i o , de hidrõxi do de magnésio e de h i d r o x i a p a t i t a são i n i c i a d a s no s i s t e m a . As reações de precipitação são c o m p l e t a d a s em pH s u p e r i o r a

11.0 ( B r o u z e s , 1 3 7 6 ) . D u r a n t e a sedimentação do m a t e r i a l p r e c i p i t a d o e f l o c u l a d o , a s partículas a i n d a d i s p e r s a s n a massa líquida e que estão s i t u a d a s n a z o n a d e influência d e s s e ma t e r i a l , são r e m o v i d a s p o r adsorção.

2 . 4 . 1 - T r a t a m e n t o com a l t o e b a i x o pH

0 t r a t a m e n t o físico-químico com c a l ê c l a s s i f i c a d o c o n f o r m e o pH r e s u l t a n t e d a m i s t u r a d o hidróxido de cálcio cem a água residuãria b r u t a . B r o u z e s (.137 6) c l a s s i f i c a como B a i -x o pH ou B a i -x a C a l q u a n d o os v a l o r e s de pH se s i t u a m e n t r e 3.5 e I O , 0 , e de A l t o pH o u A l t a C a l q u a n d o estão a c i m a d e 1 1 . 0, A remoção d e C o l i f o r m e s f e c a i s em d i f e r e n t e s níveis de pH f o i o b s e r v a d a , em laboratório, p o r G a m b r i l l ( 1 3 3 0 ) com a f i n a l i d a d e de d e f i n i r a f a i x a de pH a s e r u t i l i z a d a n o s e u s i s t e m a físicoquímico em e s c a l a p i l o t o . Os s e g u i n t e s r e s u l -t a d o s f o r a m o b s e r v a d o s :

pH 3.0 - o número d e C F . a u m e n t o u após um período d e d u a s h o r a s ;

pH 10.0 - redução de 1/2 u n i d a d e logarítmica n o número d e C F , após um período de d u a s h o r a s ;

pH 11.0 - redução de 3 u n i d a d e s logarítmicas n o número d e C F . após um período de d u a s h o r a s ;

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período de d e z m i n u t o s . A diferença e n t r e o A l t o e B a i x o pH f o i também e s t u d a d a p o r B r o u z e s ( 1 9 7 6 ) , o q u a l o b s e r v o u q u e a p e s a r d a m a i o r i a d o s f o s f a t o s s e r e m r e m o v i d o s num pH de 1 0 . 0 , o e f l u e n t e a p r e s e n t o u q u a l i d a d e m u i t o m e l h o r q u a n d o o pH f o i de 1 1 , 5 , t e n d o n e s s e pH as s e g u i n t e s remoções s i d o o b s e r v a d a s : - C o l i f o r m e s t o t a i s 1U0% (2 EÚ6/10um£ p a r a 0/100 ml) - f o s f a t o s 7 8 % ( 10 mg/£ p a r a 0,2 mg/l) - D 0 B 5 7 4% ( 58 mg/£ p a r a 15 mg/l) - DQO 67% ( 110 mg/l p a r a 36 mg/l) - Sólidos Suspensos 8 0 % ( 85 mg/l p a r a 17 mg/l) - T u r b i d e z 9 8 % 0 a u t o r o b s e r v o u q u e a s remoções com a f l u e n t e s de m a i o r c a r ga orgânica f o r a m m e l h o r e s , p r i n c i p a l m e n t e p a r a DBO e DQO. E l e também a d v e r t e que a utilização de t r a t a m e n t o a d i c i o n a l com carvão a t i v a d o ou o z o n i o s e r i a possível solução p a r a uma p o s t e r i o r remoção d e DB0„ O u t r a informação f o r n e c i d a p o r

B r o u z e s (137 6) é q u e , com b a s e em e x p e r i m e n t o s de o u t r o s pes_ q u i s a d o r e s , i o n s de m e t a i s p e s a d o s são e f i c i e n t e m e n t e r e m o v i _ d o s p o r precipitação q u a n d o o pH ê s u p e r i o r a 1 1 . 0 .

