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Relatório de estágio curricular supervisionado em Medicina Veterinária

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Academic year: 2021

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CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR

SUPERVISIONADO EM MEDICINA VETERINÁRIA

ÁREA DE CLÍNICA CIRÚRGICA DE PEQUENOS ANIMAIS

ORIENTADORA: PROFª. MS. CRISTIANE BECK

SUPERVISOR: PROF. DR. JOÃO EDUARDO WALLAU SCHOSSLER

Felipe Oliveski Bombardieri

Ijuí, RS, Brasil

2015

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2

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURICULAR SUPERVISIONADO

EM MEDICINA VETERINÁRIA

Felipe Oliveski Bombardieri

Relatório de Estágio Curricular Supervisionado na área de Clinica Cirúrgica de

Pequenos Animais apresentado ao curso de Medicina Veterinária da

Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul

(UNIJUI, RS), como requisito parcial para obtenção do grau de

Médico Veterinário.

Orientadora: Profª. MS. Cristiane Beck

Ijuí, RS, Brasil

2015

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO

GRANDE DO SUL

DEPARTAMENTO DE ESTUDOS AGRÁRIOS

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

A Comissão Examinadora, abaixo assinada, aprova o Relatório de Estágio

Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO

elaborado por

Felipe Oliveski Bombardieri

como requisito parcial para obtenção do grau de

Médico Veterinário

COMISSÃO EXAMINADORA

___________________________________________ Cristiane Beck (UNIJUI)

(Orientadora)

____________________________________________

Fernando Silvério Ferreira da Cruz (UNIJUI)

(Banca)

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“Acredite em si próprio e chegará um dia em que os outros não terão outra escolha senão acreditar com você.”

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RESUMO

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM

MEDICINA VETERINÁRIA – ÁREA DE CLÍNICA CIRÚRGICA DE

PEQUENOS ANIMAIS

AUTOR: FELIPE OLIVESKI BOMBARDIERI

ORIENTADORA: CRISTIANE BECK

Data e Local da Defesa: Ijuí, 29 de junho de 2015

O estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária foi realizado na área de Clínica Cirúrgica de Pequenos Animais, no Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), localizado na cidade de Santa Maria, RS. O estágio teve supervisão interna do Médico Veterinário Prof. Dr. João Eduardo Wallau Schossler e orientação da professora MS. Cristiane Beck, durante o período de 02 de Março a 20 de Abril de 2015, totalizando 150 horas. No decorrer do estágio, foram acompanhados diversos procedimentos clínicos, cirúrgicos e ambulatoriais, além de coleta de materiais para exames complementares, auxílio na realização de exames de imagem, auxílio no setor de internação e acompanhamento de aulas teóricas, estas atividades estão expressas em forma de tabelas. Posteriormente são descritos e discutidos dois casos clínicos acompanhados durante o período de estágio, sobre ovário salpingo-histerectomia pelo flanco em gata e osteossíntese de úmero em cão com lesão de nervo radial. O estágio proporciona ao estudante, uma ampla visão das aplicações dos conhecimentos adquiridos em sala de aula adaptadas à realidade do mercado, conforme as condições do estabelecimento, além de proporcionar ao acadêmico a autonomia de tomar decisões pertinentes às diversas situações que surgem ao longo da vida profissional.

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6

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Procedimentos ambulatoriais e exames complementares acompanhados durante a realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária no Hospital Veterinário Universitário da UFSM, no período de 02 de março a 20 de abril de 2015 ... 16

Tabela 2 - Diagnósticos clínicos acompanhados durante a realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária no Hospital Veterinário Universitário da UFSM, no período de 02 de março a 20 de abril de 2015 ... 17

Tabela 3 - Procedimentos cirúrgicos acompanhados durante a realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária no Hospital Veterinário Universitário da UFSM, no período de 02 de março a 20 de abril de 2015 ... 18

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LISTA DE ANEXO

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LISTA DE ABREVIATURAS

AINE: Anti-inflamatório Não-Esteroidal

ALT: Alanina Aminotransferase

BID: Bis in die do latim, duas vezes ao dia

bpm: batimentos por minuto

C8: Oitava vértebra cervical

COX-1: Enzima cicloxigenase 1

COX-2: Enzima cicloxigenase 2

FA: Fosfatase Alcalina

HVU: Hospital Veterinário Universitário

IM: Intra-Muscular

IV: Intra-Venosa

kg: Quilograma

LACVET: Laboratório de Análises Clínicas Veterinárias

mg: Miligrama

ml: mililitros

mm: milímetros

mpm: movimentos por minuto

ºC: graus Célsius

OSH: Ovário Salpingo-Histerectomia

SC: Sub-Cutânea

SID: Semel in die do latim, uma vez ao dia

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T2: Segunda vértebra torácica

TID: Ter in die do latim, três vezes ao dia

TRC: Tempo de Reperfusão Capilar

UFSM: Universidade Federal de Santa Maria

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 12 2 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ... 15 2.1 Procedimentos ambulatoriais ... 15 2.2 Diagnósticos clínicos ... 16 2.3 Procedimentos cirúrgicos ... 17 3 RELATOS DE CASO ... 18 RELATO DE CASO I ... 18 RESUMO ... 18 INTRODUÇÃO... 18 METODOLOGIA ... 19 RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 20 CONCLUSÃO ... 23 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 23 RELATO DE CASO II ... 25 RESUMO ... 25 INTRODUÇÃO... 25 METODOLOGIA ... 26 RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 28 CONCLUSÃO ... 31 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 31 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 33 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 34 ANEXO ... 36

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1 INTRODUÇÃO

O Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária caracteriza-se como o ápice da vida acadêmica de um aluno de graduação, oportunizando um grande aprendizado e vivência profissional, sendo de fundamental importância tanto no âmbito da formação técnica quanto no aprimoramento das concepções humanísticas e sociais adquiridas durante a interação com orientadores, pacientes e colegas.

O Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária foi realizado na área de Clínica Cirúrgica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no período de 02 de março a 20 de abril de 2015, somando um total de 150 horas, sob a supervisão interna do Médico Veterinário Prof. João Eduardo Wallau Schossler e orientação da professora MS. Cristiane Beck.

O Hospital Veterinário Universitário foi inaugurado no dia 06 de outubro de 1973, está localizado na Avenida Roraima, 1000 Cidade Universitária, bairro Camobi, na cidade de Santa Maria, estado do Rio Grande do Sul, sendo uma subunidade do Centro de Ciências Rurais da UFSM, possuindo instalações específicas para o atendimento tanto de pequenos como grandes animais.

Tem por finalidade a prestação de serviço à comunidade sob a forma de atendimento médico veterinário, orientação técnica à criação de animais explorados com interesse sócio econômico; apoio aos departamentos didáticos que atuam em sua área física e em atividades relacionadas e pesquisa e extensão relacionadas às atividades médico-veterinárias.

Disponibiliza serviços profissionais nas áreas de clínica médica, clínica cirúrgica e de diagnósticos laboratoriais e por imagem à comunidade em geral, sendo referência em atendimento na região central recebendo animais vindos de diversas cidades do estado.

Atualmente o Hospital Veterinário Universitário é administrado pela Médica Veterinária Profª. Anne Santos do Amaral e está dividido em Clínicas de Pequenos Animais e Biungulados (Bovinos e Ovinos). O setor de Clínica de Equinos atualmente encontra-se fechado.

O horário de atendimento do Hospital Veterinário Universitário é de segunda à sexta– feira das 07:30 às 19:30 sem fechar ao meio-dia. Logo após a chegada do paciente na recepção é realizada a sua ficha de identificação, sendo a seguir encaminhado para as salas de espera. A seguir, o animal passa por triagem clínica onde é direcionado de acordo com o

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quadro clínico para uma das especialidades ou encaminhado como emergência, sendo posteriormente atendido pelo especialista necessário.

Figura 1 – Fachada da entrada do hospital veterinário universitário da UFSM

O Hospital Veterinário Universitário conta com dois ambulatórios clínicos reservados a realização de aulas práticas do curso de Medicina Veterinária da UFSM, quatro ambulatórios clínicos de rotina, um ambulatório da clínica neurológica, sala de triagem anestésica, laboratório de análises clínicas veterinárias (LACVET), farmácia hospitalar, centro de diagnóstico por imagem, sala de emergência, bloco cirúrgico com três salas de cirurgia e sala de recuperação anestésica, sala de procedimentos, área de internação, setor de clínica de ruminantes, laboratório de reprodução animal e setor de fisioterapia e reabilitação (em construção). O Hospital conta com um completo grupo de Médicos Veterinários especialistas nas mais diversas áreas do conhecimento além de duas turmas de residentes em clínica médica, clínica cirúrgica, diagnóstico por imagem e análises clínicas contando também com os conhecimentos dos professores do curso de Medicina Veterinária atuantes na rotina clínica.

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Optou-se por realizar o Estágio Curricular Supervisionado no Hospital Veterinário Universitário na área de clínica cirúrgica de pequenos animais em razão da grande rotina de procedimentos dos mais variados níveis de complexidade e especialidades, além do competente corpo clínico responsável e capacitado que atua no serviço de cirurgia do estabelecimento. A cirurgia veterinária mostra-se cada vez mais importante tendo em vista a importância que os animais domésticos adquiriram ao longo do tempo nas relações com seus proprietários que, até pouco tempo, eram receosos em relação a procedimentos mais invasivos.

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2 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

As principais atividades desenvolvidas durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária no Hospital Veterinário Universitário da UFSM dividiram-se basicamente em acompanhamento da rotina da clínica cirúrgica, além de coleta de materiais para exames complementares e auxílio nos exames de diagnóstico por imagem. Os atendimentos clínicos e cirúrgicos estão demonstrados a seguir em forma de tabelas, assim como os procedimentos ambulatoriais, coletas de materiais para exames complementares e auxílio nos exames de diagnóstico por imagem.

2.1 Procedimentos ambulatoriais

Tabela 1 – Procedimentos ambulatoriais e exames complementares acompanhados durante a realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária no Hospital Veterinário Universitário da UFSM, no período de 02 de março a 20 de abril de 2015.

Procedimento / Exame Cão Gato Total %

Coleta de sangue 10 8 18 10,99

Curativos 37 12 49 53,85

Drenagem de abscesso subcutâneo 1 0 1 1,10

Radiografia simples 16 2 18 19,78

Retirada de fixador externo 1 0 1 1,10

Retirada de pontos cirúrgicos 1 1 2 2,20

Sondagem uretral 1 0 1 1,10

Ultrassonografia 5 3 8 8,79

Uretrografia contrastada 1 0 1 1,10

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2.2 Diagnósticos clínicos

Tabela 2 – Diagnósticos clínicos acompanhados durante a realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária no Hospital Veterinário Universitário da UFSM, no período de 02 de março a 20 de abril de 2015.