A definição d a f a i x a a d e q u a d a de pH a s e r e m p r e g a d a no s i s t e m a é d e p e n d e n t e d e d i v e r s o s f a t o r e s , e n t r e os q u a i s , a a l c a l i n i d a d e d a água residuãria, a p u r e z a d o p r o d u t o quími c o , a q u a l i d a d e d e s e j a d a p a r a o e f l u e n t e , e t c . Brouzes ( 1 3 7 6 ) „ rt i r i o n fi ^ — — _ ~ „ „ _ T ~— t>-^,.„ c o a m w i i i . v J - -> *J j <—vjmcjii i- cun q u . c w 1.1 a L . a i J i c n t u v_wm <_a.j_ C J I I i_ia.-L.<\. w pH c o n s e g u e boa clarificação d o e f l u e n t e ; e n t r e t a n t o , os d o i s a u t o r e s c o n c o r d a m com o c i t a d o n a l i t e r a t u r a e s p e c i a l i -z a d a , de q u e o t r a t a m e n t o com c a l a A l t o pH ê m a i s e f i c i e n t e que a B a i x o pH p a r a a remoção de fósforo, matéria orgânica e

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inorgânica, sólidos s u s p e n s o s e m i c r o r g a n i s m o s . T a n t o Brouzes ( 1 9 7 6 ) q u a n t o G a m b r i l l ( 1 9 9 0 ) c o n s i d e r a m a f a i x a de pH e n t r e 11,0 e 11.5 como a m a i s a d e q u a d a a s e r e m p r e g a d a , p o r q u e , em v a l o r e s m e n o r e s q u e 1 1 . 0 , as reações de precipitação a i n d a não estão concluídas, e em v a l o r e s m a i o r e s que 11.5 e x i s t e m partículas do p r o d u t o químico q u e não r e a g e m , p o i s as s u b s tâncias d i s s o l v i d a s jã f o r a m p r e c i p i t a d a s , e com i s s o aumen t a m o t e o r de sólidos s u s p e n s o s e a t u r b i d e z n o e f l u e n t e d o s i s t e m a .

2.4.2 - P u r e z a e d o s a g e m d o hidróxido de cálcio

A verificação d o t e o r de p u r e z a (% CaO) do hidróxi-d o hidróxi-de cálcio ê necessária t a n t o n o s e x p e r i m e n t o s em laboratõ r i o como n a operação de s i s t e m a s em e s c a l a p i l o t o ou r e a l .

Q u a n t o m a i s p u r a f o r a c a l , m e n o r q u a n t i d a d e será m i s t u r a d a â água residuãria e , p o r t a n t o , m a i s económico serã o t r a t a m e n t o . Um i n c o n v e n i e n t e d o e l e v a d o t e o r d e i m p u r e z a s d o prç_ d u t o químico é a produção d e um e f l u e n t e menos c l a r i f i c a d o , p o i s a s i m p u r e z a s não r e a g e m com as substâncias d i s s o l v i d a s

e c o l o i d a i s , f i c a n d o p r e s e n t e s n a massa líquida como sólidos s u s p e n s o s . É c o n v e n i e n t e a t e n t a r q u e e n t r e a s i m p u r e z a s p o d e s e e n c o n t r a r o óxido d e magnésio ( M g O ) , o q u a l auxiliará n a clarificação c a s o p r e c i p i t e como hidróxido d e magnésio [ M g ( 0 H )2] . Guimarães e C i n c o t t o ( 1 9 8 5 ) c i t a m q u e f e r r o , a l u m í n i o , sódio, potássio e silício são as i m p u r e z a s n o r m a l m e n

-t e e n c o n -t r a d a s n a c a l . Os a u -t o r e s a d v e r -t e m p a r a a c a l comer c i a l i z a d a no B r a s i l , p o i s a l g u n s p r o d u t o s são i n a d e q u a d a m e n -t e f a b r i c a d o s e/ou são a d u l -t e r a d o s (como a m i s -t u r a d a c a l

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com alterações de r o c h a s d a família d o s x i s t o s e com m i n e a r g i l o s o s como o c a o l i m ) . A c a l é c o m e r c i a l i z a d a como c a l v i r g e m e como c a l h i d r a t a d a , s e n d o q u e a última f o r m a ê a m a i s i n d i c a d a p a r a s i s t e m a s d e t r a t a m e n t o físico-químico,pois não r e q u e r precauções e segurança a d i c i o n a l d u r a n t e o p r e p a -r o d a suspensão. B -r o u z e s ( 1 3 7 6) -r e l a t a q u e , no t -r a t a m e n t o fí

sico-químico a dosagem de hidróxido de cálcio v a r i a com a a l c a l i n i d a d e d a água r e s i d u ã r i a , s o f r e n d o também i n f l u i n c i a d a concentração de b i c a r b o n a t o ; d o dióxido de c a r b o n o ; d a s c o r centrações de cálcio e m a g n é s i o ; d a f o r m a e q u a n t i d a d e de fósforo; d a q u a n t i d a d e de amónia; do t i p o e q u a n t i d a d e d o ma t e r i a l orgânico; da t e m p e r a t u r a e d a força i o n i c a . G a m b r i l l ( 1 9 3 0) a c r e s c e n t a q u e a eficiência d a m i s t u r a , o t e m p o d e floculação e a p u r e z a são também i m p o r t a n t e s p a r a d e t e r m i n a r a d o s a g e m d o hidróxido de cálcio.