Diagnóstico Cão Gato Total %

Abscesso subcutâneo 1 0 1 2,22 Cistite intersticial 0 1 1 2,22 Distocia 3 0 3 6,67 Eventração 0 1 1 2,22 Evisceração 1 0 1 2,22 Ferida incisa 1 0 1 2,22 Fratura de fêmur 1 0 1 2,22 Fratura de pelve 1 0 1 2,22

Fratura do ramo da mandíbula 1 0 1 2,22

Fratura de sínfise mandibular 1 1 2 4,44

Fratura de úmero 1 2 3 6,67 Gangrena seca 1 0 1 2,22 Giardíase 1 0 1 2,22 Hiperplasia mamária 0 1 1 2,22 Hiperplasia prostática 2 0 2 4,44 Lipoma 1 0 1 2,22 Luxação coxofemoral 3 0 3 6,67 Luxação de patela 3 0 3 6,67 Mastocitoma de grau II 1 0 1 2,22

Mastocitoma de grau III 1 0 1 2,22

Melanoma 1 0 1 2,22

Protrusão de glândula da terceira pálpebra 1 0 1 2,22

Protrusão de globo ocular 1 0 1 2,22

Ruptura de ligamento cruzado cranial 2 0 2 4,44

Ruptura de tendões do carpo 1 0 1 2,22

Tumor de mama 5 3 8 17,78

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Total 36 9 45 100,00

2.3 Procedimentos cirúrgicos

Tabela 3 – Procedimentos cirúrgicos acompanhados durante a realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária no Hospital Veterinário Universitário da UFSM, no período de 02 de março a 20 de abril de 2015.

Procedimento Cão Gato Total %

Amputação de membro pélvico 1 0 1 2,86

Artrodese de carpo 1 0 1 2,86 Biópsia de pele 1 0 1 2,86 Cesareana 3 0 3 8,57 Colocefalectomia 3 0 3 8,57 Correção de eventração 0 1 1 2,86 Correção de evisceração 1 0 1 2,86 Correção de ferida 2 0 2 5,71 Enucleação 1 0 1 2,86

Exérese de nódulo cutâneo 3 0 3 8,57

Mastectomia 5 3 8 22,86

Orquiectomia terapêutica 2 0 2 5,71

Osteossíntese de fêmur 1 0 1 2,86

Ovário salpingo-histerectomia pelo flanco 0 1 1 2,86

Redução de luxação de patela 3 0 3 8,57

Redução de ruptura do ligamento cruzado cranial 2 0 2 5,71

Sepultamento da glândula da 3ª pálpebra 1 0 1 2,86

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3 RELATOS DE CASO

RELATO DE CASO I

OVÁRIO SALPINGO-HISTERECTOMIA PELO FLANCO PARA REGRESSÃO DE HIPERPLASIA MAMÁRIA EM GATA

Felipe Oliveski Bombardieri

RESUMO

Dentre as afecções da glândula mamária em felinos, a hiperplasia mamária ocorre com relativa frequência, sendo com maior frequência em gatas com menos de dois anos de idade, geralmente na primavera e com os primeiros ciclos estrais, podendo ser de forma espontânea, a partir da progesterona endógena, ou em casos mais frequentes, após aplicação de progestágenos com a finalidade de inibir o ciclo estral. Neste trabalho é descrito o caso de um felino, fêmea, sem raça definida, com cerca de um ano de idade e peso corporal de 2,5 Kg, apresentando hiperplasia nas glândulas mamárias, a qual foi tratada cirurgicamente por ovário salpingo-histerectomia (OSH) com acesso à cavidade pelo flanco esquerdo.

Palavras-chave: Endocrinologia. Glândula mamária. Felino. Cirurgia.

INTRODUÇÃO

A hiperplasia mamária felina (hiperplasia fibroepitelial, fibroadenoma, fibroadenomatose) caracteriza-se pelo crescimento rápido e anormal do tecido mamário, é mais comum em gatas jovens, não castradas, gestantes ou não. Existe uma relação temporal marcante entre o início da hiperplasia mamária e a estimulação da progesterona. A hiperplasia mamária felina é uma condição benigna, mas seu crescimento anormal pode mimetizar neoplasia mamária.

O tratamento consiste na remoção da fonte de progesterona, sendo geralmente recomendada a OSH. Nestes casos, a cirurgia é normalmente realizada através de uma incisão no flanco, uma vez que a técnica mais comum de incisão na linha média, devido ao tamanho exagerado das glândulas (NELSON, 2010).

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A OSH é um procedimento cirúrgico frequentemente empregado na medicina veterinária, a qual consiste na realização de laparotomia com ablação dos ovários, trompas e útero (SILVEIRA, et al.,2013).

Ainda que não se use frequentemente, a abordagem lateral está tornando-se bem aceita entre os veterinários, particularmente aqueles que são responsáveis por populações de animais selvagens ou de abrigos. As indicações para seu uso incluem desenvolvimento mamário excessivo, lactação ou hiperplasia da glândula mamária, ou situações nas quais o exame de pós-operatório pode ser limitado (animais de zoológico) (MINGUEZ et al., 2005).

O tecido hiperplásico se resolve em algumas semanas após o procedimento. O prognóstico é excelente. Caso não ocorra resposta à retirada dos progestágenos ou à OSH, a administração do bloqueador do receptor de progesterona, aglepristone resolve a condição em uma a quatro semanas (NELSON, 2010).

METODOLOGIA

Neste trabalho é descrito o caso de um felino, fêmea, sem raça definida, com cerca de um ano de idade, pesando de 2,5 kg, atendido no Hospital Veterinário Universitário da UFSM. Segundo a proprietária, haviam sido observados cerca de duas semanas antes do atendimento, nódulos mamários em crescimento. A proprietária relatou também, fazer uso de progestágenos como método contraceptivo, negou haver produção de secreção pelos nódulos e relatou que a alimentação e ingestão de água estavam normais.