0 c u s t o do t r a t a m e n t o físico-químico é , s e g u n d o B r o u z e s C 1 3 7 6 ) , d e p e n d e n t e d a vazão e composição d a água r e siduária e do t i p o e c u s t o d o s p r o d u t o s químicos u t i l i z a d o s . 0 a u t o r c i t a q u e a q u a n t i d a d e de hidróxido de cálcio r e q u e r i _ d a d e p e n d e p r i n c i p a l m e n t e d o conteúdo de b i c a r b o n a t o n a água residuãria, s e n d o q u e a d o s a g e m ê n o r m a l m e n t e e n t r e 2 00 e

500 mg C a í O H ^ / l i t r o d e água residuãria. F e r g u s o n e V r a l e ( 1 3 8 4) comentam q u e a adição d e água do mar n a água residuã r i a m e l h o r a a remoção de sólidos s u s p e n s o s e d e fósforo. Nos

e x p e r i m e n t o s em e s c a l a r e a l r e a l i z a d o s na N o r u e g a , os a u t o -r e s o b s e -r v a -r a m q u e q u a n d o o v o l u m e a f l u e n t e ao s i s t e m a de t r a t a m e n t o físico-químico com c a l e r a constituído p o r 5% de água d o mar e 3 5% de água residuãria, uma m e n o r d o s a g e m d e

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C a ( O H )2 e r a r e q u e r i d a , t e n d o a dosagem v a r i a d o e n t r e 18 0 -230 mg C a ( 0 H )2 / l i t r o a f l u e n t e . G a m b r i l l ( 1 9 9 0 ) o b s e r v o u que a utilização d e hidróxido de cálcio ( p u r e z a 58% CaO) no t r a t a m e n t o de a g u a residuãria, a p r e s e n t o u d o s a g e n s m e d i a s de 720 mg C a ( 0 H )2 II em laboratório e de 1500 mg C a ( 0 H )2/ £ em e s c a l a piloto„ 0 a u t o r c o m e n t a q u e o g r a n d e consumo em e s c a -l a p i -l o t o p o d e t e r s i d o p o r d o s a g e n s e x c e s s i v a s ao r e q u e r i d o p e l o s i s t e m a , p e l a variação do hidróxido de cálcio ( f e i t a ape n a s uma análise de p u r e z a ) ou p e l a s características higroscó p i c a s d o hidróxido d e cálcio q u e podem t e r i n c o r p o r a d o q u a n -t i d a d e s s i g n i f i c a -t i v a s de água d u r a n -t e o a r m a z e n a m e n -t o .

2.4.3 - Reaçóes químicas

A adição de hidróxido de cálcio n a água residuãria p r o v o c a o d e s e n c a d e a m e n t o de reações químicas, a s q u a i s p r o movem a remoção de e l e m e n t o s e o r g a n i s m o s d a n o s o s ao c o r p o r e c e p t o r . E n t r e a s p r i n c i p a i s reações estão d e s c r i t a s a s e guir» 2 . 4 . 3 . 1 - Coagulação -- Floculação As d i v e r s a s t e o r i a s f o r m u l a d a s p a r a e x p l i c a r o pro_ c e s s o de coagulação c o n s i d e r a m que as partículas c o l o i d a i s d i s p e r s a s na água residuãria a p r e s e n t a m c a r g a s n e g a t i v a s . E £ s a s t e o r i a s f o r a m d e s e n v o l v i d a s p a r a v a l o r e s d e pH e n t r e 5 e 1 0 , no e n t a n t o , são a i n d a u t i l i z a d a s p a r a e x p l i c a r o p r o c e s -so de coagulação, mesmo n o s s i s t e m a s de t r a t a m e n t o físico-químico u t i l i z a n d o c a l q u e a p r e s e n t a m v a l o r e s d e pH a c i m a d e

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10.0. A coagulação r e s u l t a d e uma s e r i e de interações físi c a s e reações químicas e n t r e o p r o d u t o químico a d i c i o n a d o , a superfície d a s partículas, a a l c a l i n i d a d e d a água e a p r o p r i a água, 0 o b j e t i v o d a coagulação ê a p r o x i m a r as partículas c o -l o i d a i s p o s s i b i -l i t a n d o s u a p o s t e r i o r ag-lomeração em u n i d a d e s chamadas f l o c o s . A explicação do p r o c e s s o de coagulação pode s e r p e l o m o d e l o d a d u p l a c a m a d a , q u e e b a s e a d o n a s forças e l e trostãticas de atração e r e p u l s ã o , ou p e l o m o d e l o d a p o n t e q u í m i c a , que e s t a b e l e c e uma relação de dependência e n t r e as forças químicas e a superfície d o s c o l o i d e s (Arboleda, 1373 ) .