Ao exame clínico constatou-se temperatura retal de 40,1ºC, frequência cardíaca de 200 bpm, com pulso normal, frequência respiratória de 40 mpm, linfonodos normais, não apresentava dor abdominal, as mucosas estavam rosadas e o TRC de dois segundos. A paciente era dócil, estava hidratada e apresentava condição corporal normal.

Com base no histórico e nos sinais clínicos apresentados, foi dado como diagnóstico presuntivo, hiperplasia mamária felina, tendo sido provavelmente induzida pela aplicação de progestágeno.

Para encaminhamento ao setor de cirurgia, foi procedida coleta de sangue para a realização de hemograma e bioquímicos (albumina, ALT, creatinina, FA e ureia).

Dois dias após o atendimento, foi realizado o procedimento cirúrgico de ovário salpingo-histerectomia com acesso pelo flanco esquerdo para supressão de progesterona.

A medicação pré-anestésica foi constituída por cloridrato de cetamina na dose de 7 mg/kg, morfina na dose de 0,3 mg/kg e midazolam na dose de 0,5 mg/kg, administrados em

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uma mesma seringa pela via IM. A paciente foi encaminhada para a sala de procedimentos para realização de tricotomia para acesso venoso e incisão, e punção venosa para fluidoterapia, em seguida, encaminhada para o bloco cirúrgico.

Foi procedida indução anestésica com propofol na dose de 4 mg/kg por via IV e manutenção da anestesia utilizando isofluorano ao efeito por via inalatória através de intubação traqueal. Como fármaco auxiliar para analgesia, o médico veterinário anestesista utilizou dipirona na dose de 25 mg/kg por via SC e como terapia antimicrobiana profilática, cefalotina na dose de 30 mg/kg por via IV.

O procedimento iniciou-se, após antissepsia local com clorexidine, a partir de uma incisão de pele de aproximadamente 3 cm na região do flanco esquerdo, paralelo a última costela, afastamento e divulsão das fibras musculares, exposição do ovário esquerdo, secção do ligamento suspensor do ovário seguida de triplo pinçamento e ligadura do pedículo ovariano com fio nylon 3.0 repetindo o procedimento no ovário direito. Em seguida, procedeu-se a exposição do corpo do útero com triplo pinçamento e ligadura acima da cérvix com fio nylon 3.0, sendo logo após, realizada síntese da musculatura com fio nylon 3.0 em padrão Sultan, aproximação do tecido subcutâneo com fio Catgut 3.0 em padrão contínuo simples seguido de dermorrafia em padrão Wolff com fio nylon 3.0.

No período pós-operatório, a paciente recebeu 3 mg/kg de tramadol TID e 30 mg/kg de cefalotina TID, ambos pela via SC por um dia.

O animal recebeu alta hospitalar no dia seguinte à cirurgia com prescrição de meloxicam 0,5 mg, na dose de 0,05 mg/kg VO, SID por três dias e dipirona gotas na dose final de três gotas VO, BID por cinco dias, além de uso do colar elisabetano, limpeza da ferida com solução de cloreto de sódio a 0,9% uma vez ao dia e retorno em sete dias para retirada dos pontos de pele.

Uma semana após a cirurgia, o animal retornou para retirada dos pontos onde já se pôde observar uma regressão no quadro de hiperplasia.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os exames hematológicos não apresentaram alterações de parâmetros, o que possibilitou o uso de protocolos habituais de anestesia por tratar-se de um animal hígido, classificado, com base nos exames laboratoriais e físicos, segundo a escala da American Society of Anesthesiologists (ASA), como ASA II (paciente com doença sistêmica leve).

Muito do que se sabe sobre esta doença tem base em sua coincidência com a fase luteal do ciclo estral, gestação inicial ou após tratamento com progestágenos. As elevadas

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concentrações de progesterona ou substâncias semelhantes à progesterona são características comuns (FOSTER, 2007).

A utilização de progestágenos sintéticos na espécie felina, em decorrência de sua forte predisposição ao desenvolvimento de hiperplasia mamária, é de grande risco, sendo neste caso necessário rápido diagnóstico e intervenção terapêutica na tentativa de conter a evolução do quadro clínico e evitar complicações que podem culminar com o óbito do animal (VIANA, et al., 2012).

A hiperplasia mamária fibroepitelial é uma condição benigna e representa o principal diagnóstico diferencial para o adenorcarcinoma. As duas doenças podem ser diferenciadas através do histórico, anamnese e idade das gatas acometidas, porém apenas a análise histopatológica pode confirmar o diagnóstico (AMORIM, 2008).

A lesão é resultado de uma notável proliferação dos ductos mamários e estroma adjacente. A superestimulação de um processo normal é provavelmente o resultado de uma desregulação local do crescimento tecidual com a estimulação dos receptores pela progesterona (FOSTER, 2007).

A patologia descreve as alterações no parênquima da glândula mamária em casos de hiperplasia como proliferação dos ductos intralobulares circundada por estroma fibroedematoso (DIJK, 2007). Embora seja uma condição benigna, a apresentação clínica, muitas vezes, é emergencial.

Assim, torna-se necessário o uso de protocolos imediatos, como o uso do aglepristone, um fármaco antiprogestágeno (FILGUEIRA, 2008), em casos de insucesso na cirurgia, e/ou como aditivo ao tratamento cirúrgico (AMORIM, 2008).

O aglepristone na dose de 10 mg/kg mostrou-se uma alternativa factível e segura para o tratamento da hiperplasia mamária. Contudo, a administração de progestágenos de depósito pode ser um obstáculo para uma terapêutica exitosa (SILVA, 2012).

A literatura cita como possíveis complicações da OSH, dor, hemorragia, infecção, deiscência, incontinência urinária, ovário remanescente, ligação ureteral, fístulas e aderência (HEDLUND, 2008), sendo as mais prováveis em casos de acesso pelo flanco, a hemorragia e ligação ureteral.