No m o d e l o d a d u p l a camada, o p o t e n c i a l eletrostãti co d a partícula c o l o i d a l e o b t i d o p e l a adsorção d e i o n s p r e s e n t e s n a água residuãria. A partícula c o l o i d a l a p r e s e n t a d u a s c a m a d a s , uma i n t e r n a ou c o m p a c t a d e v i d o ao acúmulo d e íons de c a r g a s p o s i t i v a s ao r e d o r d a s u a superfície, A o u t r a ê e x t e r n a ou d i f u s a , f o r m a d a p o r íons de c a r g a s o p o s t a s que t e n d e m a se i g u a l a r ã m e d i d a q u e s e d i s t a n c i a m d o colóide. A r b o l e d a C1973 ) c o m e n t a q u e o p o t e n c i a l eletrostãtico d a p a r tícula d i m i n u i r a p i d a m e n t e n a camada c o m p a c t a e l e n t a m e n t e n a camada d i f u s a , 0 p o t e n c i a l Z e t a i uma m e d i d a d o p o t e n c i a l elétrico da partícula, s e n d o função d a extensão e d i s t r i b u i -ção de c a r g a s n a camada difusa» Q u a n t o m a i o r a camada d i f u s a , m a i o r será o p o t e n c i a l Z e t a e , p o r t a n t o , m a i s e s t a b i l i z a d a

estará a partícula c o l o i d a l . A redução do p o t e n c i a l Z e t a f a z com q u e a força de repulsão e n t r e as partículas não s e j a em p e c i l h o ã s u a aproximação e p o s t e r i o r aglomeração com o u t r a s partículas, No t r a t a m e n t o físico-químico com A l t o pH, a g r a n de adição de hidróxido de cálcio [ C a ( 0 H )2] a t u a n a redução

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do p o t e n c i a l Z e t a , p o i s , o s íons p o s i t i v o s ( C a ) e o pH e l e v a d o p r o v o c a m o desequilíbrio d a distribuição d e c a r g a s e a diminuição d a extensão d a camada d i f u s a , o q u e r e s u l t a n a de sestabilização d o s colôides,

A r b o l e d a ( 1 9 7 3 ) c o m e n t a q u e o m o d e l o físico pode não e x p l i c a r t o t a l m e n t e o p r o c e s s o de coagulação, p o d e n d o s e r e n tão c o m p l e m e n t a d o p e l o m o d e l o químico, o q u a l c o n s i d e r a que

a c a r g a d o s colôides e a d q u i r i d a p e l a ionização d i r e t a d o s g r u p o s químicos p r e s e n t e s n a s u a superfície ( h i d r o x i l o s , c a r b o x i l o s , f o s f a t o s e s u l f a t o s ) , s e n d o a desestabilização dos c o l o i d e s d e v i d a ã reação d e s s e s g r u p o s com os íons metálicos a d i c i o n a d o s , 0 m o d e l o d a p o n t e química a d m i t e q u e as partí-c u l a s partí-c o l o i d a i s são d e s e s t a b i l i z a d a s p e l a s reações de i o n i z a , ção d u r a n t e a adsorção d e moléculas d o p r o d u t o químico n a su perfície do colõide, E^sa uniã<~> p r o v o c a a -Formação de uma c a d e i a ou p o n t e química e n t r e as partículas c o l o i d a i s , q u e apre_

s e n t a uma m a i o r superfície e t e n d o n o v a s e x t r e m i d a d e s l i v r e s , n a s q u a i s o u t r o s colôides são a d e r i d o s , 0 a u m e n t o d o t a m a n h o e do p e s o específico f a c i l i t a a remoção d e s s e m a t e r i a l do so b r e n a d a n t e . Apôs as partículas c o l o i d a i s s e r e m d e s e s t a b i l i z a d a s , o c o r r e a aproximação e n t r e e l a s p a r a p o s t e r i o r aglomeração . E s s a aproximação- d a s partículas ê d e p e n d e n t e , p r i n c i p a l m e n t e , de d o i s t i p o s de m o v i m e n t o s e n d o um n a t u r a l e o o u t r o p r o v o c a d o , 0 m o v i m e n t o B r o w n i a n o d a s partículas é i n e r e n t e d a a g i _ tacão n a t u r a l ( s e m p r e e x i s t e n t e ) d a massa líquida,através do n u a l a s partículas d i s p e r s a s s o f r e m um m o v i m e n t o d e s o r d e n a d o