As condições nas quais esta técnica cirúrgica está indicada incluem o desenvolvimento excessivo das glândulas mamárias devido à lactação ou a uma hiperplasia. Quando é necessário realizar a OSH em um animal em lactação, a abordagem lateral evita as possíveis complicações associadas à abordagem ventral pela linha média, tais como hemorragia excessiva da pele e do tecido subcutâneo, provável inflamação ou infecção da ferida, além de

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drenagem de leite na região incisionada. Ademais, ao usar a abordagem lateral nas fêmeas lactantes, minimiza-se eventual lesão das glândulas mamárias, permitindo a amamentação das crias após cirurgia (MINGUEZ et al., 2005).

A abordagem lateral é usada com frequência nas gatas devido as suas particularidades anatômicas. Esses animais possuem conformação mais forte do corpo, o que faz com que a orientação e a entrada no abdome sejam relativamente fáceis(MINGUEZ et al., 2005).

Por outro lado, o acesso lateral em cadelas não é normalmente indicado pelas características anatômicas que dificultam o acesso ao ovário contralateral e ao corpo do útero.

Dentre as vantagens, consideram-se a menor evisceração em casos de deiscência de sutura, possibilidade de se monitorar a incisão à distância e pressão reduzida dos órgãos abdominais sobre a parede (MINGUEZ, 2005).

Quanto à analgesia perioperatória, o uso de um AINE como a dipirona pode não ser a melhor opção, embora leve vantagem sobre os analgésicos opióides por não promover aumento da sedação, tolerância ou dependência física, promovem uma analgesia visceral menos efetiva que os opióides (ANDRADE, 2008). Neste caso, em virtude de uma maior tração do pedículo ovariano direito e do corpo do útero, a analgesia poderia ter sido baseada no uso de um analgésico opióide visando promover um efeito mais intenso. Dentre os fármacos opióides conhecidos o butorfanol poderia ter sido empregado neste caso, pela sua boa potência analgésica, possibilidade de associação com outros agentes (ANDRADE, 2008), tempo razoável de efeito e menor alteração dos parâmetros respiratórios (CARROLL, 2005), sendo importante observar a possibilidade de disforia em gatos (ANDRADE, 2008).

Considera-se a antibioticoterapia satisfatória neste caso em virtude da cefalotina, uma cefalosporina de 1ª geração, bastante ativa contra Staphilococcus tendo atividade também contra Streptococcus, Escherichia coli, entre outros, sendo estes os microrganismos mais comumente envolvidos em infecções cirúrgicas (SILVA et.al., 2000) e possuir indicação para profilaxia de infecções pós-cirúrgicas em cães e gatos (ANDRADE, 2008).

A prescrição pós-operatória também pode ser considerada eficaz em virtude da associação do meloxicam, um AINE de ação seletiva à enzima COX-2, não promovendo os efeitos colaterais da inibição da enzima COX-1 como o desenvolvimento de gastrites, alterações dos trombócitos e lesões renais e hepáticas. Neste caso, o medicamento fora prescrito para três dias, uma vez que, em gatos, o tratamento com meloxicam não deve ultrapassar o período de quatro dias, associado com dipirona, um AINE atípico, pertencente ao grupo dos pirazolônicos (ANDRADE, 2008), utilizado como complementação ao efeito de outros fármacos analgésicos.

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O uso do colar elisabetano justifica-se em virtude da flexibilidade anatômica dos felinos, para evitar a automutilação.

CONCLUSÃO

Diante do caso apresentado pode-se concluir que a realização da técnica de ovário salpingo-histerectomia com acesso pelo flanco resulta na regressão dos tecidos hiperplásicos da glândula mamária, possuindo como alternativa medicamentosa eficiente, a utilização de aglepristone para a remissão dos sintomas em casos de insucesso da cirurgia.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ANDRADE, S. F. Analgésicos. In Manual de terapêutica veterinária, 3. ed. São Paulo: Roca, 2008. cap. 6, p. 101-103.

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ANDRADE, S. F. Quimioterápicos antimicrobianos e antibióticos. In Manual de terapêutica

veterinária, 3. ed. São Paulo: Roca, 2008. cap. 3, p. 44-54.

CARROLL, G. L. Terapia analgésica multimodal perioperatória. In FOSSUM, T. W.

Cirurgia de pequenos animais, 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. cap. 13, p. 131-144.

DIJK, J. E. van. Atlas colorido de patologia veterinária. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. cap. 14, p. 180.

FILGUEIRA, K. D.; COSTA REIS, P. F.; PAULA, V. V. Hiperplasia mamária felina: sucesso terapêutico com o uso do aglepristone. Ciência animal brasileira, v. 9, n. 4, p. 1010-1016, out/dez. 2008.

FOSTER, R. A. Patologia dos sistemas dos órgãos. In: McGAVIN, M. D.; ZACHARY, J. F.

Bases da patologia veterinária, 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. seç. II, cap. 18, p.

1309.

HEDLUND, S. C. Cirurgia dos sistemas reprodutivo e genital. In: FOSSUM, T. W. Cirurgia

de pequenos animais. Elsevier Brasil, 2008. cap. 26, p. 726.

MINGUEZ, R. E.; MARTINEZ-DARVE, J. G.; CUEST A, M. M. Ovariohisterectomia de gatas e cadelas pelo flanco. Revista Brasileira de Reprodução Animal, v. 29, p. 151-158, 2005.