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o u t r a s e/ou cora m a t e r i a l p a r t i c u l a d o orgânico e inorgânico , f o r m a n d o o a g l o m e r a d o d e partículas d e n o m i n a d o f l o c o . A f i o culação d e v i d a ao m o v i m e n t o B r o w n i a n o e d e n o m i n a d a de F l o c u lação P e r i c i n l t i c a . 0 a u m e n t o e consolidação d o f l o c o m e l h o -r a s u a sedimentação. P o -r i s s o , e n e -r g i a a d i c i o n a l é f o -r n e c i d a ao m e i o p a r a a u m e n t a r a p o s s i b i l i d a d e de q u e a colisão Cou c h o q u e s ) e n t r e as partículas e os f l o c o s s e j a m a i s i n t e n s a e f r e q u e n t e . E s s e f o r n e c i m e n t o d e e n e r g i ^ a d i c i o n a l c a r a c t e r i z a a Floculação Ortocinética, p o d e n d o o c o r r e r p o r d i s p o s i t i -v o s hidráulicos, como alterações de p e r c u r s o C c h i c a n a s ) , mu danças d e v e l o c i d a d e Credução e ampliação d e tubulações, c a

l h a P a r s h a l l , v e r t e d o r e s , e t c ) . Ou p o r d i s p o s i t i v o s mecâni c o s , como a g i t a d o r e s mecânicos Cde p a l h e t a s , de hélice, d e t u r b i n a ) . A operação física unitária d e floculação e a m p l a m e n t e d e p e n d e n t e do p r o c e s s o químico de coagulação p a r a s e r

bem e f e t i v a d a , p o i s a aproximação d a s partículas c o l o i d a i s e d e p e n d e n t e d a s u a a n t e r i o r desestabilização.

2 . 4 , 3 , 2 - Reações de Precipitação

0 hidróxido de cálcio a d i c i o n a d o â água residuãria p r o v o c a as reações de precipitação, ou s e j a , a transformação de substâncias d i s s o l v i d a s n a massa líquida' em c o m p o s t o s i n solúveis, que são n o r m a l m e n t e r e m o v i d o s p o r sedimentação. M e t c a l f e Eddy (.137 3) c o m e n t a que a precipitação química p o £

s i b i l i t a o b t e r um e f l u e n t e c l a r i f i c a d o , substancialmente i s e n -t o de ma-téria em suspensão ou em e s -t a d o c o l o i d a l . As p r i n c i . p a i s reações de precipitação no t r a t a m e n t o físico-químico p o r caleação são r e l a t a d a s a s e g u i r :

(33)

a ) Precipitação d o C a r b o n a t o de Cálcio

0 hidróxido de cálcio [ C a C O H K ] m i s t u r a d o na água residuãria b r u t a r e a g e i n i c i a l m e n t e com o dióxido de c a r b o n o

l i v r e (Equação 2.1) e em s e g u i d a r e a g e com o b i c a r b o n a t o (Equa ção 2 , 2 ) , Em ambas a s reações o c o r r e a precipitação do c a r b o -n a t o de cálcio, G a m b r i l l ( 1 9 9 0 ) c i t a que o co-nsumo de hidrôxi do de cálcio d e p e n d e d a a l c a l i n i d a d e d a água residuãria, q u e e o conteúdo de b i c a r b o n a t o e c a r b o n a t o , e em m e n o r g r a u o conteúdo de dióxido de c a r b o n o .

C 02 + C a ( 0 H )2 + CaC03"l- + H20 ( E q , 2.1)

C a ( H C 03)2 + C a ( 0 H )2 •»• 2CaC03+ + 2 H20 ( E q . 2.2)

A variação n a dosagem de C a ( 0 H )2 com a a l c a l i n i d a d e d a água residuãria f o i , s e g u n d o B r o u z e s ( 1 9 7 6 ) , r e p r e s e n -t a d a g r a f i c a m e n -t e p o r a l g u n s a u -t o r e s , s e n d o o b s e r v a d o que o a u m e n t o da a l c a l i n i d a d e d a água residuãria r e q u e r m a i o r e s do_ s a g e n s de C a ( 0 H )2 p a r a q u e o c o r r a elevação d o pH. B r o u z e s ( 1 9 7 6 ) e G a m b r i l l ( 1 9 9 0 ) c o n s i d e r a m q u e e s s a situação e d e c o r r e n t e , p r i n c i p a l m e n t e , de q u e num pH de 10,0 t o d o b i c a r b o n a t o f o i c o n v e r t i d o p a r a c a r b o n a t o de cálcio, q u e e insolúvel.Metcalf e E d d y (197 9) c o n c l u i q u e o c o n t r o l e d a d o s a g e m de C a ( 0 H )2 & f u n d a m e n t a l p a r a a b o a operação do s i s t e m a , d e v e n d o s e r a d i _ c i o n a d a uma q u a n t i d a d e s u f i c i e n t e p a r a r e a g i r com t o d o o dió x i d o de c a r b o n o l i v r e e com o ácido carbónico d o s b i c a r b o n a t o s p a r a p r o d u z i r o c a r b o n a t o de cálcio, o q u a l a t u a como c o a g u l a n t e .

(34)

b) Precipitação de H i d r o x i a p a t i t a

Um d o s f a t o r e s benéficos d a conversão do b i c a r b o n a t o e a formação simultânea de n u m e r o s o s c o m p l e x o s com os íons f o s f a t o , h i d r o x i l a e cálcio. E s s e s c o m p l e x o s p r e c i p i t a m , r e m o v e n d o o fósforo solúvel p r e s e n t e n a água residuãria. A Equação 2.3 m o s t r a o h i d r o x i a p a t i t a , q u e é o c o m p l e x o m a i s a b u n d a n t e ( G a m b r i l l , 1 9 9 0 ) . M e t c a l f e Eddy (197 9) c i t a que o hidróxido de cálcio a d i c i o n a d o r e a g e com a a l c a l i n i d a d e n a t u r a l d a água residuãria p a r a p r e c i p i t a r c a r b o n a t o de cálcio, s e n d o q u e o s íons de cálcio em e x c e s s o r e a g e m com o fósforo p a r a p r e c i p i t a r como h i d r o x i a p a t i t a . P o r t a n t o , a q u a n t i d a d e de hidróxido de cálcio será, em g e r a l , i n d e p e n d e n t e d a q u a n t i d a d e de fósforo p r e s e n t e , d e p e n d e n d o f u n d a m e n t a l m e n t e d a a l c a l i n i d a d e d a água residuãria.,

10 C a+ + + 6 P0^~ + 20H" t C a1 Q ( P 04)g ( 0 H )2+ ( E q , 2.3)

A reação do cálcio e d a h i d r o x i l a com o o r t o f o s f a -t o solúvel, f o r m a n d o o p r e c i p i -t a d o h i d r o x i a p a -t i -t a o c o r r e , s i _ m u l t a n e a m e n t e , com a remoção d o b i c a r b o n a t o ( B r o u z e s , 1 9 7 6 ) . De a c o r d o com M e t c a l f e E d d y ( 1 9 7 9 ) o u t r a s f o r m a s d e fósforo

(orgânico e p o l i f o s f a t o s ) são e l i m i n a d o s através de o u t r a s reações m a i s c o m p l e x a s e p o r adsorção, n a superfície, do ma t e r i a l f l o c u l a d o e p r e c i p i t a d o . No c a s o d o s p o l i f o s f a t o s , B r o u z e s (197 6) c o m e n t a que m e t a5 t r i p o l i e p i r o f o s f a t o s são r e m o v i d o s p o r adsorção n o s p r e c i p i t a d o s c a r b o n a t o de cálcio e

hidróxido de magnésio. P o r s u a v e z , o fósforo orgânico é p r i n c i p a l m e n t e r e m o v i d o p o r absorção no i n t e r i o r d o s f l o c o s .

(35)

M e t c a l f e Eddy (197 9) c o n c l u i q u e o fósforo e e l i m i n a d o d a f a s e líquida p o r uma combinação de reações d e precipitação , adsorção e p o r absorção n o i n t e r i o r d o f l o c o .

Os e x p e r i m e n t o s s o b r e remoção d e fósforo n o t r a t a m e n t o f ísico-químico com c a l p e r m i t i r a m q u e Brouzes(1976) c o n c l u i s s e n a o s e r c o n s i s t e n t e a afirmação de a l g u n s a u t o r e s de que 8 0 % d o fósforo s e r i a m r e m o v i d o s em um pH de 9,0. 0 a u t o r n o t a que a remoção de fósforo e g r a d a t i v a m e n t e m e l h o r a d a

com a elevação d o pH. O b s e r v a n d o q u e o s v a l o r e s mínimos de pH r e q u e r i d o s p a r a b o a s remoções de fósforo estão e n t r e 9.5 e 1 0 . 0 , e q u e e x c e l e n t e s remoções são o b t i d a s q u a n d o o pH e_s tá e n t r e 11.0 e 1 1 . 5 .