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RELATO DE CASO II

OSTEOSSÍNTESE COM PINOS INTRAMEDULARES PARA REDUÇÃO DE FRATURA EM ÚMERO COM LESÃO DE NERVO RADIAL EM CÃO

Felipe Oliveski Bombardieri

RESUMO

A maior parte das fraturas que envolvem o úmero ocorre nos terços médio e distal, sendo geralmente causadas por atropelamentos ou quedas de veículos em movimento, ocasionalmente podendo ser acompanhadas por paresia ou paralisia dos membros torácicos resultantes de lesão no nervo radial. A lesão pode ocorrer no local da fratura ou no plexo braquial, podendo ainda, ocorrer devido à avulsão dos nervos espinhais da medula. Tais lesões podem ser temporárias ou permanentes, sendo que, a maioria possui caráter temporário, apresentando recuperação de movimento e sensibilidade no intervalo entre seis a oito semanas após a lesão. As medidas para o tratamento destas afecções resumem-se a procedimentos cirúrgicos possuindo diversas técnicas a serem avaliadas e escolhidas a critério do cirurgião responsável de acordo com a classificação da lesão, tendo a possibilidade de lançar mão de diferentes materiais para a estabilização da lesão óssea presente. Este trabalho tem por objetivo relatar um caso de um canino, macho, sem raça definida, com 23 kg de peso corporal, apresentando fratura diafisária medial de úmero com lesão do nervo radial, submetido à osteossíntese de úmero com pinos intramedulares.

Palavras-chave: Ortopedia. Trauma. Canino. Cirurgia. Pinos.

INTRODUÇÃO

As fraturas da diáfise umeral resultam em interrupção da continuidade do osso cortical. A maior parte das fraturas que envolvem o úmero é nos terços médio e distal (PIERMATTEI, 2009). Lesões decorridas de acidentes com veículos a motor, lesões por tiro e trauma fechado são causas comuns de fraturas umerais em animais (JOHNSON, 2008).

O nervo radial corre de medial a lateral no sulco musculoespiral do úmero distal. Lesão do nervo radial pode ocorrer com fraturas comprometendo o úmero distal; portanto, uma avaliação cuidadosa do estado neurológico do animal é essencial (JOHNSON, 2008). A

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lesão do nervo pode ocorrer no local da fratura ou no plexo braquial, ou pode ser devida a avulsão dos nervos espinhais da medula podendo ser temporárias ou permanentes (PIERMATTEI, 2009).

São três os princípios de reparo de uma fratura: redução anatômica, estabilização rígida e rápido retorno à função do membro acometido (SEVERO et al., 2010). A reparação primária de fratura é caracterizada pela formação direta do osso sob condições de estabilidade rígida e uma mínima separação entre as extremidades fraturadas (HARARI, 1999). Poucas fraturas do úmero respondem bem à fixação externa devido à dificuldade de imobilização da articulação escapuloumeral (PIERMATTEI, 2009).

METODOLOGIA

Neste trabalho é descrito um caso de um canino, macho, sem raça definida, com cinco anos de idade, pesando 23 Kg, atendido no Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria.

Na anamnese, a proprietária relatou que se tratava de um animal comunitário que vivia na rua e era alimentado por diversos vizinhos. No dia anterior à consulta, o animal apareceu não apoiando o membro torácico esquerdo, aparentemente com dor intensa e que suspeitava de um atropelamento devido ao grande fluxo de veículos da região. Além disso, o paciente lambia constantemente o membro torácico contralateral ao afetado onde apresentava lesão com secreção purulenta. O animal fora atendido por outro veterinário que prescreveu dipirona por via oral na dose de 50 gotas e encaminhado para o HVU.

Ao exame clínico, o animal apresentou frequência cardíaca de 108 bpm com pulso normocinético, frequência respiratória de 30 mpm, sem alterações na ausculta cardiopulmonar. A temperatura retal era de 39,8º C, mucosas rosadas e TRC de dois segundos e não aparentava dor no membro afetado se não manipulado. Não se notou alteração durante a palpação abdominal e os linfonodos estavam normais. O animal era dócil, possuía condição corporal normal e estava hidratado. Apresentava, ao exame neurológico, ausência total de propriocepção do membro torácico esquerdo e sensação de dor superficial, porém, com sensação de dor profunda presente. O paciente deambulava normalmente utilizando três membros enquanto mantinha suspenso o membro afetado.

Foi realizada radiografia de úmero em duas projeções, onde verificou-se existência de fratura simples, completa, transversa serrada, instável na diáfise do úmero esquerdo. Dando-se assim o diagnóstico de fratura de úmero.

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No momento da consulta também foi coletado sangue para análise pré-operatória que incluiu hemograma, e os exames bioquímicos; ALT, creatinina, FA e ureia. O paciente foi liberado com a cirurgia marcada para a semana seguinte.

Uma semana após a consulta, o paciente retornou para a realização da cirurgia, foi encaminhado para a sala de procedimento para tricotomia do membro após aplicação de medicação pré-anestésica à base de acepromazina na dose de 0,06 mg/kg, morfina na dose de 0,4 mg/kg e midazolam na dose de 0,5 mg/kg em uma mesma seringa por via IM. A indução anestésica foi feita utilizando propofol na dose de 4 mg/kg por via IV e a manutenção anestésica com isofluorano ao efeito. Os fármacos auxiliares foram, dipirona na dose de 25 mg/kg via SC e bupivacaína na dose de 2 mg/kg para bloqueio do plexo braquial esquerdo, cefalotina na dose de 30 mg/kg IV e meloxicam 2% na dose de 0,1 mg/kg SC ao final do procedimento.