c ) Precipitação d o Hidróxido d e Magnésio

0 t r a t a m e n t o físico-químico u t i l i z a n d o c a l apre_ s e n t a a v a n t a g e m , em relação a o t r a t a m e n t o com o u t r o s c o a g u l a n t e s , p o r r e d u z i r a d u r e z a t o t a l n o e f l u e n t e ( B r o u z e s ,197 6 ). A precipitação d o m a g n é s i o , como hidróxido de m a g n é s i o , a u x i

l i a n a remoção de colôides d e s e s t a b i l i z a d o s , partículas orgâ n i c a s e sólidos s u s p e n s o s , e n a precipitação d e c a r b o n a t o de cálcio e a p a t i t a s , p r o d u z i n d o um e f l u e n t e bem c l a r i f i c a d o

( G a m b r i l l , 1 9 9 0 ) . B r o u z e s (197 6) c o m e n t a q u e a e f i c i e n t e r e moção de sólidos s u s p e n s o s , matéria orgânica e fósforo é r e

l a c i o n a d a â formação d o hidróxido de magnésio g e l a t i n o s o , q u e

/—i ,--s -V-N-v-< -O £^T-i~r--¥-»fl /""> r-» i » -» 1 <o-v^ /-»<-» ^ /-\ i - i T-T Cl í ^ 1 O fl

'_•--,>>_'j_ j_ -v— \_/ »_> V U X U 1 ^ o MiJ- »•'•'-» X f c I U |

Quando o pH a p r e s e n t a v a l o r e s s u p e r i o r e s a 9.5, o magnésio n a f o r m a solúvel p r e c i p i t a como hidróxido de mag_ nésio [ M g ( 0 H )9] . A p e s a r d o hidróxido de magnésio s e r f o r m a

(36)

-mado a p a r t i r d o pH 9.5, a c o m p l e t a precipitação somente o c o r r e em pH e n t r e 11.0 e 1 2 , 0 , As p r i n c i p a i s reações químicas p a r a a formação do hidróxido de magnésio são m o s t r a d a s n a s s e g u i n t e s Equações:

M g ( H C 03)2 + 2 C a C 0 H )2 + MgC0H2)+ + 2CaC03+- + 2 H20 ( E q . 2.4)

M g S 04 + C a ( 0 H )2 •* Mg(OH)24- + CaSO^ ( E q . 2.5)

MgC03 + C a ( 0 H )2 •* Mg(OH)24- + C a C 03+ ( E q . 2.6)

0 hidróxido de magnésio apresenta, segundo Ferguson e V r a l e ( 1 9 8 4 ) , p o t e n c i a l Z e t a r e d u z i d o q u a n d o o pH se s i t u a e n t r e 11,0 e 11.5 ( o p o n t o iso-elétrico, ou s e j a p o t e n c i a l Z e t a i g u a l a z e r o , o c o r r e n o pH 1 2 , 0 ) e f a c i l m e n t e i n t e r a g e com o u t r o s p r e c i p i t a d o s e partículas p o r a t u a r como c o a g u l a n t e . A precipitação do hidróxido de magnésio e x p l i c a o aumen-t o d a q u a l i d a d e d o e f l u e n aumen-t e com a elevação d o pH em s i s aumen-t e m a s de t r a t a m e n t o físico-químico que u t i l i z a m hidróxido de cá.1 c i o . B r o u z e s ( 1 9 7 6 ) c i t a q u e o hidróxido de magnésio também i n t e r a g e , p o r aglutinação, com o c a r b o n a t o de cálcio e a p a t _ i t a , o q u e p r o v o c a uma rápida e f o r t e sedimentação d e s s e s p r e

c i p i t a d o s .

A adição de magnésio em a g u a s residuãrias q u e a p r e s e n t a m p e q u e n a s concentrações é uma m e d i d a e f i c a z p a r a m e l h o r a r a clarificação d o e f l u e n t e , no t r a t a m e n t o

físico-f— -•• . i r>.„ ~ . f T Q * 7 C > - ^ ^ ^ ^ c l - U - n n a n / l n 9 <-I,-NT-I_ q u X J U X U U L;UH1 ucl-L. U l ' U U i c a v J . -> ' <~> / a t u n o f c x u a qu.c tjaaiiuu CJ. v-u"

centração de magnésio f o r m e n o r que 10mg M g / £ , i m e d i a t a m e n -t e após a adição de c a l p a r a a j u s -t a r o pH e n -t r e 11.0 e 1 1 . 5 , d e v e s e r a d i c i o n a d o m a g n é s i o , como c a r b o n a t o de magnésio ou

(37)

c l o r e t o de magnésio. F e r g u s o n e V r a l e ( 1 9 8 4 ) r e l a t a m e x p e r i m e n t o s em e s c a l a r e a l n a N o r u e g a , onde o a f l u e n t e d o s i s t e m a de t r a t a m e n t o físico-químico com c a l e r a constituído p o r 9 5 % de a g u a residuãria e 5% de a g u a do m a r , o que a u m e n t a v a a concentração de magnésio de 2-3 mg Mg/£ p a r a 3 5-40 mg M g / £ , s e n d o q u e com e s s e p r o c e d i m e n t o e r a m e l h o r a d a a remoção de sólidos s u s p e n s o s e fósforo ( t o t a l e solúvel) n o e f l u e n t e do s i s t e m a .