Após indução anestésica, posicionamento em decúbito lateral direito e antissesi do membro com clorexidine, o paciente foi submetido a uma osteossíntese de úmero com uso de pinos intramedulares. Para isto, realizou-se incisão medial de pele e subcutâneo na região da linha de fratura, debridamento do tecido cicatricial proliferativo presente, exposição dos fragmentos ósseos e fixação utilizando pinças autoestáticas de redução. Neste momento, observou-se ruptura parcial do nervo radial do paciente, o qual foi isolado e protegido durante a realização do procedimento. Em seguida, de acordo com a medição do canal medular, foram introduzidos de forma retrógrada, dois pinos intramedulares de Steinmann de calibre 3,5 mm a partir da linha da fratura até exposição passando de forma craniolateral à articulação do ombro.

Em seguida, procedeu-se a redução da fratura com as pinças autoestáticas de redução a partir de alinhamento dos fragmentos ósseos, após, foram inseridos os pinos de forma normógrada na direção do fragmento distal para estabilização. Após a estabilização da fratura, procedeu-se a sutura das fáscias musculares com fio poliglactina 2.0, em padrão Sultan, aproximação do tecido subcutâneo com fio poliglactina 3.0, em padrão contínuo simples e dermorrafia com fio nylon 3.0 em padrão Wolff.

Após a cirurgia e recuperação anestésica, o animal foi encaminhado ao setor de diagnóstico por imagem para uma radiografia de controle pós-operatório imediato onde se constatou total alinhamento dos fragmentos ósseos. Em seguida, recebeu alta hospitalar com a prescrição de meloxicam 2 mg na dose de 0,1 mg/kg SID, durante dois dias, dipirona 500 mg na dose de 25 mg/kg TID, por cinco dias, cloridrato de tramadol 100 mg na dose de 4 mg/kg TID durante três dias e cefalexina 500 mg na dose de 30 mg/kg BID, durante 21 dias,

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recomendações de repouso, retirada de pontos em sete dias e retorno para radiografia de controle após 30 dias.

O paciente não retornou para retirada de pontos e para a radiografia de controle. Em contato por telefone cerca de trinta dias após a cirurgia, a proprietária relatou que os pontos foram retirados por outro profissional em sua residência e que o animal ainda não apoiava o membro operado, relatou também que a ferida no membro torácico direito havia cicatrizado por completo.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Após avaliação clínica e encaminhamento para o setor de clínica cirúrgica, foram avaliados os exames complementares onde o hemograma evidenciou uma anemia normocítica normocrômica arregenerativa, trombocitopenia, presença de macroplaquetas, indicando um sinal de regeneração dessas células e uma leucocitose por neutrofilia provavelmente ocasionada pela lesão apresentada no membro torácico direito. Apesar do paciente apresentar anemia arregenerativa, acredita-se ser devido aos hábitos alimentares visto que se tratava de um animal comunitário alimentado de diferentes formas pelas pessoas com quem convive.

O plexo braquial é formado tipicamente a partir da sexta raiz nervosa espinhal cervical até a segunda torácica (INZANA, 2008). Avulsões de raiz nervosa ou plexo braquial são sequelas comuns de atropelamento por veículos ou saltos de veículo em movimento, sendo mais comum a laceração ou separação das raízes nervosas da medula espinhal do que o rompimento ou lesão do plexo braquial (SHELL, 2008).

O tratamento cirúrgico das fraturas umerais pode ser influenciado por vários fatores. Fornecer os cuidados emergenciais necessários e a realização de um exame físico completo para detectar outras lesões é de suma importância (JACKSON, 2008).

Os pinos de Steinmann possuem ampla aplicação no úmero em fraturas mais estáveis como na do caso apresentado, podendo ser introduzidos de forma normógrada ou retrógrada (PIERMATTEI, 2009).

Os pinos intramedulares bloqueados são indicados para fraturas diafisárias, fechadas em cães de médio a grande porte (PIERMATTEI, 2009). Escolhe-se um pino de tamanho suficiente para preencher o côndilo medial em uma radiografia craniocaudal pré-operatória (JACKSON, 2008).

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Neste caso, foi eleito o pino intramedular de Steinmann tamanho 3,5 mm preenchendo efetivamente o canal medular do osso possibilitando fixação satisfatória mesmo sem o uso de parafusos bloqueadores ou cerclagens metálicas por se tratar de uma fratura simples.

Segundo JOHNSON (2008), hastes bloqueadas podem ser usadas para estabilizar fraturas umerais mesodiafisárias, sendo mais efetivas em fraturas cominutivas por fornecer resistência a forças de flexão, rotacionais e de carga axial, no caso apresentado, por motivo de a fratura ser simples, a fixação com hastes bloqueadas não se fez necessária segundo critério do veterinário que realizou o procedimento.

A opção de utilizar dois pinos intramedulares sem cerclagens deu-se em razão de a fratura ser anatomicamente estável e simples, sem mais fragmentos. Os fixadores externos tipo I ou II foram preteridos em razão da dificuldade em restringir os movimentos da articulação do ombro e pela proximidade do úmero com o tórax.

Placas ósseas geralmente são usadas quando o tempo para a consolidação óssea é longo. A placa pode ser colocada nas superfícies cranial, lateral, caudolateral, caudomedial ou medial do úmero (JOHNSON, 2008). Devido às condições financeiras dos proprietários, optou-se por um método de redução de menor custo e semelhante eficácia.

São feitas radiografias pós-operatórias imediatas e periódicas para avaliar a redução da fratura e localização dos implantes. O tempo de consolidação óssea depende da avaliação da fratura e idade do paciente. Pinos intramedulares e fixações esqueléticas externas devem ser removidos quando ocorrer a consolidação; hastes bloqueadas e placas ósseas em geral não são removidas, a não ser que um problema se associa à sua presença (JOHNSON, 2008). Neste caso, não há informações até o último contato com o HVU sobre o processo de consolidação óssea do paciente, visto que, a proprietária não compareceu aos retornos marcados para avaliação radiográfica e clínica.