2a4 o 333 - Adsorção

A sedimentação d o m a t e r i a l f l o c u l e n t o e p r e c i p i t a -do p o s s i b i l i t a a remoção de partículas orgânicas e inorgâni

c a s e de m i c r o r g a n i s m o s q u e a i n d a e s t e j a m l i v r e s n o s o b r e n a -d a n t e , e se e n c o n t r e m n a trajetória -d e s c e n -d e n t e -d o m a t e r i a l s e d i m e n t a d o . E s s a remoção o c o r r e d e v i d o a o m a t e r i a l em sedi_ mentação a d s o r v e r , n a s u a superfície e x t e r n a , o s e l e m e n t o s sólidos a i n d a em suspensão n o s o b r e n a d a n t e . I s s o p r o v o c a um a u m e n t o n o t a m a n h o e n o p e s o específico d o m a t e r i a l f l o c u l e n t o e p r e c i p i t a d o , r e s u l t a n d o em um a u m e n t o d a v e l o c i d a d e des_ c e n d e n t e e , s i m u l t a n e a m e n t e , a u x i l i a n d o n a clarificação d o s o b r e n a d a n t e . 0 p r o c e s s o de adsorção p o s s i b i l i t a uma m e l h o r sedimentação e clarificação do e f l u e n t e ; c o n t u d o , a t u a no t r a t a m e n t o físico-químico como p r o c e s s o de p o l i m e n t o , p o i s e d e p e n d e n t e d a b o a formação de f l o c o s e p r e c i p i t a d o s p a r a que então s e j a l e v a d o a e f e i t o de modo s i g n i f i c a t i v o no s i s t e m a .

(38)

2.4.4 - Remoção de m i c r o r g a n i s m o s n o t r a t a m e n t o físico-quí m i c o com c a l .

A adição d e hidróxido de cálcio n a água residuãria p r o v o c a uma elevação d o p H , o q u a l se t o r n a normalmente i n a d e q u a d o ã a t i v i d a d e metabólica d o s m i c r o r g a n i s m o s , Brouzes(197 6 ) r e l a t a q u e os C o l i f o r m e s t o t a i s e f e c a i s são sensíveis a a l t o s v a l o r e s de pH, n o e n t a n t o , os vírus e o u t r o s m i c r o r g a n i s mos são m a i s r e s i s t e n t e s d o q u e e s s e s m i c r o r g a n i s m o s i n d i c a -d o r e s , A boa remoção -d e m i c r o r g a n i s m o s no t r a t a m e n t o físico-químico com c a l t e m m o t i v a d o p e s q u i s a s p a r a d e f i n i r como i s so o c o r r e , se d e v i d o ã inativação p e l o a l t o pH o u d e v i d o ã remoção do m a t e r i a l s e d i m e n t a d o , A eliminação de C o l i f o r m e s f e c a i s num pH d e 1 1 . 0 , f o i p e s q u i s a d a em e s c a l a d e laborató-r i o p o laborató-r G a m b laborató-r i l l ( 1 9 9 0 ) , o q u a l o b s e laborató-r v o u q u e as m a i o laborató-r e s laborató-r e d u ções de C o l i f o r m e s f e c a i s o c o r r i a m q u a n d o a a m o s t r a não e r a a g i t a d a , ou s e j a , q u a n d o a sedimentação e r a t r a n q u i l a , 0 a u t o r então c o n c l u i u q u e a sedimentação, n o i n t e r i o r de f l o c o s ou a d s o r v i d o s ã superfície de f l o c o s e p r e c i p i t a d o s , ê o p r i n c i p a l m e c a n i s m o de remoção d e m i c r o r g a n i s m o s n o t r a t a m e n t o físico-químico u t i l i z a n d o c a l . 0 a l t o pH r e s u l t a n t e d a c a leação não a s s e g u r a a inativação de t o d o s os m i c r o r g a n i s m o s , s e n d o q u e o t e m p o necessário p a r a a inativação é m a i o r que o t e m p o r e q u e r i d o p a r a a sedimentação d o m a t e r i a l f l o c u l e n t o e p r e c i p i t a d o . A s s i m , o e l e v a d o pH a t u a como m e c a n i s m o a u x i l i a r d a remoção d e m i c r o r g a n i s m o s d u r a n t e a sedimentação. Os m_i

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