Os sinais clínicos de lesão do nervo radial caracterizam-se por monoparesia aguda não-progressiva, geralmente precipitada por um acidente de automóvel ou uma queda. A disfunção motora e sensorial resultante do membro varia com a extensão da avulsão. A avulsão das raízes nervosas C8, T1 e T2 lesa os nervos radial, mediano e ulnar. O membro pode ser levado em uma posição flexionada porque os nervos musculocutâneo, axilar e supra-escapular estão íntegros, mas a sustentação de peso é impossível sem a capacidade de estender o cotovelo e o carpo (SHELL, 2008).

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Neste caso, apesar de não ter sido realizada avaliação neurológica especializada nem exames complementares específicos, acredita-se, baseado na condição clínica do paciente que a lesão localizou-se entre os espaços intervertebrais supracitados.

As possíveis complicações ocorrem a partir de uma escolha inadequada dos implantes em relação à classificação da fratura. A complicação mais comum vista em animais de companhia é o afrouxamento prematuro do implante como afrouxamento e migração do pino (JOHNSON 2008), ocasionando uma não união óssea.

SHELL, (2008) considera o prognóstico favorável em casos onde a lesão localiza-se no nervo radial, considerando a neurapraxia como um aspecto comum a qualquer lesão traumática de nervo periférico, concluindo que não se deve sugerir um prognóstico favorável antes de, no mínimo, seis a oito semanas após a lesão, sendo que, se após esse período, o membro afetado não recuperar a propriocepção a amputação do membro afetado deve ser considerada caso ocorra automutilação ou outro traumatismo em áreas dessensibilizadas (SHELL, 2008).

No caso apresentado, tendo em vista que não houve o retorno programado para reavaliação do paciente, não foi possível constatar a extensão das lesões e o progresso da recuperação.

No que tange a analgesia pós-operatória, de acordo com a classificação de dor aguda sugerida por ANDRADE, (2008), o cloridrato de tramadol não seria o analgésico opióide mais indicado para os casos de cirurgias ortopédicas devido a sua potência reduzida em relação a fármacos como a morfina, butorfanol ou fentanil que poderiam ser utilizados nas primeiras horas de pós-operatório, podendo ser substituído posteriormente pelo tramadol conforme a recuperação do paciente evolui.

O meloxicam é um anti-inflamatório não esteroidal de inibição seletiva à enzima COX-2, não promovento os efeitos colaterais conhecidos da inibição da enzima COX-1 como o desenvolvimento de gastrites, alterações dos trombócitos e lesões renais e hepáticas (ANDRADE,2008), neste caso empregado na analgesia pós-operatória na dose 0,1 mg/kg SID durante três dias. Em virtude da associação do meloxicam ao cloridrato de tramadol, o tratamento com meloxicam poderia ser estendido por um período maior visto que, em cães o tempo limite para tratamento com este medicamento é de até quatorze dias, o que promoveria um tempo maior de analgesia.

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O uso de dipirona, um AINE atípico, pertencente ao grupo dos pirazolônicos (ANDRADE, 2008), justifica-se devido ao seu potencial de complementação do efeito de outros fármacos analgésicos.

CONCLUSÃO

Diante do caso apresentado, pode-se concluir que a osteossíntese com o uso de dois pinos intramedulares de Seinmann é um método eficiente de redução de fraturas transversas serradas diafisárias médias de úmero e que existem outras formas de imobilização que se ajustam as diferentes classificações de fraturas umerais além de demonstrar a importância de um acompanhamento detalhado do pós-operatório, especialmente nos casos de lesão do nervo radial, ou plexo braquial visando a reabilitação dos movimentos normais do paciente.

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária contempla a união dos conhecimentos teóricos e práticos adquiridos no decorrer da graduação sendo executados na prática, em vivências profissionais, com pacientes, proprietários e colegas, dentro das limitações impostas pelas condições de um ambiente de trabalho real.

Diante destas situações, o acadêmico prestes a tornar-se profissional, desenvolve habilidades, de acordo com sua própria criatividade, para encontrar soluções eficientes necessitando às vezes observar condições a ele impostas como, por exemplo, a condição financeira do proprietário, ou os recursos disponíveis no local de trabalho para elaboração do tratamento mais adequado para cada paciente.

O aluno, ainda durante a graduação, aprende a ser investigativo, curioso, interessado em aprender, trazendo consigo esses valores para a vida profissional, busca sempre o diagnóstico mais preciso, lançando mão de todos os recursos disponíveis que conhece, aprende a buscar auxílio nos colegas, livros, artigos, visando sempre a plena recuperação do paciente da forma mais ágil possível.

Durante o período de estágio, o acadêmico aprende a conviver com pessoas de origens, crenças e métodos de trabalho diversos, a lidar com diferentes situações, algumas estressantes, outras mais gratificantes. Vai, a partir das experiências práticas vividas, aprimorando habilidades conhecidas durante a graduação, onde é sabido que é impossível ver e aprender tudo que possivelmente um dia poderá surgir durante o exercício da profissão.

Conhecendo outras pessoas, durante a troca de experiências, o acadêmico em período de estágio curricular, percebe a necessidade de atualização constante em técnicas de diagnóstico clínico, cirúrgico e ambulatorial, novidades no campo dos medicamentos, alimentação, saúde pública e tantos outros.

Em suma, o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária demonstra ser peça fundamental indispensável para uma completa formação de um profissional competente e capacitado, apto a exercer sua profissão no competitivo mercado de trabalho atual, estando sempre disposto a aprender mais.

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